Hoje Macau EventosKá-Hó | Livro de Sheyla Zandonai lançado no sábado Será lançado no próximo sábado, às 16h, o livro que reúne uma série de crónicas sobre Macau da autoria da antropóloga e ex-jornalista Sheyla Zandonai. “The City in Review – Episodes of hope and not so in Macau” reúne textos sobre o jogo, cultura e património, entre outras questões, que foram publicados no antigo jornal Business Daily e no portal Macau News Agency. O lançamento, organizado pelo Instituto Internacional de Macau, coincide com as celebrações do Dia Mundial do Livro, sendo feito no espaço Hold on to Hope, na vila de Nossa Senhora de Ká-Ho, em Coloane, gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM). Sheyla Zandonai é antropóloga e reside em Macau desde 2008, tendo feito diverso trabalho de campo na sua área e trabalhado como editora e jornalista. Actualmente dá aulas na Universidade de Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | John Lee é o único candidato elegível ao cargo de CE Está confirmado: John Lee é mesmo o único candidato elegível para concorrer ao cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong, actualmente ocupado por Carrie Lam. Esta segunda-feira foram validadas as 786 nomeações pelo Comité de Revisão da Elegibilidade do Candidato John Lee é o único “candidato nomeado validado” para concorrer às eleições de 8 de Maio para o cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong. A informação foi divulgada na segunda-feira e, segundo o canal de rádio e televisão de Hong Kong RTHK John Lee obteve 786 nomeações validadas pelo Comité de Revisão da Elegibilidade do Candidato (CERC, na sigla inglesa), de um total de 1500 personalidades que elegem o Chefe do Executivo. O CERC foi chefiado por Paul Chan, secretário para as Finanças de Hong Kong, tendo sido composto pelos secretários para a Educação, Kevin Yeung, para a Constituição e Assuntos da China, Erick Tsang e ainda por Chris Tang, actual secretário para a Segurança. O CERC contou também com Elsie Leung, Rita Fan e Lawrence Lau, três membros não oficiais. Uma das mensagens que John Lee deixou aos media momentos antes de saber que seria o único candidato elegível para substituir Carrie Lam, actualmente no cargo, foi que pretende reiniciar o diálogo com a China para uma possível reabertura de fronteiras. Este é um assunto que chegou a estar na agenda há uns meses, mas que foi colocado de novo na gaveta tendo em conta a ocorrência de surtos no interior da China e em Hong Kong. John Lee recordou que muitos residentes e estrangeiros querem viajar da China para Hong Kong, mas admitiu que não será fácil uma reabertura de fronteiras. “A minha experiência a discutir a reabertura de fronteiras com a China diz-me que temos de lhes explicar, de forma honesta, a situação de Hong Kong. Deveríamos entender que os requisitos do continente visam encontrar uma solução”, adiantou. Criar sinergias Abordando a questão da Administração pública, John Lee acrescentou que pretende construir uma “cultura progressiva” no funcionalismo público. “Muitos funcionários públicos estão a fazer muitos esforços para fazer as coisas bem, e têm o sentido do compromisso, e muitas capacidades. Trata-se de criar sinergias para que possamos construir uma equipa que resolva os problemas de forma colectiva e que atinja grandes resultados”, frisou. John Lee, que no Executivo de Carrie Lam ocupava a pasta da Segurança, disse querer apostar na criação de um “espírito de equipa” em prol da obtenção de resultados. “Através deste processo de atingir resultados práticos e reforçar com mais resultados, essa cultura [progressiva] será construída. Será algo em progresso, e isso é importante”, rematou. O portal de campanha de John Lee ficou online esta segunda-feira. O lema escolhido pelo candidato para estas eleições é “Starting a New Chapter for Hong Kong together” [Começar um novo capítulo juntos por Hong Kong].
Hoje Macau China / ÁsiaWashington visita Ilhas Salomão para conter acordo com Pequim Os Estados Unidos manifestaram esta segunda-feira preocupação com um pacto de segurança entre a China e as Ilhas Salomão, país que vai receber uma delegação diplomática norte-americana de alto nível para conter as ambições de Pequim. Kurt Campbell, membro do Conselho de Segurança Nacional, onde tem a pasta do Indo-Pacífico, e Daniel Kritenbrink secretário de Estado adjunto para o Pacífico e Ásia Oriental, vão liderar a delegação, revelou esta segunda-feira a presidência norte-americana. Além das Ilhas Salomão, os diplomatas dos EUA vão visitar Fiji, Papua Nova Guiné e o Estado norte-americano do Havai, para “aprofundar laços duradouros com a região e promover uma região do Indo-Pacífico livre, aberta e resiliente”, salientou a Casa Branca. Mas está a ser dada atenção especial à paragem nas Ilhas Salomão, pois os Estados Unidos e a Austrália, aliado próximo de Washington, estão preocupados com um projecto de acordo de segurança entre o pequeno país no Pacífico e a China. Uma versão preliminar deste acordo, divulgada no mês passado, menciona a autorização de destacamentos chineses de segurança e navais para as Ilhas Salomão, o que causou preocupação na Austrália, nos Estados Unidos e noutras nações do Pacífico. O projeto de acordo prevê, nomeadamente, que elementos da polícia chinesa armada possam ser destacados a pedido das Ilhas Salomão para assegurar a manutenção da “ordem social”. As “forças chinesas” também seriam autorizadas a proteger “a segurança do pessoal chinês” e “os seus grandes projectos” do arquipélago. Quais os limites? No início de Abril, o primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, garantiu que não permitiria a construção de uma base militar chinesa no seu país, mas isso não foi suficiente para aliviar os receios da Austrália e dos seus aliados. “Apesar das declarações do Governo das Ilhas Salomão, a natureza do acordo de segurança geralmente deixa a porta aberta para o envio de forças militares chinesas para as Ilhas Salomão”, sublinhou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price. “Acreditamos que assinar um acordo desse tipo arriscaria aumentar a desestabilização nas Ilhas Salomão e estabelecer um precedente preocupante para a região das ilhas do Pacífico como um todo”, alertou. Ned Price salientou que o arquipélago já está protegido por um tratado de segurança com a Austrália. Também um alto funcionário australiano deslocou-se na semana passada aquele arquipélago para pedir a Manasseh Sogavare que não assine o acordo com Pequim. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, já tinha viajado para a região em Fevereiro.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste/Eleições | Menos filas e menos votantes na segunda volta das presidenciais Uma menor afluência de eleitores, pelo menos em Díli, parece ser a tónica dominante da segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste, marcada por menos filas e por uma aparente subida na abstenção. Com as urnas já fechadas em todo o território timorense e ainda nos centros de votação da Austrália e da Coreia do Sul, funcionários eleitorais em vários locais de votação na capital timorense, Díli, confirmaram à Lusa a menor afluência. Na escola número 5 no bairro do Farol, em Díli, por exemplo, os dados preliminares indicam uma queda de quase 25% no número total de votantes face à primeira volta. “Temos tido muito menos gente hoje. Nunca houve filas”, disse à Lusa a responsável do centro de votação. Às 15:00, momento do fecho das urnas, apenas tinham votado cerca de 1.400 eleitores, menos 500 que os mais de 1.900 que aqui votaram na primeira volta. A falta de filas evidenciou-se em vários pontos da cidade visitados pela Lusa ao longo da jornada eleitoral, com a votação a decorrer com normalidade. Devido à diferença horária, a contagem já foi concluída em dois dos três centros de votação na Austrália, Sydney e Melbourne, com José Ramos-Horta a registar uma ligeira vantagem face a Francisco Guterres Lú-Olo, de 106 contra 86 votos. O processo de contagem vai agora começar em todo o território timorense com os resultados a caírem a ‘conta gotas’, pelo menos até quarta-feira. Até ao momento, e salvo incidentes pontuais, não há indicações de problemas registados durante a jornada eleitoral.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | EUA voltam a criticar China por continuar sem condenar a invasão russa Os Estados Unidos voltaram a criticar esta segunda-feira a posição da China, por ainda não ter condenado a invasão “brutal” da Ucrânia pela Rússia, visando também alguns responsáveis chineses por repetirem a “propaganda do Kremlin”. “Não só não vimos a China condenar, como todos os países devem, a brutalidade que as forças russas estão a empregar na Ucrânia contra o povo ucraniano”, começou por referir o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, durante uma conferência de imprensa onde abordou novamente a posição de Pequim, aliada de Moscovo. “Na verdade, ouvimos alguns altos funcionários chineses repetirem algumas das propagandas mais perigosas que emanam do Kremlin [presidência russa]”, acrescentou. Washington tem alertado repetidamente a China sobre as consequências de oferecer apoio militar ou económico a Moscovo e tem instado a potência asiática a desempenhar um papel mais ativo em impedir a invasão militar russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro. Ned Price sublinhou que este “é um momento” em que todos “os países responsáveis” têm a “obrigação de deixar claro onde se posicionam sobre questões onde as nuances não se encaixam”, dando como exemplo “o massacre de civis e os abusos gratuitos dos direitos humanos” pelas forças russas na Ucrânia. Na semana passada, o Presidente dos EUA, Joe Biden, comunicou ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, o envio de um pacote adicional de assistência militar de 800 milhões de dólares, com armas mais letais, para enfrentar a Rússia na nova fase do invasão mais focada no Donbass, no leste da Ucrânia. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Terramoto de 5,3 atinge Fukushima e Ibaraki Um terramoto de magnitude 5,3 na escala de Richter atingiu hoje as prefeituras de Fukushima e Ibaraki na costa leste do Japão, sem desencadear um aviso de tsunami e sem que tenham sido reportados quaisquer danos. As autoridades não comunicaram quaisquer danos materiais ou de feridos até ao momento, e não foram observadas irregularidades nas centrais nucleares localizadas em Fukushima, incluindo a central danificada em 2011, segundo o operador Tokyo Electric Power. As autoridades alertaram para o risco de terramotos semelhantes nos próximos dias, notando que o terramoto de hoje foi o mais forte na área atingida por um terramoto de 7,4 de magnitude a 16 de março. O forte tremor matou quatro pessoas e feriu mais de 200 em Fukushima, danificou infraestruturas, empresas e casas, perturbou as ligações ferroviárias e rodoviárias, e ameaçou o fornecimento de energia a grande parte do arquipélago, incluindo Tóquio, nas semanas que se seguiram. O Japão situa-se no Anel de Fogo, uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo, e sofre sismos relativamente frequentes, pelo que a sua infraestrutura foi especialmente concebida para resistir a terramotos.
Hoje Macau PolíticaDireitos Humanos | Pequim e Macau refutam acusações dos Estados Unidos O Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China e o Governo de Macau classificaram de preconceituosas as acusações norte-americanas sobre violação de direitos humanos no território, acusando os EUA de interferir nos assuntos internos chineses. Os relatórios dos EUA, “publicados ano após ano (…) são factualmente incorrectos e cheios de preconceitos, fazendo acusações infundadas sobre a situação dos direitos humanos em Macau e interferindo nos assuntos internos da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] e nos assuntos internos da China”, indica uma nota publicada no ‘site’ do comissariado, com o Governo de Macau a acompanhar as críticas num texto muito semelhante. “Os residentes da RAEM gozam de uma vasta gama de direitos e liberdades consagrados na Constituição e na Lei Básica, e o seu sentido de realização, felicidade e segurança cresce de dia para dia. Nenhuma intervenção de forças externas pode impedir o progresso de Macau no domínio dos direitos humanos”, acrescenta. O comissariado argumenta que “os Estados Unidos são bem conhecidos pelos ‘duplos padrões’ no campo dos direitos humanos”, com uma visão hegemónica, unilateral e intervencionista no mundo, “causando frequentemente desastres humanitários”. Por essa razão, aconselha, “os Estados Unidos deviam enfrentar e reflectir sobre os próprios problemas de direitos humanos, abandonar as tácticas habituais de politização dos direitos humanos, e deixar imediatamente de prejudicar os direitos humanos das pessoas noutros países e de interferir nos assuntos internos de Macau e da China”. Firmes e hirtos O Governo de Macau expressou ainda “firme oposição” às conclusões norte-americanas, afirmando que o relatório “ignora a realidade e está repleto de preconceitos, de acusações infundadas sobre a situação dos direitos humanos em Macau, interferindo grosseiramente nos assuntos da RAEM, que são assuntos internos da China”. Os Estados Unidos denunciaram na quarta-feira um conjunto de restrições em Macau, em 2021, que se traduziram numa “crescente censura”, interferência nos direitos de reunião e de participação política, e a inexistência de eleições livres e justas. No relatório anual sobre direitos humanos do Departamento de Estado norte-americano apontam-se “questões significativas de direitos humanos que incluem a existência de leis de difamação criminal e relatos credíveis de interferência substancial no direito de reunião pacífica, incapacidade dos cidadãos de mudarem o seu Governo pacificamente através de eleições livres e justas, sérias restrições à participação política, incluindo a desqualificação de candidatos pró-democracia nas eleições” em 2021. Quanto à liberdade de expressão, os Estados Unidos assinalaram que esta está prevista na lei, para os órgãos de comunicação social e outros meios de comunicação, mas que “o Governo interferiu neste direito”, dando com exemplo casos associados à criminalização da difusão de rumores e relatos de “crescente censura”.
Hoje Macau EventosCinema | CCM apresenta 11 produções locais de jovens cineastas A 14ª edição da iniciativa “O Poder da Imagem”, que apresenta produções locais de jovens realizadores de Macau, regressa ao Centro Cultural de Macau entre os dias 5 e 8 de Maio. O cartaz promete estar recheado de histórias urbanas, entre o género curta-metragem e documentário O Centro Cultural de Macau, sob a égide do Instituto Cultural, apresenta a 14.ª edição do Macau – O Poder da Imagem, a decorrer de 5 a 8 de Maio (de quinta a domingo) no Pequeno Auditório. A plataforma cinematográfica local está de regresso com uma mescla de realizadores emergentes e experientes que vão estrear uma série de novas narrativas projectadas em seis sessões. Das curtas-metragens e documentários aos filmes de animação, a edição deste ano do Poder da Imagem (LVP) apresenta 11 produções, revelando dramas sociais e humanos, contando tanto histórias pessoais como ficcionais, inspiradas pela família, por experiências urbanas e um sentido de pertença comunitário. Tendo ao longo dos últimos 13 anos comissionado para cima de 140 filmes, o LVP tem estimulado a arte cinematográfica, desafiando realizadores locais a materializar os seus projectos no grande ecrã, alguns dos quais viram as suas produções premiadas pela crítica internacional. Um dos filmes incluídos nesta selecção é “Herança de Família”, de João Nuno Brochado, realizador e docente na Universidade de São José desde 2016. Natural da cidade do Porto, Portugal, João Nuno Brochado é formado em Som e Imagem pela Universidade Católica Portuguesa, tendo já trabalhado na realização de filmes, documentários e campanhas publicitárias. Além da carreira académica, João Nuno Brochado tem a sua própria produtora, a Cimbalino Films. A estreia de “Herança de Família” acontece dia 6 de Maio, podendo ser visto no ecrã do pequeno auditório do CCM juntamente com produções como “O Paraíso Perdido da Aves”, de Suki Chan, “Medusa”, de Zue Ku, e “Voar para Casa”, de Kiwi Chan. Estreias anunciadas No primeiro dia de exibições o cartaz inclui “Jardim de Sonho”, de Tang Chi Fong, e “O Fantasma e o Gato”, de Lei Weng I. O público poderá ainda ver, no dia 5, películas como “O Melhor Presente de Sempre”, de Hao Chit, e “As Traseiras”, de Chao Kin Kuan. No sábado é dia de estreia de “Punctum”, de Kate Ngan Wa Ao, uma artista que trabalha sobretudo com fotografia e media digitais e que estuda na Polónia há seis anos. Também neste dia, serão exibidos “Memória Desenterrada”, de Ho Kueng Lon, e “Trabalho de Casa”, de Io Lou Ian. Haverá ainda lugar a mais duas estreias no domingo, dia 8. Para esta edição de “O Poder da Imagem”, os bilhetes começam a ser vendidos na próxima sexta-feira. O CCM procura, além da exibição dos filmes, “oferecer um olhar mais próximo aos trabalhos em estreia”, estando por isso previstas conversas com os realizadores após a projecção de cada filme.
Hoje Macau PolíticaDesemprego | FAOM alerta Ho Iat Seng sobre impacto de medidas anti-pandémicas A Federação das Associações dos Operários de Macau alertou o Chefe do Executivo para os efeitos das medidas adoptadas no controlo da pandemia, como o “enorme impacto para a economia” e o “aumento do desemprego”. A posição da associação tradicional foi tomada durante um encontro com Ho Iat Seng que decorreu na quinta-feira à noite, na sede do Governo. Segundo a FAOM a situação actual é “difícil”, pelo que é necessário injectar dinheiro na economia, através do cartão de consumo, e activar o mecanismo para expulsar os trabalhadores não-residentes, para criar postos de trabalho para os residentes. A associação presidida por Ho Sut Heng pediu ainda a Ho Iat Seng que aposte mais na formação subsidiada dos desempregados, que melhore os esquema de estágios nas empresas, e que crie um mecanismo de apoio para os trabalhadores em layoff, ou que estejam impedidos de trabalhar devido às medidas do Governo de controlo da pandemia. Entre os pedidos, constou ainda a necessidade de reforçar a rede das associações de apoio à população. Por sua vez, o Chefe do Executivo afirmou estar receptivo às sugestões apresentadas pela FAOM sobre temas da economia e emprego que preocupam a população. Ho Iat Seng destacou também que o Governo da RAEM está “altamente atento” às questões do emprego e que vai melhorar gradualmente o plano de estágio ‘Criar Melhores Perspectivas de Trabalho’ e o plano de formação subsidiada.
Hoje Macau Grande Plano MancheteChina | Fábricas temem impacto de confinamentos e de política de casos zero A maior fabricante dos telemóveis Iphone do mundo, a Foxconn, teme impactos na produção com o confinamento decretado em algumas áreas da zona económica do aeroporto de Zhengzhou. Por sua vez, a situação da pandemia em Xangai traz receios aos fabricantes de automóveis na China, que teve um crescimento económico de 4,8 por cento no primeiro trimestre, abaixo da meta traçada de 5,5 por cento O tecido industrial chinês parece começar a ressentir-se das medidas adoptadas pelas autoridades para lidar com a pandemia, nomeadamente com a implementação de confinamentos e a continuação da política de casos zero de covid-19. Estas medidas influenciam os ritmos normais de produção e, consequentemente, os ganhos económicos. A mais recente implementação do confinamento de várias áreas da zona económica do aeroporto de Zhengzhou, na província central de chinesa Henan, devido ao aumento dos casos da covid-19, é disso exemplo. A Foxconn, maior produtora mundial de iPhones, cuja fábrica se situa nesta zona, poderá ver a sua produção afectada, uma vez que o confinamento, anunciado na sexta-feira, envolve a proibição de circulação. Segundo noticiou no sábado o South China Morning Post, o pessoal da fábrica tem sido submetido a testes nos últimos dias. Até agora, nem a Foxconn, nem a Apple comentaram as consequências destas medidas, que podem comprometer a cadeia de abastecimento do gigante da tecnologia, já afectado pelo encerramento forçado de outros fornecedores localizados no leste do país, tais como Pegatron Corp, na província de Jiangsu, e Quanta Computer, em Xangai. A Foxconn já teve de encerrar as fábricas em Shenzhen, durante duas semanas, embora tenham agora reiniciado a produção. Automóveis em suspenso Entretanto, também os fabricantes de automóveis podem ser forçados a suspender a produção no país, em Maio, devido a interrupções no fornecimento de componentes, causadas pelo bloqueio de Xangai, que enfrenta um surto de covid-19. O alerta foi dado por He Xiaopeng, co-fundador e presidente da Xpeng, um dos principais fabricantes de veículos eléctricos da China, numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social WeChat, e citada pela imprensa local. “Se os fornecedores dentro e ao redor de Xangai não conseguirem encontrar uma maneira de retomar as operações e a produção, todas as fábricas de veículos da China podem ter de suspender a produção em maio”, previu o executivo. O CEO do grupo tecnológico Huawei, Yu Chengdong, também compartilhou as previsões pessimistas para as cadeias de fornecimento industriais, devido ao confinamento de Xangai. Embora destacando o impacto para o sector automóvel, acrescentou que todas as indústrias de tecnologia cuja cadeia de fornecimento passa por Xangai vão ser afectadas, o que geraria perdas económicas “muito altas”, segundo o portal de notícias Sohu. A “Gigafactory” em Xangai da fabricante norte-americana de veículos eléctricos Tesla, que representa cerca de metade dos automóveis produzidos pela empresa a nível mundial, tem as suas operações suspensas desde 28 de Março. O primeiro trimestre “foi excepcionalmente difícil devido a interrupções na cadeia de fornecimento e à política de ‘zero covid’ da China”, explicou o CEO da Tesla, Elon Musk, no início deste mês, através da sua conta oficial no Twitter. Este domingo, a agência estatal chinesa Xinhua noticiou que um dos maiores produtores de computadores portáteis do mundo, o Quanta Group, regressou à produção na fábrica situada em Xangai “com um restrito conjunto de medidas de prevenção e uma gestão aproximada [da situação] a decorrer”. Cerca de dois mil trabalhadores desta fábrica regressaram aos seus postos de trabalho na sexta-feira, sendo que seis mil deverão voltar ao trabalho até sexta-feira, disse Walter Lee, vice-presidente associado do grupo para a área da produção. Estes trabalhadores realizaram uma quarentena de 14 dias e efectuaram testes de despistagem à covid-19 com resultado negativo. De frisar que o Quanta Group é um dos grandes produtores dos computadores portáteis da Apple, além de ser um dos principais fabricantes dos computadores de bordo e unidades de controlo da Tesla, na China. Walter Lee adiantou que, apesar do impacto da covid-19, o grupo obteve um aumento de 15 por cento no valor de produção no primeiro trimestre. A empresa está ainda confiante de que pode crescer mais este ano, acrescenta a mesma notícia. Segundo o canal de rádio e televisão de Hong Kong RTHK, a cidade de Xangai registou este domingo um total de 21.582 casos assintomáticos, um aumento de 3.238 casos assintomáticos em relação a sábado. Por sua vez, a China reportou no sábado um total de 26.016 novos casos locais, sendo que 3.504 casos são assintomáticos. Governo promete ajuda Na sexta-feira, as autoridades chinesas prometeram ajudar empresas e indústrias de sectores chave da economia que lidam com os impactos do confinamento em Xangai. O Ministério da Indústria e Informação Tecnológica da China promete trabalhar, segundo a Reuters, com 666 empresas que produzem semi-condutores, automóveis e medicamentos para que possam regressar à produção normal, foi anunciado em comunicado. Relativamente ao transporte de mercadorias, foi também anunciado na sexta-feira a criação de um passe nacional que permita veículos movimentarem-se entre zonas de alto risco sem atrasos, perante a apresentação de testes à covid-19 negativos, com uma validade de 48 horas, e uma temperatura corporal normal. Um estudo apresentado no passado dia 7, pela Gavekal Dragonomics, conclui que 87 das 100 maiores cidades chinesas com muita produção interna impuseram medidas de confinamento. Também a Air China reportou perdas de 70 por cento de tráfego aéreo em Março, por comparação a igual período de 2021. Os preços do imobiliário registaram, em Março, uma estagnação, pela segunda vez consecutiva, em 70 grandes cidades chinesas, pois as medidas anti-covid-19 reduzem a confiança dos consumidores. Apesar dos sinais de alerta enviados pelos sectores económicos, o presidente chinês, Xi Jinping, não parece disposto a apostar numa política alternativa para lidar com a pandemia. Na última quinta-feira, o dirigente máximo do país defendeu que a China deve manter a política de tolerância zero à covid-19, sinalizando a manutenção das rígidas medidas anti-pandemia no país, apesar dos crescentes custos económicos e sociais. “Devemos persistir e colocar as pessoas acima de tudo, as vidas acima de tudo (…) Devemos aderir à precisão científica”, disse Xi Jinping, durante uma visita à ilha de Hainan, no extremo sul do país, segundo a imprensa estatal. “A actual pandemia global ainda é muito grave e não podemos relaxar o trabalho de prevenção e controlo. Só com persistência sairemos vencedores”, afirmou. Crescimento abaixo Entretanto foi anunciado um crescimento da economia chinesa de 4,8 por cento no primeiro trimestre, abaixo da meta estipulada por Pequim para este ano, de 5,5 por cento. O crescimento acelerou, em relação ao ritmo de 4 por cento atingido no trimestre anterior, quando o Governo chinês restringiu o acesso ao crédito pelo vasto sector imobiliário do país. Os gastos nos sectores retalho e manufactureiro, e o investimento em fábricas, imóveis e outros activos fixos, aumentaram. “A recuperação da economia nacional foi sustentada e a gestão da economia foi geralmente estável”, apontou Fu Linghui, porta-voz do Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês, em comunicado. Contudo, as vendas a retalho, um indicador dos gastos do consumidor, caíram 3,5 por cento, em Março, – a primeira contração desde Julho de 2020 – à medida que as autoridades endureceram as medidas antipandemia, visando combater o surto mais grave no país em mais de dois anos. A meta de crescimento de 5,5 por cento anunciada para este ano é a menor em três décadas. Fu Linghui apontou para os “surtos frequentes” de covid-19 na China e um “ambiente internacional cada vez mais grave e complexo”. “Com o ambiente doméstico e internacional a tornar-se cada vez mais complicado e incerto, o desenvolvimento económico enfrenta dificuldades e desafios significativos”, apontou. Os dados dos primeiros três meses do ano não expressam o impacto do bloqueio de Xangai. Analistas do grupo japonês de serviços financeiros Nomura estimaram, na semana passada, que 45 cidades, que correspondem a 40 por cento do PIB (Produto Interno Bruto) da China, estavam sob medidas de confinamento, completas ou parciais, e acrescentaram que o país estava em “risco de entrar em recessão”. A produção industrial, que foi um grande impulsionador da recuperação inicial da China da pandemia, em 2020, aumentou 5 por cento em Março, em relação ao mesmo mês do ano anterior. O investimento em activos fixos aumentou 9,3 por cento, nos primeiros três meses de 2022, em termos homólogos. Nas últimas semanas, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, alertou repetidamente sobre os riscos económicos. Também o Presidente chinês, Xi Jinping, apontou, em Março, para a necessidade de minimizar o impacto económico das políticas anti-pandemia, apesar de ter defendido, na última quinta-feira, a aposta na continuação da política de zero casos covid-19 no país. Para além de Xangai, também as cidades de Jilin e Changchun, importantes centros industriais do nordeste da China, encontram-se sob confinamento total há mais de um mês. A.S.S.
Hoje Macau SociedadeMacau só tem um curso superior para reclusos e não contempla mulheres A licenciatura em Serviço Social da Universidade de São José, o único curso superior acessível no sistema prisional de Macau, quer apoiar a transição para a reinserção social, mas, para já, só chega à população masculina. Antes de ser condenado a 19 anos e dois meses de prisão por rapto, Chan Sai Lok (nome fictício) já era acompanhado por uma assistente social. Por isso, quando, em reclusão, tomou a decisão de prosseguir os estudos universitários, fez de tudo para seguir Serviço Social. “Os assistentes sociais são uma espécie de anjos”, diz. Em liberdade há dois anos, Chan foi quem desencadeou a parceria de cerca de duas décadas entre o Estabelecimento Prisional de Coloane e a Universidade de São José (USJ), ao enviar uma carta à instituição de ensino superior católica. Na altura, 2009, cumpria pena há uma década, quando leu um anúncio no jornal sobre os cursos da USJ. “Escrevi-lhes sem saber se iriam reagir, mas felizmente responderam-me uma semana depois”, lembra. “Com pouco que fazer na cadeia”, Chan chegou a trabalhar na biblioteca e no ginásio do estabelecimento prisional, mas nada trouxe “mais esperança” ao então jovem de 28 anos do que este projeto “para o futuro”. “Existem tantas adversidades lá fora, e eu achava, naquela altura, que precisava de me atualizar e preparar-me para esses desafios”, recorda. Ao longo dos dez anos que o separavam da liberdade definitiva, Chan completou um ano curricular, dedicando-se a uma nova rotina atrás das grades: “Tínhamos uma sala de aulas, frequentávamos o curso quatro ou cinco dias por semana e, como eu partilhava a cela, estudava na cama”. O Programa de Desenvolvimento na Prisão (Prison Outreach Programme, em inglês) foi lançado em 2009, com o objetivo de preparar os reclusos “para o futuro, para a reintegração social e para uma melhor transição na comunidade”, explicou a coordenadora do projeto, Helen Liu, referindo que a seleção dos candidatos “é rigorosa”, sendo exigida uma carta de intenções e uma entrevista. “Estas pessoas têm um historial singular e, na formação em Serviço Social, existe uma abordagem mais humana, por isso penso que conseguem usar a história pessoal e o passado e aplicá-los neste campo”, refere a académica, justificando assim o interesse dos reclusos nesta área de trabalho. Suspensa durante alguns anos devido a problemas ligados à gestão de pessoal da USJ, a colaboração entre a prisão e a universidade foi retomada em 2018, num formato “mais estruturado”, sendo que agora, por exemplo, a última fase da licenciatura exige ao estudante que esteja em liberdade. Esta formação em Serviço Social é o único curso superior acessível em todo o sistema prisional de Macau e é frequentada atualmente por 16 reclusos, segundo dados enviados à Lusa pela Direção dos Serviços Correcionais (DSC). A maioria, sete, tem entre 21 e 30 anos, cinco pertencem à faixa etária dos 31-40 anos e quatro estão entre os 41 e 50 anos de idade. No entanto, entre os estudantes não há mulheres. “Homens e mulheres não podem estar juntos, mas há pouco tempo o nosso diretor recebeu uma carta da ala feminina a revelar interesse”, sustenta a coordenadora Helen Liu, referindo, além disso, que o curso é lecionado em chinês e não tem uma variante em português, uma das línguas oficiais do território. Questionada sobre a possibilidade de o programa ser estendido às mulheres, a DSC frisou que nunca recebeu pedidos nesse sentido, mas, caso isso aconteça, serão considerados. Paul Pun, secretário-geral da Cáritas Macau, a organização que apoiou no passado esta parceria, com o reforço do pessoal docente, alerta que o ensino superior deve chegar a toda a população prisional, além de defender a criação de outros projetos de educação terciária para os reclusos. “São pessoas que têm muito tempo dentro da prisão e podem usar essa energia para estudar e planear o futuro”, explica o líder da Cáritas Macau, responsável pelo Lar de Acolhimento Temporário, que abriga, numa fase transitória, “ex-reclusos com dificuldades em encontrar uma casa”. Por outro lado, a académica Helen Liu diz que “é importante fazer o acompanhamento destas pessoas” no período pós-reclusão. “Na prisão, têm uma rotina, mas cá fora, com outros estímulos e ambiente, pode haver alguma confusão e, se não os guiarmos devidamente, podem voltar ao passado”, considera. Chan Sai Lok tem hoje 40 anos, vive com os pais e trabalha para uma organização não-governamental como coordenador de atividades, enquanto termina o penúltimo ano da licenciatura. Em Macau, “apesar de hoje ser melhor”, prevalece uma imagem negativa em relação a quem viveu prisioneiro, lamenta Chan, que admite sentir “algum distanciamento” por parte dos colegas e dos velhos amigos. Para o próximo ano letivo, o estudante deverá começar a última fase do percurso universitário, o estágio curricular, tornando-se, assim, no primeiro finalista do Programa de Desenvolvimento da Prisão da USJ.
Hoje Macau PolíticaMota-Engil | Lionel Leong no conselho de administração da empresa Lionel Leong, ex-secretário para a Economia e Finanças, é o mais recente membro do conselho de administração da Mota-Engil, empresa portuguesa ligada ao ramo da construção civil. Segundo a notícia avançada pelo Jornal de Negócios, a próxima assembleia-geral da empresa vai discutir um aumento do número de membros do conselho de administração de 14 para 15, propondo ainda a eleição de um sexto administrador ligado ao grupo CCCC – China Communications Construction Co, que detém, desde o ano passado, 32,41 por cento do grupo. O nome de Lionel Leong consta na proposta para cumprir um mandato de três anos (2021-2023).
Hoje Macau EventosMAM | Exposição “Imaginação Selvagem” decorre até Junho O Museu de Arte de Macau (MAM) tem patente, até ao dia 19 de Junho, a exposição “Imaginação Selvagem: Arte a Tinta Contemporânea em Guangdong-Hong Kong-Macau de 2000 a 2022”. Trata-se de uma mostra organizada pelo Instituto Cultural (IC) e pelo Departamento de Cultura e Turismo da Província de Guangdong, integrando a 32ª edição do Festival de Artes de Macau. A exposição “apresenta a natureza de auto-demonstração e a expressão criativa da arte a tinta contemporânea em Guangdong, Hong Kong e Macau, analisando e estudando as obras expostas do ponto de vista da história ideológica e da sociologia”. Dividindo-se em quatro secções, de acordo com o respectivo tema e método, nomeadamente “Natureza como Poesia”, “Imaginação Selvagem – Imagem”, “Pensamento Metafísico” e “Paisagens em Tinta e Água”, a exposição reúne cerca de 80 peças ou conjuntos de arte a tinta contemporânea da autoria de mais de 50 artistas de Guangdong, Hong Kong e Macau. O objectivo é “observar, classificar e resumir a evolução desta arte nestas três regiões do século XXI ao presente através de uma série de obras de arte criadas em diferentes fases”. A exposição reúne, assim, “obras de pintura a tinta contemporâneas, técnica mista, animação, instalação de vídeo e instalação”, pretendendo revelar “a evolução da arte a tinta na região da Grande Baía, que partiu da pintura tradicional chinesa para se transformar numa linguagem de arte contemporânea internacional nas últimas duas décadas”.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | John Lee quer reestruturação governamental pronta até Julho O único candidato ao cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong disse que a reestruturação governamental anunciada por Carrie Lam deve estar concluída até ao dia 1 de Julho, data em que o novo Executivo toma posse. Em campanha eleitoral, John Lee ouviu dos deputados que a comunicação entre o LegCo e o Governo deve melhorar John Lee, único candidato ao cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong, quer que Carrie Lam, actualmente em funções, possa concluir o plano de reestruturação governamental até ao dia 1 de Julho, data em que o novo Executivo assume funções. As eleições estão agendadas para o dia 28 de Maio. Segundo o canal de rádio e televisão RTHK, John Lee disse esperar que “o actual Governo possa completar o plano de reestruturação antes que a nova Administração entre oficialmente em funções, e acredito que é isso que o actual Governo pretende fazer”. Em causa está a criação de novos órgãos públicos, como é o caso de uma nova direcção de serviços para a área da cultura, desporto e turismo. Pretende-se ainda dividir a direcção dos transportes e habitação, entre outras alterações. “Claro que exige alguma rapidez dado o tempo que resta, mas estou confiante que o trabalho de preparação já está a ser feito pela actual Administração”, adiantou John Lee, que tem estado em campanha eleitoral e que proferiu estas declarações aquando de uma visita, no sábado, ao Parque Científico e à Associação das Sociedades dos Novos Territórios. John Lee busca aumentar a competitividade de Hong Kong através da ciência, tecnologia e inovação, além de querer reforçar o poder das comunidades locais. O pedido do LegCo No domingo, num encontro online, os deputados do Conselho Legislativo (LegCo) pediram a John Lee para que haja uma melhor comunicação entre o parlamento local e o novo Executivo. “Parece-me que os deputados dizem o que querem dizer, enquanto que os membros do Governo fazem o que querem fazer. Parece haver pouca conexão entre os dois lados”, adiantou Tik Chi-yuen. Por sua vez, Sun Dong defendeu que “se não é garantido que as posições importantes na polícia são ocupadas por pessoas íntegras e com capacidade política, os chamados ‘patriotas que administram Hong Kong’ representam apenas um conceito vazio”. Paul Tse espera que Hong Kong possa revelar melhor as suas características específicas como território para que não venha a ser confundida como “mais uma cidade na China”. Neste sentido, a nova Administração deve estar consciente da imagem de Hong Kong no mundo e usar bem as palavras na comunicação com outros governos.
Hoje Macau China / ÁsiaTrês astronautas chineses regressam à Terra depois de 183 dias no espaço Os três astronautas da missão Shenzhou-13 regressaram no sábado à Terra, depois de seis meses na estação espacial chinesa, a mais longa estada de sempre no espaço para a China, noticiou a televisão estatal chinesa CCTV. Com 183 dias no espaço, esta tripulação bateu o recorde chinês para uma estada no espaço, de 92 dias e estabelecido em 2021 durante a anterior e primeira missão tripulada, Shenzhou-12, com destino à estação. A tripulação integrava o comandante Zhai Zhigang, de 55 anos, Ye Guangfu, de 41, e Wang Yaping, de 42, a segunda chinesa no espaço. Uma análise à saúde dos astronautas de Shenzhou-13 vai permitir à China conhecer mais sobre o impacto da ausência prolongada de gravidade no corpo. Em seis meses, a tripulação realizou dois cursos na Internet para crianças chinesas em idade escolar, realizou experiências, aperfeiçoou os conhecimentos sobre estadas de longa duração e continuou a construir a estação espacial chinesa Tiangong (“Palácio Celestial”), que deverá estar concluída até ao final deste ano. Aterragem “perfeita” Equipas de resgate deslocaram-se de imediato ao ponto de aterragem, na região autónoma chinesa da Mongólia Interior (norte), de acordo com a agência de notícia chinesa Xinhua. A aterragem “foi perfeita e os três ‘taikonautas’, como são conhecidos os astronautas chineses, estão em muito bom estado”, indicou o diário Global Times, que citou o Centro de Controlo Aeroespacial de Pequim. O regresso à Terra demorou cerca de nove horas, depois da Shenzhou-13 concluir a separação do módulo principal da estação espacial chinesa. Este ano, a China vai enviar para a Tiangong “dois módulos experimentais, duas naves tripuladas e duas naves de carga”, de acordo com os planos anunciados pelas autoridades chinesas. A estação deverá entrar numa “fase de construção” a partir de maio, estando previsto que os ‘taikonautas’ da Shenzhou-14 e da Shenzhou-15 concluam os trabalhos de construção da Tiangong, que deverá manter-se em funcionamento durante 15 anos, a orbitar a cerca de 400 quilómetros da superfície terrestre.
Hoje Macau SociedadeBNU | Chineses continuam interessados nos mercados lusófonos Apesar do impacto da covid-19, os investidores chineses continuam interessados nos países de língua portuguesa, disse o diretor-geral da sucursal do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Hengqin. Baal Loi disse à Lusa que, devido às restrições de entrada impostas, tanto em Macau como na China, para controlar a pandemia, os projetos pensados para a ilha “não estão a avançar tão depressa como antes”. Mas os empresários chineses “continuam a procurar contactos com empresas dos países de língua portuguesa para pelo menos estabelecer novos negócios”, disse o executivo bancário. Loi acredita que a pandemia trouxe novas oportunidades para Macau, nomeadamente devido ao confinamento imposto para controlar surtos de covid-19 na vizinha região de Hong Kong, um dos principais centros financeiros da China. “Vemos algumas mudanças. Há cada vez mais empresas a estudar como usar Macau e Hengqin como plataforma, em vez de Hong Kong e Shenzhen”, revelou. O diretor-geral da sucursal do BNU em Hengqin acredita que o interesse pela ilha deverá crescer quando for divulgado o plano detalhado de desenvolvimento da zona económica especial e quando for removida a fronteira com Macau. “Acredito que provavelmente depois de junho vamos ter novidades quanto a isso”, acrescentou. O BNU em Macau, que faz parte do grupo Caixa Geral de Depósitos, registou um lucro de 447,4 milhões de patacas em 2021, mais 6,4% do que em 2020. Nos primeiros nove meses de 2021, a sucursal do banco em Hengqin registou um aumento na margem financeira de 76,5%. Baal Loi disse que os resultados para todo o ano de 2021 ainda estão a ser contabilizados, mas admitiu que o volume de negócios sofreu “uma pequena desaceleração”. O executivo falou à Lusa após uma palestra sobre o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, na Universidade de Macau. Durante a palestra, Loi disse que o futuro de Macau como plataforma comercial entre a China e os países de língua portuguesa “deve ser muito bom, desde que as pessoas o queiram, porque a infraestrutura já lá está”. O responsável defendeu que, na última década, o nível de vida elevado e o rápido crescimento da região não encorajou os habitantes de Macau a procurarem novos negócios além do jogo, o setor dominante da economia local. Em março, o diretor executivo do BNU, Sam Tou, disse à Lusa que o banco quer ter uma maior presença na região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e está a ponderar abrir uma nova agência em Guangzhou ou Shenzhen.
Hoje Macau China / Ásia90% dos internautas chineses acusam EUA de pretenderem hegemonia O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Zhao Lijian opôs-se firmemente à hegemonia dos EUA quando lhe foi pedido que comentasse um novo inquérito conduzido por Huanqiu.com, que mostrou que quase 90 por cento dos internautas chineses acreditam que os EUA são um país hegemónico e um desestabilizador na questão da Ucrânia. “Tomei nota da sondagem, que reflecte a voz pela justiça da maioria”, disse Zhao numa conferência de imprensa na terça-feira. “O desdobramento da questão da Ucrânia é absolutamente claro. Os movimentos da OTAN liderada pelos EUA agravaram a tensão entre a Rússia e a Ucrânia até ao ponto de ruptura. Os EUA, em vez de tomarem medidas reais para aliviar a situação, têm vindo incessantemente a adicionar combustível à fogueira, aumentando o conflito, forçando outros países a escolher lados e criando um efeito arrepiante de ‘amigo ou inimigo’”, observou Zhao. “O que pode isto representar além de hegemonia e intimidação?”, perguntou. A 30 de Março, o relato oficial Weibo de Huanqiu lançou uma série de sondagens perguntando aos internautas “qual é o papel dos EUA na questão da Ucrânia”, “como vêem a ameaça dos EUA de sancionar a China”, e o que pensam da “Estratégia Indo-Pacífico dos EUA”. Entre as respostas recebidas até quinta-feira, 89,2% dos inquiridos acreditam que os EUA são um país hegemónico e um desestabilizador na questão da Ucrânia. Apenas 5,6 por cento, ou 672 pessoas, pensam que os EUA são justos, enquanto 5,2 por cento dizem não ter a certeza. Cerca de 92,2% dos inquiridos acreditam que a ameaça dos EUA de sancionar a China é um comportamento intimidatório e coercivo que não pode esconder a sua verdadeira intenção. Apenas 4,2% acreditam que os EUA pretendem acabar com a guerra e promover a paz, e 3,6% afirmaram não ser claro. Zhao salientou que os EUA também têm estado constantemente a espalhar desinformação para difamar a China e distorcer a posição responsável da China de facilitar as conversações de paz. “A sua ordem do dia é transferir as culpas, fazer provocações, lucrar com a situação e procurar espaço para reprimir a China e a Rússia simultaneamente. O que pode isto ser além de hegemonia e intimidação?” “A questão da Ucrânia revela o que os EUA fazem para conseguir a hegemonia e a intimidação. Agarrando-se à mentalidade da Guerra Fria, os EUA estão obcecados em traçar linhas ideológicas ao formar cliques fechadas e exclusivas e fomentar a oposição e o confronto. A verdadeira agenda é prolongar a hegemonia e a política de poder dos EUA. Sob a bandeira da democracia, liberdade e direitos humanos, os EUA instigam ‘revoluções coloridas’ que provocam disputas regionais, e chegam ao ponto de travar directamente guerras contra outros países que agravam as tensões na situação de segurança regional e global”, afirmou Zhao, observando que o esquema é o lucro de por enormes interesses económicos e vantagens geopolíticas através da instabilidade. “Empunhando deliberadamente o bastão das sanções unilaterais, os EUA também se envolvem em coerção económica que mina gravemente a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais”, disse Zhao. O porta-voz exortou os EUA a enfrentarem a opinião pública mundial, incluindo a China, a rejeitarem a mentalidade da Guerra Fria e da soma zero, bem como o pensamento obsoleto de procurar a sua segurança absoluta à custa da dos outros, e a regressarem ao caminho da defesa da equidade e da justiça internacionais.
Hoje Macau Manchete PolíticaFMI | PIB cresce 15,5% este ano e 23% em 2023. Nível pré-pandémico só em 2025 A braços com a crise gerada pela pandemia, Macau deverá ver o seu PIB crescer 15,5 por cento este ano. Segundo o Fundo Monetário Internacional, será apenas em 2025 que o PIB deverá ultrapassar o nível pré-pandemia devido à retoma gradual da procura interna e do regresso dos turistas. Nova lei do jogo, crise imobiliária e surtos de covid-19 são ainda “grandes riscos” O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau deverá crescer 15,5 por cento este ano e 23 por cento em 2023, mas o nível pré-pandemia só será alcançado em 2025, indicam as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgadas ontem, citadas pela agência Lusa. A retoma económica será “impulsionada pelo regresso gradual de turistas e pela recuperação da procura interna”, assinala-se no relatório, que justificou a estimativa de crescimento em 2023 com o “aumento do investimento ligado à emissão de novas concessões de jogo e maior integração com a área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. O FMI prevê que depois, a partir de 2024, o crescimento irá convergir para 3,5 por cento, indicando ao mesmo tempo que a inflação deve acelerar em 2022 e estabilizar em cerca de 2,5 por cento a médio prazo. “O regresso gradual dos turistas e o reforço da procura interna vão apoiar a recuperação a curto prazo, ao mesmo tempo que o aumento do investimento, ligado à emissão de novas concessões de jogo, e uma maior integração na Grande Baía impulsionará o crescimento a médio prazo. No entanto, dada a profundidade das perdas económicas durante a pandemia, o nível do PIB deverá ultrapassar o seu nível pré-crise apenas em 2025”, indicou. Pedras no caminho O FMI assinalou ainda que, apesar do controlo da pandemia de covid-19 e a integração “mais rápida” do que seria expectável na Grande Baía, “uma regulamentação mais rígida na indústria do jogo” e algum impacto no sector financeiro “poderá abrandar o ritmo da recuperação”. “A resposta política do Governo ajudou a estabilizar o emprego e o consumo, preservando a saúde e a segurança das pessoas. No entanto, o colapso da actividade económica, principalmente devido às fracas exportações de serviços, destacou a dependência excessiva da RAEM na indústria do jogo”, acrescenta o relatório. O FMI salientou também que permanecem “grandes riscos” para Macau. Além de um possível ressurgimento da pandemia de covid-19 e da nova legislação ligada ao jogo, sublinha-se o impacto negativo da proibição na China continental de serviços de ‘marketing’ associados aos casinos, bem como o efeito de uma possível crise do setor imobiliário de larga escala a nível nacional. Por outro lado, “a diminuição da capacidade de serviço da dívida das famílias devido às perdas de rendimento induzidas pela pandemia e às pressões mais restritivas sobre as empresas não financeiras decorrentes do contexto global podem afectar negativamente o sistema bancário”, referiu. “A mudança climática é uma preocupação de longo prazo para a economia”, de acordo com o relatório.
Hoje Macau China / ÁsiaJohn Lee apresenta formalmente candidatura para liderar Hong Kong O ex-número dois do Governo de Hong Kong, John Lee, considerou hoje que ser o único candidato ao cargo de líder do território “não é fácil”. Ao apresentar formalmente a candidatura, Lee disse ter já o apoio de 786 membros do comité de eleição, com 1.500 patriotas próximos de Pequim, que indicou já não apoiar mais ninguém, responsáveis por nomear o chefe do executivo para os próximos cinco anos, a 08 de maio. O antigo polícia, de 64 anos, deverá suceder a Carrie Lam, cujo mandato termina a 1 de Julho. “Não é fácil, porque trabalhei muito para explicar a vários membros [do comité] qual será a minha plataforma eleitoral”, disse Lee a um jornalista, que perguntou ao candidato se esperava uma viagem fácil sem adversários. A plataforma de Lee ainda não foi divulgada. Até agora, o candidato disse que vai governar “orientado para resultados”, sem dar qualquer indicação concreta das políticas que pretende prosseguir. “Será uma nova sinfonia, e eu serei o maestro”, afirmou, no sábado. John Lee foi o número dois no Governo de Hong Kong até à semana passada, altura em que apresentou a demissão para poder candidatar-se. Antes, foi responsável pela segurança do território e, nessa qualidade, liderou a resposta policial aos protestos pró-democracia em 2019 e à subsequente repressão de dissidentes. Tal como Carrie Lam, Lee integra o grupo de 11 funcionários de Hong Kong e chineses sancionados pelos Estados Unidos, em 2020, por “minar a autonomia de Hong Kong e restringir a liberdade de expressão ou de reunião”.
Hoje Macau EventosMúsica | Amizade é tema central de “Conversas Ilustradas com Música” A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta, na quinta-feira, dia 21, às 18h30, mais uma palestra inserida na iniciativa “Conversas Ilustradas com Música”, desta vez sob o tema da Amizade. A sessão conta com a participação de Shee Va e José Carlos Pereira, que vão abordar temas como o “afecto, carinho, estima e dedicação”. Além disso, a sessão conta com a música dos compositores Benjamin Britten e Dmitri Shostakovich. “Pese embora tenham estado separados pela língua e pela Cortina de Ferro em tempos de Guerra Fria, sempre se entenderam através da arte e da profunda admiração que nutriam pela música um do outro”, aponta a FRC, em comunicado. Exemplo disso foi o facto de Britten ter dedicado a Shostakovich a sua ópera “O filho pródigo”, tendo este retribuído com a XIV Sinfonia. Ambos foram verdadeiros alicerces na construção da música do Século XX, o que levou o maestro britânico Jan Latham-Koening a fundar a Britten-Shostakovich Festival Orchestra, que agrega jovens músicos oriundos dos Conservatórios dos dois países de origem dos dois compositores. De frisar que este evento ocorre no âmbito do décimo aniversário da FRC.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasOs Girassóis de Odessa e poemas afegãos Luis Gustavo Cardoso https://revistapiparote.com.br OS GIRASSÓIS DE ODESSA¹ Quando a lua abre caminho entre os girassóis de Odessa sei de um perfume que arrepia os campos: Spasiba, Trachimbrod. Em cada haste na terra fértil pétalas, feito moinhos, retêm do vento o conto inquieto de outros cantos: Spasiba, Trachimbrod. Sei de uns seios firmes, calmos, brancos de cujas tetas mornas sabe a chuva e o leite branco a esperar nas portas: Spasiba, Trachimbrod. AFEGÃO O afago do afegão sobre a barba de outro é feito afago de mãe que não recebeu jamais carinho de filho. O afago do afegão sozinho é o maior dos carinhos. TALIBÃ Pense na barba do Talibã Na textura dos pelos secos e empoeirados Onde os traços do rosto se perdem Cavados na terra feito as vias do país Zeloso ele guarda o fuzil e a paz de seus companheiros: todos solteiros. ALI KHAN Ali Khan é avô de outra menina sem nome e sem um dos olhos, o esquerdo, que só com o direito pode ver a fumaça: Minas brotam do chão. Ali Khan e a neta assistem à explicação: sob as oliveiras o instrutor descreve minas, bombas, toda sorte de munição. Outras crianças afegãs sem nome, sem idade têm o rosto tocado pelo vento que arrasta as folhas das árvores: manhã de sol do afegão. Devem aprender onde pisar no chão onde não tocar onde se esconder. Com 4, 5, 6 anos as crianças afegãs não têm idade. Ali Khan também não. O VOO DO AFEGÃO Hoje vi um afegão voando direto das asas de um avião. Não era um juiz brasileiro, não era um caça espião. Era um homem sem asas No meio de algum lugar Caindo sentado no chão. O poema Os Girassóis de Odessa integra o livro “Noite Grande” (2017). Os poemas afegãos são inéditos.
Hoje Macau EventosIPOR | 2ª edição do “Letras&Companhia” arranca na próxima semana Começa no próximo dia 23 a segunda edição do festival literário e cultural “Letras & Companhia”, organizado pelo Instituto Português do Oriente (IPOR) e pensado para pais e filhos. Segundo um comunicado, esta iniciativa promove actividades “dinâmica intergeracional em torno do conceito dos ‘três L’s’: língua, livro e leitura”. Desta forma, pretende-se “motivar os jovens para a aprendizagem da língua portuguesa, envolvendo instituições de ensino, professores e educadores como promotores activos de divulgação, ao mesmo tempo que se incentiva a criatividade, a cultura, a educação e a construção da cidadania”. Sob o tema “O Mar”, serão realizadas actividades como oficinas de escrita criativa, sessões de histórias contadas em português ou a inauguração da exposição “Zero Resíduos”, em parceria com associações e entidades locais. No dia 23, nas instalações do IPOR, decorrem, entre as 16h e as 18h, actividades como a entrega de mini-bibliotecas às escolas, oficinas de Escrita Criativa, o evento “Uma Noite na… Biblioteca” e ainda o “Mercado das Letrinhas”, entre outras. A 7 de Maio, desta vez na Casa Garden, acontecem, entre as 15h e 18h, eventos como um espectáculo de música ao vivo com François Girouard e Rita Portela, sendo também inaugurada uma exposição intitulada “Zero Resíduos”. Sara Figueira, maquilhadora, irá realizar uma série de pinturas faciais. A Casa de Portugal em Macau apresenta também um espectáculo de marionetas, intitulado “En-Cantos”.
Hoje Macau EventosCinema | FRC apresenta filme japonês “Tampopo” Na próxima terça-feira, às 18h30, será apresentado o segundo filme do ciclo “Gastronomia e Cinema”. Trata-se da produção japonesa “Tampopo”, de Jûzô Itami, uma “elegante” comédia em que a arte culinária constitui um fio condutor entre diversas narrativas. A história principal gira à volta de dois amigos: um camionista e o seu companheiro que um dia, ao pararem num restaurante, são confrontados uma das suas piores experiências degustativas após provarem um intragável Ramen (sopa de macarrão), feito pela proprietária, Tampopo (Nobuko Miyamoto). Tampopo é uma simpática viúva, que perante o seu falhanço culinário, pede-lhes ajuda para melhorar o seu método de confecção. É então que começa um verdadeiro périplo por vários restaurantes, pesquisando, investigando e descobrindo segredos com vista à confecção do Ramen perfeito. Paralelamente à saga de Tampopo e seus amigos, são apresentadas outras pequenas narrativas, as quais se desenrolam sempre à volta da alimentação e seus rituais, com especial destaque para a relação sensorial entre as pessoas e a comida, salientando a importância da gastronomia na cultura e sociedade japonesas. Antes de ser exibido, o filme terá ainda uma pequena apresentação por Dennis Tou Kuok Keong, Chef do restaurante de Ramen Sio Seng Hin, na Taipa.
Hoje Macau SociedadeMáscara limita acesso à educação da comunidade surda, alerta associação A utilização obrigatória de máscara nas universidades de Macau já levou estudantes surdos a abandonarem o ensino superior, denunciou ontem a directora da Associação de Surdos de Macau. “Devido à covid-19, [os estudantes] são obrigados a colocar máscara e, com as dificuldades que isso implica, tenho conhecimento de alguns casos que pararam os estudos”, disse à Lusa, Nerissa Lau, à margem da assinatura de um acordo de colaboração com a Universidade de São José (USJ). É necessário “prestar atenção a estas questões e entender as necessidades” da comunidade surda, notou a responsável, referindo que existe a possibilidade da utilização de “máscaras transparentes” em ambiente de aula, mas que, para isso, é preciso “reforçar o contacto com as instituições de ensino superior”. De qualquer maneira, “a percentagem de surdos ou pessoas com deficiências auditivas que prosseguem o ensino superior em Macau é bastante baixa”, continuou a directora da associação, que acolhe “cerca de 700 associados”. Em Macau, 4.197 pessoas eram portadoras do cartão de registo de deficiência auditiva, emitido pelo Instituto de Acção Social, no final de 2021. A parceria agora assinada pela Associação de Surdos de Macau e a USJ, focada na educação e na investigação, prevê a inclusão da cadeira de linguagem gestual no currículo da licenciatura de Serviço Social do estabelecimento de ensino superior. Aposta social A USJ será “a única universidade com a disciplina no curso de Serviço Social”, notou o coordenador deste programa de estudos em Serviço Social, Jacky Ho, que espera que o novo currículo esteja disponível “a partir do ano lectivo 2023-2024”. Ao nível da investigação, adiantou o académico, a USJ quer apostar na pesquisa sobre “políticas educativas, previdência social e até de serviços médicos, especificamente criados para este grupo de pessoas”. Entre as áreas de cooperação previstas pelo acordo, está o intercâmbio de especialistas, a colaboração na criação de oportunidades de trabalho de campo na área da assistência social e a colaboração em programas inseridos na região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, referiu a USJ, em comunicado. Para o reitor da USJ, Stephen Morgan, este é mais um passo do estabelecimento educativo na “missão de trabalhar na construção de uma sociedade mais inclusiva”. Durante a assinatura do acordo, o reitor disse que a USJ tem procurado, nos últimos anos, “identificar áreas de necessidade” para trabalhar, sendo “muito importante” a colaboração com organizações não-governamentais. “Ficamos satisfeitos por trabalhar com o Governo, mas a flexibilidade [ao colaborar] com associações para encontrar soluções para as barreiras é maior”, referiu.