Hong Kong | Organizadores de vigília por Tiananmen acusados de serem “agentes estrangeiros”

Um tribunal de Hong Kong decidiu esta quarta-feira que os juízes procuradores podem designar os organizadores da vigília anual em memória do massacre de Tiananmen como “agentes estrangeiros”, sem precisar de referir para quem são acusados de trabalhar.

A decisão foi motivada por razões de segurança nacional, mas as pessoas visadas consideram que a situação dificulta a preparação da sua defesa, antes do julgamento.

Ao longo de 30 anos, a organização Aliança de Hong Kong, agora extinta, realizou uma vigília anual para homenagear as vítimas da repressão da Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989. Estas comemorações foram proibidas desde a entrada em vigor em 2020 da lei de segurança nacional.

Depois de terem processado judicialmente a organização por “incitamento à subversão”, o que constitui uma ofensa à segurança nacional, as autoridades ordenaram que a direção da Aliança de Hong Kong entregasse dados sobre os seus membros, movimentos financeiros e ligações com o estrangeiro.

Para fundamentar o pedido, a polícia acusou a Aliança de Hong Kong de trabalhar como “agente estrangeiro”, retórica que remete para a afirmação de Pequim de que os protestos de Tiananmen foram fomentados por forças estrangeiras e não por um movimento popular.

A recusa em atender a esse pedido levou à prisão, no ano passado, de cinco líderes da organização, incluindo o vice-presidente Chow Hang-tung.

Durante as audiências preliminares, os advogados de defesa pediram aos procuradores que esclarecessem para quem os arguidos são acusados de trabalhar.

Contudo, o juiz Peter Law argumentou que “a divulgação total de todos os documentos sem dúvida resultaria num risco real de sérios danos à segurança nacional”.

De acordo com Albert Wong, advogado de defesa, a transparência é necessária porque o tribunal terá de determinar durante o julgamento se a Aliança era realmente um “agente estrangeiro”. O julgamento de três funcionários da Aliança, incluindo Chow, está previsto começar em 13 de julho.

12 Mai 2022

Ferdinand ‘Bongbong’ Marcos declara-se “presidente eleito” das Filipinas

Ferdinand ‘Bongbong’ Marcos, filho do ex-ditador Ferdinand Marcos declarou-se hoje vencedor das eleições presidenciais que se realizaram na passada segunda-feira nas Filipinas, apesar de ainda não serem conhecidos os resultados oficiais.

Numa conferência de imprensa hoje em Manila, Vic Rodríguez, o porta-voz de ‘Bongbong’ Marcos, disse que o candidato se declara “presidente eleito” e que Sara Duterte-Carpio, filha do anterior chefe de Estado Rodrigo Duterte, vai ser vice-presidente das Filipinas.

De acordo com os resultados provisórios, Marcos obteve 31 milhões de votos (mais de 56%), o dobro da adversária Leni Robredo, enquanto Duterte-Carpio alcançou os 31 milhões de votos.

A contagem dos votos é um processo lento nas Filipinas sendo que o resultado oficial só deve ser conhecido nas próximas semanas.

“Os filipinos falaram de forma decisiva: Ferdinand ‘Bongbong’ Marcos Júnior vai ser o 16.º presidente das Filipinas. Com números históricos, as pessoas usaram o voto para unir a nação. Esta é uma vitória para todos os filipinos e para a democracia”, indicou Rodríguez.

[Marcos] compromete-se a ser o presidente de todos os filipinas e a procurar consensos nas [atuais] divisões políticas e a trabalhar em conjunto para unir a nação”, disse o porta-voz.

“‘Bongbong’ tem interesse em trabalhar em todo o país, com parceiros e organizações internacionais para enfrentar os problemas críticos que a nação enfrenta e quer começar com soluções”, sublinhou Rodríguez.

Um dos primeiros atos públicos de Marcos após as eleições foi a visita ao túmulo do pai, sepultado no Cemitério dos Heróis de Manila, onde depositou flores.

As imagens da visita ao cemitério estão a ser divulgadas hoje através da conta oficial de ‘Bongbong’ Marcos na rede social Twitter.

A visita ocorre um dia depois de Marcos ter afirmado que vai trabalhar para todos os filipinos pedindo para que não sejam julgados os atos do passado.

“Não me julguem pelos meus antepassados mas sim pelas minhas ações”, disse Marcos através do porta-voz, Vic Rodríguez, num comunicado lido na noite de terça-feira.

O regime do pai, antigo ditador das Filipinas, provocou a morte de três mil pessoas em execuções extrajudicialmente e mandou torturar mais de 35 mil cidadãos.

Durante a ditadura (1965-1986), Ferdinand Marcos desfalcou o Estado em mais de 10 mil milhões de dólares.

Recentemente uma campanha de desinformação e propaganda que se prolongou durante os últimos anos tentou branquear o regime autoritário do ditador Ferdinand Marcos (1917-1989).

11 Mai 2022

OMS diz que estratégia de tolerância zero da China “não é sustentável”

A estratégia de tolerância zero à covid-19 da China “não é sustentável”, advertiu esta terça-feira o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), à medida que o país insiste em medidas cada vez mais severas para conter o vírus.

“Não achamos que a estratégia de ‘zero covid’ seja sustentável, considerando o comportamento atual do vírus e o que prevemos no futuro”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa.

“Discutimos esta questão com especialistas chineses e indicamos que a abordagem não é sustentável (…) acho que uma mudança seria muito importante”, acrescentou.

O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, disse também que está na altura de a China repensar a sua estratégia, defendendo que quaisquer medidas para combater a pandemia devem mostrar o “devido respeito pelos direitos individuais e humanos”.

“Precisamos equilibrar as medidas de controlo com o impacto na sociedade e na economia, e isso nem sempre é um equilíbrio fácil”, argumentou.

A China continua a praticar uma política de ‘tolerância zero’ à covid-19, que inclui o isolamento de cidades inteiras e a realização de testes em massa, sempre que um surto é detetado.

O isolamento de Xangai e de importantes cidades industriais como Changchun e Cantão, tiveram forte impacto nos setores serviços, manufatureiro e logístico.

Também Pequim, Suzhou, Shenzhen, Dongguan, que desempenham um importante papel na cadeia industrial do país, foram afetadas por medidas parciais ou totais de confinamento este ano. As reclamações sobre a inconveniência causada pelas medidas antiepidémicas aumentaram.

Um consultor português radicado na capital chinesa, que prefere não ser identificado, disse à Lusa ter recebido ordem para ficar em casa nos próximos 17 dias, após um morador no seu condomínio ter testado positivo.

O condomínio, situado na zona oeste de Pequim, é composto por 12 prédios e abriga mais de cinco mil pessoas. Todos os moradores vão ter que cumprir quarentena e serão sujeitos a seis rondas de testes.

Grades foram colocadas em torno dos edifícios, para impedir a saída dos moradores, segundo fotografias partilhas pelo consultor.

“Todos os prédios foram barricados, apesar de apenas num edifício existir um morador que testou positivo”, descreveu. “Isto faz algum sentido?”, questionou.

No final da semana passada, a China declarou novamente que iria continuar com a estratégia de medidas rígidas no combate ao vírus, considerada um “trunfo importante” do país contra a pandemia, apesar da frustração crescente em Xangai, onde vários residentes confinados vão protestando contra as regras, batendo com panelas e frigideiras nas janelas.

Incólume nos últimos dois anos pandémicos, o gigante asiático enfrenta agora o pior surto desde a primavera de 2020, tendo sido identificados hoje 357 novos casos positivos e seis mortes.

11 Mai 2022

Ferdinand Marcos Jr. com vitória esmagadora nas Filipinas, após 97% dos votos contados

Ferdinand Marcos Júnior, filho do antigo ditador com o mesmo nome, terá alcançado uma vitória esmagadora nas eleições presidenciais de segunda-feira nas Filipinas, segundo os resultados não oficiais divulgados esta terça-feira, já com 97% dos votos apurados.

“Bongbong” Marcos, como é conhecido, de 64 anos, teve mais 30,8 milhões de votos segundo os resultados não oficiais, citados pela agência Associated Press (AP).

O oponente mais próximo, a vice-presidente Leni Robredo, defensora dos direitos humanos, teve 14,7 milhões de votos, enquanto o pugilista Manny Pacquiao, deverá ser o terceiro mais votado, com 3,5 milhões.

Sara Duterte, filha mais velha do chefe de Estado cessante, tem também uma grande vantagem para a eleição para a vice-presidência, um escrutínio diferente e ao qual se apresentaram nove candidatos.

Nesta eleição de uma volta, um candidato só precisa de obter mais votos do que os seus rivais para vencer.

A confirmar-se a vitória, Marcos Jr., 64 anos, substituirá o controverso Rodrigo Duterte como Presidente das Filipinas por um único mandato de seis anos.

O pai do candidato, Ferdinand Marcos, foi deposto em 1986, após uma revolução popular pacífica que pôs fim a um regime corrupto e despótico de 21 anos. O antigo Presidente das Filipinas morreu em 1989, no Havai.

Com uma população de mais de 111 milhões de pessoas, maioritariamente católicas, a antiga colónia espanhola das Filipinas é um arquipélago do Sudeste Asiático com mais de 7.000 ilhas e ilhéus.

A aliança dos descendentes de líderes autoritários está a aumentar as preocupações dos ativistas dos direitos humanos.

Dezenas de manifestantes anti-Marcos reuniram-se na Comissão de Eleições, culpando o organismo pela avaria das máquinas de contagem de votos e outros problemas que impediram as pessoas de votar. As autoridades eleitorais asseguraram que o impacto das máquinas com defeito foi mínimo.

“Uma possível vitória com base em uma campanha construída em mentiras descaradas, distorções históricas e enganos em massa equivale a ludibriar seu caminho para a vitória”, realçou a organização Campanha Contra o Retorno de Marcos e a Lei Marcial.

A Amnistia Internacional manifestou profunda preocupação com a postura de Marcos Jr. e Sara Duterte em evitarem discussões sobre violações de direitos humanos, passadas e presentes, nas Filipinas. Já a Human Rights Watch pediu a Marcos Jr., caso assuma o cargo, para melhorar a situação dos direitos humanos nas Filipinas.

11 Mai 2022

Covid-19 | China corre risco de ter 1,6 milhões de mortos caso abandone medidas de prevenção, diz estudo

Um estudo da Universidade Fudan, em Xangai, apontou que a China corre o risco de registar cerca de 1,6 milhões de mortos, caso modere ou reduza as medidas de prevenção e controlo da covid-19.

O estudo, revisto por pares, e publicado na revista Nature, concluiu que a variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, altamente contagiosa, ia sobrecarregar o sistema hospitalar do país, devido à baixa taxa de vacinação entre os idosos e menor eficácia das inoculações domésticas.

O modelo, desenvolvido em conjunto por especialistas chineses e norte-americanos, sugeriu que o surto causaria 112 milhões de casos sintomáticos, ou 80 casos por mil pessoas, com 2,7 milhões a necessitar de tratamento em cuidados intensivos.

Durante o pico, a procura de cuidados intensivos ia superar em 16 vezes a capacidade atual existente, de acordo com o modelo matemático usado para simular um hipotético surto de Ómicron na China, com base em dados da situação em Xangai (leste).

Os investigadores estimaram que pessoas não vacinadas, com mais de 60 anos, seriam responsáveis por três quartos (74,7%) das mortes, considerando que 52 milhões de pessoas nessa faixa etária não estavam totalmente vacinadas em meados de março.

No melhor cenário, em que todos os casos sintomáticos seriam tratados com o medicamento antiviral oral Paxlovid, desenvolvido pela farmacêutica Pfizer e aprovado na China, os internamentos e as mortes podiam ser reduzidos em quase 89%, acrescentaram.

Para diminuir o número de mortos para um nível comparável à contagem anual de mortes causadas pela gripe sazonal na China, em torno de 88 mil, os investigadores disseram que a adesão à vacina entre os idosos deve atingir 97%, e que mais de metade das infeções sintomáticas deve ser tratada com terapias antivirais.

“A longo prazo, melhorar a ventilação, fortalecer a capacidade dos cuidados intensivos e o desenvolvimento de novas vacinas altamente eficazes, com persistência imunológica a longo prazo, seriam as principais prioridades”, disse a equipa.

A China está a enfrentar o pior surto de covid-19 desde que conteve os primeiros casos da doença, em Wuhan (centro), em 2020. A campanha de vacinação em massa chinesa assentou nas vacinas desenvolvidas internamente pelas farmacêuticas Sinopharm e Sinovac.

Ambas as vacinas oferecem alguma proteção contra doença grave, hospitalização e morte, em caso de infeção pela variante Ómicron, de acordo com uma avaliação da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas têm taxas de eficácia mais baixas do que algumas inoculações utilizadas no resto do mundo.

11 Mai 2022

Lucros da japonesa Toyota aumentam 26,9% em 2021

A Toyota anunciou hoje lucros líquidos de 2,8 biliões de ienes no último ano fiscal, mais 26,9% comparativamente a 2021, devido a um aumento de vendas e cortes nos custos.

O fabricante de automóveis japonês registou um lucro operacional de 2,9 biliões de ienes, mais 36,3% do que no ano anterior, de acordo com os resultados para o período de abril de 2021 a março.

As receitas de vendas da empresa aumentaram 15,3% para 31,3 biliões de ienes, apesar das perturbações de produção relacionadas com a pandemia da covid-19.

11 Mai 2022

Prémio A-Má | Fundação Casa de Macau lança segunda edição

A Fundação Casa de Macau (FCM) aceita, até ao dia 15 de setembro, textos literários para a realização da segunda edição do Prémio A-Má. Trata-se de uma iniciativa que visa “incentivar e premiar o talento e a criatividade no âmbito da divulgação e da valorização da identidade macaense, em particular na sua expressão literária”.

À semelhança do que aconteceu na primeira edição, serão atribuídos prémios aos primeiros dois classificados. Caroline Ting, Ana Cristina Alves, Fátima Almeida e Maria Helena do Carmo foram as vencedoras da primeira edição deste concurso, que recebeu um total de 16 candidaturas.

Dada a qualidade dos trabalhos, o júri decidiu atribuir dois primeiros prémios e duas distinções ex-aequo. Os dois primeiros classificados recebem um prémio pecuniário no valor de 500 euros [cerca de 4.500 patacas].

11 Mai 2022

Iniciativa de Segurança Global: chave dourada para resolver os desafios globais de segurança

O presidente Xi Jinping propôs pela primeira vez, no dia 21 de Abril, a Iniciativa de Segurança Global, no seu discurso na cerimónia de abertura da Conferência Anual do Fórum Boao para a Ásia 2022. Encarando directamente mudanças cruciais do mundo e respondendo às questões do nosso tempo, a Iniciativa, chave dourada para eliminar o défice de segurança global e resolver os desafios globais de segurança, promove ainda mais, com base na visão de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável, a construção duma arquitectura global e regional de segurança equilibrada, eficaz e sustentável, e contribui para a paz e o desenvolvimento globais com a sabedoria e solução chinesas, que é altamente apreciada e amplamente apoiada pela comunidade internacional.

A Iniciativa de Segurança Global está resolutamente em conformidade com a chamada da paz e do desenvolvimento do nosso tempo. A paz e o desenvolvimento ainda são os temas principais do tempo corrente, mas a instabilidade e a incerteza da situação de segurança global têm aumentado significativamente. Unilateralismo, hegemonismo e política de poder correndo contra a corrente, conflitos geopolíticos causados pela política do bloco e pela mentalidade da Guerra Fria se ocorrendo um após o outro, ameaças de segurança não-tradicionais como terrorismo, mudanças climáticas, crise energética e segurança alimentar espalhando-se continuamente, enquanto o mundo total não é pacífico nem tranquilo.

Actualmente, o mundo está a passar por mudanças profundas sem precedentes como a pandemia de Covid-19 e a crise de Ucrânia, e a situação internacional está mais complexa e turbulenta, enquanto os temas da paz e do desenvolvimento do nosso tempo enfrentam sérios desafios. Com memórias inesquecíveis de guerra e pobreza, a China tem buscado incansavelmente a paz e o desenvolvimento. A Iniciativa de Segurança Global, juntamente com a Iniciativa de Desenvolvimento Global proposta pelo presidente Xi Jinping no ano passado, injectaram estabilidade e energia positiva na causa da paz e do desenvolvimento mundial e, fizeram todos os esforços para impedir que o mundo caísse num abismo perigoso.

A Iniciativa de Segurança Global dá respostas explícitas a “de que tipo de segurança o mundo precisa e de que maneira os países podem alcançar uma segurança comum”. A crise da Ucrânia, mais uma vez ensinou ao mundo, que procurar segurança exclusiva ou absoluta e basear a própria segurança na insegurança de outros países só levará à insegurança colectiva. A Iniciativa de Segurança Global abandona e transcende as teorias de segurança geopolíticas ocidentais e assume seis frentes como sua essência central, incluíndo envidar esforços para manter uma visão de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável;respeitar a soberania e a integridade territorial de todos os países;observar os propósitos e princípios da Carta da ONU;levar a sério as preocupações legítimas de segurança de todos os países;resolver as diferenças e disputas entre os países por meios pacíficos e através de diálogo e consulta;preservar a segurança nos domínios tradicionais e não tradicionais etc. As seis frentes têm não só projectos de alto nível mas também planos específicos, apontando um caminho claro para um mundo de paz duradoura e segurança universal para a sociedade humana.

A Iniciativa de Segurança Global e de Desenvolvimento Global oferecem a solução para a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, que é o chamado do nosso tempo. Um antigo filósofo chinês observou: “A estabilidade traz prosperidade a um país, enquanto a instabilidade leva um país à pobreza”. As ramificações globais da pandemia e da crise na Ucrânia lembram-nos repetidamente de que países ao redor do mundo são como passageiros a bordo do mesmo navio que compartilham o destino comum. Para o navio navegar atravessando à tempestade em direcção a um futuro brilhante, todos devem se unir.

A ideia de atirar alguém ao mar não é aceitável. É a única escolha certa que construiremos uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, enfrentando os desafios globais para alcançar a paz duradoura e o desenvolvimento sustentável.

O Presidente Xi Jinping, tendo em mente o futuro e destino para a humanidade, propôs a Iniciativa de Desenvolvimento Global e a Iniciativa de Segurança Global, que descrevem o conceito central, directriz fundamental, princípio importante, objectivo de longo alcance e plano viável para a construção de uma comunidade de desenvolvimento global com um futuro compartilhado, bem como uma comunidade de segurança, oferecendo um guia de ideias importantes para a inovação de sistema da governança global e a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.

A tendência do mundo está sempre a avançar. Aqueles que seguem a tendência vão prosperar, e aqueles que estiverem contra perecerão. A paz duradoura e a segurança universal é o chamado da humanidade, da história e do nosso tempo. A China assumirá a missão histórica confiada pelo nosso tempo, dará as mãos a todos os países e povos amantes da paz no sentido de realizar bem a Iniciativa de Segurança Global, abrirá um amplo caminho para a paz duradoura e a segurança universal, forjando uma forte sinergia para construir um comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade!

 

Opinião de Liu Xianfa, Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China na Região Administrativa Especial de Macau

11 Mai 2022

Tudo Meretriz

Por João Picanço

A opinião é algo com uma magia muito distinta. Não tanto quanto o preconceito ou o arrendamento, mas já lá irei. O fascínio pelo lavrar livre de um pensamento, por muito absurdo que seja, leva-nos a atracar a nossa lorcha de emoções em praias onde, vejam lá, também há outras lorchas atracadas. E hoje, eu navego ao leme da lorcha das meretrizes. Isto porque elas são o que para aí há mais.

Foi neste jornal que pude ler a opinião do Sr. André Namora, publicada na passada terça-feira, dia 10 de Maio de 2022.

No texto que nos foi apresentado, podemos aprender que o assédio é uma moda, como os sapatos de plataforma ou as calças de fazenda. São professores (homens) a serem vilipendiados com constantes queixas de abuso (de mulheres).

O Sr. Namora diz que “Ninguém nega que um ou outro professor passe das marcas”. Portanto, temos aqui uma espécie de mínimos olímpicos. Quantos abusos é que são o limite para não desconfiarmos da veracidade? Dez?

Mas atenção, porque “Vocês imaginam que catedráticos como Marcelo Rebelo de Sousa andem pelas universidades a tentar levar as alunas para a cama?”. Lógico que não. Todos sabemos que pessoas em posição de poder jamais abusam dos mais fracos. É uma verdade histórica.

E agora, chegamos à parte do “a mim não me enganas”. Vejamos: “Mas, as estudantes que têm apresentado “só agora” queixa dos seus professores, no caso de terem sido abusadas nunca foi com o seu consentimento?”. Regra primária: desconfie sempre de pessoas que não têm a sensatez de passar o vexame de admitirem que foram abusadas. Por que razão o fazem anos mais tarde? Onde já se viu uma pessoa abusada sexual e/ou psicologicamente não ir logo a correr, ainda com as saias arriadas, para a esquadra, fazer queixa do pobre professor? Não se entende.

E depois: Não terão estas pessoas sido abusadas com o seu consentimento? É algo que acontece todos os dias, uma mulher chega e diz “abuse de mim, sff”.

De seguida, chegamos ao “eu até sei que”. “Conversámos com um professor reformado da Universidade Católica de Lisboa (…)” que garante que havia professores em Lisboa que tinham residências para dar “explicações” (as aspas são para os mais espertos, claro. Não para mim).

Já agora, a dada altura o autor diz que estes docentes tinham “(…) um apartamento alugado”, mas em português correcto é “arrendado”, porque os imóveis não se alugam. Já não passava neste teste, Sr. Namora, tinha de ir “à oral” (afinal, também sei usar aspas).

No entanto, há a declarar que “(…) algumas das jovens que se têm queixado têm telhados de vidro.” E porquê? Porque, diz-nos o Sr. Namora, algumas andam na prostituição e chegam a cobrar “100 euros à hora” e têm “uma média de seis clientes por dia ou noite”.

E continua “Ora, se está mais que provado (ndr: onde?) que muitas universitárias ganham dinheiro na prostituição, temos que admitir que essas jovens têm de estar caladinhas e não apresentar queixa dos professores por abuso sexual só porque sim”. Toda a gente sabe isto. Então andam a prostituir-se e agora não querem ter sexo à força? Com franqueza!

“Só não entendemos é a razão de as queixas terem agora aparecido”. Pois, logo agora que já estão formadas e nem precisam da nota para coisa alguma. E todos nós sabemos que os danos psicológicos são uma mariquice desta nova agenda de género.

Ainda por cima porque atacam “tantos docentes dignos, bons chefes de família, mestres exemplares e que constatando esta moda ficam envergonhados e com vontade de abandonar a vida académica”. Bom, se eles são isso tudo, eu não sei, mas diria que, caso sejam abusadores, esse crédito não chega para pagar o suposto mal que tenham feito. Já viu alguém dizer “oh, coitado, abusou da rapariga, mas é tão bom chefe de família”?

Mas agora, chegamos à parte crucial deste texto. A parte em que se ilibam (porque somos todos inocentes até que o contrário seja provado) os eventuais abusadores e se culpa quem realmente merece ser culpado: a suposta vítima.

“Muitas culpas para as estudantes que se vestem de maneira provocante. Já nos dizia um sacerdote que abandonou a Igreja de “que um homem não é feito de pau…”. Ora bem. E se estivéssemos a falar de símios, que se comportam como paus, tudo bem. Mas como falamos de homens, temos de perceber que, bem, se são provocados, ai, ai, ai. Ainda por cima na coutada do macho ibérico, como tão bem disse o Sr. Dr. Juiz Neto de Moura.

Acho que nos devemos debruçar no mal que os homens estão a sofrer. A história diz-nos que a mulher é sempre um ser horroroso, que se aproveita da sua posição de privilégio para sugar a bondade dos homens, neste caso professores, bons chefes de família, que não se seguram perante um decote mais arrojado. É dos livros. Enfim, tudo meretriz.

A luta das mulheres existe e está para durar. Porque enquanto o cheiro a mofo pulverizar o espaço, quer seja em casa, quer seja num local como a fonte de sabedoria que são as universidades, ela tem de ser travada. E não são, nem devem ser, as mentes bafientas das turvas manhãs de outrora, que teimam em poluir o céu, a fazê-las recuar.

Eu pouco posso fazer. Afinal, também sou um homem privilegiado. Mas se as mulheres que me estão a ler se sentem abusadas, por favor, denunciem. Com ou sem decote. Um abuso é um abuso.

11 Mai 2022

Hong Kong | Interferência externa fadada a ser auto-destrutiva, diz Comissário do MNE

O Comissário do MNE criticou ferozmente os comentários do G7 e do chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, a propósito da eleição de John Lee como novo Chefe do Executivo de Hong Kong

 

O Gabinete do Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China na Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) rejeitou firmemente e condenou veementemente na segunda-feira os comentários enganosos dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 e o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.

Os comentários mancharam a eleição do Chefe do Executivo do sexto mandato da RAEHK, as políticas do governo central chinês em relação a Hong Kong e o novo sistema eleitoral de Hong Kong, disse um porta-voz do gabinete, citado pelo Diário do Povo.

O porta-voz salientou que a vitória de John Lee nas eleições para Chefe do Executivo da RAEHK por uma esmagadora maioria de votos reflectiu plenamente o grande apoio dado a Lee pela sociedade de Hong Kong.

Esta eleição bem-sucedida mostrou a nova atmosfera sob o novo sistema eleitoral, exibiu um clima optimista de Hong Kong procurando unidade e progresso e mais uma vez demonstrou a superioridade do novo sistema eleitoral, assinalou o porta-voz.

Observando que mais de 1.400 representantes, eleitos por vários sectores, votaram na eleição, e representaram amplamente diferentes indústrias e grupos de interesse, o porta-voz disse que a eleição é uma prática democrática de todo o processo que se encaixa na realidade de Hong Kong e apresenta as características de Hong Kong.

O porta-voz disse também que o novo sistema eleitoral da RAEHK implementa plena e fielmente a política de “um país, dois sistemas” e a Lei Básica da RAEHK, reforça o princípio de “patriotas administrando Hong Kong” e desenvolve uma democracia de qualidade com características de Hong Kong.

Sociedade espectáculo

O porta-voz destacou que as chamadas “eleições democráticas” em alguns países ocidentais são essencialmente eleições de “elite” e shows políticos em que o dinheiro fala.

Esses países preocupam-se apenas com o ciclo eleitoral, os interesses dos partidos políticos e os interesses dos grupos, disse o porta-voz.

“Eles sabem como ficar bem durante a campanha, mas não governam efectivamente depois de eleitos”, disse o porta-voz. “Eles não têm em mente os interesses fundamentais e de longo prazo de seu povo, que geralmente resultam em políticas míopes e governação ineficiente.”

Ignorando as deficiências estruturais de seu próprio sistema democrático e alegando ser “modelos de democracia”, esses países pretensiosos estão obcecados em apontar o dedo para a situação da democracia e dos direitos humanos de outros e envolver-se em “tácticas de matilha de lobos” para interferir nos assuntos internos de outros, de acordo com o porta-voz.

“Acreditamos plenamente que a equipa de governação patriótica eleita sob o novo sistema eleitoral unirá e liderará todos os sectores da sociedade de Hong Kong para abrir um novo capítulo para a cidade, e Hong Kong certamente abraçará uma nova glória em um novo ponto de partida”, disse o porta-voz.

“Qualquer tentativa de prejudicar a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong será em vão”, enfatizou o porta-voz.
O gabinete instou os políticos do G7 a respeitarem a tendência histórica, aderir aos princípios do direito internacional, como não interferência nos assuntos internos dos outros e as normas básicas que regem as relações internacionais, descartar preconceitos ideológicos e hipocrisia, parar de interferir nos assuntos internos da China, incluindo os assuntos de Hong Kong de qualquer forma, e não prejudiquem mais a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong.

11 Mai 2022

Supermercados admitem falta de produtos e aumento de preços devido à guerra

A presidente da Associação dos Merceeiros e Quinquilheiros de Macau, Leong Weng Sao, admitiu haver escassez de fornecimento de alguns produtos nos supermercados de Macau e que, em cima da mesa, está a possibilidade de os preços dos bens continuarem a aumentar até ao final do ano, devido à pandemia e à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Isto, tendo em conta que devido ao conflito e aos constrangimentos gerados pela pandemia de covid-19, os fornecedores continuam a aumentar os preços das mercadorias, sobretudo devido aos custos associados às operações logísticas, que podem subir entre 15 e 20 por cento a cada trimestre.

Ao jornal Ou Mun, Leong Weng Sao mostrou-se pouco optimista em relação ao futuro a curto prazo, apontando não ser possível excluir a possibilidade de os preços continuarem a aumentar até ao final de 2022, caso os efeitos do conflito e da pandemia continuem a ser sentidos.

“É impossível vendermos produtos a preços inferiores aos custos. Não há alternativa ao aumento dos preços”, explicou.

Com o aproximar de uma nova ronda de cartões de consumo, e a possibilidade de alguns supermercados e outros estabelecimentos aproveitarem a ocasião para aumentarem intencionalmente os preços de venda ao público, Leong Weng Sao admitiu o problema, mas garantiu que a associação tudo fará para “estabilizar os preços” dos bens essenciais.

Além disso, a responsável alertou ainda que o facto de muitos supermercados serem inconstantes no que toca ao lançamento de promoções, poder induzir os clientes a pensar que os preços dos bens essenciais aumentaram, após deixarem de estar sujeitos a qualquer desconto.

Caso suspeitem de práticas abusivas por parte dos supermercados, Leong Weng Sao sugere que os residentes verifiquem os preços dos bens através da aplicação do Conselho dos Consumidores (CC), denominada por “Posto de Informações de Preços de Macau”.

Perdas e desafios

Falando de forma abrangente sobre os efeitos da pandemia, a presidente da Associação dos Merceeiros e Quinquilheiros de Macau vincou que o sector continuou a operar sem que houvesse necessidade de despedir funcionários ou reduzir salários.

No entanto, aponta, para além de o negócio ter caído 10 por cento em termos anuais no primeiro trimestre de 2022 e 30 por cento nos meses de Março e Abril, o sector tem estado debaixo de “stress” durante a pandemia.

Sobretudo, tendo em conta que, a tempos, os supermercados têm vindo a suportar custos associados à desinfecção de mercadorias provenientes de Hong Kong e ao pagamento dos testes de ácido nucleico dos seus funcionários.

11 Mai 2022

Investimento | Song Pek Kei quer medidas inovadoras para atrair empresas

De forma a atrair a instalação de empresas em Macau, que contribuam para a diversificação económica e o empreendedorismo jovem, a deputada Song Pek Kei quer que o Governo implemente incentivos “inovadores” e “competitivos” em comparação com as práticas do internacionais e do Interior da China.

“Face à concorrência, como é que o Governo vai rever as actuais políticas de atracção de investimento? Vai tomar por referência as políticas dos outros locais e reforçar a captação de investimentos em Macau?”, começou por questionar a deputada através de uma interpelação oral.

Nesse sentido, apontou Song Pek Kei, o Governo deve continuar a “melhorar o ambiente de investimento e ser inovador”, para tirar proveito dos recursos de Macau, a fim de “criar um ambiente de negócios de qualidade” e reforçar a confiança dos investidores.

Além disso, a deputada considera que, pelo facto de Macau ter “liberdade de informação” e não praticar restrições cambiais, possui vantagens, que devem ser promovidas em toda a sua plenitude na Zona de Cooperação em Hengqin.

“A Zona de cooperação em Hengqin constitui uma saída e espaço de desenvolvimento, portanto, o Governo deve considerar reforçar os serviços urbanos, e transformar Macau e Hengqin num espaço de intercâmbio, para tirar proveito das vantagens dos dois locais, elevar a eficiência da afectação de recursos e criar novas forças motrizes de desenvolvimento”, referiu.

11 Mai 2022

Empregadas domésticas | Agências pedem mais detalhes sobre entradas 

Ao Ieong Kuong, presidente da Associação das Agências de Emprego dos Trabalhadores Estrangeiros, exige mais detalhes do Governo quanto ao programa piloto de isenção de entrada no território para empregadas domésticas oriundas das Filipinas.

O responsável, segundo o jornal Ou Mun, entende serem necessárias mais informações relativamente aos voos, marcação de quartos para a realização da quarentena obrigatória e os custos, a fim de garantir que os empregadores não terão preocupações acrescidas na hora de contratar as empregadas.

Ao Ieong Kuong lembrou que a primeira fase do programa conta apenas com seis pedidos de contratação, tendo sido aprovados unicamente três, pelo que o programa piloto parece não dar resposta às necessidades do mercado.

Além disso, Ao Ieong Kuong acredita que as autoridades não devem permitir que as empregadas domésticas mudem de sector, pois caso o autorizem, estas regressam à sua terra natal, levando a que os residentes percam a iniciativa de contratar trabalhadoras não residentes. Como alternativa, Ao Ieong Kuong pede que seja permitida a entrada a empregadas domésticas do Vietname ou do Interior da China, pois assim podem existir mais pedidos de contratação.

11 Mai 2022

Comércio externo | Abrandamento em Abril face a medidas antiepidémicas

Os recentes surtos pandémicos e as medidas de restrição impostas em várias cidades do país, com destaque para Xangai, continuam a ter um impacto negativo nos índices do crescimento económico

 

O crescimento das exportações da China abrandou, em Abril, reflectindo o impacto das medidas de confinamento, impostas em Xangai e em outras importantes cidades industriais do país, visando conter surtos de covid-19.

As exportações subiram 3,7 por cento, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 273,6 mil milhões de dólares, um abrandamento acentuado, em relação ao crescimento de 15,7 por cento, de Março, de acordo com os dados publicados pelas alfândegas chinesas.

Reflectindo a queda na procura interna, as importações subiram apenas 0,7 por cento, para 222,5 mil milhões de dólares, em linha com o crescimento inferior a 1 por cento, alcançado no mês anterior.

Os dados reflectem o impacto da estratégia de ‘tolerância zero’ à covid-19, decretada pelo Partido Comunista Chinês, e que inclui o encerramento de fábricas, portos e serviços logísticos, deprimindo a actividade manufactureira e o consumo.

Os analistas esperam que a actividade económica melhore este mês, com a diminuição do número de novos casos, mas o Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmou, na semana passada, o compromisso de Pequim com a política de ‘zero covid’.

As exportações para os Estados Unidos aumentaram 9,5 por cento, para 46 mil milhões de dólares, apesar da prolongada guerra comercial entre os dois países, que resultou na imposição de taxas alfandegárias punitivas de ambos os lados.

As importações de produtos norte-americanos avançaram 0,9 por cento, para 13,8 mil milhões de dólares.
O excedente comercial global da China aumentou 19,4 por cento, para 51,1 mil milhões de dólares, enquanto o ‘superavit’ politicamente volátil com os Estados Unidos diminuiu 65 por cento, para 9,8 mil milhões de dólares.

Previsões em baixa

O número de casos da China é relativamente baixo, mas a política de zero casos resultou no confinamento da população de Xangai e suspendeu o acesso aos centros industriais de Cantão (sul) e Changchun (nordeste).

Nos últimos dias, as autoridades relaxaram as medidas em Xangai, permitindo que milhões de pessoas saíssem das suas casas, mas as restrições aumentaram em Pequim e outras cidades.

Fábricas de automóveis e outros fabricantes que tentaram continuar a operar com os funcionários em circuito fechado, a morar dentro das instalações, foram forçados a reduzir ou suspender a produção, porque o fornecimento de componentes foi interrompido.

A economia da China cresceu 4,8 por cento, no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período no ano anterior. Economistas alertaram, no entanto, para um abrandamento no trimestre entre Abril e Junho, face às medidas antiepidémicas.

O consumo interno foi também afectado por uma campanha oficial para reduzir o nível de endividamento no vasto sector imobiliário da China, que sustenta milhões de empregos. Isso desencadeou uma desaceleração económica no segundo semestre de 2021.

10 Mai 2022

Surdolímpicos | Atleta de Macau falha competição no Brasil devido a restrições

Atletas e associações consideram que a falta de contacto internacional está a atrasar o desenvolvimento do desporto local. Sobre as restrições pandémicas, o Instituto do Desporto diz colaborar e estar atento

 

A triatleta Hoi Long vai falhar os Surdolímpicos no Brasil devido às medidas anti-pandémicas impostas no regresso a Macau. Especialistas avisam que a falta de contacto internacional dos atletas está a contribuir ainda mais para o atraso do desporto no território.

Por estes dias, a triatleta Hoi Long deveria estar a representar Macau nos Jogos Surdolímpicos, em Caxias do Sul, no Brasil. Mas “devido à política de quarentena de Macau”, a desportista de 37 anos acabou por não avançar com a inscrição.

Além do “risco muito elevado” de infecção no Brasil, o que “afectaria a preparação” para os Jogos Asiáticos em Setembro – entretanto soube-se que foram adiados – as restrições impostas no regresso a casa são, de acordo com Hoi Long, uma limitação.

Macau registou até ao momento 82 casos de covid-19 e tem mantido duras restrições fronteiriças desde o início de 2020.

Os residentes que regressam ao território de zonas consideradas de risco elevado são obrigados a cumprir, no mínimo, 14 dias de quarentena num hotel e mais sete dias em casa. Quem vem do Brasil, classificado pelas autoridades locais como um país de “risco extremamente alto”, tem ainda de apresentar três testes à covid-19, realizados nos cinco dias que antecedem a viagem.

Ao contrário de Macau, onde a esmagadora maioria dos desportistas são amadores, os atletas de outros países “não precisam de ter um trabalho”, notou Hoi Long, também funcionária do Instituto do Desporto (ID).

“Necessito de permissão do ID para ir ao Brasil, seja para me concederem licença de trabalho ou para participar na prova”, apontou a atleta, salientando que, desde 2020, riscou anualmente do calendário desportivo pessoal entre “quatro a seis” provas internacionais.

Macau dos pequeninos

À Lusa, o presidente da Associação de Desporto de Surdos de Macau lamentou a ausência de Hoi Long nos Surdolímpicos, até porque teria “boas probabilidades” de trazer medalhas para casa.

Questionado sobre as consequências que o afastamento das provas internacionais pode ter na carreira da atleta, Ao Chi San foi categórico: “Vai ter impacto nos seus objectivos e programa formativo”.

Já quanto ao encerramento das instalações desportivas em Macau, nos primeiros tempos da pandemia, Hoi Long avaliou que este prejudicou sobretudo os atletas mais jovens do território.

“Sem muita experiência em competição, perderam o foco e a motivação”, analisou a atleta, que está a fazer um doutoramento na Universidade de Desporto de Xangai.

Também as equipas de hóquei locais têm sido “bastante afectadas, sobretudo ao nível da competição” pela crise sanitária mundial, realçou o presidente da Associação de Patinagem de Macau (APM).

Durante estes anos, não tiveram “nenhum contacto internacional”, disse António Aguiar. E clarificou: “Se houver quarentena, o próprio governo não nos deixa participar”.

“O desenvolvimento do hóquei em patins e em linha assentam muito na competição e na possibilidade das nossas equipas poderem competir a nível internacional”, continuou o responsável, considerando que, hoje, as equipas da modalidade em Macau estão, “do ponto de vista competitivo, mais fracas do que estavam antes da pandemia”.

Se não houver um alívio das restrições de entrada e o contacto com o mundo permanecer estacionado, a progressão do desporto “vai atrasar-se ainda mais em relação a outros países”, prevê o líder da APM.

Campeã asiática por dez vezes, a selecção de hóquei em patins de Macau viu serem adiados os torneios asiáticos e mundiais da modalidade em 2020 e 2021, respectivamente. Aguiar espera que a equipa viaje no final de Outubro até Buenos Aires, na Argentina, para jogar no mundial, onde o responsável vai estar enquanto membro da direcção da Federação Internacional de Desportos sobre Patins (World Skate).

Muita colaboração

A Lusa contactou o ID para saber se estão a ser estudadas medidas para facilitar a deslocação dos atletas da região, como quarentenas mais curtas ou a flexibilização das licenças no local de trabalho, ao que o departamento do Governo respondeu que se mantém “atento à situação”.

Numa resposta por escrito, o ID refere que “tem prestado colaboração no regresso” de atletas a Macau, dando como exemplo o caso de Hoi Long, que participou nos Jogos Nacionais para portadores de deficiência, no ano passado, altura em que “lhe foi concedida dispensa de comparência ao serviço durante o período de observação médica”.

Hoi Long sublinhou, porém, que a aposta de Macau continua a estar focada no desporto regular.
Portadora de deficiência auditiva, a atleta compete em torneios de desporto adaptado, mas também regular, em provas de triatlo, atletismo e ciclismo.

“O meu objectivo não devem ser os Surdolímpicos, não foi por isso que eles [o Governo] me colocaram no programa de atletas de elite, […] foi para me preparar para os Jogos Asiáticos e, se os Jogos Surdolímpicos ou Paralímpicos da China afectarem qualquer plano para o triatlo [nos Asiáticos], tenho de pôr o triatlo em primeiro lugar”, disse.

A atleta lamentou o desconhecimento que persiste sobre a educação e formação desportiva de uma criança com deficiências e sublinhou a importância que pode representar uma medalha no desporto adaptado. “É assim que é a sociedade, que pensa que o desporto para deficientes não é tão competitivo quanto o desporto regular”, disse.

10 Mai 2022

Advogados de língua portuguesa criam observatório de Estado de Direito

A Federação dos Advogados de Língua Portuguesa (FALP) lançou um observatório que terá como missão monitorizar e tomar posição sobre eventuais violações do Estado de Direito em nove jurisdições de língua portuguesa, foi anunciado na semana passada. A federação conta com a participação da Associação dos Advogados de Macau.

O Observatório do Estado de Direito (OED) é “um órgão de natureza apolítica”, com representantes em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste que irá analisar e alertar para “casos ou situações que possam consubstanciar ameaças ou violações aos princípios do Estado de Direito”, explica a FALP em comunicado.

Visa também “ser uma garantia da defesa dos direitos dos cidadãos, assim como do papel dos advogados na boa administração da justiça, nas jurisdições de língua oficial portuguesa”.

Em declarações à Lusa, o presidente da FALP, Pedro Pais de Almeida, explicou que os casos a analisar poderão ser denunciados na página electrónica da federação (www.fa-lp.org) ou chegar ao conhecimento dos representantes do observatório em cada uma das jurisdições, que são “advogados e pessoas interessadas neste domínio do respeito dos direitos humanos e dos princípios do Estado de Direito”.

Sempre atentos

O advogado explicou que, perante um caso que chegue ao conhecimento do Observatório, os seus membros vão investigar e, se chegarem à conclusão de que, de facto, estão em causa os princípios do Estado de Direito, tomarão “uma posição pública no sentido chamar a atenção da comunidade internacional”, mas também de fazer “alguma pedagogia no sentido que essas violações possam ser corrigidas, de forma voluntária, pelos Estados correspondentes”.

Pais de Almeida sublinhou, no entanto, que se trata de um grupo de advogados voluntários que não pretendem ser “polícias do mundo”.

Lembrou ainda que se trata de um grupo apolítico, pelo que os representantes terão “muito cuidado” porque “é ténue” a linha que separa aquilo que é político daquilo que é violação dos princípios do Estado de Direito.

“A vocação do observatório, sendo apolítico, não é meter-se em questões de política interna das jurisdições de língua oficial portuguesa”, assegurou.

10 Mai 2022

Pandemia deixa estudantes chineses sem contacto com falantes de português

As restrições impostas pela China à entrada de estrangeiros, devido à pandemia de covid-19, tem reduzido o contacto dos estudantes com falantes nativos de português, dificultando a aprendizagem, disseram à Lusa vários professores chineses.

Para a professora Sílvia Yan Qiaorong, “a incerteza nesta época de pandemia” tem sido um dos grandes desafios de ensinar português na Universidade de Comunicação da China, na capital, Pequim.

A China vive a pior onda de surtos de covid-19 desde o início de 2020, com confinamentos em várias cidades, incluindo no maior centro financeiro do país, Xangai. Também em Pequim as aulas presenciais foram suspensas indefinidamente.

“Fazemos muitos esforços no ensino à distância, ‘online’, mas isso não pode substituir a comunicação face a face, especialmente num curso que precisa de muita prática”, lamentou Sílvia Yan.

“Temos uma turma de alunos que entraram há dois anos. Nunca tiveram oportunidade de falar face a face com um falante nativo de português”, sublinhou a professora.

A Universidade de Comunicação da China tem duas professoras brasileiras, mas que não conseguem regressar a Pequim. “Ensinam aulas ‘online’, mas não é a mesma coisa”, admitiu Sílvia Yan.

Tanto a China continental como a região de Macau aplicam uma política rigorosa de ‘zero casos’, tendo mantido desde o início de 2020 fortes restrições à entrada, sobretudo de estrangeiros.

Tem havido um número significativo de portugueses, incluindo professores e advogados, a abandonar a região chinesa devido às restrições, sublinhou António Tam.

“Depois de mais de dois anos de pandemia, já chegou aquela altura em que não conseguem aguentar ficar só em Macau”, disse à Lusa o professor de língua portuguesa na Escola Secundária Pui Ching.

E para os alunos de português, “depois da motivação para aprender uma língua nova, é preciso um ambiente com pessoas com quem possam falar e praticar”, acrescentou António Tam.

As dificuldades das escolas de Macau em recrutar docentes de português já tinham levado o Governo a anunciar, em 14 de abril, um programa-piloto para levantar as restrições fronteiriças a alguns estrangeiros, incluindo professores portugueses.

Cerca de 50 instituições da China continental de ensino superior têm já cursos de língua portuguesa, mas Rodrigo Zhang Xiang acredita que Macau continua a ter “a sua própria vantagem”: a presença de professores portugueses e brasileiros.

A cidade “tem um ambiente em que os alunos têm maior oportunidade para falar e praticar português, maior contacto com professores nativos”, disse o docente da Universidade Politécnica de Macau.

“Isso cria mais oportunidades de sentir a cultura dos países de língua portuguesa e permite aos estudantes começar a ter uma visão mais ampla do que os alunos da China continental”, acrescentou Rodrigo Zhang.

9 Mai 2022

Fotografia | Pátio da Eterna Felicidade recebe exposição de Chan Hin Io

Foi inaugurada, na passada sexta-feira, a exposição “Vizinhança: Fotografia Documental por Chan Hin Io”, organizada pelo Instituto Cultural (IC). Até ao dia 24 de Julho podem ser vistas fotografias que retratam os modos de vida dos vários pátios antigos localizados na zona do Porto Interior, estando a exposição aberta ao público, de forma gratuita, no número 10 do Pátio da Eterna Felicidade.

O público poderá ver de perto 26 obras de fotografia documental da autoria do fotógrafo de Macau Chan Hin Io, que, entre 2004 e 2021, se dedicou a fotografar locais perto da Rua dos Ervanários, Rua das Estalagens e Rua de Cinco de Outubro. O destaque vai para o Pátio da Eterna Felicidade, onde Chan Hin Io reside e trabalha.

Estas fotografias, com o tema “Vizinhança” revelam “momentos amigáveis e harmoniosos no ambiente de convívio comunitário” tendo sido registadas, “de forma simples e natural, a vida quotidiana dos residentes das zonas antigas, o aspecto das ruas e travessas, os edifícios de habitação, lojas tradicionais e vendilhões”. Desta forma, esta mostra “demonstra a capacidade minuciosa de observação do autor”.

Um maior conhecimento

Com esta exposição, o IC pretende “estreitar os laços entre os moradores do Pátio da Eterna Felicidade com a sua comunidade”, além de “aprofundar o conhecimento do público sobre o Pátio da Eterna Felicidade e as zonas contíguas, no sentido de transmitir a história, a cultura e a memória colectiva de Macau”.

Residente em Macau desde 1999, o fotógrafo Chan Hin Io tem sempre a lente da sua câmara apontada para a paisagem cultural e urbanística de Macau. O IC descreve que os seus trabalhos são “dotados de interesse artístico, histórico e cultural significativos”, sendo também “sinónimos da memória colectiva de Macau” ao captarem “a fisionomia desta cidade e as vicissitudes de todos os sectores dos bairros antigos do território”.

9 Mai 2022

Hotel Timor é tema central de novo romance de Luís Cardoso

Luís Cardoso, escritor timorense radicado em Portugal, prepara um novo romance centrado no Hotel Timor, contou à agência Lusa. “Todo o enredo do livro tem a ver com a situação que se vive em Timor e como os escritores têm todos uma paixão ou fixação pelos hotéis. Em Timor-Leste, há um hotel muito importante que se chama Hotel Timor, daí ter como referência este meu novo trabalho”, explicou o autor de “O Plantador de Abóboras”, com o qual venceu a mais recente edição do prémio Oceanos.

O escritor disse que este trabalho ainda não tem data prevista para publicação, realçando que o seu novo romance “sai quando tiver de sair”. Luís Cardoso lembrou que todos os seus romances falam de Timor-Leste, “partindo sempre de um facto histórico”.

“Tento sempre desenvolver um enredo que tenha a ver com um acontecimento em Timor-Leste. A título de exemplo: falo sobre a Segunda Guerra Mundial, falo sobre actual situação em Timor e guerras que tiveram lugar em Timor”, disse.

O papel do português

Questionado sobre a importância da língua portuguesa no espaço lusófono e no mundo, Luís Cardoso disse que o português é um património comum, não é só de Portugal.

“Eu costumo dizer que a língua portuguesa é o oceano que nos une. Contudo, vamos falando a língua portuguesa de diferentes formas. Aqui fala-se o português de Portugal e nós falamos o português de Timor-Leste e ao apropriamo-nos desta língua fazemos a nossa união”, vincou o romancista, lembrando a prevalência do tétum em Timor-Leste.

Luís Cardoso vincou que a língua portuguesa tem grandes capacidades para se afirmar no mundo, salientando que há grandes escritores a trabalhar sobre este idioma.

“A língua portuguesa tem uma dimensão universal havendo muitas pessoas que através destes escritores e os que eles representam e vêm à procura deste país [Portugal]. Não nos podemos esquecer que temos um Prémio Nobel de Literatura [José Saramago]. Não só um prémio de Portugal, mas um prémio da língua portuguesa. Portanto, nós partilhamos esse prémio Nobel”, vincou.

Sobre a situação no seu país de origem, Luís Cardoso salientou que Timor-Leste “está pacífico”, mas que “algumas convulsões” se devem ao facto de ser uma democracia ainda jovem. “Em Portugal, o regime democrático está consolidado. E num país como o nosso, que só tem 20 anos, as convulsões têm outra dimensão. A democracia constrói-se e Portugal já está numa dimensão da democracia bem consolidada, nós ainda não, estamos a iniciar”, observou.

Da mesma maneira que a democracia timorense é um projecto a germinar, também a literatura do país se está a desenvolver, num país com uma vertente oral muito rica. “O que nós muitas vezes fazemos é ir buscar a tradição oral e trazê-la para a escrita”, enfatizou o romancista.

9 Mai 2022

Ucrânia | China refuta “falsas acusações” feitas por Washington

O departamento de Estado norte-americano disse que as autoridades chinesas “amplificam a propaganda do Kremlin” relativamente ao conflito ucraniano. Esta terça-feira a embaixada chinesa nos EUA refutou estas acusações e diz que a posição da China sobre esta matéria sempre foi de imparcialidade e “objectiva”

 

Há um novo confronto de palavras entre a China e os EUA no que à situação na Ucrânia diz respeito. Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, a embaixada chinesa nos EUA criticou a posição defendida por Washington relativamente ao conflito. Isto porque o departamento de Estado norte-americano defendeu, em comunicado, que as autoridades e os media chineses “amplificam, de forma rotineira, a propaganda do Kremlin, teorias da conspiração e desinformação” sobre o conflito que opõe a Rússia e a Ucrânia.

O porta-voz da embaixada chinesa nos EUA garantiu que estas declarações são falsas e que “a posição da China sobre a Ucrânia é imparcial e objectiva”. “No que diz respeito a espalhar desinformação, os EUA deveriam seriamente reflectir sobre si próprios. Ao longo dos anos, os EUA travaram guerras no Iraque, Afeganistão e Síria, matando 335 mil civis. Isto não é desinformação”, acrescentou o porta-voz da embaixada.

A embaixada chinesa entende ainda que “a maior parte dos países do mundo pretendem resolver o conflito entre a Rússia e Ucrânia através do diálogo e da negociação, e nenhum deles quer ver a situação escalar ou ficar fora de controlo”. “Isto não é desinformação”, adiantou o mesmo porta-voz.

O mar do sul da China

Ainda sobre a questão da Ucrânia, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, recebeu ontem em Roma o seu homólogo japonês, Fumio Kishida, e ambos declararam determinação em defender a ordem internacional, tanto na Ucrânia após a invasão russa, como no mar do sul da China.

“Devemos continuar unidos e determinados a defender uma ordem internacional baseada em regras, incluindo nos mares do sul da China e do estreito [de Taiwan]”, afirmou Draghi numa declaração oficial à imprensa no Palazzo Chigi, em Roma.

Itália e Japão, unidos por um tratado de “paz perpétua e amizade constante” durante 156 anos e parceiros do Grupo dos Sete países mais industrializados (G7), reafirmaram também a sua condenação à invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de Fevereiro, bem como a vontade em continuar a apoiar o governo de Kiev.

“Comprometemo-nos a que se chegue o mais rápido possível a tréguas, incluindo localizadas, que permitam a retirada de civis, e a favorecer as negociações de paz. Continuaremos a ajudar a Ucrânia e a pressionar a Rússia para uma cessação imediata das hostilidades”, prosseguiu Draghi.

Neste sentido, agradeceu a Kishida por aceitar com “extraordinária rapidez” o envio de gás natural liquefeito para países europeus que querem reduzir a sua dependência da Rússia, como a Itália, que importa 90% do gás que consome, e 40% de Moscovo.

O primeiro-ministro japonês subscreveu as palavras do homólogo italiano, salientando que “a agressão contra a Ucrânia mina os fundamentos não só da ordem europeia, mas também da ordem internacional, incluindo na área Indo-Pacífico” e no Extremo Oriente, onde “se vive uma situação geopolítica particularmente tensa”.
Isto deve-se, entre outras coisas, a testes de mísseis pelo regime norte-coreano, mas também a tensões no mar do sul da China.

Kishida denunciou a “tentativa de modificar unilateralmente, num contexto que envolve o uso da força, o ‘status quo’” nesses mares onde existe “um reforço súbito e não transparente das capacidades militares dos países costeiros”.

“Vamos aprofundar a colaboração com Itália para uma região do Indo-Pacífico livre e aberta”, afirmou o primeiro-ministro japonês, que também se reuniu com o Papa Francisco no Vaticano.

5 Mai 2022

Retirada mulher com vida dos escombros de prédio que desabou na China

Equipas de resgate no centro da China retiraram hoje uma mulher viva dos escombros de um prédio que desabou parcialmente há quase seis dias, noticiou a imprensa estatal chinesa.

A mulher é a décima sobrevivente do desastre, ocorrido em Changsha, capital da província de Hunan, e que causou pelo menos cinco mortos e dezenas de desaparecidos.

O resgate ocorreu pouco depois da meia-noite, cerca de 132 horas depois de a parte traseira do prédio de seis andares ter ruído, de repente, em 29 de Abril, indicou a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

A mulher estava consciente e aconselhou os socorristas sobre a melhor forma de a retirar dos escombros sem causar mais ferimentos, contou a Xinhua. As equipas usaram cães e ferramentas manuais, bem como aparelhos aéreos não tripulados (‘drones’) e detectores electrónicos, nas operações de resgate.

Todos os sobreviventes estão em boa condição, depois de terem recebido tratamento num hospital, de acordo com a Xinhua. Chuvas intermitentes nos últimos dias podem ter aumentado as hipóteses de sobrevivência dos desaparecidos, que estão sem comida ou água.

Nove detidos

Pelo menos nove pessoas foram detidas na sequência do desabamento do edifício, incluindo o proprietário, por suspeitas de ter ignorado as normas de segurança e ter cometido outras infracções graves, como a construção ilegal de pisos adicionais e a ausência de barras de ferro de reforço da estrutura.

Três pessoas encarregadas do projecto e construção foram detidas, bem como cinco outras, por terem alegadamente emitido um certificado falso de cumprimento das regras de segurança, para a abertura de uma residencial entre o quarto e o sexto andar do prédio. O edifício também abrigava residências, um café e lojas.

Um aumento no número de desabamentos de edifícios, ocorridos nos últimos anos, levou o Presidente chinês, Xi Jinping, a pedir que se façam averiguações adicionais para apurar a origem de falhas estruturais. Várias construções apresentam também infra-estruturas degradadas, como canalizações de gás, que resultaram, no passado, em explosões e desmoronamentos.

5 Mai 2022

Timor-leste | Xi Jinping felicita Presidente José Ramos-Horta 

Xi Jinping, Presidente chinês, felicitou ontem José Ramos-Horta pela sua vitória nas últimas presidenciais de Timor-leste, apelando a um novo rumo de cooperação bilateral. Entretanto, face à covid-19, as autoridades timorenses decidiram administrar a vacina Pfizer a todos os maiores de 18 anos

 

O Presidente da China, Xi Jinping, felicitou ontem José Ramos-Horta pela eleição, pela segunda vez, como chefe de Estado de Timor-Leste, indicou um comunicado difundido pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

Na mensagem, Xi destacou que, nos últimos 20 anos, desde que a China e Timor-Leste estabeleceram relações diplomáticas, os dois países “aprofundaram continuamente” a “cooperação prática” e “desenvolveram bastante” as relações bilaterais.

Xi Jinping apontou que a cooperação produziu “benefícios tangíveis” para os dois povos, numa “demonstração viva” de um “relacionamento equitativo” entre um país grande e um país pequeno.

O Presidente chinês disse atribuir “grande importância” ao desenvolvimento das relações bilaterais, e que “está pronto” para trabalhar com o homólogo para transportar as relações para um “novo nível”.

Na segunda volta das presidenciais em Timor-Leste, realizadas a 19 de Abril, José Ramos-Horta foi eleito Presidente, com 62,09 por cento dos votos, derrotando o actual chefe de Estado timorense, Francisco Guterres Lú-Olo, de acordo com os resultados finais provisórios. José Ramos-Horta irá tomar posse, pela segunda vez, a 20 de Maio, data em que Timor-Leste celebra 20 anos da restauração da independência.

Pfizer para todos

Entretanto, e no que respeita à covid-19, as autoridades timorenses aprovaram ontem um conjunto de alterações ao plano de vacinação contra a covid-19, decidindo passar a administrar as vacinas da Pfizer a todos os maiores de 18 anos.

O novo plano foi apresentado pela vice-primeira-ministra e ministra da Solidariedade Social e Inclusão, Armanda Berta dos Santos, e pela ministra da Saúde, Odete Maria Freitas Belo, respetivamente, presidente e vice-presidente da Comissão Interministerial para a Elaboração e Coordenação da Execução do Plano de Vacinação.

O Executivo disse que a “Pfizer vai passar a ser administrada aos cidadãos com idade igual ou superior a 18 anos, também como primeira e segunda dose, além da dose de reforço que já abrangia esta faixa etária”, de acordo com um comunicado.

“Quem recebeu a primeira dose das vacinas Astrazeneca ou Sinovac vai poder receber a segunda dose da vacina Pfizer”, acrescentou.

Até 2 de Maio, 71,6 por cento dos jovens entre os 12 e os 17 anos já receberam pelo menos uma dose, sendo que 36,9 por cento dos jovens já recebeu as duas doses em todo o país. Em Díli, 74,4 por cento dos jovens entre os 12 e os 17 já tem as duas doses da vacina Pfizer.

No que se refere aos indivíduos com mais de 18 anos, 72,2 por cento já receberam pelo menos duas doses e 84,6% já receberam pelo menos uma dose da vacina. Actualmente, Timor-Leste tem 15 casos activos, acumulando 22.875 casos e 130 óbitos desde o início da pandemia.

5 Mai 2022

Consumo | Relatório da Ernst & Young dá conta de maior optimismo no país

Um relatório da consultora Ernst & Young, divulgado esta terça-feira, dá conta de que os consumidores chineses estão mais optimistas quanto ao futuro face à tendência mundial de quebra de confiança por parte dos consumidores.

Segundo a agência Xinhua, o relatório revela que cerca de 60 por cento dos inquiridos acredita que as suas finanças pessoais vão registar uma melhoria no próximo ano, acima da média global de 48 por cento.

Além disso, 43 por cento dos consumidores chineses afirmaram que a sua situação financeira melhorou devido a reduções “apropriadas” no consumo, algo que está nove pontos percentuais acima da média global. No que diz respeito ao impacto do consumo no meio ambiente, 32 por cento dos inquiridos disse priorizar cada vez mais a sustentabilidade e a protecção do meio ambiente na hora de adquirir novos produtos, um número acima da média global de 26 por cento.

“Com base nos objectivos traçados com a neutralidade de carbono em 2060, os consumidores revelaram uma maior consciência em relação a um desenvolvimento sustentável, começando a repensar a forma de consumo e a tentar atingir uma sustentabilidade”, disse Denis Cheng, líder da área do grande consumo para a Grande China da Ernst & Young. De frisar que o relatório EY Future Consumer Index retrata os sentimentos e comportamentos de 18 mil consumidores de vários mercados a nível mundial.

5 Mai 2022

Creative Macau | Mostra “Asas de Maio” abre portas na próxima semana 

Intitula-se “Asas de Maio” e é a nova exposição organizada pela Creative Macau com trabalhos artísticos em papel com assinatura de Bing Cheong e Elisa Vilaça, directora da Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau. Esta promete ser uma mostra reveladora de memórias, criatividade e onde também se exprimem preocupações com um meio ambiente mais sustentável

 

O público poderá ver, a partir da próxima quinta-feira, 12, diversos trabalhos artísticos feitos em papel por duas artistas locais. Para a sua nova exposição, a Creative Macau convidou Bing Cheong e Elisa Vilaça, directora da Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau, e reconhecida pelo seu trabalho com marionetas. “Asas de Maio” será inaugurada no dia 12, às 18h30, num evento que inclui uma actuação do músico Photon Lam.

Para a Creative Macau, estas duas artistas “têm feito o seu percurso criativo originando obras com materiais recicláveis”, sendo que esta mostra “oferece ao público aspectos poéticos tangíveis e intangíveis de ver e sentir o mundo das artistas convidadas, que certamente darão uma nova vida ao espaço, surpreendendo o imaginário dos visitantes”.

Enquanto que Bing Cheong está mais ligada ao mundo da moda, Elisa Vilaça destaca-se pelo trabalho na área das artes performativas. “Ambas estão acostumadas a dar forma às ideias num curtíssimo espaço de tempo para espectáculos e possuem uma vasta experiência profissional e diferentes expressões criativas. Têm ainda em comum tornar o mundo das ideias em realidade, em dimensão e exagero, algo que também é efémero”, descreve a Creative Macau.

Reciclar e criar

A mostra, que pode ser visitada até ao dia 11 de Junho, acaba por retratar as vivências pessoais de cada uma das artistas. Bing Cheong, fundadora da Circle I Studio Company Limited, pratica meditação e considera-se uma “principiante de arte”. “Com imperfeições na vida, aprendi a apreciar o que adquiri, a desfrutar dos momentos felizes, a sentir cada passo para realizar o que sou agora. É importante para mim viver despreocupada e contente”, descreve, na mesma nota de imprensa.

Já Elisa Vilaça, foi buscar inspiração para este trabalho às memórias de infância, quando a avó a “mimava com pequenos bonecos e brinquedos, feitos a partir dos materiais que a natureza lhe oferecia”.

“Essa é, para mim, uma recordação maravilhosa. Esse contacto com a natureza na infância foi sem dúvida marcante no meu crescimento e amadurecimento. Sendo hoje em dia, para mim, uma preocupação permanente a preservação ambiental, a melhor forma que encontrei para o manifestar foi a concepção desta exposição”, acrescenta a artista.

Elisa Vilaça descreve ainda que esta mostra “partindo precisamente do que a natureza nos oferece, pretende, de uma forma orgânica, criativa e plástica, cruzar as múltiplas possibilidades da exploração do papel, também ele com origem na natureza, com outros materiais naturais”.

Para a realização destes trabalhos, Elisa Vilaça foi buscar material recolhido das ruas de Macau após a ocorrência de dois tufões. “Posso afirmar que a sua exploração me permitiu criar além do real e concretizar o meu sonho de voar com Asas de Maio”, conclui.

5 Mai 2022