Taiwan | Exercício de evacuação em larga escala em preparação

Taiwan vai fazer este mês o primeiro exercício de evacuação em larga escala em várias décadas, num sinal de que está a tentar reforçar as defesas civis contra um possível ataque.
O exercício vai abranger diferentes partes do território, que abrigam, no total, três milhões de pessoas. A ilha tem 23 milhões de habitantes.
A polícia e os funcionários da defesa civil vão conduzir para abrigos antiaéreos todas as pessoas que estiverem nas ruas no momento do exercício, afirmou o Ministério da Defesa do território.
Os planos marcam uma mudança significativa em relação a edições anteriores do chamado exercício de ataque aéreo de Wan’an, que Taiwan faz anualmente.
O ministério da Defesa de Taiwan disse que 34 aeronaves militares chinesas operaram perto de Taiwan na terça-feira, entre as quais 29 cruzaram a linha mediana não oficial do Estreito de Taiwan.
“[Vamos] testar a paragem do trânsito e a retirada de pessoas para instalações reais de evacuação de defesa aérea”, disse Chu Sen-tsun, funcionário da Agência de Mobilização de Defesa Total do Ministério da Defesa.
O exercício visa fazer com que as pessoas “se acostumem a retirar imediatamente após o alarme soar, para que possamos consciencializar a sociedade sobre a defesa aérea”.
As autoridades instruíram as pessoas a descarregar uma aplicação da polícia para localizar abrigos próximos e sugeriram que guardem um mapa que funciona sem ligação à rede, para localizá-los em caso de emergência se as comunicações forem cortadas.

13 Jul 2023

Mercado | Vice-presidente chinês dá boas-vindas a empresas dos EUA

O vice-presidente chinês, Han Zheng, disse esta terça-feira que empresas de todo o mundo, incluindo dos Estados Unidos, são bem-vindas para aprofundar a sua presença no mercado chinês.
Han fez os comentários ao reunir-se com representantes dos EUA que participavam na 14.ª ronda de diálogo entre líderes empresariais chineses e americanos e ex-funcionários séniores em Pequim, indica a agência estatal Xinhua.
As relações China-EUA são as relações bilaterais mais importantes do mundo. Para promover o desenvolvimento sólido e constante das relações, a chave é seguir os princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ‘win-win’ apresentados pelo Presidente Xi Jinping, observou Han.
A competição está em todos os lugares do mundo actual, mas deve ser uma competição saudável que promova resultados positivos para ambas as partes, em vez de um jogo de soma zero, destacou Han, citado pela Xinhua.

“A China avançará inabalavelmente com a sua reforma e abertura, e dará as boas-vindas a empresas de todo o mundo, incluindo os Estados Unidos, para aprofundar a sua presença no mercado chinês visando contribuir para a estabilidade e a operação ininterrupta das cadeias industriais e de suprimentos globais e para o crescimento económico mundial”, salientou Han.
Os representantes norte-americanos disseram que os Estados Unidos e a China têm laços económicos e comerciais estreitos, e as dificuldades e incertezas actuais são preocupantes.
Os responsáveis disseram ainda que a comunidade empresarial dos Estados Unidos está disposta a continuar a expandir a cooperação com a China e a desempenhar um papel activo para promover o desenvolvimento sólido e constante das relações bilaterais.

13 Jul 2023

Pyongyang dispara míssil balístico não identificado

A Coreia do Norte disparou um míssil balístico não identificado, depois de Pyongyang ter ameaçado abater aviões espiões norte-americanos no espaço aéreo norte-coreano, anunciaram ontem as forças armadas da Coreia do Sul.
O Estado-Maior Interarmas sul-coreano indicou que “a Coreia do Norte disparou um míssil balístico não identificado em direção ao mar de Leste”, nome dado pelas duas Coreias ao mar do Japão.
Também o Ministério da Defesa do Japão registou o novo disparo de um aparente míssil balístico norte-coreano, no primeiro deste tipo desde 15 de Junho, indicando estar a reunir dados para avaliar se apresenta algum tipo de risco para o seu território.
Na segunda-feira, Kim Yo-jong, irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, advertiu os Estados Unidos que Pyongyang responderá com “acções claras e contundentes” ao que qualificou como operações de “espionagem aérea”.
A também vice-directora de propaganda do regime sublinhou que as ações de Washington são “claramente uma grave violação da soberania e segurança norte-coreana”.

Provocações graves
Kim Yo-jong afirmou que “um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos EUA realizou novamente o reconhecimento aéreo da parte oriental da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte] ao entrar nos céus da Zona Económica Especial (ZEE) acima da Linha de Demarcação Militar (MDL)”, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA.
O dispositivo “executou uma grave provocação militar ao realizar o reconhecimento aéreo” sobre as águas da ZEE norte-coreana, chegando a estar a cerca de 400 quilómetros da costa sudeste do país, acrescentou.
Depois de o fracasso das negociações de desnuclearização de 2019, as tensões aumentaram novamente na península coreana.
Pyongyang rejeitou qualquer iniciativa de diálogo e realizou um número recorde de testes de mísseis, enquanto Seul e Washington retomaram as grandes manobras militares conjuntas e mobilizaram regularmente meios estratégicos dos EUA na região.

13 Jul 2023

Oposição sul-coreana quer alternativas para descargas de Fukushima

Políticos da oposição sul-coreana e grupos de pescadores do país defenderam ontem, em Tóquio, o fim do plano do Governo nipónico para libertar água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima, apelando ao estudo de alternativas.
“O Governo japonês deve parar com esse plano, pois a descarga será mortal para os oceanos e isso vai afectar-nos a todos”, disse Seong Gon-wi, membro do Partido Democrático da Coreia do Sul, durante uma conferência de imprensa no Clube de Correspondentes Estrangeiros do Japão (FCCJ, na sigla inglesa).
A oposição apontou que a libertação das águas representa “uma séria ameaça para os oceanos” e que, por se tratar de um acontecimento sem precedentes, terá também “consequências sem precedentes”, além de violar vários tratados internacionais.
“Apesar das alternativas que existem, eles insistem na descarga e vão colocar toda a humanidade em perigo só por dinheiro. Por que não despejam a água no Japão se é tão seguro?”, questionou Yoon Jae-kab, do mesmo partido.
Também a associação de pescadores de Jeolla do Sul, no sudoeste da Coreia do Sul, que esteve presente na conferência, manifestou descontentamento com as consequências que o derrame pode ter para a indústria e para a possível diminuição do consumo de peixe e marisco local devido à desconfiança da população.
“A indústria pesqueira sul-coreana vai sofrer grandes danos e, por isso, devem adiar a decisão até que a segurança seja garantida”, sugeriu Park Yeon-hwan, representante do grupo, acrescentando que “o oceano não é um depósito de resíduos nucleares”.

Padrões de segurança
A resposta sul-coreana ocorre depois de a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) ter apoiado a 04 de Julho o plano japonês para libertar no mar água tratada da central nuclear de Fukushima, dizendo que as medidas tomadas pelo país asiático estão “de acordo com os padrões de segurança internacional”.
A água altamente contaminada gerada pela central é processada nos chamados circuitos ALPS (Sistema Avançado de Processamento de Líquidos), para remover a maior parte dos elementos radioactivos, com excepção do trítio, sendo novamente armazenada antes de ser lançada ao mar.
O Governo japonês e a Tokyo Electric Power (TEPCO), proprietária da central de Fukushima, tomaram a decisão devido à impossibilidade de continuar a armazenar água em tanques instalados em terrenos da central, por falta de espaço físico.

13 Jul 2023

Tailândia | Candidato a primeiro-ministro afirma-se alvo de manobra ilegal

O candidato a primeiro-ministro da Tailândia, Pita Limjaroenrat, que venceu as eleições legislativas de maio e corre o risco de ser suspenso da Assembleia Nacional, afirmou ontem estar a ser alvo de uma “manobra ilegal”.
“Estou a manter o ânimo”, disse aos jornalistas na Assembleia Nacional, denunciando o que considera como um processo injusto desencadeado pela Comissão Eleitoral, que no limite o pode impedir de formar um novo Governo.
A Comissão Eleitoral da Tailândia concluiu que existem provas de que Pita Limjaroenrat violou a lei eleitoral e remeteu o assunto para o Tribunal Constitucional, que poderá ordenar que Pita seja suspenso de funções como deputado até ao anúncio do acórdão.
Em teoria, esta decisão não exclui a possibilidade de Pita ser nomeado primeiro-ministro pelo Parlamento amanhã, uma vez que o cargo não tem de ser ocupado por um deputado, mas é possível que o país venha a enfrentar mais uma crise política.
Pita Limjaroenrat, líder do partido de inspiração social-democrata Mudança para o Futuro (MFP, até agora na oposição), venceu as eleições gerais de Maio, conquistando 151 lugares na Câmara dos Representantes com 500 membros e a maioria dos votos populares.
O MFP formou uma coligação de oito partidos, abrangendo 312 lugares, e tinha previsto consolidar o poder, mas a aprovação dos membros do Senado conservador composto por 250 lugares (não eleito) e que participa na votação para a escolha do primeiro-ministro, dificulta também as aspirações de Pita Limjaroenrat.
O processo contra Pita está relacionado com a alegada posse de ações de uma empresa de comunicação social, o que o impediria de se candidatar a cargos públicos.

Manobras duvidosas
A queixa contra o líder do MFP, apresentada por um membro de um partido político rival, aplica-se à factos alegadamente ocorridos nas eleições gerais de 2019.
Pita já tinha contestado a queixa que se referia ao facto de não ter incluído as ações numa declaração de bens obrigatória.
O caso que a comissão remeteu para o tribunal “vai além de uma violação técnica da lei eleitoral” sendo que Pita é acusado de se ter candidatado “em consciência” de que era inelegível: uma violação criminal punível com uma pena máxima de prisão de três anos e/ou uma multa até 60.000 baht (1.720 dólares).
O vice-primeiro-ministro Wissanu Krea-ngam, principal conselheiro jurídico do Governo, foi citado como tendo dito que se o líder do partido fosse considerado não qualificado, as eleições poderiam ser anuladas e convocada nova votação.
Desde as eleições que os opositores políticos temem que o poder conservador tailandês recorra ao que consideram “truques sujos”.
Durante uma década e meia, os conservadores, apoiados pelos militares, utilizaram repetidamente os tribunais e organismos como a Comissão Eleitoral para emitir decisões controversas com o objectivo de paralisar ou afastar adversários políticos.
A dissolução, em 2019, do partido Futuro em Frente, precursor do actual Mudança para o Futuro, desencadeou protestos de rua por parte de activistas pró-democracia, que só abrandaram durante a pandemia de covid-19.

Nação atribulada
A Comissão Eleitoral considerou que existiam provas suficientes para remeter para o Tribunal Constitucional o caso de Pita, acusado de possuir acções de um canal de televisão, contrariando a lei.
Entretanto, O presidente da Comissão Eleitoral, Ittiporn Boonprakong, disse à Agência France-Presse que recomendava a suspensão de Pita, de 42 anos, que enfrenta prisão, perda de mandato e risco de inelegibilidade durante vinte anos.
O reino da Tailândia espera um novo primeiro-ministro após quase uma década de regime militar que viu as liberdades fundamentais serem restringidas e o crescimento económico estagnar.
A Comissão Eleitoral é um organismo que está implicado em várias das crises que caracterizam a vida política tailandesa, entre a interferência do Exército e do poder judicial no processo democrático e as manifestações, por vezes violentas.
Desde o fim da monarquia absoluta, em 1932, a Tailândia enfrentou mais de dez de golpes de Estado.
A decisão do Tribunal Constitucional de dissolver o partido da oposição levou milhares de jovens para as ruas a favor de uma reforma profunda da monarquia.
O programa do partido de Pita inclui uma nova Constituição, o fim do serviço militar obrigatório para os homens, a abertura do país a novos mercados e a legalização do casamento para todos.

13 Jul 2023

Portugal perdeu 1,2 MME com benefícios e isenções a companhias aéreas

Portugal perdeu 1,2 mil milhões de euros (MME) em receitas fiscais por “subtributação” das companhias aéreas em 2022, segundo um estudo ontem divulgado pela organização ambientalista Zero, que defende que se aplique ao sector o princípio do poluidor-pagador.
Segundo os mesmos dados, além da perda de receita fiscal, a concessão de isenções e benefícios fiscais ao sector da aviação levam ainda a um acréscimo de 34,8 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono para a atmosfera.
“Em 2025, caso os governos nacionais e da UE não acabem com estes benefícios, o buraco fiscal aumentará para 47,1 mil milhões de euros na Europa, e 35,7 mil milhões de euros na UE”, refere, acentuando que isto significa também um “buraco crescente na redução de emissões de dióxido de carbono”.
No caso de Portugal, refere a Zero, a “borla fiscal” que em 2022 ascendeu a 1,2 mil milhões de euros, irá atingir mais de 1,4 mil milhões de euros, caso não haja uma revisão dos benefícios atribuídos às companhias aéreas que operam no país.
Num apanhado da situação em Portugal, a Zero aponta à isenção fiscal no combustível dos aviões, a isenção do IVA nos bilhetes ou a aplicação da taxa reduzida de 6 por cento nos voos domésticos continentais ou a “inexpressiva taxa de carbono fixa de dois euros por bilhete”.

Contas mal feitas
Segundo a Zero, só a TAP beneficiou em 2022 de 450 milhões de euros em isenções e subsídios fiscais, sendo “270 milhões de euros por via directa de impostos sobre o combustível e sobre o preço do carbono e 180 milhões por via indirecta do IVA e taxas de que os seus passageiros beneficiam”.
Para a associação ambientalista é, por isso, urgente aplicar o princípio do poluidor-pagador na aviação, colocando as companhias e os passageiros “a custear todos os prejuízos climáticos e ambientais que originam”.
Assim, defende, no curto prazo, Portugal deve aplicar taxas que lhe permitam reduzir o ‘buraco’ fiscal, com a Zero a precisar que a taxa deveria rondar, em média, os 20 euros por viagem doméstica, os 48 euros por viagem intraeuropeia e os 281 nos voos intercontinentais, e equacionando uma diferenciação no valor consoante o número de viagens por passageiro.

13 Jul 2023

Segurança | Pequim e Ilhas Salomão assinam acordo de cooperação

A assinatura do novo acordo em matérias securitárias solidifica a influência da China na região

 

As Ilhas Salomão assinaram ontem um acordo com a China para aumentar a cooperação em “assuntos de segurança e aplicação da lei”, suscitando preocupações entre os parceiros tradicionais da ilha, incluindo Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos.

O acordo, cujos detalhes não foram divulgados imediatamente, consta de uma declaração conjunta divulgada ontem, após uma reunião realizada na segunda-feira, em Pequim, entre o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o homólogo das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare.

Como parte dos esforços para construir uma “parceria estratégica abrangente”, os dois lados concordaram em “melhorar a cooperação em questões de segurança e aplicação da lei”, lê-se no comunicado, citado pela imprensa chinesa.

Localizadas a 2.000 quilómetros a nordeste da Austrália, as Ilhas Salomão representam o maior sucesso da China na sua campanha para expandir a presença no Pacífico Sul.

O governo de Sogavare rompeu em 2019 as relações diplomáticas com Taiwan e estabeleceu relações com Pequim.

A China e as Ilhas Salomão assinaram um acordo de segurança em 2022 que suscitou preocupações na Austrália e nos Estados Unidos, sobre a possibilidade de o tratado permitir a construção de uma base militar chinesa no país, uma possibilidade negada por Honiara.

A China já treinou agentes da polícia das Salomão e doou armas e equipamento de controlo de distúrbios, como veículos com canhões de água.

Com 700.000 pessoas, as Salomão são compostas por seis ilhas principais e cerca de 900 ilhas menores. O território passou por períodos de tensão étnica, durante os quais Austrália, Nova Zelândia e outras nações insulares do Pacífico enviaram forças para ajudar a restaurar a ordem.

Jogo da corda

Após a aproximação de Sogavare a Pequim, os EUA comprometeram-se a reabrir uma embaixada em Honiara e os países aliados aumentaram o envolvimento com a região como um todo.

Biden convocou uma cimeira de líderes das Ilhas do Pacífico em Setembro para revelar uma estratégia que inclui a cooperação em questões de alterações climáticas, segurança marítima e prevenção da pesca predatória.

O governo norte-americano também prometeu doar 810 milhões de dólares às nações insulares do Pacífico na próxima década, incluindo 130 milhões para lidarem com os efeitos das alterações climáticas.

Sogavare também reuniu com o Presidente chinês, Xi Jinping, na segunda-feira, e a declaração conjunta incluiu uma referência à cooperação de “alta qualidade” sob o projecto “Uma Faixa, Uma Rota”, que visa construir portos, rodovias, e outras infraestruturas financiadas por empréstimos chineses.

As Ilhas Salomão já garantiram um empréstimo de 66 milhões dólares do Banco de Exportação e Importação da China para erguer 161 torres móveis construídas e administradas pela gigante chinesa das telecomunicações Huawei.

Em 2018, as Salomão concederam à Huawei um contrato para uma rede subaquática de cabos de telecomunicações, financiada em conjunto pela Austrália. A China também está a construir instalações para as ilhas sediarem os Jogos das Ilhas do Pacífico de 2023.

12 Jul 2023

Coreia do Norte adverte EUA sobre “espionagem aérea”

As autoridades norte-coreanas deram conta da passagem de uma aeronave dos Estados Unidos a cerca de 400 quilómetros da costa e ameaçam retaliar com “acções claras e contundentes” se a situação se repetir

 

A irmã de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, advertiu segunda-feira os Estados Unidos pelas alegadas operações de “espionagem aérea” que aeronaves norte-americanas realizaram nos últimos dias sobre a costa leste daquele país asiático.

Kim Yo-jong sublinhou que “um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos EUA realizou novamente o reconhecimento aéreo da parte oriental da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte] ao entrar nos céus da Zona Económica Especial (ZEE) acima da Linha de Demarcação Militar (MDL)”, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA.

As Nações Unidas (ONU) definem ZEE como as águas que se estendem até 200 milhas náuticas (cerca de 370 quilómetros) das costas de um país, que tem o direito de explorá-las, enquanto o espaço aéreo costuma estar associado às águas territoriais, que atingem até a 12 milhas náuticas (cerca de 22 quilómetros) da costa.

De acordo com Kim, o avião, que “se retirou antes da chegada da Força Aérea do Exército do Povo Coreano”, cruzou novamente a MDL – que divide a península coreana e as suas águas circundantes – rumo ao norte por volta das 8:50.

O dispositivo, acrescentou, “executou uma grave provocação militar ao realizar o reconhecimento aéreo” sobre as águas da ZEE norte-coreana, chegando a estar a cerca de 400 quilómetros da costa sudeste do país.

 

Outras violações

A mensagem de Kim Yo-jong surge horas depois do regime norte-coreano ter acusado Washington, numa outra declaração, de violar o seu espaço aéreo com um avião de reconhecimento estratégico.

Kim insistiu que as acções dos EUA são “claramente uma grave violação da soberania e segurança norte-coreana”.

A irmã do líder, que é vice-directora de propaganda do regime, alertou que Pyongyang responderá com “acções claras e contundentes” se um avião dos EUA sobrevoar as suas águas da ZEE novamente.

Em 1969, o regime abateu, matando todos os 31 ocupantes, um avião de reconhecimento norte-americano EC-121 que alegadamente sobrevoou a ZEE.

Após o fracasso das negociações de desnuclearização de 2019, as tensões aumentaram novamente na península coreana.

Pyongyang rejeitou qualquer iniciativa de diálogo e realizou um número recorde de testes de mísseis, enquanto Seul e Washington retomaram os seus grandes exercícios conjuntos e mobilizaram regularmente meios estratégicos dos EUA na região.

12 Jul 2023

Direito de Resposta

Exmo. Senhor,

Carlos Morais José

Director do Jornal Hoje Macau

Pátio da Sé, Nº 22, Edf. Tak Fok, R/C, Macau

 

Assunto: Pedido de publicação de um Direito de Resposta acerca do artigo “Tudo tem o seu tempo”, da autoria do Sr. João Santos Filipe – Jornal Hoje Macau 10 de Julho de 2023.

 

Exmo. Senhor,

 

Ao abrigo do Direito de Resposta consignado na Lei de Imprensa, e enquanto membros do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas, para os devidos efeitos concernente à publicação mencionada no assunto em epígrafe, vimos por esta via solicitar a publicação deste esclarecimento relativamente ao conteúdo do artigo Tudo tem o seu tempo, da autoria de João Santos Filipe, publicado no Jornal Hoje Macau no dia 10 de Julho de 2023.

A posição expressa no artigo intitulado “A Oportunidade Perdida”, que foi publicada nas redes sociais, a que o Jornal Hoje Macau teve acesso, e se baseou para tecer considerações sobre as alterações à Lei que regulam o Conselho das Comunidades Portuguesas, aprovada na última sexta-feira, 7 de Julho de 2023, não é da autoria dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo China, Macau e Hong Kong, nem a reacção à votação pode ser atribuída individualmente à Conselheira Rita Santos, conforme referido no artigo supra mencionado, porquanto se trata de um comunicado emitido pelo Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas, composto por membros representantes das diversas comunidades Portuguesas espalhadas pelo Mundo, cuja lista segue abaixo, para referência desse jornal e do autor do artigo.

Agradecendo ao Jornal Hoje Macau a atenção dispensada na elaboração do artigo referente ao comunicado do CP do CCP (A Oportunidade Perdida), julgamos de elementar justiça que o texto seja publicado na íntegra, juntamente com a publicação deste direito de resposta, por forma a não suscitar qualquer dúvida em relação à posição colectiva do Conselho Permanente, cujo conteúdo passo a citar:

 

A OPORTUNIDADE PERDIDA

 

Hoje, após meses em espera, finalmente a Assembleia da República aprovou, com os votos do grupo parlamentar do PS e da deputada do PAN o texto com alterações para a Lei 66-A, que regulamenta o CCP.

Infelizmente deixaram de avançar com diversos temas e acabaram por aprovar outros que jamais foram objeto de diálogo prévio com o CCP como, por exemplo, a limitação de mandatos aos conselheiros; o que não se exige dos deputados.

O PS talvez tenha considerado que a maioria absoluta permite decidir mesmo sem levar em causa as históricas pautas do CCP e a manifestação de outros grupos parlamentares. Aprovação houve, é verdade, mas com declarações das mais variadas tendências naquela Casa da Democracia. PSD, Chega, IL, PCP e Bloco de Esquerda, todos manifestaram pública e contundentemente seu descontentamento com o processo.

Ratificadas as alterações, o texto, em breve, irá à apreciação do Presidente da República. Vamos continuar a acompanhar atentamente, relembrando que a oportunidade perdida, expressão repetida por quase todas as intervenções, continuará a ser objeto de radical crítica do atual CCP.

Poderíamos ter avançado com a adopção de políticas que melhor servissem às Comunidades e a sua ligação no sentido de reforçar a coesão nacional, com uma melhor estrutura, com o plenário a meio de mandato, com o piloto do voto eletrónico descentralizado, com deveres e direitos dos conselheiros mais detalhados e com uma regulamentação que desse ao CCP uma verdadeira autonomia, como deve ter qualquer órgão de consulta do Governo.

Tivemos um revés, mas não desanimaremos. Que a responsabilidade seja de quem efetivamente deixou passar essa oportunidade.

Lisboa, 07 de Julho de 2023.

 

Pelo: Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas

 

◦        Amadeu José Santos Batel – Suécia (Vice-Presidente)

◦        Ângelo Leite Horto – Rio de Janeiro, Brasil

◦        António Manuel Mota da Cunha – Londres e Manchester e Dublin, Reino Unido

◦        Flávio Alves Martins – Rio de Janeiro, Brasil (Presidente)

◦        Maria de Lurdes Almeida Traça, Caracas, Venezuela

◦        Maria Lígia Gonçalves Sardinha

◦        Fernandes – Cabo, África do Sul

◦        Nelson Ponta Graça – São Francisco, EUA

◦        António Paulo Neves Marques – Paris, França

◦        Paulo Jorge de Jesus Martins – Boston, EUA

◦        Pedro Cláudio Caldeirinha Rupio – Bélgica

◦        Rita Botelho dos Santos – China, Macau, Hong Kong

 

Finalmente, e tendo em consideração que o artigo publicado pelo Jornal Hoje Macau, inicia o texto com referência inadequada aos Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo China, Macau e Hong Kong, vai esta solicitação de publicação de um Direito de Resposta assinado pelos três conselheiros que compõem o Conselho das Comunidades Portuguesas do Círculo China, Macau e Hong Kong.

 

O Gabinete dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo da China, Macau e Hong Kong, aos 11 de julho de 2023.

 

Pel´o Gabinete

 

Comendadora Rita Santos

Membro do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas

Presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas

 

 

Armando de Jesus

Conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas

 

 

Gilberto Camacho

Conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas

 

 

Nota da Redacção

 

O texto a que se refere o Direito de Resposta foi publicado na página de Facebook “Conselho das Comunidades Portuguesas da China, Macau e HK – 葡國委員會(中國、澳門、香港)” que tem sido utilizada para partilhar comunicados dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo China, Macau, Hong Kong, encontros de Rita Santos com amigos e que apresenta o seguinte endereço electrónico: rsantos@atfpm.com. Sendo verdade que a publicação em causa atribui no final o comunicado ao “Conselho Permanente do CCP”, do qual Rita Santos faz parte, também é verdade que na publicação, e ao contrário do que acontece neste Direito de Resposta, não surgem identificados os outros membros.

12 Jul 2023

Pelo menos 1.350 migrantes chegaram à ilha entre domingo e segunda-feira

Cerca de 1.350 migrantes chegaram à ilha italiana de Lampedusa entre domingo e segunda-feira sendo que o centro de acolhimento aloja mais de duas mil pessoas depois dos contínuos desembarques dos últimos dias.

De acordo com a imprensa italiana, durante a noite a Guarda Costeira localizou sete embarcações precárias com cerca de 350 pessoas e que foram desembarcadas em Lampedusa.

Na segunda-feira ocorreram 23 desembarques com 1.007 pessoas no total.

Nas últimas barcaças resgatadas durante a última noite, as autoridades referem que foram desembarcadas entre 45 a 70 pessoas de origem síria, marroquina, tunisina, senegalesa além de cidadãos da Costa do Marfim e da Libéria.

Alguns grupos informaram que partiram de Sfax, em Tunes e uma outra embarcação com 70 pessoas a bordo, entre as quais nove mulheres e 11 menores de idades, zarparam da localidade de Kerkennah, também na Tunísia.

O centro de acolhimento da ilha italiana volta a encontrar-se lotado.

De acordo com o Ministério da Administração Interna italiano, a delegação regional do governo em Agrigento, a que pertence Lampedusa, ordenou a transferência de 600 migrantes para os portos de Messina e Reggio Calabria e outros 300 embarcaram num ferry em direção a Porto Empedocle.

A subir

No domingo, chegou ao ancoradouro de Brindisi, região da Apulia (sul de Itália), o navio da organização não-governamental espanhola Open Arms que nos dias anteriores resgatou, em seis operações, 299 pessoas, entre as quais 90 menores de idade e 23 mulheres.

Os migrantes resgatados pela Open Arms são oriundos do Sudão, Eritreia, Egipto, Etiópia, Síria, Tunísia, Costa do Marfim, Senegal, Nigéria, Burkina Faso e Mali.

Dados actualizados na segunda-feira, publicados pelo Governo de Itália, indicam que 71.601 migrantes chegaram às costas italianas desde o princípio do ano.

Em igual período do ano passado desembarcaram 30.939 pessoas em Itália.

12 Jul 2023

Moçambique | “Somos!” angaria 30 mil patacas para minibiblioteca

Uma campanha de solidariedade em Macau angariou perto de 30 mil patacas para a construção de uma minibiblioteca na escola Matchik-Tchik, em Moçambique, disse ontem à Lusa a associação local responsável pela iniciativa.
A primeira tranche do valor angariado no evento “Moçambique: um conto solidário”, organizado pela Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (ACLP), seguiu na segunda-feira para Maputo, capital moçambicana.
“Nesta primeira tranche transferimos cerca de 11.300 patacas para suportar os custos do arquitecto e a compra do material necessário para se arrancar com a obra”, notou a presidente da Somos-ACLP, Marta Pereira.
O envio do restante montante vai ser efectuado à medida que as obras forem avançando. Para erguer a minibiblioteca na escola primária, deverão ser necessárias cerca de 28 mil patacas, estimou a responsável, realçando que “há sempre alterações e imprevistos”.
“Gostaríamos de ajudar com a compra de secretárias e a remodelação das instalações sanitárias. Todavia, auscultámos os professores da escola e outros agentes intervenientes neste processo e, desde o início, a escolha recaiu sobre a estrutura da minibiblioteca”, acrescentou Marta Pereira, notando que o espaço de leitura não vai servir apenas as crianças do estabelecimento de ensino, mas a zona que este serve, o bairro de Polana Caniço.

Historial de ajuda
A Somos-ACLP, que está a trabalhar no projecto com a associação cultural moçambicana Hodi Maputo Afro Swing, calcula que a biblioteca esteja concluída antes do início do próximo ano lectivo.
“Seria um grande arranque para todos os meninos e professores daquele bairro de Moçambique”, referiu a presidente da associação.
Em 2020, a Somos-ACLP lançou uma campanha de solidariedade com vista a apoiar crianças desfavorecidas em São Tomé e Príncipe na compra de material escolar.
No ano seguinte, a ajuda iria chegar às mulheres da Guiné-Bissau, mas “a pandemia trocou as voltas” e o projecto acabou por não avançar.
O objectivo passava por “ajudar com roupa ou pensos higiénicos reutilizáveis meninas de casas de acolhimento, contraceptivos para meninas deficientes”, além de “alimentação para mulheres que trabalham na escavação de pedras e na apanha de areias para sustentar famílias, nas zonas rurais”.
À Lusa, Marta Pereira diz que gostaria de recuperar a ideia para a próxima “iniciativa solidária”, em 2024.

12 Jul 2023

PCC | Xia Baolong assume supervisão das directrizes em Macau

O chefe do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Executivo chinês, Xia Baolong, foi nomeado ontem director de um novo órgão encarregue de vigiar a aplicação das políticas do Partido Comunista (PCC) em Macau e Hong Kong.
Segundo a imprensa local, Xia presidiu a uma reunião do novo gabinete, que tem sede em Pequim.
O novo escritório vai reportar directamente ao Partido Comunista Chinês (PCC), e não ao Conselho de Estado, como ocorreu até agora.
Em Março passado, o PCC aprovou a integração do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês (Executivo) num novo órgão, chamado Escritório Central de Trabalho para Hong Kong e Macau, sob alçada do Comité Central do Partido e encarregue de concretizar os planos de Pequim para os territórios.
Este novo escritório vai supervisionar se as regiões administrativas especiais estão a “proteger a segurança nacional e o princípio ‘um país, dois sistemas’” e apoiar a “integração de Hong Kong e Macau nos planos de desenvolvimento nacional”.
Pequim reforçou o seu controlo político sobre Hong Kong desde os protestos em massa em 2019, aos quais respondeu com a lei de segurança nacional que pune com prisão perpétua acusações como “terrorismo”, “secessão” ou “conluio com forças estrangeiras”.
Pequim defende que recolocou Hong Kong “no caminho democrático correcto” e que “salvou a região do caos” com a lei de segurança nacional, à qual também foi adicionada uma reforma eleitoral destinada a garantir que o território é governado por “patriotas”.

12 Jul 2023

EUA | Pequim pede medidas concretas para atenuar preocupações com sanções

A recente visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen foram classificadas como positivas pelas autoridades chinesas que pedem agora que os progressos alcançados nas negociações sobre sanções se façam agora sentir no terreno

 

A China qualificou ontem como construtiva a visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, a Pequim e pediu a Washington que adopte medidas concretas para responder às suas preocupações com sanções impostas contra empresas do país asiático.

“As reuniões foram francas e construtivas e espera-se que Washington mantenha uma atitude pragmática e racional. Os Estados Unidos devem tomar medidas concretas para responder às preocupações da China sobre sanções e restrições”, disse ontem o ministério das Finanças do país asiático, em comunicado.

O ministério referiu que, nos últimos anos, os EUA introduziram “sanções e medidas restritivas contra a China, que lesaram os interesses e direitos legítimos das empresas chinesas”.

“Durante as reuniões com Yellen, o lado chinês reiterou as suas preocupações e pediu que os EUA removem as taxas alfandegárias punitivas impostas sobre bens importados da China, parem de reprimir empresas chinesas, tratem o investimento bilateral de maneira justa, não imponham controlos nas exportações para a China e cancelem a proibição de importação de produtos oriundos da região de Xinjiang”, é indicado no comunicado.

A nota sublinhou que para uma relação económica bilateral ser saudável ambas as partes devem “respeitar os respectivos direitos e interesses legítimos da outra parte”.

“A concorrência saudável deve seguir os princípios da economia de mercado e as regras da Organização Mundial do Comércio. A China está empenhada em continuar a abrir-se e sempre esteve empenhada em acelerar a criação de um ambiente de negócios baseado na Lei”, acrescentou o comunicado.

As divergências entre os dois países “não devem ser motivo de distanciamento de ambas as partes”, mas antes “motivo para fortalecer os intercâmbios e o diálogo”.

Segundo Pequim, o desenvolvimento da China constitui “uma oportunidade e não um desafio para os Estados Unidos”.

“A China e os EUA devem buscar o consenso. O desenvolvimento chinês traz benefícios, não riscos. O fortalecimento da cooperação é a opção certa para os dois países”, concluiu o ministério.

As reuniões com Yellen “mostraram que a China está disposta a cooperar para enfrentar os desafios globais, incluindo a estabilidade macroeconómica e financeira global, as alterações climáticas ou problemas de dívidas soberanas”, lê-se na mesma nota.

A visita de Yellen terminou com reuniões de alto nível para melhorar a comunicação entre os dois lados, especialmente na parte económica, embora ambos os países reconheçam que continuam a existir diferenças importantes.

 

Regras da competição

Nos quatro dias que passou na capital chinesa, Yellen reuniu-se com os principais formuladores de política económica do país asiático, entre eles o primeiro-ministro, Li Qiang, o novo chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) no banco central, Pan Gongsheng, o ministro das Finanças, Liu Kun, e o vice-primeiro-ministro, He Lifeng.

Yellen afirmou durante a visita que “uma separação entre as duas maiores economias do mundo seria desastrosa para ambos os países e desestabilizadora para o mundo”, mas também expressou preocupação “com acções coercivas contra empresas norte-americanas” e pediu uma competição saudável “baseada em regras”.

Os dois lados abordaram as restrições que os EUA impuseram no ano passado à exportação de ‘chips’ semicondutores para a China, uma medida que visa limitar a capacidade de Pequim de desenvolver supercomputadores, sistemas militares avançados ou sistemas de inteligência artificial.

Pequim respondeu com limitações à exportação de gálio e germânio, dois metais fundamentais para o fabrico de semicondutores, produto que está no centro das tensões comerciais e tecnológicas entre os dois países.

11 Jul 2023

Fukushima | Oposição sul-coreana alerta para plano de descarga da central

O plano de descarga das águas da central nuclear japonesa continua a gerar preocupações por todo o continente asiático

 

Os líderes do principal partido da oposição sul-coreana alertaram domingo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para o impacto regional negativo do plano de descarga de água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima.

Segundo a agência Europa Press, os líderes do Partido Democrático estiveram reunidos com o director da AIEA, Rafael Mariano Grossi, para transmitir as suas preocupações relativamente ao plano de descarga de água tratada da central de Fukushima.

Nesse encontro, Grossi prometeu que a AIEA irá acompanhar todas as fases do processo e garantiu que, com base nas informações que a agência possui, o plano de descarga é totalmente seguro, apesar de reconhecer que é “perfeitamente lógica” a preocupação que suscitou na Coreia do Sul.

No entanto, a oposição sul-coreana não parece ter ficado mais descansada: “A verificação da AIEA foi completamente partidária a favor do Japão”, acusou o líder parlamentar do partido, Woo Won Shik, acrescentando que o organismo “perdeu toda a sua neutralidade e objetividade”.

“Considero lamentável que a AIEA tenha chegado às suas conclusões sem investigar exaustivamente o impacto do derrame nas águas dos países vizinhos e que tenha cedido a uma investigação feita à medida do Japão”, acrescentou Woo Won Shik, em declarações divulgadas pela agência noticiosa oficial sul-coreana Yonhap.

 

Misturas perigosas

Segundo dados da empresa que gere a central japonesa, a instalação armazena cerca de 1,33 milhões de toneladas de água tratada, estando quase no limite da sua capacidade.

A Europa Press recorda que desde o terramoto e o subsequente tsunami de Março de 2011, que provocaram a fusão de três núcleos ao desactivar os sistemas de arrefecimento de emergência e geraram grandes quantidades de água radioactiva, esta tem vindo a acumular-se na central de Fukushima, onde se misturou com a água da chuva e com a água dos cursos subterrâneos.

11 Jul 2023

Emirados Árabes Unidos | Paulo Bento assume comando da selecção

O treinador português volta a treinar uma selecção depois dos cinco anos à frente da equipa da Coreia do Sul

 

O português Paulo Bento vai treinar a selecção dos Emirados Árabes Unidos, ao assinar um contrato de três anos, até 2026, após ter deixado a Coreia do Sul em Dezembro último, anunciou ontem a Associação de Futebol dos EAU.

“A Associação de Futebol dos Emirados Árabes Unidos contratou o seleccionador português Paulo Bento para assumir as funções da nossa primeira selecção nacional durante os próximos três anos”, assinalou o organismo, no site oficial na Internet.

O treinador luso, de 54 anos, que esteve mais de cinco anos como seleccionador da Coreia do Sul, cargo que assumiu em Agosto de 2018, conquistando um troféu, a Taça do Este Asiático, em 2019, salientou que vai em busca das vitórias, sem olhar para o passado.

“Conquistar as vitórias é a forma de deixar os adeptos dos Emirados felizes, com foco no presente, olhando para o futuro, mas não olhando para o passado”, expressou Paulo Bento, durante a conferência de imprensa realizada na sede do organismo no Dubai.

Dar a conhecer

O antigo seleccionador de Portugal, entre 2010 e 2014, revelou que vai “procurar conhecer os jogadores com mais rigor”, realçando que quer uma equipa “ambiciosa de forma a atingir os objectivos”.

“Vamos procurar conhecer os jogadores com mais rigor no próximo período, visitando os seus campos no estrangeiro, para a preparação da nova época. Os critérios de selecção nesta fase assentam nos elementos de desempenho e comportamento, independentemente da idade”, concluiu.

Paulo Bento estava fora dos holofotes desde a eliminação da Coreia do Sul nos oitavos de final do Mundial do Catar, em jogo diante do Brasil (4-1), e prepara-se agora para orientar a terceira selecção na carreira.

O antigo futebolista internacional português iniciou a carreira de treinador a nível sénior no Sporting, transitando dos juniores, assumindo mais tarde a selecção de Portugal, o Cruzeiro do Brasil, o Olympiacos da Grécia e os chineses do Chongqing Dandai.

11 Jul 2023

Politécnicos | Portugueses em Macau para reforçar ensino, investigação e ciência

Os institutos politécnicos portugueses estão em Macau para reforçar a cooperação na área do ensino superior, investigação e ciência, prevendo-se novos acordos que permitirão maior mobilidade de estudantes e o início da mobilidade de docentes.

Uma delegação do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) está desde ontem e até quarta-feira em Macau a desenvolver “uma nova missão de reforço da colaboração” do ensino superior, ciência e investigação, anunciou o CCISP em comunicado.

O objectivo é retomar a cooperação que existia entre Portugal e Macau antes da pandemia de covid-19, prevendo-se para isso reuniões com responsáveis governamentais e instituições de ensino superior de Macau.

A agenda de quarta-feira revela um encontro para formalizar um acordo de cooperação na área dos Estudos e do Ensino em Língua Portuguesa, entre a Direção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude do Governo da Região Administrativa Especial de Macau do Governo da Região Administrativa Especial de Macau e o CCISP.

O CCISP pretende também ver reforçada a mobilidade de estudantes, através de programas de estágios de áreas como Enfermagem, Análises Clínicas e de Saúde Pública, e, também, Farmácia.

O arranque de programas de mobilidade de docentes é outro dos focos do CCISP, que recorda que, com as alterações recentes no enquadramento politécnico nacional e a futura outorga de doutoramentos, o CCISP tenciona aproveitar a visita a Macau para “estudar eventuais novas oportunidades que possam ser trabalhadas em conjunto”, com o intuito de desenvolver novas formas de cooperação com a Universidade Politécnica de Macau.

11 Jul 2023

Temperatura | Empregadores chineses obrigados a limitar trabalho ao ar livre

A China deu ordem às empresas, de determinadas regiões, para limitar o trabalho ao ar livre, devido às altas temperaturas, numa altura em que o país enfrenta calor, inundações e secas.

As autoridades emitiram um alerta laranja, o segundo nível de alerta mais alto, devido às vagas de calor registadas no sul e em grande parte do norte e nordeste da China.

Equipas de resgate estão à procura de sete pessoas desaparecidas, após um deslizamento de terra ocorrido numa estrada em obras, devido às chuvas torrenciais.

O incidente matou pelo menos uma pessoa na cidade central de Yichang, na província de Hubei. Cinco pessoas ficaram feridas, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

Temperaturas acima dos 40 graus estão previstas em Pequim e no centro e sudeste da China. Estão previstos 39 graus para a província de Sichuan, no sudoeste. São ainda esperadas temperaturas acima dos 35 graus na maior parte do norte da China, no restante de Sichuan e em grande parte do sul.

O alerta laranja exige que os empregadores tornem o trabalho ao ar livre o mais breve possível. Apesar disso, trabalhadores de entregas ao domicílio continuam a operar.

Duas mortes relacionadas com a vaga de calor foram relatadas anteriormente em Pequim. Um guia turístico desmaiou no fim de semana passado no Palácio de Verão, um jardim da era imperial e uma mulher morreu no mês passado de insolação.

 

Arroz em risco

O ministério da Agricultura alertou no domingo que o clima quente persistente pode prejudicar as colheitas de arroz. Disseram também que as autoridades locais devem garantir que os arrozais têm água adequada para evitar o amadurecimento prematuro do arroz.

Em outros lugares, dezenas de milhares de pessoas tiveram de deixar as suas casas devido a cheias ocorridas no norte, centro e sudeste da China.

Algumas áreas, incluindo a populosa província de Hebei, que circunda Pequim, emitiram no domingo um alerta vermelho, o alerta de temperatura mais alto.

Moradores de algumas cidades mudaram-se para abrigos antiaéreos subterrâneos para se protegerem do calor.

A temperatura média da Terra estabeleceu um novo recorde não oficial na quinta-feira, o terceiro marco consecutivo registado na semana mais quente desde que há registos.

11 Jul 2023

China nega ligação a precursores de fentanil e rejeita proposta dos EUA

Os Estados Unidos lançaram no sábado uma coligação internacional contra o tráfico de fentanil e outras drogas sintéticas, à qual se juntou o México, um importante produtor dessa substância, mas da qual a China descartou participar.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, presidiu uma reunião virtual com representantes de 97 países e organizações para lançar as bases desta nova aliança, que espera voltar a reunir-se em Setembro à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU).
O fentanil, um opioide sintético 100 vezes mais potente do que a morfina, é fabricado por cartéis mexicanos e depois traficado para os Estados Unidos, onde causa milhares de mortes por overdose a cada ano.
Mas a crise vai mais além, já que África e o Médio Oriente também vivem uma crise de uso de drogas sintéticas como tramadol ou captagon, esta última fabricada em larga escala na Síria, alertou a ONU no seu Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado na semana passada.
“Se não agirmos juntos com urgência, outras partes do mundo sofrerão as consequências catastróficas que já estão a afectar tantas cidades e vilas norte-americanas”, alertou Blinken durante o seu discurso na reunião.
O chefe da diplomacia norte-americana lembrou que 110 mil pessoas morreram no ano passado no seu país por overdose de drogas, principalmente fentanil, que é já a principal causa de morte entre pessoas com idades entre os 18 e os 49 anos.
Blinken defendeu ainda que a iniciativa privada também se envolva nesse esforço, uma vez que uma parte significativa desses estupefacientes é fabricada com substâncias químicas comercializadas legalmente como medicamentos, cosméticos ou produtos de uso doméstico.
Apesar de vários precursores químicos usados pelos cartéis mexicanos para fabricar o fentanil serem provenientes da China, Pequim descartou participar na reunião, para a qual havia sido convidada.

Assunto alheio
Numa ligação com repórteres, Todd Robinson, chefe do escritório antidrogas do Departamento de Estado, disse na quarta-feira que a China não tem cooperado com os Estados Unidos no combate ao tráfico de drogas nos últimos meses.
Por isso, exortou os restantes países que têm contactos com o país asiático a influenciarem Pequim a juntar-se a esses esforços.
O próprio Blinken já fez uma tentativa na sua recente viagem a Pequim, onde levantou a questão do fentanil com as autoridades do país como uma das maiores preocupações de Washington.
O Governo de Xi Jinping negou categoricamente em Abril passado que o seu país esteja por trás da exportação de precursores de fentanil, em resposta a uma carta enviada pelo Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, solicitando cooperação nesse assunto.
López Obrador sustenta que o fentanil chega aos Estados Unidos directamente da China e nega que a substância seja fabricada no seu país, embora o seu Governo tenha destruído vários laboratórios clandestinos onde se fabricava a droga.
Apesar de tudo, a nova ministra dos Negócios Estrangeiros do México, Alicia Bárcena, esteve na reunião de sábado para integrar a nova coligação.

10 Jul 2023

Tecnologia | EUA vão ouvir queixas de Pequim sobre restrições à exportação

A visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, à China, onde manteve encontros de alto nível com as autoridades chinesas, visou diminuir as tensões e promover um diálogo mais harmonioso entre as duas nações.
Os Estados Unidos vão ouvir as queixas chinesas sobre restrições nas exportações de tecnologia e podem “responder a consequências não intencionais” das decisões norte-americanas, afirmou ontem a secretária do Tesouro, Janet Yellen, após uma visita a Pequim.
“Abriremos canais para que possam expressar as suas preocupações sobre as nossas acções, e poderemos explicar e possivelmente, em algumas situações, responder às consequências não intencionais das nossas acções”, disse Yellen em conferência de imprensa, no encerramento de uma visita a Pequim com o objectivo de estabilizar as relações tensas entre os dois países.
As relações entre as duas maiores economias mundiais estão no seu nível mais baixo das últimas décadas devido a disputas sobre tecnologia e segurança, entre outros assuntos.
Uma importante reclamação chinesa é a limitação de acesso a ‘chips’ para processadores e outras tecnologias norte-americanas, por motivos de segurança, que ameaçam impedir o desenvolvimento por empresas chinesas de smartphones, inteligência artificial e outras indústrias.
Yellen não anunciou ontem qualquer acordo sobre os grandes debates ou planos para actividades futuras, mas disse que o seu departamento e as autoridades chinesas teriam uma comunicação “mais frequente e regular”.
Durante a visita, Yellen conversou com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e outras autoridades, em 10 horas de reuniões.
No sábado, a secretária norte-americana teve uma reunião de cinco horas com o vice-primeiro-ministro He Lifeng.
O crescimento económico da China recuperou para 4,5 por cento no primeiro trimestre de 2023, em relação aos 3 por cento do mesmo período do ano passado, mas a actividade fabril e o consumo abrandaram no trimestre encerrado em Junho.
O Presidente chinês, Xi Jinping – com quem Yellen não se encontrou durante esta visita -, acusou Washington, em Março, de tentar conter o desenvolvimento industrial da China.
Pequim tem demorado a retaliar as restrições de tecnologia dos EUA, mas três dias antes da chegada de Yellen, o governo chinês anunciou controlos não especificados sobre exportações de gálio e germânio, metais usados no fabrico de semicondutores e painéis solares, dos quais a China é o maior produtor.
Yellen disse que tentou tranquilizar as autoridades chinesas de que Washington não pretende dissociar a economia norte-americana da China, enquanto tenta “reduzir o risco” do comércio.

Luta tecnológica
O Governo de Joe Biden está a pressionar os fabricantes de semicondutores para transferirem a produção para os Estados Unidos, de forma a reduzir a dependência de Taiwan e de outros fornecedores asiáticos, que veem como um risco à segurança.
Washington quer desenvolver alternativas ao fornecimento pela China de metais raros usados no fabrico de smartphones, turbinas eólicas e outros produtos.
Yellen afirmou que os responsáveis chineses “expressaram alguma preocupação” por estas acções norte-americanas e, pelo seu lado, expressou preocupação às autoridades chinesas sobre “actividades coercivas” contra empresas americanas.
No sábado, Yellen apelou ainda a He para uma cooperação nas alterações climáticas, no peso da dívida dos países em desenvolvimento e noutros desafios globais.
A secretária norte-americana defendeu que os dois governos não devem permitir que divergências sobre o comércio e a segurança prejudiquem as relações económicas e financeiras.

10 Jul 2023

Japão | Chuva obriga à retirada de residentes e suspensão de comboios

As autoridades japonesas recomendaram ontem a mais de 370 mil residentes, no sudoeste do Japão, para saírem das suas casas, devido à chuva torrencial.
A frente de chuva que tem afectado a metade sul do arquipélago japonês causou estragos particularmente significativos na prefeitura de Shimane, onde foram registados 20 transbordamentos de rios e 15 incidentes de aluimento de terras.
As autoridades locais pediram a mais de 370 mil pessoas de duas localidades da província que abandonassem as suas casas e se dirigissem a centros de acolhimento, além de recomendar a suspensão de comboios regionais e de alta velocidade.
De acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA), foram registados mais de 100 milímetros de precipitação na região no espaço de seis horas.
A polícia e os serviços de socorro estão à procura de possíveis passageiros de um veículo que foi arrastado por um rio, noticiaram os meios de comunicação social locais.
As condições meteorológicas também perturbaram os comboios de alta velocidade entre as estações de Hiroxima e Hakata, no sudoeste do país, de acordo com a operadora.
A JMA alertou para o risco de inundações contínuas, aluimentos de terra e outros incidentes relacionados com as chuvas torrenciais previstas para todo o domingo nas regiões oeste, sudoeste e centro do país.

10 Jul 2023

Timor-Leste | Aplaudidas declarações de Camberra sobre projecto do Greater Sunrise

Timor-Leste considerou sexta-feira um sinal positivo que a Austrália tenha reconhecido erros no passado na gestão de temas como a fronteira marítima, e tenha reafirmado o seu compromisso com o desenvolvimento do projecto do Greater Sunrise.
“É bom reconhecer o passado. Começamos com novos passos, novos princípios, uma cooperação económica e estratégica, olhar para conjuntura política e global, ver onde estamos situados. Esperamos que isto vá ajudar”, disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Bendito Freitas.
“A questão dos recursos de Timor-Leste é muito importante e devemos materializar isto diretamente para o nosso solo, o nosso país, para criar indústrias, empregos e apoiar na diversificação económica”, vincou.
Bendito Freitas reagia a um discurso proferido em Díli pela sua homóloga australiana Penny Wong, marcado por referências ao projecto do Greater Sunrise, cujo desenvolvimento poderá vir a ser acordado nos próximos meses.
No discurso, Wong reconheceu alguns dos erros passados de anteriores governos australianos relativamente à questão de Timor-Leste, nomeadamente no que toca à fronteira marítima entre os dois países, fechada em 2018.
A ministra referiu-se ao passado de todo este longo processo e a ações de anteriores Governos australianos, que “agiram de formas que os timorenses, e muitos australianos, consideraram decepcionantes”.
A intervenção de Wong, durante uma curta visita a Timor-Leste, marcou igualmente a declaração mais forte de Camberra até ao momento no que toca ao compromisso de desenvolvimento do poço de Greater Sunrise.
Em particular, a chefe da diplomacia mostrou-se particularmente compreensiva relativamente às aspirações de Timor-Leste de que o gasoduto venha para o país, num contexto de consolidação da sua soberania e dos esforços de resiliência democrática.
“Entendemos que, para manter a vossa soberania, precisam de ser economicamente resilientes. A chave dessa ambição serão as escolhas soberanas que Timor-Leste fizer agora”, disse Wong.
“A Austrália tem estado a ouvir atentamente para compreender as vossas ambições para o Greater Sunrise. Posso assegurar-vos que o compromisso de Timor-Leste com o processamento em terra e com o projeto Tasi Mane da costa sul é claramente compreendido”, admitiu.

A petrolífera timorense TIMOR GAP detém a maioria do consórcio o Greater Sunrise, projecto que tem estado parada por desacordos relativamente ao modelo de desenvolvimento, com Timor-Leste a insistir num gasoduto para o país.
“A tecnologia está a evoluir e o consórcio está a analisar de novo as opções. É por isso que o seu estudo sobre as opções para o Greater Sunrise deve avançar o mais rapidamente possível”, defendeu.
O consórcio do projecto, que envolve ainda a australiana Woodside e a japonesa Osaka Gás, encomendou um estudo detalhado sobre as várias opções de desenvolvimento, que poderá estar concluído até final de agosto.
“A declaração [da ministra Wong] é muito forte e esperamos a sua materialização em breve”, disse Bendito Freitas.
Numa curta conferência de imprensa antes de regressar à Austrália, Penny Wong foi questionada sobre o Greater Sunrise e ainda sobre aspectos como a posição australiana relativamente à região e à tentativa de influência adicional da China.
“Sobre a China, quero dizer o seguinte: fazemos o que fazemos pelo que nós somos e vocês são. Não é sobre outros, é sobre a nossa relação e a nossa região”, disse.

10 Jul 2023

Tóquio | Assinalado um ano do assassinato de Shinzo Abe

Líderes políticos e empresariais do Japão assinalaram sábado um ano do assassinato do antigo chefe do governo Shinzo Abe, com o actual primeiro-ministro, Fumio Kishida, a defender objectivos políticos urgentes como forma de honrar a vontade do antecessor.
No templo budista Zojoji, em Tóquio, Fumio Kishida e os deputados do Partido Liberal Democrático, no poder, bem como representantes dos partidos da oposição e líderes empresariais, assistiram a uma cerimónia fechada, organizada pela viúva de Shinzo Abe, Akie Abe, e família.
No local, foram colocadas mesas para o público depositar flores.
Fumio Kishida, ao falar aos jornalistas na sexta-feira enquanto prestava tributo, disse que adoptou políticas que não podiam ser adiadas, “como forma de honrar os últimos desejos de Abe”.
“Continuarei a trabalhar nisso para cumprir as minhas responsabilidades”, afirmou.
No meio de um protesto nacional sobre falta de segurança, a polícia reforçou as medidas de protecção, na sequência de uma investigação que encontrou falhas na forma como Abe era protegido.
Em Nara, perto do local onde Abe foi assassinado, dezenas de pessoas alinharam-se para depositarem flores.
O suspeito do assassinato, Tetsuya Yamagami, foi detido no local, tendo sido acusado de homicídio e vários outros crimes, incluindo de violar a lei de controlo de armas. A data de início do julgamento está ainda por marcar.
Yamagami disse aos investigadores que matou Abe, um dos políticos mais influentes e criticados do Japão, por alegadamente estar ligado a um grupo religioso que odiava.

10 Jul 2023

Israel | Milhares voltam a sair às ruas contra reforma judicial

Dezenas de milhares de israelitas protestaram sábado contra a polémica reforma judicial do Governo em manifestações semanais que acontecem todos os sábados, e um “dia de resistência”, em que esperam uma participação em massa, foi agendado para terça-feira.
Uma multidão de manifestantes saiu sábado à tarde em todo o país para se opor ao plano do executivo liderado por Benjamin Netanyahu, e pelo menos, de acordo com a agência EFE, 143.000 pessoas protestaram na capital, Telavive, o principal centro das mobilizações, que acontecem desde Janeiro e são as mais expressivas de Israel em décadas.
A coligação do Governo espera hoje votar em primeira instância plenária o projecto de lei que faz parte do pacote legislativo da polémica reforma, que, segundo os críticos, enfraqueceria a independência da justiça e as bases democráticas formais de Israel.
A lei eliminaria a “doutrina da razoabilidade” que permite que o Tribunal Supremo reveja e anule decisões executivas com base na sua razoabilidade. Se aprovado na primeira apreciação, o documento deve passar as próximas semanas em votações nas duas instâncias subsequentes em plenário para ser aprovado definitivamente.
Face às pretensões do Governo – que juntamente com o partido de Netahyahu, o Likud, de direita, inclui uma coligação ultraortodoxa e a extrema-direita -, que tenta promover a reforma unilateralmente depois de não conseguir chegar a um acordo com as forças de oposição, o movimento de protesto de cidadãos pretende “intensificar a luta” e convocou uma jornada de mobilizações para amanhã, na qual espera conseguir uma presença massiva.

Contra a ditadura
De acordo com o plano, os protestos começarão às 08:00 hora local com marchas, caravanas de carros e acções como bloqueios de estradas, seguidas de uma manifestação junto do Aeroporto Internacional Ben Gurion em Telaviv às 16:00 e manifestações em massa nas principais cidades israelitas a partir das 20:00.
“Israel não quer uma ditadura” nem “uma legislação ditatorial unilateral e perigosa que derrube a economia, prejudique a segurança e leve à ruptura da nação”, disseram os organizadores das marchas em comunicado, que nas últimas semanas tentaram acelerar a intensidade das mobilizações como medida de pressão para travar a reforma judicial.

10 Jul 2023

Veículos eléctricos | BYD cria primeira fábrica fora da Ásia

O investimento chinês em tecnologia verde vira-se para o Brasil com investimentos de quase 600 milhões de euros para produzir entre 150 mil a 300 mil veículos por ano

 

A empresa chinesa BYD vai investir três mil milhões de reais (570 milhões de euros) no Brasil, na primeira fábrica de automóveis eléctricos fora da Ásia.

A BYD planeia construir um complexo fabril no estado da Baía, no nordeste do Brasil, incluindo uma fábrica de automóveis totalmente eléctricos assim como de híbridos ‘plug-in’, para começar a operar até 2024, indicou num comunicado.

A fábrica terá inicialmente capacidade para produzir 150 mil automóveis por ano, com potencial para atingir uma produção anual de 300 mil veículos.

O complexo vai ter ainda uma fábrica especializada em chassis para autocarros e camiões eléctricos e uma unidade para processamento de lítio e fosfato de ferro para o mercado internacional.

A vice-presidente da BYD, Stella Li Ke, disse que a empresa chinesa tem, também no Brasil, “um pequeno projecto de extração” de lítio, um metal raro essencial para o fabrico de baterias para automóveis eléctricos.

A BYD previu que o complexo na Baía gere mais de cinco mil empregos directos, esperando que o investimento atraia fornecedores locais que se poderão especializar em partes e equipamento para veículos eléctricos e híbridos.

Stella Li disse, na quarta-feira, numa entrevista à agência de notícias financeiras Bloomberg, que o complexo vai ser “um centro de inovação”: “como possuímos a tecnologia, temos a capacidade de ajudar” os fornecedores locais.

Li disse que o mercado do Brasil tem potencial para se desenvolver da forma semelhante ao da China, com veículos híbridos a gradualmente dar lugar a veículos totalmente eléctricos, à medida que a infra-estrutura de carregamento melhora.

 

De confiança

As vendas de veículos híbridos ou eléctricos no Brasil representaram apenas 2,5 por cento do total em 2022, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores brasileira, devido à competição dos carros movidos a etanol de cana-de-açúcar.

A consultora Bright Consulting disse num relatório que os veículos híbridos ou eléctricos devem representar 7 por cento das vendas de veículos ligeiros até 2030, muito abaixo da média mundial estimada de 37 por cento.

O anúncio da BYD surge depois de uma visita do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, à China em Abril, que incluiu uma reunião com a direcção da BYD.

“Este é um país em que confiamos e este é um governo em que confiamos”, disse Stella Li numa entrevista em São Paulo, no sul do Brasil.

À margem da visita de Lula da Silva, o governador da Baía, Jerónimo Rodrigues Sousa, disse à Lusa em Xangai que gostaria que a BYD recuperasse um parque industrial detido pela norte-americana Ford, em Camaçari.

A BYD produz já autocarros elétricos e painéis fotovoltaicos em Campinas, no estado de São Paulo, e tem uma fábrica de baterias para veículos eléctricos em Manaus, capital do estado do Amazonas.

9 Jul 2023