Kwan Tsui Hang questiona falta de supervisão de espaços de entretenimento

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]deputada Kwan Tsui Hang está preocupada com a segurança das instalações de entretenimento de grande dimensão e pede uma fiscalização mais apertada no que diz respeito à manutenção e reparação destes espaços. A ideia foi sugerida numa interpelação escrita, redigida depois do incidente na roda-gigante do Studio City em Dezembro passado, que deixou uma série de visitantes presos dentro das cápsulas durante uma hora.
Kwan Tsui Hang lembra que, embora o Governo tenha elaborado, em 2014, as Instruções para Apreciação, Aprovação, Vistoria das Instalações de Entretenimento de Grande Dimensão, estas apenas incidem sobre o design e a obras até que o espaço fique concluído. No entanto, faltam requisitos que obriguem à manutenção e reparação depois desta entrar em funcionamento.
“Mesmo que a construção destas instalações seja devidamente fiscalizada, faltam normas que regulamentem o seu funcionamento futuro e que obriguem a certos critérios de manutenção e reparação”, explicou. 
A deputada duvida que o Governo consiga assegurar a segurança dos cidadãos e turistas sem a devida supervisão numa base de manutenção diária. “Que medidas é que o Governo tem para garantir a manutenção e reparação a um nível positivo, de instalações de entretenimento de grande dimensão?”, questionou.
Além disso, Kwan Tsui Hang afirma ainda que o Governo criou, em 2012, um grupo de trabalho interdepartamental para a melhoria da supervisão de instalações mecânicas e eléctricas. O grupo é responsável por criar uma base de dados centralizada, um regime de formação e um exame para os trabalhadores. A deputada quer saber como está o processo desses trabalhos.

19 Jan 2016

Pearl Horizon | Proprietários querem suspender pagamentos bancários

Os proprietários do Pearl Horizon querem deixar de pagar os empréstimos bancários pelos apartamentos que compraram e cuja construção parou. O colectivo já pediu ajuda ao Grupo Polytec para resolver esta matéria e este já confirmou que deu início aos pedidos para isso mesmo aos bancos. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o presidente da União dos Residentes do Pearl Horizon, Kou Meng Pok, está a negociar com o Grupo Polytec, exigindo que haja uma comunicação com as instituições bancárias para que seja suspenso o pagamento de prestações mensais a que os proprietários têm procedido. Kou Meng Pok frisou que “tem confiança” que o Grupo chegue a acordo com as instituições bancárias. Ao mesmo canal, a empresa referiu que ainda não surgiu uma resposta por parte dos bancos, mas defende que vai aceder aos pedidos dos proprietários. No entanto, o presidente referiu que depois do Grupo Polytec apresentar acção ao Tribunal Administrativo, a empresa tem algum pudor em contactar os proprietários.

19 Jan 2016

Lei Sindical | Ella Lei critica atitude passiva de Chui Sai On: “O Governo não pode não ter um papel a assumir”

A Lei Sindical é fundamental e o Governo tem a “responsabilidade” de a fazer, mas está há anos a esquivar-se. É o que diz Ella Lei, que apresentou com Kwan Tsui Hang e Lam Heong Sang um projecto que vai a votos amanhã. Tudo se pode esperar de deputados nomeados, diz, habitualmente “contra” a protecção aos trabalhadores

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]orque é que decidiram apresentar agora o projecto da Lei Sindical?
Não apresentámos o projecto de forma repentina mas, como temos vindo a dizer, a [criação] da Lei Sindical está fundamentada através da legislação de Macau. A Lei Básica regulamenta a liberdade de organizar e participar sindicatos, de fazer greve. A Convenção Internacional assinada por Macau [relativamente ao trabalho] tem artigos sobre os direitos de organização sindical. No entanto, ao longo dos anos, o Governo nem fez muitos estudos, nem impulsionou a criação da lei. Já consultámos as associações da Federação das Associações de Operários de Macau (FAOM) e queremos apresentar o projecto e ganhar apoio, sendo que, se for aprovado [na generalidade], podemos discutir mais detalhes da lei. É mesmo preciso haver esta discussão neste território para que todos entendam porque é que necessitamos da Lei Sindical.

Existem algumas diferenças entre este projecto e os anteriores apresentados pelo deputado Pereira Coutinho?
Não comparamos, mas o projecto que elaborámos, fizemo-lo junto das associações e tendo em conta as suas opiniões.  

Tiveram ajuda de especialistas ?

Agradecemos também aos assessores jurídicos da Assembleia Legislativa, porque eles apresentaram sugestões e eventuais problemas do projecto original para fazermos uma correcção. Acredito que cada associação tem o seu ponto de vista sobre a Lei Sindical e ouvimos diferentes opiniões. O que quero é apenas promover, discutir e implementar a lei.

Os antigos projectos de Lei Sindical foram seis vezes chumbados. Acredita que desta vez os deputados vão votar a favor? Já contactaram alguns?
Quando nos encontrámos com alguns deputados, ficamos com a esperança de que eles vão apoiar o projecto, mas não posso dizer agora quantos colegas do hemiciclo vão votar a favor. Cada deputado tem as suas opiniões. Só demos as nossas opiniões e razões para a necessidade da Lei Sindical. Quando há conflitos laborais, a parte laboral fica sempre em desvantagem face ao patronato, em qualquer situação económica. A Lei Sindical fará equilibrar esse problema e vai ajudar a resolver os conflitos laborais. Daí que tentemos ao máximo ganhar apoio.

Mas pensa que a área que os deputados representam pode ter influência? Por exemplo, os deputados nomeados e da área comercial podem votar contra?
Não apenas face à Lei Sindical, mas também quando discutimos a revisão de leis sobre o trabalho, metade de deputados tem opiniões contra. Agora é ver se nos apoiam no dia 20.  
Esses deputados poderão votar a favor apenas se Chui Sai On concordar com o projecto da lei?
Não faço ideia se esse será o caso. O Governo declara sempre que tem uma atitude aberta perante a Lei Sindical, mas não concordo com isso. Em relação aos assuntos sociais, o Governo não pode não ter um papel para assumir. Por exemplo, quando as associações internacionais laborais pedem ao Governo que entregue um relatório para ver se está a pôr em prática o que diz a Convenção Internacional, o Governo diz apenas e sempre que “tem uma atitude aberta”. Para mim, isso não chega. O Governo deve ter uma ideia fundada, não apenas deixar os representantes dos trabalhadores e empregadores sozinhos face a um eventual consenso sobre a lei.

Portanto, considera que tanto o Governo como o Chefe do Executivo ainda não têm uma opinião clara sobre a Lei Sindical?
Considero que eles têm essa responsabilidade. Isto não é apenas uma política que mereça discussão, é um princípio consagrado na Lei Básica e é preciso esta lei para pôr em prática os direitos e liberdade dos trabalhadores e sindicatos. O Governo tem um grande papel nesta matéria mas, depois de tanto tempo, o Chefe do Executivo ainda não promoveu a implementação desta lei.

Se este projecto de lei for reprovado, acredita que o Governo irá apresentar outro no futuro?
Como já disse, o Governo tem essa responsabilidade e é também o que vamos solicitar [se o projecto reprovar]. O que nós vamos fazer é continuar a impulsionar a Lei Sindical, mesmo que possa demorar muitos anos, temos que nos esforçar.

O vosso projecto de Lei Sindical também engloba os Trabalhadores Não Residentes (TNR).
Quando elaborámos o projecto de lei não separamos a definição de trabalhadores locais e de TNR. O objecto da lei são os trabalhadores. Daí termos incluído os TNR propositadamente.
 

19 Jan 2016

Associação cria lar e aulas de formação em Seac Pai Van

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau vai criar um lar destinado ao cuidado de portadores de deficiência mental profunda. Situado em Seac Pai Van, o lar abre em Julho e veio, de acordo com notícia do jornal Ou Mun, para suprir a necessidade de lares para adultos com deficiências graves.
O presidente da Associação, Chang Tak Toi, afirmou que o funcionamento experimental deste lar teve início há um ano, sendo o espaço subsidiado pelo Instituto de Acção Social.
Usando as experiências do centro de serviços recreativos e de saúde da Associação, o lar vai fornecer formação de trabalhos domésticos aos deficientes, aumentando a capacidade de cuidados de vida pelos próprios. Terapia física e ocupacional, educação sexual e relação de géneros são outros serviços do lar. O presidente quer que o espaço ajude na questão de envelhecimento tanto dos portadores de deficiência como dos seus familiares.
“Os pais de portadores de deficiência mental grave sofrem muita pressão no cuidado dos filhos e estes precisam especialmente de um lar. No entanto, faltam sempre lares no território”, indicou.
Chang Tak Toi espera que o Governo reserve espaço nos novos aterros para construir lares destinados a esta fatia da população. Neste momento existem 45 vagas neste lar, mas o número aumentará depois da inauguração oficial. Chang Tak Toi referiu que, até ao momento, a mão de obra é suficiente. No entanto, acrescentou, é necessário melhorar o sistema de transportes públicos com acesso de Seac Pai Van à península, já que vários dos deficientes têm emprego do lado de Macau.

19 Jan 2016

Suspensas rotas marítimas de Zhuhai para o Porto Interior e Taipa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s rotas marítimas entre os terminais do Porto Interior e da Taipa e do Porto de Wanchai, em Zhuhai, foram suspensas desde ontem, devido ao facto do nível de segurança do porto de Wanchai não corresponder aos critérios exigidos. A notícia foi avançada depois de uma fiscalização das autoridades da cidade vizinha.
Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços dos Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), os Serviços de Alfândega receberam um aviso do Grupo da Cooperação de Passagem dos Postos Fronteiriços entre Zhuhai de Macau, apontando que o porto temporário de Wanchai – no activo há muitos anos – já não está satisfaz as normas de segurança, sendo que o seu uso “não é apropriado”.
“A utilização do porto fica suspensa desde dia 17, sendo que as rotas entre o porto de Wanchai, os terminais do Porto Interior e da Taipa são também suspensas até o porto de Wanchai entrar novamente em funcionamento”, lê-se num comunicado enviado à imprensa.
Lai, residente de Zhuhai, apontou ao canal chinês da TDM que é utilizador diário do ferry para Macau. O cidadão considera que a suspensão das rotas irá trazer muitos inconvenientes, explicando que esta cessação de serviço irá obrigar muitas pessoas a utilizar o posto fronteiriço das Portas do Cerco, o que implica mais tempo em filas.
A DSAMA esclareceu que, diariamente, circulavam 33 rotas transportando mais de dois mil passageiros. A direcção já pediu à empresa de ferry para colocar um aviso de suspensão das rotas, garantindo que vai manter uma comunicação próxima com a Alfândega e a Polícia de Segurança Pública (PSP). É sugerido aos residentes e turistas que escolham os postos fronteiriços das Portas do Cerco e do Cotai.

18 Jan 2016

Nova passagem entre Zhuhai e Macau pode abrir em 2017

As autoridades de Zhuhai apontam 2017 como data de abertura de mais um canal fronteiriço, mas o GDI diz que só há condições para tal depois da transferência do mercado abastecedor, que não se sabe quando acontecerá

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades de Zhuhai asseguraram que o projecto de construção da nova passagem Guangdong-Macau poderá ser concluída este ano, sendo que, assim, tudo aponta para que o futuro posto fronteiriço abra no próximo ano. O Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) não confirma o anúncio, afirmando que a obra só pode começar depois de se mudar o mercado abastecedor da Nam Yue de sítio.
Segundo o Jornal Ou Mun, o governo da cidade vizinha publicou recentemente numa proposta de trabalhos de construção esta nova passagem, onde afirma que vai “acelerar” a construção do projecto transfronteiriço, que fica na zona norte. As autoridades vizinhas dizem que vão criar um edifício de inspecção e instalações complementares acima do Canal dos Patos, bem como ligar esta saída à estação ferroviária de Zhuhai. A proposta revelou ainda que o novo modelo de passagem do posto fronteiriço – verificação de documentos de identidade só uma vez – poderá ser utilizado na nova passagem.
Ao mesmo jornal, o GDI afirmou ainda que o projecto vai incluir a melhoria ambiental da zona do Canal dos Patos – onde aparecem muitas vezes peixes mortos – e da Avenida do Comendador Ho Yin. Mas, o GDI diz que ainda está a ser concebido o design e a planta de construção do posto fronteiriço. O organismo diz ainda que a obra só tem condições para avançar quando se fizer a transferência do actual mercado abastecedor da Nam Yue da Zona Industrial Transfronteiriça da Ilha Verde para a nova localização.
A questão do mercado abastecedor já vem de uma longa data, sendo que só o ano passado a obra foi adjudicada por 860 milhões de patacas, desconhecendo-se um calendário para a sua conclusão.

18 Jan 2016

DSSOPT | Aproveitamento de espaços subterrâneos é plano do Governo

Pode vir a ser criada uma lei para a utilização de espaços subterrâneos, diz Li Canfeng, até porque esses espaços vão ser todos aproveitados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) afirmou que pretende utilizar os espaços subterrâneos dos novos aterros para obras públicas, nomeadamente os espaços por baixo de estações de metro. Li Canfeng, director da DSSSOPT, afirmou que o Governo vai continuar a estudar o desenvolvimento de espaços subterrâneos e disse ainda que o Governo poderá mesmo considerar fazer uma proposta de lei específica para a utilização destes espaços subterrâneos, de acordo com o desenvolvimento futuro de Macau.
O anúncio foi feito numa resposta do director da DSSOPT a uma interpelação escrita do deputado Si Ka Lon, que apontava que Macau está muito atrás de outras cidades em relação ao uso dos espaços subterrâneos. O deputado frisava ainda que não existam planos por parte do Governo para o aproveitamento desses mesmos espaços.

Em andamento

Li Canfeng afirmou que já foi iniciado um estudo especializado para a construção em espaços subterrâneos e diz mesmo que o Governo espera resolver a questão da falta de recursos de solos através do desenvolvimento destes espaços.
“Na zona A vai ser criada uma estrutura de espaço subterrâneo, junto às estações do metro ligeiro. O espaço subterrâneo da zona B vai ser desenvolvido com base na grande construção pública [da zona], criando centros de serviços de turismo e de transporte. Nas zonas C, D, E, vamos combinar com a rede do metro ligeiro, criando parques de estacionamento subterrâneo, instalações públicas e comerciais”, apontou.
Outra das preocupações do deputado prende-se com as recorrentes obras de escavação para a colocação de tubos subterrâneos, sendo que o director da DSSOPT respondeu que o Governo está a fazer uma análise sobre o assunto, esperando que possa ser criado um sistema de instalações básicas e tubos subterrâneos que seja feito ao mesmo tempo nos novos aterros, para evitar as constantes escavações.

18 Jan 2016

Sin Fong Garden | IAS mantém subsídios mas quer reembolso

A presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Vong Yim Mui, afirmou que o organismo vai continuar a atribuir subsídios e alojamentos temporários aos moradores do Sin Fong Garden, já que a reconstrução do edifício ainda não está calendarizada. Mesmo assim, o instituto já apresentou uma acção judicial em Outubro do ano passado contra a empresa construtora para a recuperação das despesas tidas pelo Executivo. A presidente frisou que, como ainda nada se sabe sobre a conclusão da reconstrução do Sin Fong Garden, o IAS vai continuar a atribuir os subsídios especiais e arranjar alojamentos temporários. Mas como isto envolve o erário público, o IAS diz querer recuperar o dinheiro gasto pelo Governo. Ainda não se apurou quem é o responsável pela má qualidade dos pilares do prédio – que fez com que o edifício tivesse de ser evacuado em 2012 -, mas deverá ser o construtor de Sin Fong Garden, diz a presidente. O IAS começou a dar apoios aos moradores depois do edifício estar em risco de ruína. A Comissão de Gestão do Sin Fong Garden apontou em Novembro do ano passado que vai apresentar uma planta de reconstrução à Direcção dos Serviços a Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT).

18 Jan 2016

Mulher esfaqueada por disputa de dinheiro

Uma residente de Macau foi esfaqueada por um homem e está internada na Unidade de Cuidados Intensivos do hospital. Segundo a Polícia Judiciária (PJ), o ataque surgiu devido a uma disputa de dinheiro. O canal chinês da Rádio Macau avança que a residente de 47 anos foi atacada por um homem que, com uma arma branca, a esfaqueou nas zonas da barriga, peito e mãos. O incidente aconteceu no sábado passado, na zona de estacionamento dos autocarros dos casinos das Portas do Cerco. Vários agentes da polícia chegaram ao local, onde viram a mulher deitada no chão com muito sangue à volta. As autoridades prenderam o agressor, residente de Macau, com 52 anos, no mesmo local, sendo que este tinha em sua posse seis facas. A PJ afirmou ontem, numa conferência, que o motivo está ligado a um desentendimento depois de o homem e da mulher tentarem avançar com uma fraude dentro de um casino. O homem vai ser acusado de tentativa de homicídio qualificado. A vítima está internada no Hospital Conde de São Januário, com falhas de consciência e por isso não consegue fazer depoimento.

18 Jan 2016

Pedidos regulamentos para estudantes-trabalhadores

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação Geral de Estudantes Chong Wa de Macau e a Associação de Pesquisa Sobre Juventude de Macau querem que a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) crie guias e regulamentos para os estudantes que trabalham a tempo parcial. As duas associações publicaram na semana passada um inquérito sobre a situação de trabalho em part-time de alunos de escolas secundárias em Macau e o resultado mostrou que, entre os 1055 estudantes inquiridos, 45% já teve trabalhos a tempo parcial, sendo que a maioria trabalhava no sector de serviços. Outros 55% nunca trabalharam.
Kaman Chan, vice-presidente da Associação Geral de Estudantes Chong Wa, apontou que, quanto mais velhos são os estudantes mais trabalham, principalmente os do décimo segundo ano. Os que nunca trabalharam dão como justificação o facto de isso “poder afectar o tempo de estudo”, “não terem interesse” ou “terem mais actividades nas escolas”. A responsável disse ainda que 49% dos estudantes que trabalharam conseguiu arranjar trabalho através de amigos e colegas.
O resultado do inquérito demonstra ainda que, entre todos os sectores, 37% dos alunos trabalhou em hotéis, restaurantes e lojas; 20% trabalhou como pessoal de venda e 18% foi professor de salas de explicações.
Os responsáveis pelas duas associações consideram que o sector da Educação deveria ter regulamentos, indicações e supervisão para os estudantes-trabalhadores, de forma a proteger os direitos desses estudantes.

18 Jan 2016

TNR | Operadoras de Jogo transportam três mil por dia

O Gabinete de Recursos Humanos (GRH) referiu que as seis operadoras de Jogo transportam mais de três mil trabalhadores não residentes (TNR) da fronteira do Cotai para os respectivos trabalhos. Lou Soi Peng, chefe do GRH, referiu que há possibilidade de diminuir as 11 carreiras de autocarros dos casinos para que haja uma melhoria no trânsito.
As respostas da entidade foram dadas face à interpelação da deputada Ella Lei, que questionou o Governo sobre as medidas para aliviar o trânsito.
Lou Soi Peng afirmou que tem sido mantida uma estreita comunicação com as seis operadoras de Jogo sobre a medida de transporte destes trabalhadores, sendo que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) também promete continuar a analisar a frequência e o horário das carreiras.
Em relação à questão dos autocarros das operadoras de Jogo, Lou Soi Peng confirmou que algumas rotas a funcionar entre o Cotai e os bairros antigos da Taipa já foram canceladas, tendo feito mudanças nas rotas para o terminal marítimo da Taipa e para o aeroporto. Foi ainda feita uma integração das rotas de autocarros que pertencem à mesma operadora, sendo que cerca de dez rotas serão alteradas.

18 Jan 2016

Seis polícias detidos por corrupção e associação criminosa

Ajudavam ilegais a entrar e permanecer “protegidos” no território e agora vêem-se presentes a tribunal. Seis agentes da PSP podem vir a ser presos, caso se comprove ligações às seitas e crimes de corrupção

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]eis agentes da PSP foram detidos, na quinta-feira, por suspeitas de associação criminosa, corrupção passiva e usurpação de funções por terem facilitado entradas ilegais no território, num esquema que lhes valeu cerca de 1,83 milhões de patacas. A Polícia Judiciária, juntamente com a PSP e os Serviços de Polícia Unitários, revelou que os seis agentes têm idades entre os 34 e os 52 anos, estando o mais velho já aposentado. Todos estão em prisão preventiva, depois de terem sido presentes ao Juízo de Instrução Criminal.
Em causa está a ligação dos polícias, que operaram em grupo durante quatro anos, a seitas. No âmbito desta colaboração, os agentes permitiram a entrada e saída ilegal de pessoas da China, que desejavam frequentar casinos, mediante pagamentos. “Descobrimos agentes que aproveitaram as suas funções para colaborar com criminosos. Os agentes tinham relações com pessoas de associações secretas”, explicou o comandante geral dos Serviços de Polícia Unitários, Ma Io Kun.

Toca a pagar

Segundo as autoridades, cada pessoa que desejava entrar em Macau deste modo pagava 70 mil patacas à entrada e outras 70 mil patacas à saída, a que se podiam adicionar 80 mil patacas para protecção durante a estadia no território. Não foi revelado o número de pessoas que entraram desta forma em Macau, mas, no total, o grupo terá arrecadado cerca de 1,83 milhões de patacas.
“Permitiam que imigrantes ilegais entrassem em Macau e até providenciavam transporte para o local indicado. Os pedidos vieram de frequentadores dos casinos”, disse o director da PJ, Chau Wai Kuong, revelando que quatro dos agentes trabalhavam para o Departamento de Informação da PSP e um para o Departamento de Migração.
“Lamento muito este tipo de casos. Não vamos tolerar infractores e vamos estabelecer novas medidas de prevenção”, afirmou o comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Leong Man Cheong.
Também o Gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, emitiu um comunicado em que “lamenta profundamente o envolvimento de agentes policiais suspeitos de abuso de poder, em actividades criminosas que considera graves”. Wong Sio Chak “emitiu orientações muito precisas” à Judiciária no âmbito dos trabalhos de investigação e determinou a “imediata instauração de processos disciplinares aos suspeitos” por parte da PSP.

Mais poder para Comissão de Fiscalização

O deputado Au Kam San apresentou dúvidas sobre se o Secretário para a Segurança tem capacidade de supervisão da sua equipa. Numa reacção ao caso dos agentes, ao jornal Ou Mun, o deputado disse mesmo crer que possam estar mais agentes envolvidos. O deputado acrescentou que este caso piorou a imagem das forças policiais. Também a Comissão de Fiscalização da Disciplina da PSP reagiu, dizendo que precisa de mais poder para evitar situações como esta. Para Leong Sio Pui, membro da Comissão, o facto de a Comissão não ter direito de executar leis implica a que casos como este não possam ser detectados facilmente.

Condenado polícia que abusou de menores

O Tribunal Judicial de Base condenou o agente da polícia acusado de abuso de menores a oito anos de prisão. Segundo o tribunal, ficou provado que o polícia abusou de 16 meninas, sendo que a mais nova tinha menos de 14 anos. O caso foi dado a conhecer o ano passado, quando a Secretaria para a Segurança denunciou o caso: segundo a investigação policial, o agente chantageava as menores para ter relações sexuais e foram descobertos mais de 1700 fotografias e vídeos. Mais de 160 raparigas eram residentes de Macau e pelo menos nove delas terão sofrido abusos sexuais. O agente tinha 22 anos e era da Unidade Táctica de Intervenção da Polícia (UTIP), tendo começado a trabalhar na polícia em 2014. Uma das vítimas vai ser indemnizada em 30 mil patacas.

18 Jan 2016

Rádio-Táxis | Empresa de David Chow foi a única a ser aceite a concurso

Uma nova empresa detida pelo empresário David Chow ficará a cargo de cem rádio-táxis por oito anos. A decisão oficial ainda não foi anunciada, mas a Lai Ou foi a única das três candidatas a ser aceite

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma empresa de David Chow deverá ser a próxima companhia a operar cem rádio-táxis no território. A Lai Ou Serviços de Táxi, S.A. foi a única empresa a ser aceite no concurso público para a atribuição das licenças especiais para a operação destes veículos, depois das outras duas concorrentes terem chumbado por não cumprirem regras do concurso. A Lai Ou tem como presidente David Chow, empresário detentor da Macau Legend, que tem a Doca dos Pescadores.
A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) realizou ontem o acto público de abertura das propostas, que vai valer a emissão de cem licenças de táxi por chamada para oito anos de operação. Dentro das três propostas apresentadas, só a proposta da Lai Ou foi admitida e David Chow já se prepara para a entrada em funcionamento, ainda que o Executivo não tenha anunciado a decisão oficial.
“Vamos investir 70 milhões de patacas [em infra-estruturas] e mais 30 milhões em carros. Os veículos que vamos usar vão ser de boas marcas, já temos 30 Mercedes”, disse o empresário ao canal chinês da Rádio Macau.

Taxas pensadas

Só “no segundo ou terceiro trimestres” é que se deverá saber a decisão do Governo, mas a empresa já tem ideias fixas sobre as taxas que quer cobrar aos passageiros. “A empresa sugere uma taxa de chamada e uma taxa de hora marcada de 15 patacas cada, bem como uma taxa de ausência de cinco patacas”, explica um comunicado da DSAT.
O contrato para os rádio-táxis vai ter determinadas exigências, como a obrigação de serem providenciados ao público cinco carros adaptados para deficientes e táxis de grande porte. Mas não só. “Além de disponibilizar a marcação de serviços de táxi por telefone, através da página electrónica e de aplicações de telemóvel, deve-se explorar outras formas de marcação de táxis conforme o desenvolvimento social, a fim de possibilitar também a utilização do serviço por parte de pessoas com carências”, explica a DSAT.
Em contrapartida, o concessionário pode requerer ao Governo o pagamento de metade do preço destes veículos e pode ainda cobrar ao passageiro taxas diferentes das dos táxis normais – os pretos. Isto devido ao funcionamento ser apenas permitido por chamada, não podendo estes táxis apanhar passageiros nas ruas ou estar parados nas praças de táxi.
As exigências do Governo e a falta de autorização para cobranças de taxas especiais levaram a Vang Iek – anterior empresa responsável por estes táxis – a desistir do funcionamento, alegando falta de condições para tal. O ex-director geral da empresa, Sin Ma Lio, disse mesmo à rádio chinesa que “não entende porque é que o Governo nunca permitiu a cobrança destas taxas anteriormente”, quando a Vang Iek estava em funcionamento. A empresa – que não se candidatou a este concurso e não quis explicar a razão – pediu diversas vezes ao Executivo que autorizasse esta cobrança.
O concurso público para a atribuição destas licenças deveria ter terminado no mês passado, mas a DSAT adiou a data de entrega até ontem, na sequência de algumas alterações ao processo. Ainda assim, as duas outras empresas que concorreram contra a Lei Ou não tiveram hipótese no concurso, por não cumprirem regras.
No caso da Companhia de Serviços de Rádio Táxi de Macau, a proposta foi rejeitada porque colocou os preços das taxas a aplicar no documento de apresentação, algo que não era permitido porque estes valores só poderiam aparecer nas propostas, que são secretas. Esta empresa reclamou da decisão, mas a comissão responsável pelo concurso, cujo presidente é o vice-director da DSAT, Chiang Ngoc Vai,  não aceitou a justificação.
As candidatas podem também interpor recurso dentro de dez dias úteis, mas a segunda empresa a ser rejeitada – a Companhia de Serviços de Táxis Taxi Go – não o vai fazer. Esta errou pelo facto de não ter assinado nem carimbado todas as páginas do plano de operação e gestão dos serviços, bem como o currículo do pessoal de gestão da sociedade. O responsável pela empresa, Billy Choi, afirmou que não vai recorrer da decisão.  
Com a conclusão do acto público, a Comissão tem agora de avaliar a proposta da Lei Ou conforme o plano de operação de gestão e de serviços, sendo que a ideia é que os táxis especiais consigam entrar em funcionamento no próximo ano. A DSAT afirmou que, pelo menos 50 rádio-taxis, devem começar a circular em 2017, incluindo cinco acessíveis a deficientes.
Chang Cheong Hin, chefe da Divisão da Gestão de Transportes da DSAT, acredita que o novo modelo de operação vai fazer os cidadãos de Macau “mudar a percepção que têm dos táxis” actualmente, já que este inclui possibilidade de chamada e reserva de serviços através da internet ou de aplicações móveis. Tal e qual como a Uber.
“Este é um avanço no actual serviço de táxis, acredito que a qualidade vai alterar a percepção dos cidadãos”, frisou o responsável, escusando-se a comentar se a Uber poderia afectar o funcionamento destes táxis.

É preciso mais taxistas

O Centro de Política de Sabedoria Colectiva sugere que o Governo impulsione mais condutores a trabalhar como taxistas. Isto porque existem cerca de 14 mil pessoas com carteiras profissionais de táxi, mas apenas mil têm realmente profissão como taxistas. Ao Jornal Ou Mun, um membro do grupo, Choi Seng Hon, disse ser viável aproveitar o concurso público para estudar como atrair mais condutores com carteiras profissionais a integrar o sector, tanto a tempo parcial como inteiro. Nem que para isso seja necessário, diz, fornecer benefícios fiscais aos taxistas. 

14 Jan 2016

Autocarros | Nova app promete taxa de precisão de 96%

Já está em funcionamento uma aplicação de telemóvel que mostra aos passageiros os horários de chegada dos autocarros às paragens. O projecto, criado pelas concessionárias Nova Era e Sociedade de Transportes Colectivos de Macau (TCM), foi testado durante dois meses e promete uma taxa de precisão de 96%.
Segundo o jornal Ou Mun, o subdirector geral da Nova Era, Kuok Tong Cheong, e a subdirectora da TCM, Leong Mei Leng, anunciaram a nova aplicação no site “Macau Public Bus” na passada terça-feira, estando disponível em Inglês e Chinês. A aplicação permite aos passageiros consultar as carreiras dos autocarros e várias informações sobre a sua circulação. “Através do GPS pode saber-se a localização em tempo real dos autocarros, ver a que distância estão os autocarros prestes a chegar bem como o número de autocarros disponível”, apontaram os responsáveis. Espera-se que quase um milhão de utilizadores possa utilizar a aplicação, sendo que 300 mil poderão aceder à nova app ao mesmo tempo.
Os responsáveis das duas operadoras de autocarros garantiram que fizeram vários ajustamentos durante o período de teste, frisando que o actual sistema é “estável”, apesar dos sinais poderem vir a ser mais fracos em zonas com maior densidade, como o bairro do Iao Hon.

14 Jan 2016

Já há 700 assinaturas contra o Edifício de Doenças Infecciosas

O Governo está a planear a criação do Edifício de Doenças Infecciosas ao lado do Hospital Conde São Januário, mas vários moradores do edifício Ka On Court estão contra a sua construção. A principal razão é, alegaram, receios de contaminação. Ao canal chinês da Rádio Macau, o morador de apelido Wong explicou que ali perto moram várias famílias e existe mesmo um jardim de infância, razão pela qual está preocupado com a segurança da comunidade. Neste momento está a decorrer uma campanha de recolha de assinaturas de moradores e pais de alunos do jardim de infância contra a criação. O documento conta já com 700 assinaturas. Cheong criticou o facto do Governo não ter sequer consultado os moradores sobre a construção do edifício naquela zona. Assim, espera que o Edifício de Doenças Infecciosas seja construído num sítio distante de habitações. 

14 Jan 2016

Ella Lei pergunta por sistema para responsabilizar empreiteiros

Ella Lei critica o Governo por continuar a deixar que aconteçam casos de subempreitadas em Macau sem que haja uma lei para proteger os trabalhadores

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]deputada Ella Lei quer saber quando será implementado o regime que vai permitir mais protecção aos trabalhadores das obras, que muitas vezes não recebem salários. Numa interpelação escrita, a deputada pede ao Governo que esclareça a posição dos empreiteiros, nomeadamente na questão da contratação de sub-empreitadas.
Além disso, Ella Lei quer ver feita justiça no que diz respeito à responsabilização dos empreiteiros em relação aos trabalhadores que são contratados pelas subempreiteiras e que ficam, muitas vezes, sem receber salários e sem saber a quem recorrer para tal – se aos empreiteiros, se aos subempreiteiros que os contratam directamente. Isto, porque as empresas empurram as responsabilidades de uns para os outros. Ella Lei fala ainda de casos em que os empregados sofrem com a falta compensação por acidentes laborais.
Para a deputada, a responsabilidade é da concessionária, mas neste momento não há uma legislação que ajude estes empregados. Ella Lei considera que o sistema de contratação, pelos subempreiteiros, é muito comum nas operações diárias, geralmente para aumentar o grau de eficiência nos estaleiros e diminuir a necessidade de mais recursos humanos. No entanto, a deputada alerta para o facto do Executivo ainda não ter lançado qualquer medida para fiscalizar este sistema de subempreitada, assim dando azo a menos protecção para as pessoas que trabalham sob os responsáveis pela obra.

Mal pelas aldeias

A deputada indicou ainda que os subempreiteiros não devem arcar com 100% das culpas no caso de irregularidades na obra, ficando estes erros a cargo das concessionárias também.
“O Chefe do Executivo já afirmou que é possível criar um regulamento sobre a gestão de funcionários de construção para entrar em processo legislativo ainda este ano, mas será que o regulamento vai obrigar o empreiteiro geral a pagar adiantado aos empregados em determinadas alturas?”, questionou. Ella Lei quer ainda saber se o documento vai incluir garantias para estes trabalhadores contratados pelos subempreiteiros.

13 Jan 2016

Lei Sindical | Kwan Tsui Hang conta com metade do apoio do hemiciclo e alerta

A deputada mostra-se “mais ou menos” confiante na aprovação da “sua” Lei Sindical, que diz ser necessária a Macau. Kwan Tsui Hang sabe que alguns deputados não a vão apoiar e assegura que o Governo não se vai chegar à frente com um diploma previsto na Lei Básica

Porque decidiram apresentar agora o projecto da Lei Sindical?
A lei já foi apresentada muitas vezes, inclusivamente pelo deputado José Pereira Coutinho que a apresentou durante vários anos, mas nunca conseguiu que fosse aprovada. Agora vamo-nos esforçar ao máximo para conseguir que seja aprovada.

Quais as principais diferenças entre este projecto e os anteriores apresentados por Pereira Coutinho?
Não fizemos uma comparação entre os projectos de lei, apenas nos conteúdos que achamos ser necessários. De uma forma geral, os pormenores são iguais, mas não comparamos as diferenças de cada cláusula.

Mas há referências a qualquer um dos projectos já apresentados?
Fizemos uma referência ao conteúdo do projecto da Lei Sindical que apresentei em 2006 ou 2007.

Quais as cláusulas que foram alteradas ou melhoradas?
É difícil dizer. Com base no ângulo dos três deputados, no actual projecto de lei foi adicionado algum conteúdo que não estava incluído, tendo sido também alterada a forma como foi escrito o próprio diploma.

Acredita que desta vez os deputados vão votar a favor?
Metade, metade. Não tenho muita certeza, mas estamos a tentar ganhar apoio. Mas alguns já mostraram que não vão votar a favor.

Portanto já contactaram alguns deputados.
Uma parte. Contactámos sobretudo aqueles que consideramos que poderão apoiar [o projecto de lei].

Contactaram os deputados nomeados?
Alguns sim. De facto, já obtivemos as opiniões de alguns deputados nomeados, mas não podemos avançar agora quais são.

Considera que os deputados vão apoiar mais este projecto de lei?

É difícil dizer. Tudo depende da vontade de cada um, não depende do tipo de deputados (se são directos, indirectos ou nomeados).

Mas pensa que a área que os deputados representam pode ter influência? Por exemplo, os deputados da área comercial podem votar contra?
Sim. Existe uma preocupação em relação aos deputados que são empresários. Nós também os contactámos, mas não podemos deixar de apresentar um projecto de lei só porque vai contra os seus interesses.

Os deputados que o HM contactou afirmaram ainda estar a analisar o diploma, que será votado a 20 de Janeiro. Acha que podem votar contra com o argumento de que não tiveram tempo para analisar a lei?
Quanto a esta questão só podemos respeitar a decisão dos outros deputados. Para mim, a votação do projecto de lei no plenário é apenas a primeira fase, depois o conteúdo é aberto. Se for aprovado, a Comissão Permanente [que o analisar na especialidade] vai depois debater os pormenores do projecto. Essa não é a principal questão, mas sim o facto de Macau precisar de uma Lei Sindical. Sendo algo previsto na Lei Básica e tendo assinado as convenções internacionais, Macau precisa desta lei, sobretudo para os trabalhadores terem a liberdade de participar em sindicatos. Também os sindicatos devem estar devidamente regulamentados e não continuarem a ser apenas associações. A natureza é diferente.

Se este projecto de lei for reprovado, acredita que o Governo irá apresentar outro?
Creio que o Governo não vai apresentar num futuro próximo, porque o Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) ainda não discutiu sobre esse assunto, apesar dos constantes pedidos dos representantes dos trabalhadores.

Os deputados poderão votar a favor só quando o Governo apresentar o seu projecto de lei?
Não adivinho isso.

O vosso projecto de Lei Sindical também engloba os Trabalhadores Não Residentes (TNR). Os TNR são fundamentais para a sobrevivência das Pequenas e Médias Empresas (PME)?
Os TNR não suportam apenas as PME, mas as grandes empresas também estão a recrutar muitos TNR. Em Macau existem quase 180 mil TNR, o que ocupa uma grande parte da mão-de-obra. Assim os TNR devem estar abrangidos no âmbito da Lei Sindical, bem como os seus direitos.

Mas a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) tem criticado a importação de TNR.
As duas coisas não podem ser faladas juntas. A importação de TNR deve estar de acordo com as necessidades da sociedade. Não contrariamos isso, mas apenas os abusos que acontecem nessa contratação.

13 Jan 2016

Eleições | Ex-candidatos da AL concordam com prolongação de campanha

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]relatório publicado pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) sobre as últimas eleições para o hemiciclo sugere que o período de campanha eleitoral seja prolongado e Agnes Lam e Paul Pun, ex-candidatos a deputados, concordam com a sugestão. De acordo com o relatório, apesar de ser sugerido o alargamento deste período, é pedido que se mantenham os mesmos mecanismos de campanha: os encontros com a população e a publicidade nos carros.
Ao Jornal Ou Mun, Agnes Lam – actualmente professora de Comunicação da Universidade de Macau (UM) – disse que duas semanas é pouco tempo para este tipo de actividades e para que os candidatos sem o apoio de grandes associações consigam divulgar as suas intenções.
“Concordo com o prolongamento do período da campanha eleitoral, porque as pessoas de Macau são lentas no processo de conhecer os ideais e projectos dos candidatos”, começou a ex-candidata por explicar. “De acordo com experiências anteriores, os residentes só dão atenção às eleições a partir do décimo dia de campanha”, informou.
Agnes Lam acrescentou que existem diferenças nos candidatos “ricos” e “pobres”. “É difícil evitar, a 100%, os gastos em termos de recursos, porque há quem não tenha dinheiro para oferecer presentes como outros, tendo em conta os dias de campanha”, disse.

O ambiente é que ganha

O relatório da CAEAL também se queixou de não ter “base legal para penalizar” actos de campanha eleitoral feitos com base nestas oferendas, consideradas como “corrupção”, por estas serem feitas através de associações. Agnes Lam concorda.
“Macau não tem partidos, não se pode proibir que os candidatos se organizem em associações. Macau tem é ‘deformações políticas’ que não podem ser corrigidas”, referiu.
A Comissão defende que não vai enviar programas políticos dos candidatos aos eleitores por razões económicas e cuidado com o ambiente. Agnes Lam, que liderou a equipa dos candidatos “Observatório Cívico” em 2013, não concorda com essa ideia.
“As pessoas de Macau não ligam à política. Caso o Governo tenha intenções de promover as eleições, deve enviar programas políticos aos eleitores. As eleições apenas são realizadas uma vez a cada quatro anos e o princípio de proteger o ambiente não deve ser, neste caso, um facto decisivo”, lamentou.
Para o secretário-geral da Cáritas de Macau, Paul Pun – que criou a equipa dos candidatos “Associação Esforço Conjunto para Melhorar a Comunidade”, em 2013 –, o alargamento do período de campanha é positivo. No entanto, acredita que o prolongamento vai obrigar ao acréscimo dos trabalhos da Comissão e das despesas de cofre público. Contrastando com a opinião de Agnes Lam, Paul Pun considera que “ser pobre” pode ser um factor positivo para a campanha: “o mais importante são os trabalhos do quotidiano junto da comunidade, as ideias que representam a população e a comunicação com o Governo”, afirmou.

13 Jan 2016

Criado grupo departamental para ajudar PME

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]director dos Serviços de Economia (DSE), Sou Tim Peng, disse ao jornal Ou Mun que vai ser criado o “Grupo Interdepartamental de Trabalhos de Estudo da Economia Comunitária” para apoiar as Pequenas e Médias Empresas (PME), no âmbito do Conselho para o Desenvolvimento Económico.
Sou Tim Peng afirmou que o grupo interdepartamental vai convocar uma reunião “para breve”, sendo que, com base numa recolha de opiniões sobre como apoiar as PME e desenvolver a economia comunitária, será entregue um documento ao Governo. O Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, já tinha referido no ano passado que esperava que mais departamentos públicos pudessem colaborar com este grupo de trabalho.
O director dos Serviços de Economia disse que o tecido empresarial local é composto na sua maioria por PME, defendendo que o Governo precisa de criar um bom ambiente de negócios para estas empresas. “As PME são uma fonte fundamental para a economia de Macau”, apontou.
O director da DSE falou ainda da política de “serviços ao domicílio” que presta apoio “abrangente” às PME na exploração dos negócios, lançada em Novembro do ano passado. Até ao momento a DSE já recebeu mais de 40 pedidos de ajuda.
Para além de querer realizar mais actividades nos bairros comunitários, a DSE garante que vai ajudar na promoção da cultura junto dos turistas, bem como das diferentes características de Macau.

13 Jan 2016

Património | Governo instado a comprar edifício na Rua da Barca

O prédio da Rua da Barca tem valor histórico, diz o responsável da Associação de História e Educação de Macau, que relembra que a boa vontade do Governo em preservar património poderia passar pela compra do prédio

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]han Su Weng, presidente da Associação de História e Educação de Macau, considera que o edifício localizado no número um da Rua da Barca deve ser protegido e, para isso, comprado pelo Governo. Este é um dos dez edifícios incluído na lista inicial de classificação do Instituto Cultural (IC), mas o seu proprietário já disse não concordar com a protecção devido a um “prejuízo de interesses”.
Ao jornal Ou Mun, o responsável pela Associação considerou “valer a pena” preservar o edifício construído em 1917 e que permanece como um dos poucos exemplos arquitectónicos em Macau, tanto ao nível da fachada como da decoração interior.
“O número um da Rua da Barca mostra o estilo e o nível da estrutura dos edifícios utilizados há cem anos atrás, revelando ainda a mudança e o desenvolvimento que a cidade tem sentido. É uma testemunha histórica do território”, referiu Chan Su Weng.
O proprietário do edifício já afirmou que caso este seja classificado como património vai pedir uma recompensa ao Governo, já que adquiriu o prédio com base num pagamento de dezenas de milhões de patacas e pretendia construir um edifício com seis andares.
“O IC já apoiou financeiramente vários locais com valor histórico. Neste caso, o proprietário também pode pedir um subsídio à entidade. Por outro lado, o Governo pode pensar adquirir o número um da Rua da Barca por um preço razoável, para que haja uma melhor protecção”, defendeu Chan Su Weng.
Conforme o HM avançou na segunda-feira, o proprietário do edifício, Lao Chau Lam, explicou que metade do prédio já foi demolido pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) em 2013, não estando por isso satisfeito com o facto do IC querer classificá-lo. Lao Chau Lam também não concorda com o pagamento de todas as despesas relativas à protecção, algo previsto na Lei de Salvaguarda do Património Cultural.
O presidente da Associação disse não ver qualquer vantagem em que o caso vá parar à barra dos tribunais, defendendo que tal vai demorar muito tempo até que seja encontrada uma solução.

13 Jan 2016

Em Hong Kong e Macau faz-se sexo mais cedo do que na China

Um inquérito sobre namoro e casamento entre cidadãos chineses mostra que os entrevistados das regiões de Hong Kong e Macau têm relações sexuais pela primeira vez mais cedo do que na China continental, sendo a média os 19 anos. Os resultados do inquérito foram publicados pelo Centro de Estudos e Investigação Social da Universidade de Pequim na segunda-feira. O estudo envolveu 80 mil questionários recolhidos em 31 províncias e regiões da China, incluindo Hong Kong e Macau. O resultado do inquérito mostra que 51,9% dos entrevistados namora antes dos 18 anos. Os entrevistados das duas RAEs ocupam o primeiro lugar relativamente à primeira experiência sexual. Os inquiridos de Pequim ocupam o primeiro lugar na lista de cidades do interior da China que começa “a fazer sexo mais cedo”, sendo a média os 20 anos. Segue-se a província de Shandong.

13 Jan 2016

Lei Sindical | Deputados têm “esperança” na aprovação

Pereira Coutinho e Au Kam San esperam que os deputados, sobretudo os nomeados, possam aprovar a Lei Sindical apresentada pela FAOM. Mas também dizem que isso só acontece se houver o aval do Chefe do Executivo

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ela primeira vez na história da política local uma associação que não a Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM) apresentou um projecto de Lei Sindical na Assembleia Legislativa (AL). José Pereira Coutinho, actual presidente da ATFPM e autor de seis projectos desta mesma lei, espera que a iniciativa da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), através dos deputados Kwan Tsui Hang, Ella Leo e Lam Heong Sang, possa reunir os apoios necessários.
“Vejo com grande esperança o facto de haver colegas que finalmente decidiram apresentar o projecto. Espero que reúna o consenso e os votos necessários para a sua apreciação na generalidade”, disse Pereira Coutinho ao HM, sublinhando que espera sobretudo o apoio dos sete deputados nomeados pelo Chefe do Executivo.
“Não vai ser fácil [obter o apoio], mas acredito que se houver da parte do Chefe do Executivo uma boa vontade, e se der indicações positivas para que os deputados nomeados tenham abertura em relação a este diploma, então não vejo razão para que continuemos a aceitar lacunas desta natureza”, frisou o deputado directo.

Deputados analisam diploma

Contactado pelo HM, Lau Veng Seng, deputado nomeado, disse não ser a melhor altura para dizer se vai ou não votar a favor, por ainda estar a analisar o diploma. Também Gabriel Tong, nomeado, pediu mais tempo para analisar o projecto de lei.
“Houve várias tentativas no passado propostas pelo deputado Pereira Coutinho e desta vez são outros deputados a apresentar. Temos de ver se há coisas novas e em que medida é que os direitos e a organização sindical estão garantidos”, disse ao HM.
Leonel Alves, deputado indirecto, também não quis comentar por estar a analisar o diploma.

Não vai ser fácil

Ao HM, o deputado Au Kam San garantiu que vai votar a favor, tal como fez nas anteriores votações. Contudo, o deputado lembra que a lei só poderá ser aprovado se existir um “entendimento tácito” entre os três deputados [da FAOM] e os deputados que representam o sector empresarial. Só isto, diz, poderá facilitar a aprovação na generalidade.
Na nota justificativa da proposta de lei pode ler-se que “a presente iniciativa legislativa tem por objectivo concretizar o disposto da Lei Básica da RAEM, dar cumprimento ao exigido pela Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e colmatar o vazio legislativo nesta matéria, criando-se a respectiva regulamentação no ordenamento jurídico da RAEM”, pode ler-se. O HM tentou ainda obter reacções junto de outros deputados, mas até ao fecho desta edição não foi possível estabelecer contacto.

12 Jan 2016

Susana Chou diz que Macau não cumpre bem papel de ligação

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL), Susana Chou, considera que Macau não está a desempenhar bem o papel de plataforma de serviços comerciais e empresariais entre a China e os países de Língua Portuguesa. A antiga responsável atribui essa ineficácia à falta de profissionais bilingues.
Num artigo publicado no seu blogue, Susana Chou cita um estudo de 2011 feito pelo académico Guo Yongzhong, do Instituto Politécnico de Macau (IPM), denominado “Pensamento de Estratégias da Plataforma em Macau da Cooperação Comercial e Empresarial entre a China e os países da Língua Portuguesa”, onde este aponta que o Governo Central investiu um grande apoio financeiro e de recursos humanos para a transformação de Macau numa plataforma. No entanto, frisa também, o território não consegue desempenhar de forma completa este papel.
A ex-presidente referiu que esse estudo “mereceu grande concordância” sua. “Tenho muita pena que o Governo da RAEM não agarre esta boa oportunidade [de desenvolver a plataforma].”
Como um dos exemplos para provar essa ideia, Susana Chou dá um exemplo próprio: a empresa privada criada por si em 2014 que tinha como objectivo providenciar serviços comerciais e empresariais entre a China e os países da Língua Portuguesa. A ex-presidente do hemiciclo afirma que esta empresa não conseguiu começar qualquer trabalho nos últimos dois anos porque não encontrou “talentos bilingues” apropriados em Macau.
Susana Chou frisa que, para se tornar uma plataforma real, é necessário profissionais suficientes. Algo em que o Governo assegura estar a apostar.
“Concordo muito com a ideia do doutor Guo, que sugere aumentar o ensino da Língua Portuguesa e dos estudos científicos. A verdade é que Macau não tem talentos bilingues e caso o Governo não arranje profissionais para trabalhar em Macau que compreendam as leis dos países de Língua Portuguesa, as finanças e a gestão empresarial do interior da China as leis internacionais, a criação da plataforma em Macau é apenas um discurso oco”, indicou.

12 Jan 2016

Festival de Graffiti | Arte urbana nas escolas e parques da cidade

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação do Poder das Artes para Inspirar Inteligência de Macau está a organizar o primeiro Festival de Graffiti de Macau. O evento começou ontem e decorre durante uma semana. Entre as actividades disponíveis estão palestras e a possibilidade de pintar as paredes de parques e escolas.
A cerimónia de abertura do festival aconteceu ontem no Centro UNESCO de Macau. Foi também aqui que teve início a Exposição de Obras de Graffiti de Alunos do Ensino Especial, com a cooperação da Cáritas de Macau e da Associação de Familiares e Encarregados de Deficientes Mentais de Macau.
O presidente da associação, Chong Cok Veng, e o director da Associação, Peter Siu Chun Yun esperam tornar este festival anual, considerando uma “marca local” para atrair mais turistas e para que a arte urbana atinja a cidade.

Quarteto italiano

É às 10h00 de amanhã que acontece uma palestra sobre o tema, no Instituto Politécnico de Macau. Quatro artistas de graffiti do grupo italiano Truly Design – Mauro Italiano, Emanuele Ronco, Marco Cimberle e Emiliano Fava – são as cabeças de cartaz do festival. O quarteto lecciona actualmente no Instituto Europeu de Design, em Torino. Marco Cimberle é especialista em Design a três dimensões e Mauro Italiano em Ilustração.
Das 14h00 às 16h00 de hoje e amanhã e das 10h00 às 16h00 desta quinta e sexta-feira estão abertas sessões de grafitti no Parque de Grafitti de Macau, situado na Rua dos Mercadores. O graffiti não “invade” apenas o parque, como também chega à Escola da Cáritas de Macau às 10h00 de amanhã. O último dia da actividade vai ter lugar na Praça de Amizade, das 9h00 às 17h00, onde os artistas vão fazer graffiti em 3D. 
Esta actividade é co-organizada pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e patrocinado pela Fundação Macau.

12 Jan 2016