Zona norte da Taipa | Plano de reordenamento continua por concluir

Anunciado em 2013 e envolto em polémica por causa de um terreno dos deputados Chan Meng Kam e Chui Sai Cheong, o plano de reordenamento para a zona norte da Taipa continua por desenvolver

[dropcap style=’circle]F[/dropcap]oi em 2013 que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) avançou com a revisão de um Plano de Ordenamento Urbanístico para a zona norte da Taipa. Contudo, o jornal Ou Mun lembrou na edição de ontem que, dois anos depois, nada foi feito. O impasse poderá estar relacionado com a discordância dos proprietários dos terrenos privados.
O jornal apontou que, apesar da DSSOPT ter aprovado 13 planos de condições urbanísticas na zona desde que entrou em vigor a Lei do Planeamento Urbanístico, a verdade é que apenas dois projectos de construção estão a ser avaliados, sendo que os restantes terrenos continuam desocupados.
A zona norte da Taipa inclui a Taipa Grande, povoação de Cheok Ká, povoação de Sam Ka e zona de aterros do Pac On, numa área que abrange cerca de 150 mil metros quadrados. Nesta zona, o Governo disse querer planear a integração de terrenos públicos e privados, por forma a impulsionar a cooperação entre o Governo e construtoras. O Ou Mun lembrou ainda que, à data, a DSSOPT planeou atribuir 71 terrenos para construir mais habitação pública, bem como criar mais instalações para serviços sociais, para poder acolher 36,5 mil residentes.
O jornal de língua chinesa referiu ainda que há vários terrenos na zona, de propriedade privada, que já não estão aproveitados há mais de 20 anos e que servem actualmente para armazéns de veículos, máquinas e velhos materiais de construção.
Na resposta dada ao deputado Ho Ion San, aquando da entrega de uma interpelação escrita, o Governo explicou que, até ao momento, uma parte dos proprietários dos terrenos privados “não reagiu de forma activa”, não concordando com a aprovação dos terrenos. Isso tem feito com que os trabalhos de reordenação não tenham tido um bom começo e que os projectos de habitação pública ainda não tenham sido delineados, lê-se na edição de ontem do Ou Mun.

4 Jan 2016

Património | IC descobre 25 obras ilegais em edifícios

[dropcap style=’circle]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) descobriu 25 casos de obras ilegais em imóveis classificados como património cultural ou incluídos em zonas de protecção. Lam Fat Iam, membro do Conselho do Património Cultural, pediu para que fosse promovido mais conhecimento sobre a protecção do património entre a população. Segundo o jornal Ou Mun, até Dezembro do ano passado o IC, juntamente com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), descobriu 25 casos destes, tendo emitido 12 avisos para exigir a manutenção ou reparação de imóveis, sendo que um interessado já fez este pedido. Um dos casos ocorreu no número 65 da Rua da Felicidade, tendo a obra sido detectada em Novembro do ano passado. O IC e a DSSOPT exigiram de imediato ao proprietário para suspender a obra.
Para Lam Fat Iam, membro do Conselho do Património Cultural, as obras ilegais não foram feitas com o intuito de quebrar a lei, mas revelam uma falta de conhecimento sobre a Lei de Salvaguarda do Património Cultural, que legisla sobre a necessidade de proprietários, arrendatários e construtoras assumirem a responsabilidade conjunta. A lei diz ainda que os proprietários que não cumprirem as obrigações de protecção dos imóveis classificados como património cultural podem ser alvo de medidas de reparação obrigatórias pelo Governo, com as despesas a serem assumidas pelos proprietários.

4 Jan 2016

Salário Mínimo | Governo cria plano para ajudar senhorios

A implementação do salário mínimo fez com que o Governo assuma parte do trabalho das empresas de gestão de condomínios demissionárias. A higiene e segurança passam agora a contar com a ajuda das autoridades

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo admite que a obrigatoriedade de pagamento do salário mínimo a trabalhadores de limpeza e segurança dos edifícios possa trazer complicações aos condomínios e resolveu criar uma rede de apoio para colmatar os problemas que podem advir desta medida. A presente obrigatoriedade de salário mínimo a este sector de trabalhadores teve início no passado dia 1 e pretende, segundo o Executivo, assegurar “uma retribuição justa pelo trabalho prestado, de forma a melhorar as suas vidas e benefícios”.
Em cima da mesa está um plano de financiamento, a cabo do Instituto da Habitação, que visa ajudas monetárias aos proprietários de prédios que se tenham já reunido em assembleia-geral de condomínio. No entanto, esta apenas é válida se a reunião tiver já acontecido.
Também a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), juntamente com o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e a CSR, vai aumentar o número de contentores do lixo perto dos edifícios sem administração e ter, com mais frequência, carrinhas de recolha a passar, uma vez que poderá haver problemas com a higiene dos espaços.
Antes de mais, o IH pede que as empresas de gestão predial “elaborem, o mais rápido possível, o orçamento de gestão” para este ano e o entreguem à respectiva assembleia-geral de forma a que os proprietários possam decidir se mantêm aquela empresa na gestão ou se contratam outra.
“Se o orçamento não for aprovado, os proprietários devem ponderar uma nova deliberação após mais uma revisão, ou um concurso para procurar outra empresa de gestão, bem como, ponderarem a possibilidade da gestão do edifício ficar a cargo dos próprios proprietários”, nota o IH.
No caso de ser a própria empresa de gestão a retirar-se, os condóminos terão então que se tornar responsáveis pela gestão do prédio, o que inclui a higiene do edifício e o pagamento atempado de contas com electricidade ou águas. É na mesma situação que a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) se encarrega de pagar, juntamente com os proprietários, as contas em atraso, “prevendo que o valor repartido por dois meses para cada proprietário seja de apenas um dígito”. No caso da electricidade, a responsabilidade caberá somente e apenas aos condóminos.

Faça você mesmo

No bairro de habitação económica Keep Best, já não existem trabalhadores de gestão predial. De acordo com a publicação All About Macau, a empresa Keng Fong abortou missão por ver vetado o aumento de 20% das despesas de condomínio pelos mais de 600 proprietários do espaços. O caso deu-se a 1 de Janeiro e, ao ficar sem pessoal, a Comissão de Condóminos optou por escolher um dos moradores para porteiro.
No entanto, como faltam trabalhadores de limpeza, são os membros da Comissão quem tratam do lixo doméstico. Iong, uma das proprietárias, apontou que a qualidade de serviços da antiga empresa de gestão era muito má. “[Os porteiros] ou estavam a dormir ou desapareciam. As condições sanitárias eram más, havia sempre ratos na sala de lixo e na sala do contador de água. Ninguém limpava”, disse.
Iong acrescentou que a empresa de gestão prometeu que 17% das despesas de condomínio reverteriam para a criação de um fundo de reparação. Contudo, estas despesas chegaram às 200 mil patacas e o dinheiro nunca chegou à Comissão de Condóminos, nem os habitantes conseguirem recuperá-lo.
O presidente da Aliança do Povo de Instituição de Macau, Chan Tak Seng referiu que está a tratar de 60 casos relativos ao aumento de despesas de condomínios, referindo que apenas 20% dos edifícios aceitaram o aumento. O presidente prevê a saída de muitas destas empresas devido à recusa dos moradores em aceitar a subida. Sobretudo na zona norte, acrescenta.
Para o deputado Ng Kuok Cheong, além da publicação de medidas para lidar com as ausências na administração de propriedades, o Governo deve ainda ajudar os moradores a resolver a questão de gestão predial através de conciliação.

Segurança primeiro

A maior preocupação é a segurança dos habitantes. Nos casos em que a própria empresa se demite da gestão, a Associação de Administração de Propriedades de Macau terá que notificar a PJ, a PSP e o Corpo de Bombeiros para que sejam destacados mais agentes de policiamento para as zonas então desprotegidas. Em primeiro lugar está o aviso ao Grupo de Prevenção Criminal na Área da Habitação da PJ, que lida precisamente com este tipo de segurança. Assim, será um policiamento público a substituir o que até agora tem sido assegurado por empresas privadas.

4 Jan 2016

Táxis | Associação prevê pouca adesão na candidatura a licenças especiais

[dropcap style=’circle]A[/dropcap]Associação Geral dos Proprietários de Táxis de Macau considera que o Governo não tem noção da realidade do funcionamento do serviço de rádio-táxis e o que é necessário para a sua sobrevivência. Para a Associação, o Governo não comunica de forma eficaz e necessária com o sector e, por isso, as candidaturas para as novas cem licenças do serviço vão ser merecedoras de pouca adesão, diz o responsável do grupo.
Este foi o mês escolhido pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) para o encerramento das candidaturas a prestação de serviços de rádio-táxis, sendo que o concurso abriu em Outubro do ano passado. Leng Sai Hou, director da Associação, analisa a questão de forma pessimista.
Para o dirigente, citado pelo Jornal do Cidadão, a taxa de utilização do serviços de rádio-táxis em Macau é baixa e não existem condições para que este tipo de táxis funcionem, sendo que os interessados serão muito poucos. Leng Sai Hou aponta ainda que o funcionar exclusivamente por chamada telefónica é a pior decisão entre os critérios que o Governo decidiu implementar.
O director chega ainda a afirmar que o Governo prolongou a licença para as candidaturas por ninguém ter mostrado interesse. Para Leng Sai Hou, o Executivo não tem comunicado de forma eficaz com o sector, nem o fez quando elaborou a proposta da candidatura para as licenças especiais. O Governo, diz, “está longe da realidade” das condições de trabalho destes taxistas.
“O maior problema do sector de táxis é a falta de mão-de-obra. Para operar cem táxis são precisos pelo menos 300 condutores. Acredito que há poucos candidatos que queiram obter as licenças especiais, porque pode não haver mercado em Macau”, afirmou. O director apela à DSAT uma melhor comunicação sempre que sejam elaboradas lei relacionadas com os táxis.

4 Jan 2016

Ponte HK-Zhuhai-Macau | Si Ka Lon diz que empresas locais perderam oportunidade de participar

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]atraso no planeamento das obras de Macau da ponte em Y fizeram com que as empresas locais não pudessem participar numa das maiores obras do território. É o que diz Si Ka Lon, que critica ainda a falta de capacidade da RAEM em supervisionar orçamentos e qualidade
O deputado Si Ka Lon acredita que o sector de construção de Macau já perdeu a sua oportunidade de participar nas obras de construção da parte respectiva a Macau do projecto da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. O deputado considera que problema foi o Governo, que se atrasou no planeamento da construção, aponta. Si Ka Lon manifesta-se ainda reticente sobre a supervisão dos orçamentos e da qualidade do serviço atribuída a uma empresa do interior da China.
Numa interpelação escrita, o deputado refere ainda que as obras da ponte nas partes em Hong Kong e em Zhuhai estão a andar com sucesso, algo que, diz, não acontece na parte de Macau, onde “têm surgido vários problemas”. Si Ka Lon dá como exemplo a prorrogação da construção da Zona A dos novos aterros, que “já afecta a ligação da ponte, incluindo a construção do posto fronteiriço na ilha artificial”.
O deputado continua a argumentação indicando que, durante as Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2016, apresentadas no mês passado, o Governo decidiu permitir a construção de instalações da parte de Macau pelo Governo da China continental, em vez de deixar as portas abertas para o sector de engenharia do território. O Governo local justificou a decisão com as dificuldades, urgência e exigências da obra. Contudo, Si Ka Lon afirma ter recebido opiniões de engenheiros que apontam que a substituição está relacionada com o atraso no design e do planeamento sobre a ilha artificial que liga à ponte, algo da responsabilidade da própria RAEM.
“O Governo tem salientado a criação de condições para a participação do sector de engenharia nas obras públicas locais, no entanto, apresentou imensas razões para este ser substituído pelo Governo da China. Isto implica que o sector local não tem capacidade suficiente, ou que o Governo não fez o design e o planeamento, obrigando a que as empresas locais fossem substituídas?”, questionou.
Si Ka Lon mostra ainda preocupações com o papel do Governo de Macau na construção da parte que ao território diz respeito, nomeadamente como é que este vai acompanhar e supervisionar o orçamento, o processo e a qualidade da obra.

3 Jan 2016

Animais | Estudante de Macau preso em Taiwan por matar gatos

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m jovem que está a estudar em Taiwan foi preso pelas autoridades policiais da Ilha Formosa por suspeita de violação da Lei de Protecção Animal local. A Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan afirmou que o estudante já foi libertado mas continua a ser investigado.
O jovem de 23 anos, de apelido Chan, estuda Engenharia Química em Taipei. Segundo uma notícia da agência ETtoday, de Taiwan, foi preso pelas autoridades de Segurança na terça-feira passada para ser investigado pelo crime de maus tratos a cinco gatos abandonados. Essa acção terá levado à morte de animais e o jovem poderá ser punido com uma pena máxima de um ano de prisão.
O jovem negou o crime, tendo declarado que queria brincar com um gato numa rua mas foi arranhado, algo que o terá deixado furioso. O jovem afirmou que apenas atirou o gato para uma cave. Contudo, as autoridades afirmaram que em vários outros locais perto da cave foram descobertos cinco gatos mortos com golpes de faca ou estrangulados por acção humana. Segundo o órgão ETtoday, não há testemunhas que provem a acção do estudante.
Durante a fase de inquérito, mais de 20 “amigos de animais” que tomaram conhecimento do caso deslocaram-se à esquadra da polícia com o intuito de agredir o jovem. O canal chinês da Rádio Macau avançou que a Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan apenas confirmou que “o estudante é residente de Macau”.

3 Jan 2016

Guia | Kwan Tsui Hang quer saber calendário para túnel

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]deputada Kwan Tsui Han questiona o Governo sobre a calendarização, ainda não apresentada, para a construção do túnel para pedestres na Guia, assim como se existe, ou não, a hipótese de se construir um elevador vertical para ligar o Circuito de Manutenção do local. Numa interpelação escrita, Kwan Tsui Hang considera que o organismo responsável pelos transportes deve estimular os residentes a caminharem mais, passeando-se a pé, em vez de usarem os seus veículos próprios ou transportes públicos. Isto poderá melhorar, ou até obrigar o Governo a melhorar, as instalações para pedestres e diminuir até a pressão de tráfego das estradas, diz a deputada.
A também representante dos Operários referiu ainda que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) já concordou com a viabilidade do sistema do túnel, assim como já escolheu as entradas da obra, sendo elas uma perto do Jardim da Flora e outra nas bombas de gasolina na ZAPE. A obra terá um comprimento total de 300 metros, ligando as zonas da Horta e Costa, do Porto Exterior e do Reservatório.
Como último argumento, Kwan Tsui Hang alegou que os residentes que praticam desporto na zona do Jardim da Flora apresentaram queixas quanto ao horário “limitado” do Teleférico da Guia. “As escadas trazem algumas dificuldades para os idosos e para os portadores de deficiência”, frisou, sublinhando a necessidade de ser considerada a hipótese de construção de um elevador vertical.

3 Jan 2016

Zheng Anting quer residentes a votar fora de Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Zheng Anting quer que o Governo implemente um sistema que permita aos residentes de Macau no estrangeiro votar, sugerindo mesmo a realização de uma consulta pública sobre o assunto antes de 2017, ano em que voltam a decorrer eleições para a Assembleia Legislativa (AL).
Numa interpelação escrita entregue ao Governo, Zheng Anting apontou que existem milhares de residentes de Macau que trabalham ou estudam no estrangeiro, bem como idosos que se encontram a viver em lares do interior da China. Para o deputado, estas pessoas usufruem dos mesmos direitos de eleger e ser eleitos, conforme a Lei Básica. Contudo, é difícil fazer com que regressem a Macau só para exercerem o seu direito de voto, o que faz com que não o consigam fazer, aponta Zheng Anting.
“Já há muitas opiniões que apelam ao Governo para estudar o regime de votação à distância através da designação de locais de voto, para que os residentes possam participar nas eleições quando estão no estrangeiro. Actualmente vários países e regiões com sistemas mais democráticos usam este sistema”, lembrou o deputado.
O parceiro político de Mak Soi Kun no hemiciclo sugere ainda que os locais de voto possam ficar localizados em entidades que representam Macau no estrangeiro.
“O Governo referiu que vai fazer uma consulta pública sobre a revisão das duas leis eleitorais para a AL e Chefe do Executivo no início do próximo ano, sendo que irá concluir toda a revisão em 2017. Será que o Governo pode aproveitar essa altura para consultar as opiniões dos residentes sobre a ideia de votação à distância?”, questionou.

3 Jan 2016

Taiwaneses alegam furto de seis milhões numa sala VIP

Um grupo de 57 residentes de Taiwan reuniram-se, na terça-feira passada, em frente ao Hotel Grand Lisboa, onde colocaram um caixão com o nome do Grupo Golden, dando gritos de ordem e reivindicando a recuperação de dinheiro alegadamente investido numa sala VIP do grupo que opera no hotel. Segundo o Jornal Exmoo, os taiwaneses contaram que conheceram um responsável, de apelido Lei, de uma sala VIP do grupo, dentro do casino do Grand Lisboa, que os convenceu a investir nessa mesma sala e numa sala de Majiang. O homem conseguiu dois milhões de renminbi de 56 residentes de Taiwan e quatro milhões de renminbi de um residente do interior da China. No entanto, os investidores não conseguiram contactar mais o responsável. Ao mesmo jornal, os lesados disseram que já denunciaram o caso às autoridades policiais. No entanto, a Polícia Judiciária (PJ) afirmou ao HM que ainda não recebeu denúncias sobre o caso.

3 Jan 2016

Televisão | Deputada quer acelerar novos serviços por subscrição

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]deputada Kwan Tsui Hang criticou ontem o Governo por este ainda não ter realizado um concurso público para a emissão de novas licenças de televisão por subscrição, depois de ter sido terminado o contrato de exclusividade TV Cabo em 2014. A deputada quer saber se o Governo vai emitir outra licença para novas operadoras ou se vai manter o problema como está.
Numa interpelação escrita, Kwan Tsui Hang apontou que o contrato de exclusividade da TV Cabo já foi terminou quase há dois anos – em Abril de 2014 -, mas a Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT) renovou o contrato com a mesma empresa, ainda que não de forma exclusiva. Contudo, na ausência de concurso público, a TV Cabo mantém-se a única e não há mais licenças de televisão por subscrição.
“O relatório da Universidade de Macau (UM) sobre o desenvolvimento do mercado dos serviços televisivos já foi publicado há mais de um ano, mas as operadoras que tencionavam entrar no mercado não conseguem devido à falta de concurso público. A operação exclusiva ainda existe. A DSRT já decidiu não emitir novas licenças?”, questionou.
Além disso, Kwan Tsui Hang falou ainda na ideia da fusão de três serviços – televisão, telefone e internet -, ideia que já foi apresentada há dez anos. O organismo não tem uma estrutura ou calendário para que este plano seja implementado.
“A DSRT usa a fusão dos serviços como a razão para a prorrogação de emissão de licença de televisão por subscrição. Depois de estudar tantos anos, qual é o resultado concreto do estudo? Vai torná-lo público? Têm objectivos claro?”, indaga.

30 Dez 2015

Obras públicas | DSSOPT vai relatar trimestralmente execução de orçamento à AL

É uma promessa da DSSOPT: assim que a Lei de Enquadramento Orçamental entrar em vigor, os deputados vão poder analisar as contas das grandes obras públicas trimestralmente

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) afirmou que vai entregar um relatório de execução de orçamento do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) trimestralmente ao hemiciclo, quando estiver em vigor a nova Lei do Enquadramento Orçamental.
A confirmação chega numa resposta a uma interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang, que questionou como é que o Governo poderá melhorar e controlar o orçamento de obras de forma eficaz, incluindo a melhoria na gestão e supervisão da execução de investimentos nas grandes obras públicas.
Em resposta, o director da DSSOPT, Li Canfeng, afirmou que os organismos do Governo devem cumprir o princípio de “transparência do orçamento”, mencionado na nova Lei do Enquadramento Orçamental, sendo que, por isso mesmo, as informações sobre as obras públicas vão ser entregues a cada três meses à Assembleia Legislativa (AL) e, consequentemente, à população. A proposta de lei, tal como indicou o Governo, será entregue à AL no próximo ano.
“A proposta de lei sugere que, quando os serviços públicos elaborarem o PIDDA, além de terem de entregar a sugestão de dotação orçamental para todo o ano, precisam de estimar o orçamento total dos projectos, incluindo as quotas de despesas do orçamento. Dentro de 30 dias, depois de cada trimestre, é preciso entregar o relatório da execução do orçamento do PIDDA à AL, a fim de compreender e supervisionar o uso de dinheiro”, frisou Li Canfeng.
Além disso, o director referiu ainda que também as mudanças de obras devido a ambiente, alteração de critério de aprovação ou outras situações vão ser avaliadas pelos deputados, de forma a “analisar com rigor a mudança nas despesas de orçamento”.
A questão já tinha sido abordada anteriormente, mas Li Canfeng assegura, agora, que vai ser cumprida a promessa de mais fiscalização do hemiciclo.
Noutra interpelação escrita, a deputada Ella Lei apelou ao Governo que elaborasse um regime de registo para empreiteiros de construção, bem como a criação de um plano de gestão de subempreiteiros, para que seja mais fácil assacar a responsabilidade dos construtores, minimizando a confusão na gestão de obras públicas.

30 Dez 2015

TNR | Empresas dizem haver mais dificuldades na contratação

O Gabinete de Recursos Humanos estará a diminuir os processos de contratação de não residentes, mesmo para operadoras de Jogo. Duas PME confirmam as dificuldades e dizem ter menos quotas do que as ideais

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m dia depois de terem sido anunciados números que indicam que há mais trabalhadores não-residentes (TNR) em Macau, um responsável de uma agência de emprego disse ao jornal Ou Mun que o Governo, através do Gabinete de Recursos Humanos (GRH), está a estreitar ainda mais os processos para a contratação de TNR, sobretudo os pedidos feitos por operadoras de Jogo e pelas Pequenas e Médias Empresas (PME), mesmo os que dizem respeito a cargos superiores.
O responsável, que não quis ser identificado, disse que, devido ao ajustamento da economia, as empresas não conseguem contratar novos trabalhadores quando há saída de funcionários, ou então têm mais cautela na hora de recrutar. Mesmo as empresas que não baixaram os salários ou as regalias estarão a deparar-se com dificuldades.
A mesma fonte referiu ao Ou Mun que o Governo estreitou o processo de apreciação de TNR em Maio, algo que piorou em Setembro. “Uma das empresas queixou-se que não conseguiu recrutar funcionários. Actualmente as microempresas ainda conseguem pedir um número pequeno de TNR, mas é mais difícil para as PME e operadoras de Jogo”, frisou.
A notícia do Ou Mun aponta ainda que existem vários pedidos de TNR para cargos mais elevados que não foram aprovados pelo GRH, tais como directores, subdirectores de departamentos de hotéis ou em casinos. Também têm acontecido vários casos de TNR que ocupam cargos superiores cujos Blue Card não foram renovados. Outro exemplo apresentado diz respeito a uma marca de roupa que quis expandir o negócio, mas como o pedido de TNR não foi aprovado, o plano de expansão foi suspenso.
Um maior cerco à contratação de TNR parece estar a afectar vários sectores de negócio. Vanda Rodrigues abriu um restaurante há pouco tempo e tem sentido na pele a ausência de trabalhadores.
“Temos tido dificuldades devido à falta de funcionários na linha da frente. Não podemos pagar o mesmo que os hotéis e os casinos, além de que o nosso processo ainda está a decorrer. O serviço ao cliente é muito importante na indústria da restauração e temos um restaurante português, que é parte essencial da cultura de Macau. Esta é uma grave questão que as PME estão a enfrentar hoje em dia e se não for tratada de forma devida, a economia de Macau vai sofrer ainda mais agitações”, disse ao HM.
Marco Policarpo, proprietário dos espaços Boa Mesa, Banza e Metropizza, tem de manter os negócios com menos trabalhadores do que o ideal. “Acho que isso tem afectado, é sempre difícil arranjar pessoal. Por exemplo na Metropizza tínhamos cinco residentes a trabalhar, uns a tempo inteiro e outros a part-time, e só nos atribuíram duas quotas, quando precisávamos de quatro. Isso dificulta, e muito, o negócio”, disse ao HM.

FAOM não concorda

Dados divulgados esta semana mostram que os TNR já representam 45% da população de Macau. Ian Man Chit, membro do Centro de Direitos de Trabalho da Federação das Associações de Operários de Macau (FAOM), apontou, com base nos dados do GRH, que este ano houve um aumento de TNR por comparação a 2014, com excepção do sector da construção.
“Comparando os números de Maio a Novembro, o número de TNR no sector da construção diminuiu cinco mil, mas o número total de TNR ultrapassou os 182 mil, ou seja, um aumento de TNR em três mil em apenas seis meses. Não vejo que o Governo esteja a estreitar a apreciação dos processos dos TNR”, referiu.
Ainda que haja uma diminuição no sector da construção civil, Ian Man Chit referiu que deve registar-se um aumento no sector dos casinos e dos hotéis. O responsável diz ainda lamentar que as empresas não pensem em utilizar trabalhadores locais para cargos superiores, optando por pedir a aprovação de Blue Card para profissionais estrangeiros.
“Pode ser verdade que os TNR ocupem os cargos superiores e os locais não consigam uma promoção, é preciso considerar que os residentes de Macau não só precisam de emprego mas também de oportunidades de promoção”, referiu Ian Man Chit, que defende que o GRH tem de analisar melhor a situação de cada sector e aprovar de forma mais cautelosa os processos dos TNR.

30 Dez 2015

Telecomunicações | CTM criticada por obstáculos à liberalização

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]iversos analistas da área das telecomunicações apontaram num debate que o facto dos activos da concessão de serviços pertencerem à Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) está a impedir o desenvolvimento de novas empresas no mercado. Os analistas defendem, por isso, o fim da exclusividade.
Segundo o Jornal do Cidadão, falando num fórum realizado pela Aliança do Povo de Instituição de Macau intitulado “Como implementar uma verdadeira abertura no mercado das telecomunicações”, Cheang Chon Fai, presidente da Associação dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública de Macau, apontou que a CTM é a “única empresa de grande dimensão devido à posse dos activos de concessão”, o que faz com que as restantes operadoras tenham de pagar despesas de serviço à CTM.
“Esta é uma questão histórica. Caso não seja resolvida, isso vai impedir a entrada de novas empresas e vai aumentar os custos dos activos, o que faz com que não possa existir uma competição justa”, adiantou Cheang Chon Fai.
O mesmo responsável frisou ainda que o contrato entre o Governo e a CTM deverá ser renovado por mais cinco anos após Dezembro, sugerindo que os activos detidos pela empresa regressem à posse do Executivo. Cheang Chon Fai propõe ainda que, pelo menos, não exista monopólio nesta questão, para que cada operadora possa desenvolver as suas vantagens e promover uma “verdadeira abertura no mercado de telecomunicações”.
Já o vice-presidente da Associação de Academia de Informática de Macau, Cheong Chi Seng, disse que existem operadoras que necessitam de trocar os dados com recurso a equipamentos estrangeiros. Cheong Chi Seng considera “apropriado” criar um “centro de intercâmbio de internet em Macau”, para que se possa concretizar a interligação das empresas.
A CTM já não detém o monopólio das telecomunicações, mas detém o dos recursos – como cabos – que tem de ser emprestados às outras operadoras, caso estas deles necessitem.

30 Dez 2015

Transportes | Proprietários de táxis querem cooperar com a Uber

O Governo não consegue parar a Uber, acredita um representante dos taxistas, e por isso mais vale legalizar a sua actividade. Parte dos taxistas mostram-se adeptos de tal, tanto que querem incluir os táxis pretos na empresa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Uber deveria ser legalizada. É que o considera o director da Associação Geral dos Proprietários de Táxis de Macau, Ieng Sai Hou, que sugere que o Governo legalize as operações da empresa de transporte privado, bem como incentive à cooperação entre os taxistas locais e os condutores da empresa. Apesar da polémica em torno do aparecimento da Uber no mercado – que levou taxistas a criticarem a empresa -, o responsável vem agora dizer que, afinal, se poderia incluir os táxis pretos na actividade.
Há um facto, diz, que a população não deve ignorar: o serviço é, à luz do Governo, ilegal, mas continua a funcionar no território. Tal é demonstrativo, para Ieng Sai Hou, de que a população quer que o serviço permaneça.
Mesmo com a Associação do Mútuo Auxílio dos Condutores de Táxi de Macau a vincar a sua posição contra este serviço junto do Executivo, no Jornal do Cidadão, Ieng Sai Hou frisa que o sector de taxistas está aberto à ideia de cooperar com a Uber e sugere que o Governo aborde a questão com recurso a advogados, considerando “a integração de táxis pretos no mesmo serviço da empresa, facilitando a vida dos condutores e dos residentes”.
O director da Associação Geral dos Proprietários de Táxis explicou que discorda do conceito de utilizar automóveis privados para transportes de passageiros, mas não vê problemas quanto ao fazê-lo com carros de agências de viagem.
“Caso um turista não consiga apanhar um táxi, reserva um carro de agência de viagem para chegar a hotel. Isto é considerado ilegal? As agências de viagem e os condutores devem ter licenças próprias, é normal transportar e cobrar despesas aos passageiros. Caso contrário, como é que sobrevivem?”, questionou.
Ieong Sai Hou acredita que as autoridades não têm mão-de-obra suficiente para combater a expansão da Uber. “Sei que a Uber ainda está a operar sem problemas e até está a realizar feiras de emprego para contratar condutores. Ainda que as autoridades policiais consigam acusar os condutores, a Uber tem uma base financeira sólida e, caso interponha uma acção judicial contra o Governo, o Executivo pode sair derrotado”, disse.
Flora Fong
Flora.fong@hojemacau.com.mo

CAIXA:
CCAC confirma investigação
Questionado pelo HM sobre a entrega da queixa formal da Uber contra o Governo, o CCAC confirmou que está a investigar o caso, ainda que não se tenha alongado nos pormenores. Recorde-se que a empresa assegurou ter apresentado uma queixa formal contra o Governo ao organismo, em Novembro.

30 Dez 2015

Salário Mínimo | Empresas falam na possibilidade de corte nos trabalhadores

O salário mínimo para os trabalhadores de limpeza e segurança entra em vigor já na próxima sexta-feira. Para compensar o aumento dos gastos, as empresas de condomínios já começaram a subir os preços aos proprietários, mas há quem vá mais longe e ponha a hipótese de despedir trabalhadores

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]já daqui a três dias que a Lei do Salário Mínimo para os Trabalhadores de Limpeza e de Segurança na Actividade de Administração Predial entra em vigor. A partir de sexta-feira estes profissionais vão passar a ganhar, no mínimo, 30 patacas por hora, 240 patacas por dia ou, em caso de remuneração calculada mensalmente, 6240 patacas por mês.
A lei ainda não entrou em vigor e já está a criar conflitos entre empresas de gestão de condomínios e os proprietários de fracções, como o HM noticiou ontem. As empresas, face ao aumento de despesas, decidiram aumentar os custos dos condomínios, fazendo com que os proprietários paguem mais, motivo este que tem trazido alguma discórdia.
Questionado pelo HM, Jackey Chui, director da Associação de Administração de Propriedades de Macau, admitiu que existem empresas de gestão de condomínios a ponderar a hipótese de despedir trabalhadores ou de diminuir as suas horas de trabalho, caso os proprietários continuem a manifestar-se contra o aumento dos custos do condomínio.
“Com a implementação do salário mínimo no primeiro dia do próximo mês, os custos com os salários dos funcionários vão, na sua maioria, aumentar – menos aqueles que já recebem mais do que estipulado com a nova lei – e com as actuais despesas de condomínios vamos deixar de conseguir um equilíbrio com os custos”, apontou o director.
Foram já noticiados alguns casos de empresas que aumentaram os custos das despesas dos condomínios sem qualquer aviso aos proprietários, tendo por isso alimentado esta onda de discórdia. E esta discórdia pode originar novas sugestões.
“Há dois caminhos”, retomou Jackey Chui, “ou os proprietários concordam em pagar o aumento das despesas dos condomínios, que foram aumentadas para manter os actuais serviços, ou não concordam”. A discordância leva a que a empresas, continua, fiquem numa posição entre a espada e a parede. “Se eles não concordarem, então as empresas só podem cortar nas horas de trabalho dos seus funcionários – o que os leva a receber menos – para diminuir os custos”, apontou.

Menos horas, menos pessoas

Na sua opinião, muitos dos prédios com serviço de segurança de 24 horas podem optar por escolher um serviço de apenas 12 horas, o que leva a que não seja necessário o actual número de trabalhadores. Mas, para Jackey Chui, também director da Companhia de Administração de Propriedades Nam Ou, esta falta de gestão contínua é inteiramente da responsabilidade dos proprietários que não aceitam o aumento dos custos.
“Os proprietários que escolhem por cortar os serviços para equilibrar as despesas e os ganhos, do ponto de vista das empresas de gestão, cometem um erro porque estamos a piorar os serviços prestados”, indicou o director.
Em causa não estão só horas de segurança e limpeza, estão também trabalhadores. “Em alguns edifícios existe a posição de inspector. Se os proprietários não aceitam o aumento das despesas há posições que podem desaparecer, como esta, por exemplo. Diminuir as horas e até diminuir os postos de trabalho só pode diminuir a qualidade dos serviços. Não quero ver isto a acontecer”, sublinhou.
Sobre o número de prédios em que esta realidade pode acontecer já na próxima semana, Jackey Chui disse ainda que não existe um número definido porque ainda decorre o período de negociação sobre o aumento dos preços do serviços com os proprietários.

Um dia de cada vez

Apesar de existir esta possibilidade, segundo vários trabalhadores de segurança de edifícios, não se regista uma situação de preocupação.
Chan, um dos porteiros do Edifício Keng Ou, localizado na Avenida da Praia Grande, afirmou ao HM que até agora não se registou qualquer problema devido à implementação de salário mínimo. “A empresa trata-nos muito bem. Somos quatro trabalhadores para gerir o edifício durante 24 horas”, afirmou.
Uma trabalhadora de segurança do edifício habitacional Kam Lai Kuok, de nome Lai, afirmou que o aumento do salário não veio trazer qualquer corte nos funcionários, isto porque, diz, são apenas dois. “Aqui só são dois trabalhadores a gerir o edifício durante 24 horas, portanto é impossível cortar mão de obra, se o fizerem só fica uma pessoa e não poderá trabalhar durante todo o período”, referiu.
Questionada sobre o futuro aumento nas despesas dos proprietários, Lai indicou que, por serem poucos trabalhadores, o aumento foi apenas de cem patacas mensais a cada proprietário. “Por este valor os proprietários vão aceitar, aqui, neste prédio, não acho que haja problema”, rematou.

29 Dez 2015

Deficiência | Larry So pede revisão da Lei de Bases de Reabilitação

Uma lei que esteja coadunada não só com as necessidades actuais, mas também com planeamentos futuros, é o que pede o sociólogo

[dropcap style=circle’]O[/dropcap] sociólogo e politólogo Larry So considera que a actual Lei de Bases de Reabilitação se encontra obsoleta e não corresponde às necessidades da sociedade, pelo que é necessário melhorar a legislação vigente. O investigador pede também celeridade para que o plano de serviços possa ser implementado nos próximos dez anos.
A ideia foi apresentada pelo Instituto de Acção Social (IAS) numa reunião da Comissão para os Assuntos de Reabilitação em meados deste mês: o Planeamento dos Serviços de Reabilitação para o Próximo Decénio foi criado com o objectivo de ajudar à reabilitação dos portadores de deficiência e à sua integração na sociedade. A fase de consulta pública sobre o documento tem início previsto para o primeiro trimestre de 2016.
Ao Jornal do Cidadão, Larry So, ex-professor de Administração do Instituto Politécnico de Macau (IPM), referiu que o IAS pediu à Universidade Politécnica de Hong Kong que efectuasse um estudo sobre os serviços de reabilitação da próxima década, fazendo levantamentos junto de instituições de ensino e de reabilitação. No entanto, o académico considera que o organismo deve publicar mais informações sobre o plano para uma discussão mais completa na sociedade.
Larry So frisou que a actual Lei de Bases de Reabilitação se encontra em vigor há mais de dez anos. Acrescentando a isto o facto do Governo já ter falado na sua revisão e melhoria, torna-se claro para o investigador que a legislação já não serve as necessidades actuais.
“A execução do Planeamento dos Serviços de Reabilitação para o Próximo Decénio deve estar em consonância com a lei, agora é hora de rever e melhorar a Lei de Bases de Reabilitação, fazendo com que os serviços de reabilitação sejam uma parte dos regimes e das políticas do Governo, para que o planeamento seja concretizado”, indicou.
O sociólogo avança ainda que o planeamento não menciona, de forma discriminada, os cuidados comunitários. No entanto, Larry So acha que tanto idosos, como deficientes devem e querem receber os cuidados de que precisam na sua área de residência.
“O IAS apenas subsidia as instituições para fornecer serviços de reabilitação e lares, mas não coloca os serviços nas comunidades. Desta forma, os portadores de deficiência acabam por depender muito mais dos lares”, apontou. É que para Larry So, estas pessoas merecem ter uma vida própria, o que implica a integração dos serviços de cuidados no seu quotidiano e não o contrário.

Prazo de atribuição de subsídio até final do ano

O prazo de atribuição do subsídio provisório de invalidez vai ser alargado até 31 deste mês “a fim de assegurar que os deficientes que satisfazem os requisitos possam beneficiar do referido subsídio”, explica o Instituto de Acção Social (IAS) em comunicado. A garantia de continuação do subsídio terá que ser validada com a entrega da prova de vida até final de Janeiro do próximo ano. São elegíveis os residentes permanentes que tenham efectuado pelo menos 36 contribuições mensais para o Fundo de Segurança Social e estejam, de alguma forma, privados de capacidade laboral.

29 Dez 2015

Sin Fong | Histórias dos moradores inspiraram peça de teatro

[dropcap style=circle’]”[/dropcap]Se a sua casa se transformar num edifício perigoso e se tiver apenas 15 minutos para deixar a sua casa para sempre, o que quer levar?”. Foi assim a primeira frase da peça de teatro “Sin Fong”, levada ao palco pelo grupo Macau Experimental Theatre. A peça pretendeu chamar a atenção dos cidadãos para o caso do edifício em risco de ruína, contando as histórias reais dos moradores que tiveram que ser retirados do edifício em 2012.
Nicole Wong, uma das coordenadoras do projecto, disse ao HM que a sociedade não está a dar muita atenção ao caso Sin Fong Garden, ainda que tenham passado três anos com poucas soluções para os moradores.
“Queremos que o teatro aborde a situação de uma pessoa que perde a sua casa e quais os problemas envolvidos. Na verdade, apesar de haver mais de 140 famílias no edifício, cada uma tem a sua própria história, que ninguém contou. Nós conversámos com os verdadeiros moradores, tentámos compreender os seus problemas e a sua vida, e os actores interpretaram isso de forma directa”, contou Nicole Wong.
Nicole Wong, que foi também narradora durante a peça, contou que “alguns moradores já não têm casa em Macau e acabaram por ir viver para o interior da China. “Outros discutiram muito com familiares e os idosos foram obrigados a ficar em lares. Há ainda jovens que estão a enfrentar uma pressão como nunca encontraram, mas há também moradores optimistas, só porque a família está bem”, disse ainda.
A peça de teatro serviu ainda para os moradores apresentarem perguntas e darem opiniões sobre o tema. “Na altura os moradores do Sin Fong Garden só tiveram 15 minutos para chegar a casa e retirarem as suas coisas. No teatro, apresentamos um dilema para que os espectadores escolham o que querem tirar de casa e a peça continua consoante o que eles escolherem”, explicou ainda.
A peça de teatro, apresentada no Jardim Luís de Camões e Edifício Hou Kuong no domingo e segunda-feira, fez parte do projecto “Arte na Comunidade”, do Macau Experimental Theatre.

29 Dez 2015

Banco alimentar | Pedidos mantêm-se mesmo com descida de receitas

O secretário-geral da Cáritas, Paul Pun, afirmou ontem que recebeu mais pedidos de mais de duas mil famílias, que procuravam apoio do banco alimentar. Ainda assim, o responsável assegura que a quebra das receitas do Jogo não está a ter impacto no número de pedidos. Segundo o Jornal do Cidadão, Paul Pun referiu que, desde o início do serviço de fornecimento temporário de alimentos em 2011, mais de sete mil famílias já foram beneficiadas. Até ao dia 26 deste mês, a Caritas recebeu pedidos de mais de duas mil famílias, tendo oferecido o serviço a 3700 pessoas. Mas o secretário-geral vê o número como um valor “estável” que não aumentou por causa da descida nas receitas. Actualmente, existem três pontos de serviço do banco alimentar localizados nas zonas norte e central. Paul Pun frisou, contudo, que, como cada vez mais idosos vivem agora na habitação pública de Seac Pai Van, o número de pedidos dos cidadãos da Taipa vai aumentar, pelo que a Cáritas está à espera que o Governo arrende um espaço para servir de escritório permanente do banco alimentar nas ilhas. O serviço do fornecimento temporário de alimentos da Cáritas termina na quinta-feira, mas Paul Pun mostra-se confiante com a renovação do serviço pelo Governo.

29 Dez 2015

Passaporte de Macau | Ng Kuok Cheong fala de problemas com emigração noutros países

Recusa de vistos, proibição de entrada e Macau fora da lista. Serão vários os problemas para quem tem passaporte da RAEM, alerta Ng Kuok Cheong

[dropcap style=circle’]N[/dropcap]g Kuok Cheong denunciou ontem ao Governo que estarão a acontecer muitos problemas com a isenção de vistos de entrada em alguns locais do globo, quando os visitantes são portadores do passaporte de Macau. O deputado diz mesmo que, embora os residentes com o passaporte da RAEM possam, de acordo com o Executivo, entrar em mais de 76 países sem necessidade de visto, em alguns deles o processo de entrada acaba por não acontecer de forma tão suave, devido aos problemas na emigração. O pró-democrata apela ao acompanhamento dos casos por parte do Governo de Macau. ng kuok cheong
Ng Kuok Cheong assegura que nalguns países onde supostamente haveria isenção de visto as pessoas estão a ser impedidas de entrar a menos que paguem as despesas. O deputado deu como exemplo países como a Tânzania, em que portadores de passaporte de Macau tiveram de pagar despesas do visto à chegada, e de países como o Azerbaijão, Uzbequistão, Cazaquistão e Bielorrússia, entre outros, onde o pedido de visto – que deve ser emitido à chegada – foi mesmo recusado aos portadores de passaporte de Macau, por “não haver cartas de convite” desses países.
O deputado apontou ainda que existem residentes que passaram pela Indonésia e entraram em Timor-Leste por via terrestre aos quais não foram concedidos vistos. Ng Kuok Cheong avançou ainda que países como o Senegal ou o Gâmbia possuem a emissão do visto de chegada gratuito para os visitantes de todos os países, sendo que Macau não está incluído na lista.
Enquanto isso, países como a Índia, Quénia, Sri Lanka, Zâmbia, Myanmar ou Camboja já implementaram os vistos electrónicos, mas Ng Kuok Cheong critica o facto do Governo de Macau ainda não ter confirmado essas informações através do site oficial.
“Será que o Governo pode acompanhar esta situação e tentar melhorar a implementação da isenção do visto ou a atribuição do visto de chegada para os passaportes da RAEM, para que os processos sejam mais completos?”, questionou o deputado.

29 Dez 2015

Pearl Horizon | Obra suspensa. Camiões continuam a trabalhar

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]concessão do terreno onde estava a ser construído o edifício Pearl Horizon já terminou há vários dias, mas ainda há camiões das obras a entrarem e saírem livremente do local. Isto porque a empresa construtora, o Grupo Polytec, ainda não terá recebido o documento oficial da retirada do terreno pelo Executivo.
Segundo o Jornal do Cidadão, ainda se registava algum movimento no local no passado sábado, com retroescavadoras a trabalhar e camiões a entrar e a sair, ainda que o Grupo Polytec tenha confirmado que a obra do Pearl Horizon já foi suspensa.
A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) já explicou ao Jornal do Cidadão que nos casos de declaração de caducidade de um terreno é necessário elaborar um relatório, a ser aprovado pela tutela e publicado em Boletim Oficial (BO).
A concessão do terreno terminou oficialmente no passado dia 25, tendo dezenas de proprietários de apartamentos protestado com cartazes e tentado entrar no terreno, por forma a falar com Or Wai Sheun, presidente do Grupo Polytec. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, os agentes policiais aconselharam os protestantes a sair do local.

Jornalistas criticam manifestação

A Associação de Jornalistas de Macau emitiu uma declaração onde critica os “actos violentos” dos proprietários do Pearl Horizon na manifestação ocorrida no passado dia 20. O comunicado explica que vários jornalistas foram agredidos por manifestantes e alvo de ameaças verbais, sendo que a associação apela a que não seja violada a liberdade de imprensa. A associação suspeita ainda que um jornalista de Hong Kong tenha visto recusada a sua entrada em Macau no próprio dia, acusando as autoridades policiais de “abusarem da Lei de Bases de Segurança Interna”.

Acções da Polytec em queda na bolsa

Os protestos em torno do caso Pearl Horizon já se fizeram sentir na bolsa de valores de Hong Kong, uma vez que as acções do Grupo Polytec caíram 7,2%.

Ella Lei pede informações sobre casos semelhantes ao Pearl

A deputada Ella Lei considera que o Governo deve informar a população de quais os terrenos onde estão a ser construídos edifícios com fracções já vendidas e que estão à beira da data de caducidade da concessão. Ella Lei defende que o Governo deve publicar todas estas informações, incluindo as aprovações das plantas de construção, para evitar casos como o do Pearl Horizon, onde mais de três mil proprietários ficaram sem as casas que compraram. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Ella Lei indicou que a construtora, o Grupo Polytec, tem outros projectos de edifícios habitacionais – com mais de duas mil fracções – na Rua Central da Areia Preta, sendo que as fracções foram vendidas também antes da implementação do Regime Jurídico da Promessa de Transmissão de Edifícios em Construção em 2013. Acontece que em 2017 também este período de concessão vai chegar ao fim e o projecto vai apenas na primeira fase de construção. “A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) tem a responsabilidade de verificar se os construtores aproveitaram os terrenos conforme os contratos de concessão, bem como publicar os processos de edifícios em construção para que os proprietários de fracções percebam o que está a acontecer”, defendeu.

28 Dez 2015

Seac Pai Van | IH acusado de ajudar ao aumento das despesas de condomínios

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto de Habitação (IH) foi criticado por alegadamente influenciar no aumento das despesas dos condomínios, por possuir várias fracções dos edifícios de habitação económica de Seac Pai Van. A subida dos valores acontece a menos de um mês da entrada em vigor da lei que vai implementar um salário mínimo para os trabalhadores da limpeza e da segurança, mas esta precisa da concordância de todos os proprietários de fracções.
Em Seac Pai Van, como algumas das casas ainda estão vazias, o IH é proprietário de muitas fracções. Como o aumento das despesas dos condomínios é feito por votação e cada fracção corresponde a um voto, sendo o instituto a favor do aumento das despesas, acumula mais votos.
Os proprietários, que estão em clara desvantagem, criticam o IH pelo seu “monopólio” de decisão e acusam-no de não levar a cabo consultas com tempo de antecedência.
Segundo o Jornal Ou Mun, foi realizada no sábado passado uma reunião dos edifícios da habitação económica onde os proprietários votaram na decisão do aumento de mais de 10% das despesas de condomínios. seac pai van

Sou, um dos proprietários de uma das 1800 fracções do Edifício Koi Nga, indicou que existem 133 votos que discordam com o aumento de despesas, mas como o IH representa 410 proprietários, fez com que o aumento fosse aprovado com muitos mais votos a favor.
“Muitos proprietários ficaram agitados e pediram explicações da fonte dos votos, só depois é que o IH explicou que são de fracções ainda não vendidas e, por isso, da posse do próprio instituto. O representante do IH precisou de sair sob a protecção de agentes policiais. O IH não negociou com os moradores nem deixou expressar opiniões”, apontou.
Mas não são só os votos em causa. Outro proprietário, Cheang, consegue aceitar o aumento das despesas, mas diz que não se pode aumentar os preços sem aumentar as condições.
“A ventilação do salão do edifício é má, a porta não está sempre fechada, os porteiros conversam muito e até estão a jogar [cartas] durante a hora de trabalho. Isto faz com que os moradores não queiram renovar o contrato com a empresa de gestão, logo também não vão querer aceitar o aumento das despesas”, finalizou.

28 Dez 2015

Associação diz que Uber não afecta táxis

Tony Kuok, presidente da Associação de Mútuo Auxílio dos Condutores de Táxi, referiu ao Jornal do Cidadão que a Uber não veio afectar muito o sector dos táxis, defendendo que “não há uma grande fonte de clientes para a Uber”. “Muitos residentes escolhem deslocar-se com motos ou carros e outros apanham autocarros. Raramente apanham táxis a ir ou a sair do trabalho. Não existe uma grande fonte de clientes para a Uber”, apontou. A Uber apresentou uma promoção durante o Natal, com serviços de transporte de curta duração a oito patacas. Os serviços da Uber já foram considerados ilegais pelo Executivo e as autoridades policiais têm tentado combater o negócio, apesar da empresa já ter declarado que vai manter-se a trabalhar, nomeadamente através de colaborações com agências de viagens.

28 Dez 2015

Transferência da soberania tem pouco significado para residentes

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]transferência de soberania de Macau para a República Popular da China entra hoje no seu 16º ano, fazendo com que o Governo avance com actividades comemorativas para o aniversário da RAEM. No entanto, segundo alguns residentes questionados pelo HM, este dia não tem grande significado para a sociedade.
Kaman Chan, directora de uma associação de juventude, afirmou ao HM num Vox Pop feito ontem, véspera do dia comemorativo da transferência da soberania, que irá participar numa das actividades para a celebração do 16º aniversário da RAEM na Praça de Tap Seac, com concertos de música e dança e jogos. Mas apenas porque recebeu um convite. “Tive a oportunidade de ser convidada para ser voluntária numa actividade no dia da transferência da soberania, mas admito que participo pelo momento, não pelo facto de ser a celebração do aniversário da RAEM.”
Como o dia 20 é próximo das férias de Natal, Kaman Chan prefere assistir a outro tipo de festas a decorrer no território do que as do aniversário da transição. Ainda assim, para esta jovem que nasceu antes da Transferência da Soberania, este é um importante símbolo para Macau. “É como o dia nacional de um país, é um símbolo. Mas para mim própria, além de actividades de celebração, não traz grande significado”, disse.
Questionados sobre se sabem que dia é hoje, o casal Wong, de meia idade, respondeu-nos positivamente. Mas, admitiu, não está interessado em participar nas actividades de comemoração.
“Somos pequenos cidadãos de Macau”, disse a mulher. O homem continuou: “Só vamos passear e relaxar um pouco neste feriado, não sinto que o aniversário da RAEM tenha um significado especial. Acho que é apenas especial para os titulares de cargos principais”.
O pensamento do casal não é muito distinto do senhor Ho, vendedor de frutas na Rua de Praia do Manduco há 30 anos. Fazendo um relato da sua vida, Ho terá de trabalhar, como todos os outros vendedores, mesmo sendo o aniversário da sua terra. “Se calhar o dia tem algum significado para os jovens, mas não para mim, é um dia igual como todos os outros”, apontou.
A família Ho, com cinco membros, vai passar o dia separada. Para o irmão, o dia é também dia de trabalho, mas a irmã vai assistir ao concerto musical organizado pelo Instituto do Desporto. Já a neta do vendedor, de dez anos, vai fazer um passeio na cidade vizinha de Hong Kong com o pai.
Mia Cheong é uma jovem trabalhadora de casino. Admitiu ao HM que mesmo que tenha trabalho por turnos hoje ganha um dia de descanso. O dia do aniversário da RAEM, conta, prefere não comemorar, por não ter importância.
“Eu vou ficar em casa porque quero descansar. Não me interessam as actividades da comemoração, também não são especiais. Quando eu andava de escola costumava ficar com os meus amigos no dia 20 de Dezembro, raramente faço alguma coisa de especial”, disse.
Silvia Lam, funcionária pública, nunca participou nas actividades de comemoração da RAEM, pois prefere fazer uma viagem no dia do aniversário da transição, durante os quatro dias de férias seguidos. “Macau é tão pequeno e existem tantas pessoas que prefiro sair do território”, rematou.

20 Dez 2015

IC exigiu à Sunnyville que reduzisse altura de edifício perto da Guia

O presidente do Instituto Cultural (IC), Guilherme Ung Vai Meng, confirmou ontem que já exigiu à Companhia de Desenvolvimento Predial Sunnyville a redução da altura do edifício cuja construção está prevista para a Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues, perto da Fortaleza da Guia. O seu pedido foi aceite para aquele terreno ao lado do edifício do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM. O projecto previa a construção de um prédio com 90 metros de um lado e 60 do outro num terreno concedido por arrendamento, publicado por despacho em Boletim Oficial pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. Segundo o Jornal do Cidadão, Ung Vai Meng explicou na passada sexta-feira que a altura dos edifícios à volta da Fortaleza de Guia é um tema sensível. Se a totalidade do prédio tiver 90 metros, o Monte da Guia pode ficar “pressionado” e por isso mesmo a Sunnyville, empresa responsável pelo projecto, terá que reduzir um dos lados para os 60 metros de altura.

20 Dez 2015