Ng Kuok Cheong quer órgãos municipais antes das eleições

Ng Kuok Cheong quer que o Governo crie órgãos municipais sem poder político já este ano. Mas mais que isso, o deputado pede que os membros destes órgãos sejam eleitos de forma directa pelos residentes

O deputado Ng Kuok Cheong quer saber quais os avanços do plano do Governo sobre a criação de órgãos municipais sem poder político. Numa interpelação oral, o deputado defendeu que os membros desses órgãos devem ser eleitos pelos residentes de Macau, de forma directa.
O deputado apontou que na resposta da Direcção dos Serviços para a Administração e Função Pública (SAFP), a outra interpelação escrita em Outubro do ano passado, foi declarado que o Governo já tinha criado um grupo especializado, composto por líderes de vários organismos públicos e especialistas jurídicos.
A SAFP afirmou que os membros do grupo concordaram na necessidade da criação de órgãos municipais sem poder político, conforme a exigência da Lei Básica, avançando com um estudo preliminar sobre a forma da composição destes órgãos municipais, bem como as suas funções e direitos.
No entanto, o deputado Ng Kuok Cheong acha pouco satisfatório que não haja nenhum resultado do estudo. “Até ao momento, qual é o resultado do estudo sobre a forma de criação de membros de órgãos municipais, as funções e os direitos? O Governo concorda que os membros sejam eleitos directamente pelos residentes de Macau?”, questionou.
O pró-democrata exemplificou que no passado o Governo criou muitos conselhos consultivos, bem como instruções de consultas de políticas. No entanto, para Ng Kuok Cheong, o resultado “não satisfez as previsões”, considerando que teve que ver com a natureza dos membros, ou seja, estes foram nomeados e não eleitos.
“Se os membros forem eleitos pelos cidadãos, não dependem das relações com os governantes, assim, as suas opiniões podem ser mais fortes, com capacidade de até melhorar os trabalhos”, apontou.

Exemplos de lá

Ng Kuok Cheong exemplificou ainda que sob o mesmo sistema “Um País, Dois Sistemas”, em Hong Kong são criadas assembleias distritais que contam com a participação de deputados totalmente eleitos. O deputado considera que o Governo de Macau deve acompanhar a tendência e criar órgãos municipais cujos membros são eleitos por residentes de Macau, com objectivo de melhorar os trabalhos municipais e recolher opiniões dos cidadãos de forma eficaz.
“O Governo deve começar a consulta pública sobre esta ideia no início da segunda metade deste ano, tentando concretizar a criação de órgãos municipais sem poder político dentro deste mandato do Chefe do Executivo, antes de 2019”, rematou.
A Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan referiu, em Novembro do ano passado, que o Governo prevê que os órgãos municipais sem poder político possam ser criados em 2017.
Ieong Wan Chong, académico do Instituto Politécnico de Macau (IPM) apresentou a sugestão de criar esses órgãos municipais através de uma reorganização do conselho consultivo do IACM. Até ao momento, o Governo ainda não publicou detalhes sobre a forma de criação.

11 Fev 2016

Subsídios | Alexis Tam vai publicar lista de associações

Ip Peng Kin, chefe de gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, confirmou que o Executivo vai rever a lista das associações que recebem subsídios públicos. Segundo o Jornal do Cidadão, a partir deste ano vai começar a ser publicada uma lista das associações que recebem subsídios e os valores que são atribuídos, para além das publicações que já são feitas no Boletim Oficial (BO).
Para este ano a tutela dos Assuntos Sociais e Cultura terá, de entre as cinco secretarias, o orçamento mais elevado, no total de 189 milhões de patacas. Ip Peng Kin garantiu que há associações que muitas vezes recebem subsídios de vários organismos do Governo, mas, da parte do gabinete de Alexis Tam, apenas são subsidiadas associações que abrangem várias áreas.
“Analisámos se vale a pena apoiar as actividades antes de atribuir os subsídios, e questionámos outras direcções de serviços se já atribuíram subsídios, para não haver repetições”, explicou o chefe de gabinete, acrescentando que as associações vão ter de entregar relatórios e recibos que comprovem a realização das actividades realizadas.
Ip Peng Kin confirmou que, além da publicação da lista, o Governo vai reorganizar as associações pelas direcções cujas áreas são correspondentes.

11 Fev 2016

Habitação pública | Ho Ion Sang preocupado com conflito de terrenos

O Governo está a planear a apresentação de nova tipologia de habitação, algo que para o deputado Ho Ion Sang é preocupante, visto as actuais estratégias de distribuição de habitação pública não serem claras. Esta medida pode piorar a diferenciação de cada classe, apontou.
O Governo justifica a ideia da nova tipologia para ajudar os cidadãos de Macau que não são qualificados e que não tenham capacidade para comprar fracções privadas. Segundo o Jornal do Cidadão, Ho Ion Sang apontou que a possibilidade de falha deste plano é grande, justificando que o território tem poucos terrenos e os residentes já apresentam muitas queixas sobre o assunto.
O deputado acredita que a nova tipologia poderá entrar em conflito com os recursos que Macau dispõe para habitação, para além de estar a diferenciar as diversas classes da sociedade.
“O Governo tem uma má gestão de utilização de terrenos, não existem terrenos suficientes para resolver o problema da habitação dos residentes de Macau. O Governo deve ser responsável e elaborar uma proporção de habitação pública e de edifícios privados, outra de habitação económica e social, esclarecendo as políticas de habitação e a oferta de fracções públicas”, argumentou.

Dos limites

Para Leong Kuai Peng, membro do Conselho para os Assuntos de Habitação Pública o Governo deve considerar a criação de habitação a preços limitados, nos terrenos não aproveitados e que agora foram recuperados, apesar do Governo já ter dito que não o iria fazer.
Leong Kuai Peng disse ainda que a habitação pública não é “medicamento” para o problema de habitação, é apenas uma medida de conveniência. O membro considera viável que o Governo promova junto dos construtores a construção de casas a preços limitados.

11 Fev 2016

DSPA | Estação de Tratamento de Águas Residuais atrasada

Já passaram quatro anos desde o concurso público para o aumento da capacidade da estação de tratamento de águas residuais. Desde 2011 a única coisa feita até agora é o design. Quem o confirma é a DSPA justificando o atraso com burocracias

A Direcção dos Serviços da Protecção Ambiental (DSPA) afirmou que o plano da expansão da Estação do Tratamento de Águas Residuais na península de Macau está apenas na fase de design, depois de quatro anos passados desde a abertura do concurso público. O organismo garantiu que está a resolver o atraso com a operadora.
O tratamento de águas residuais desta estação está sobrecarregado desde 2009, porque a quantidade ultrapassou a capacidade de suporte de 144 mil metros cúbicos. Agora, todos os dias, mais de 40% de águas residuais entra no mar sem qualquer tratamento.
O Governo realizou um concurso público internacional para a expansão da Estação do Tratamento de Águas Residuais em 2011, esperando com isso aumentar a capacidade de tratamento até aos 184 mil metros cúbicos.
Ao Jornal Ou Mun, a DSPA explicou que o plano de expansão foi prorrogado depois de um candidato ter sido rejeitado do concurso público. Na altura, o candidato ainda recorreu até ao Tribunal de Última Instância (TUI) e venceu, sendo que a DSPA foi obrigada a iniciar novamente os processos de avaliação. Agora a empresa operadora é Consortium Cesl Asia-Indaqua-Tong Fang.

Detalhes de papel

O plano está, actualmente, na fase de design detalhado, mas a DSPA explica ainda que foram descobertos limites na estrutura dos edifícios, na sua capacidade de carga, bem como outros factores. Depois disto a obra não foi avançada como estava previsto.
Apesar de tudo, a DSPA frisou que está a negociar com a empresa operadora, para tentar procurar uma resolução viável e tentar diminuir o tempo necessário para a obra da expansão da Estação de Tratamento de Águas Residuais na península de Macau. No entanto, ainda não há data da conclusão.

Estratégias para resíduos electrónicos

Segundo o mesmo jornal, Vong Hoi Ieong, director da Direcção dos Serviços da Protecção Ambiental (DSPA) revelou que será concluído este ano o estudo sobre as estratégias de tratamento de resíduos electrónicos a longo prazo. O estudo permite analisar a situação do território e apresenta algumas sugestões. Vong Hoi Ieong considera que Macau não tem condições suficientes para tratar dos lixo electrónico por falta de terrenos. Mas a DSPA está a pensar em cooperar com as fábricas de tratamento de baterias do Japão, Coreia do Sul entre outras regiões, para reutilizar as baterias recarregáveis. O director espera também que os consumidores pensem mais antes de comprar equipamentos electrónicos.

11 Fev 2016

Metro Ligeiro | Estações da Taipa concluídas este ano

O chefe do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT), Ho Cheong Kei, disse ao canal chinês da Rádio Macau que a construção dos viadutos e estações do segmento do Metro Ligeiro na Taipa deverá ficar concluída ainda este ano. Também para 2016 deverá ser aberto o concurso público para a construção da estação na zona da Barra.
Em relação a esta estação, Ho Cheong Kei explicou que o contrato com a antiga empresa construtora já foi cessado e que o terreno já foi recuperado pelo Governo. O responsável disse ainda que a estação vai ser subterrânea e irá estabelecer a ligação com muitas outras linhas do Metro Ligeiro. O facto de estar situada junto à ponte de Sai Van faz com que seja uma obra “complicada”, disse Ho Cheong Lei, que espera que a influência do projecto junto do dia-a-dia da população vá diminuindo.
O responsável do GIT não avançou nenhuma data para a entrada em funcionamento do Metro Ligeiro, uma obra que tem sofrido constantes atrasos. Mesmo com o acelerar do projecto na Taipa, o Governo estima que esse segmento possa entrar em funcionamento em 2019.

11 Fev 2016

Reforma | Conselho preocupado com fusão da DSRT e Correios

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s coordenadores do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central estão preocupados com a decisão do Governo relativamente à fusão da Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT) com os Correios de Macau. A união, apontam, poderá afectar o desenvolvimento da área de telecomunicações. É preciso esclarecer qual a orientação a seguir, referem.
Segundo o Jornal Ou Mun, os membros deste Conselho Consultivo reuniram-se na passada quarta-feira, com dois responsáveis da DSRT. O chefe da Divisão de Promoção da Concorrência, Siu Weng Weng e o chefe da Divisão de Normas e Técnicas de Telecomunicações, Lou San, explicaram, ao jornal, como está a situação do nível de estabilidade dos serviços de dados imóveis 4G e as suas medidas de protecção.
Lok Nam Tak e Au Ka Fai, dois coordenadores do mesmo conselho, referiram, depois da reunião e de acordo com os responsáveis da DSRT, que a taxa de cobertura da rede 4G atinge mais de 95%, sendo que a meta foi atingida mais cedo do que era esperado.
No entanto, durante a reunião, os membros queixaram-se que o sinal da rede 4G nem sempre é estável. Os dois chefes da DSRT indicaram que o organismo pediu à Universidade de Macau (UM) para realizar dois exames completos.

Tudo em ordem

Os resultados mostram que os transmissores de rádio de Macau correspondem aos critérios internacionais de segurança, mas apontam ainda que existem empresas de gestão de condomínios que estão a impedir a montagem da estação transmissora em edifícios. Proibição esta, que faz com que a recepção da rede de algumas zonas seja fraca.
Além disso, os dois coordenadores apresentaram a sua preocupação relativamente à fusão da DSRT com os Correios. Isto poderá afectar o desenvolvimento da área. Os responsáveis temem que o Governo despreze o desenvolvimento das telecomunicações em Macau.
“Em Hong Kong, esforçam-se muito em promover esta área. O gabinete cresceu, transformando-se numa direcção de inovação e tecnologia. Mas em Macau isto está ao contrário, não existe um departamento especializado nem independente”, apontou Au Ka Fai
O responsável argumentou ainda que a missão da DSRT é ajudar o Governo a elaborar perspectivas de políticas de telecomunicações e de tecnologias de informações, no entanto, a Administração decidiu juntar a DSRT com Correios. “É preocupante perceber se isso significa que o Governo vá, no futuro, desprezar ou descurar desta área”, frisou.
O também coordenador considera que para caminhar para a diversificação da economia, muitas vezes é preciso recorrer à utilização de tecnologias de informações. É necessário, defende, criar um departamento especializado para liderar a elaboração de medidas de promoção do desenvolvimento do sector. Au Ka Fai espera que a DSRT e os Correios expliquem como é que será a orientação futura, para esclarecer a população.

10 Fev 2016

Casinos | Sands China decidiu aumentar salários dos funcionários

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] operadora de Jogo Sands China decidiu conceder aumentos aos seus trabalhadores entre 2 a 6%, estando prevista a atribuição de bónus. A notícia foi divulgada depois dos trabalhadores se terem queixado da falta de ajustamento dos salários.
Segundo um comunicado da própria operadora, divulgado pela associação Forefront of the Macau Gaming, a Sands China decidiu aumentar os salários abaixo das 12 mil patacas em 2 a 4%, devendo ser aplicado um aumento de 2% a salários acima desse montante. O limite máximo salarial depois destes aumentos deverá ser de 45 mil patacas.
“A situação no sector em 2015 levou a que enfrentássemos muitos desafios, e como a situação económica está sempre em mudança, a empresa fez um ajustamento apropriado, sem esquecer o esforço e o trabalho de todos para um bom desempenho da empresa no mercado”, lê-se no comunicado assinado por Wilfred Wong, director-executivo da Sands China.
Os aumentos salariais vão começar já em Março, sendo que a operadora decidiu continuar a dar “prémios especiais” equivalentes a um mês de salário a todos os funcionários. Este bónus vai ser distribuído em Julho deste ano, tal como em 2017.
A Forefront of the Macau Gaming comunicou ao HM que os funcionários da Sands China iam entregar uma carta à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) como forma de protesto pela ausência de bónus e aumentos, mas a actividade foi cancelada no mesmo dia em que a Sands China anunciou as medidas.

MGM prevê aumento do mercado de massas

Grant Bowie, director-executivo da MGM China, garantiu, citado pelo Jornal do Cidadão, que em 2015 a operadora viu fechar três salas VIP, sendo que actualmente apenas sete salas estão a funcionar. Grant Bowie revelou uma aposta nas apostas no mercado de massas, falando de sinais de aumento nesta área. O empresário referiu ainda que a indústria do Jogo está num período de ajustamento, tendo-se mostrado optimista quanto à evolução económica de Macau.

10 Fev 2016

Registo Central | Governo subsidia escolas para entrevistas

A publicação Macau Concelears confirmou que a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) atribui subsídios às escolas para a realização das entrevistas no âmbito do registo central de acesso ao ensino infantil. Directora de um jardim-de-infância diz que medida gera criticas entre docentes

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) implementou em Janeiro a nova medida para a primeira inscrição das crianças no ensino infantil, tendo implementado o registo central. Esta medida surge depois de, nos últimos anos, os pais terem enfrentado longas filas de espera para conseguirem matricular os seus filhos nas escolas desejadas.
A nova política visa reduzir o tempo de espera e a simplificação dos procedimentos nas escolas, mas segundo a publicação Macau Concelears, a DSEJ tem vindo a atribuir subsídios para as escolas para que estas cumpram esta medida. O organismo concede 100 patacas a cada entrevista realizada com os pais das crianças.
Na resposta à Macau Concelears, a DSEJ garantiu que a atribuição dos subsídios faz parte do plano do registo central, explicando que o período de inscrição dos alunos é longo, não existindo um limite de entrevistas. Por isso, o Governo considera que é necessária a coordenação das escolas. “Damos subsídios para as escolas apenas para assegurar o bom andamento da medida do registo central”, explicou a entidade educativa.
A DSEJ disse ainda que o orçamento para a atribuição destes subsídios é de dois milhões de patacas. Estes “não são usados para um fim específico”, sendo que o apoio financeiro é apenas atribuído depois de uma apreciação feita pela DSEJ. O dinheiro deverá ser usado para custos adicionais que as escolas venham a ter ao nível dos recursos humanos ou trabalhos administrativos que tenham a ver com a nova medida.

Dinheiro não é tudo

Lam (nome fictício), directora de um jardim-de-infância que optou por não dizer o nome, afirmou ao HM que não concorda com esta medida. Lam contou que a escola que dirige tem 170 vagas para o ensino infantil, mas que há 1300 candidatos pela via do registo central. Como é obrigatório fazer entrevistas com todos os alunos, isso leva a um aumento de trabalho dos professores.
“Os professores dão aulas e agora precisam de utilizar o tempo livre e os fins-de-semana para preparar as entrevistas com os candidatos”, referiu, considerando que “nem tudo pode ser resolvido com dinheiro, as medidas ou políticas devem ser razoáveis”, apontou.
Lam admitiu que a nova medida é positiva, já que a antiga política obrigava os pais a esperar demasiado por uma vaga. Contudo, criticou o facto dos pais só poderem seleccionar o máximo de seis escolas.
“Qual é a base científica para que o limite de escolas seja seis? É demasiado. Considero que no máximo os pais deveriam escolher até quatro escolas, porque antes quando consultávamos os pais eles escolhiam um máximo de três escolas. É suficiente, tanto para alunos como para professores. Mas agora os professores não vão ter o tempo de descanso por causa disso, o que tem originado muitas queixas”, rematou Lam.

10 Fev 2016

Novo Macau salienta contribuição de Au Kam San para associação

O presidente da Associação Novo Macau (ANM), Scott Chiang, afirmou ontem que a saída do deputado Au Kam San teve a ver com uma mudança que ocorreu de forma natural, quando existem “pensamentos diferentes”. O actual presidente valorizou os trabalhos feitos por um dos fundadores da associação pró-democrata.
Conforme já foi noticiado, Au Kam San deixou a associação por não concordar com as mudanças que ocorreram e as novas estratégias. Scott Chiang garantiu que de nada vale avaliar quem tem a culpa, já que a situação não pode ser alterada. “Prefiro que esta fase passe e que possamos olhar para o futuro”, afirmou.
“Falei com o Au Kam San ao telefone, e disse que parecia uma situação injusta para mim, porque ele sai na altura em que sou presidente. Mas como sabemos a situação começou antes”, referiu Scott Chiang.
Confrontado com as acusações da existência de grupos, Scott Chiang não quis fazer grandes comentários, tendo apenas explicado que “tudo está a mudar”, frisando que a ANM vai pensar em como pode manter os valores originais da sua fundação em conjunto com as mudanças que venham a ocorrer.
“Vamos manter uma atitude modesta, trabalhamos juntos muitos anos e agradecemos a sua contribuição (de Au Kam San), que não pode ser rejeitada. Mas a associação promove a diversidade de pensamento e temos que ser críticos, é fácil acontecer situações em que cada um insiste nas suas ideias. Penso que isso só traz mais vantagens para a sociedade”, disse Scott Chiang.

Preparada para eleições

Questionado sobre se a saída de Au Kam San vai levar a uma perda de apoios da ANM, Scott Chiang defendeu que não trabalham para ganhar mais apoios, mas para proteger os interesses de Macau. “Vamos manter uma atitude positiva, ouvir as opiniões dos outros e esperar ganhar mais a sua confiança”, referiu.
Em relação às eleições legislativas de 2017, Scott Chiang defendeu que a ANM vai manter o seu caminho para a eleição de deputados para a Assembleia Legislativa (AL) e preparar-se bem para a corrida eleitoral. Mas o presidente não quis avançar os nomes que vão compor as listas candidatas.
A saída de Au Kam San não trará grandes problemas do foro financeiro, já que, segundo Scott Chiang, a ANM vive das contribuições dos membros e tem interessados em fazer doações. Ao sair da ANM, parte do salário que Au Kam San ganha como deputado vai deixar de ser injectada na associação.

4 Fev 2016

Novo Macau quer saber detalhes do “consenso” sobre acordos de extradição

A Associação Novo Macau (ANM) pretende que o Governo preste esclarecimentos do conteúdo dos acordos de extradição assinados com Hong Kong e China, no âmbito da “lei da assistência judiciária inter-regional em matéria penal”.
Em conferência de imprensa realizada ontem, Jason Chao, vice-presidente da ANM, referiu uma entrevista dada pelo Secretário para a Segurança ao canal ATV de Hong Kong, onde Wong Sio Chak garantiu que os governos já chegaram a um consenso sobre a questão dos infractores em fuga. Contudo, Jason Chao referiu que a sociedade ainda não conhece os detalhes deste “consenso.
O vice-presidente referiu que o Conselho Executivo publicou informações sobre a legislação em Dezembro do ano passado onde ficou garantido que vão ser seguidos os “critérios internacionais”, sendo que, nas cláusulas excepcionais, a parte referente à “dupla punibilidade” pode ter potenciais lacunas.
“Estas cláusulas dizem que caso os factos relacionados com os pedidos de assistência judiciária em matéria penal sejam constituídos no interior da China, ou em crimes de natureza militar que prejudiquem os interesses de defesa do país, o artigo da dupla punibilidade não será aplicado, ainda que nas duas regiões (Macau e Hong Kong) os actos não sejam considerados crimes”, defendeu Jason Chao.
O vice-presidente da ANM acha que os residentes de Macau poderão ser acusados de “crimes de natureza militar ou de prejudicar os interesses de defesa do país”, podendo os respectivos julgamentos ser transferidos para o continente.

Exemplos de fora

“Muitos advogados que defendem os direitos humanos no interior da China foram presos ultimamente, sendo que a maioria foi acusada do crime de incitamento à subversão do poder do país. Isso mostra que as autoridades chinesas estão a abusar desse crime para tentar regularizar a perseguição política”, apontou Jason Chao.
O Governo ainda não deu qualquer resposta ao pedido feito pela ANM em Setembro último quanto à divulgação do conteúdo dos acordos de extradição já discutidos. Jason Chao defende que o desaparecimento dos livreiros em Hong Kong pode levar a que os residentes dos dois territórios se preocupem com a questão de passagens transfronteiriças fora dos canais normais, frisando que os processos antes da aprovação da lei devem ser transparentes.
Flora Fong
flora.fong@hojemacau.com.mo

4 Fev 2016

Relatório | Liberdade económica continua a cair

Um relatório da Fundação Heritage dos Estados Unidos coloca Macau no 37º lugar dos índices mundiais de liberdade económica. Esta é a quinta queda consecutiva, que para Joey Lao, director da Associação de Economia de Macau, está relacionada com as políticas do Governo do território.
No relatório publicado na terça-feira passada, Macau atingiu os 70 pontos na avaliação geral, entre 178 entidades económicas de todo o mundo, caído para o 37ºlugar. No entanto, entre as 42 entidades económicas da zona Ásia-Pacífico, Macau ocupa o nono lugar, depois de Hong Kong e Sinpagura.
O relatório segue dez indicadores sobre a liberdade económica. Os indicadores em que Macau atingiu as melhores notas, mais de 90 pontos, incluem o nível de “gastos do Governo”, “liberdade de comércio”, “liberdade de investimentos”. Ainda assim, quanto ao nível de “contra a corrupção” e ao de “liberdade de força de trabalho”, Macau atingiu apenas 50 pontos.

Destino de eleição

O relatório dos Estados Unidos apontou ainda que o investimento de projectos e infra-estruturas de entretenimento e de resorts aumentou muito depois da abertura da indústria de Jogo. Em 2012, Macau tornou-se um dos destinos mais famosos do mundo, no entanto, foi influenciado pela politica de anti-corrupção e pela desaceleração económica da China continental, levando a uma queda nas receitas de Jogo em 40%. Isto, aponta o documento, traz dois problemas estruturais: a pouca atractividade de turistas não Jogo, e a do número de visitantes de alto consumo.
Para Joey Lao, director da Associação de Economia de Macau, o lugar da liberdade económica de Macau é relativamente boa, sendo que a queda da avaliação está relacionada com o ambiente económico e as políticas do território.
Os gastos do Governo de Macau ficam num nível alto. Joey Lao explicou que como as receitas financeiras diminuíram, os custos aumentaram, sendo este um princípio do estudo da economia ocidental. O director considera, ainda, que Macau pertence a uma economia de miniatura, e não deve “copiar” totalmente o modelo ocidental. É importante que assegure os custos públicos bem gastos.

4 Fev 2016

Semana Dourada | Governo espera o mesmo número de turistas de 2015

Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, diz esperar cerca de um milhão de turistas em Macau durante a Semana Dourada. Apesar da já elevada taxa de ocupação hoteleira, especialistas do sector garantem que o consumo no sector do retalho pode baixar e antevêem problemas com os táxis

É já para a semana que as ruas de Macau vão voltar a encher-se por ocasião da Semana Dourada do Ano Novo Chinês do Macaco, mas o número de turistas não deverá ser superior ao registado em 2015. A garantia foi dada ao HM por Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo (DST).
“A nossa expectativa é termos o número de visitantes semelhante ao ano passado. Mesmo que haja um aumento deve ser muito leve, na ordem de 1%, na melhor das hipóteses. Este vai ser um ano difícil para fazer previsões, estamos optimistas, mas também temos uma postura mais conservadora”, apontou.
Helena de Senna Fernandes garantiu que o território está preparado para acolher um número elevado de visitantes. “Não esperamos muitos mais turistas, e neste momento temos infra-estruturas suficientes, mas há sempre possibilidades para melhorar. Temos estado a trabalhar com a polícia e a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) para saber quais as áreas em que podemos melhorar”, revelou.
Para este Ano Novo Chinês o objectivo é atrair turistas de longa duração. “Estamos a fazer todos os possíveis para que os turistas fiquem mais dias. Macau tem muitas atracções nesta quadra festiva e estamos a envidar todos os esforços para tentar fazer com que as pessoas fiquem por mais tempo. Esse vai ser o nosso alvo este ano e também para o futuro”, disse Helena de Senna Fernandes.
Também Anthony Wong, docente do Instituto de Formação Turística (IFT), não espera grandes alterações. “Espero o mesmo número de turistas este ano. Se olharmos para o número de turistas em 2015 (por comparação a 2014), o decréscimo foi pouco”, disse.
Frederick Yip Wing Fat, presidente da Associação de Retalhistas e Serviços de Turismo de Macau, garantiu ao HM que a maioria dos quartos de hotel de Macau já estão reservados entre o terceiro e o sétimo dia do Ano Novo Chinês. Tendo em conta a realização de concertos, Frederick Yip Wing Fat espera um aumento de turistas na próxima semana, mas não muito elevado.
Manuel Wu Iok Pui, director-geral da agência Macau Explorer Cultural Travel, e membro do Conselho do Planeamento Urbanístico, confirmou que o terceiro dia do Ano Novo Chinês vai ser o feriado com mais visitantes.
“As reservas dos quartos de hotel vão estar cheias, e mesmo que este ano não seja tão bom como nos anos passados, Macau ainda é um dos locais preferidos para viajar”, explicou.

Mais abusos de taxistas

Anthony Wong acredita que no sector do retalho o consumo de produtos de luxo pode sofrer uma quebra, estimando que, para os casinos, esta semana não trará grandes mudanças.
“O tipo de jogadores mudou e há menos jogadores no sector VIP e mais jogadores no mercado de massas. Pode verificar-se um decréscimo, vão continuar a jogar, mas não como nos anos anteriores. Os casinos vão continuar a sofrer no Ano Novo Chinês”, defendeu.
Em termos de capacidade de acolhimento, o docente do IFT considera que “não houve grandes melhorias, no geral”. “As coisas não mudaram muito em termos de infra-estruturas, desde que haja o mesmo número de turistas a visitar Macau, os mesmos problemas vão continuar a verificar-se. Provavelmente o excesso de tarifas cobradas pelos taxistas vai continuar a ser um fenómeno comum”, disse.
Também Frederick Yip Wing Fat diz que os abusos cometidos pelos taxistas deverão aumentar. “Quando há mais turistas não podemos excluir a possibilidade de que mais facilmente as ilegalidades aconteçam. Só podemos esperar que os turistas ajam da melhor forma porque sei que as autoridades policiais também têm sido rigorosas a combater o problema”, referiu.
Apesar disso, o presidente da Associação de Retalhistas e Serviços de Turismo de Macau acredita que Macau ainda não atingiu um ponto de saturação. “Não considero que haja grandes problemas entre os visitantes e os cidadãos, porque as fases em que recebemos um grande número de turistas não acontecem sempre. Apenas entre o terceiro e o sétimo dia do Ano Novo Chinês haverá um movimento maior”, considerou.

Especialistas pedem melhores infra-estruturas

“É possível aumentar a qualidade”

Manuel Wu Iok Pui considera que o sector do turismo pode focar-se em atrair mais visitantes oriundos do sudeste asiático, para além do interior da China. “Agora existem muitos voos baratos entre países do sudeste asiático e Hong Kong, e a vontade de visitar Macau aumentou por causa disso. Recentemente conheci muitos turistas que chegaram a Macau por via destes voos baratos”, frisou.
“É possível aumentar a qualidade de turismo em Macau. É necessário melhorar as instalações públicas, bem como realizar mais actividades características dos bairros comunitários. Temos uma grande quantidade de turistas mas não são de qualidade. É importante atrair turistas com um nível cultural maior, porque isso também afecta os cidadãos locais”, apontou.
Frederick Yip Wing Fat defende que, para Macau ser considerado um destino turístico internacional, terá de melhorar o serviço gratuito Wifi Go e distribuí-lo por mais locais no território. O responsável disse ainda que a parada do Ano Novo Chinês a realizar-se na zona norte pode ser uma boa actividade para afastar os turistas do centro da cidade. “As actividades podem distribuir os visitantes para outras zonas, que podem estar em roteiros turísticos promovidos pela DST. Acredito que os turistas escolhem passear por essas zonas e não apenas no centro”, rematou.
Manuel Wu Iok Pui destacou a realização do Festival de Luzes, defendendo a realização de mais workshops de artesanato e história para os turistas. “Estas actividades podem revelar um outro lado de Macau e não afectam a vida dos cidadãos”, disse.

3 Fev 2016

Tribunal | Rejeitado prolongamento da concessão do Pearl Horizon

O Grupo Polytec viu rejeitado o recurso apresentado no Tribunal Administrativo (TA) contra o Executivo sobre a possibilidade de prolongar a concessão do terreno onde iria nascer o edifício Pearl Horizon. Os juízes entenderam que o concessionário não cumpriu na totalidade o regulamento do contrato, nem reuniu condições para a renovação da concessão do terreno.
O tribunal considerou que mesmo que o Grupo Polytec tenha declarado que o aproveitamento do terreno tenha sido feito antes da alteração de finalidade do terreno, em 2006, apenas concluiu “partes” desse aproveitamento nesse ano mas não na totalidade conforme os requisitos. Por isso, o tribunal considerou que o Grupo Polytec não reunia condições para ter acesso a uma concessão definitiva do terreno.
O TA entendeu ainda que, segundo a nova Lei de Terras, uma concessão temporária só tem condições para ser renovada quando ocorrer uma fusão de concessões temporária e definitiva, garantindo que o caso do Pearl Horizon não corresponde a esta situação. O tribunal lembrou ainda que durante a discussão sobre a nova lei na Assembleia Legislativa (AL) os legisladores defenderam a posição de não renovação por forma a reforçar a supervisão do terreno, pelo que a razão apontada pela Polytec foi “improcedente”.
Em Março de 2015 o Grupo Polytec pediu ao Chefe do Executivo o prolongamento da concessão e a utilização do terreno, algo que foi rejeitado em Novembro do ano passado. A 18 de Dezembro, dias antes do fim do prazo de concessão, a Polytec entregou uma intimação ao TA visando o Chefe do Executivo e o Secretário para a tutela quanto ao prolongamento da concessão.

Recurso é possível

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Raimundo do Rosário, Secretário para as Obras Públicas e Transportes, disse que a Polytec ainda tem 30 dias para recorrer da decisão junto do Tribunal de Segunda Instância (TSI), lembrando que só pode decidir o aproveitamento do terreno quando estiverem concluídos todos os procedimentos judiciais.
Questionado sobre quais serão as condições aquando da abertura de um novo concurso público para o terreno, Raimundo do Rosário apenas referiu que vai tratar o caso segundo a Lei de Terras.
3216P6T1
Mais de 50 proprietários de fracções do Pearl Horizon estiveram ontem a protestar junto da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, pedindo encontros com os responsáveis. Segundo o canal chinês da TDM, o encontro chegou a acontecer, mas devido ao facto de terem ficado insatisfeitos com a decisão do tribunal e a resposta da DSSOPT, muitos moradores ficaram sentados no chão até anoitecer.
Também à TDM o responsável do Grupo Polytec, Alan Chan, garantiu que estão a ser ouvidas opiniões jurídicas, não tendo sido feitos mais comentários.

3 Fev 2016

Chakra Space, restaurante| “Comer vegetariano é comer saudável”

É um espaço muito pequeno mas podem experimentar-se muitas coisas: cafés e cervejas artesanais ou pratos vegetarianos com um leve sabor de caril. A ideia é que cada cliente possa aprender mais sobre comida saudável e viver com esse estilo de vida

“Não quero definir este lugar como sendo um bar, café ou restaurante. É apenas um espaço onde mostro as coisas de que gosto”. É assim que o responsável do Chakra Space, Meng Wong, fala do novo canto que abriu portas para os lados da barra, onde se pode pedir comida vegetariana, cafés, vinhos ou cervejas. Inaugurado há cinco meses, Meng Wong gere o espaço com outro sócio mas decidiu o nome do espaço e até a sua decoração.
“Chakra remete para os pontos do corpo onde se aplica a acupunctura e também com o Ioga e o Budismo. Apesar de não acreditar em nenhuma religião, gosto muito de ler livros sobre essa matéria e compreender a cultura e os seus significados. Comecei a gostar muito dessa área e decidi usar esse nome para o espaço”, contou ao HM. O gosto de Meng Wong revela-se numa das paredes, decorada com estátuas de buda e quadros religiosos.
Mas nem só de comida se faz o Chakra Space. Quando Meng Wong nos serviu uma bebida pudemos ver a zona destinada a um bar aberto. “Disponibilizamos vinhos tintos e brancos, bem como cervejas artesanais. Optamos por escolher as bebidas que não são caras mas que têm qualidade e que são produzidas na Bélgica ou Japão, em vez das que são feitas na China”, explicou.
O café no Chakra Space é também artesanal, mas segue um princípio. Cada chávena é servida na sua forma original, sem a adição de açúcar e sem leite. Meng Wong explicou que isso se deve à intenção de corrigir o hábito introduzido por muitos restaurantes conhecidos.
“Começamos por explicar aos nossos clientes que os nossos cafés não combinam com açúcar nem leite. A vantagem dos cafés artesanais é que podemos experimentar o sabor original do café. Queremos alterar o pensamento comum que existe na comunidade chinesa, que acha que os cafés mais amargos e fortes devem ter açúcar ou leite. Mas os cafés verdadeiros não devem ser assim”, apontou.

Sem aditivos

No que diz respeito à comida, o Chakra Space quer também eliminar os aditivos que habitualmente se colocam na comida servida na maioria dos restaurantes. Os cozinheiros adicionam o caril mas não existe açúcar ou sal, apenas azeite.
“As comidas vegetarianas chinesas normalmente têm muito açúcar, óleo ou sal, mas acredito que comer vegetariano é comer saudável. O nosso caril é mais leve porque o molho serve de cozedura a muitos legumes. Espero que os clientes tentem aceitar este tipo de comida”, disse Meng Wong.
Outra diferença introduzida pelo Chakra Space prende-se com a ausência de menus. A escolha dos pratos ao almoço ou jantar faz-se através dos ingredientes, mas ao jantar é preciso fazer uma reserva.
Para Meng Wong, não há melhor combinação do que comer um caril acompanhado por um café. Foi no Japão que o responsável do restaurante conheceu esta ideia. “Acho que as duas coisas combinam muito bem.”

Do retalho para a restauração

Antes de abrir o Chakra Space Meng Wong trabalhou vários anos na área do retalho, mas sentia-se “preso” à profissão. “Nos últimos três anos já não queria continuar a trabalhar dessa maneira. Achava que a vida não podia ser assim. Parece que estava a desperdiçar a minha juventude para ganhar dinheiro. Tenho 30 anos e achei que precisava de pensar no meu futuro e fazer algo de que gosto”, frisou.
Antes de abrir o espaço de comidas e bebidas, Meng Wong viajou pelo mundo para conhecer o máximo de coisas possível, até que teve vontade de regressar a Macau. “É um bom sítio mas tudo depende das mudanças de pensamento e de como usamos o nosso estilo de vida”, referiu.
O Chakra Space não pretende ser um espaço para ganhar muito dinheiro mas sim para ser apenas um espaço que reúne pessoas à volta da comida vegetariana e do café.
O pequeno lugar de comidas e bebidas fica perto do templo de A-Má e à volta reina o sossego. Apesar dos elevados custos do negócio, com a renda a chegar às dez mil patacas mensais e um investimento de 200 mil patacas, Meng Wong garante que a localização foi um dos motivos que o fez investir. “A zona não foi muito desenvolvida ao longo dos anos e o movimento das pessoas não é grande, mas gosto desta tranquilidade”, rematou.

3 Fev 2016

Jogo | Cali Group fechou mais duas salas VIP em Janeiro

A associação Forefront of Macau Gaming confirma o fecho de mais duas salas VIP operadas pelo Cali Group, que também opera salas em Manila, Filipinas. Analistas corroboram tendência do fecho de mais salas, com Grant Govertsen a estimar uma queda do sector VIP em 12%

Ieong Man Teng, líder do grupo Forefront of Macau Gaming, confirmou ao HM o fecho de duas salas VIP da empresa junket Cali Group, as quais operavam no casino do Grand Lisboa e do City of Dreams. Desde 2012 que o grupo opera quatro salas VIP em Macau, sendo que as restantes continuam a funcionar no MGM e no Galaxy.
O líder da associação que luta pelos direitos dos trabalhadores do jogo revelou ainda que uma parte dos funcionários das salas deverão trabalhar nas salas que o Cali Group já opera em Manila, capital das Filipinas. Aqueles que não quiserem mudar-se para as Filipinas serão despedidos.
Segundo Ieong Man Teng, o Cali Group funcionará com base no modelo de investimento com “depósitos em dinheiro” semelhante à Dore, mas como o sector VIP está em quebra, os juros mensais baixaram de 1,5% para 1%.
O HM contactou três analistas que não se mostraram surpreendidos com a notícia. Grant Govertesen, analista do Union Gaming Group, apontou uma baixa no sector VIP de 12% para este ano.
“Duas salas é obviamente um número muito pequeno se tivermos em conta toda a Macau, mas estimamos que para 2016 haja o fecho de mais salas ou mesas. Prevemos que o sector VIP sofra uma quebra de 12% em 2016”, disse o analista, falando de um crescimento no mercado de massas para este ano. “As receitas de 2016 vão ser mais estáveis do que em 2015”, revelou.
Para o economista Albano Martins, o fecho das duas salas do Cali Group são reflexos do ano que ainda agora chegou ao fim.
“Parece-me normal que no início do ano haja ainda reflexos de coisas decididas no ano anterior, e no primeiro trimestre deste ano ainda irá cair muita coisa que foi decidida o ano passado”, apontou ao HM.
Albano Martins lembrou que as novas regras adoptadas pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) para a operação dos junkets pode ditar alguns encerramentos.
“É natural que algumas dessas salas acabem por fechar porque acredito que as autoridades vão ser muito mais pró-activas em termos de fiscalização e alguns desses promotores não vão satisfazer os requisitos mínimos das autoridades e vão ter necessariamente que fechar. Qual é o reflexo que isso pode ter no Jogo? Nunca será positivo em termos de receitas, será sempre negativo em termos de receita bruta gerada ao longo do ano. Vamos ver como é que isso não põe em causa o que se diz do facto do Jogo estar a estabilizar. O comportamento do primeiro trimestre pode-nos indicar se de facto está a estabilizar ou não. Dois meses não é representativo, por isso vamos aguardar até Abril”, explicou.

Investir nas Filipinas

Tal como o Cali Group, muitas empresas junket estarão a jogar todos os trunfos em novos mercados de Jogo, como é o caso das Filipinas. Ainda assim, Grant Govertsen garante que o negócio ainda não tem o sucesso que Macau já registou.
“As Filipinas estão a capturar estas mesas e salas VIP, mas penso que o casino nas Filipinas não está a ter um extraordinário desempenho, e talvez os junkets venham a perceber que transferir as operações para Manila pode não trazer grandes mudanças para o negócio”, apontou.
Kuok Chi Chong, presidente da Associação de Mediadores de Jogo e Entretenimento de Macau considera que o fecho das duas salas é normal.
“O Cali Group fechou duas salas VIP em Macau, porque sabemos que agora os negócios não são bons e precisam de cortar nos custos, bem como fazer uma melhor distribuição dos funcionários. Esta empresa criou o negócio das salas VIP em Manila, então é normal que queira diminuir o investimento em Macau e aumentá-lo nas Filipinas”, apontou ao HM.

Malditos vistos

Kuok Chi Chong lembra ainda que há uma tendência cada vez mais visível do fecho de salas VIP, mas garante que tudo depende da procura do mercado nos próximos tempos.
“No estrangeiro há uma menor exigência em termos de vistos de viagem para os turistas do interior da China. Em Macau é mais difícil. Este factor pode fazer com que uma parte dos clientes optem por se divertir fora de Macau”, disse.
O presidente da associação considera ainda que é necessário analisar “de forma racional” a questão da proibição do tabaco e a sua influência no sector VIP. Kuok Chi Chong citou uma notícia publicada no interior da China sobre o aumento do número de fumadores, o que pode originar um conflito para quem visita Macau.
“Se esta situação continuar é possível que os jogadores deixem Macau para procurarem entretenimento noutros locais, onde há uma maior liberdade para fumar”, rematou.

2 Fev 2016

Ieong Man Teng deixa liderança da Forefront of the Macau Gaming

Tudo começou com uma manifestação contra a introdução de croupiers não residentes em 2013. Foi também em 2013 que se tornou conhecido, ao candidatar-se a um lugar de deputado à Assembleia Legislativa (AL) ao lado da Associação Novo Macau. Ieong Man Teng liderava o grupo Forefront of Macau Gaming há mais de dois anos, mas no final de Janeiro decidiu abandonar o cargo. O porta-voz dos croupiers escreveu na sua página do Facebook que vai abandonar todos os trabalhos ligados à associação.
“Eu não tenho capacidade para continuar nesta posição, para além de ter muitos problemas à minha volta. Por favor perdoem a minha incompetência”, escreveu, garantindo que vai continuar a lutar pelos direitos dos trabalhadores do Jogo.

Muita pressão

O HM não conseguiu chegar à fala com o ex-líder, mas Lei Kuok Keong, vice-presidente do grupo, garantiu que Ieong Man Teng deixou a liderança por razões pessoais. O ex-líder publicou no Facebook uma carta do Tribunal Judicial de Base (TJB) sem explicar a que caso se refere, mas Lei Kuok Keong fala da existência de pressões. “Em Macau posso dizer que existe perseguição política. Estou envolvido em três casos, acredito que ele estará envolvido em mais”, revelou.
De frisar que a antiga secretária-geral da associação, Cloee Chao, também deixou o lugar em Março do ano passado, alegando sofrer pressões. Para Lei Kuok Keong, “cada um tem um limite para aguentar a pressão”, considerando que Ieong Man Teng tem sido dos líderes mais atingidos.
“Todos sabemos que Ieong Man Teng trabalha sempre no turno da noite e é mais fácil ter problemas emocionais ou familiares. E nos últimos anos os movimentos dos funcionários foram frequentes, acredito que a pressão dele tenha atingido o limite”, apontou Lei Kuok Keong.
Para já, a Forefront of Macau Gaming promete continuar o trabalho, estando já agendada uma reunião para finais deste mês.

2 Fev 2016

Inquérito | Jovens dizem que associações não os representam

Um inquérito realizado pela Associação de Jovens de Macau oriundos de Jiangmeng mostra que só pouco mais de 25% dos jovens acha que as associações locais representam as suas ideias, existindo uma tendência para não confiarem nestas instituições.
Segundo o Jornal do Cidadão, mais de mil jovens entre os 15 e os 39 anos de idade participaram no inquérito realizado o ano passado, que versou sobre a análise social e política do território. Apenas 26,21% acredita que as associações “podem representar as suas ideias ou opiniões”, enquanto que 28,25% defende que “não podem representar”. Cerca de 14,85% dos jovens dizem conseguir revelar as suas opiniões sobre o Governo através destas associações, sendo que 13,79% prefere fazê-lo através das redes sociais.
O deputado Zheng Anting, também presidente desta associação, considera que há uma tendência para os jovens não confiarem nas associações enquanto lugar de expressão de opiniões, sendo que estas entidades podem não representar as verdadeiras posições dos mais novos.
Em relação às ideias sobre o panorama social, cerca de 20% dos jovens está insatisfeita com a sociedade de Macau, sendo que 24,36% está satisfeito e a maioria, 55,53%, está “mais ou menos” satisfeito. As causas para a insatisfação prendem-se com os elevados preços das casas, o trânsito ou a inflação. O deputado defende um reforço da participação activa dos jovens na sociedade.

2 Fev 2016

Lionel Leong quer rever lei sobre compras públicas

O Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, quer avançar já este ano com a revisão da lei referente à aquisição de bens e serviços por parte do Executivo. Segundo o jornal All About Macau, a proposta prevê o aumento do limite máximo do montante de compras de serviços e materiais sujeitos a concurso público, para que não existam facilidades junto dos organismos públicos.
“Vários serviços públicos apresentaram essa ideia, e a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) vai tratar desta questão com rigor, estando a elaborar a lei e a comunicar com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Mas o aumento do limite do montante ainda não gerou consenso”, apontou o Secretário.
Uma coisa é certa: não deverá ocorrer uma redução. Lionel Leong disse não concordar com a diminuição dos requisitos para as aquisições dos organismos públicos, tendo defendendo um equilíbrio entre o trabalho legislativo e as aquisições feitas na Função Pública.
O último relatório do Comissariado de Auditoria (CA) apontou o dedo a vários organismos públicos por não cumprirem a legislação referente às compras públicas. A DSF explicou que a revisão da lei é para “avançar com o tempo” mas também “abrir uma porta para uma porta mais facilitada” para a aquisição por parte dos organismos públicos.

1 Fev 2016

Novo Macau | Au Kam San deixa associação e fala da existência de “grupos”

Um dos fundadores da Associação Novo Macau escreveu uma carta onde anuncia a sua saída, falando da existência de grupos e divisões no seio do campo pró-democrata. Direcção quer manter Au Kam San. Ng Kuok Cheong fica

Já havia sinais de separação. O fundador da Associação Novo Macau (ANM), Au Kam San, decidiu deixar de vez a entidade com cariz político à qual pertencia há 24 anos, por considerar que ocorreram situação que afastaram a associação dos seus objectivos iniciais.
Numa carta publicada pelo jornal All About Macau, o deputado Au Kam San criticou as mudanças internas ocorridas na ANM, falando da existência de controlo na adesão dos membros pelas novas direcções. O email de cisão da ANM foi enviado na sexta-feira.
O deputado escreveu que “nesta sociedade relativamente conservadora, para criar um grupo que promove a democracia e supervisiona o Governo, existe alguma pressão”. Ainda assim, Au Kam San referiu que é aceitável aceitar todos os pedidos de adesão à ANM.
Au Kam San disse que a principal razão para a sua saída tem a ver com a “mudança na vida democrata interna da associação”, incluindo as medidas adoptadas pelos novos presidentes. “Começou a existir divisão de grupos na associação e a exclusão de dissidentes, incluindo a transformação de discussões internas em críticas públicas”, disse o deputado, tendo acrescentado que a mais recente direcção da ANM controlou a adesão de membros “de forma intencional”, tendo rejeitado a adesão dos que “não são amigos”.
Ao HM, o deputado explicou que a aprovação de algumas adesões foi feita mais facilmente do que outras, que chegaram a ser rejeitadas. Au Kam San diz não estar habituado “às novas regras da associação”. “Saí na altura certa”, frisou, tendo explicado que saiu para não se envolver mais em “problemas internos da associação que são desnecessários”.

Ng Kuok Cheong fica

Scott Chiang, actual presidente da ANM, não quis comentar com o HM a saída de Au Kam San, tendo afirmado apenas que vai continuar a fazer bem os trabalhos associativos. Já Sou Ka Hou, que antecedeu Scott Chiang no cargo, disse não concordar com as acusações e diz que Au Kam San criou “algo do nada”, sem as devidas provas.
Jason Chao, vice-presidente da ANM e ex-presidente, confirmou que desde 2010 o modelo de funcionamento mudou em relação ao que foi seguido entre 1992 e 2008.
“Não é possível existir uma associação que não faça uma apreciação dos pedidos, caso contrário a associação só põe carimbos. O modelo de funcionamento da ANM está diferente, mas as afirmações do Au Kam San levam o público a achar que tudo é verdade. Acho que é uma pena a saída de Au Kam San, incluindo as acusações que fez. Acho que as suas acusações vão fazer com que a sociedade compreenda mal o trabalho da associação”, disse ao HM.
Jason Chao confirmou ainda que vão tentar convencer Au Kam San a ficar. “A associação vai fazer uma reunião com os membros e vamos tentar manter o Au Kam San como membro”, disse.
O HM contactou ainda o deputado Ng Kuok Cheong, igualmente um dos fundadores, que disse serem “verdadeiras” as situações que Au Kam San apontou, mas ainda assim confirmou que vai manter-se na associação, justificando que a ANM “ainda está a contribuir para a sociedade”.
O órgão All About Macau publicou ainda outra carta assinada pelos dois deputados, onde estes falam da situação financeira da ANM e do escritório que ambos possuem. A contribuição do deputado Au Kam San chega ao fim, enquanto que Ng Kuok Cheong vai continuar a ceder parte do seu salário como deputado. “Vamos discutir uma solução na reunião mas a ANM tem enfrentado muitos problemas e este problema não vai fazer o tecto desabar”, concluiu Jason Chao.

1 Fev 2016

Dore | Contas já analisadas. Investidores não foram contactados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] empresa junket Dore confirmou ao jornal Ou Mun que uma parte das contas envolvidas no caso do extravio de 300 milhões de dólares de Hong Kong já foi analisada, tendo garantido que os investidores e titulares das contas em causa vão ser contactados. Contudo, Ip Kim Fong, porta-voz dos lesados do caso Dore, garantiu ao HM que ainda não foram feitos quaisquer contactos.
“Apenas uma parte da empresa decidiu e considerou que uma parte das contas está clarificada, mas nenhum de nós tem conhecimento disso, e não se chegou a nenhum consenso sobre quem pode ou não ser indemnizado”, disse Ip Kim Fong. O porta-voz dos lesados referiu ainda que vai ocorrer um encontro amanhã com Paulo Chan, director da Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).
A informação foi avançada pela Dore através da publicação de uma declaração no jornal de língua chinesa, apontando que a outra parte das contas vai ser investigada e resolvida nos tribunais.
“Em relação à parte das contas que já foi apurada a empresa vai contactar directamente as pessoas envolvidas, para que haja uma resolução com ordem e sem qualquer tipo de interferência”, pode ler-se. A Dore promete ainda resolver o caso o mais depressa possível com uma postura “responsável”, prometendo ajudar as autoridades durante o processo de investigação.
O caso Dore diz respeito ao extravio de 300 milhões de dólares de Hong Kong que foram depositados por investidores numa sala VIP do casino Wynn. O dinheiro terá sido desviado por um contabilista, que se encontra em parte incerta.

1 Fev 2016

DSPA | Qualidade de águas costeiras piorou

O Relatório do Estado do Ambiente de 2014 revela que a qualidade das águas costeiras piorou e que o número de resíduos transportados aumentou. No geral, o número de maus indicadores ambientais manteve-se elevado. Associação de Ecologia de Macau critica números oficiais

[dropcap=’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) publicou ontem o “Relatório do Estado do Ambiente de Macau” referente ao ano de 2014 e os resultados não são animadores. Apesar dos índices de qualidade do ar e da taxa de recolha de resíduos para reciclagem terem melhorado, a percentagem dos maus indicadores permanece elevada. Os dados indicam que 31,7% desses indicadores apresenta uma “pior” evolução face aos anos de 2012 e de 2013.
Na lista constam o número de turistas, o número de veículos motorizados em Macau, o volume de água e electricidade consumidos e a quantidade de resíduos transportada. O número de queixas apresentadas pela população registou também uma evolução negativa. 29116P7T1
Apesar de falar de uma evolução “suave” dos indicadores ambientais, a DSPA não deixa de admitir a existência de problemas. “O número de sub-indicadores que registaram uma tendência pior ainda ocupa uma percentagem maior que os restantes”, sendo que “a qualidade das águas costeiras piorou e o volume dos resíduos transportados para tratamento na Central Incineradora de Resíduos Sólidos aumentou significativamente”.
Apenas 18,3% dos indicadores ambientais tiveram uma “melhor” evolução, onde se inclui não apenas a qualidade do ar, a taxa de produtos entregues para reciclagem ou as reclamações referentes ao ruído. Com uma evolução “estacionária” estão 46,3% dos indicadores, onde se inclui as emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera, a área de zonas verdes, a intensidade turística ou a população.
A DSPA apenas garante que vai “optimizar e aperfeiçoar” os dados constantes no relatório, para “permitir que os cidadãos conheçam as alterações e a tendência sobre o estado e o impacto ambiental em Macau”.

Ho Wai Tim critica resultados

Ho Wai Tim, presidente da Associação de Ecologia de Macau (AEM), disse ao HM que a DSPA costuma anunciar os resultados do relatório ao Conselho Consultivo do Ambiente antes da sua publicação, mas o membro deste organismo garante que desta vez isso não aconteceu.
O presidente da AEM critica os resultados por serem demasiado “gerais”, referindo que “de facto, segundo os dados que a nossa associação obteve, a qualidade do ar não melhorou”.
Quanto ao consumo de electricidade, indicador que piorou, Ho Wai Tim explicou que o plano de 5% de poupança e o financiamento dado pelo Fundo de Protecção Ambiental podem não ter sido eficazes o suficiente, sendo que os trabalhos de protecção ambiental não atingiram ainda os objectivos.
Ho Wai Tim critica ainda a actual política de recolha e tratamento de resíduos, defendendo que os trabalhos para a diminuição do lixo desde a sua origem e a reciclagem não foram fomentados.
“Actualmente produzem-se em Macau 1200 toneladas de lixo diariamente, sendo que um terço é de comida. Podemos ver que o tratamento dado aos restos de comida é muito pouco. Nas Linhas de Acção Governativa (LAG) dos anos anteriores foram apresentadas medidas, mas no ano passado o Governo não fez quase nada para promover a diminuição de resíduos”, defendeu. O presidente da AEM lembrou ainda o excesso de resíduos provenientes da construção civil.

29 Jan 2016

Graffiti | Associação responde a críticas e assegura intenção diferente

Artistas locais mostraram-se desagrados por terem sido escolhidos estrangeiros para um Festival de Graffiti apoiado pelo Governo, mas a organização assegura que a intenção não era essa. Um caso de preferência pelos de fora em detrimento dos locais ou falta de tacto fez a polémica estalar

[dropcap=’circle’]F[/dropcap]oi criticada por não convidar artistas locais para participar no primeiro Festival de Graffiti de Macau, mas a Associação do Poder das Artes assegura que mandou convites para grupos artísticos locais e que o evento era aberto ao público. Ainda assim, os artistas locais que criticaram a situação desmentem as declarações da Associação e dizem que o que receberam foi um “aviso” e não um convite a cooperar no festival. 29116P9T1
O Festival de Graffiti de Macau – considerado o primeiro do género – foi organizado pela Associação do Poder das Artes e prolongou-se durante uma semana. A convite da Associação, um grupo de quatro artistas do grupo italiano Truly Design chegou a Macau para não só pintar as paredes de espaços públicos, como também dar palestras. O problema surgiu quando vários artistas locais apontaram o dedo à organização, que teve apoio do Governo para a cedência de espaços públicos e, ao que o HM apurou, da Fundação Macau.
Na segunda-feira passada, o grupo de ‘writers’ do território optou por apagar os graffitis já feitos pelos artistas italianos no Parque do Graffiti, perto da Rua dos Mercadores, e pintar as paredes novamente, como forma de protesto.

Outro olhar

Para a Associação, contudo, as coisas não são bem assim, como foi dito num encontro com o HM pelo director da Associação, Peter Siu Pei Kei, e o subdirector, Philip Lei Chi Leong.
“Mandámos convites para todos os grupos artísticos locais e escolas para o Festival, fizermos uma conferência de imprensa e muitos jornais noticiaram sobre o evento. Só não podemos convidar alguns artistas individuais que não conhecemos. Sentimo-nos muito injustiçados pela acusação”, disse Peter Siu.
O director explica que os cartazes do festival tinham descrito claramente as datas, as horas e os locais das actividades e estes foram promovidos em vários sítios. “Não percebo porque é que eles dizem que não convidámos artistas locais, lamento isso”, acrescentou ainda.
Questionado sobre se a Associação pensou em cooperar com os artistas locais, em vez de apenas convidar quatro artistas italianos, Peter Siu disse que contou com a ajuda da Sociedade de Artes Visuais de Cidade de Macau para o festival e para convidar mais ‘writters’ do território. No entanto, frisou, a sociedade acabou por “não conseguir chegar ao Festival”, o que fez com que os participantes fossem poucos. 

Desmentidos

Por outro lado, Pat Lam, um dos artistas que criticou a situação, desmente o esclarecimento da Associação. “Por acaso, eu sou o presidente da Sociedade de Artes Visuais da Cidade de Macau. A Associação só nos contactou à última da hora antes do início do Festival. Nas notícias que eles lançaram a Sociedade aparece como colaboradora do evento, mas não foi”, aponta, criticando ainda o facto da Associação ter declarado que este era o primeiro festival do género em Macau sem sequer falar com o grupo que pinta “há décadas”.
Pat Lam defende que a organização deveria ter convidado e apoiado artistas locais em primeira mão e só depois estrangeiros, até devido à ênfase que está a ser dada às indústrias culturais e criativas.
Apesar de tudo, para a Associação do Poder das Artes o Festival de Graffiti de Macau deste ano “foi um sucesso”. Tanto que a organização espera torná-lo anual, ainda que “com artistas locais”. Pat Lam também já disse ao HM estar disponível para ajudar desde que seja convidado.

29 Jan 2016

IAS | Luz verde à importação de terapeutas

Executivo já chegou à conclusão de que terá de importar terapeutas para preencher necessidades na Função Pública e associações privadas. Projecto piloto de recrutamento, iniciado em Fevereiro do ano passado, vai continuar

[dropcap=’circle’]O[/dropcap] Instituto de Acção Social (IAS) garante que já foi obtido consenso junto das associações que representam os terapeutas sobre a necessidade de introduzir profissionais estrangeiros em Macau. Em resposta à interpelação escrita da deputada Wong Kit Cheng, Iong Kuong Io, ex-presidente do IAS, confirmou que há condições para a continuação da importação destes terapeutas depois da implementação do programa piloto.
“Com um regime rigoroso de supervisão, permitimos a introdução de terapeutas do exterior para trabalharem nos serviços sociais em Macau como um suporte temporário. O plano já foi implementado em Fevereiro de 2015, tendo funcionado um ano de forma experimental. O IAS, os Serviços de Saúde (SS) ou o Gabinete de Recursos Humanos (GRH) vão reunir com três associações de terapeutas para negociar o plano posterior, antes de acabar o período experimental”, apontou o antigo presidente do IAS na resposta à deputada. Iong Kuong Io confirmou ainda que o número de terapeutas locais nas áreas da terapia ocupacional e da fala não vai satisfazer as necessidades de Macau para os próximos dois anos.

Agora e para o futuro

O ex-presidente do IAS revelou ainda que os SS possuem actualmente quatro terapeutas da fala e 17 terapeutas ocupacionais, enquanto que a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) possui cerca de dez terapeutas da fala e 27 para terapia ocupacional para trabalhar nas escolas do ensino especial e em associações de reabilitação subsidiadas pelo Executivo.
Até 2018, a DSEJ, o IAS e os SS, incluindo as instituições privadas, deverão necessitar de 33 terapeutas da fala e 76 terapeutas ocupacionais. Contudo, dados do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) referem que é preciso contratar mais 19 terapeutas da fala e 35 na área ocupacional.
Wong Kit Cheng, deputada da União Geral das Associações de Moradores (UGAMM), interpelou o Governo sobre este assunto em Novembro passado, questionando as reais necessidades deste tipo de profissionais nos organismos públicos e nas associações de cariz social.

Números

33 terapeutas da fala e 76 terapeutas ocupacionais, necessidades na Função Pública e associações privadas, até 2018

29 Jan 2016

FIC | Financiados 70 projectos envolvendo 112 milhões de patacas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Fundo das Indústrias Culturais (FIC) afirmou estar ainda a apreciar seis projectos candidatos aos apoios financeiros atribuídos pelo Executivo. Desde a criação do FIC, em 2013, 70 projectos já foram aprovados.
Num almoço oferecido à comunicação social, ontem, o presidente do Conselho de Administração do FIC, Leong Heng Teng, e as vogais Davina Chu e Mok Ian Ian apresentaram os trabalhos feitos nos últimos dois anos. Em 2015, o FIC recebeu 41 projectos candidatos que foram qualificados para a fase de avaliação, tendo dez deles sido aprovados – a taxa de aprovação foi de 24%, valor semelhante ao do ano 2014, que foi de 26%.
Entre todos os projectos aprovados, metade solicitou a modalidade de apoio financeiro de “empréstimos sem juros” e a outra pediu “o pagamento total do projecto”.
Davina Chu explicou que, apesar de terem sido aprovados dez projectos, dois deles foram cancelados por razões pessoais dos candidatos, sendo que só oito entraram em funcionamento: três são da área do Design criativo, três de exposições e espectáculos culturais e um de média digital.
Olhando para os dados de 2014 e 2015, o FIC já celebrou acordos com 69 candidatos e o valor total de apoio financeiro atribuído ronda os 112 milhões de patacas.
Mok Ian Ian frisou a importância do intercâmbio com os responsáveis de projectos candidatos, além das sessões de comunicação com as empresas beneficiárias. O FIC está a considerar criar um “fórum dos sectores profissionais” para troca de experiências.
Além disso, uma página do Facebook e um número público do Wechat do FIC serão lançados no próximo mês. Mok Ian Ian espera uma maior transparência de informações.

28 Jan 2016