Quadros qualificados | Ron Lam pede detalhes sobre políticas do Governo

Que vantagens trazem uma população activa diversificada e porque não se aposta em contratar quadros qualificados locais em vez de atrair profissionais de fora? Estas questões voltaram à ordem-do-dia com o anúncio da política de captação de quadros qualificados no exterior, com muitos representantes associativos e deputados a pedir prioridades à “prata da casa”.

O mais recente foi Ron Lam, que divulgou ontem uma interpelação escrita onde pede ao Governo informações sobre o programa de importação de quadros qualificados, nomeadamente os critérios que serão usados para atrair trabalhadores no exterior. O deputado recorda que o Executivo já havia prometido esclarecer as dúvidas que pairam sobre o programa e pergunta se vai honrar a promessa feita. Como tal, perguntou o número de profissionais que o Governo pretende atrair na primeira fase do programa, as suas habilitações académicas e sectores económicos a que se destinam.

Recorde-se que a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, revelou estar prevista a aprovação de 400 vagas de quadros qualificados na primeira fase e que o arranque da segunda fase estaria programado para Maio. O objectivo é captar licenciados não-residentes que acabam com boas notas as licenciaturas relacionadas com as indústrias prioritárias para o plano de diversificação económica.

Face ao cenário de desemprego persistente entre residentes mais jovens e qualificados, a nível de formação académica, Ron Lam pergunta ao Governo de Ho Iat Seng porque este programa de captação de talentos não tem os jovens profissionais locais como prioridade.

Patinar na maionese

Tendo em conta que a Comissão de Desenvolvimento de Quadros Qualificados indicou que a segunda fase do programa de captação seria mais relaxada em relação às qualificações profissionais e condições de candidatura, Ron Lam pergunta porque não se redobram os esforços para empregar jovens licenciados locais.

Além disso, o deputado aponta que o portal de internet da Comissão de Desenvolvimento de Quadros Qualificados apresenta conteúdos apenas relativos a formação dos quadros qualificados e sobre o programa de estímulo à certificação profissional, que foram lançados há alguns anos, sem que tenham sido acrescentadas mais informações.

Em relação ao programa de captação de quadros qualificados de Macau que estejam no exterior, o deputado indica que o website da comissão se limita a repetir aos anúncios de emprego que estão no portal da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, das universidades locais e do Governo (Função Pública).

5 Mai 2024

O Mel(r)o dos Deliquentes

PRESIDENTE DO DESAGRADO Marcelo Rebelo de Sousa está na berlinda e no desagrado dos portugueses. Tem tomado posições absolutamente irresponsáveis e que ultrapassam as suas funções como Presidente de todos os portugueses. Primeiramente deixou toda a gente perplexa ao falar perante cerca de quarenta jornalistas estrangeiros dizendo que Portugal teria de pagar às nossas ex-colónias a escravatura e os roubos que foram feitos ao longo do colonialismo.

A história não se pode alterar e nem pensou o que de bom deixámos construído nos novos países africanos, em Timor-Leste e em Macau. Pagarmos o quê, se nenhum presidente desses novos países reivindicou absolutamente nada. E qual escravatura? A de Álvares Cabral, a de Mouzinho de Albuquerque, a de Vasco da Gama ou a de Kaúlza de Arriaga, António Spínola e Costa Gomes?

Os próprios directores dos museus portugueses já vieram a público manifestar que não existe nada para devolver. Marcelo não pensou nos militares mortos na guerra colonial para onde foram obrigados a ir pelo regime fascista. Marcelo nem pensou no que teríamos de reivindicar à França pelas invasões que levou a efeito onde escravizaram, violaram e pilharam tudo o que havia de valor; à Itália pelo que os romanos escravizaram e roubaram no nosso país e à Espanha por tudo o que foi executado no reinado invasor dos reis Filipes.

Marcelo abriu uma caixa de Pandora que poderá ser um bico de obra sem fim. E terminou a semana passada em Cabo Verde com uma lição de dignidade por parte do Presidente daquele país que afirmou que estes assuntos não se discutem na praça pública. Mas, Marcelo fez mais: demonstrou um tipo de racismo ignóbil quando denominou Luís Montenegro como um “rural” e António Costa como “oriental”. E mais: depois de ter executado com a procuradora-Geral da República a queda do governo socialista de maioria absoluta, veio chamar à procuradora-Geral de “maquiavélica”. O povo português não se revê neste tipo de presidência absurda e as críticas ao seu comportamento choveram de todos os quadrantes.

PINTO DA COSTA TERMINOU O REINADO Infelizmente da pior maneira. Um homem que fica na história do FC Porto pelos seus 42 anos à frente do clube e que entre os defeitos e virtudes conseguiu transformar um clube regional em internacional, devia ter saído pela porta grande e nunca se ter recandidatado a mais um mandato.

Obteve uma estrondosa derrota de André Villas-Boas de cerca de 80 por cento dos votos dos sócios portistas e vai-se embora sem deixar que um determinado movimento no interior do clube concluísse o desejo em denominar o estádio do dragão com o seu nome. O reinado de Pinto da Costa teve méritos e desméritos, deu luz verde a uma claque violenta e que actuava à margem da lei, tentou manobrar as arbitragens tendo sido alvo de um processo-crime chamado “Apito Dourado”, permitiu que um treinador arruaceiro comandasse os destinos do clube e da SAD, sendo o treinador mais vezes expulso pelas arbitragens, deixou as finanças do clube com graves problemas de negativismo e mais não digo.

Em contrapartida conseguiu que o FC Porto conquistasse dezenas de troféus, nomeadamente a Taça dos Campeões Europeus e a Taça Intercontinental. Pinto da Costa ficará na história do FC Porto, mas não em tudo pelas melhores razões.

O MEL(R)O DOS DEFICIENTES Nuno Melo é ministro da Defesa. Ninguém consegue explicar esta nomeação. O senhor não tem qualquer capacidade para um cargo desta importância. As Forças Armadas debatem-se com o problema grave de falta de efectivos nas suas fileiras e o chefe do Estado-Maior da Ar mada, almirante Gouveia e Melo, bem como outras figuras militares de topo salientaram que uma das soluções poderia ser o serviço militar obrigatório.

Nuno Melo respondeu que a ideia era um absurdo e que nunca proporia tal medida, entrando de imediato em litígio com a família militar. Como ministro da Defesa ainda não teve uma palavra sequer a favor do melhoramento salarial dos militares e das condições materiais em que se encontra a Força Aérea, a Marinha e o Exército.

Nuno Melo acaba de deixar a perplexidade total nos portugueses quando a sua incompetência foi sustentada em adiantar a ideia de que os jovens que se encontram institucionalizados por delitos criminais poderiam resolver o problema da falta de pessoal nas Forças Armadas. Nuno Melo até desconhece que para se integrar as Forças Armadas os mancebos têm de possuir um registo criminal absolutamente limpo. Com uma agravante: a ministra da Administração Interna veio logo em defesa das ideias de Nuno Melo e sublinhando que se tratava do que o Governo poderia decidir. O Governo de Luís Montenegro tem alguns membros de incompetência viral e que já provocaram alguns casos e casinhos.

Tem de pensar em governar e cumprir o que prometeu em campanha eleitoral e no Programa do Governo. Sobre o IRS já meteu água e está claro para toda a gente que as suas medidas só protegem os possuidores de mais riqueza. Neste mês de Maio os pensionistas já vão receber menos pecúlio e os tempos de Passos Coelho começam a amedrontar os mais desprotegidos. Nas Finanças está uma guerra aberta entre o actual ministro e o seu antecessor, onde vergonhosamente o povo assiste a um diferendo sobre as contas públicas que nunca poderia acontecer na praça pública. A única ideia que nos fica é que toda esta gente que se senta na Assembleia da República já anda em campanha eleitoral para as eleições europeias. E isso, é triste.

5 Mai 2024

Fundação Jorge Álvares | Lançado livro “Encontros na Cidade Proibida”

O livro “Encontros na Cidade Proibida”, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, lançado na sexta-feira, leva o público infanto-juvenil numa viagem ao Oriente e ao encontro do padre jesuíta Tomás Pereira.

A narrativa centra-se “na histórica personagem do padre jesuíta português Tomás Pereira, que, entre 1673 e 1708, viveu em Pequim e adoptou o nome chinês Xu Risheng”, referiu em comunicado a Fundação Jorge Álvares (FJA), responsável pelo projecto editorial, que conta ainda com ilustrações de Rui Sousa.

Tomás Pereira “foi também músico, astrónomo, geógrafo, tecnólogo, tradutor e conselheiro diplomático do Imperador da China, Kangxi, com quem manteve uma relação muito próxima, a qual transcendeu um mero relacionamento formal e diplomático”, acrescenta a nota.

Esta ficção histórica destina-se “essencialmente a alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico” e combina “uma emocionante aventura de dois jovens irmãos, Francisca e Luís, em terras do Oriente, com a história e cultura de Macau e da China antiga”.

“Com este livro, a Fundação Jorge Álvares pretende continuar a preencher lacunas no conhecimento dos jovens sobre as relações de mais de 500 anos entre Portugal e a China”, indicou a presidente da Fundação Jorge Álvares, Maria Celeste Hagatong.

Neste sentido, referiu a responsável, a Fundação levou recentemente a cabo uma acção de oferta de dois exemplares da obra a mais de 1.500 bibliotecas escolares e colégios privados de Portugal continental.

Seguem-se as bibliotecas escolares e colégios privados dos Açores e da Madeira, “bem como as escolas de Macau e algumas escolas de língua portuguesa espalhadas pelos vários cantos do mundo”. “Encontros na Cidade Proibida” vai estar em breve também disponível na biblioteca digital da FJA.

5 Mai 2024

Rua da Felicidade acolhe Semana da Moda e exposição

Se pensarmos no mundo da moda, há sempre cidades que assumem o protagonismo em matérias de produção de colecções, elegância e beleza. Destaca-se Milão, Paris ou Londres, na Europa, embora, nos últimos anos, a moda asiática se venha destacando cada vez mais, com a crescente presença de Pequim ou Hong Kong nos palcos mundiais desta indústria.

Macau, com uma dimensão bem mais reduzida, quer agora dar os primeiros passos na profissionalização deste sector, aliando o universo da moda ao património. Depois do lançamento do projecto “Zona Pedonal da Rua da Felicidade”, eis que a operadora de jogo Wynn apostou na “Semana da Moda da Rua da Felicidade”, convidando estilistas locais a apresentarem as suas colecções.

O desfile na zona pedonal da Rua da Felicidade decorreu na sexta-feira, tendo contado com a presença de dez marcas locais de moda “que melhor se destacaram em termos de criatividade e originalidade” no convite aberto lançado anteriormente pela operadora de jogo.

Assim, foram apresentadas as colecções destes estilistas para a época da Primavera/Verão deste ano, com 70 conjuntos a poderem ser vistos. Como complemento a esta semana da moda, a Wynn decidiu criar uma exposição temporária destas roupas, que podem ser vistas pelo público na Rua da Felicidade até ao dia 2 de Junho.

A ideia é que esta exposição possa ser “uma janela para o mundo elegante da moda de Macau”, além de contribuir para “aumentar a visibilidade das marcas locais e gerar mais oportunidades de negócio”.

Parcerias locais

Este evento foi organizado em conjunto com algumas das entidades locais que mais trabalho têm realizado em prol do desenvolvimento de uma indústria de moda em Macau, nomeadamente o Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM) e a Faculdade de Ciências Humanas e Artes da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST). O Instituto Cultural é também a entidade dinamizadora deste tipo de eventos que visam dar um novo aproveitamento a espaços antigos da cidade.

Com a realização da semana da moda e consequente exposição, a Wynn diz querer também “revitalizar as empresas da comunidade através das artes e da cultura”, além de “oferecer uma experiência única de turismo cultural e de moda aos residentes e visitantes”.

Destaca-se ainda a importância da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau na ligação a este tipo de iniciativas. “Através da arte e cultura a Wynn espera atrair mais visitantes a Macau e à zona da Grande Baía criando novas e ricas experiências turísticas, além de festividades vibrantes”, lê-se ainda.

Apesar de ter uma indústria da moda já com alguns nomes locais, a verdade é que são poucos os desfiles realizados para a comunidade local. Destaca-se o evento Macau Fashion Link que, em 2011, trouxe ao Albergue da Santa Casa da Misericórdia diversos nomes do mundo da moda lusófono, como Dino Alves ou a macaense Bárbara Barreto Ian. Com maior frequência, realizam-se desfiles de moda no Cotai a fim de mostrar o trabalho desenvolvido por designers locais formados no CPTTM.

5 Mai 2024

FAM | Teatro em patuá apresenta “Unga Istrêla ta vem”

A 34.ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM) já arrancou e, no próximo fim-de-semana, traz a estreia de mais uma peça em patuá, com o cunho dos Dóci Papiaçam di Macau. Trata-se de “Unga Istrêla ta vem”, em português, “Chega uma Estrela”. O cartaz do FAM inclui ainda a apresentação de uma ópera em cantonense

 

Um dos grandes atractivos do programa do Festival de Artes de Macau (FAM) chega no próximo fim-de-semana pela mão dos Dóci Papiaçam di Macau. A peça “Unga Istrêla ta vem”, “Chega uma Estrela”, em português, apresenta-se no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) no sábado e domingo a partir das 20h.

A peça, escrita e encenada por Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, centra-se em torno de Délia, uma professora de teatro, e Giselda, uma ex-junket que está à beira da falência por ter ficado sem emprego. As grandes temáticas do território vão-se contando à medida que a vida destas duas mulheres se cruza, sempre com laivos de ironia e humor tão próprios do teatro em patuá, crioulo tipicamente macaense e já em vias de extinção.

De frisar que o teatro em patuá passou a estar inscrito, em 2021, na Lista do Património Cultural Intangível da China.

Também no próximo fim-de-semana se apresenta, no Parisian Theatre, o espectáculo de ópera cantonense “Sob a Árvore dos Pagodes”, protagonizado pela Associação de Ópera Cantonense Zhen Hua Sing. O espectáculo de sábado começa às 19h30 e, no domingo, acontece às 14h30.

A peça centra-se em torno do mundo das divindades, quando a Sétima Fada, filha do Imperador Celeste, espreita o mundo dos comuns dos mortais a partir do céu. É então que esta fada se comove com as dificuldades de Dong Yong, filho que tenta sepultar o pai com a maior dignidade possível.

Cansada da vida divina e perfeita que leva nos céus, a Sétima Fada desce à terra e casa-se com Dong Yong debaixo da árvore de pagodes. Porém, o romance só passa a ser do conhecimento do imperador 100 dias depois, e é aí que as dificuldades dos apaixonados começam.

Esta história é a base da lenda chinesa de Dong Yong e da Sétima Fada que permanece no imaginário popular até hoje, tendo já inspirado muitos espectáculos de ópera e séries de televisão. A versão que agora se apresenta no FAM foi criada pela associação local de ópera, levando ao palco o consagrado actor Chu Chan Wa juntamente com um elenco de actores locais.

Arte em todo o lado

Por sua vez, no Teatro D. Pedro V, é a vez de subir ao palco o espectáculo “Frankenstein/Criaturas”, sábado e domingo em dois horários, nomeadamente às 15h e às 20h. Com encenação do grupo “Espaço para Agir”, em colaboração com a companhia japonesa “Momentos Teatrais” esta peça baseia-se na história de “Frankstein”, de Mary Shelley, escrita há quase 200 anos, estabelecendo agora uma conexão com a tecnologia.

A pensar nos mais pequenos inclui-se ainda no programa do FAM a peça “O Livrinho”, encenada pelo Teatro Baj, com sessões entre sexta-feira e domingo para bebés dos seis aos 18 meses e crianças dos 18 meses aos três anos. O espectáculo acontece no Estúdio II do CCM.

Destaque ainda para a inauguração, no sábado, da exposição “Foco: Integração Artística entre a China e o Ocidente nos Séculos XVIII-XIX”, patente no Museu de Arte de Macau (MAM).

Esta exposição apresenta um total de 300 peças de pinturas de exportação e obras no estilo de George Chinnery, provenientes principalmente do MAM e do Museu de Guangdong. Apresenta-se ainda uma selecção de obras oriundas do Museu de Arte de Hong Kong.

Segundo a organização do FAM, têm lugar nesta mostra “três perspectivas distintas ao nível do estilo, técnicas e materiais”, revelando-se o “diálogo visual e a integração entre a China e o Ocidente, promovidos por artistas locais e estrangeiros no Delta do Rio das Pérolas, durante os séculos XVIII e XIX”.

5 Mai 2024

Couto e Leong brilham no Lamborghini Super Trofeo Asia

A temporada do Lamborghini Super Trofeo Asia, o troféu monomarca do construtor automóvel italiano no continente asiático, arrancou no Circuito Internacional de Sepang, com bons resultados para os dois representantes de Macau: André Couto venceu na sua classe por duas ocasiões e Charles Leong Hon Chio subiu ao pódio à geral por duas vezes

 

Quando no passado mês de Março participou, e venceu a classe GTC, nas 12 Horas de Sepang, Couto já sabia que tinha em cima da mesa uma proposta para disputar o troféu asiático da casa de Sant’Agata Bolognese pela Madness Racing Team. Aliás, antes mesmo da prova de resistência malaia, a equipa chinesa já tinha testado o piloto português no circuito de Fórmula 1 da Malásia e ficado positivamente impressionada com os tempos obtidos. Ver Couto ao lado de Fangping Chen no Huracan Super Trofeo EVO2 nº88 este fim de semana foi o culminar de um trabalho que tinha vindo a ser feito nos bastidores nas últimas semanas.

Quatro boxes mais a baixo no pitlane, estava outro piloto bem conhecido de Macau, Charles Leong Hong Chio, o vencedor da prova de Fórmula 4 do Grande Prémio em 2021 e 2022. Sem possibilidades para continuar a competir em monolugares, o jovem piloto há anos que ambicionava correr de carros de GT a tempo-inteiro. Eis que a oportunidade surgiu pelas mãos de Teddy Yip Jr, outra figura conhecida do automobilismo local e cujo pai em muito ajudou a administração portuguesa do território a impulsionar o Grande Prémio nos seus primórdios.

Apesar de já não ter a ligação à equipa Prema Racing na Europa, como em outros tempos, a Theodore Racing conservou a boa relação do passado, transpondo-a para uma nova fase com os novos donos da conhecida equipa italiana ao leme, a poderosa Iron Lynx. Pois bem, a equipa oficial da Lamborghini no mundial de resistência (WEC) e a Theodore Racing deram as mãos para competir no Lamborghini Super Trofeo Asia em 2024 e com isso Leong foi destacado para piloto da SJM Iron Lynx Theodore Racing. Não foi uma surpresa gigante, pois o piloto da RAEM competiu nos dois últimos anos com o apoio da Theodore Racing e na última edição do Grande Prémio conduziu um monolugar da Prema Racing na prova de F4.

Cada fim de semana do troféu inclui duas corridas de 50 minutos, cada uma com uma mudança de piloto, e existem quatro categorias: PRO, PRO-AM, AM e Lamborghini Cup. A exemplo dos congéneres europeu e norte-americanco, a máquina utilizada na competição asiática, igual para todos, é o Huracán Super Trofeo EVO2, equipado com um motor 5.2-litros V10 atmosférico, capaz de debitar 620 cv de potência.

Sábado de alegrias

Os dezoito “touros” presentes no circuito da periferia de Kuala Lumpur fizeram-se ao asfalto molhado na manhã de sábado para duas sessões de qualificação, sendo que a primeira corrida da temporada se realizou da parte da tarde, com a pista seca e a humidade brutal típica da região. Couto alinhou do quarto lugar da grelha de partida, ao passo que Leong colocou-se uma posição atrás para o arranque. Os primeiros metros da corrida foram dramáticos para Couto, que levou um ligeiro toque do coreano Brian Lee e foi embater no carro de Li Zhi Cong. Felizmente, nenhum carro ficou danificado, apenas Couto caiu cinco posições na classificação. O piloto luso teve então que correr atrás do prejuízo neste seu turno de condução, escalando posições paulatinamente com o decorrer da corrida, entregando o carro ao seu colega de equipa já no terceiro posto.

A segunda parte da corrida seria diferente, com Fangping Chen a não conseguir manter o ritmo, perdendo duas posições à geral. Contudo, quando foi mostrada a bandeira de xadrez, Couto e Chen tinham razões para celebrar com este quinto lugar, ao terminarem como vencedores da categoria PRO-AM. Igualmente, com motivos para sorrir estava Leong, que terminou no segundo lugar. O piloto de Macau teve um arranque menos atribulado, e com a sua regularidade habitual andou sempre nos três primeiros lugares. Depois, a japonesa Miki Koyama, com quem partilha o Lamborghini, ainda foi buscar mais uma posição, conquistando um merecido segundo lugar à geral e na categoria PRO.

Domingo de consolidação

Os resultados de sábado repetiram-se no domingo. Desta vez Couto e Leong tiveram que aguardar que os seus companheiros de equipa terminassem os seus turnos de condução para conduzirem e ambos os pilotos de Macau foram decisivos. Couto pegou no carro nº88 da Madness Racing Team e subiu do 11º lugar até ao sexto posto, o suficiente para triunfar novamente na classe PRO-AM. Já Leong herdou o carro no quarto posto e ultrapassou dois adversários rumo ao segundo lugar final.

5 Mai 2024

Exportações lusófonas para a China fixam novos máximos

As exportações dos países de língua portuguesa para a China registaram o melhor arranque de ano de sempre, ao atingir 35 mil milhões de dólares no primeiro trimestre do ano.

Este é o valor mais elevado para o período entre Janeiro e Março desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar este tipo de dados dos Serviços de Alfândega da China, em 2013.

As exportações aumentaram 23,6 por cento em termos anuais sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas cresceram 25,8 por cento, para 29,3 mil milhões de dólares, um novo máximo para um primeiro trimestre.

As vendas de mercadorias de Angola para a China aumentaram 9,6 por cento para 4,32 mil milhões de dólares, enquanto as exportações de Portugal subiram 5,4 por cento para 743,7 milhões de dólares. Os dados, divulgados na quinta-feira, mostram que a maioria dos países de língua portuguesa exportou mais para a China, incluindo Moçambique, cujas vendas subiram 26,6 por cento, para 407,4 milhões de dólares.

Também Timor-Leste (+1.866 por cento), Cabo Verde (+72,2 por cento) e Guiné-Bissau (+686,7 por cento) viram as exportações para a China aumentar no primeiro trimestre de 2024, embora nenhum dos três países tenha vendido mais de 132 mil dólares (123 mil euros) em mercadorias.

Tendências opostas

Na direcção oposta, os países lusófonos importaram mercadorias no valor de 19,2 mil milhões de dólares da China, um aumento anual de 12,5 por cento e um novo recorde para um primeiro trimestre. O Brasil foi o maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, com importações a atingirem 16,1 mil milhões de dólares, seguido de Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 1,46 mil milhões de dólares.

Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 54,3 mil milhões de dólares entre Janeiro e Março, mais 19,4 por cento do que em igual período de 2023 e um novo máximo para um primeiro trimestre. A China registou um défice comercial de 15,8 mil milhões de dólares com o bloco lusófono no primeiro trimestre de 2024.

5 Mai 2024

Automóvel | Tecnológicas prometem abalar sector com eléctricos inteligentes

Carros que estacionam autonomamente, equipados com assistentes de voz e baterias com autonomia de 700 quilómetros e carregáveis em 20 minutos fazem parte da nova geração de automóveis chineses que ameaçam a concorrência. “O período da China que copiava acabou”, afirmou à agência Lusa o director de marketing da fabricante alemã Volkswagen no país asiático, Jochen Sengpiehl. “A inovação está a acontecer aqui”, acrescentou.

A emergência das marcas chinesas, algumas fundadas há menos de uma década com os olhos postos no segmento eléctrico, promete ter “grande impacto” na indústria, advertiu Carlos Martins, que dirige uma fábrica da empresa portuguesa de componentes para automóveis Sodecia no nordeste da China.

Carlos Martins, que vive no país há dez anos, destacou à Lusa a velocidade “completamente diferente” de actuar dos fabricantes locais, em contraposição com as congéneres europeias, que têm estruturas organizacionais “muito pesadas” e que levam “muito tempo” a executar modificações.

No ano passado, os modelos eléctricos da série ID, da Volkswagen, não foram além de 3 por cento de quota de mercado no segmento eléctrico na China, que compõe 50 por cento das vendas a nível global do fabricante alemão.

Os eléctricos representaram 24 por cento das vendas de carros novos na China, em 2023, segundo dados do sector. Se forem incluídos os híbridos, a quota de veículos alimentados por novas energias nas vendas totais atingiu 36 por cento.

A Volkswagen está a preparar o lançamento de novos modelos em parceria com a Xpeng, a marca chinesa de carros eléctricos pela qual pagou 630 milhões de euros por uma participação de 4,99 por cento em 2023. “Já não podemos fazer tudo sozinhos”, admitiu Sengpiehl.

Em causa, está a reconfiguração do automóvel pelas tecnológicas chinesas Huawei, Xiaomi ou Baidu de um meio de transporte privado alimentado por um motor de combustão interna, para um dispositivo tecnológico movido a energia eléctrica.

“Criar Uma Casa Móvel” é, por exemplo, o lema da Li Auto, a fabricante chinesa cujos veículos estão equipados com tecnologia de controlo por gestos, sistema de karaoke, tomadas eléctricas, frigorífico ou um painel OLED de 17 polegadas onde é possível assistir a filmes ou jogar jogos.

“As marcas tradicionais estão a trazer brinquedos analógicos para um parque digital”, descreveu Tu Le, o director da consultora Sino Auto Insights, à Lusa. O título de uma reportagem publicada pelo jornal The New York Times é igualmente enfático: “Para o mercado automóvel da China, o eléctrico não é o futuro. É o Presente”.

A alastrar

O domínio chinês alarga-se também à indústria de baterias. As chinesas CATL e BYD são os maiores fabricantes mundiais. Pequim mantém ainda forte controlo no acesso a matérias-primas essenciais. Isto é resultado de mais de uma década de subsídios, investimento a longo prazo e gastos com infraestrutura. “Foi preciso uma política industrial focada, muita paciência e muito capital”, resumiu Tu.

Em 2014, o líder chinês, Xi Jinping, afirmou que o desenvolvimento de carros eléctricos era a única forma de a China se converter numa “potência do sector automóvel”, que passou a constar nos planos quinquenais delineados pelo Partido Comunista Chinês e, nos anos seguintes, foram criadas centenas de marcas de veículos eléctricos no país.

Isto gerou excesso de capacidade de produção e um problema de sustentabilidade financeira: mais de 60 por cento dos fabricantes chineses de eléctricos vendem menos de 10.000 carros por ano. Devido à feroz guerra de preços em curso, apenas a norte-americana Tesla e a BYD conseguem permanecer lucrativas, o que deverá conduzir a uma consolidação do sector nos próximos anos.

“Em nenhuma outra região do mundo a transformação da indústria automóvel é tão rápida como na China”, afirmou Oliver Blume, diretor executivo da Volkswagen, numa conferência de imprensa no Salão do Automóvel da China. “Este mercado tornou-se uma espécie de centro de alta performance para nós. Temos de trabalhar mais e mais depressa para o manter”, afirmou.

5 Mai 2024

Segredos da Seda (21) – Altar em Beijing à Deusa dos Bichos-da-Seda (先蚕坛, Xian Can Tan)

A festa em honra da Deusa da Seda era a única cerimónia, de todas as realizadas no Palácio Imperial, não presidida pelo Imperador, sendo dirigida pela Imperatriz. Homenageava a deusa protectora dos sericicultores, todas as mulheres a trabalhar na produção de seda representadas em Lei Zu, a Bombix mori e as folhas de amoreira, o alimento das lagartas.

Nos primórdios da Dinastia Zhou (1046-256 a.n.E.) já a rainha conduzia uma cerimónia anual no palácio da capital, alimentando as lagartas do bicho-da-seda e a fiar a seda. Aí se situava o amoreiral, um observatório para o controlo da qualidade das lagartas e do seu alimento, e além de uma enfermaria havia outros departamentos onde se desfiavam os casulos e dos filamentos se criava um fio consistente para tecer os tecidos de seda e bordar. Esses trabalhos destinados à produção imperial realizavam-se nas diferentes secções de uma zona reservada do Palácio, onde as mulheres da corte, durante o período de criação a começar em Maio e prolongado por seis meses, estavam ocupadas nos afazeres ligados à sericicultura. Iniciavam o processo com a desinfecção e limpeza dos materiais antes de começar com a produção a partir dos ovos e depois como lagartas era preciso alimentá-las com folhas sempre frescas de amoreira.

Em Beijing, procuramos o recinto do Altar do Bicho-da-Seda por todas as zonas que constituíam o Palácio Imperial e preparávamo-nos para sair por a porta Norte do Parque de Beihai quando um enorme muro nos desperta. Esconde um jardim com casas no seu interior. Circundando-o, encontramos um enorme portão vermelho fechado, mas à sua frente uma tabuleta retira as dúvidas indicando ser o recinto do Altar para a Deusa dos Bichos-da-Seda, (Xian Can Tan, 先蚕坛).

Inspirado no Lei Ting Hong Ying, templo da Dinastia Ming (1369-1644), este altar ao bicho-da-seda fora construído em 1742, no reinado do Imperador Qianlong (1736-1796) da dinastia Qing, para as princesas da corte imperial rezarem a Lei Zu, a Deusa do Bicho-da-Seda. No complexo existia um terraço para a observação das amoreiras, estas plantadas nos três lados do altar e atrás deste, uma residência para a reprodução e alimentação das lagartas da Bombix mori e outro aposento para os casulos, realizando-se aí todo o resto do processo.

Entre outros edifícios havia um centro de investigação da seda [Qincandian] e um tanque onde se colocava a amolecer os casulos [Yucanchi]. Um riacho atravessava o templo, que durante a Dinastia Yuan (1271-1368) desaguava no Rio Jin Shui. De magnífica construção e elaborada decoração o recinto era um local calmo para as princesas reais trabalharem e um dos nove mais famosos altares de Beijing, como regista o texto da tabuleta. O altar de 1,3 metros de altura, com uma escada em cada lado, nele se realizaram os rituais de sacrifício entre 1744 a 1911 por 59 vezes. A primeira Imperatriz a aí celebrar foi Xiaoxianchun (1712-1748), casada em 1727 com Hongli, que em 1735 se tornou o Imperador Qianlong e reinou até 1795.

Numa cerimónia anual conhecida por Chun Yin Ji Can (春阴祭蚕, Sacrifício Feminino da Primavera ao Deus do Bicho da Seda) celebrada no dia da serpente da primeira Lua do terceiro mês lunar chinês, a imperatriz acompanhada pelas as princesas e aias dirigia-se ao amoreiral do palácio para colher três ramos de amoreira e com estes nas mãos rezava voltada para Leste. Depois, em procissão eram os três ramos levados ao templo onde se venerava a sagrada Mãe dos Bichos-da-Seda, deusa protectora dos sericicultores. Após esta cerimónia começava-se a criação dos bichos-da-seda nos aposentos da imperatriz, deixando todas as mulheres da corte os seus habituais afazeres para se dedicarem a tempo inteiro a este trabalho.

CERIMÓNIA CHUN YIN JI CAN (春阴祭蚕)

O Padre Duarte Sande S.J. (1547-1609), [referido no Boletim Eclesiástico por Eduardo Sande (1531-1600)] em Um Tratado sobre o Reino da China (publicado pelo Instituto Cultural de Macau em 1992 e com notas de Rui Loureiro) refere, “… tratemos da seda ou dos filamentos do bômbice, de que há grande fartura na China. De modo que, tal como o agricultor trabalha no adubo das terras e na sementeira do arroz, assim as mulheres empregam uma grande parte do seu tempo a cuidar dos bichos-da-seda e a fiar e a tecer a seda.

Por isso, todos os anos o Rei e a Rainha vêm com grande solenidade a uma praça pública, tocando ele no arado e ela na amoreira, com as folhas da qual se alimentam os bichos-da-seda; e ambos, com esta cerimónia, exaltam tanto os homens como as mulheres para as respectivas actividades e trabalhos. De outro modo, durante o ano inteiro, ninguém, para além dos principais mandarins, consegue avistar o Rei.”

Luís Gonzaga Gomes escreve: “a interessante cerimónia de as imperatrizes da China oferecerem, todos os anos, durante a Festividade do Estio, folhas de amoreira aos deuses, na ara de Sin-Tch’ám T’án (Altar do Primeiro Bicho-da-Seda) dos jardins da Cidade Interdita para, com este exemplo, estimular o amor do povo pela sericicultura, enquanto o imperador revolvia a leiva com as suas próprias mãos, para demonstrar aos seus súbditos ser no trabalho da gleba que se encontrava a felicidade do Império. Durante esta cerimónia as folhas eram arrancadas da amoreira sagrada, que se encontrava plantada perto do referido altar, pelas próprias mãos da imperatriz, com o auxílio de uma pequena foice e, depois de consagradas à memória de Lui-Tch’ôu [Lei Zu], eram entregues às ancilas incumbidas de alimentarem os preciosos insectos, os quais, em diversas épocas do ano, eram visitados por enviados especiais da imperatriz, sendo a seda por eles produzida destinada à fabricação de vestes usadas só em ocasião de sacrifícios imperiais. Este cerimonial, cheio de simplicidade, mas de tão profundo significado, foi ininterruptamente respeitado por todas as imperatrizes da China ao longo de quatro milénios, isto é, até à data da implementação da República (1912).”

Espreitando pela frincha das portas fechadas pude ver um edifício de construção recente. Voltamos à porta da entrada Norte do Jardim de Behai e questionando os funcionários, explicam-nos estar a actual entrada do recinto no lado de fora do Parque de Beihai, antigamente ainda pertencente ao Palácio Imperial. Devido a estar ocupado por um jardim infantil, o lugar não está aberto ao público.

Pedimos licença para entrar e tirar uma rápida fotografia. Dão-nos um número para solicitar permissão ao conselho directivo da escola, mas pelo telefone ficamos a saber ter primeiro de pedir uma entrevista ao gabinete de Turismo. Estamos para desistir, quando três professoras se preparam para sair do recinto. Expomos o pretendido e fazemos a sugestão de ser uma delas a ir tirar uma ou duas fotografias ao recinto com a nossa máquina fotográfica e a uma lápide que na parede do muro pensamos existir. Dizem-nos ali dentro nada haver relacionado com a seda.

Soubemos mais tarde ter no ano seguinte (2008) o Altar para a Deusa dos Bichos-da-Seda (Xian Can Tan) sido reparado e depois, a 19 de Abril de 2012 e no dia 24 de Abril de 2013 aí se realizaram com vestes da dinastia Qing as cerimónias Chun Yin Ji Can (春阴祭蚕) em honra da Deusa do Bicho da Seda (Xi Ling-shi, 西陵氏), Leizu, esposa de Huangdi, o Imperador Amarelo.

5 Mai 2024

Turista agride trabalhadora da Transmac para saltar fila

Um turista agrediu uma trabalhadora da Transportes Urbanos de Macau (Transmac), quando esta instruía os passageiros a respeitarem as filas de espera para os autocarros. O caso aconteceu na quinta-feira, por volta das 16h. As agressões foram condenados pela Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT).

De acordo com a informação revelada, a agressão terá acontecido numa paragem temporária para o autocarro MT4, na Rua do Coronal Ferreira, perto do Porto Interior, quando a trabalhadora tentava manter a ordem entre as várias pessoas que esperavam e tentavam entrar no autocarro.

No entanto, apesar de o ambiente ser tranquilo, de acordo com o Jornal Ou Mun, houve um passageiro que tentou passar à frente dos restantes, por estar farto de esperar. Como a trabalhadora terá aberto os braços para fazer com que a fila fosse cumprida, o agressor não hesitou e mandou uma estalada na mão da mulher.

Após a agressão, a trabalhadora da Transmac chamou o superior que estava no local, que, por sua vez, contactou as autoridades, para que fosse apresentada queixa contra o turista.

Agressão condenada

Cerca de quatro horas após a agressão, a DSAT emitiu um comunicado a condenar os acontecimentos. “A DSAT condena veementemente este incidente e os actos de violência e vai cooperar com a investigação da polícia aos acontecimentos”, foi indicado. “A DSAT também deu instruções para a companhia de autocarros activar os mecanismos para apurar as responsabilidades legais contra o passageiro e enfatiza que todos os trabalhadores das companhias de autocarros, independentemente das suas funções, merecem ser respeitados durante o exercício das funções”, foi vincado.

Ao mesmo tempo, a DSAT deixou um apelo à sociedade: “Os passageiros devem agir de forma consciente, respeitar os tempos de espera e de entrada nos autocarros e devem abster-se de comportamentos violentes, seja quais forem as circunstâncias”, foi pedido.

Por sua vez, a Transmac destacou “prestar muita atenção ao incidente” e revelou que após o sucedido enviou vários responsáveis ao local, para se mostrarem solidários com a trabalhadora e garantir a cooperação com as investigações da polícia. “A Transmac condena o comportamento violento e perturbador. Os trabalhadores das companhias de autocarros que estão na linha da frente e que se dedicam a servir a população durante os feriados merecem todo o respeito e protecção da segurança”, comunicado a empresa.

5 Mai 2024

Chuva | Estradas cortadas e inundações nas Portas do Cerco

No sábado, a chuva intensa levou ao sinal de alerta mais elevado pela primeira vez em três anos. Numa hora, a precipitação chegou aos 170 milímetros na península. Estradas foram cortadas, aulas canceladas e nas Portas do Cerco a água alagou o posto fronteiriço e as paragens de autocarro. Em Zhongshan, crocodilos fugiram de uma quinta

 

Pela primeira vez em três anos, a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) içou o sinal de chuva intensa preto, o mais elevado, devido às chuvas intensas que fustigaram no sábado Macau, principalmente a península.

A partir das 11h da manhã de sábado, as autoridades subiram o nível de alerta do mais baixo ao mais elevado em cerca de meia-hora. Foi registada na península de Macau precipitação que chegou aos 117 milímetros numa hora. Neste intervalo de tempo, a zona da Praia do Manduco chegou aos 13 centímetros de água. As chuvadas foram de tal ordem que as inundações não se limitaram às zonas baixas da cidade, chegando também a alargar as vias na zona da Horta e Costa. Porém, os SMG realçaram que Taipa e Coloane ficaram relativamente a salvo das chuvadas.

Por volta do meio-dia, foram encerrados temporariamente os túneis da Praça das Portas do Cerco, da Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues, assim como a Estrada do Reservatório.

Segundo o jornal Ou Mun, um carro ficou retido no Túnel da Praça das Portas do Cerco, obrigando à intervenção das autoridades para remover o veículo do local.

As Portas do Cerco foram palco de grande azáfama devido a inundações na estação subterrânea de autocarros e mesmo no lobby do Posto Fronteiriço com a interrupção de funcionamento das máquinas de passagem automática. Cedo começaram a circular nas redes sociais vídeos impressionantes de autênticas cataratas na estação de autocarros das Portas do Cerco.

Recorde-se que em 2018 o tecto da instalação foi remodelado, depois de ter sido danificado pela passagem do tufão Hato. A empreitada foi adjudicada à Companhia de Engenharia e de Construção da China (Macau) por quase 123 milhões de patacas.

De cá para lá

O lobby do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco também inundou, como se pode constatar com os vídeos partilhados nas redes sociais em que se vê água a jorrar de uma grelha de drenagem de águas residuais. A inundação obrigou as autoridades a vedarem a zona e a interromperem o funcionamento das máquinas de passagem automática por questões de segurança, segundo avançou o Corpo de Polícia de Segurança Pública.

Também as escolas foram forçadas a encerrar na tarde de sábado. “Devido à emissão do sinal de chuva intensa, de acordo com o disposto, as aulas dos ensinos infantil, primário, secundário e especial ficam suspensas na parte da tarde. As escolas devem manter as suas instalações e respectivo pessoal em funcionamento, ocupando e acolhendo os alunos que cheguem às escolas, até que o seu regresso a casa se possa fazer em segurança”, indicou ainda durante a manhã de sábado a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude.

Em Zhuhai e Zhongshan o impacto da chuva intensa teve ainda maior impacto. Logo ao meio-dia de sábado, as autoridades de Zhuhai anunciaram a suspensão do serviço de autocarros públicos durante três horas. O vento forte também obrigou à suspensão do transporte marítimo entre o Porto de Xiangzhou, Porto Hengqin e as ilhas, bem como os barcos entre Macau e Ilha Guishan.

Além das imagens de veículos praticamente submersos na cidade vizinha, o cenário mais bizarro foi registado em Zhongshan, com a subida das águas a permitir a fuga de quatro crocodilos de uma quinta que cria estes animais para o sector da restauração. Segundo a CCTV, às 17h do mesmo dia, todos os crocodilos tinham sido capturados.

5 Mai 2024

Turismo | Governo promove acções nos bairros comunitários

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) irá promover este mês uma série de acções promocionais a fim de atrair turistas aos bairros comunitários e com menos visitantes, nomeadamente na zona norte da península. Desta forma, várias associações foram subsidiadas para realizar os eventos. Um deles é a acção “Divirta-se por Macau! Visitas Guiadas de Turismo Comunitário” e visa a organização de 36 visitas guiadas até ao dia 30 de Junho com três itinerários, que passam pela Rua da Felicidade, Praça de Santo Agostinho, Templo de A-Má ou Porto Interior.

Entre hoje e o dia 12 irá realizar-se, no antigo Canídromo, o evento “Desfrute do Desporto e da Diversão no Distrito Norte”, com a instalação de tendas para a realização de actividades desportivas, experiências gastronómicas e apresentação de produtos criativos de Macau, sem esquecer a realização de espectáculos.

Além disso, entre os dias 18 e 25 de Maio, realiza-se a “Aventura em Família no Carnaval da Cidade de Macau”, na zona do Jardim da Cidade das Flores. Este programa inclui uma feira com produtos locais, oficinas de artesanato, exposições e actividades de rua.

5 Mai 2024

G2E Asia realiza-se em Macau em Junho ao lado da Asian IR Expo

A G2E Asia está de regresso a Macau depois de um longo interregno devido à pandemia, marcado pela presença em Singapura. Desta vez, aquela que é considerada uma das maiores feiras da indústria do jogo e resorts irá realizar-se entre os dias 4 a 6 de Junho no Venetian. A ideia, segundo um comunicado do evento, é revelar as últimas novidades na área dos casinos, resorts integrados e entretenimento associado a este universo, com uma grande ligação à temática das novas tecnologias.

O regresso da G2E Asia a Macau serve ainda para comemorar os 15 anos de existência do evento, que este ano se realiza em conjunto com a Asian IR Expo.

Espera-se, assim, a apresentação das últimas novidades em matéria de gestão de identidade em espaços de jogo, segurança, hotelaria e ainda a gestão de relacionamento entre operadores e clientes. O evento contará com uma “Zona de Tecnologia” [Technology Zone] e ainda com um “Palco de Conversas sobre Tecnologia” [Tech Talk Stage]. Serão apresentados mais de 100 expositores num espaço com mais de 20 mil metros quadrados. “Dar-se-á prioridade tanto à quantidade como à qualidade dos expositores”, sendo que tanto a G2E Asia como a Asian IR Expo dizem estar comprometidos “com o principal objectivo que é serem pontos-chave para a indústria, criando valor e oportunidades para todos os accionistas” das empresas presentes.

Espera-se três dias de sessões “com conteúdos ricos” protagonizados por “líderes do sector, influencers ou especialistas”, com foco em temáticas como o panorama financeiro dos mercados de jogo asiáticos, dois painéis dedicados “aos mercados emergentes, com foco na Tailândia e Médio Oriente” e ainda uma sessão com especialistas de tecnologia a discutir o impacto da inteligência artificial nesta área e matérias de cibersegurança.

Segundo um comunicado da G2E Asia, irão participar responsáveis de bancos de investimento e consultoras, como é o caso do Morgan Stanley, Bloomberg Intelligence ou ainda a PricewaterhouseCoopers.

Foco no desporto

No caso da Asian IR Expo, trata-se de um evento “emergente dedicado à indústria dos resorts integrados”, sendo este o segundo ano da sua realização. Além das zonas dedicadas aos painéis sobre tecnologia, este evento, paralelo à G2E Asia, terá ainda uma “Zona de Desporto e Entretenimento” [Sports and Entertainment Zone], focada nos temas da gestão desportiva, entretenimento ao vivo e marketing ligado ao desporto. Conta-se ainda com um painel de oradores neste evento paralelo, nomeadamente Helena de Senna Fernandes, directora da Direcção dos Serviços de Turismo, ou ainda Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural, entre outros.

5 Mai 2024

Jogo | Citigroup espera receitas superiores a 20 mil milhões em Maio

O banco de investimento mostra-se optimista em relação à principal indústria do território e até acredita que também Abril beneficiou dos feriados no Interior do Dia do Trabalhador, porque houve jogadores a anteciparem as férias

 

O banco de investimento Citigroup prevê que as receitas brutas do jogo vão ficar acima dos 20 mil milhões de patacas durante este mês, de acordo com um relatório citado pelo portal Macau News Agency.

Segundo os números apresentados por George Choi e Ryan Cheung, analistas do Citigroup, o mercado do jogo de Macau está a registar receitas diárias de aproximadamente 645 milhões de patacas, o que vai permitir ultrapassar os 20 mil milhões de patacas. Este valor significa que o mercado do jogo vai atingir 77 por cento do nível anterior à pandemia da covid-19.

A previsão é feita depois das receitas em Abril terem atingido 18,55 mil milhões de patacas, um valor abaixo do registado de Março, mas que não impediu os analisas de considerar que ficou “acima das expectativas”. As previsões iniciais do Citigroup apontavam que as receitas rondariam os 18 mil milhões de patacas.

Sobre o montante da Abril, os analistas acreditam que houve jogadores a antecipar os feriados do Dia do Trabalhador no Interior, para virem a Macau jogar. “Acreditamos que o valor das receitas diárias mais elevado sugere que houve alguns madrugadores a irem para Macau mesmo antes do início dos feriados do Dia do Trabalhador (que se estende de 1 a 5 de Maio no Interior)”, escreveram os analistas.

Mais moderado

Além das estimativas do banco de investimento, a Macau News Agency citou igualmente as previsões do banco de investimento Morgan Stanley, que são menos optimistas.

De acordo com as estimativas da Morgan Stanley, as receitas no mês de Maio devem fica abaixo dos 20 mil milhões de patacas, mas mesmo assim devem atingir os 19,7 mil milhões de patacas, no que seria um aumento de 6 por cento face a Abril. No entanto, quando a comparação é feita com os níveis pré-pandemia, as receitas deste mês devem ficar a 76 por cento dos níveis então registados.

Os analistas da Morgan Stanley, Praveen K Choudhary e Gareth Leung, também esperam que as receitas brutas do jogo para o segundo trimestre de 2024 registem um declínio trimestral de 2 por cento, situando-se em 77 por cento do nível pré-covid.

No entanto, nem tudo é mais cauteloso no relatório da Morgan Stanley. De acordo com os dados partilhados, os analistas acreditam que o mercado de massas, no mês de Abril, superou os valores de 2019, antes da pandemia, em 17 por cento.

5 Mai 2024

Imobiliário | Mercado com ligeira melhoria em Abril

Na primeira metade de Abril, registaram-se mais casas vendidas e o preço por metro quadrado também apresentou uma subida, face aos primeiros 15 dias de Março. A informação consta dos dados publicados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF), que ainda não têm em conta o efeito das medidas de apoio ao mercado imobiliário, que entraram em vigor a 20 de Abril.

Segundo a informação disponibilizada, na primeira metade de Abril houve um total de 101 transacções de habitação, por uma média de 80.220 patacas por metro quadrado.

O cenário contrasta com a primeira metade de Março deste ano, em que se tinham registado 66 transacções, a um preço de 78.522 patacas por metro quadrado.

Em comparação com a primeira metade de Abril do ano passado, houve uma redução de 27 transacções, e o preço médio do pé quadrado apresentou uma redução significativa de 27,1 por cento. Na primeira metade de Abril do ano passado, o preço médio do metro quadrado era de 99.098 patacas.

Em comparação com 2019, o último ano antes do impacto da pandemia da covid-19, a primeira metade de Abril tinha registado 388 compras e venda de habitação, com o preço médio por metro quadrado cifrado em 108.464 patacas.

Desde de 20 de Abril, que entrou em vigor um pacote de medidas proposto pelo Governo para “garantir a estabilização do preço das habitações e aumentar o número de compras”. Os dados oficiais ainda não reflectem estas medidas que passaram pelo cancelamento do imposto do selo especial, do imposto do selo adicional e do imposto do selo sobre a aquisição de fracções habitacionais.

5 Mai 2024

Português | Os nomes de chineses que não falam a língua

Macau apresenta o quadro peculiar da existência de residentes de etnia chinesa que possuem nomes portugueses, apesar de não dominarem a língua. Ainda assim, e segundo uma reportagem da Lusa, o nome português significa casa e uma ligação ao território

 

João Paulo, João Pedro, Sónia e Jaquelina estão entre os muitos residentes de Macau que receberam um nome próprio português, língua que não falam, mas que consideram parte da identidade.

Se João Paulo tivesse nascido um ano mais tarde, já depois da transferência de Macau para a China, em 1999, seria hoje John Paul, versão inglesa do nome do antigo Papa. Era esse o desejo dos pais, e teria acontecido não fosse uma lei, em vigor durante a administração portuguesa, trocar-lhes as línguas, e unir para sempre este filho de filipinos católicos a Portugal, país que hoje, aos 26 anos, ainda não conhece.

Ficou registado como João Paulo Alfonso. O nome próprio da irmã é Joana Carla, e do irmão, já nascido no pós-transição, John Gabriel.

Portugal existe assim, na forma de um nome próprio, na vida de “muitas outras crianças, nascidas em Macau nos anos 1990”, diz à Lusa o designer gráfico, que admite mal falar a língua portuguesa e não saber se pronuncia correctamente o próprio nome.

“Sentia estranheza quando era pequeno, costumavam perguntar-me se falava português, e, além disso, era um nome estranho para a minha família nas Filipinas, para os meus amigos chineses, professores e colegas que não conseguiam pronunciar”, conta. “Mas é o nome que me foi dado, vai sempre fazer parte da minha identidade”.

No caso de João Pedro Lau, cumpriu-se uma tradição de família. Nascido também durante a administração portuguesa, este jornalista, na casa dos 30, é filho de João, que, por sua vez, tem como pais António e Maria Assunção, todos chineses de Macau, sem origem portuguesa. “Reflecte provavelmente a forma como a geração do meu pai olhava para a própria identidade, para a Macau daquela altura”, analisa.

Os passaportes portugueses, com direitos de cidadania plena, foram concedidos a quem nasceu no território até 1981, e a nacionalidade garantida aos descendentes. Daí a existência de milhares de pessoas com este passaporte em Macau, como é o caso de João Pedro Lau e da família.

Quanto ao nome português, várias razões terão pesado na decisão. “Talvez por necessidade, por causa do baptismo” ou para facilitar a comunicação com as autoridades portuguesas e amigos macaenses do pai, conta, ao referir-se à comunidade euro-asiática, composta sobretudo por lusodescendentes com raízes no território.

Mas a adopção do nome aconteceu só em adulto. Por ser criança e não ter acesso aos documentos de identificação, João Pedro ignorou durante muito tempo ter nome português. Na primária, era conhecido como Lau Wai Kin, também registado à nascença.

Ao avançar no percurso escolar, escolheu ser Peter, “por não conseguir pronunciar” a versão portuguesa, e, só já universitário, abraçou o nome do documento de identificação, João Pedro. Coincidiu com a altura em que se começou a relacionar com falantes da língua.

Alguns “arrependimentos”

Já Sónia Josefina da Silva Price, instrutora de pilates de 32 anos, tem raízes em Portugal, por parte do pai que é macaense. Define assim a língua portuguesa: “É casa, mas com arrependimentos”.

Aos 5 anos, o português deixou de ser língua materna, quando os pais se divorciaram e ficou a viver com a mãe. Sónia frequentou a escola chinesa e admite que, em Macau, há mais hipóteses de trabalho para quem segue essa via de ensino.

Mas o nome, diz, é identidade: “Sou uma espécie de última geração, que assistiu a todas estas mudanças com os Governos português e chinês. Ainda sinto hesitação em acrescentar o meu nome chinês ao bilhete de identidade. Este nome não é apenas uma parte de mim, mas é o meu todo, se é que isso faz sentido”.

Já Jaquelina Quintal – ou Chan In San -, 37 anos, vive entre dois nomes. Mas não entre línguas. “Por respeito ao pai”, a mãe, macaense, falava cantonês em casa, explica a supervisora na área da segurança da construção. “Apesar de ter nome e passaporte portugueses, nasci em Macau, que regressou há muito tempo para a China, e sinto-me chinesa”, diz a macaense, que assume “muita vergonha” por “não entender nada de português”.

Jaquelina reconhece “a importância” da língua – a par do chinês -, com “diferentes oportunidades de emprego”, numa altura em que Pequim aposta em Macau como ponte de ligação entre a China e os países de língua portuguesa.

Mas da parte desse grupo de países unidos pela língua, diz João Pedro Lau, falta “projecção cultural”: “Pessoalmente, é uma língua com valor significativo, seria prática de usar, dada a minha identidade e pelo facto de estar a viver em Macau, mas se fosse outra pessoa qualquer no mundo, não aprenderia português, talvez outra língua europeia ou asiática”.

Em Macau, 86,2 por cento da população fala fluentemente cantonês como meio de comunicação, 45 por cento mandarim, 22,7 por cento inglês, sendo que apenas 2,3 por cento é fluente em português, de acordo com os censos de 2021.

5 Mai 2024

Idosos | Wong Kit Cheng pede mais habitação

Após a divulgação do plano para construir mais 900 fracções habitacionais para idosos na Zona A dos Novos Aterros, a deputada Wong Kit Cheng apelou ao Executivo para aumentar o número de casas disponíveis. Segundo os argumentos da legisladora ligada à Associação das Mulheres, com o envelhecimento previsível da população a procura por este tipo de habitações apenas vai subir. Por isso, é necessário planear com mais antecedência.

As residências para idosos são um tipo de habitação pública que pode ser arrendada por pessoas independentes com mais de 65 anos. Nestes edifícios são disponibilizados alguns serviços a pensar na terceira idade, como centro de dia, espaços de convívio, entre outros.

Wong Kit Cheng também considerou que o Governo deve adoptar medidas para aumentar o número de vagas nos lares de terceira idade. A deputada mostrou-se preocupada com as longas filas de espera para quem pretende frequentar uma instituição deste género. No entanto, a deputada também sugere alternativas, e pede ao Governo que pondere um serviço mais flexível de consultas médicas ao domicílio, como forma de auxiliar idosos, sem que estes tenham de procurar instituições específicas.

5 Mai 2024

ADN | Governo avança, “de forma ordenada”, com base de dados

Em resposta a uma interpelação do deputado Lam Lon Wai, a secretaria liderada por Wong Sio Chak revelou estar a trabalhar no enquadramento jurídico para criar uma base de dados de ADN. O objectivo da iniciativa é reforçar a investigação criminal

 

O Governo reconhece que está a trabalhar para apresentar a legislação necessária para criar uma base de dados com o ADN de residentes e turistas, de forma a auxiliar a investigação de crimes. A revelação foi feita, pela secretaria da Segurança, em resposta a uma interpelação do deputado Lam Lon Wai, que abordou o assunto.

“A área da segurança irá avançar, de forma ordenada, com a criação de um sistema jurídico relativo a uma base de dados de ADN, em função do planeamento legislativo geral do Governo da Região Administrativa Especial de Macau”, pode ler-se na resposta assinada por Cheong Ioc Ieng, chefe do gabinete do secretário para a Segurança.

O Executivo destaca a importância deste meio para fins de investigação, mas não deixa de indicar que há várias dificuldades, devido à necessidade de proteger a privacidade dos cidadãos. “A criação de uma base de dados de ADN tem grande importância e é uma necessidade para a prevenção e investigação de crimes, razão pela qual muitos países e regiões concluíram a legislação e a criação das respectivas bases de dados”, foi indicado.

“Nos últimos anos, e à medida que a sociedade presta mais atenção aos direitos individuais, especialmente ao direito à privacidade, vários países continuam a rever as respectivas leis […] com novos requisitos e novas normas da governação e protecção da segurança de dados, a PJ, tendo em consideração as novas circunstâncias, vai estudar e analisar, de forma proactiva [a legislação para a base dados]”, foi explicado.

Garantir direitos básicos

Neste sentido, é garantido que uma futura proposta para criar a base de dados vai respeitar “o direito à liberdade, à integridade física e psíquica e o direito à privacidade dos indivíduos”, através de legislação “rigorosa sobre os procedimentos de descoberta, recolha, conservação, entrega, exame e apresentação de relatórios de provas pertinentes”. Outros cuidados a ter em conta, de acordo com a resposta à interpelação, dizem respeito à “conservação e destruição de amostras biológicas” e à “gestão da segurança de uma base de dados e o direito de acesso aos dados”.

Na interpelação, Lam Lon Wai defendia a necessidade de criar tão depressa quanto possível uma base de dados e recolher o ADN de residentes e turistas para combater a criminalidade em Macau. Segundo o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), esta é uma necessidade face aos crimes que apresentam uma natureza cada vez mais “complexa” e criam vários desafios para a segurança local.

5 Mai 2024

João Santa-Rita, arquitecto | As cidades invisíveis

João Santa-Rita trouxe ao Albergue SCM a exposição “Desenhar para Revelar”. A mostra, que termina amanhã, tem como epicentro o conflito entre o edificado e espaços vazios em tecidos urbanos imaginados. O arquitecto e antigo colaborador de Manuel Vicente não crê no desaparecimento da arquitectura portuguesa de autor em Macau

 

“Desenhar para Revelar” contém desenhos feitos nos últimos cinco anos. Que mensagens transmitem estes esboços?

A exposição inaugurou primeiro em Lisboa. Não é uma exposição sobre Macau, mas ao mesmo tempo é, no sentido em que não se reporta a nenhuma cidade em particular, mas, ao mesmo tempo, a todas. Por isso mesmo foi concebida para ser itinerante. É uma forma de celebrar o que é a cidade e o que são as suas componentes do espaço público e construído. São desenhos que traduzem esse diálogo do conflito entre o edificado e o não edificado. Macau é, como todas as cidades, um lugar que tem espaços para serem vividos pelas pessoas e outros que estão envolvidos por edifícios. Os desenhos são também sobre o papel que os edifícios desempenham numa cidade, se são de acompanhamento ou se marcam determinados lugares. São desenhos que não são do foro do real. De alguma forma implicam alguma pesquisa.

Mas são imaginados, ficcionais?

Sim, são desenhos ficcionais. A primeira série de desenhos da exposição é quase uma série de reflexão ou elogios sobre a forma como os espaços públicos foram evoluindo na sua forma, desde a Roma antiga até aos nossos dias. É uma sequência de 12 desenhos.

Sobre o Novo Bairro de Macau em Hengqin. Decerto percebeu que a integração regional de Macau está em marcha… são fundamentais estes projectos?

Das quais que mais me surpreenderam em Macau face a 2019 foi aperceber-me da actual envolvente do território. Passou de um conjunto de ilhas despovoadas para uma grande ocupação e desenvolvimento. Macau já não é um território isolado, que apenas tinha uma companheira, Zhuhai, e que hoje tem um desenvolvimento que se propaga além daqueles limites. Percebi que já existe alguma vida, com deslocações, por exemplo. Imagino que isso também possa modificar a própria vida de Macau neste relacionamento.

Em termos de planeamento urbanístico, a época em que fez arquitectura em Macau era uma fase de plena experimentação?

Nessa altura, e reporto-me aos anos 80, Macau vivia muito à conta dos planos que se iam fazendo. Não havia um plano director, e as coisas, no coração da cidade, eram feitas mediante a gestão urbanística corrente, com as regras de construção. Havia os planos, mas iam crescendo por agregação. Sei que o plano director foi uma questão bastante debatida, e foi certamente um grande passo na transformação de Macau. É um plano mais orientador e abrangente do que a fase em que se ia desenvolvendo plano a plano, sem nunca existir uma visão estratégica sobre o território. Planeava-se conforme as necessidades, mas não havia uma ideia conjunta de como o território se iria desenvolver ou relacionar com os territórios envolventes. Se pensarmos na dinâmica que têm estas áreas, em que as coisas se desenvolvem num instante, é fundamental ter essa visão abrangente sobre um território.

Considera que surgiram erros, difíceis de colmatar, saídos desse panorama?

Não lhe sei bem dizer, porque Macau, no período em que lá vivi, a ocupação [dos solos] era muito centrada no que já estava construído, nomeadamente a zona do ZAPE, pois não havia ainda sequer o NAPE. A zona desenvolvida terminava sensivelmente no Hotel Lisboa. Havia umas coisas dispersas na Taipa, umas torres onde habitavam muitos professores, funcionários do Governo e de outras instituições, e pouco mais do que isso. Creio que esse tipo de gestão não terá sido danoso para o território. Já apanhei o final do período em que estavam a ser planeados alguns projectos, mas não a sua implementação. Quando regresso a Macau, quase 20 anos depois, já estava muita coisa transformada, então não tenho a visão do que possa ter corrido melhor ou pior nessa altura.

Trabalhou com Manuel Vicente. Foi uma boa experiência, o que mais aprendeu com ele?

É difícil dizer que não se aprendeu nada com ele. Aprende-se sempre muito. Já tinha uma relação forte com ele, sobretudo porque o meu pai e Manuel Vicente partilharam trabalho durante muitos anos, num atelier conjunto. Não era alguém que me fosse estranho, mas era alguém com quem tinha muita vontade de trabalhar. Foi logo muito surpreendente a escala do que se fazia, que era completamente distinta de Portugal, muito maior. Manipulávamos programas e projectos completamente distintos, edifícios de escritórios, grandes edifícios de habitação. Em Lisboa experimentava trabalhar em projectos de edifícios com quatro ou cinco andares, mas quando cheguei a Macau trabalhámos logo um edifício com 17 andares, o World Trade Center. De alguma forma variava a própria velocidade com que era necessário que as coisas ocorressem em Macau. Em Portugal, os projectos podiam ser feitos no prazo de um ano ou dois, mas em Macau aquilo acontecia em dois ou três meses. Isso obrigava a uma forma de trabalhar e pensar o projecto muito distinta, a definir estratégias particulares para cada um e depois desenvolvê-las, sempre num processo muito participativo. Isso foi o que gostei em Macau e no atelier de Manuel Vicente. O seu imaginário tinha muito a ver com a experiência de vida e vivências no território, e isso era muito gratificante.

Considera que depois da transição as autoridades deram maior atenção à preservação do património do que nos anos 80?

A forte identidade de Macau sempre dependeu muito disso, da preservação de muitos traços do seu passado e da sua ocupação em diversos momentos. Aí reside a diferença, pois não se trata apenas de um território novo, tem um passado. A forma como o património foi protegido e tratado foi fundamental. Eram coisas que no final da minha estadia, quer da parte do Instituto Cultural ou de outras entidades do Governo começavam a ser abordadas, além de todo o trabalho de protecção que tinha sido feito no passado. Começava-se a fazer a ocupação desse património. Quando saí de Macau estavam em curso algumas obras como a biblioteca [no Tap Seac], o Arquivo Histórico, o edifício Ritz no Leal Senado. Aí já se ocupavam edifícios antigos para revitalização e abandonava-se a ideia de construir de novo. O bairro de São Lázaro, onde precisamente está a minha exposição (no Albergue SCM), é uma zona que foi preservada no seu todo, com partes mais ou menos vividas e ocupadas.

A arquitectura de Macau feita por profissionais portugueses tem vindo a desaparecer um pouco. Há o risco de desaparecimento dessa arquitectura de autor em língua portuguesa?

Quando estive em Macau qualquer obra sobressaía, porque o território era muito mais pequeno. Quando saí de Macau estava a começar a construção do edifício de Manuel Vicente junto à praça Lobo D’Ávila. Tinha evidência porque sobressaía na Macau da altura, e havia projectos de colegas que também tinham impacto, e destaco o do Banco Nacional Ultramarino. Sei que há colegas que continuam a actividade, que está mais espalhada e mais escondida, por tudo o que se passa à volta. É uma situação diferente, porque na altura só praticamente quem estava no território é que trabalhava aqui, havia poucos trabalhos que vinham do exterior, e hoje em dia há uma enorme pulverização dos gabinetes que trabalham em Macau. A escala, sobretudo, é outra. Há muitos arquitectos que estão mais ligados às empresas dos casinos, haverá certamente menos gabinetes a trabalhar, mas penso que haverá sempre a possibilidade de trabalho para os arquitectos radicados no território, não só da parte dos que cá estão há mais tempo, mas também da parte de jovens arquitectos. O Metro Ligeiro foi uma oportunidade, por exemplo, para alguns desses gabinetes terem intervenção. O World Trade Center, que foi um edifício marcante em Macau, hoje em dia está completamente diluído, por exemplo. Está escondido. Deixou de ter essa marca.

5 Mai 2024

EUA | Conselheiros de Biden temem repercussão de protestos estudantis

Os conselheiros do Presidente dos EUA, Joe Biden, estão preocupados com a repercussão para a Casa Branca das manifestações pró-palestinianas nas universidades, que recordam protestos estudantis dos anos 60 do século passado.

Em recentes declarações ao jornal Washington Post, um assessor da recandidatura presidencial de Biden confessava que o debate sobre a posição da Casa Branca relativamente ao conflito no Médio Oriente pode tornar-se um tema de campanha que acabará por beneficiar o adversário republicano, o ex-presidente Donald Trump, sobretudo depois da escalada de conflito nos protestos estudantis nas universidades.

O argumento que sustenta as preocupações nas fileiras democratas prende-se com o radicalismo das posições assumidas pelo Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que pode desmobilizar o eleitorado mais à esquerda do Partido Democrata, se Biden não se demarcar de algumas das suas decisões no conflito na Faixa de Gaza.

Por outro lado, os conselheiros do Presidente norte-americano estão preocupados com o facto de as manifestações pró-palestinianas em diversas universidades estarem igualmente a suscitar um debate sobre os limites da liberdade de expressão, o que poderá dar relevantes armas políticas a Trump, que tem acusado Biden de usar instrumentos da máquina judicial e política para procurar conter as posições conservadoras dos republicanos.

A história repete-se

Os conselheiros de Biden lembram ainda que a Casa Branca pode ser afectada por qualquer escalada no conflito social provocado pelas manifestações nas universidades, tal como aconteceu em 1968, quando, a propósito da luta pelos direitos civis e contra a guerra no Vietname, num cenário de manifestações estudantis, o Partido Democrata acabou por ser derrotado por Richard Nixon.

O paralelismo entre o que aconteceu na Universidade de Columbia em 1968 e agora, em 2024, é inevitável, sobretudo depois de a presidente da instituição, Minouche Shafik, ter apelado à intervenção policial para desmobilizar os estudantes ativistas pró-palestinianos, repetindo acções de detenção de alunos que se verificaram há mais de 50 anos.

Em 1968, os alunos protestavam contra a ligação da Universidade de Columbia a uma organização que fazia investigação de armas para a guerra do Vietname, bem como contra a forma como a administração tratava os alunos de minorias étnicas.

Tal como sucedeu nos últimos dias, a administração da universidade permitiu que agentes da Polícia de Nova Iorque entrasse nas instalações para expulsar os manifestantes, provocando duros confrontos físicos, que levaram a dezenas de detenções e feridos.

Os confrontos estudantis prejudicaram fortemente a imagem do então presidente democrata Lyndon Johnson, bem como as aspirações políticas do candidato do partido às eleições presidenciais de Novembro de 1968, Hubert Humphrey, que acabou derrotado pelo republicano Richard Nixon.

Charles Blow, analista político e colunista do jornal The New York Times, estabelece o paralelo entre o momento vivido em 1968 e aquele que agora se repete em várias universidades e lembra que há 50 anos os democratas sentiram na pele os efeitos dos protestos estudantis na convenção do partido que se realizou em Chicago.

Também em 1968 se debateu a questão do direito à liberdade de expressão dos estudantes e também a decisão de usar os agentes policiais para desmobilizar as manifestações acabou por afetar a imagem da Casa Branca, o que pode ser um aviso para a postura de Biden sobre esta matéria, como defende Blow.

Esta semana, Donald Trump preferiu comparar os protestos estudantis na Universidade de Columbia com a invasão do Capitólio, a 6 de Janeiro de 2021, pelos seus apoiantes, com o objectivo de tentar reverter a vitória de Biden nas eleições presidenciais de 2020.

“Os alunos ocuparam um edifício. Isso é um grande problema. Eu interrogo-me se o que acontecerá será comparável ao que aconteceu a 6 de Janeiro”, ironizou Trump, referindo-se ao facto de muitos dos seus apoiantes terem sido investigados e punidos judicialmente pela invasão do Capitólio.

3 Mai 2024

GP Karting | IAME quer voltar a colocar evento de Macau no mapa

O Grande Prémio Internacional de Karting de Macau vai realizar-se no fim de semana de 7 e 8 de Dezembro e terá como principal novidade o facto de acolher pela primeira vez a final asiática da competição promovida pelo reconhecido construtor italiano de motores para karting, a IAME

 

A oportunidade de fazer parte de um dos maiores fins-de-semana da modalidade no sudeste asiático não foi desperdiçada pela organização, sediada em Singapura, da ‘IAME Series Asia’. “A oportunidade surgiu quando soubemos que o Asian Karting Open Championship (AKOC) já não fazia parte do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau”, explicou Daniel Ling, o responsável pelo marketing da ‘IAME Series Asia’, ao HM. “Como Macau tem uma história rica em desportos motorizados, sempre quisemos fazer parte do evento e, através da IAME, contactámos a AAMC [Associação Geral Automóvel de Macau-China], que é a ADN [Autoridade Desportiva Nacional] de Macau.”

O evento que será colocado de pé no Kartódromo de Colone – inaugurado nos anos da administração portuguesa do território e que ainda hoje é uma das infraestrutura de referência do sudeste asiático – vai ser a ‘IAME Asia Final’, reunindo na RAEM os vários participantes da competição asiática ‘IAME Series Asia’ que tem duas provas na Tailândia e quatro na Malásia esta temporada, um evento que coloca frente a frente pilotos provenientes dos primeiros lugares das classificações da IAME Series e eventos IAME realizados em todo o mundo. A IAME é distribuída nos cinco continentes e os motores IAME vão para as pistas em mais de cinquenta países.

Criar sinergias

A organização singapurense quer criar sinergias com as entidades do território e ajudar a colocar novamente no mapa-mundo o Grande Prémio Internacional de Karting de Macau, um evento que há doze anos acolheu uma Taça do Mundo da CIK-FIA. Para isso, os organizadores a ‘IAME Series Asia’ querem aproveitar o “know-how” e a experiência das gentes de Macau em colocar de pé grandes eventos.

“Partilhando a mesma missão e visão da AAMC, queremos aproveitar a força da AAMC juntamente com a ‘IAME Asia Final’”, explica Daniel Ling. “O objectivo final da parceria é simples: fazer do Grande Prémio de Karting de Macau com a ‘IAME Asia Final’ 2024 o maior evento de karting profissional com motor de uma só marca na Ásia, rivalizando até com os melhores eventos na Europa, bem como ser de facto o evento de referência nos próximos anos.”

Aposta internacional

A prova não será apenas restrita aos pilotos da ‘IAME Series Asia’, como também estará aberta a pilotos de todas as proveniências. Nesta altura, ainda não é sabido se existirão ajudas de custos para os pilotos vindos de outros continentes, mas é possível a presença de concorrentes de outras paragens, pois a organização aposta num regulamento internacional.

“Sob a égide do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau, as classes da ‘IAME Asia Final’ serão reguladas pelos regulamentos internacionais da ‘IAME Series Asia’. Desta forma, os regulamentos não são apenas partilhados entre os países do sudeste asiático, mas também com todos os outros países em todo o mundo que têm provas da IAME Series. Estes regulamentos estão disponíveis em inglês e são do conhecimento de todos os pilotos. Como tal, irá encorajar ainda mais a participação de todos os outros pilotos internacionais – do Médio Oriente, Europa, Austrália e Américas.”

A promoção do evento será também feita no estrangeiro, principalmente junto da comunidade das competições da IAME. “O evento será promovido através do portal oficial da IAME Motorsport e beneficiará todas as partes envolvidas nos programas da IAME a nível mundial. Por outro lado, a IAME promoverá o evento através dos seus canais nas redes sociais e canais de comunicação dedicados a todos os países que acolhem uma série IAME, nos canais oficiais da IAME e através de todas as redes de distribuidores IAME”, salienta Daniel Ling.

Entretanto, o Campeonato da China de Karting (CKC), que começa no último fim de semana de Abril em Pequim, regressa ao Kartódromo de Coloane no fim de semana de 15 e 16 de Junho, tendo a AAMC alterado o calendário do Campeonato de Karting de Macau para coincidir com a visita da caravana do Interior da China a Macau.

3 Mai 2024

Timor Gap e Timor Resourse assinam acordo que põe fim a diferendo

A petrolífera estatal timorense Timor Gap e a Timor Resource, empresa privada australiana, assinaram ontem um acordo que põe fim ao diferendo que as opunha e abre a porta para o início da exploração de petróleo “onshore”.

“Este acordo resolve as diferenças que a Timor Gap e a Timor Resource tiveram no passado”, afirmou Rui Soares, presidente da Timor Gap. Segundo Rui Soares, os diferendos foram ultrapassados e encontrada uma solução, que foi aprovada por Conselho de Ministros.

“Hoje (ontem) é um dia muito importante para nós, enquanto empresa pioneira estrangeira na exploração ‘onshore’ em Timor-Leste. O que assinamos hoje foi um acordo mutuamente benéfico, que cria estabilidade e certeza para a entrada de investimento estrangeiro em Timor-Leste”, afirmou a presidente do conselho de administração da Timor Resource, Suellen Osborne.

As duas empresas mantinham um diferendo sobre direitos e obrigações do consórcio, detido pela Timor Resourse, Timor GAP e subsidiárias – nomeadamente sobre o financiamento das atividades para desenvolvimento da exploração, apesar de terem uma participação idêntica no consórcio.

A Timor Resource e a Timor GAP têm um contrato de partilha de produção para dois blocos terrestres, nomeadamente os blocos A (no município de Covalima) e o B (nos municípios de Manufahi e Ainaro). Entre 2021 e 2022, a Timor Resource completou a prospeção em três poços (Karau, Kumbili e Lafaek) e os resultados das perfurações exploratórias mostraram a descoberta de hidrocarbonetos (petróleo e gás).

Teste comercial

Questionado sobre o início da exploração comercial daquelas descobertas, Stuart Laque, director operacional da Timor Resource, começou por dizer que historicamente a operação foi um sucesso, mas que ainda falta provar se é comercial.

“Desde 1957 foram perfurados 26 poços em terra e temos apenas três sucessos técnicos. O nosso foco inicial serão as oportunidades petrolíferas, porque o petróleo está a menos de 1.000 metros de profundidade”, salientou.

Segundo Stuart Laque, apesar de se saber que “offshore” há petróleo e gás em Timor-Leste, “onshore” ainda não está provado que seja comercial, mas, caso seja, o objectivo é “chegar a cerca de 5.000 barris de petróleo por dia até ao final de 2025”.

3 Mai 2024

Sérvia | Presidente Aleksandar Vucic enaltece visita de Xi Jinping

O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, disse na terça-feira que a iminente visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, é não só um grande evento diplomático para a Sérvia, mas também um grande evento digno da alegria de todo o povo sérvio.

Ao expressar a sua crença de que a visita de Xi trará uma nova esperança para o desenvolvimento da Sérvia, o Presidente afirmou: “Estou muito ansioso pela visita do presidente Xi”, inca a Xinhua. Vucic proferiu estas declarações ao reunir com o presidente da Agência de Notícias Xinhua, Fu Hua, em Belgrado.

Observando que a China é o “amigo de ferro” da Sérvia e que os intercâmbios entre os dois países são totalmente francos e abertos, Vucic disse que a Sérvia nunca esquecerá o apoio do povo chinês, acrescentando acreditar que Xi sentirá a simpatia e a amizade do povo sérvio durante sua visita.

A Sérvia apoia firmemente a posição da China em salvaguardar seus interesses centrais e grandes preocupações, enfatizou Vucic. Sobre a questão de Taiwan, Vucic disse que a Sérvia defende firmemente o princípio de Uma Só China e apoia a China na salvaguarda da sua soberania e integridade territorial.

3 Mai 2024

Guangdong | Balanço de colapso de autoestrada sobe para 48 mortos

O colapso de uma autoestrada no sul da China devido ao mau tempo provocou 48 mortos, segundo um novo balanço divulgado ontem pelos meios de comunicação social estatais chineses.

“O desmoronamento da autoestrada matou 48 pessoas”, noticiou a agência Xinhua após uma conferência de imprensa das autoridades da cidade de Meizhou, na província de Guangdong.

O balanço anterior era de 36 mortos e 30 feridos. Vinte e três viaturas foram encontradas numa vala depois de um troço da autoestrada com 17,9 metros de comprimento ter desabado, disse o governo local em comunicado.

O acidente ocorreu pelas 02:00 de quarta-feira. Imagens publicadas nas redes sociais e divulgadas pela imprensa local mostravam fumo e chamas a sair da vala onde os carros caíram. O solo por baixo da autoestrada parece ter cedido, juntamente com o troço que desabou.

Trinta pessoas ficaram feridas, nenhuma em risco de vida, referiu a nota. As autoridades anunciaram que cerca de 500 pessoas foram enviadas para ajudar nos trabalhos de resgate. A razão do desmoronamento ainda não é conhecida.

3 Mai 2024