Hoje Macau EventosCasa Garden | Instalação de Célia Brás chama a atenção para o ambiente Pode ser vista a partir de hoje, na Casa Garden, a instalação “E Agora, Como Te Vês?”, da autoria de Célia Brás e organização da 10 Marias – Associação Cultural. Trata-se de uma “montagem cénica” que pretende chamar a atenção do público para um problema bastante actual: as alterações climáticas e a poluição do meio ambiente Célia Brás é a autora da nova instalação que pode ser visitada, a partir de hoje, na Casa Garden, sede da Fundação Oriente (FO) em Macau. “E Agora, Como Te Vês” é um projecto promovido pela 10 Marias – Associação Cultural que descreve esta iniciativa artística como uma “montagem cénica que pretende sensibilizar [o público] para a problemática ambiental”. A instalação, que pode ser vista até ao dia 5 de Janeiro, pretende levar o público a integrar-se gradualmente no cenário “intencionalmente criado” para esse objectivo, além de se poder contemplar “a envolvência concebida a partir dos desperdícios, resultando uns seres deformados numa beira-mar de uma qualquer praia”. Citada por um comunicado da associação, Célia Brás referiu pretender “contribuir para sensibilizar a consciência e a preocupação sobre a crescente crise mundial resultante da poluição, bem como a importância de proteger os ecossistemas existentes no mundo, actualmente tão maltratado”. Assim, pretende-se que os resultados desta experiência possam ser de “angústia, uma maior consciência, uma memória fotográfica, ou até uma ideia de agir proactivamente a fim de melhorar a vida no planeta terra”. A integração do público com a instalação termina com o convite para que estes deixem o seu testemunho, “participando nesta mostra através da fotografia ou de breves mensagens escritas”. Segundo acto Esta é a segunda exposição da autoria de Célia Brás que, em 2021, se estreou nas lides artísticas com a instalação “Como Nunca Te Viste”. Na qualidade de sócia da 10 Marias, Célia Brás colaborou e organizou várias exposições e instalações, nomeadamente: “4 Steps Into The Clouds”, “Save As”, “Estrada: Stand Point”, “4 Steps into the Clouds II”. Apresentou os seus primeiros trabalhos com vários outros artistas locais. Coadjuvou ainda a coordenação e divulgação dos concertos musicais do projecto “Mamashemade”. Natural de Portugal, Célia Brás é formada em Engenharia Multimédia e licenciou-se em Informática, pelo ISTEC – Instituto Superior de Tecnologias Avançadas, Lisboa, em 2006. Actualmente, exerce funções de gestão e manutenção de conteúdos web, layout gráfico e paginação de variados tipos de publicações. Segundo a 10 Marias, foi graças a este trabalho que a autora da instalação “E Agora, Como Te Vês” ganhou “sensibilidade para o meio artístico, através da concepção do design gráfico que imprimia às obras dos outros”. A 10 Marias – Associação Cultural dedica-se às Artes Visuais, Novas Tecnologias, Artes Cénicas, Dança Contemporânea e Teatro. Assumindo-se sem fins lucrativos, é uma associação nascida em 2016 que nasceu da ideia de um grupo feminino “que pretendia dar voz às mulheres ligadas às artes, que se encontram espalhadas pelos quatro cantos do mundo e que têm em comum a língua de Camões”. A associação “aposta na arte como criação de afectos e percepções”, apostando, com os seus espectáculos e produções, “na transmissão cultural e ao mesmo tempo dar a conhecer outras realidades, outros meios de expressão, outras mundivisões”, lê-se no mesmo comunicado.
Hoje Macau SociedadeDICJ | Falta de inspectores deverá manter-se em 2024 A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos poderá continuar no próximo ano com falta de pessoal, em especial para os trabalhos de inspecção nos casinos do território, apesar dos recrutamentos que são esperados a breve trecho, avançou ontem o portal GGR Asia, citando comentários governamentais ao orçamento para o próximo ano. A indicação de que as novas contratações podem não ser suficientes para cobrir o trabalho de todos os departamentos da DICJ consta do parecer da comissão que analisou o diploma. Segundo as estimativas, a DICJ deve terminar 2024 com 60 novos empregados, após finalizada a fase de formação, prontos para trabalhar na inspecção a casinos, que se juntam a uma equipa que neste momento conta com 83 profissionais, quatro destes serão promovidos ou aposentados no próximo ano. De acordo com o documento assinado pelos deputados que analisaram o orçamento em sede de comissão da Assembleia Legislativa, são precisos seis inspectores para cada casino, tendo em conta folgas, fins-de-semana e férias. Actualmente, um único inspector tem de escrutinar as operações de vários casinos num só turno. É ainda destacado que a falta de mão-de-obra permanece apesar do encerramento de vários casinos-satélite e se estende ao departamento de investigação.
Hoje Macau Manchete SociedadeTurismo | Programa “Uma Base Cultural” inclui fado no Teatro D. Pedro V O Instituto Cultural anunciou ontem o programa “Uma Base Cultural”, composto por espectáculos e iniciativas culturais organizados em parceria com as operadoras de jogo e que decorrem em diversos pontos do território. Destaque para a realização, entre Janeiro e Fevereiro, de noites de fado no Teatro D. Pedro V, iniciativa que poderá tornar-se permanente Foi ontem anunciado pelo Instituto Cultural (IC) o programa para os meses de Inverno que inclui a realização de espectáculos e diversas iniciativas artísticas em vários locais do território. Em parceria com as seis operadoras de jogo, “Uma Base Cultural” inclui, para já, um total de 25 eventos, e segundo a Lusa, o programa integra noites de fado. Entre os dias 19 de Janeiro e 11 de Fevereiro dois fadistas portugueses, Bárbara Santos e Tiago Correia, cantam fado num projecto que pode tornar-se permanente, anunciou ontem a directora do IC. Os fadistas irão actuar no histórico Teatro D. Pedro V todas as sextas, sábados e domingo, durante quatro semanas, disse Leong Wai Man em conferência de imprensa. Antes de se cantar o fado, os espectadores vão poder provar “vinho e petiscos portugueses”, numa combinação de música e gastronomia para criar “uma experiência completa, uma noite especial”, explicou. Leong afirmou também que o IC vai colaborar com agências de viagens para vender aos turistas pacotes de bilhetes para estes espectáculos, que podem “mostrar que Macau é diferente das outras regiões chinesas”. A governante sublinhou que o projecto pretende “aproveitar as vantagens e singularidades de Macau”, começando pelo Teatro D. Pedro V, “um espaço patrimonial com significado histórico”, por ser o primeiro teatro de estilo ocidental na China. Embora as noites de fado sejam “um projecto a título experimental”, cujo impacto será revisto após ter terminado, a dirigente garantiu que o objectivo é “ter actuações de marca permanentes”. Leong acrescentou que os espectáculos poderão ser alargados a outros locais e edifícios do centro histórico de Macau, considerado Património Mundial pela Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). “Este é um projecto a que damos grande importância, porque queremos construir Macau como uma base cultural entre a China e os países de língua portuguesa”, disse. Inverno cultural As noites de fado são um dos 25 eventos que constam do programa de Inverno “Uma Base Cultural”, agora apresentado pelo IC, em colaboração com as seis concessionárias de casinos. O programa inclui um concerto de passagem de Ano Novo, que irá terminar com a actuação da cantora e compositora franco-brasileira Lia Sophia, a partir das 22h de 31 de Dezembro, na praça do Lago Sai Van. Na mesma noite, as Casas Museu da Taipa vão acolher gastronomia, música e dança, tendo “como mote a integração de várias culturas,”, disse Leong Wai Man, que destacou o envolvimento das comunidades com raízes na Austrália, Filipinas, Indonésia, Myanmar (antiga Birmânia) e Vietname. Outro dos destaques, é o pianista japonês Makoto Ozone, de 62 anos, descrito pelo IC como “uma lenda do jazz” e nomeado em 2002 para um Prémio Grammy na categoria “Best Classical Crossover Album” (‘Melhor Álbum Clássico Transversal’). Leong Wai Man sublinhou que o concerto de Makoto Ozone com a Orquestra de Macau irá situar-se precisamente nesse cruzamento de sons, que “reúne jazz e música clássica”.
Hoje Macau PolíticaSaúde | Song Pek Kei quer desfibrilhadores em zonas de lazer A deputada Song Pek Kei considera que a capacidade de cobertura da rede de desfibrilhadores automáticos externos (DAE) espalhada pela cidade não é suficiente. Numa interpelação escrita divulgada ontem, a legisladora ligada à comunidade de Fujian pediu a disponibilização destes aparelhos de reanimação cardíaca nos resorts integrados de Macau e na Torre de Macau, por entender que este locais têm actividades que aumentam os riscos de paragem cardiovascular. A interpelação de Song Pek Kei foi divulgada uma semana depois da morte de um turista japonês que morreu após ter feito bungee jumping da Torre de Macau. O homem chegou sem sinais vitais ao hospital com as tentativas de reanimação a revelarem-se infrutíferas. Além desta ocorrência, Song Pek Kei deu como exemplo o caso do agente da Unidade Especial do Corpo de Polícia de Segurança Pública que morreu depois de fazer exercício físico no mês de Julho. Nos dois incidentes, é apontado que as vítimas não receberam primeiros socorros em tempo útil. A deputada recordou que o Governo revelou ter como objectivo atingir o rácio de 100 DAE para cada 100 mil habitantes nos próximos 5 a 10 anos. Além disso, apontou que, apesar da instalação de 76 DAE em várias zonas da cidade, só pessoas certificadas podem usar os aparelhos, tornando o socorro ineficaz. Como tal, Song Pek Kei sugere também a aposta na formação em primeiros socorros e informação sobre os sítios onde os DAE estão disponíveis.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaComunidades | Secção do PS nega envio de abaixo-assinado por Rita Santos Vítor Moutinho, coordenador da secção do Partido Socialista em Macau, acusa Rita Santos, conselheira das comunidades portuguesas, de mentir quanto à entrega de um abaixo-assinado junto das autoridades portuguesas. Esta refuta a acusação e diz que entregou o documento em causa A secção do Partido Socialista (PS) em Macau, na voz do seu coordenador, Vítor Moutinho, acusa Rita Santos, conselheira das comunidades portuguesas, de mentir quanto à entrega de um abaixo-assinado com 430 assinaturas junto do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, no passado mês de Novembro. “Sabemos de fonte segura que a drª Rita Santos não entregou nenhum abaixo-assinado junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, nem ao secretário de Estado nem junto do Consulado-geral, reivindicado o que disse estar a reivindicar. É mentira que ela tenha entregado qualquer tipo de informação ou pedido e urge clarificar essa situação, pois a drª Rita Santos é conselheira da comunidade portuguesa e não pode enganar os portugueses”, disse ao HM. Confrontada com esta questão, Rita Santos disse ter entregado o abaixo-assinado, limitando-se, na resposta escrita, a dar informações anteriormente divulgadas em comunicados de imprensa sobre a visita realizada em Lisboa entre os dias 8 e 14 de Novembro. Na resposta ao HM, a conselheira afirma que entregou abaixo-assinados “dirigidos aos Secretário de Estado das Comunidades, e ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. João Gomes Cravinho, relativos ao atraso na renovação de documentação no Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong”, entre outras matérias. De frisar que, depois do fecho da edição impressa do jornal, a conselheira enviou ao HM dois documentos relativos aos abaixo-assinados enviados a Paulo Cafôfo e João Gomes Cravinho. Confrontado com estes documentos, Vítor Moutinho manteve a posição da secção do PS, salientando que os mesmos não foram, de facto, entregues por Rita Santos. Sobre a retirada de centenas de portugueses dos cadernos eleitorais, Vítor Moutinho destaca a obrigatoriedade dos cidadãos portugueses de declararem a vontade de se recensear na hora de renovarem o cartão de cidadão, lembrando que a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) e seus associados não devem ter privilégios no acesso ao Consulado para tratar do recenseamento e demais burocracias. “A conselheira não pode querer para a ATFPM uma via verde no Consulado-geral, que é uma porta de acesso para todos os portugueses, independentemente de onde venham e da associação a que pertençam. A associação a que a drª Rita Santos pertence não pode ter privilégios relativamente às demais, cumprindo o que é normal. Essa situação de privilégio acontecia anteriormente e, segundo sei, terminou.” “Grupo de interesses” Esta não é a primeira vez que a secção do PS em Macau vem questionar algumas declarações públicas de Rita Santos, que recentemente voltou a ser eleita conselheira para o Conselho das Comunidades Portugueses pelo círculo eleitoral da China, Singapura, Tóquio, Seul e Banguecoque, com 1909 dos 1972 votos, correspondendo a mais de 96 por cento de votos favoráveis. Vítor Moutinho lamenta que não haja mais rostos candidatos ao Conselho das Comunidades Portuguesas. “A conselheira das comunidades portuguesas continua a liderar um grupo de interesses, quando devia ser um grupo com interesse para a população. Neste momento continua a não ser. O facto de estar por detrás uma associação [ATFPM], financiada com dinheiro de Macau, a interferir e a promover situações com a República portuguesa, não é ético. Não é ético o que a drª Rita Santos está a fazer”, acusa. Rita Santos não reagiu a esta acusação, falando apenas dos projectos que pretende desenvolver após a reeleição. “O foco dos membros eleitos é implementar o plano de acção constante no programa eleitoral que nos propusemos, e que recebeu o apoio inequívoco dos cidadãos, das instituições e associações de matriz portuguesa.”
Andreia Sofia Silva PolíticaContratação pública | Sanções para extinção ou violação de contratos O Conselho Executivo concluiu ontem a análise sobre a proposta de lei da contratação pública que visa rever a legislação em vigor relativa às aquisições feitas pelo Governo. Segundo um comunicado do Conselho Executivo, esta nova proposta de lei define sanções “para a modificação, extinção e violação do contrato, estipulando, ao mesmo tempo, as infracções administrativas para a violação do regime da contratação pública”. Fica ainda determinado “o âmbito de aplicação do regime jurídico da contratação pública”, além de serem estipulados “os princípios da transparência, publicidade e concorrência leal”, tidos como “relevantes para uma contratação”. O Governo decidiu também definir, nesta nova proposta de lei, “os requisitos de qualificação dos candidatos e dos concorrentes que participem no procedimento da contratação”. Segundo o mesmo comunicado, ficam ainda “clarificados e uniformizados” os diversos tipos de procedimentos de contratação pública, nomeadamente o concurso público, o concurso limitado por prévia qualificação, a negociação competitiva, a consulta e o ajuste directo. Com esta proposta, o Executivo propõe um “regime de contratação centralizada”, estipulando-se “critérios de adjudicação para uma contratação objectiva e justa”. Será ainda criado um website “com informações essenciais à contratação pública, no sentido de aumentar o grau de transparência”. Pretende-se “elevar a eficiência administrativa e reduzir os custos”, explica o Conselho Executivo.
Andreia Sofia Silva PolíticaHabitação pública | Direito de propriedade adquirido à RAEM O Governo propõe, com um novo diploma legislativo, que o direito de propriedade de apartamentos de habitação económica e intermédia, construídos em terrenos privados do Estado afectos a estas políticas, sejam adquiridos directamente à RAEM e não ao Instituto da Habitação (IH) como era regra até à data. Esta é a grande alteração proposta com o novo regime da transmissão de fracções autónomas de edifícios afectados a habitação económica e habitação intermédia, cuja análise foi ontem concluída pelo Conselho Executivo. O novo diploma visa “simplificar e agilizar o procedimento de concessão” do direito de propriedade das casas compradas por candidatos ao Governo, a preços mais baixos face aos praticados pelo mercado. Reafirma-se ainda, com a nova proposta de lei, que “as fracções autónomas só podem ser transmitidas em direito de propriedade resultante da concessão por arrendamento”. De frisar que esta proposta de lei, da autoria do Governo, visa legislar sobre a concessão do direito de propriedade deste tipo de habitações públicas, pois “a forma de alienação das fracções autónomas de edifícios afectados a habitação económica e habitação intermédia não se encontra regulada nem na lei de habitação económica actualmente em vigor nem no regime jurídico da habitação intermédia”.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaJogo ilegal | Criado regime de protecção para quem dá informações O Conselho Executivo já concluiu a análise à proposta de lei de combate aos crimes de jogo ilegal, que prevê um regime de protecção para quem forneça informações ou colabore com a polícia nestes casos. O Governo avança ainda para um agravamento das penas e legaliza buscas domiciliárias nocturnas Está concluída, da parte do Conselho Executivo, a análise a diversos diplomas legislativos propostos pelo Governo, incluindo a proposta de lei de combate aos crimes de jogo ilegal. Segundo um comunicado do Conselho Executivo, esta iniciativa legislativa do Governo vem criar “um novo regime de protecção para quem preste informações ou tenha colaborado com a polícia na descoberta dos criminosos”, tendo em conta “o elevado grau de evasão à investigação e de ocultação dos crimes relacionados com o jogo ilícito”. Esta proposta, que será ainda submetida à Assembleia Legislativa, inclui também “disposições que evitem que, antes do interrogatório judicial, os detidos pelo crime de exploração ilegal de jogos de fortuna ou azar e apostas mútuas comuniquem com pessoas que não sejam o advogado”. O documento vem rever o diploma relativo ao jogo ilícito datado de 1996, propondo ainda um aumento da moldura penal “dos crimes relacionados com o jogo ilícito”, além de se aperfeiçoarem “as normas penais e processuais penais, incluindo a prorrogação dos prazos de duração máxima da prisão preventiva”. Filhos da madrugada Neste diploma sobre o jogo ilícito, uma das bandeiras do Executivo, clarifica-se o acto de “aposta paralela”, a fim de “evitar discussões desnecessárias” na hora de aplicar a lei, esclarece o Conselho Executivo. É também proposta a proibição “da exploração, promoção e organização de jogos de fortuna ou azar e apostas mútuas online, independentemente de os sistemas, dispositivos e equipamentos informáticos envolvidos estarem ou não instalados em Macau”. Uma vez que, na maior parte dos casos, os crimes “são praticados no período nocturno”, o diploma em causa propõe que “para determinados crimes seja permitida a busca domiciliária entre as 21h e as 7h”. Além do aumento da moldura penal, destaque ainda para “o aumento do valor das multas pelas infracções administrativas relacionadas com o jogo ilícito e o aperfeiçoamento de disposições”, a fim de “aperfeiçoar ainda mais o regime sancionatório relativo às infracções administrativas e a reforçar os seus efeitos dissuasores”.
Hoje Macau PolíticaMédia | Jornalistas vão a Pequim estudar pensamento de Xi Um grupo de 20 jornalistas de Macau vão a Pequim participar num curso de formação dirigido à comunicação social sobre o estado da nação, que será ministrado na Universidade Renmin da China. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o secretário-geral da Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau, Chui Chi Tou, apontou que o objectivo do curso é dar aos formandos conhecimentos sobre a situação do país e o desenvolvimento nacional. O conteúdo do curso inclui o estudo do espírito do 20.º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês, o pensamento de Xi Jinping sobre o papel da cultura, relações internacionais, o grande rejuvenescimento e a acção chinesa. Os jornalistas locais também vão visitar o Museu do Partido Comunista Chinês e instalações de meios de comunicação estatais.
João Luz Manchete PolíticaSalários | Dois terços dos trabalhadores sem aumentos há três anos Cerca de 75 por cento dos trabalhadores que participaram num inquérito dos Operários não têm aumentos salariais desde a pandemia, enquanto quase 20 por cento revela ter sofrido cortes salariais. Mais de metade dos inquiridos teme perder o emprego, num claro contraste com a retórica da recuperação económica Uma das tónicas dos discursos políticos locais na segunda metade deste ano passa por enaltecer a recuperação económica, linha de pensamento que esbarra numa realidade revelada ontem por um inquérito feito pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Intitulado “Inquérito à Situação de Emprego em Várias Indústrias de 2023”, o estudo contou com a participação de 3.115 trabalhadores, com respostas dadas ao longo do ano. Entre as estatísticas mais gritantes, destaque para os quase 75 por cento dos inquiridos que indicaram não ter aumentos salariais desde o início da pandemia e os quase 20 por cento que foram mais longe e disseram ter sofrido cortes orçamentais. Em relação às perspectivas de futuro, mais de metade dos inquiridos admitiu preocupações sobre a estabilidade do seu emprego, enquanto mais de 40 por cento concordou que o trabalho ilegal em Macau é um problema sério que deve ser resolvido. Soluções procuram-se Durante a apresentação dos resultados do inquérito, o deputado e dirigente da FAOM Leung Sun Iok endereçou a questão dos salários congelados, afirmando que é preciso aumentar a protecção dos direitos laborais, para que acompanhem o desenvolvimento económico e social. O deputado especificou que as leis laborais deveriam ser revistas no que diz respeito ao horário de trabalho, horas extra, licença de maternidade e direitos durante a gravidez. Recordando os aumentos da Função Pública e do salário mínimo, Leung Sun Iok defendeu que o patronato do sector privado deveria ser encorajado a aumentar os salários de forma adequada, não especificando, no entanto, como, nem em que valor. A formação profissional foi outro dos pontos de destaque da apresentação de ontem, com o deputado da FAOM a reforçar a ideia de que é preciso corresponder às preocupações dos residentes. Leung Sun Iok sugeriu que o Governo combine a lei de captação de quadros qualificados com um sistema de tutelagem, promovendo a relação entre mentor e aprendiz, aplicados à política de diversificação económica focada nas indústrias prioritárias. Outra proposta, é a abordagem multidisciplinar à empregabilidade dos jovens de Macau, envolvendo Governo, universidades e empresas, através de programas de estágio. A FAOM aconselha uma abordagem semelhante para endereçar o regresso ao mercado de trabalho de pessoas entre os 46 e os 66 anos, em especial devido aos elevados salários que auferiam até perderem o emprego. Como tal, é sugerida a promoção de estágios de readaptação a um novo trabalho, incentivos com dinheiros públicos à contratação de profissionais nesta faixa etária, assim como um programa de certificação de empresas para quem conte nos seus quadros com trabalhadores de meia-idade ou de terceira idade.
Hoje Macau China / ÁsiaFaixa de Gaza | Qatar promete continuar a tentar um cessar-fogo O Qatar garantiu ontem que prossegue os esforços de mediação para obter um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas, mas alertou que os incessantes bombardeamentos israelitas reduzem as possibilidades de um resultado positivo. “Os nossos esforços, (…) em conjunto com os nossos parceiros, continuam. Não vamos desistir”, afirmou o primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, no Fórum de Doha. Reconheceu, no entanto, que “a continuação dos bombardeamentos está a reduzir essas possibilidades”, segundo a agência francesa AFP. O Qatar desempenhou um papel fundamental nas negociações de uma trégua de sete dias no final de Novembro, durante a qual dezenas de reféns israelitas foram trocados por prisioneiros palestinianos, até ao recomeço dos combates em 01 de Dezembro. Os Estados Unidos, principal aliado de Israel nesta guerra, vetaram na sexta-feira uma resolução que apelava para um cessar-fogo. “Estamos determinados a libertar os reféns, mas também estamos determinados a parar a guerra”, afirmou o primeiro-ministro do Qatar. Mas “não vemos a mesma vontade de ambos os lados” e “os bombardeamentos contínuos reduzem as nossas possibilidades”, admitiu.
Roderick Ptak VozesA Doutrina Monroe: 200 Anos de Padecimento Há duzentos anos, no início de Dezembro de 1823, o Presidente americano James Monroe proferiu um discurso no Congresso onde enfatizou a sua visão para o futuro da política externa dos Estados Unidos. Mais tarde, esta visão ficou conhecida como a Doutrina Monroe. Entre outras coisas, Monroe propagandeava a existência de duas esferas. Declarou que deixava de ser tolerável que as potências europeias continuassem a interferir nas Américas. Simultaneamente, ameaçava que Washington entraria em acção se os europeus ignorassem esta nova regra. A América passaria a ser para os americanos; as potências coloniais europeias deveriam manter-se afastadas do Novo Mundo. O contexto político da nova doutrina configurava um cenário complexo. A Grã-Bretanha estava em ascensão. A França tinha perdido algumas colónias, mas continuava a ser a rival da Grã-Bretanha. A Rússia tinha passado a marcar presença no Norte do Pacífico e no Alasca. Muitas das colónias espanholas da América do Sul e da América Central tinham-se tornado independentes. Washington temia que as potências europeias tentassem reverter a situação. Os EUA tinham acabado de expandir o seu território ao anexarem a Louisiana e a Flórida. Embora Washington não tenha conseguido incorporar vastas zonas, agora pertencentes ao Canadá, a economia americana crescia, e foi-se tornando gradualmente evidente que a América ia tentar expandir a sua influência política ao Pacífico e ainda mais além – contra os interesses da Espanha, da Rússia e de outros países. Historiadores sugeriram alguns factores que possam ter motivado o discurso programático de Monroe. Um desses factores era o interesse económico de longa data nos novos mercados emergentes. O comércio entre os Estados Unidos e o universo onde se fala castelhano era ainda diminuto em comparação com o comércio entre os americanos e outras zonas, mas havia planos para explorar o mundo latino através de empresas americanas. A ideologia é outro aspecto a ter em consideração. Visto de uma perspectiva de maior alcance, este factor passou a ser um elemento dominante na política dos EUA. Simplificando, Monroe estava convencido de que o seu país tinha uma missão especial: Acreditava na superioridade dos EUA. Era suposto Washington exportar o modelo republicano americano, que ele acreditava ser mais progressista do que outras formas de governação. Os EUA tinham o dever de propagar as ideias americanas pelo mundo; A América agia bem, enquanto os outros agiam mal. Estes ideais entrosam no princípio do chamado “destino manifesto” – um princípio com dimensões religiosas. Nos seus corações, os líderes políticos de Washington opunham-se ao Catolicismo; favoreciam as ideias Protestantes e Calvinistas. Pregavam a liberdade, mas na essência a sua “jihad” ideológica servia os interesses nacionais ou, mais precisamente, os interesses de capitalistas gananciosos. Especialistas em História americana analisaram como a “doutrina Monroe” foi posta em acção durante o séc. XIX e em períodos mais recentes. A Guatemala é um exemplo negro desta doutrina. Na década de 50 do séc. XX, a CIA interveio com sucesso neste país – para apoiar a “United Fruit Company”, uma grande empresa americana. Cuba é outro exemplo. Tentou defender os seus legítimos interesses contra a pressão de Washington. No entanto, as elites “iluminadas” da Casa Branca e do Pentágono ignoraram esses interesses. Nos anos 60, estas fricções quase conduziram a um conflito nuclear com a União Soviética. Muito depois, tropas americanas desembarcaram na ilha de Granada, apenas para mencionar mais uma de muitas histórias tristes. O panorama no Pacífico não era melhor. Já no séc. XIX, os Estados Unidos anexaram o Havai. Também forçaram o Japão a abrir as suas portas e instaram os japoneses a expandir-se ao continente asiático. A ideia era levar o Japão a impedir o fortalecimento das posições russas no Nordeste asiático. A China foi vítima deste processo. Os americanos estavam envolvidos no tráfico de ópio e de trabalhadores chineses para a América. Evidentemente, a “constituição liberal” tinha algumas deficiências. Milhares morreram durante a longa viagem através do Oceano Pacífico. Infelizmente, Macau serviu como porto no comércio de “coolies”, mas era a procura americana que incrementava este negócio sujo e Hong Kong passou a toma-lhe as rédeas. Isto porque os britânicos também transportavam milhares de chineses para o Sudeste asiático e para outros destinos. Em resumo, a “Doutrina Monroe” legitimava Washington para gradualmente expandir as suas “fronteiras” para Oeste, através do Oceano Pacífico em direcção à costa Leste da Ásia, em prol dos interesses dos empresários e dos políticos racistas que acreditavam serem melhores e mais civilizados do que os outros. Depois da 2ª. Guerra Mundial, a chamada “Doutrina Truman” e a “Política de confinamento” americana tornaram-se os novos rótulos para as antigas ideias de Monroe. A América proclamava a liberdade e a independência, mais apoiava muitos governantes criminosos em todo o mundo, porque estes indivíduos serviam as necessidades económicas americanas. Mas pior do que isso: As tropas americanas intervieram na Coreia e no Vietname. Apesar de enormes quantidades de bombas químicas terem sido lançadas durante a guerra do Vietname, esta terrível “aventura” do imperialismo americano terminou em desastre. Podíamos argumentar que, nessa altura, poderia ter havido um ponto de viragem na História da política externa de Washington. Outra faceta desta questão foi a crise das Ilhas Falkland (ou Ilhas Malvinas). Os britânicos travaram teimosamente uma guerra contra a Argentina. Estranhamente, os EUA não intervieram. A atitude passiva de Washington não estava claramente em consonância com a antiga ideia de que a América deveria pertencer aos americanos. O que é que isto nos diz? Diz-nos que Washington e Londres se movem na mesma direcção. Com efeito, os dois já se tinham tornado aliados há muito tempo. Washington aceitou o seu antigo professor na qualidade de parceiro júnior. Ambos estavam empenhados em explorar terceiros. Mais recentemente, lutaram juntos no Médio Oriente. Actualmente, jogam o jogo de “divide et impera” no continente europeu. Entretanto, a “liaison” anglo-americana também conduziu ao tratado AUKUS e à ideia dos chamados “Cinco Olhos”, uma espécie de aliança dos serviços secretos dos cinco países anglófonos mais poderosos, os EUA, a Grã-Bretanha, a Austrália, a Nova Zelândia, e – paradoxalmente – o Canadá (“paradoxalmente”, porque o Canadá é bilingue). Até onde podemos observar, a “doutrina Monroe”, embrulhada em novas e coloridas vestimentas, está bem viva. Centenas de livros muito vendidos, escritos por académicos e políticos dos Estados Unidos, dão conselhos sobre o que o público e os líderes locais norte-americanos devem fazer: Não devem apenas estar atentos ao universo latino, mas também devem prestar atenção a todas as áreas deste planeta, e devem preparar-se para intervenções militares e também para outro tipo de intervenções. O direito dos povos à auto-determinação não é claramente compatível com a ideologia de Washington. Washington ignorou mais do que uma vez a voz das Nações Unidas. Os slogans “Excepcionalismo americano” e “América em primeiro lugar” tornaram-se ingredientes importantes da política americana. Colocar a culpa nos outros é mais uma ferramenta. A América criou uma identidade para si própria– uma identidade cheia de contradições. Isso explica o “cultivo” sistemático de imagens negativas: Indivíduos, comunidades e países que não querem aceitar o “American way” são inimigos potenciais. Passam a ser considerados responsáveis por todo o mal e por todas as desgraças que acontecem à nossa volta. Uma vez a Grã-Bretanha ensinou o mundo a enegrecer a história dos ibéricos e do catolicismo. Nasceu daí a “leyenda negra”. Entretanto, existem muitas “leyendas” deste tipo. Uma delas é que a China é agressiva, que deseja controlar tudo através da iniciativa “Nova Rota da Seda”. Notícias falsas, mentiras, e manipulação da opinião pública de outros países – todos estes elementos “enriqueceram” o catálogo de ferramentas das políticas originais de Monroe. A China tentou persuadir Biden a agir com sensatez, mas irão estas tentativas de “détente” ajudar? Poderá uma ideologia cegar uma nação? Duzentos anos de uma doutrina que causou muito sofrimento e ameaça o mundo de muitas maneiras: não há certamente nada para celebrar, mas devemos, pelo menos, chamar a atenção para este perigo permanente e para a ideologia absurda que lhe está subjacente.
Hoje Macau China / ÁsiaIlhas Spratly | Navio filipino e embarcação chinesa colidem As disputas territoriais continuam a agitar as águas das ilhas Spratly. Autoridades filipinas e chinesas acusam-se mutuamente de ter provocado a colisão entre as duas embarcações Um navio filipino em missão de reabastecimento foi ontem abalroado por um navio da guarda costeira chinesa, disseram as autoridades filipinas, enquanto a China acusou o navio de “colidir deliberadamente” com a embarcação chinesa. Um navio chinês também “disparou um canhão de água” contra três navios filipinos envolvidos na missão de reabastecimento, causando “graves danos no motor” de uma das embarcações, disse o porta-voz da Guarda Costeira para o mar das Filipinas Ocidental Jay Tarriela, numa mensagem divulgada na rede social X (antigo Twitter). Já a guarda costeira chinesa, indicou que quatro navios filipinos “entraram ilegalmente” nas águas das ilhas Spratly, reivindicadas pela China, de acordo com um comunicado. Um navio filipino “não deu atenção aos múltiplos e severos avisos (…) e mudou subitamente de direcção de forma pouco profissional e perigosa, colidindo deliberadamente com o navio da guarda costeira 21556” chinesa, acrescentou a mesma nota das autoridades chinesas. Com história O incidente perto de Second Thomas, um atol nas ilhas Spratly, ocorre um dia depois de outro confronto entre guardas costeiros chineses que “obstruíram com canhões de água” três barcos do governo filipino que estavam a abastecer pescadores filipinos perto de Scarborough Shoal, um recife controlado por Pequim ao largo da ilha filipina de Luzon. Manila e Pequim têm uma longa história de disputas marítimas no mar do Sul da China, por onde passam anualmente milhares de milhões de dólares em mercadorias. As Filipinas, o Brunei, a Malásia, Taiwan e o Vietname também reivindicam vários recifes e ilhotas naquele mar, algumas das quais podem conter ricas reservas de petróleo.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Anunciado reforço de “supervisão disciplinar” para 2024 na China A liderança chinesa previu sexta-feira mais “inspeções e supervisões disciplinares”, em 2024, e defendeu as punições contra altos quadros ao longo deste ano, ao abrigo da mais persistente campanha anti-corrupção na História da China comunista. “Este ano, promovemos a construção de um Partido Comunista e governo limpos, lutámos contra a corrupção e continuámos a promover e a melhorar o nosso rigoroso sistema de governação”, afirmou sexta-feira o Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), no final de uma reunião presidida pelo secretário-geral e líder do país, Xi Jinping, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. O PCC afirmou ter “forjado um exército de ferro de inspecção e supervisão disciplinar” que alcançou “novos avanços e novos resultados” em 2023. “As agências de inspecção e supervisão disciplinar devem continuar a aprofundar a disciplina e a luta contra a corrupção”, apontou, num comunicado difundido pela Xinhua. “É necessário reforçar a supervisão política” e “defender eficazmente a unidade do PCC”, acrescentou. O regime comunista salientou que é preciso uma “rectificação especial” para “resolver problemas de corrupção industrial, sistémica e regional relativamente importantes” e “investigar e resolver a ‘corrupção das moscas e das formigas’ que rodeia o povo”. A agência máxima anti-corrupção da China já alertou esta semana para o facto de ter detectado “novas vias” para receber subornos e presentes dispendiosos, apesar da intensa luta das autoridades para erradicar a corrupção. “Trata-se de erradicar resolutamente as condições que geram a corrupção, o que exige uma supervisão suave, conjunta e eficaz, bem como uma equipa de inspecção profissional com um profundo espírito revolucionário”, concluiu a reunião. Após ascender ao poder, em 2012, Xi Jinping lançou a mais ampla e persistente campanha anticorrupção desde a fundação da República Popular da China, em 1949. Milhares de altos funcionários chineses foram condenados por aceitarem subornos no valor de milhões.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | China decepcionada com veto americano a cessar-fogo A China expressou sábado “profunda decepção” com o veto dos EUA a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo imediato em Gaza, apresentada pelos Emirados Árabes Unidos e patrocinada por 97 países membros. A proposta “reflecte o apelo universal da comunidade internacional e representa a direcção certa para o restabelecimento da paz”, afirmou o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, citado pela televisão estatal CGTN. “A China apoia totalmente esta iniciativa e juntou-se à pressão para a elaboração deste projecto de resolução”, acrescentou Zhang, que acusou Washington de empregar “dois pesos e duas medidas” ao falar da protecção das mulheres, das crianças e dos direitos humanos, enquanto “consente” na continuação do conflito. Zhang apelou ainda a Israel para que ponha fim à “punição colectiva do povo de Gaza”. Esta é a segunda vez, desde o início da guerra em Gaza, que os EUA vetam uma resolução no mesmo sentido – fizeram-no a 18 de Outubro – alinhando assim com Israel, que argumenta que um cessar-fogo deste tipo ajudaria o Hamas a rearmar-se e a manter em cativeiro os 138 reféns na Faixa de Gaza. A 18 de Outubro, os EUA vetaram também, sozinhos, uma resolução de cessar-fogo semelhante apresentada pelo Brasil, argumentando que não mencionava o direito de auto-defesa de Israel. Esta última votação foi realizada a pedido do próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, que na semana passada recorreu a um mecanismo excepcional da carta fundadora do organismo, o artigo 99, que lhe dá poderes para solicitar a intervenção do Conselho de Segurança em casos de ameaças graves à paz e à segurança no mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaVistos chineses | Preços diminuem 25 por cento As embaixadas e consulados chineses vão reduzir o custo para processamento de vistos em 25 por cento, até ao final de 2024, numa altura em que a China tenta atrair turistas estrangeiros, após ter encerrado as fronteiras durante três anos. A medida visa “promover o intercâmbio transfronteiriço de pessoal”, lê-se num comunicado publicado na conta dos Assuntos Consulares da China, na rede social WeChat. No mês passado, a China anunciou que os cidadãos de cinco países da União Europeia – Alemanha, Espanha, França, Itália e Países Baixos – vão passar a ter isenção de visto para estadias de até 15 dias no país. Esta medida temporária vigora entre 1 de Dezembro de 2023 e 30 de Novembro de 2024. A decisão surge quase um ano após a China ter abdicado da política de ‘zero casos’ de covid-19. Ao abrigo daquela estratégia, o país manteve as fronteiras praticamente encerradas durante quase três anos: quem chegava do exterior tinha que cumprir um período de quarentena de até 21 dias, em hotéis designados pelo governo, enquanto o número de ligações aéreas ao país foi reduzido a 2 por cento, face ao período anterior à pandemia. A China tomou outras medidas este ano para impulsionar o número de visitas ao país. As carteiras digitais WeChat Pay e Alipay anunciaram, em Julho passado, que os seus sistemas de pagamento estão disponíveis para utilizadores estrangeiros que visitam o país e que, por vezes, têm dificuldade em realizar pagamentos e usar determinados serviços.
Hoje Macau China / ÁsiaRelatório | “Uma Faixa, Uma Rota” alivia a fome em vários países Após uma década de cooperação agrícola no âmbito da Iniciativa do “Uma Faixa, Uma Rota”, a China ajudou a aumentar a produção agrícola em muitos países parceiros e a aliviar a fome entre as populações locais, segundo um relatório divulgado na quinta-feira pela Fundação Chinesa para o Desenvolvimento dos Direitos Humanos e a Pesquisa da Nova China (NCR), think tank da Xinhua. O relatório, intitulado “Por um mundo melhor – analisando a última década de busca conjunta da Iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ a partir de uma perspectiva de direitos humanos”, aponta que a fome tem sido um dos problemas mais graves enfrentados pelo mundo, e a cooperação agrícola é uma das áreas críticas da construção cooperativa da iniciativa. O relatório refere que a China assinou mais de 100 documentos de cooperação agrícola e pesqueira com cerca de 90 países parceiros e organizações internacionais, e estabeleceu mecanismos regionais de cooperação agrícola, como o mecanismo de cooperação “10+10” para instituições de investigação agrícola sino-africana, promovendo activamente a cooperação regional em segurança alimentar. Em 2021, a China enviou mais de 2 mil especialistas e técnicos agrícolas para mais de 70 países e regiões, promoveu e demonstrou mais de 1.500 tecnologias agrícolas em muitos países e ajudou os projectos a aumentar a produção em 40 por cento a 70 por cento em média, diz o relatório.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia chinesa | Recuperação deverá acentuar-se em 2024 A reunião do Partido Comunista da China, presidida por Xi Jinping, deixou indicações optimistas para 2024. A consolidação da recuperação económica, após três anos de pandemia, deverá passar pela execução de políticas monetárias prudentes e pela expansão do consumo interno A China vai procurar “estimular a procura interna e consolidar a recuperação económica em 2024”, concluiu sexta-feira a cúpula do Partido Comunista da China (PCC), numa reunião presidida pelo líder do país, Xi Jinping. O Comité Permanente do Politburo, o mais alto órgão de decisão do PCC, garantiu que o país vai continuar com “uma política monetária prudente e uma política fiscal pró-activa” no próximo ano, de acordo com os órgãos estatais. “A China vai ganhar vitalidade económica, prevenir e resolver os riscos, melhorar as perspectivas sociais, consolidar e reforçar a recuperação económica e continuar a promover a melhoria efectiva da qualidade e do crescimento da economia”, apontou a cúpula do poder chinês, num comunicado difundido pela agência noticiosa oficial Xinhua. O PCC estipulou que são necessários “esforços” para “expandir a procura interna” e promover o consumo e o investimento. “Este é o ano da recuperação após três anos de prevenção e controlo contra a covid-19. Resistimos às pressões externas e ultrapassámos as dificuldades internas. Agora é tempo de expandir a procura interna, optimizar a estrutura económica, reforçar a confiança e prevenir e desativar os riscos”, lê-se no texto. A mesma nota assegurou que a economia do país regista “progressos sólidos” com “bases para um desenvolvimento seguro”. “Temos de continuar a dar um forte impulso ao desenvolvimento de alta qualidade. É necessário alargar a abertura de alto nível ao mundo exterior e consolidar os fundamentos do comércio externo e do investimento estrangeiro”, defendeu o PCC. Previsões e notações Nos últimos meses, Pequim tentou estimular a fraca recuperação económica pós-pandemia, face à crise imobiliária, riscos da dívida das administrações locais, fraco crescimento global e tensões geopolíticas. A agência de notação financeira Moody’s afirmou esta semana que vê “cada vez mais indícios” de que Pequim vai prestar “apoio financeiro” aos governos locais e regionais que enfrentam problemas de liquidez, o que “colocará em risco a força fiscal, económica e institucional da China”, com perigos também num possível abrandamento “estrutural e persistente” do crescimento. A indicação da Moody’s já mereceu a contestação das autoridades chinesas (ver página 2). No entanto, a empresa manteve a notação A1 para a dívida chinesa, considerando que Pequim dispõe de recursos financeiros e institucionais suficientes para “gerir esta transição de forma ordenada”, e que a grande dimensão da sua economia é também uma protecção contra a absorção destes riscos. A economia chinesa vai crescer 5,4 por cento este ano, mas abrandará para 4,6 por cento em 2024, devido à “fraqueza contínua” do mercado imobiliário e à “fraca” procura externa, previu em Novembro o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Paulo Maia e Carmo Via do MeioAs Nuvens Sobre a Mesa de Yang Jin Tao Hongjing (456-536), o sábio daoísta multifacetado nascido em Moling, perto da capital Jiankang, a actual Nanquim e que seria autor de estimados textos que esclareceriam o Dao, como o Zhengao, a «Declaração do Aperfeiçoado», teve desde muito cedo a intuição de que o lugar a que pertencia, a sua pátria electiva, era no meio das montanhas Juqu, hoje designadas Maoshan. Para lá se dirigiu desde 492 e apesar da distância e do isolamento, a sua fama de eremita erudito, yinshi, foi-se estendendo sempre ao longo dos mais de oitenta anos da sua vida que decorreu num período especialmente turbulento que viu sucederem-se treze imperadores. O mais memorável de entre eles era também uma personalidade notável capaz de reconhecer a luz que brilhava no escuro no meio das montanhas. Xiao Yan (464-549) que fundaria uma nova dinastia terá consultado Tao Hongjing para escolher um nome auspicioso para o seu reinado. Desde então chamado imperador Wu de Liang (r. 502-549) uma palavra de múltiplos sentidos que incluem a ideia de uma cadeia montanhosa, não cessou de honrar o daoísta a quem atribuiu o título de «chanceler das montanhas» e para quem mandou erigir, onde ele vivia, o eremitério Zhuyang guan, a «Abadia Yang da cor cinábrio». Entre os dois desenvolveu-se uma fecunda relação literária e espiritual nascida da aparente contradição entre um homem que aprofundava o Dao e outro que foi responsável por uma progressiva disseminação e sinização do Budismo, que declarou como religião oficial do Estado. No final ambos reconhecendo os méritos do outro, contribuindo para a heterogénea religião nacional. Da conversação literária entre os dois foi guardado um esclarecedor poema de Tao Hongjing dirigido a Xiao Yan: Perguntou-me o que há de tão interessante nas montanhas, e há tantas nuvens brancas pairando sobre os cumes. Mas só cada um, por si só, as pode admirar. Não as podemos segurar nas mãos para vo-las apresentar, senhor. Yang Jin (1644-1728), um pintor erudito que contribuiu para a exuberante riqueza visual exibida pela dinastia Qing no seu desejo de assumir a herança cultural vinda de dinastias precedentes, colaborando com o seu mestre Wang Hui (1632-1717) na ilustração das Viagens ao Sul do imperador Kangxi, prolongaria aquele inolvidável diálogo através de um poema. Numa pintura feita para o álbum de dezasseis folhas, Paisagens a partir de antigos mestres (tinta e cor sobre papel, 27, 9 x 30,8 cm, no Metmuseum) em que participam outros cinco pintores, sobre uma paisagem enevoada ao estilo de Mi Fu (1051-1107) escreveu: A chuva abandonando as vastas regiões despovoadas faz as cores da madrugada transparecem e surge o azul celeste dos vapores de montanhas distantes. Nuvens brancas enchem a minha mesa ao desenrolar a pintura. Quem pode dizer que elas não podem ser enviadas a um senhor?
Hoje Macau EventosConcerto | “A Paixão do Buda”, de Tan Dun, no MGM em Janeiro O compositor Tan Dun, autor de diversas bandas sonoras de filmes chineses e criador do espectáculo “Buddha Passion” [A Paixão do Buda] traz ao MGM Theatre a sua criação musical nos dias 1 e 2 de Janeiro. O concerto que conta a história dos murais da cidade chinesa de Dunhuang, na província de Gansu, conta com a presença da Orquestra Sinfónica e o Coro da Sala de Concertos de Lanzhou Nos dias 1 e 2 de Janeiro será possível ver e ouvir, no MGM Theatre, o espectáculo criado por um dos mais aclamados nomes da música e composição chinesas da actualidade. Trata-se de “Buddha Passion” [A Paixão do Buda], criado por Tan Dun, em homenagem aos trabalhos murais dispostos nas Grutas de Mogao, na cidade chinesa de Dunhuang, na província de Gansu. Em digressão desde 2018, “A Paixão do Buda” apresenta-se pela primeira vez em Macau, sendo composto, segundo um comunicado da MGM, por “um extraordinário alinhamento musical”, uma vez que Tan Dun irá dirigir em palco a Orquestra Sinfónica e o Coro da Sala de Concertos de Lanzhou. O espectáculo revela pedaços da cultura musical da histórica cidade chinesa de Dunhuang, contando com diversas colaborações de intérpretes da música tradicional deste lugar e vocalistas internacionais, como é o caso do cantor tibetano Zeren Yangjin; Hasibagen, cantor e antigo intérprete de Xiqin, de Dunhuang; o dançarino de “Fantan Pipa” de Dunhuang, Chen Yining; a soprano Candice Chung, a mezzo-soprano Liu Niru, o tenor Henry Ngan e ainda o baixista Yang Yi. A música de “A Paixão do Buda” será complementada pelas imagens exibidas num ecrã LED de 28 milhões de pixels disponível na sala do MGM Theatre, criando-se “uma fusão imersiva de música e tecnologia”. Estes são os ingredientes escolhidos para celebrar os 75 anos da fundação da República Popular da China e os 25 anos da transição da administração portuguesa de Macau para a China, aponta a operadora de jogo. Palavra de compositor Citado pelo mesmo comunicado, Tan Dun descreveu que, ao criar o “Buddha Passion”, pretendeu “trazer os murais de Dunhuang para o palco mundial através da música”, esperando “animar o espírito cultural, artístico e filosófico da antiga Dunhuang”. “Através da fusão harmoniosa de elementos auditivos e visuais, criaremos de forma inovadora uma atmosfera imersiva que transmite ao público de Macau o espírito compassivo e bondoso da cultura de Dunhuang”, disse ainda. “A Paixão do Buda” tem sido aclamado em todo o mundo desde a sua estreia, sendo que Tan Dun esteve mais de seis anos a compor e a criar todo o espectáculo. O concerto acontece em seis actos, nomeadamente “Árvore Bodhi”, “O Cervo das Nove Cores”, “Mil Braços e Mil Olhos”, “Jardim Zen”, “Sutra do Coração” e “Nirvana”. Neste concerto, fundem-se “elementos da música chinesa e ocidental” juntamente com “vozes em língua chinesa para narrar as histórias filosóficas orientais retratadas nos murais [de Dunhuang]”. Este espectáculo mostra ainda ao mundo “os valores culturais e filosóficos de igualdade, dedicação e filantropia inerentes à cultura chinesa de Dunhuang”, descreve-se na mesma nota. Os murais de Dunhuang encontram-se nas Grutas de Mogao, que formam um conjunto de 735 grutas com mais de 45 mil metros quadrados de pinturas murais. Trata-se do maior acervo de arte budista do mundo, combinando a arte com a escultura e a arquitectura. Tan Dun é ainda autor de bandas sonoras de filmes como “O Tigre e o Dragão”, pela qual ganhou o Óscar de Melhor Banda Sonora, e “Herói”, além de ter composto a música de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. O compositor chinês é referenciado pelo jornal norte-americano New York Times como um dos dez músicos do género “World Music” mais importantes do mundo, além de ser tido como um dos dez chineses mais influentes no mundo por parte dez meios de comunicação social chineses.
Hoje Macau SociedadeDroga | Três detidos por suspeita de tráfico de 6Kg de cocaína Três pessoas foram detidas por alegado envolvimento num caso de tráfico de droga em que as autoridades de Macau e Hong Kong apreenderam 16 garrafas de vinho contendo cocaína líquida, com um peso total de 6 quilogramas. Segundo a estimativa das autoridades policiais, a droga terá um valor aproximado de 26,4 milhões de patacas. A Polícia Judiciária (PJ) indicou na quinta-feira que em Macau foram detidos um homem, de 28 anos, e uma mulher, de 27 anos, num hotel do Cotai, ambos residentes de Taiwan. O outro suspeito, um cidadão da Malásia de 23 anos, foi detido pela polícia de Hong Kong em Tsuen Wan Segundo a PJ, os dois suspeitos afirmaram ser desempregados e ter recebido a promessa de pagamento de cerca de 51 mil patacas se transportassem vinho para Macau, território onde nunca tinham estado. Porém, não adiantaram mais informações às autoridades. Também na quinta-feira, a PJ revelou outro caso de tráfico de cocaína que envolveu um estrangeiro que voou para Macau a partir de Kuala Lumpur, na Malásia. No interior do corpo transportava 45 embalagens de cocaína com um peso total de um quilograma.
Andreia Sofia Silva SociedadeInfecções respiratórias | Secretária diz que está tudo controlado A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, referiu ontem que o panorama das infecções respiratórias está controlado ainda que se verifique “semanalmente um ligeiro aumento dos casos de gripe e pneumonia que levam as pessoas a recorrer aos serviços de urgência”. Falando aos jornalistas à margem da Marcha da Caridade por Um Milhão, que decorreu ontem, a governante adiantou que os casos de infecções respiratórias “estão ainda num nível baixo”, além de que “as autoridades de saúde dispõem de mecanismos e planos de reposta para lidar com a situação, não havendo necessidade de preocupação por parte da população”. Relativamente à actualização das orientações sobre o uso de máscaras pelo Interior da China, a secretária sublinhou que as orientações do uso de máscaras pelas autoridades de Macau estão em consonância com as medidas do Interior da China, como por exemplo o uso de máscaras nos hospitais e lares de idosos, pelo que “os cidadãos não precisam de se preocupar”.
Andreia Sofia Silva SociedadeZhuhai | Filha de residente assassinada com apoio psicológico A filha de uma residente de Macau recentemente assassinada em Zhuhai está a receber apoio psicológico disponibilizado pela Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). Segundo um comunicado desta entidade, a filha estuda numa universidade do interior da China, tendo sido feita uma “comunicação imediata” com a instituição do ensino superior a fim de enviar um profissional para dar o apoio necessário neste caso. Além disso, o Fundo de Desenvolvimento Educativo da DSEDJ accionou o grupo de trabalho de emergência a fim de conceder à estudante uma bolsa empréstimo de 50 mil patacas para “satisfazer necessidades de curto prazo”. A DSEDJ diz ainda estar em estreita comunicação com o Instituto de Acção Social a fim de criar medidas de apoio que possam ajudar a estudante a “satisfazer as necessidades financeiras, habitacionais e psicológicas” a longo prazo. Recorde-se que a residente, um outro filho de 9 anos e o actual companheiro, foram assassinados à facada no passado dia 2 à porta do prédio onde moravam no distrito de Xiangzhou, em Zhuhai, por um ex-namorado. O homicida suicidou-se de seguida.
Hoje Macau Manchete SociedadeSaúde | Dois dos 12 médicos portugueses candidatos devem ser recrutados Os Serviços de Saúde vão propor a contratação de dois dos 12 médicos portugueses que se candidataram para integrar a rede hospitalar do território. Os dois médicos são especialistas de Medicina Interna “Após a apreciação curricular do Centro Hospitalar Conde de São Januário, é proposta a contratação de dois médicos especialistas de Medicina Interna”, escreveram os Serviços de Saúde (SS) num email enviado à Lusa na sexta-feira à noite. A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, esteve no final de Maio em Portugal para abordar a possibilidade do recrutamento de profissionais portugueses. Em Outubro, o director dos SS, Alvis Lo Iek Long, referiu que, de um total de 12 médicos portugueses que se candidataram para trabalhar na RAEM, oito reuniam os requisitos para integrar a rede de saúde local. Contudo, no mês seguinte, admitiu que dos oito pré-seleccionados para trabalharam em Macau no novo Hospital das Ilhas, alguns já tinham desistido do processo, de acordo com a TDM – Rádio Macau. À margem do programa radiofónico “Fórum” da Ou Mun Tin Toi, canal da rádio da TDM em língua chinesa, o responsável notou que os especialistas invocaram razões pessoais. À Lusa, os SS vêm agora dizer que, dessas oito candidaturas, quatro foram submetidas por “portadores de bilhete de identidade de residente (BIR) de Macau, pelo que necessitam de obter a acreditação antes de preencherem os requisitos legais para o ingresso na carreira”. “Quanto aos restantes quatro, que são portadores de passaporte de Portugal, após a apreciação curricular do Centro Hospitalar Conde de São Januário, é proposta a contratação de dois médicos especialistas de Medicina Interna, sendo que os outros dois ainda necessitam de informações complementares e análises”, concluiu. Abaixo da média No final de Novembro, os Serviços de Saúde tinham dito à Lusa que, “de acordo com a situação dos recursos médicos” no território, as autoridades “continuam a recrutar os médicos especialistas com qualificações especiais, que estão em falta em Macau”. O novo Hospital Peking Union de Macau vai entrar em funcionamento, “a título experimental”, no final deste ano, reiterou o Governo em Outubro. Situado no Cotai, a infraestrutura tem uma área bruta de construção de cerca de 430 mil metros quadrados e é o maior complexo de cuidados de saúde do território. O coordenador do Gabinete Preparatório do Centro Médico de Macau do novo hospital anunciou, em Setembro, a abertura de concurso para preencher 200 vagas para médicos, enfermeiros, funcionários técnicos e administrativos. Em declarações à Ou Mun Tin Toi, Lei Wai Seng não excluiu a contratação de médicos do exterior, incluindo de Portugal. Ainda recentemente, numa interpelação escrita, o deputado Che Sai Wang citou dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), dizendo que, até 2022, havia 1.965 médicos em Macau, ou seja, “2,9 médicos por cada mil habitantes”. “Estabelecendo a comparação com os países desenvolvidos, verifica-se que o número médio de médicos por cada mil habitantes é de 3,2 a 3,9, portanto existe ainda uma certa distância. Isto demonstra que o número de médicos em Macau não é suficiente para satisfazer as necessidades de assistência médica dos residentes”, salientou. Em resposta, Alvis Lo notou que os planos das autoridades apontam para três médicos por cada mil habitantes em 2025. Quanto aos passos seguintes, o director dos SS garantiu que “será também intensificada a formação de pessoal”. “Tendo em conta a procura de serviços de especialidade em Macau, os recursos humanos existentes e os necessários no futuro, será definido o número de vagas para a formação de médicos especialistas em Macau, e as diversas instituições de formação iniciarão, em breve, a formação de médicos especialistas, envolvendo mais de 60 vagas”, lê-se na resposta de Lo.