Turismo | Agnes Lam sugere a criação de pacotes familiares

Agnes Lam considera que o Governo deve ter em conta as tendências do turismo e adaptar a oferta. Uma das lacunas que destaca é a falta de produtos turísticos dedicados à família. A ex-deputada justifica a posição citando estatísticas nacionais que revelam que a larga maioria dos turistas são jovens interessados em tempo de qualidade com os filhos

 

A ex-deputada e académica Agnes Lam partilhou ontem no Facebook uma publicação a sugerir uma “receita” para a indústria do turismo, que basicamente passa pela adaptação à actualidade. Uma das sugestões é a atenção dos operadores e Governo ao crescimento do turismo ligado à família, com produtos que promovem interacções familiares e acesso a conteúdos didácticos para crianças.

A ex-deputada cita um estudo que analisa as tendências de consumo de turismo, em particular face à popularidade recente do turismo de cidade. O estudo realizado pela empresa chinesa Kurundata indica que a maioria dos turistas chineses que faz turismo citadino, 59,6 por cento, são mulheres. Além disso, mais de 40 por cento são pessoas casadas e com filhos. Outro dado estatístico, destacado por Agnes Lam no estudo “Percepções sobre a psicologia de consumo e tendências de consumo dos jovens que escolhem City Walk”, é que 59 por cento destes turistas têm licenciatura e rendimentos mensais médios de 10.860 renmenbis.

A ex-deputada sublinha que actualmente, mais de 70 por cento dos turistas que visitam Macau são do Interior da China e que a proporção de visitantes que chegam com visto individual continua a aumentar, face à proporção de excursionistas.

Ler os tempos

Face a estes dados, Agnes Lam afirma que as tendências de consumo no Interior da China apontam para o aumento das viagens individuais para passeios citadinos, sem trajectos planeados ou guias turísticos.

Nesse aspecto, o consumo familiar é um dos pontos que não deve ser esquecido pelas autoridades e operadores turísticos. Agnes Lam cita o estudo e recomenda ao Governo que tenha em atenção que estes turistas gastam dinheiro durante as escapadelas citadinas em livros de divulgação científica, materiais escolares, conteúdos pedagógicos, culturais e criativos, brinquedos e lembranças de exposições.

A ex-deputada refere que Macau deveria aproveitar os recursos museológicos ricos e recomendou que o Centro de Ciência, o Museu Marítimo e o Museu de Macau como possíveis polos de atracção turística.

1 Dez 2023

DSI | Mais apoio online para emergências no estrangeiro

A Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) alargou o serviço online de apoio em caso de emergência no estrangeiro, para dar uma resposta rápida a residentes de Macau que percam o documento de viagem da RAEM no estrangeiro e facilitar o seu regresso a Macau. Desde hoje, está disponível o referido apoio em mais de 200 embaixadas e consulados da China.

Caso os residentes de Macau maiores de 18 anos percam o documento de viagem da RAEM no estrangeiro, podem usar a aplicação para telemóvel “Conta Única de Macau” e pedir apoio em caso de emergência por motivos de extravio de documento de viagem. O apoio pode ser pedido a favor de familiares com quem viajem, “nomeadamente cônjuge, filhos com mais de 5 anos de idade à data da última emissão do BIR, pais e sogros. Para o efeito, os requerentes devem realizar o reconhecimento facial para verificação de identidade.

Após o preenchimento dos dados, o requerente recebe um SMS com um código de verificação válido por 24 horas e um número do pedido. Munido destes dados, o requerente deve então dirigir-se a uma embaixada ou consulado da China (designado na mensagem). Após a confirmação da identidade do requerente é emitido um título de viagem única para efeito de regresso a Macau.

1 Dez 2023

Demografia | Mais 22.500 TNR até ao final de Outubro

Até Outubro, mais de 22.500 pessoas juntaram-se ao número total de trabalhadores não-residentes em Macau. Ainda assim, são quase menos 21 mil face a Outubro de 2019. Os não-residentes de nacionalidade chinesa, a larguíssima maioria, quase recuperaram para níveis pré-pandémicos, enquanto a comunidade filipina não-residente caiu 16 por cento

 

O número de trabalhadores sem estatuto de residente em Macau subiu em Outubro, pelo nono mês consecutivo, aumentando em mais de 22.500 desde que atingiu, em Janeiro, o nível mensal mais baixo desde 2014. Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, no final de Outubro, a RAEM tinha 174.382 trabalhadores não-residentes (TNR), mais 2.638 do que no final de Setembro e o valor mais elevado desde Fevereiro de 2021.

As estatísticas, divulgadas ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, revelam que Macau ganhou 22.504 não-residentes desde Janeiro, mês em que a mão-de-obra vinda do exterior caiu para menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014.

O registo de Outubro deste ano, face ao mesmo mês de 2019, antes da pandemia lançar o mercado de trabalho no caos, revela que o número de TNR caiu mais de 10 por cento, de 195.209 trabalhadores para 174.382.

Analisando a variação entre a origem deste segmento da população, nos primeiros 10 meses do ano, registaram-se em Macau mais 14.662 TNR oriundos do Interior da China, totalizando mais de 120 mil. Aliás, a população não-residente chinesa em Outubro deste ano está quase ao nível do mesmo mês de 2019, com uma quebra de apenas 1,3 por cento.

A segunda nacionalidade que mais TNR fornece à população activa de Macau, a filipina, caiu 15,94 por cento entre Outubro deste ano e o mesmo mês de 2019, apesar de ter passado de 24.259 pessoas em Janeiro de 2023 para 28.084 em Outubro. Curiosamente, a comunidade indonésia cresceu entre Outubro deste ano e 2019, totalizando nas estatísticas mais recentes 5.952 pessoas.

Leque de empregos

Importa recordar que Macau tinha perdido quase 45.000 não-residentes (11,3 por cento da população activa) desde o pico máximo de 196.538, atingido em Dezembro de 2019, no início da pandemia. O sector da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou desde Janeiro, ganhando mais de 10.833 TNR, seguido da construção civil (mais 4.014) e dos empregados domésticos (mais 2.274).

A hotelaria e a restauração tinham sido precisamente os sectores mais atingidos pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, despedindo mais de 17.600 funcionários não-residentes desde Dezembro de 2019.

O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, reconheceu a 3 de Fevereiro que os hotéis locais têm sentido falta de pessoal e garantiu que iria negociar com as empresas ligadas ao turismo para “resolver o problema com que o sector se está a deparar”. Com Lusa

1 Dez 2023

AMCM | Investimentos dos residentes valorizaram

Nos primeiros seis meses do ano, os investimentos feitos por residentes de Macau valorizaram 6,4 por cento, de acordo com Resultados do Inquérito à Carteira de Investimentos, divulgados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). A estatística tem em conta os investimentos dos residentes de Macau. Em comparação com o período homólogo a valorização foi de 7,8 por cento.

No final de Junho, e em comparação com o final do ano passado, os investimentos em títulos representativos de capital correspondiam a 334,0 mil milhões de patacas, um acréscimo de 4 por cento, as obrigações a longo prazo totalizavam 658,6 mil milhões, um aumento de 10,4 por cento e as obrigações a curto prazo eram de 80,4 mil milhões de patacas, uma diminuição de 10,9 por cento.

Em termos da distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 47,2 por cento do total, sendo a restante aplicada principalmente na América do Norte (18,9 por cento), na Europa (15,3 por cento), no Atlântico Norte e Caraíbas (15,2 por cento) e na Oceânia (1,5 por cento).

1 Dez 2023

Turismo | Ho Iat Seng reuniu com responsável de Hainão

O Chefe do Executivo considera que é possível reforçar a cooperação com Hainão em áreas como turismo, cuidados médicos e educação. Também Feng Fei mostrou-se disponível para aprender com Macau

 

Ho Iat Seng afirma que Macau pode encontrar oportunidades para diversificar a economia em conjunto com a província de Hainão. As declarações foram prestadas, de acordo com o Gabinete de Comunicação Social, pelo Chefe do Executivo durante um encontro na Sede do Governo da RAEM com o secretário do Comité Provincial de Hainão do Partido Comunista da China (PCC) e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Provincial, Feng Fei.

No encontro, Ho Iat Seng admitiu que Macau segue as exigências do Governo Central e que procura mais oportunidades de colaboração. “O Chefe do Executivo revelou que, o Governo da RAEM, actualmente segue as exigências apresentadas pelo Governo Central, empenhando-se em adoptar a estratégia de desenvolvimento da diversificação adequada 1+4”, indicou.

Por outro lado, o líder do Governo apontou que Hainão promove “o seu posicionamento de desenvolvimento do porto de comércio livre” e que ambos os territórios podem “reforçar ainda mais a colaboração em vários campos, como turismo, cuidados médicos e educação”. “A cooperação entre os dois territórios mantem-se numa boa base, com uma perspectiva promissora e enorme potencial”, acrescentou Ho.

Actualmente, a província insular chinesa realiza na RAEM a iniciativa “Semana de Hainão em Macau”, de forma a promover-se. Ho Iat Seng afirmou esperar que os responsáveis da província aproveitem a visita para “compreender melhor” o desenvolvimento de Macau.

Turismo mútuo

Por sua vez, o secretário Feng Fei considerou que Macau dá “sinais de uma rápida recuperação” económica, e que “a sociedade apresenta-se estável e o desenvolvimento continua a demonstrar uma boa tendência de crescimento”.

Feng indicou também que Macau e Hainão têm “uma boa cooperação na área de turismo” e que com a RAEM a “avançar a sua posição no desenvolvimento de um centro mundial de turismo e lazer” que há “um espaço mais amplo” para as duas regiões se complementarem.

O governante do Interior apontou também que espera que Hainão “possa aprender com o sucesso de Macau no desenvolvimento das áreas dos cuidados médicos e da educação”.

Quanto à província que lidera, Feng Fei indicou que o Governo está a aproveitar “a oportunidade da construção do porto de comércio livre para impulsionar” o “desenvolvimento de alta qualidade da sociedade e da economia”.

1 Dez 2023

Patrícia Ribeiro, directora do IPOR: “Queremos muito trabalhar na China”

Patrícia Ribeiro traça um balanço positivo dos quase cinco meses desde que assumiu a direcção do Instituto Português do Oriente, após um período difícil com perda de formandos e limitações. Para o futuro, a nova directora aponta à expansão das actividades do IPOR além do ensino do português dentro da sala de aula

 

Que balanço faz da actividade do Instituto Português do Oriente (IPOR), desde que tomou posso como directora no passado mês de Julho?

Estes primeiros meses têm sido muito trabalhosos porque estamos a tentar organizar o ano de 2024. Fizemos alguns pontos de situação dos últimos três anos, porque houve condicionantes bastante variadas em Macau para o nosso trabalho. Tentámos ver em que medida tudo o que fizemos poderá condicionar a evolução do IPOR para este mandato a partir de agora. Queremos também delinear uma acção para os três anos de mandato que vamos ter.

Quais são os grandes projectos que o IPOR quer desenvolver no próximo ano?

Apostamos sempre na formação. Vamos tentar fazer a divulgação dos cursos para recuperar um pouco os números dos anos da pandemia, porque foram três anos em que houve muitas dificuldades e tivemos sempre de reagir momentaneamente às mudanças, com o encerramento de instalações, cancelamento de cursos ou suspensão de aulas. Queremos recuperar esses números da oferta formativa. Para contrabalançar a diminuição do número de formandos, procurámos, em articulação com várias entidades, entrar noutras instituições e promover a língua portuguesa noutros âmbitos, através da assinatura de protocolos. Há ainda a possibilidade de os nossos professores poderem trabalhar noutras instituições e, assim, abranger mais a acção do IPOR em Macau. Queremos muito trabalhar na China, nomeadamente através do posto que criámos em Pequim, com a promoção de cursos junto da nossa embaixada, tanto online como presenciais, mas também na área da formação de professores. Temos ainda recebido vários pedidos de universidades e professores da China, e de outros países da região.

Pedidos em que sentido?

Estamos a planear fazer um programa de formação anual que se estenderá ao longo de três anos para responder a estes pedidos. Estamos a tentar, com estas instituições que nos têm contactado, assinar outros protocolos, não só na área do ensino, mas em termos de colaboração de actividades culturais e fazer alguns programas de intercâmbio.

A Universidade Politécnica de Macau (UPM) tem um centro de formação de professores, por exemplo. São projectos que vão trabalhar paralelamente?

As formações de que falo irão decorrer com universidades da China que nos têm procurado directamente. Não temos parcerias com outras instituições [de Macau], mas não é algo que esteja fora do nosso trabalho, porque o IPOR quer reforçar as colaborações com outras instituições do ensino superior, não só em Macau, mas noutros países.

A resposta que Macau dá ao nível do português deve ser mais unificada e global?

Penso que sim. Por isso o IPOR tem um protocolo com a Universidade de Macau e assinou um protocolo com a Universidade de São José. Também antemos bons contactos com a UPM.

Os cursos de português do IPOR deixaram de integrar o Programa de Aperfeiçoamento e Desenvolvimento Contínuo do Governo. Isso afectou o número de inscrições?

O novo regulamento do programa tem parâmetros que se diferenciam bastante da oferta formativa que o IPOR tem ao nível do curso geral de português como língua estrangeira. Os cursos intensivos, porque são de curta duração, ou cursos para áreas específicas, continuam a estar integrados no programa. Só o curso geral deixou de estar englobado, que é o maior que temos e que recebe, geralmente, o maior número de inscrições. O facto de não estar abrangido no programa e o facto de as pessoas não poderem usar o subsídio poderá ter influenciado o número de inscritos.

Como explica a retirada deste curso do programa?

A Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) mudou o regulamento que tem outros critérios, nomeadamente a duração dos cursos. O nosso curso geral tem 150 horas e dura 10 meses, e neste momento já não é possível inscrever cursos desta natureza no programa. Já não era possível, mas nós conseguimos fazê-lo dividindo o curso em duas fases. Penso que não é uma alteração propositada para impedir a inscrição deste curso no programa. Foi uma diferente forma de organização.

Como encara esta posição? Não significa menor aposta do Governo na língua portuguesa?

A RAEM continua a apostar no ensino do português, continuamos a colaborar de muito perto com a DSEDJ, de onde nos chegam consultas escritas para a formação em português. As próprias escolas luso-chinesas procuram-nos para o desenvolvimento de actividades culturais e pedagógicas com crianças. Muito recentemente, o Chefe do Executivo alargou para mais quatro escolas o ensino do português. Por outro lado, o IPOR trabalha muito com os Serviços de Administração e Função Pública, organizando anualmente um programa de formação para funcionários públicos, destinado a áreas específicas e português como língua estrangeira de forma geral. Não vejo que exista um menor interesse por parte do Governo para que se mantenha o português.

Em relação à questão da não aceitação de novos pedidos de residência de portugueses fundamentados com o “exercício de funções técnicas especializadas”. Até que ponto afecta a contratação de novos docentes pelo IPOR?

Esta questão está a ser tratada ao mais alto nível e vamos ver em que medida o futuro nos poderá trazer outras alternativas. Para já, é esta, é este o mecanismo que está a ser utilizado para a contratação de professores [o bluecard].

O IPOR tem falta de docentes? Quais os desafios a esse nível?

Contratámos três professores de Portugal que iniciaram recentemente funções. Com o corpo docente que temos conseguimos responder a todos os pedidos e necessidades internas. Estamos a planear 2024 e em princípio não haverá mais dificuldades. Em Janeiro vamos contratar mais um docente. Tem acontecido uma rotatividade de docentes, e há duas épocas em que isso é significativo, sobretudo no Verão quando termina o ano lectivo, e depois no início de um novo ano lectivo. Mas, para já, estamos a responder.

O IPOR chegou a sofrer com a falta de salas de aulas. O problema está resolvido?

Está resolvido, as nossas instalações dão resposta. Negociámos a partilha de instalações com o Consulado-geral e a AICEP [Agência de Investimento e Comércio Externo de Portugal] e conseguimos mais duas salas para fazer face a essa necessidade. Tínhamos 9 e passámos a ter 12 salas.

Relativamente à Livraria Portuguesa, há muito que vinha sendo adiada uma nova concessão. Que balanço fazem do posicionamento da entidade e da estrutura de negócio?

Este era o segundo concessionário [Praia Grande Edições], porque o primeiro concessionário entrou em 2003, quando a Livraria Portuguesa passou a ser explorada por terceiros. O segundo concessionário começou a operar em 2011, e no final dos cinco anos a concessão foi renovada. Com a pandemia fomos renovando a concessão anualmente, até que surgiram condições para abrir este concurso. O balanço em si é positivo, porque a livraria continua a responder com aquilo para o qual o contrato foi feito. Claro que teve contingências nos últimos anos, como todos nós, mas divulgou os escritores de língua portuguesa e respondeu ao fornecimento de livros para a Escola Portuguesa de Macau. Esse é um dos itens obrigatórios que temos no contrato.

Fala-se que a Livraria Portuguesa nem sempre é um projecto economicamente viável. É possível alterar este modelo de negócio?

É algo que o novo concessionário terá de analisar da melhor forma. Da nossa parte há sempre outras formas de fazer outro tipo de acordos ou contratos com as editoras em Portugal, ou ter outros mecanismos de colaboração. Como a livraria está aqui, um dos maiores problemas é não haver a consignação de livros, que acontece em qualquer outra livraria em Portugal. Penso que há outros mecanismos que se podem accionar e explorar para baixar o preço dos livros. O concessionário pode diversificar a comercialização de outro tipo de produtos e fazer outro tipo de iniciativas para dinamizar a livraria, tendo em conta que o turismo está a regressar aos números normais. Isso tem sido feito pelo concessionário nos últimos anos, que tem diversificado a oferta de produtos para a área do turismo.

Com a redução da comunidade portuguesa qual será o papel da livraria e que posicionamento deve ter?

É verdade que a comunidade sofreu uma redução, mas está novamente a retomar a normalidade. Tenho verificado que há pessoas a regressar. Não nos podemos cingir apenas aos portugueses, pois Macau continua a promover e a ter a língua portuguesa como oficial. Continua-se a dar formação a quadros da Função Pública, a ter escolas onde se ensina o idioma. Não nos podemos centrar apenas na comunidade. Estes actores vão procurar a literatura e outros produtos que a livraria poderá disponibilizar.

Esperam um grande aumento do número de alunos para os próximos meses?

Esperamos sempre que sim, sobretudo depois destes anos em que sofremos uma diminuição bastante significativa. Em 2021 tivemos cerca de 4.500 alunos e em 2022 tivemos 3.500, em termos globais. No curso geral os números diminuíram muito mais. O que procuramos fazer neste momento, e é algo que serve para contrabalançar os próximos anos, mesmo não sabendo se vamos conseguir recuperar os números no curso geral, é fazer outros acordos para continuar a promover a língua portuguesa noutros âmbitos.

Pode dar exemplos?

Vamos fazer uma campanha de divulgação do IPOR de outra forma, com outro dinamismo, percorrendo as redes sociais, mas também outros mecanismos de divulgação. Vamos fazer um trabalho de proximidade com outras instituições de ensino, colaborando mais com as escolas, para levar a língua às crianças de uma forma mais prática, sem ser sempre na sala de aula. Essa é uma forma de os incentivar a procurar os cursos no IPOR. Nos próximos anos queremos trabalhar em rede com os outros postos e centros culturais da Ásia, não apenas na China, mas Japão, Malásia ou Coreia do Sul. Estamos a trabalhar no desenvolvimento de manuais para Kuala Lumpur, pois há uma universidade que ensina o português. Eles conhecem os manuais que desenvolvemos para o contexto de Macau e estamos a fazer uma adaptação dos livros. Já estamos avançados nesse trabalho, mas o manual não está concluído. Queremos fazer itinerância de artistas, escritores e companhias de teatro para optimizar recursos.

1 Dez 2023

Macau estima poupar 890 milhões de patacas em contrato do metro ligeiro

Macau estima poupar 890 milhões de patacas no primeiro contrato de exploração do metro ligeiro, que termina no final de 2024, garantiu esta quarta-feira o secretário para os Transportes e Públicas, Raimundo do Rosário.

O Governo de Macau atribuiu, por adjudicação direta, a exploração do metro ligeiro, inaugurado a 10 de Dezembro de 2019, à MTR Corporation Limited, empresa que opera o metro de Hong Kong, por 5,88 mil milhões de patacas. Mas o secretário Raimundo do Rosário garantiu que “no fim [do contrato] este valor vai ser diminuído, mais ou menos para 4,99 mil milhões, não vai ultrapassar cinco mil milhões”.

O dirigente, que falava na Assembleia Legislativa durante uma sessão de perguntas e respostas sobre o relatório das Linhas de Ação Governativa (LAG) para 2024, não revelou, no entanto, as razões para a redução.

A operação do metro ligeiro esteve parada entre outubro de 2021 e abril de 2022, para substituir cabos de alta tensão com um comprimento total de cerca de 124 quilómetros, devido a sobreaquecimento. Rosário sublinhou que o contrato com a MTR já inclui a ligação do metro até à Barra, no sul da península de Macau, através do piso inferior da ponte Sai Van, que será inaugurada a 08 de dezembro. “Não precisamos de pagar mais”, acrescentou.

Este meio de transporte opera atualmente apenas uma linha, na ilha da Taipa, com uma extensão de 9,3 quilómetros e 11 estações, com uma frequência de dez a 15 minutos, durante quase 17 horas diárias. Em junho, o secretário tinha garantido aos deputados que não irá atribuir à MTR por adjudicação direta o próximo contrato de exploração do metro, que irá incluir uma expansão até à Barra, o bairro de Seac Pai Van, em Coloane, e a vizinha Hengqin (ilha da Montanha).

A construção da linha para Hengqin, na China continental, arrancou em março de 2021, vai custar 3,5 mil milhões de patacas e deverá estar concluída até ao final de 2024. O Governo lançou em outubro de 2022 os concursos para a concepção e construção da Linha Leste do metro ligeiro, que deverá fazer, a partir da primeira metade de 2029, a ligação ao norte da península de Macau, onde se situa a principal fronteira com a China continental.

O metro registou, em média, 9.150 passageiros por dia em agosto, o número mais elevado desde que este meio de transporte começou a cobrar tarifas, em fevereiro de 2020. Com a extensão do metro ligeiro, as autoridades preveem que o volume de passageiros atinja 137 mil pessoas por dia, em 2030.

O metro ligeiro, uma das principais obras públicas de Macau desde a transferência da administração de Portugal para a China, em 1999, sofreu significativas derrapagens financeiras, bem como nos prazos de execução. A primeira linha, prometida durante mais de uma década, custou 10,2 mil milhões de patacas.

30 Nov 2023

Herman José condecorado com grau de grande-oficial da Ordem do Infante D.Henrique

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o humorista Herman José, pelos 50 anos de carreira, com o grau de grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique, informou terça-feira a Presidência da República, na página oficial.

Herman José, actor e humorista, faz 70 anos de vida e celebra 50 de percurso profissional em 2024, lembrou em entrevista à agência Lusa no passado mês de Outubro, quando a estreia de um dos seus maiores sucessos, o programa televisivo “O Tal Canal” da RTP, assinalou os 40 anos.

Embora considere ter começado a carreira de artista na escola alemã, onde se tornou “protagonista de todas as peças infantis”, porque já se “destacava muito dos outros miúdos”, como disse à Lusa, Herman José toma o início da carreira profissional – o momento em que ganhou “o primeiro cachê” em televisão – com a entrada num programa de Artur Agostinho, em Janeiro de 1974, onde chegou pela mão do músico e compositor Pedro Osório.

O sucesso não foi repentino. Mas quando “estava prestes a achar que não ia lado nenhum”, Herman José foi convidado por Nicolau Breyner “para fazer o ‘Feliz e Contente’”, em 1975, no programa “Nicolau no País das Maravilhas”, e então transformou-se, “do dia para a noite, de um jovem com bom aspecto e algum jeito, mas sem técnica nenhuma […], numa vedeta”.

A presença televisiva começou a intensificar-se. A colaboração com Nicolau Breyner permanecerá em “Eu Show Nico”, e a presença televisiva estender-se-á a séries e telefilmes como “Espião nacionalizado, nosso”, “O amigo de Peniche” e até mesmo a produções dramáticas como “Cartas de amor de uma freira portuguesa” e “O homem que matou o diabo”.

Mas é a participação em magazines como “A Feira” e “Ligeiríssimo”, com canções que, num apuro mais tardio, consolidariam personagens como Tony Silva e Serafim Saudade, que vai abrindo caminho ao actor.

Com tranquilidade

Em 1980, inicia a participação semanal em “O Passeio dos Alegres”, de Júlio Isidro, onde Tony Silva se define de corpo e alma como “o criador de toda música Ró”. Três anos mais tarde, em outubro de 1983, Herman José estrearia “O tal canal”, o seu primeiro programa de humor em nome próprio, em televisão.

Depois, viriam “Hermanias”, “Humor de perdição”, “Casino Royal”, “Herman enciclopédia”, “Parabéns”, “Crime na Pensão Estrelinha”, a apresentação de concursos como “Com a verdade m’enganas” e “Roda da sorte”, na RTP, e personagens como José Estebes, Doutor Pinóquio, José Cortes, Maximiana, Diácono Remédios, além de Tony Silva e Serafim Saudade, que ganham dimensão e popularidade, depois de muitas delas terem definido a sua voz em programas que o humorista fizera na rádio, como “A flor do éter” e “Rebéubéu, pardais ao ninho”.

No percurso de Herman, houve também a televisão privada, com “HermanSIC” e a “HoraH”, na SIC, e a breve passagem pela TVI, em 2009, com o programa “Nasci P’ra Cantar”. “O Tal Canal”, porém, ficou na memória.

Na entrevista à Lusa, em Outubro, Herman José recordou que, com “O Tal Canal” foi a primeira vez “que alguém [em Portugal] escreveu um programa para si próprio”. Além disso, foi feito “com uma honestidade e uma pureza e uma quase infantilidade, que marcaram a diferença”. Quarenta anos passados, Herman confessou sentir uma “imensa tranquilidade”, como disse então à Lusa.

“Ainda estou na fase de olhar para o céu e ver o fogo-de-artifício, sabendo que as canas já caíram todas e que em breve o fogo começa a acabar aos bocadinhos (…) Eu vou fazer 70 anos e qualquer dia as coisas deixam de ser o que são, mas também não podemos estar a sofrer com o que há de vir. Temos de parar, aproveitar o momento e deixarmo-nos deslumbrar pelo fogo-de-artifício, sem pensar sequer que estamos sujeitos a levar com uma cana na cabeça”. Em 1992, Herman José foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Mérito, pelo então Presidente da República Mário Soares.

30 Nov 2023

Universidade da Ásia Oriental | Palestra acontece hoje na FRC

“A Primeira Universidade Moderna de Macau” é o nome da palestra protagonizada hoje pela investigadora Priscilla Roberts que conta os primórdios da antiga Universidade da Ásia Oriental, actualmente Universidade de Macau. A conferência é organizada em parceria com a Universidade de São José

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, às 19h, a conferência “A Primeira Universidade Moderna de Macau: Explorando a história da Universidade da Ásia Oriental”, hoje Universidade de Macau e já com instalações na ilha de Hengqin. O evento insere-se no “Ciclo de Palestras Públicas de História e Património”, uma parceria regular entre a FRC e o departamento de História e Património da Universidade de São José (USJ).

A sessão será protagonizada por Priscilla Roberts, professora associada da USJ que possui um doutoramento em História pelo King’s College de Cambridge, no Reino Unido, e que leccionou durante muitos anos na Universidade de Hong Kong.

Desde que se mudou para Macau, a docente desenvolveu, segundo um comunicado da FRC, “um forte interesse pela história do território, nomeadamente sobre o seu significado no contexto global”. As suas pesquisas “levaram-na a procurar respostas sobre os primórdios do ensino académico em Macau”.

A Universidade da Ásia Oriental, como “primeira universidade moderna de Macau, esteve na origem das três actuais instituições de ensino superior de Macau”, nomeadamente a UM, Universidade da Cidade de Macau e Universidade Politécnica de Macau, tendo iniciado o funcionamento em 1981.

Devido a mudanças de propriedade, nome e localização, os registos iniciais são algo irregulares, especialmente os que diz respeito à primeira década de actividade universitária. Desde o momento em que surgiu, a instituição de ensino “foi uma joint-venture que reuniu os interesses dos empresários chineses baseados em Hong Kong, que desejavam satisfazer a frustrante procura de ensino superior no território vizinho, no restante Sudeste Asiático e, eventualmente, até na China”, descreve a USJ.

Impulso luso

A grande aposta na Universidade da Ásia Oriental começou a fazer-se ainda no tempo do Governador Garcia Leandro, nos anos 70. “O Governo português de Macau, e a comunidade residente, viram a universidade como parte dos planos de modernização e de desenvolvimento local.”

A USJ explica que muitas das fontes portuguesas só muito recentemente ficaram disponíveis para investigação, “fornecendo novas e esclarecedoras informações sobre o envolvimento português e as esperanças na instituição desta primeira universidade”.

A decisão do Governo de Macau em assumir as operações da universidade em 1988, a fim de a transformar num modelo de ensino público para satisfazer as necessidades de trabalhadores qualificados em Macau no período de transição e após a transferência da soberania do território, e ainda o impacto desta decisão a longo prazo serão abordados na sessão de hoje na FRC.

Obra feita

Priscilla Roberts é uma historiadora britânica que, ao longo da sua carreira académica, pesquisou aspectos das transições internacionais de poder, e o papel das elites, como pessoas anónimas ou instituições, na elaboração da política externa dos EUA, da Grã-Bretanha e dos domínios britânicos.

A investigadora leccionou muitos anos na Universidade de Hong Kong, tendo recebido diversas bolsas de investigação de entidades em Hong Kong, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Macau, onde actualmente reside. Tem igualmente extensa obra publicada, com 32 livros de autoria única, além de artigos vários em periódicos e capítulos em livros de co-autoria.

30 Nov 2023

Universidade cria curso para melhorar as competências parentais

Uma universidade de Xangai, a maior e mais cosmopolita cidade da China, lançou ontem um “mini mestrado” em educação familiar para ajudar os pais a exercerem melhor a sua função num ambiente social em “constante mudança”. O programa oferecido pela Universidade Normal do Leste da China consiste em 100 horas de ensino ao longo de quatro meses, combinando o estudo presencial e ‘online’ para a obtenção de um diploma, informou o jornal oficial em língua inglesa China Daily.

O curso aborda questões como a pressão psicológica e a dependência da Internet, segundo a mesma fonte. Até agora, 120 pais com filhos de diferentes idades inscreveram-se no curso, o primeiro programa do género no país asiático.

“A ansiedade dos pais em relação ao estudo dos seus filhos é hoje mais intensa do que nunca”, disse Yan Hanbing, director da Escola de Ensino Aberto e Educação da universidade. “Integramos conhecimentos científicos e baseados na investigação para dizer aos pais como manter a calma e evitar serem apanhados pela maré social em constante evolução”, acrescentou.

Dos 7 aos 77

O programa inclui três cursos básicos sobre relações familiares, psicologia e formação de carácter, bem como mais de 20 disciplinas opcionais para os pais escolherem com base na idade dos seus filhos e nas questões que desejam abordar. “Os pais desempenham diferentes papéis à medida que os seus filhos crescem. São cuidadores, treinadores e conselheiros quando os seus filhos são bebés, alunos e adolescentes”, afirmou o director.

De acordo com os organizadores do curso, os pais não só aprenderão “conceitos de ponta e conhecimentos básicos”, como também terão a oportunidade de “treinar os seus ensinamentos práticos”. “Nunca é demais sublinhar a importância de os pais criarem uma forte ligação emocional com os filhos antes da idade escolar”, afirmou o Professor He Lingfeng, responsável pelo curso de educação do carácter.

Este curso para pais faz parte de um esforço para “promover a aprendizagem ao longo da vida” da população chinesa, tal como foi sublinhado pela imprensa oficial em Março passado, aquando da abertura da Universidade Sénior da China (SUC), uma universidade exclusivamente destinada a pessoas com mais de 50 anos.

“A China exige que as universidades e os centros de formação ofereçam cursos especializados para os idosos”, declarou o ministro da Educação, Huai Jinpeng, durante a inauguração da SUC, acrescentando que o país “incentiva as escolas do ensino básico e secundário a apoiarem estes projectos, cedendo as suas instalações desportivas e culturais”.

30 Nov 2023

Hong Kong | Acções do grupo Meituan caem 10% após fraca procura

As acções do grupo chinês Meituan, especializado em entregas ao domicílio, caíram ontem quase 10 por cento na Bolsa de Valores de Hong Kong, após os executivos terem advertido para um declínio na procura.

As acções do Meituan registavam uma queda de 9,71 por cento, a meio da sessão na praça asiática, após o grupo ter divulgado um crescimento homólogo de 195 por cento nos lucros do terceiro trimestre, para 3,59 mil milhões de yuan.

No entanto, na conferência por telefone que se seguiu à apresentação dos resultados, o fundador e presidente executivo da empresa, Wang Xing, avisou que o ritmo de crescimento das receitas no quarto trimestre poderia ser “um pouco mais lento” do que no trimestre anterior, e disse que a empresa “vai reforçar os seus esforços de ‘marketing’ para estimular a procura no actual ambiente de consumo”. “Acreditamos que a procura dos consumidores vai recuperar gradualmente no próximo ano”, afirmou.

Wang revelou ainda que o conselho de administração da empresa aprovou um plano de recompra de acções avaliado em até mil milhões de dólares, o que foi confirmado ontem num comunicado enviado à bolsa de Hong Kong, no qual a Meituan disse que esta operação “demonstrará confiança nas suas perspectivas de negócio”.

Um dos factores que tem dificultado a recuperação da economia chinesa após o fim da política de ‘zero casos’ de covid-19 é precisamente a lenta retoma do consumo: as vendas a retalho – um indicador-chave neste domínio – abrandaram, de um aumento de 18,4 por cento, em Abril, para 2,5 por cento, em Julho. Os últimos dados oficiais de Outubro excederam as expectativas dos analistas, com um aumento de 7,6 por cento, contra 5,5 por cento, em Setembro.

30 Nov 2023

COP28 | Na ‘Terra Sagrada do Petróleo’, proliferam as renováveis

Reportagem de João Pimenta, da Agência Lusa

No remoto oeste chinês, berço da exploração de petróleo e carvão, estão a ser construídos alguns dos maiores parques eólicos e fotovoltaicos do mundo, ilustrando os esforços da China para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

Em Gansu, uma província empobrecida e esparsamente povoada, a energia eléctrica gerada a partir de fontes renováveis ascende já a 40 por cento da produção total, explicou à agência Lusa Ding Kun, vice-director da Divisão de Desenvolvimento da filial local da State Grid, a estatal chinesa que em Portugal detém 25 por cento da REN – Redes Energéticas Nacionais.

Trata-se de um valor superior à média do país, que se fixou em 31,9 por cento, no ano passado, segundo dados publicados pelo grupo de reflexão Ember.

A China é o maior emissor de gases poluentes do mundo, devido à sua dependência do carvão, mas é também líder global em energias renováveis. Em 2022, o país asiático acrescentou tanta capacidade instalada de energia eólica e solar quanto todos os outros países do mundo combinados.

“Há sinais contraditórios”, reconheceu Renato Roldão, especialista português em alterações climáticas a viver em Pequim desde 2008, sobre a política do país asiático, na véspera da conferência do clima da ONU, COP28, arrancar no Dubai.

Em entrevista à agência Lusa, o actual vice-presidente da consultora norte-americana Inner City Fund (ICF) para a China e Europa reconheceu que a “trajectória é de subida e não de descida” no consumo do carvão, mas que, em simultâneo, o país está a investir e instalar nova capacidade de energias renováveis a “grande velocidade”.

Transição natural

Em Gansu, onde vastas planícies são interrompidas por vales profundos e cadeias montanhosas com picos nevados, estão já alguns dos maiores parques eólicos e solares do planeta, visando aproveitar a abundância de vento, sol e água da região.

A capacidade de exploração técnica de energia eólica e solar da província ascende a 5,6 mil milhões de quilowatts e 95 mil milhões de quilowatts, respectivamente, explicou Ding Kun. No norte da região, na borda oriental do deserto de Gobi, que se estende por mais de 1.600 quilómetros quadrados, está o parque de Jiuquan – o maior da China e um dos maiores do mundo, com capacidade instalada de mais de 20 gigawatts.

A cerca de 200 quilómetros, a outrora próspera cidade de Yumen, o “berço da indústria petrolífera chinesa” que entrou em decadência, nos últimos 20 anos, à medida que os poços de crude se esgotaram, está a construir um dos maiores parques de energia solar do país.

Um sinal escrito em inglês e chinês continua a identificar Yumen como “Terra Sagrada do Petróleo”. No centro da cidade, ergue-se uma estátua de Wang Jinxi, o “Homem de Aço” que liderava uma equipa encarregue da perfuração de campos petrolíferos, e que se tornou numa figura exaltada pelo regime, nos anos 1960, como parte das campanhas para inspirar os operários. Ele “trabalhava tão afincadamente que, por vezes, se esquecia de comer”, contava a propaganda maoista.

Mas, numa planície desértica nas redondezas da cidade, estão agora a ser instalados anéis gigantes de painéis solares. No centro de cada círculo há uma torre, projectada para receber a luz do sol reflectida e concentrá-la num feixe, gerando calor suficiente para operar uma usina termoeléctrica – técnica designada Energia Solar de Concentração.

Aproveitando as capacidades tecnológicas da State Grid para transmissão de energia a longa distância, a energia produzida em Gansu viaja cerca de 1.500 quilómetros até à província de Hunan, fornecendo assim o sudeste chinês, a região mais industrializada do país.

Gansu ambiciona ser um ‘hub’ na produção e distribuição de energia ‘verde’ para o resto da China, devido à sua localização central no noroeste do país. A província faz fronteira com Shaanxi, Qinghai, Ningxia e Xinjiang, regiões administrativas cujas redes de distribuição eléctrica não estão directamente conectadas entre si. “As redes dessas regiões estão conectadas a Gansu e conectadas entre si através de Gansu”, resumiu Ding.

30 Nov 2023

Segredos da Seda (9)

Seda, a rainha das fibras

 

Lei Zu estudou o ciclo de vida do bicho-da-seda, o qual hoje está classificado como pertencente à classe dos Insectos, ordem dos Lepidópteros, família dos Bombicídeos, género Bombix, sendo a espécie Bombix mori quem produz o fio de seda de melhor qualidade.

A seda é segregada quando a lagarta atinge o estado adulto e começa a expelir um filamento pela boca num movimento em 8 para construir o casulo. O longo filamento contínuo a poder atingir perto de mil metros é constituído por fibroína, o constituinte principal da seda natural, produzida por duas glândulas sericígenas tubulares, longas e voluteando, situadas nas partes laterais anteriores do abdómen da lagarta.

Esses dois canais laterais juntam-se num compartimento mais largo, na parte média do abdómen, onde os dois filamentos compostos pela fibroína são envolvidos por uma substância gomosa, a sericina, um líquido glandular. Num único filamento é expelido por um tubo situado na parte inferior da boca e quando exposto ao ar endurece, tornando-se resistente. É com esse filamento que a lagarta, ao girar, se vai envolvendo e construindo o casulo de fora para dentro, levando entre três a cinco dias, mas há locais onde fica feito entre 24 e 72 horas. Dentro, a lagarta após expelir todo o filamento fica com o corpo atrofiado e em metamorfose transforma-se em crisálida, cinco a seis dias depois de terminar a construção do casulo.

Antes de ser domesticado há cinco mil anos, o bicho-da-seda era muito mais forte e o filamento por ele expelido de qualidade superior e de maior resistência ao produzido hoje. Actualmente não se encontra no estado selvagem e por isso, tudo aqui descrito apenas corresponde à sua forma domesticada.

O ciclo de vida da Bombix mori consiste em quatro fases: ovo (também chamado semente), lagarta (sirgo, ou larva após sair do ovo), crisálida (ou pupa) e mariposa (borboleta nocturna ou imago). Vive normalmente de quarenta e cinco a setenta dias, desde que do ovo sai a minúscula larva e em períodos de crescimento vai, três ou quatro vezes mudando a capa (invólucro exterior) e já como lagarta adulta fecha-se num casulo, por si construído, para se proteger durante o período de transformações operadas no seu corpo. Tendo expelido o fio da seda para a construção do casulo, a glândula serígena, até então o órgão mais desenvolvido, atrofia e dá lugar ao aparelho reprodutor. O corpo alongado da lagarta por metamorfose transforma-se numa crisálida e depois em mariposa, quando fura o casulo para sair. Após acasalar, a mariposa fêmea Bombix mori desova e do ovo retorna à fase larvar.

SERICICULTURA

Como referido, até ao século VI a China foi o único país a praticar a sericicultura (cultura ligada à criação do bicho da seda) bem desenvolvida na província de Shandong já nos inícios do século XIV a.n.E., pois os artigos de seda tinham uma enorme procura, tanto na parte social, como económica, por ser um produto muito apetecível nas trocas. Nas dinastias Shang (1600-1046 a.n.E.) e Zhou do Oeste (1046-771 a.n.E.), o sistema de trabalho nas sirgarias estava já dividido em cem funções, supervisionadas por funcionários especiais.

O termo sirgaria provém de sirgo, bicho-da-seda, derivado do latim sericum, nome conhecido para a seda na Antiguidade Greco-Romana, sendo na China o animal denominado can (蚕) e a seda si chou (丝绸).

A raiz do carácter a representar a seda (si, 丝) está ligada à dos instrumentos musicais e tal como o de bicho da seda (can, 蚕), tecido de seda (bo, 帛) e amoreira (sang, 桑), foram gravados em ossos de oráculo e em carapaças de tartaruga do século XII a.n.E.. Por essa altura, a seda passou a ser apenas para uso exclusivo da corte chinesa e nas cores dos tecidos se distinguiam os cargos. Assim o amarelo estava reservado ao Imperador e à Imperatriz e o violeta para a família real. Ministros e altos dignitários vestiam de azul, os oficiais de segunda em roxo e o preto para o restante pessoal ao serviço da corte real.

Durante a dinastia Shang (1600-1046 a.n.E.) começaram a plantar-se amoreiras de Norte a Sul da China. Na Dinastia Zhou do Oeste (1046-771 a.n.E.) foram semeadas em grande escala quando floresceu a procura de seda e se deu um enorme incremento na criação do bicho-da-seda. A indústria estava concentrada em torno do vale do Rio Amarelo, quando nos primeiros séculos do último milénio antes da nossa Era, tecidos de seda foram transportados pela Sibéria para a Ásia Central. Para se perceber a importância da seda, o processo da sua produção, desde colher as folhas de amoreira ao tecer e tingir os tecidos, aparece descrito em dois dos cinco Clássicos chineses: no Livro dos Ritos (Li Ji) e no Livro das Odes (Shi Jing).

Da dinastia Zhou do Leste (770-256 a.n.E.) um tecido brocado já tingido foi encontrado em 2007 num túmulo na província de Jiangxi, onde na aldeia Lijia, jurisdição de Jing’an, ficou a descoberto a existência de uma indústria têxtil. A produção da seda era supervisionada pelos oficiais da corte.

No Período Primavera-Outono (770-476 a.n.E.), começou um rápido desenvolvimento na produção de seda que, em crescente contínuo de mil anos, atingiu o apogeu durante a Dinastia Tang, por volta do ano 750. Os papagaios de seda já esvoaçavam pelo céu entre os séculos V e IV a.n.E.

No Período dos Reinos Combatentes (475-221 a.n.E.), ao chinês que fosse sericicultor e soubesse prevenir as doenças do bicho-da-seda era-lhe dado meio quilo de ouro e ficava isento do serviço militar. Sobretudo nos reinos Chu e Qi, a produção de seda ocupava muita gente, a do campo na criação do bicho-da-seda e muitos dos habitantes da cidade a desfiar os filamentos dos casulos até chegar à confecção do tecido. Segundo os registos da época, os oficiais vestiam-se de seda e esta era um dos presentes mais preciosos.

No livro Mengzi de Mêncio (372-289 a.n.E.) encontra-se uma passagem a referir: Quando em 139 a.n.E. o Imperador Han, Wu Di (140-87 a.n.E.) enviou Zhang Qian à Ásia Central pelos caminhos do Oeste, este aí encontrou uma série de produtos chineses de Sichuan, como laca, bambu e a seda Shu. Daí se perceber serem já utilizados os caminhos do Sudoeste para fazer chegar à Índia e Ásia Central as mercadorias chinesas. Assim, num período anterior à abertura dos caminhos do Oeste a seda percorria já os caminhos do Sudoeste da China, atravessando rios e montanhas, trocada de mão em mão até chegar à Índia e nessa dispersão ganhou existência noutros lugares como na Ásia Central, onde Zhang Qian viajando directamente para Oeste a encontrou.

Com a dinastia Han (206 a.n.E.-220) ficaram abertos e protegidos os Caminhos para Oeste, sendo o produto predilecto e o mais transportado a seda, por isso lhe deu o nome. Então, as técnicas de estampagem e os teares desenvolveram-se ainda mais.

A China tinha a seda como o seu tecido, a Índia produzia algodão, o Egipto o linho e da Babilónia provinha os tecidos de lã.
Das principais variedades de fibras naturais, conjugando com a lã e o algodão, a seda é superior em cinco de oito propriedades específicas e comparando com as fibras sintéticas, como o nylon e o poliéster, é superior em maciez, na finura da fibra e na facilidade de ser tingida. Já na retenção de humidade é só igualada à lã, tal como a seda uma fibra natural.

30 Nov 2023

Lusofonia | Exportações para Macau sobem 43,5% até Outubro

As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau subiram 43,5 por cento entre Janeiro e Outubro, em comparação com o mesmo período de 2022, segundo dados oficiais divulgados ontem. Os países lusófonos exportaram mercadorias no valor de 1,2 mil milhões de patacas, de acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Já o valor exportado por Macau para os países de língua portuguesa nos primeiros dez meses do ano foi de 662 mil patacas, registando um decréscimo de 57,7 por cento. O montante total do comércio externo de mercadorias entre Janeiro e Outubro de 2023 em Macau correspondeu a 128,24 mil milhões de patacas e cresceu 1,6 por cento, face aos 126,22 mil milhões de patacas registados em idêntico período de 2022. A DSEC adiantou ainda que o défice da balança comercial em Outubro foi de 10,4 mil milhões de patacas.

30 Nov 2023

Sands | Miriam Adelson vende acções para comprar equipa da NBA

A viúva de Sheldon Adelson vai vender 2 mil milhões de dólares americanos em acções do grupo Las Vegas Sands Corp, para comprar os Dallas Mavericks, por 3,5 mil milhões de dólares, ao empresário Mark Cuban

 

Miriam Adelson, a maior accionista do grupo Las Vegas Sands Corp, vai vender 2 mil milhões de dólares americanos em acções da empresa, para adquirir a equipa de basquetebol Dallas Mavericks. A informação sobre a principal accionista do grupo que controla a concessionária Sands China foi revelada ontem.

A confirmação chegou depois, através de um comunicado da Las Vegas Sands Corp à bolsa norte-americana, em que foi indicado que o dinheiro arrecadado com a venda das acções pela empresária “vai ser utilizado para comprar uma participação maioritária numa equipa desportiva profissional”.

Desde a morte de Sheldon Adelson, em 2021, com quem Miriam era casada, que a empresária e os familiares herdaram cerca de 57 por cento das acções da maior empresa de casinos do mundo, com operações em Macau e Singapura. Ontem, no fecho da sessão da Bolsa Norte Americana, o grupo Las Vegas Sands estava avaliado em 20 mil milhões de dólares.

Com a operação anunciada, cerca de 4,6 por cento das acções da empresária ficam disponíveis no mercado. Após a conclusão da venda, a participação de Miriam Adelson e dos familiares ficará reduzida a 51,3 por cento. Este valor também tem em conta uma outra operação, de diluição de 0,5 por cento do valor das acções.

Com o comunicado emitido ontem, foi também anunciado que o próprio grupo Las Vegas Sands vai comprar cerca de 250 milhões de dólares das acções vendidas por Miriam Adelson. Após as notícias, as acções do grupo na bolsa americana registaram uma quebra de quatro por cento.

Negócio de conhecidos

Miriam Adelson vai comprar ao empresário Mark Cuban a participação nos Dallas Mavericks, uma das equipas mais conhecidas da National Basketball Association (NBA).

Segundo a AP, o negócio vai levar algumas semanas a ser finalizado, mas o investimento da família Adelson será na ordem dos 3,5 mil milhões de dólares. Apesar da aquisição de uma participação maioritária, Mark Cuban deve continuar a ser o responsável pela gestão da equipa de basquetebol.

Anteriormente o empresário mais conhecido fora dos EUA pela participação no programa televisivo “Shark Tank” havia declarado a intenção de fazer uma parceria com a Las Vegas Sands e construir um novo pavilhão para os Mavs, que incluiria um casino. A intenção esbarrou no facto de o Estado do Texas não ter legalizado o jogo.

Para a Miriam Adelson, a aquisição significa a entrada no mundo do desporto, um sector ao qual a família Adelson não tem ligações conhecidas.

30 Nov 2023

IFT | Programas de pós-graduações serão leccionados em chinês

A partir do próximo ano lectivo, 2024/2025, o Instituto de Formação Turística de Macau (IFT) irá acrescentar a língua chinesa nos programas de pós-graduações. Segundo indicou ontem o instituto, as alterações vão entrar em vigor após a publicação no Boletim Oficial.

Assim sendo, todos os cursos de mestrado vão oferecer aos alunos as opções de chinês ou inglês como línguas para receber formação, “com o objectivo de oferecer um leque mais alargado de opções para quem procura enriquecer as suas capacidades académicas e habilitações profissionais.”

O IFT vincou ainda o “compromisso em estimular perspectivas internacionais nos estudantes, capacitando-os para singrarem em ambientes multiculturais através de habilitações linguísticas de forma a contribuírem para o desenvolvimento sustentável da indústria do turismo de Macau, a estratégia de diversificação económica 1+4 e a construção de Macau enquanto Centro Mundial de Turismo”. O período de inscrição para os programas de mestrados do IFT está em vigor até 31 de Maio de 2024.

30 Nov 2023

Metro Ligeiro | Barra pode ser hub para turismo comunitário

Com a abertura da estação da Barra do Metro Ligeiro a uma semana de distância, um membro do Conselho dos Serviço Comunitários sugere que a Barra sirva de plataforma para os turistas visitarem as partes menos conhecidas da cidade. Dirigente dos Kaifong pede correspondência de tarifas entre Metro Ligeiro e autocarros

 

No próximo dia 8 de Dezembro, o Metro Ligeiro irá chegar à península, com a abertura da estação da Barra. O membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central, Chan Ngoi Chon, considera que a ligação de Macau à Taipa através do Metro Ligeiro não só acrescenta uma alternativa para a rede de transportes públicos do território, como acrescenta um novo elemento à indústria do turismo.

Nesse sentido, o também dirigente da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau acredita que a Barra pode ser um hub de turismo para vários pontos da cidade, através dos autocarros do Centro Modal de Transportes da Barra. A ideia é desviar o fluxo de turistas das zonas mais populares para os bairros comunitários.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Chan Ngoi Chon sugeriu, por exemplo, que sejam afixadas publicidades nas estações do Metro Ligeiro a promover os bairros comunitários, e apontou que o comércio local deveria concentrar-se em oferecer produtos característicos dos bairros, dirigidos às novas gerações de forma a revitalizar as economias comunitárias.

Porém, o conselheiro questiona se a abertura da estação do Metro Ligeiro na Barra não irá potenciar o caos do trânsito da zona, já afectado pelas obras da Estação Elevatória de Águas Pluviais e Drenagem no Sul do Porto Interior. Como tal, o responsável apelou às autoridades para terem em consideração o impacto na vida dos residentes da zona sul do Porto Interior e para planearem com cuidado a gestão do tráfego da zona.

Pedido de equivalência

Por sua vez, o chefe do gabinete da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong) na zona sul, Chang Ka Wa, voltou a dar eco a um pedido antigo: a equivalência entre as tarifas do Metro Ligeiro e os autocarros, ou seja, que quem sai de um transporte possa entrar no outro com o mesmo bilhete, como acontece nos autocarros. Além disso, pediu ao Governo para ponderar a introdução de descontos na transferência de transportes e acrescentar a possibilidade de pagamento electrónico através de aplicações móveis.

O dirigente dos Kaifong acrescentou ainda que a localização da primeira estação do Metro Ligeiro em Macau é excelente, por estar perto de pontos turísticos como o Templo de A-Má, o Lago Sai Van, a Torre de Macau e até a zona da Almeida Ribeiro. A proximidade do terminal da Barra que liga por ferry o sul da península a Coloane é outro trunfo que, na óptica de Chang Ka Wa, pode ser aproveitado para divergir os turistas dos pontos mais populares.

30 Nov 2023

Hotelaria | Funcionários aumentaram quase 22%

O número de trabalhadores a tempo inteiro do ramo da hotelaria cresceu 21,7 por cento no terceiro trimestre deste ano, em termos anuais, totalizando 53.802 profissionais. Segundo dados revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o sector “restaurantes e similares” o crescimento da mão-de-obra no período em análise foi de 1,1 por cento (para 22.914 profissionais), enquanto nos “serviços para idosos” foi de 5,3 por cento, em relação ao terceiro trimestre de 2022.

No sentido inverso, os dos ramos das “indústrias transformadoras” (7.535 trabalhadores) e das “creches” (1.487 trabalhadores) diminuíram 6,5 e 1,5 por cento, respectivamente.

Em relação aos salários, a DSEC apontou que em Setembro a remuneração média (excluindo as remunerações irregulares) dos trabalhadores a tempo inteiro de alguns ramos de actividade económica “ascendeu em termos anuais, devido à subida do número de horas de trabalho dos trabalhadores e à diminuição do número de trabalhadores que tinham remuneração relativamente baixa”.

As remunerações médias nos ramos dos “hotéis” (19.640 patacas) e dos “restaurantes e similares” (10.240 patacas) cresceram ambas 5,6 por cento, relativamente ao terceiro trimestre de 2022.

As remunerações médias nos ramos das “indústrias transformadoras” (12.980 patacas) e dos “serviços de idosos” (16.820 patacas) também cresceram 9,8 e 4,7 por cento, respectivamente. Todavia, as remunerações médias nos ramos da “produção e distribuição de electricidade, gás e água” (31.560 patacas) e das “creches” (16.390 patacas) baixaram ligeiramente 0,5 e 0,1 por cento, respectivamente, em termos anuais.

30 Nov 2023

Feiras de emprego | Mais de 250 vagas a 6 e 7 de Dezembro

Abriram hoje, às 09h, as inscrições para três feiras de emprego que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) vai organizar nos dias 6 e 7 de Dezembro. Segundo um comunicado divulgado ontem pela DSAL, ao longo de três sessões serão disponibilizadas 260 ofertas de emprego.

A primeira feira de emprego, dividida entre a manhã e tarde da próxima quarta-feira, será dedicada ao sector da hotelaria, disponibilizando 95 ofertas de emprego, entre as quais de sub-chefe de cozinha, chefe de equipa de cozinheiros, coordenador (cozinha central), assistente do banco de alimentos, embaixador de serviços de restauração (casino), agente (atendimento ao cliente), segurança e empregado para economato. Esta sessão irá decorrer nos salões do 28.º andar do Hotel Okura.

No dia seguinte, estão marcadas duas sessões no centro de formação de técnicas profissionais da FAOM, no Istmo de Ferreira do Amaral, dedicadas à restauração. Da parte da manhã, serão disponibilizadas 25 vagas para empregado de restauração, cozinheiro, assistente de cozinheiro e ajudante.

À tarde, haverá 140 vagas para supervisor de vendas, supervisor de gestão de grande armazém, supervisor de gestão de instalações, redactor de médias digitais, vitrinista, demonstrador, empregado de armazém, consultor de vendas, chefe de equipa de restauração e empregado de restauração. As inscrições para as feiras terminam às 12h da próxima terça-feira.

30 Nov 2023

Diversificação | Joey Lao diz que plano é marco histórico

O ex-deputado e presidente da Associação Económica de Macau Joey Lao elogiou o Plano de Desenvolvimento da Diversificação Adequada da Economia, que começa a ser implementado no próximo ano e irá vigorar até 2028. Além de prático e claro, o economista considera que cumprir o plano é inevitável e irá materializar as vantagens da RAEM

 

A implementação do Plano de Desenvolvimento da Diversificação Adequada da Economia começa no próximo ano e pretende, em quatro anos, mudar o tecido económico e social de Macau para sempre. O ex-deputado Joey Lao, que preside à Associação Económica de Macau, escreveu um artigo de opinião no jornal Ou Mun de ontem a aplaudir a iniciativa aprovada no passado dia 1 de Novembro.

O plano, que começa a ser posto em prática já em 2024, na óptica de Joey Lao representa “não só um desafio, mas também uma obrigação e a via para a demonstração e exercício das verdadeiras vantagens de Macau, assim como uma forma de servir o desenvolvimento de alta qualidade do país na nova era”.

Além de categorizar a estratégia como um marco histórico da RAEM, o economista realça o objectivo de cumprir “Um Centro, Uma Plataforma, Uma Base”, de forma alinhada com a estratégia de desenvolvimento nacional, aproveitando as oportunidades nascidas da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e da construção do projecto da Grande Baía.

“O plano é rico em conteúdo, abrangente, e reflecte totalmente a integração de Macau com a realidade económica, dando uso das características e vantagens do território e aplicando os seus trunfos para ir de encontro às necessidades nacionais”, escreve Joey Lao.

Sentido obrigatório

O ex-deputado salienta que a diversificação moderada da economia é uma escolha inevitável para garantir a prosperidade, desenvolvimento sustentável, e estabilidade a longo prazo de Macau.

Além disso, Joey Lao afirma que o plano é direccionado e exequível e um guia para investimentos locais e estrangeiros, “de uma forma mais clara e aberta, mobilizando em simultâneo todos os sectores sociais e departamentos do Governo da RAEM”.

Porém, uma das tónicas principais do artigo assinado pelo presidente da Associação Económica de Macau é o cariz inexorável de cumprir a missão atribuída por Pequim. “Não há retorno quando se puxa a corda do arco e a coragem é recompensada no momento final da reforma”, expressão citada por Joey Lao para exprimir a ideia de que as directrizes para a implementação do plano são o único caminho para Macau.

Para atingir os fins desejados, o economista indica que a RAEM deve concentrar-se em servir a modernização e abertura do país e participar na estratégia económica de dupla circulação.

30 Nov 2023

SMG | Ventos de mudança nas chefias

Raimundo do Rosário promoveu várias alterações em posições de chefia nos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), relacionadas com a vaga dos cargos, publicadas ontem no Boletim Oficial e que entram em vigor em Dezembro.

Segundo a informação oficial, Chang Sau Wa foi nomeada para chefe do Departamento de Meteorologia e Alerta. A licenciada e mestre em Ciência Atmosférica pela Universidade de Taiwan desempenhava desde 2021 as funções de chefe da Divisão de Meteorologia.

Por sua vez, Lo Man Son assume o cargo de chefe do Departamento de Geofísica e Planeamento de Monitorização. Até agora, e desde Maio de 2015, Lo era chefe da Divisão de Instrumentos e Manutenção, tendo entrado para os SMG em Junho de 1996. O novo chefe do Departamento de Geofísica e Planeamento de Monitorização é licenciado em Engenharia, na variante de Engenharia Electromecânica da Universidade de Tecnologia do Sul da China e licenciado em Engenharia, na variante de Sistema de Comunicações e de Informática da Universidade de Jinan.

Também Lok Chan Wa passa a assumir as funções de chefe da Divisão de Alerta e Previsão, uma vez que desde 2021 desempenhava a posição de chefe do Centro de Vigilância Meteorológico.

Ainda no âmbito das mudanças em curso, Lao Ieng Wai foi nomeado em comissão de serviço, chefe da Divisão de Geofísica e Ambiente Atmosférico, Tam Kin Seng foi nomeado chefe da Divisão de Instrumentos e Técnicas Profissionais e Au Siu Mui nomeada chefe da Divisão Administrativa e Financeira.

30 Nov 2023

Guangxi | Oportunidades de negócio via Macau

Lan Tianli, líder da Região Autónoma de Guangxi, espera que a região possa, em conjunto com Macau, explorar os mercados dos países de língua portuguesa e da ASEAN. As declarações foram prestadas por Lan, durante um encontro com Edmund Ho, que liderou uma comitiva de jovens de Macau que visitaram o Interior.

Segundo a versão oficial do encontro, citada pelo Jornal Ou Mun, Lan Tianli considerou que se Guangxi e Macau explorarem os mercados dos países de língua portuguesa vão ser criadas oportunidades para todas as partes e ao mesmo tempo contribui-se de forma positiva para o desenvolvimento a longo prazo do princípio “Um País, Dois Sistemas”.

O líder da Região Autónoma de Guangxi indicou também a intenção da região aprofundar a cooperação com Macau em áreas como a economia, o comércio, ciência, educação, na cultura e no turismo, além da Medicina Tradicional Chinesa.

Por sua vez, Edmund Ho agradeceu à região de Guangxi por ter ajudado a “suprimir os níveis de sal” na água consumida em Macau e considerou as duas regiões “irmãs” por beberem do mesmo rio. O anterior Chefe do Executivo deixou também o desejo de que as duas regiões possam estabelecer um mecanismo permanente de cooperação, nas diferentes áreas, para estreitarem relações.

30 Nov 2023

Reserva | Perda de 2,39 mil milhões em Setembro

Apesar da quebra acentuada, desde o início do ano até Setembro a reserva financeira gerou 8,95 mil milhões de patacas. No total, o valor cifra-se agora em 568,2 mil milhões de patacas

 

A reserva financeira perdeu 2,39 mil milhões de patacas em Setembro, mas continuou a apresentar um balanço positivo nos primeiros nove meses de 2023, indicam dados divulgados ontem. A reserva financeira cifrou-se em 568,2 mil milhões de patacas no final de Setembro, de acordo com a informação publicada em Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

Apesar da queda em Setembro, a reserva financeira acumulou uma subida de 8,95 mil milhões de patacas nos primeiros nove meses de 2023. A reserva financeira está a ter o melhor arranque de ano desde o início da pandemia, mas o valor permanece longe do recorde de 669,7 mil milhões de patacas atingido em Fevereiro de 2021.

O valor da reserva extraordinária no final de Setembro era de 399,4 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau para 2023, era de 152,1 mil milhões de patacas.

A reserva financeira de Macau é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 256,5 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 127,6 mil milhões de patacas e até 175,2 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados.

A reserva financeira tinha terminado 2022 com 559,2 mil milhões de patacas, o valor mais baixo desde Janeiro de 2019, justificado pela AMCM com “a crise geopolítica, o bloqueio de cadeia global de fornecimentos causado pela epidemia e a subida significativa das taxas de juros”.

Injecções orçamentais

Mesmo no cenário de crise económica criada pela pandemia, a reserva financeira de Macau tinha crescido em 2020 e 2021, apesar de o Governo ter injectado mais de 90 mil milhões de patacas no orçamento. Este ano, as autoridades da região voltaram a transferir quase 10,4 mil milhões de patacas da reserva financeira para o orçamento público.

A Assembleia Legislativa de Macau aprovou em 7 de Novembro o orçamento para 2024, que prevê o regresso dos excedentes nas contas públicas, após três anos de crise económica devido à pandemia de covid-19.

A proposta de lei aprovada na generalidade prevê que Macau termine 2024 com um saldo positivo de 1,17 mil milhões de patacas, “não havendo necessidade de recorrer à reserva financeira”.

30 Nov 2023

Óbito | Arnaldo Santos lembrado na AL

Arnaldo Santos, presidente do Instituto da Habitação recentemente falecido, foi lembrado na sessão de ontem na Assembleia Legislativa em que se debateu o relatório das Linhas de Acção Governativa. Coube ao secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, recordar o dirigente logo no discurso de abertura. “Agradeço a todos, mesmo aos que hoje não estão connosco, o empenho nas suas funções”, declarou.

Semelhante intervenção teve o deputado Kou Kam Fai. “Temos de agradecer à sua equipa, incluindo os que hoje já não estão connosco, pelo empenho e dedicação ao serviço público”, rematou. Arnaldo Santos faleceu no passado dia 16 de Novembro no Hospital Kiang Wu com 63 anos, vítima de doença prolongada.

30 Nov 2023