Viena

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]exposição que se mostra no Museu de Arte de Macau, com pintura e desenho austríacos do século XIX e XX, vem chamar a atenção para uma cidade com características peculiares – Viena. Quase oriental, quase engolida pelo império otomano, cujos avanços teve de recusar várias vezes, capital de um país de um protagonismo envergonhado é, como poucas, o que se pode chamar uma cidade de cultura.
Tem mais de 100 museus, 70 teatros e 4 casas de ópera, um gigantesco orçamento dedicado às artes e uma tradição musical riquíssima a que se associa Mozart, Haydn e Beethoven, mais tarde Mahler, e os compositores da excitante Segunda Escola de Viena. Escuso-me ao elogio da frivolidade famosa do complexo da opereta e da valsa, mas convido o leitor a procurar o gigantesco programa da temporada de 2015/2016 da Wiener Staatsoper para se entender o que é uma verdadeira cidade – de dimensão média – de cultura.
Muitos outros nomes aparecem associados a Viena, como os de Klimt, Max Oppenheimer, Kokoschka, Hundertwasser ou Egon Schiele, assim como Sigmund Freud e Joseph Breuer, Wittgenstein, Kurt Gödel, Karl Krauss, Stefan Zweig ou Hermann Broch. Da música à literatura, da pintura e da arte performativa à matemática, da filosofia à psicanálise, não há campo do saber e das artes em que os seus habitantes se não tenham distinguido.
Mas é do hipnótico livro de Claude Magris, Danúbio, que extraio uma nostalgia erudita, utilíssima para o conhecimento da zona europeia interior que este rio atravessa, uma zona de contacto entre o mundo germânico e eslavo, sítio de impérios ocidentais e orientais e zona de intenso cruzamento de povos de proveniências muito diversas.
O livro de Magris, cujo original em italiano se publicou em 1986, apresenta-se da seguinte forma: uma viagem de 400 páginas ao longo do Rio Danúbio, desde a sua fonte (fonte de incertezas) até à foz no Mar Negro. Pelos sítios onde passa, Magris seduz-nos com histórias sobre figuras que por lá viveram e histórias que por lá se deram. Referir com justo pormenor a enorme diversidade de assuntos de que se trata no livro do erudito italiano seria fastidioso. Baste notar que das suas reflexões se extrai uma sensual e melancólica imagem do interior da Europa e uma exaltação da monotonia que encontramos em alguma literatura alemã (área de especialização de Magris) do século XIX, por exemplo em Fontane. Não é apenas a política, as guerras, os amores, a geografia, a poesia ou os cafés, mas também uma intensa nostalgia.
O Danúbio, por oposição à ligação que o Reno mantém com a figura germânica de Siegfried, símbolo solar da pureza e da virtude, é o símbolo do Reino de Átila, do reino europeu oriental e internacional, germânico, magiar, eslavo, judeu, mas também grego e otomano.
A data da sua primeira edição precede de 3 anos a da queda do muro de Berlim e as transformações que marcaram desde então a Europa de Leste. Se não contém essa actualização, o livro oferece uma útil última visão da vida na Eslováquia, Bulgária, Roménia ou Hungria durante o fim do período de influência Soviética directa.
Magris dedica muitas páginas a Viena, a primeira das quais a propósito do poeta sem casa que gostava de quartos de hotel e de postais – Peter Altenberg, frequentador das mesas do Café Central (o título do quarto dos nove capítulos do livro) que recebiam, por esta altura também a visita de Trostski, nos anos 80 certamente menos afligido pela insensibilidade do turismo de massas que vitima hoje a capital da Áustria, entre muitas outras cidades.
Nestes espaços barrocos o vienense cumpriria o destino de se saber figurante da grande representação que é a vida e lembrar que “as coisas acontecem do modo que acontecem em parte e principalmente por acaso, e que poderiam perfeitamente acontecer de modo diverso” (uma ideia repetida mais à frente a propósito do economista Schumpeter).
Uma das constantes do livro em questão é a visita a moradas famosas. 19 Kundmanngasse é a da casa construída por Paul Engelmann para Wittgenstein. Outro lugar de visita privilegiada são os cemitérios, como aquele em que está enterrado Schoenberg e onde o autor do livro acompanha, durante uma noite, Herr Baumgartner, uma das três pessoas cuja missão é a de abater, no cemitério, faisões, lebres e coelhos que perturbem a sua apresentação ao público.
Não faltam histórias de valor passional, como a que ligou amorosamente Maria Vetsera ao Príncipe Rudolfo da Áustria e que terminou tragicamente em Mayerling em 1889, uma história que continua a causar interesse e teve versões no cinema. Magris debruça-se especialmente sobre o livro que a mãe da infeliz apaixonada escreveu depois da sua morte, pleno de pormenores macabros e de um desejo férreo de manter o pundonor da família.
Uma história passional a que Magris também dedica umas páginas para o fim do capítulo em que se detém em Viena, é a de Elisabeth da Áustria, prima de Ludwig da Baviera, mais conhecida por Sissi ou Sisi (mãe do Príncipe Rudolfo a que se alude em cima). Mulher de Franz Joseph, morreu também violentamente em 1898, assassinada por um anarquista italiano, depois de uma existência ansiosa e avessa à sexualidade e às crueldades e inconveniências das obrigações de corte. Magris fala da sua poesia e da solidão, nostalgia e reacção contra a corte que desta se desprende.
A dada altura, refere-se que o poeta Wolfgang Schmeltzl compara Viena a Babel porque nela se ouve falar hebraico, grego, latim, alemão, francês, turco, espanhol, boémio, esloveno, italiano, húngaro, holandês, sírio, sérvio, polaco e caldeu.
Difícil seria escapar à menção da ameaça otomana. O autor italiano fá-lo a propósito de uma exposição comemorativa do cerco otomano e batalha de 1683, em sua opinião um dos grandes encontros frontais entre o Oeste e o Este, onde figura menção às tropas otomanas e ao seu gosto pelo fausto em geral mas também às tendas opulentas que albergavam as 1500 concubinas do Grão-Vizir, cuja cabeça, perdida em Belgrado mas posteriormente resgatada, permanece no Museu de História de Viena.
As histórias de Magris são muitas delas histórias de guerra, e a propósito da do cerco muçulmano o autor não deixa de chegar à situação dos gastarbeiter turcos e da sua condição na sociedade alemã dos anos 80, considerações que têm hoje, passados quase 30 anos, uma desconfortável actualidade. Fala de escolas em que praticamente só existem alunos turcos e nenhuns alemães e das fricções que esta situação cria. O parágrafo relevante termina assim: “Our future will depend in part on our ability to prevent the priming of this time-bomb of hatred, and the possibility that new Battles of Vienna will transform brothers into foreigners and enemies”.
O desejo turco por Viena é um desejo que incorpora a ideia de um império que una a componente romana e muçulmana, um desejo não de conquista mas de complementaridade, uma discussão que volta a ter pertinência nos dias correntes.
No Café Landtmann, um intelectual vienense intento em iluminar as relações entre o mundo ocidental e os países de leste chama a atenção para uma palestra que Lukács deu na cave do mesmo café por volta de 1952. Exilado em Viena, cidade por que não nutria particular estima, via-a como a cidade de uma Angst contemporânea, um lugar de falhanços.
Os judeus são uma presença constante na história da capital austríaca* e no livro de Magris, seja através da noção de um povo de extrema adaptabilidade a qualquer lugar, um povo da Lei e do Livro que renasce após a destruição; quer na visita que faz à 7 Gentzgasse onde o historiador, crítico e poeta Egon Friedel se suicidou, atirando-se da janela, antes da chegada da Gestapo; na visita que faz ao velho cemitério judaico, na 9 Seegasse; ou na que dedica à 35 Rembrandstrasse, a casa onde Joseph Roth viveu em 1913, e a propósito de quem aproveita para lembrar uma nota dominante que define Viena e a Mitteleuropa, assim como a obra novelística de Roth – a melancolia. Nas suas palavras a propósito da morada deste refere: “a tristeza dos internatos e dos quartéis, a tristeza da simetria, da efemeridade e do desencanto.”
Também manifestações artísticas contemporâneas de Magris o seduziram o suficiente para sobre elas se debruçar, como a actividade vanguardista do Wiener Gruppe a que, no entanto, não parece estender grande simpatia, ou a história de Anna Augustin, uma criadinha de 14 anos torturada durante um ano e morta pela sua patroa, Josefine Luner, cujos retratos se exibem no Museu do Crime.
19 Berggasse. Noto em Magris um fascínio por moradas. Esta é a de uma casa onde Sigmund Freud viveu e manteve consultório. Nela encontramos de novo a melancolia, a melancolia paternal da existência de um homem gentil assim como o seu amor pela ordem e pela simplicidade.
15 Schwarzpanierstrasse, o local onde até 1904 se erguia a casa onde morreu Beethoven, a mesma onde, na noite de 3 para 4 de Outubro de 1903, Weininger se suicidou com um tiro no coração, o mesmo Otto Weininger de que já aqui se falara nestas páginas a propósito de Geschlecht und Charakter (Sex and Character).

* Freud, Otto Weininger, Mahler, Schoenberg, Karl Krauss, Max Oppenheimer, Hundertwasser, Joseph Breuer, Joseph Roth, Stefan Zweig e Hermann Broch são de origem judaica. Wittgenstein tinha também um ramo judaico na família.

23 Fev 2016

Salário mínimo | Carta de associação denuncia fraude

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação de Mútuo-Auxílio de Trabalhadores enviou uma carta ao Governo onde denuncia a existência de fraude no pagamento de horas extra aos funcionários da limpeza e segurança dos edifícios. A carta enviada às redacções acusa uma empresa ligada à gestão de prédios de ter obrigado os seus empregados a assinar um acordo que determina uma diminuição do valor das horas extra, devido à implementação do salário mínimo obrigatório para estes funcionários.
A carta fala do caso protagonizado pela empresa Yi Fat – ligada à gestão de prédios em Macau e na Taipa – que terá garantido serviços de 24 horas para os edifícios que trabalham consigo, tendo os empregados na área da segurança de trabalhar dois turnos seguidos, o que significa que cada trabalhador terá de cumprir 12 horas de trabalho, incluindo quatro horas extras.
A Associação afirma ainda que “a empresa aproveitou as zonas cinzentas da lei para praticar uma acção fraudulenta aos proprietários dos apartamentos e aos funcionários dos edifícios”.
A Yi Fat, diz ainda a carta, terá forçado os trabalhadores a assinar um acordo que obriga os funcionários a trabalhar dez horas por dia, incluindo duas horas extra, sendo que o salário pago para cada hora extra é inferior ao que a nova lei determina.
A empresa terá referido que as 26 patacas por hora extra é um valor que consta nos regulamentos da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), tendo-os forçado a assinar o documento. Enquanto isso outros trabalhadores terão sido despedidos, tendo sido substituídos por trabalhadores não residentes.
A Associação pede que o Governo dê mais atenção a estes casos, tendo acusado o Executivo de falta de fiscalização na área da gestão predial e de aplicar a Lei do Salário Mínimo “sem sinceridade”.
O HM tentou contactar a empresa, mas sem sucesso. Também a DSAL foi contactada para saber se o organismo teria recebido alguma queixa, mas não foi possível obter resposta.

23 Fev 2016

Vício

[dropcap style=’circle’]I[/dropcap]maginem aqueles momentos mágicos. Momentos de um romantismo desproporcional à vida real. Coisas que só se vêm em filmes, mas que acontecem, todos nós já ouvimos histórias destas.
O destino fez com que se encontrassem de novo, depois de uma breve troca de palavras no metro. Ela não tinha dinheiro trocado para pagar o bilhete, ele dá-lhe o que ela precisa, tudo será melhor do que ser apanhada sem bilhete por revisores. Exactamente uma semana depois ela vê-o a passear pela baixa da cidade. A consciência fez com que ela pagasse o dinheiro de volta, e, aí, falaram. A partir desse momento o mais semelhante será pensar no enredo do filme Before Sunrise. Ele ia-se embora em breve e ela também, aquela foi a cidade de encontro como poderia ter sido outra qualquer. Falaram imenso e rapidamente perceberam que tinham tudo que ver um com o outro. Há quem chame destino.
Um ano depois ela está na mesma cidade exactamente no mesmo período e decide contactá-lo. Porque esta era uma cidade que ele regularmente visitava, ele estava lá. Tudo que fazia esperar um reencontro carinhoso mostrou-se surpreendentemente desconfortável. Não foi romântico, não foi excitante, não foi nada do que ela estava a espera. Foi aborrecido de uma atracção forçada, por ele. Ela já não aguentava mais. Só queria sair dali, a desilusão era demasiado grande. Um ano de fantasias românticas onde objecto de desejo fora sempre ele, e, agora, cara-a-cara, a incompatibilidade era demasiado óbvia. O romantismo foi com os porcos.
– Sou viciado em sexo.
– Ok…
– Não podemos sair daqui sem ir para a cama.
Ela pensou que este era um exagero de um argumento. Como já seria de esperar, ele perdeu qualquer hipótese de envolvimento sexual, porque, no fim de contas, a excitação dela vinha de todo romantismo que o encontro tinha despertado. A intriga para um encontro racional tão estúpido como aquele fê-la ficar para falar sobre isso, em vez de lhe dar um estalo e sair dali.
Um hipersexual ou um viciado em sexo é alguém que tem uma vida sexual exageradamente activa. Define-se, por isso, pela prática excessiva de qualquer actividade que envolva excitação sexual: pornografia, masturbação ou sexo (muito frequente e com muitos parceiros diferentes). Como se tratam de actividades normais por si só, tabelar uma frequência patológica não é fácil. Contudo, quando o sexo é utilizado como um regulador emocional e, acima de tudo, pela sua constante prática, torna-se num obstáculo à vida normal, torna-se num problema. Ninfomania nas mulheres e satiríase nos homens. Porque é que a criatura masculina nesta história quis sugerir uma patologia para convencer a rapariga a ter o que queria, parece absurdo. Será que estava à espera que a piedade funcionasse como excitador sexual? ‘És doente do sexo, coitadinho, deixa-me compensar-te com… mais sexo’. Ou talvez ele estivesse à espera de um cenário ‘enfermeira sexy’ pronto para o ajudar. Ou talvez procurasse justificar-se, esta poderia ser a explicação do forçar de química inter-pessoal e a causa para o desastre do segundo encontro.
A sensibilidade para casos de hipersexualidade ainda é mais necessária se considerarmos quão difícil é definir normalidade sexual. E foi isso que moveu a rapariga a explorar aquele discurso sem sentido, especialmente porque ela viu o seu conto de fadas ser destruído por completo.
Mas ele mentiu. Ele só queria despertar a atenção de alguma forma. Se o vício era real ou não, ele definitivamente não pensava em outra coisa.

23 Fev 2016

Extradição | Wong Sio Chak nega ilegalidade na entrega de fugitivos

O Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, garantiu ontem que não houve entrega ilegal de fugitivos de Macau para a China, tendo frisado que o território se limitou a responder a mandatos da Interpol e a um despacho do Ministério Público

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão houve “acções ocultas” na entrega de três pessoas à China, duas delas de Hong Kong. Foi desta forma que o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, reagiu à notícia do South China Morning Post sobre extradições de fugitivos para a China que terão sido feitas de forma ilegal e de forma extrajudicial. No âmbito da conferência de imprensa sobre o balanço da criminalidade do ano de 2015, Wong Sio Chak negou qualquer ilegalidade.
“Macau faz parte da Interpol e deve obedecer aos deveres internacionais. Segundo o Código do Processo Penal (CPP), os acordos internacionais prevalecem sobre a lei interna. Caso haja pedidos de entrega de infractores, devem ser regulados por acordos internacionais ou cooperação judiciária. Caso não haja estes acordos, temos de aplicar o CPP. Não se pode dizer que não existe uma lei para regular a entrega de infractores”, explicou.
O jornal de Hong Kong dá conta de dois casos ocorridos em 2007 e 2008, sem esquecer a entrega de Wu Quanshen ao continente o ano passado. Já o Secretário para a Segurança garantiu tratarem-se de situações diferentes, uma vez que em 2007 e 2008 a Interpol emitiu dois mandatos, ao que se seguiu um despacho do Ministério Público (MP) de Macau a autorizar a extradição de “uma pessoa”. Já no caso de Wu Quanshen, entregue à China no ano passado, tudo se tratou de um “caso de excesso de permanência no território”, que levou o Executivo a cancelar a sua autorização de residência.

Outros entendimentos

Contudo, e segundo o acórdão do Tribunal de Última Instância (TUI), referente a 2007, os juízes consideraram a extradição ilegal por não terem ainda sido assinados acordos de cooperação neste sentido. Wong Sio Chak explicou que este indivíduo acabou por ser libertado.
Neste caso, “o advogado de um dos detidos apresentou um habeas corpus ao TUI e, na apreciação, o tribunal entendeu que por falta de acordo de cooperação não deveria haver detenção e entrega de pessoas. Mas o MP, no despacho que proferiu, deu um entendimento diferente. Temos de respeitar a decisão judicial e nesta questão não está em causa uma aplicação ilegal da lei. As decisões do tribunal não são vinculativas e aplicámos os acordos internacionais e executámos um despacho do MP. Aqui reside a questão da interpretação da lei e, havendo um dever internacional, temos de o cumprir”, concluiu o Secretário.
“Nos dois casos ocorridos em 2007 e 2008, a Interpol recebeu da autoridade de segurança da China um mandato vermelho e, ao abrigo do CPP, nada diz que Macau não pode entregar residentes de Hong Kong para a China. Quando a Interpol emitiu esse mandato, tomámos as acções necessárias e entregámos os dois detidos à China, mas recebemos o despacho (do MP) a confirmar a legalidade da nossa acção”, rematou ainda o Secretário.
Wong Sio Chak confirmou ainda que desde 2008 não voltou a haver a extradição de pessoas para o continente, sendo que nunca houve qualquer residente de Macau envolvido neste processo. Sobre a assinatura dos acordos de extradição entre Macau, China e Hong Kong, Wong Sio Chak apenas espera que a sua conclusão “seja feita com a maior brevidade possível”.

Crimes ligados aos casinos dominaram 2015

Macau registou no ano passado um aumento de crimes relacionados com o mundo do Jogo, conforme a Polícia Judiciária (PJ) já tinha referido no último balanço efectuado há semanas. O crime de sequestro, ou “crime de cárcere privado”, aumentou 86,4% face a 2014, sendo que o crime de usura aumentou 48,1%. A PJ instaurou um total de 1553 processos relacionados com crimes de Jogo, um aumento de 38%.
Contudo, e segundo a apresentação ontem feita por Wong Sio Chak, não há motivo para alarme, até porque as autoridades confirmam “uma tendência de descida da criminalidade grave e violenta”. “A polícia ainda não recebeu, até ao presente, informações sobre qualquer anormalidade no comportamento de associações secretas devido ao ajustamento das receitas do Jogo”, sendo que esse ajustamento “ainda não trouxe quaisquer consequências para a situação da segurança em Macau”.
Com uma quebra nos crimes de tráfico de droga ou passagem de moeda falsa, o Governo confirma que não há “indícios óbvios que demonstrem que o período de ajustamento das receitas do Jogo traga consequências negativas para a segurança de Macau”, sendo que as autoridades prometem “continuar a empenhar-se na execução da lei e a avaliar sistematicamente as situações de ajustamento no sector do Jogo para evitar que factores instáveis apareçam”.

Ng Kuok Cheong exige mais dados

O deputado Ng Kuok Cheong entregou uma carta ao Governo onde pede que sejam divulgadas mais informações sobre os casos dos três indivíduos, dois deles de Hong Kong, que foram enviados para a China pelas autoridades locais. O deputado deseja saber a legalidade e autenticidade dos casos, frisando que não respeitam o princípio de “Um país, dois sistemas”. “O Governo deve esclarecer os detalhes dos casos, para que possa manter a reputação da RAEM”, referiu Ng Kuok Cheong.

Uber já levou à abertura de 17 casos

Desde que começou a operar no território que a Uber já levou à abertura de 17 processos junto das autoridades, sendo que oito deles surgiram este ano. O Secretário para a Segurança garantiu, contudo, que o Governo ainda não chegou a nenhuma conclusão sobre a melhor forma de legislar este tipo de serviços. “A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça está a rever o regulamento administrativo [dos táxis] e está a chegar à etapa final. Estamos a ver o estatuto destas aplicações de telemóvel na área do trânsito, mas só depois de termos uma decisão final é que poderemos trabalhar com a Assembleia Legislativa”, apontou. Sobre o funcionamento dos táxis, o Secretário referiu que o número de ilegalidades não diminuiu. “No ano passado registámos uma grande subida, o que significa que os números mostram que ainda existem muitas irregularidades. Temos de encontrar outros meios [de combate] e tenho referido que precisamos de alterar a lei. Sei que o processo de trabalho está a chegar ao fim e precisamos de cooperar com outros serviços”, rematou.

Uber já levou à abertura de 17 casos

Desde que começou a operar no território que a Uber já levou à abertura de 17 processos junto das autoridades, sendo que oito deles surgiram este ano. O Secretário para a Segurança garantiu, contudo, que o Governo ainda não chegou a nenhuma conclusão sobre a melhor forma de legislar este tipo de serviços. “A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça está a rever o regulamento administrativo [dos táxis] e está a chegar à etapa final. Estamos a ver o estatuto destas aplicações de telemóvel na área do trânsito, mas só depois de termos uma decisão final é que poderemos trabalhar com a Assembleia Legislativa”, apontou. Sobre o funcionamento dos táxis, o Secretário referiu que o número de ilegalidades não diminuiu. “No ano passado registámos uma grande subida, o que significa que os números mostram que ainda existem muitas irregularidades. Temos de encontrar outros meios [de combate] e tenho referido que precisamos de alterar a lei. Sei que o processo de trabalho está a chegar ao fim e precisamos de cooperar com outros serviços”, rematou.

23 Fev 2016

Alfândega | Alex Vong toma posse e garante dedicação

O novo director-geral dos Serviços de Alfândega, Alex Vong, tomou posse ontem, numa cerimónia que contou com a presença do Chefe do Executivo, Chui Sai On, todos os Secretários em funções e os deputados do território. Sem grandes novidades, Alex Vong reforçou que o “mais importante” é a integração na equipa e “coordenar com os trabalhos das Linhas de Acção Governativa da RAEM”.
Um dos primeiros trabalhos será a gestão dos 85 quilómetros quadrados de águas marítimas, tal como Alex Vong referiu no sábado passado. O novo director-geral reforçou uma vez mais um plano de trabalho com “calma”. Quando questionado sobre a sua falta de experiência na área da Segurança, Vong desvalorizou o assunto.
“Independentemente do meu posto, vou assumir escrupulosamente as minhas funções. Tenho muitos resultados dos meus antecessores, vou continuar a levar os trabalhos a cabo e progredir nessa missão, para melhor servir a população”, apontou.
Depois da cerimónia, Chui Sai On, indica um comunicado à imprensa, reuniu com o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, e o novo director-geral “dando instruções de trabalho aos mesmos responsáveis”. O líder do Governo diz que as suas tarefas serão cada “vez mais árduas e complexas, confrontando-se cada vez com mais desafios”. Não obstante, deixou “clara a convicção de que com o apoio e coordenação do Secretário para a Segurança e os serviços subordinados, a liderança de Alex Vong proporcionará aos SA as sinergias necessárias para a prestação de serviços de alta eficácia e qualidade úteis ao desenvolvimento e prosperidade da RAEM”.

23 Fev 2016

Associação Novo Macau quer criminalização de assédio sexual verbal

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação Novo Macau concorda com o que tem vindo a ser defendido por alguns deputados, de fazer com que o crime de assédio sexual verbal também possa ser punido. Num comunicado onde apresenta as sugestões face à consulta pública que decorre sobre a revisão dos crimes sexuais no Código Penal, a Associação diz também estar satisfeita que tenha sido retirado da lei a diferenciação de género das vítimas de violação. “É um progresso”, começa por apontar a Associação face a esta decisão.
“A criminalização do contacto físico de teor sexual aparenta ser a resposta do Governo para a actual inexistência de medidas legais contra o assédio sexual em Macau. Mas o assédio sexual não se limita a contactos corporais, sendo que também pode ser feito de forma verbal”, nota a Associação. “[Esses casos] são mais frequentes nos locais de trabalho ou nas instituições educativas, onde as relações de poder acontecem.”
A Novo Macau considera que criminalizar apenas o assédio físico não pode ser a única resposta e pede mais. “Além da revisão do Código Penal, mais mecanismos deveriam ser estabelecidos para lidar com outras formas de assédio sexual.”
Também a introdução do crime público para a prostituição infantil é aplaudida pela Associação, que pede, contudo, a alteração da idade: dos 14 para 16, ao invés do sugerido, que vai até aos 18 anos.

Flirts pornográficos

Apesar de concordar com a criminalização de pornografia de menores, a Novo Macau explica que é necessário seguir o Código Penal Português. Isto, porque a definição atribuída pelo Governo a pornografia de menores é demasiado abrangente.
“É certo que todos aqueles que exploram menores para a produção de pornografia deveriam ser sancionados (…), mas a definição de pornografia infantil proposta é demasiado abrangente e poderá vir a criminalizar actos dos adolescentes nas relações românticas actuais”, remata a Associação.

23 Fev 2016

UM | Professor recebe prémio de Associação Americana

Brian Hall, do Departamento de Psicologia da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau, recebeu o prémio “Theodore Blau Early Career for Outstanding Contribution to Professional Clinical Psychology”, da Associação Americana de Psicologia. O galardão é entregue a psicólogos clínicos pelo seu sucesso profissional durante os primeiros dez anos após o Doutoramento, bem como pelo seu contributo para educação, investigação, entre outros. Brian Hall vai receber o prémio em Agosto, depois de ter publicado quase 30 artigos. Como epidemologista, Hall está actualmente envolvido num projecto de investigação para melhorar a saúde das pessoas da Grande China e de Macau, em especial, incluindo as comunidades migrantes.

23 Fev 2016

Governo  | Raymond Tam volta ao activo

Raymond Tam vai ter uma nova posição na Função Pública e poderá voltar a ingressar num cargo de dirigente. Quem o diz é Chui Sai On, Chefe do Executivo. “O pessoal absolvido no caso das ‘sepulturas perpétuas’ já regressou à Função Pública, incluindo o ex-presidente do Conselho de Administração do Instituto dos Assuntos Cívicos e Municipais, Raymond Tam. Tam é bem-vindo de volta à equipa e com o seu esforço, experiência e habilitações poderá continuar a assumir cargos de dirigente”, começou por dizer. “O Governo já entrou em contacto com Raymond Tam, prevendo-se que a sua nova posição seja divulgada antes do dia 1 de Março.” 

23 Fev 2016

Companhia de Teatro Hiu Koc celebrou 41 anos

Billy Hoi, mais conhecido por Tai Lio, ou Big Bird, (Pássaro Grande) é o director artístico do teatro Hiu Kok desde 2010. Hoje vê-o mais como uma plataforma para desenvolvimento do teatro em Macau do que propriamente uma simples companhia. O teatro pode mudar o mundo, diz. Escrever de forma honesta em Macau é difícil e Billy Hoi sonha com um fundo de apoio às artes no território


Está à frente da companhia de teatro Hiu Kok desde quando?

Entrei no Hiu Kok em 1986 e tornei-me o seu director artístico em 2010, até hoje.

Quantas pessoas constituem o grupo?

O núcleo duro são 62. Mas temos mais de 700 membros.

Que está a companhia a fazer agora?
Tivemos duas performances grandes no Centro Cultural e quatro mais pequenas durante o ano passado. Também estamos focados na formação de encenadores e guionistas. O Hiu Kok dá mesmo muita força à produção de textos novos. Além disso, nestes últimos anos, a tendência tem sido para transformar o Hiu Kok numa plataforma para a promoção do teatro de Macau. Iniciámos alguns projectos e colaborações com diferentes artistas locais e do estrangeiro. São os casos da série “Long Run”, realizados numa “caixa preta” onde possamos sentar cem – 200 pessoas, onde um guião é seleccionado e um actor convidado a produzir a peça. Queremos com isto dar mais experiência aos artistas para que não estejam sempre dependentes dos subsídios do Governo. Participamos ainda no projecto Macau – Zhuhai, uma ideia de intercâmbio entre as duas cidades, e promovemos activamente a escrita de guiões, pelo que costumamos enviar representantes ao Festival de Leitura de Guiões do Teatro Pequeno de Taiwan, na perspectiva, claro, de desenvolvermos talentos locais. Além disso, agora o Hiu Kok gere duas instalações: a mesma “caixa preta” que temos desde 1998 num prédio fabril da Areia Preta e um mini centro de artes junto ao Mercado Vermelho especialmente destinado a ensaios, treinos e outras actividades artísticas simples. billy hui hiu kok teatro

Fazem muitas tournées?
Há uns anos fazíamos mais, agora estamos mais focados no público de Macau. Mas já actuámos em Xangai, Shenzhen, Cantão, Hangzhou, Hong Kong, na China e em Taiwan, Singapura, Lisboa, Almada e Coimbra.

Qual foi a vossa peça mais bem sucedida e porquê?
Hum… “Sucesso” é um bocado difícil de medir. A força do Hiu Kok reside na mudança. Fazer novos projectos, ter novas ideias é sempre a nossa preocupação. Por isso, ao longo destes 41 anos temos vindo a fazer muita coisa significativa… podemos fala de “sucesso” e de “insucesso”. Ganhámos vários prémios em competições em Hong Kong nos últimos dez anos, produzimos o único drama em Macau de artes marciais, a tragédia grega de Édipo nas Ruínas de São Paulo e apresentámo-nos em vários países e cidades. Em boa verdade não consigo dizer qual foi a nossa peça mais bem sucedida.

Porque é que as pessoas devem fazer teatro?
Acho que nascemos todos para ser artistas, é da natureza humana. Algumas pessoas fazem teatro para se divertirem, outras para fazerem amigos, outras para satisfazerem o seu sonho e a sua ânsia de palco, algumas para preencherem o vazio do talento escondido, outras pela ilusão da fama. Eu acho que o teatro pode mudar o mundo.

Porque é que as pessoas devem ver teatro?
O teatro é a arte mais viva e interactiva que existe. O público não é apenas um espectador passivo como quando assiste a um filme. Ele é parte do teatro, a sua própria respiração afecta a peça. O encontro entre o actor e o público é algo de precioso e depois o momento mágico anuncia-se.

Vocês têm um género favorito de temas? Quais?
Somos muito livres em relação às escolhas dos guionistas e dos encenadores, por isso não definimos temas. Todavia, a maioria das nossas peças relaciona-se com questões sociais e problemas do quotidiano.

Produzem os vossos próprios guiões ou usam mais peças já escritas?
Eu diria que são 80% são originais e 20% já escritas. Mas o projecto “Long Run” é produzido com peças estrangeiras já escritas.

Qual a vossa missão como grupo de teatro?
Temos a visão de inspirar as pessoas e temos por missão promover e encorajar as artes performativas, trazer novas ideias às artes de Macau e para toda a população de uma forma englobante. hiu kok

Depois do Hiu Kok há muitos actores a seguirem uma carreira profissional?
O Hiu Kok é uma boa base para um actor começar e foram muitos os actores profissionais que passaram por aqui no início das suas carreiras. São os casos de Kaman Yip, Jacky Lee ou Maria Au.

Apesar dos anos todos que está dedicado ao teatro ainda mantém um emprego. Acha que um dia vai ser possível para si, ou para os outros que venham a estar no seu lugar, a dedicação a tempo inteiro? Que faz falta para que isso aconteça?
Acho que sim, que vai ser possível. Mas cada caso é um caso. É preciso um coração forte e pioneiro para uma decisão dessas. E depois cada um tem os seus problemas. Penso mesmo que “dinheiro” nem é o maior problema. Como lidar com a família é mais difícil.

Quais são as vossas maiores dificuldades?
Sem dúvida acompanhar as rápidas mudanças do mundo e conseguir correr na frente. Em Macau, escrever uma ideia de uma forma honesta é um desafio. Mas, na realidade, não acho que sejam tudo dificuldades e as que existem só servem para fazer crescer como grupo e tornam-nos mais fortes.

Tem grandes planos para o futuro?
Ligarmo-nos e unir-nos no grande Delta do Rio das Pérolas, constituir um fundo para as artes e desenvolver um sistema poderoso de marketing para promover os grupos de Macau lá fora.

23 Fev 2016

Coloane | Projecto de luxo próximo da Casamata avança

Um relatório de projecto ambiental entregue pela empresa da qual faz parte o dono do Hotel Fortuna diz que a construção do empreendimento de luxo na montanha de Coloane não vai trazer qualquer problema ao ambiente. A DSSOPT ainda não emitiu licença para o projecto, mas aprovou o anteprojecto

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]projecto de um edifício de luxo com mais de 30 andares a construir no Alto de Coloane, junto à histórica Casamata construída no tempo da Administração portuguesa, já recebeu luz verde da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) graças à publicação do relatório de impacto ambiental. Em 2013, o projecto foi criticado pela sociedade por poder afectar a histórica Casamata.
Segundo o jornal online All About Macau, a DSPA finalizou a análise do relatório sobre o projecto que arrancou em 2013 mas que foi suspenso devido à polémica. O relatório confirma que o prédio vai corresponder aos “requisitos técnicos” do Executivo.
“O projecto localiza-se junto à zona das colinas de Coloane e a análise do relatório foi feita com base no impacto ecológico, o habitat natural, a riqueza das espécies existentes e o período de influência do projecto, bem como a dimensão das mudanças ambientais. Foram ainda avaliados os potenciais impactos da obra no ambiente ecológico, tendo sido apresentadas diversas medidas para diminuir esse impacto”, pode ler-se no jornal de língua chinesa.
Apesar da aprovação da DSPA, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) ainda não emitiu qualquer licença de construção pelo facto de não ter recebido o projecto final, ainda que tenha aprovado o anteprojecto da construção.
“As devidas alterações no anteprojecto já foram introduzidas conforme o parecer do Instituto Cultural (IC), traduzido sobretudo na redução da volumetria do empreendimento, ou seja na eliminação de uma das torres. A par disso, foi também mantido o espaço envolvente da Casamata, indicado no parecer do IC, que não dispõe de cave, contudo nos demais espaços está previsto a construção de cave. A área bruta de construção do empreendimento teve uma redução de área de cerca de 20 mil metros quadrados”, aponta a DSSOPT em comunicado.
A DSSOPT não garantiu, no entanto, se a construção do edifício vai obrigar a mais escavações na colina, já que o prédio vai ocupar um quinto dessa área.
A empresa responsável pela construção é de Hong Kong e tem Sio Tak Hong, proprietário do Hotel Fortuna, como um dos principais investidores de Macau ligado ao projecto. O empresário está no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) e chegou mesmo a afirmar que “há prédios altos em todo o lado” e que se o Governo “pode destruir o ambiente”, a sua empresa também se sente no direito de seguir o mesmo caminho, como citava em 2014 o jornal Tribuna de Macau. Este é também um dos proprietários envolvidos no caso da troca de terrenos da Fábrica de Panchões Iec Long.

22 Fev 2016

Pearl Horizon | Polytec ajuda compradores. Indemnização não está garantida na lei, nem nos contratos

A Polytec vai ajudar os promitentes-compradores do Pearl Horizon a pagar empréstimos ao banco, mas estes têm de ser devolvidos mais tarde. A ajudar, o HM sabe que os investidores não têm qualquer garantia de que podem receber indemnizações: os pagamentos feitos pelas fracções aconteceram antes de estar em vigor a lei que os protegeria e os contratos de promessa de compra e venda não falam em qualquer compensação

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]grupo Polytec vai conceder subsídios a uma parte dos promitentes-compradores do Pearl Horizon para “aliviar” os pagamentos mensais feitos aos bancos. A União de Proprietários do edifício confirmou o anúncio e diz que vai aceitar os apoios, que chegam depois dos bancos terem rejeitado a suspensão de pagamentos de empréstimos. Os investidores do Pearl Horizon, contudo, não têm qualquer garantia de que podem receber indemnizações: os pagamentos feitos pelas fracções aconteceram antes de estar em vigor o Regime Jurídico da Promessa de Transmissão de Edifícios em Construção e os contratos de promessa de compra e venda, ao que o HM apurou, não falam em qualquer compensação.
Os promitentes-compradores querem a resolução final do caso, mas aceitaram esta ajuda da empresa. Numa carta enviada pelo Grupo Polytec, conseguida pelo HM, a empresa frisa “entender bem as preocupações” e diz que, depois de vários encontros, aceitou um dos pedidos apresentados, que chega da parte de alguns dos promitentes-compradores que começaram a pagar prestações mensais de hipotecas aos bancos desde o início da data dos contratos até agora.
“A nossa empresa concorda com o pedido de ajuda [aos promitentes-compradores] que pagam prestações mensais, depois de uma avaliação da situação, vamos atribuir subsídios com valor máximo 30 mil patacas e por um máximo de três meses, como uma medida temporária para aliviar a pressão”, aponta a Polytec na carta.
Ainda assim, a medida não vem só: o Grupo Polytec avançou que quando o Pearl Horizon estiver concluído, os subsídios têm de ser devolvidos à empresa, ou as propriedades serão alienadas para uma terceira parte antes da conclusão. Kou Meng Pok, presidente da União de Proprietários do Pearl Horizon, afirmou ao HM que os compradores que se comprometeram vão aceitar esta medida por não terem, agora, condições para as pagar. Sem confirmar o número concreto dos proprietários que podem receber subsídios, o presidente defende que “são muitos”.

Sem suporte

Uma parte dos investidores optou por pagar a entrada para as fracções e apenas pagar as restantes prestações quando o edifício estiver concluído, enquanto outros estão já a pagar tudo. Ao que o HM apurou, a empresa não teria obrigação de ajudar os investidores, já que os contratos não indicam o pagamento de qualquer compensação.
“Nos contratos, não está escrito que podemos ser indemnizados [em caso algum]”, referiu ao HM um dos responsáveis da União de Proprietários do Pearl Horizon. “Por isso é que solicitámos ajuda ao Governo, para saber como podemos proteger-nos. Mesmo que os contratos sejam injustos, o Governo recebeu impostos de selo e registou as propriedades horizontais, o que foi um grande erro. Não deve deixar vender coisas falsas ou que as pessoas sejam enganadas. Mas não violamos as leis. E não somos protegidos na mesma”, apontou Kou Meng Pok ao HM.
Outro dos problemas que os promitentes-compradores enfrentam prende-se com o facto de terem comprado fracções antes da entrada em vigor do Regime que permite a compra de fracções em construção.
“Estes contratos foram assinados antes de 2013, portanto ainda não estava em vigor a lei que veio precisamente tutelar essa questão. O problema é que se celebravam contratos-promessa sobre fracções de prédios que só estavam ainda na planta. Era um risco enorme para os promitentes-compradores – o que se veio a verificar. Aparentemente era um investimento seguríssimo e muito lucrativo. Actualmente, os contratos promessa que incidam sobre fracções autónomas de prédios em construção estão sujeitos a enormes restrições, desde logo a autorização da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). E um dos requisitos para a emissão de autorização prévia pela DSSOPT é precisamente estarem concluídas as obras de fundação do edifício”, explica um jurista ao HM.

Por fazer

O Pearl Horizon, recorde-se, já deveria estar concluído mas nem as fundações tem. “O promitente comprador não tem qualquer protecção sequer comparável com a de um proprietário. A razão porque se celebram esses contratos promessa é porque efectivamente a lei veda a celebração de contratos definitivos – de compra e venda – quando o prédio ainda não está construído – e portanto não existe ainda a fracção que se pretende vender” , continua o advogado.
Em tribunal, os promitentes-compradores não podem ir contra o Governo, apenas contra a empresa, para lhe pedir a restituição do preço que pagaram a título de sinal. Contudo, pelo menos face ao que assegura o responsável da União, não há qualquer tipo de compromisso perante esta situação.
Poderá ainda existir a possibilidade do Governo impor a obrigação à próxima empresa de respeitar os contratos promessa existentes, mas essa possibilidade é, para o jurista que prefere o anonimato, “muito remota”.
O Governo retirou o terreno à empresa por esta não ter cumprido o prazo de aproveitamento do terreno. Na carta, o Grupo Polytec defende que “tem uma meta igual à dos proprietários” e que ainda espera um julgamento “justo” do tribunal. Kou Meng Pok diz que o Grupo Polytec prevê que o recurso contra a decisão do Governo em Tribunal Administrativo pode acabar em breve, daí ter avançado com subsídios. Mais de 80% do edifício já tinha sido vendido há três anos.

22 Fev 2016

Extradição | Pedidos esclarecimentos após entrega de pessoas à China

O jornal South China Morning Post denunciou a extradição ilegal de três pessoas de Macau para a China. A Associação Novo Macau volta a pedir que o Governo torne públicas informações sobre os acordos de extradição que ainda estão em fase de discussão

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]rês pessoas terão sido extraditadas de forma ilegal de Macau para a China nos últimos anos por parte de agências de segurança. A notícia foi avançada pelo South China Morning Post na sua edição de ontem, citando documentos do Tribunal de Última Instância (TUI) de Macau. Convidado a comentar esta informação, Jason Chao, vice-presidente da Associação Novo Macau (ANM), considera que “definitivamente agora há algo que tem de ser esclarecido e o conteúdo dos acordos tem de ser analisado pelo público”, até porque Macau, China e Hong Kong não têm acordos de extradição.
“O Governo decidiu manter as coisas no escuro e parece que há informações que o Executivo decidiu não tornar públicas”, disse ao HM.
Recentemente a ANM pediu ao Governo para tornar transparente o processo de discussão dos acordos de extradição que serão assinados entre a China, Macau e Hong Kong. Os activistas especulam que podem existir abusos de poder no processo.
Segundo a notícia do South China Morning Post, três pessoas, duas delas residentes permanentes de Hong Kong, terão sido extraditadas de forma ilegal para o continente, através de agências de segurança. Um dos casos ocorreu a 18 de Maio de 2007, quando uma mulher que viajava no ferry entre Hong Kong e Macau foi interceptada pelas autoridades para “colaborar numa investigação”. Os documentos citados pelo jornal dizem que a mulher foi extraditada para a China, sendo que era procurada pela Interpol pelo crime de evasão fiscal. Em 2008, outra mulher terá sido extraditada por ter praticado o crime de roubo. O ano passado foi notícia em Macau a extradição de Wu Quanshen, fugitivo da China desde 2012, sendo que as autoridades locais não deram quaisquer explicações para a entrega deste ao continente. “Este tribunal decidiu em 2007 [que] era ilegal extraditar fugitivos para as autoridades do continente. Foi feita uma insistência para proceder à extradição, sem uma lei ou um acordo, sem um processo organizado, sem permitir a defesa do réu ou sem uma ordem de um juiz. Estes actos desacreditam a justiça, enfraquecem a lei e não dão prestigio à RAEM”, lê-se no South China Morning Post.
Ao diário inglês de Hong Kong, Jorge Neto Valente, presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM), referiu saber de alguns casos isolados, mas os números totais, diz, só a polícia sabe. “Independentemente de haver muitos ou poucos casos, o princípio está errado”, frisa.
Um advogado, que não quis ser identificado, disse ao jornal que “a China vai continuar a deter pessoas e a enviá-las para o continente com a colaboração das autoridades locais. Provavelmente os acordos (de extradição) só vão legitimar o que tem vindo a ser feito, porque sabem que é ilegal”.
O gabinete do Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, apenas referiu que “tudo foi feito de acordo com a lei e obrigações internacionais”, a mesma justificação dada à imprensa de Macau aquando do caso de Wu Quanshen.

22 Fev 2016

Máscaras Ilegais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Fishball Riot (Revolta das Bolinhas de Peixe) teve lugar há mais de 10 dias. Até ao momento, foram presas mais de 60 pessoas pela polícia de Hong Kong e, a maior parte, foi acusada de provocação de “motim” ao abrigo do artigo 18 da Lei da Ordem Pública. Como referi no artigo da semana passada, é previsível que a polícia continue à procura de suspeitos e que estes venham a ser acusados e presos.
No seguimento da Fishball Riot, alguns membros do Conselho Legislativo de Hong Kong sugeriram a criação de uma Lei “anti-máscara”.
No website “Wikipedia” podia ler-se,
“As leis “anti-máscara” são iniciativas legais que pretendem impedir que as pessoas ocultem os rostos, por razões políticas ou culturais.”
Em diversos países, como por exemplo os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Dinamarca, França, Alemanha, Noruega, Rússia, Espanha, Suécia, Suíça, Ucrânia, Reino Unido etc. existem leis anti-máscara. A lei canadiana é muito clara quanto a esta proibição. No artigo 351 (2) do Código Penal canadiano, podemos ler,
“Alguém que, com intenção de cometer um crime, oculte a face com uma máscara, ou de qualquer forma procure tornar-se irreconhecível, incorre numa infracção gravosa punível até 10 anos de prisão”.
Como o nome indica, “infracção gravosa” significa crime grave. No Canadá, implica o pagamento de multas superiores a 5.000 dólares ou prisão superior a seis meses. No entanto existem algumas excepções a esta norma.
Actualmente em Hong Kong não vigora qualquer lei anti-máscara. Se existisse, facilitaria o trabalho da polícia porque a lei proibiria os amotinados de ocultar a sua identidade.
Mas é necessário analisar esta questão mais aprofundadamente. Em primeiro lugar, é forçoso que nos lembremos que andam por aí muitas e variadas doenças. A Síndrome Respiratória Aguda Grave – SARS (do inglês, Severe Acute Respiratory Syndrome) é sem dúvida uma das mais sérias. A SARS propaga-se por via aérea. À semelhança da maior parte das gripes. Todos os profissionais de saúde concordam que o uso da máscara é o método mais simples e eficaz de prevenir o contágio e a propagação do vírus. A criação de uma lei que impeça o uso de máscara, pode tornar-nos vulneráveis a uma série de doenças. Se pensarmos que muitos vírus sofrem constantemente mutações, sem que haja medicamentos eficazes contra a nova estirpe, é necessário pensar cuidadosamente antes de se implementar em Hong Kong uma lei anti-máscara.
Em segundo lugar, a utilidade de uma lei deste tipo é questionável. Se um agitador participa num motim, com intenção de atear fogos ou lançar tijolos para perturbar a paz e, eventualmente, ferir alguém, será que se vai deixar identificar facilmente? A resposta é óbvia. Podemos por isso deduzir que, mesmo havendo uma lei anti-máscara, o seu efeito seria diminuto, ou mesmo nulo, porque o individuo em questão arranjaria sempre forma de se disfarçar. Em termos processuais, esta lei apenas permitiria acusar o réu de mais um crime, o de ocultação de identidade. A função de uma lei anti-máscara não vai além disso.
Na medida em que é difícil identificar os agitadores, como é que a polícia os descobriu tão facilmente? A Lei Básica de Hong Kong conserva o direito comunitário, que ainda está em vigor. Ao abrigo do direito comunitário, a pena será atenuada se o réu cooperar com as autoridades. Por exemplo, se alguém for apanhado pela polícia e for responsabilizado por fogo posto e motim, estará a enfrentar duas acusações. No entanto a polícia quer deter outros culpados, contra os quais não tem provas. Se o detido ajudar a polícia a identificar os outros envolvidos pode ver a sua pena diminuída da seguinte forma:

a. Ser acusado apenas de um crime, em vez de dois
b. Ver a sua sentença atenuada em Tribunal.

A “Atenuação” é um procedimento a ter em conta durante um julgamento. Se a polícia informar o juiz que o réu foi cooperante a sentença será atenuada.
Em alternativa, o Governo de Hong Kong poderá considerar a implementação de uma lei semelhante à Portaria para a Concorrência. Esta portaria entrou em vigor a 14 de Dezembro de 2015 e o Comité para a Concorrência é responsável pela sua criação. Como todos sabemos, é muito difícil apurar as negociatas feitas “por baixo da mesa”, e que muitas vezes determinam os preços com que os produtos são lançados no mercado. O Comité para a Concorrência beneficia qualquer pessoa envolvida, desde que ajude a “abrir o jogo”.
A prática processual referida não é uma lei, a polícia pode mudar de ideias sempre que quiser. Mas se o Governo de Hong Kong produzir uma lei semelhante à Portaria para a Concorrência, garantindo alguns benefícios (ex. retirar algumas acusações, atenuar a sentença, etc.) à pessoa que estiver disposta a ajudar a identificar outros agitadores, pode ajudar eficazmente o trabalho da polícia.
Posto isto, a lei anti-máscara pode ser parte da solução, mas a sua utilidade também é questionável. A actual política de acusação criminal pode não dar garantias suficientes a um detido, de forma a que este se decida a ajudar a identificar outros agitadores. E a identificação dos agitadores continua a ser um problema para o Governo de Hong Kong.
Talvez seja preferível perceber as causas da Fishball Riot. Esta é melhor maneira de solucionar os problemas sociais. Neste sentido, Hong Kong deve aprender com Macau. Macau não tem uma lei anti-máscara e não acha de bom tom deixar os criminosos impunes. Mas Macau é uma cidade sossegada e pacífica.

*Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau

22 Fev 2016

Canil | IACM nega impedimento de adopção de animais

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) veio negar o impedimento de adopção de seis animais do canil. Através de um comunicado enviado à imprensa, o organismo diz que a exigência do pagamento de três mil patacas por cada um dos seis cães – ou sete, de acordo com o IACM – retidos pelo canil se deveu ao facto dos animais terem sido reclamados como pertencentes aos cidadãos.
O caso remete à semana passada: como o HM avançou, um grupo de pessoas que estaria interessado em adoptar seis cães que iam ser abatidos queixava-se de ter sido impedida de o fazer.
“A pretensão de obter esses cães pelas pessoas interessadas [foi] efectuada através do procedimento de ‘reclamação’, daí que, nos termos da lei, seja necessário exigir aos interessados, na qualidade do seu dono, pagar as correspondentes multas e taxas”, escreve o IACM.
De acordo com relatos da Associação para os Cães de Rua e Bem Estar Animal (MASDAW), que esteve a tentar ajudar os cidadãos e falou ao HM, os interessados só teriam dito ser os donos dos animais, porque o IACM terá negado os pedidos de adopção e dito aos cidadãos que, se quisessem salvar os animais, teriam de “dizer que eram os donos dos cães”. O comunicado do instituto não confirma se isto é verdade, mas também não nega que tenha acontecido.
“[Se os cães] capturados nos espaços públicos forem licenciados, os trabalhadores do canil municipal podem fazer leitura do código identificador próprio do microchip implantado nos animais e avisar os seus donos, consoante os dados de identificação. Se, porém, não se encontrar nenhum microchip nesses animais, os mesmos serão considerados cães vadios e alojados na zona própria para eles. Qualquer pessoa que compareça para reclamar determinado cão vadio, será considerado como seu dono inicial que pretende efectuar a sua ‘reclamação’, devendo, neste caso, seguir o procedimento para ‘reclamação de cães apreendidos’”, explica o IACM, justificando assim as multas no valor de três mil patacas por cão.
O IACM não diz se é possível adoptar estes cães vadios, mas assegura estar a incentivar a adopção, ainda que com algumas avaliações antes – por exemplo o tamanho do animal.
“Os médicos veterinários do IACM escolhem, de entre os animais recolhidos, os cães e gatos dóceis, saudáveis e de porte moderado, prolongando correspondentemente o período da sua retenção. O IACM quer sublinhar que todos os animais destinados a ser adoptados são adequados para ser alojados na zona própria para animais a adoptar, conforme a avaliação do canil municipal. De acordo com o procedimento comum de adopção, os cães capturados só podem ser transferidos para a zona própria para animais a adoptar desde que satisfaçam as condições e requisitos para o efeito, mediante diagnóstico veterinário”, remata.

22 Fev 2016

Dois casos “graves de gripe” nos Cuidados Intensivos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde foram notificados pelo Hospital Kiang Wu da hospitalização de uma mulher com 79 anos de idade, residente de Macau, com gripe A, e de dois casos de gripe H1N1.
No primeiro caso, a mulher, com doenças crónicas, apresentou sintomas de febre, tosse e dificuldades de respiração a 18 de Fevereiro. Nesse dia foi internada no Hospital Kiang Wu e a realização do raio-x revelou a existência de pneumonia bilateral. Apesar de ainda ter febre, o estado clínico da doente “é considerado satisfatório”. As amostras submetidas a teste rápido tiveram reacção positiva à Gripe A.
Já os casos do vírus H1N1 dizem respeito a dois homens com 53 anos de idade, residentes de Macau. Um contraiu “pneumonia nos dois pulmões” e, em 24 horas, o seu estado clínico agravou-se e devido a insuficiência respiratória teve de ser transferido para a Unidade de Cuidados Intensivos onde respira com recurso a ventilação. Apesar da situação clínica ser considerada crítica o paciente apresenta melhoras. O outro homem está fora de perigo. Nenhum dos três pacientes tinha efectuado a vacinação antigripal do Inverno. A mulher que foi internada no São Januário com gripe H1N1 a 10 de Fevereiro piorou e o seu estado é considerado crítico, estando ligada a um ventilador.
Desde o início de Fevereiro de 2016, foram clinicamente declarados 204 casos de gripe, face a 69 casos no mês de Janeiro.

22 Fev 2016

Homem de Shenzen terá comprado blue card por 50 mil patacas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Polícia Judiciária (PJ) prendeu um cidadão oriundo de Shenzen, de apelido Chan, suspeito de ter comprado um blue card falso por 50 mil patacas. Segundo o jornal Ou Mun, o homem terá comprado a falsa identificação através de um amigo com ligações a um hotel que teria uma vaga para um trabalhador não residente na área das limpezas.
Contudo, Chan nunca desempenhou funções neste hotel e o blue card seria apenas mais conveniente do que o seu passaporte chinês para entrar em Macau e jogar nos casinos. O suspeito já foi presente ao Ministério Público estando a responder pelo crime de falsificação de documentos.
O jornal Ou Mun referiu ainda um caso de imigração ilegal ocorrido em 2014, quando a Polícia Judiciária (PJ) detectou anomalias nas transacções das contas bancárias e nos registos de entrada e saída de trabalhadores chineses contratados por este mesmo hotel. As autoridades suspeitaram de que alguns empregados de hotel ou junkets venderam blue card a residentes chineses para estes jogarem no território. dinheiro-ou-a-vida
Ouvida pelo Ou Mun, a deputada Ella Lei fala de ausência de supervisão e abusos. “Se a PJ já tinha detectado o hotel em 2014, porque é que o caso continuou a acontecer? O pedido para TNR foi ou não investigado, e porque é que o novo pedido de blue card foi aprovado?”, questionou.
A deputada indicou que o Governo já autorizou quotas para mais de 200 mil TNR, sendo que mais de 180 mil se deslocam a Macau. “Alguns TNR não trabalham em Macau depois de conseguirem o blue card e, em muitos casos, os documentos não estão completos, mas ainda assim os processos foram aprovados. Isto é testemunho de que o Governo não fiscaliza bem o processo de aprovação e que falta um mecanismo para a saída destes trabalhadores”, apontou.
Ella Lei falou ainda dos “grandes empresários que podem ganhar dinheiro com a venda das quotas”, sendo que “não é fácil para as Pequenas e Médias Empresas (PME) obterem uma quota”. A deputada pede, assim, que seja diminuído o número de quotas para os grandes empresários.
Ao Ou Mun, o Gabinete de Recursos Humanos (GRH) disse que vai punir de forma severa os empregadores suspeitos de obterem quotas de forma fraudulenta, sendo possível a sua abolição total.

22 Fev 2016

EPM | Sales Marques garante “excelente saúde financeira”

José Sales Marques afirma que a Escola Portuguesa de Macau não tem problemas financeiros e que o Governo de Macau vai apoiar as obras de melhoria das actuais instalações

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]ala a título pessoal porque afirma que a Fundação da Escola Portuguesa de Macau (EPM) desconhece o relatório do Ministério da Educação português que fala de instabilidade no projecto educativo em Macau. Ao HM, José Sales Marques confirma que não existem problemas financeiros na EPM.
“Quero tranquilizar a comunidade portuguesa, os encarregados de educação e os alunos para dizer que está tudo bem e que não há preocupações em relação ao futuro. A EPM neste momento goza de uma excelente saúde financeira e as coisas estão a correr bem”, disse o membro do Conselho de Administração da Fundação. “O Governo de Portugal tem responsabilidades que têm sido cumpridas e o Governo de Macau já disse muitas vezes que vai continuar a apoiar com empenho a EPM, não apenas no seu funcionamento mas também em relação a projectos de investimento. A ampliação e o melhoramento que vai ser introduzido nas actuais instalações contarão com o apoio do Governo de Macau”, acrescentou José Sales Marques.

Contraponto

Na edição da passada sexta-feira, o jornal Ponto Final citou um relatório do Ministério da Educação em Lisboa, que revela que o fim do financiamento da Fundação Oriente (FO) “agravou a situação financeira da escola e a sua viabilidade a médio e longo prazo”, para além de falar da existência de dívidas.
Em declarações à Rádio Macau, Carlos Monjardino, presidente da FO, já veio negar essas afirmações. “Isso já é demais. A saída da FO já era expectável há muito tempo. Não se pode vir agora dizer que tenha colocado a viabilidade da escola em termos financeiros. Isto não é assim”, apontou. “Não reconhecemos estar a dever o que quer que seja à Fundação Escola Portuguesa ou à EPM, mas estamos disponíveis para continuar a subsidiar, de alguma maneira, se assim o entenderem e quiserem, a EPM todos os anos durante um período a definir”, rematou.

22 Fev 2016

Rashidnia Reza | Treinador de karaté da selecção da RAEM

Veio para Macau com um contrato de três meses para preparar a equipa de karaté para os Jogos Asiáticos de Busan. Conseguiu três das quatro medalhas obtidas por Macau. Entretanto passaram-se 14 anos. Continua a ser treinador da selecção local e já trouxe mais 150 medalhas para o território. É iraniano mas para ele Macau já é a sua segunda casa. Rashidnia Reza, com o seu permanente sorriso e trato delicado é uma pessoa especial

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]embra-se de quando foi convidado para vir para Macau?
Em 2002, o presidente da associação de karaté na altura, José Achiam (falecido em 2008) era também secretário geral da Associação Ásia eu era treinador do Irão há já cinco anos, propôs-me vir para Macau. Mandei-o falar com o presidente da federação iraniana, o Nazerian, e um contrato de três meses foi negociado e a 17 de Agosto de 2002 cheguei a Macau para preparar a equipa para os Jogos Asiático Busan.

Como correu a experiência?
Muito bem. Conseguimos uma prata e dois bronzes. Na altura em que Macau conseguiu apenas quatro medalhas. As nossas três e uma de prata para o wushu. Mas depois voltei para o Irão e voltaram a propor-me um novo contrato, desta vez de dois anos para preparar a equipa para os Jogos da Ásia Oriental (EAG Macau 2005). Eu era apenas um simples treinador mas o trabalho de equipa foi muito e conseguimos duas medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze. Depois o contrato foi prolongado para nos prepararmos para Doha, mais três medalhas… karaté

Três meses que se transformaram em 13 anos…
É verdade. Na altura nunca perspectivei uma coisa dessas. Os primeiros meses foram muito difíceis.

Porque decidiu ficar?
Em 2007 trouxe a minha família, tenho duas filhas e um filho. Começaram a aqui a universidade. Agora já voltaram para o Irão mas essa permanência aqui nessa altura foi muito importante para a decisão de ficar.

Não pensa em voltar para o Irão?

Desde 2014 sou residente permanente e este é o meu segundo país. Sempre que volto ao Irão tenho saudades dos meus alunos, tenho muitos estudantes, são como meus filhos. Catorze anos é muito tempo, é difícil deixar Macau agora.

O que o fez aceitar vir para Macau?
Nunca tinha experimentado uma carreira internacional. Tinha apenas tido duas curtas experiencias na Bielorrússia, em part-time, e nalguns países do Golfo Pérsico por muito pouco tempo. Quanto me pediram para vir para Macau para preparar a equipa para um grande evento como os jogos asiáticos aceitei porque queria experimentar treinar fora do meu país. O Irão é um país grande, com muitos atletas e muitos treinadores.

Quando sentiu que ia ficar mais tempo do que os três meses?
Se no início, depois dos três meses, me tivessem proposto um contrato de 10 anos nunca teria aceitado mas a partir de 2005, com os EAG, já estava habituado a estar aqui, tinha planos para trazer a minha família, o que aconteceu em 2007, e queria trazer mais títulos para Macau, nomeadamente o título mundial que é algo que ainda não conseguimos.

E tem atletas para conquistar o titulo mundial?
Não é difícil conseguir este objectivo. Temos muitos bons atletas e treinadores e o governo apoia. Só precisamos que os atletas continuem. Para além disso, desde há dois anos para cá começámos a ter profissionais, não são muitos para já, apenas três, mas espero que no futuro tenhamos mais.

Quando é que isso pode acontecer?
Estamos no caminho. Precisamos de mais atletas, a escola de karaté começou apenas no ano passado e espero que em breve tenha mais atletas o que é fundamental para termos campeões.

Quais as razões para praticar karaté?
Para mim o karaté é um desporto especial. Não é apenas físico como a corrida ou a halterofilia; no karaté usamos muito a parte psicológica. A psique e o físico têm de andar de mãos dadas. Além disso, o karaté dá-nos lições para a vida. Temos de controlar a técnica. Quando enfrentamos um oponente é tudo sobre controlo . Mesmo quando estamos a perder não podemos bater-lhes. Temos de aprender o auto controlo e isso é uma lição para a vida. Nós ensinamos os estudantes a serem educados, a respeitarem os mais velhos. Alguns vêm para aqui e não sabem o que é o karaté mas depois acabam por perceber que isto não é apenas um desporto, é uma filosofia. Trabalhamos muitas áreas a nível físico como reflexos, agilidade, velocidade, resistência e flexibilidade, mas também damos treino mental para a táctica. É como jogar xadrez. Temos de praticar muitas tácticas e estratégias para o combate. E depois há vários estilos, várias escolas, vários tipos de adversários. O karaté também é importante para os estudos pela agilidade mental que proporciona. Também temos muitas técnicas para aprender, onde o foco e a concentração são essenciais.

E a vida em Macau?

Para mim agora é boa, após 14 anos é a minha segunda casa.

Como vê as mudanças que ocorreram nestes últimos anos?
Não ligo muito. À volta pode ter mudado mas a cultura não mudou. As pessoas continuam educadas a seguirem as regras e continua a ser um sitio seguro para viver.

Que sente falta do Irão?
Sinto alguma falta da comida mas também já estou habituado à comida chinesa. Ao princípio era difícil mas agora não. Estou confortável aqui.

Como descreve o Irão nestes dias?
Vai melhor. Mais liberdade que antes. É um pais seguro. Todos os anos levo a equipa a acampar lá. Os pais preocupam-se sempre mas eu tranquilizo-os. As pessoas imaginam que é um sitio perigoso mas não é nada disso.

Se alguém decidir visitar o Irão que aconselha as pessoas a fazer por lá?
A experimentarem a comida, claro, há muitos tipos de grelhados. Mas como é um país muito antigo também há muitos locais históricos para visitar como Pasargadae onde está o túmulo do primeiro rei da Pérsia, há 3000 anos, ou Kashan uma das primeiras cidades no mundo, com 5000 anos de história. Há sítios muito interessantes no Irão e muitas culturas diferentes.

É muçulmano?
Sou.

Como se sente quando se vê a destruição de relíquias museológicas que o Daesh tem feito no Médio Oriente?
Sinto-me perturbado, muito triste por estarem a apagar a história.

Há alguma diferença entre ser persa e iraniano?
Não. É a mesma civilização.

Como começou a praticar karaté?
Comecei com 13 anos, há praticamente 43 anos. Nessa altura visitei um clube no Irão, a luta é muito popular no país, e alguns amigos meus escolheram luta livre, outros boxe, judo, mas quando vi as pessoas entrarem no “tatami”, a fazerem a vénia ao “sensei”, fiquei impressionado, um amigo praticava e disse-me que o respeito pelos outros era um valor fundamental na modalidade e isso interessou-me muito. karaté

E depois? Que aconteceu depois?
Pratiquei até aos 19 anos e depois veio a guerra, mesmo quando eu ia para a equipa nacional. E depois foram 13 anos sem podermos entrar em competições internacionais o que me impediu de seguir uma carreira internacional. Mas fui umas sete ou oito vezes campeão do Irão ou de Teerão. Quando finalmente voltámos a ter competições internacionais já tinha passado o meu tempo de ir à selecção, mas num torneio com oito países organizado no Irão ainda fiz parte da equipa de Kata durante dois anos, tinha 32, e ganhei um segundo e um terceiro lugares. Terminado a carreira como atleta fiquei secretário geral de uma das maiores associações de karaté do Irão, com 30 000 membros dos quais cerca de 8000 cinturões negros, e mais tarde quando o meu sensei saiu do Irão, passei a presidente e depois tornei-me treinador da equipa nacional por cinco anos até vir para Macau.

Qual é o seu lugar preferido em Macau?
À beira mar, a praia de Coloane. Desde o início, desde que cheguei a Macau. Gosto de observar o mar porque aprendo muito com ele. Digo isso muitas vezes aos meus alunos: o karaté é como o mar: nem sempre calmo, nem sempre bravo. Muda. E assim têm de ser os nossos ritmos no karaté, uma alternância de força e pausas. As ondas não são sempre iguais, tal como os nossos movimentos não podem ser.

Vocês criam movimentos novos?
Sim, no Kata não, mas no Kumité criamos muitos movimentos novos, muitos tipos de saltos diferentes.

Comida favorita em Macau?
Chok (canja) e marisco.

Desejo particular?
Conquistar um título mundial para Macau.

22 Fev 2016

Lei Eleitoral deverá chegar à AL em Julho

Sónia Chan, Secretária para a Administração e Justiça, confirmou que a proposta de revisão da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa deverá chegar ao hemiciclo em Julho, sendo que nos próximos dois meses deverá ser realizada a consulta pública sobre o processo. Segundo um comunicado, a Secretária referiu, à margem de uma reunião da AL, que o relatório das últimas eleições “serviu de referência” e que a nova lei visa “reforçar a competitividade e aperfeiçoar a rectidão da eleição, nomeadamente, sobre os actos de corrupção”.

22 Fev 2016

Administração | Contas com primeira queda em cinco anos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Administração encerrou 2015 com receitas totais de 109.778 milhões de patacas, a primeira queda em, pelo menos, cinco anos, segundo dados oficiais divulgados na sexta-feira. Dados provisórios publicados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) indicam que as receitas totais sofreram uma descida de 29,7%, um cenário esperado, já que tinham registado o menor crescimento (0,4%) em 2014, ano em que as receitas do sector do Jogo encetaram uma curva descendente.
Esta é a primeira queda no cômputo de um ano pelo menos desde 2010. Dados anteriores não estão disponíveis na página online da DSF.
Os impostos directos sobre o jogo – no valor de 35% sobre as receitas brutas dos casinos – foram de 84.430 milhões de patacas, reflectindo uma redução de 34,5% face a 2014. As taxas sobre o sector não reflectem, com efeito, a queda de 34,3% da receita bruta apurada dos casinos em todo o ano de 2015, face a 2014, porque são pagas no mês seguinte ao mês de referência e em termos orçamentais contabilizadas de Dezembro de um ano até Novembro do ano seguinte.
Mas a importância do jogo reflecte-se no peso que o imposto detém no Orçamento: 76,9% nas receitas totais, de 77,6% nas correntes e de 90,3% nas derivadas dos impostos directos.
Já no campo da despesa, Macau gastou, entre Janeiro e Dezembro do ano passado, 80.479 milhões de patacas em termos globais – mais 22,4% do que em 2014.
O Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) equivaleu a 8.948 milhões de patacas, mais 23,3% face ao período homólogo de 2014. Ainda assim, entre receitas e despesas, a Administração acumulou um saldo positivo de 29.298 milhões de patacas, valor que excedeu largamente o orçamentado para todo o ano (18.805 milhões de patacas), mas que traduziu uma queda de mais de dois terços (67,6%) comparativamente ao arrecadado em 2014.

22 Fev 2016

Lucros da Melco caem 82,6%

Os lucros da Melco Crown Entertainment caíram 82,6% em 2015, para 105,5 milhões de dólares, segundo comunicado divulgado na quinta-feira.
Entre Outubro e Dezembro do ano passado, a operadora liderada por Lawrence Ho, um dos filhos do magnata dos casinos Stanley Ho, registou prejuízos de 12,3 milhões de dólares norte-americanos no quarto trimestre de 2015, contra um lucro de 92,9 milhões de dólares em igual período de 2014. No quarto trimestre, a operadora registou receitas líquidas de 1058 milhões de dólares, menos 6% em termos anuais homólogos.
O declínio nas receitas líquidas é atribuído maioritariamente à diminuição do negócio no mercado de massas nos empreendimentos em Macau – City of Dreams e Altira Macau – embora parcialmente compensados com a receita gerada pelo Studio City (Macau) e City of Dreams Manila (Filipinas), que iniciaram operações em Outubro de 2015 e Dezembro de 2014, respectivamente, adianta o comunicado.
O EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) foi de 236,4 milhões de dólares no quarto trimestre de 2015, abaixo dos 278,6 milhões de dólares registados em igual período do ano anterior. A queda de 15% neste indicador foi justificada com a menor contribuição do segmento de massas para o negócio da operadora.
No mesmo comunicado, o co-presidente e director-executivo da Melco Crown, Lawrence Ho, anunciou a atribuição de um dividendo especial de 350 milhões de dólares.
A Melco Crown resulta de uma parceria entre Lawrence Ho e o magnata australiano James Packer, que mantém a participação na empresa, mas saiu da direcção no ano passado. Recorde-se que a Melco Crown abandonou a bolsa de Hong Kong, mas mantém-se cotada no Nasdaq.

22 Fev 2016

Suspeita que abandonou bebé em prisão preventiva

Uma mulher filipina foi detida preventivamente e aguarda julgamento por suspeitas de ter sido quem abandonou a bebé recém-nascida no edifício Flower City, na Taipa. Segundo nota do Ministério Público, foi-lhe aplicada a medida de prisão preventiva para que não fuja às autoridades. O caso diz respeito ao abandono de uma bebé com horas de vida, ainda com a placenta, num caixote do lixo no 17º andar do Flower City. A mulher terá dado à luz numa casa nesse mesmo andar e, segundo a rádio chinesa, terá “cortado o umbilical” da bebé e colocado a menina no lixo porque esta “não chorou”, levando a mulher a crer que “estivesse morta”. Na mesma semana foi encontrado um bebé prematuro, morto, nos braços de uma outra mulher filipina, no mesmo edifício, quando a polícia investigava o primeiro caso.

22 Fev 2016

Gastos dos turistas caem quase 18%

Os gastos dos turistas que visitam Macau caíram no ano passado pela primeira vez desde 2010, altura em que há dados oficiais, revelaram as autoridades do território. A despesa que os visitantes fizeram em 2015 caiu tanto em termos globais como ‘per capita’: em 2015, os gastos dos turistas ascenderam a 51,13 mil milhões de patacas, menos 17,2% do que em 2014. Em termos ‘per capita’, a despesa dos turistas foi de 1665 patacas, menos 15% do que em 2014. Os gastos ‘per capita’ dos visitantes da China continental, a origem da maioria dos turistas de Macau, caíram 16,5%. No final de Janeiro, dados oficiais já haviam revelado que o número de turistas em Macau desceu 2,57% no ano passado, a primeira queda desde 2009.

22 Fev 2016

MGM com quebras. No Cotai só em 2017

A MGM China anunciou quebras de 33% nas receitas no território em 2015. A operadora registou receitas globais de 17,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, menos 33% em relação ao ano anterior. A operadora compara estes resultados com o declínio de 34% registado pelo sector do jogo em Macau e de 38% na península. A companhia observa ainda que “a quota de mercado se manteve estável, apesar das novas aberturas” de casinos em 2015 no território.
A MGM, que resulta de uma parceria entre Pansy Ho, filha do magnata Stanley Ho, e a empresa norte-americana MGM Resorts, já tinha anunciado o adiamento da abertura do novo resort da empresa no Cotai e acrescenta agora que, apesar do orçamento para a construção do projecto se manter em 24 mil milhões de dólares de Hong Kong, este só abre para o ano.
“A companhia tomou a decisão estratégica de adiar a abertura do seu MGM Cotai do quarto trimestre de 2016 para o final do primeiro trimestre de 2017 com base nas condições actuais do mercado e do calendário de outras aberturas de resorts na zona”, refere.
A operadora referiu ainda que as receitas brutas do segmento de massas evidenciam “melhorias há dois semestres consecutivos”. Nos últimos três meses de 2015, os ganhos nas mesas de jogo deste segmento cresceram 12%, enquanto o segmento VIP registou perdas de 22%.

22 Fev 2016