Governo oferece visitas a Centro de Doenças

“Com o intuito de dissipar preocupações dos residentes e melhorar a compreensão sobre as instalações de prevenção e controlo de doenças transmissíveis em Macau”, os Serviços de Saúde estão a oferecer a possibilidade dos residentes visitarem as actuais instalações de prevenção e controlo de doenças transmissíveis no Centro Hospitalar Conde de S.Januário e no Centro Clínico de Saúde Pública localizado em Coloane. A medida pretende dissipar a polémica que a construção do Centro de Doenças Transmissíveis ao lado do hospital público tem causado. Os interessados podem inscrever-se junto do Gabinete de Utentes do São Januário.

22 Fev 2016

Zika | Contaminação desmentida

Uma mulher de 60 anos de idade, suspeita de estar infectada com o vírus Zika, não está afinal contaminada, confirmam os Serviços de Saúde. A mulher terá apresentado sintomas da doença depois de ter viajado para a Tailândia entre os dias 8 e 15 de Fevereiro. Entretanto, no continente, foi detectada mais uma infecção num homem de 38 anos, proveniente de Zhejiang, que terá viajado no dia 2 deste mês para as ilhas Fiji e Samoa. Neste momento o doente está isolado no hospital para tratamento.

22 Fev 2016

Aurélia Rodrigues de Almeida, coordenadora da Escola de Administração Pública do IPM

A aposta na Língua Portuguesa é essencial e tanto o Governo Central como o de Macau têm consciência disso. Aurélia Rodrigues de Almeida, docente e coordenadora da EAP do IPM, frisa que alunos devem estar atentos às estratégias do Governo na escolha da sua formação

O mais recente curso do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Relações Comerciais China – Países Lusófonos, foi, como já defendeu, uma aposta inovadora. Qual tem sido o feedback recebido?
O feedback é bom. Alunos e docentes estão motivados e a progressão na aprendizagem é de um nível muito elevado e encorajador para todos quantos acreditamos neste projecto, a começar, naturalmente pelos dirigentes do IPM. O curso é de facto uma formação inovadora e uma formação necessária e oportuna. Inovador no modelo, é um curso que permitirá aos alunos obter competências em duas áreas do conhecimento, em língua e cultura portuguesas e em comércio internacional, necessário porque quer as empresas, quer a Administração Pública necessitam de profissionais bilingues com competências superiores na área do comércio internacional. Oportuno porque está claramente vocacionado para apoiar o estabelecimento de uma plataforma de serviços no domínio do comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

A aposta no Português é, de facto, um caminho essencial para Macau?
Creio que se trata hoje de uma evidência, é o Governo da RAEM que o afirma e é o Governo Central que a cada momento o lembra. O Português é uma das línguas oficiais de Macau, é a língua em que foi redigida uma parte importante da legislação ainda em vigor em Macau, é uma língua de uso obrigatório na Administração Pública e é também a língua que faz ponte de comunicação entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Por todas estas razões a que só não se acrescentam outras por economia de tempo, sem dúvida que a aposta no Português é essencial. Não é a única aposta a fazer, mas é uma aposta essencial.

Apostar em licenciaturas deste âmbito é o caminho que o IPM deve percorrer?
Quem o poderá responder é o presidente do IPM, [Lei Heong Iok]. No entanto, quando olhamos para o ensino da Língua Portuguesa em Macau, o IPM é identificado como o primeiro referencial neste domínio e é-o justamente. O reconhecimento do papel do presidente, e do próprio IPM, em relação à Língua Portuguesa é indiscutível.

Está portanto, mais do que provada…
Sim, disso são exemplos a atribuição do grau de Doutor Honoris Causa e de Membro da Academia de Ciências que a Universidade de Lisboa e a Academia das Ciências de Lisboa atribuíram ao nosso presidente.

A Administração Pública, lugar para comum para si, é também uma área de destaque no IPM. Tem mais alunos portugueses ou chineses? O que é no fundo procurado?
Sim, a Administração Pública é efectivamente uma área de destaque no IPM, da responsabilidade da Escola Superior de Administração Pública. Naturalmente, tem mais alunos chineses do que portugueses, direi que decorre desde logo do facto da comunidade portuguesa ser reduzida. O curso em Língua Portuguesa é pós-laboral e tem sido apoiado pelos responsáveis do IPM e da ESAP não obstante a sua reduzida procura. O objectivo é adquirir conhecimentos e competências que lhes permitam ser quadros qualificados do Governo.

Sector em que o Português volta a estar em destaque. É preciso, portanto, apostar na formação de quadros públicos com domínio no Português.
É essencial. Quanto mais qualificados forem os quadros da Administração Pública, mais qualificada é a sua actividade. Creio que é mais uma evidência. No entanto, na minha opinião, pode ser interessante repensar a formação em Administração Pública como uma formação bilingue, ou seja que permita aos alunos adquirir conhecimento das duas línguas oficiais, além das matérias específicas da Administração Pública, a exemplo do que já é feito no curso de Relações Comerciais China – Países Lusófonos, criando assim condições a médio prazo para assegurar a continuidade de uma Administração Pública bilingue.

Portanto, formar quadros que dominem as duas línguas…
Sim, a RAEM tem, por lei, uma Administração Pública que deve estar apta a exercer a sua actividade em qualquer uma das línguas oficiais – o Chinês ou o Português – cabendo ao cidadão e aos agentes económicos e sociais que se relacionam com a Administração Pública a escolha da língua utilizada no procedimento e no processo. Penso que a formação de quadros da Administração Pública deve ter uma preocupação acrescida com a aquisição de conhecimentos e competências, linguísticas e específicas, e com a formação integral do aluno visando contribuir para que ele seja um bom funcionário e um bom cidadão, motivado para o serviço público, para a inovação e formação contínua. Aurélia Rodrigues de Almeida_IPM_GLP_09

Isto leva-nos também para a área de tradução, apontada como uma das mais debilitadas. Concorda?
Não sou no IPM a pessoa mais habilitada para falar da área da tradução. As pessoas mais habilitadas são o presidente, em primeiro lugar, e o Director da Escola Superior de Línguas e Tradução, em segundo lugar. Mas não tenho dificuldades em responder-lhe afirmativamente. As carências de tradutores e de intérpretes, são diariamente referidas pelas entidades oficiais, pelas empresas, pelos responsáveis dos serviços públicos e são sentidas por todos nós no nosso dia-a-dia. Mas também não tenho dúvidas em afirmar que o IPM é, na formação de tradutores e de intérpretes, a escola de referência em Macau, na China continental e estrangeiro.

É o curso do futuro?
É um curso de futuro e é um curso para servir o futuro. O tradutor e o intérprete têm uma função de intermediação/mediação entre uma língua e uma cultura de partida e uma língua e uma cultura de chegada, estabelece a comunicação entre duas pessoas que de outra forma não comunicariam, entre duas línguas e culturas que de outra forma não comunicariam. É um curso de futuro porque esta é uma necessidade permanente, crescente, por efeitos da globalização.

E um futuro assegurado…
Sim, têm o futuro assegurado os alunos que se graduam em Tradução e Interpretação e servem o futuro porque estão ao serviço do desenvolvimento das relações económicas e sociais a nível local, regional e global.

Quais são as áreas de destaque em que os alunos de Macau, na sua visão, devem apostar?
Em primeiro lugar em formações de qualidade e de relevância social e, nesse aspecto, como em outros, a escolha do IPM é uma escolha bem acertada. Devem apostar em formações inovadoras, sólidas e com espírito empreendedor. Estas são características que devem exigir a qualquer curso, inovação, solidez e empreendedorismo. Depois, creio que devem estar atentos às orientações estratégicas da RAEM, seja do ponto de vista social, seja do ponto de vista económico. Devem estar muito atentos às janelas de oportunidade que a diversificação da economia pode revelar. Mas sobretudo, devem entender que hoje a licenciatura constitui apenas uma base sólida da sua formação que não dispensa, mas antes exige, uma formação contínua permanente que lhes permita na sua área manter e elevar os conhecimentos e as competências e, para além disso, estar preparado para mudar de área de actividade mantendo-se capaz de responder aos desafios das mudanças que hoje se dão a uma velocidade cada vez maior. A aprendizagem tem que ser contínua, seja em que actividade for. Se alguém parar de aprender em breve será reconduzido a um estado de ignorância que o tornará inapto para o exercício dessa actividade.

Há pouco tempo, na apresentação de um livro de um autor português, Alexis Tam glorificou o trabalho realizado pelo Instituto, garantindo o apoio do Governo. Sente-se essa vontade da Administração no apoio ao Português?
Tal como referi essa vontade é clara, na minha opinião, e expressa-se por palavras e actos. Creio que existem todas as condições, por parte do Governo, para os projectos nesta área serem bem-sucedidos. Há que apresentar propostas e demonstrar ser capaz de as realizar. Creio que há uma oportunidade única neste domínio e estou segura que com maior ou menor ritmo elas irão ser aproveitadas. Parece-me evidente que não será por falta de apoio do Governo que deixarão de se fazer coisas em prol do desenvolvimento da Língua Portuguesa. Importante é que quem está no terreno apresente projectos e faça a demonstração de resultados palpáveis, mensuráveis, que sejam eles próprios motivadores da concessão de mais apoio.

O IPM deveria criar mais acordos com outras faculdades portuguesas para um maior intercâmbio de alunos?
É outra pergunta a que a pessoa mais habilitada para responder será o presidente. Mas não fujo à resposta. O IPM, tanto quanto é do meu conhecimento, tem neste momento uma vasta cooperação com universidades e institutos politécnicos. Vai para dez anos o curso de licenciatura em Tradução e Interpretação Chinês Português do IPM em associação com o IPL [Instituto Politécnico de Leiria]. O IPM tem cursos de doutoramento e mestrado em colaboração com a Universidade de Lisboa e do IPL. Tem mais de 50 alunos a estudar Português, em Leiria, tem cerca de 60 alunos portugueses, os do curso de Tradução com o IPL e alunos em mobilidade de outras instituições. O presidente tem referido insistentemente a sua vontade de incrementar a cooperação com as instituições de ensino superior do Países de Língua Portuguesa e, de acordo com o que sabemos, tem aumentado os esforços para alargar a cooperação a outras instituições e aumentar os alunos em mobilidade a receber em Macau.

Como é ser docente em Macau? Numa cultura tão diferente, a sede de aprendizagem vive-se de outra forma?

É um exercício apaixonante, porque a noção de ensino/aprendizagem é aqui mais forte e ganha uma outra dimensão. É ser-se docente numa outra cultura e aprendente, permanente, dessa mesma cultura. Direi que é uma experiência única que, como referem em relação a uma bebida, primeiro estranha-se, depois entranha-se. Tenho muitas dificuldades, sinceramente, em imaginar-me fora deste caldo multicultural. Entranhou-se, já me sinto parte dele.

22 Fev 2016

Serviços de Alfândega | Alex Vong é novo director. Mexidas no IACM e ID

Para Chui Sai On, Alex Vong é a pessoa ideal para liderar um dos mais importantes organismos do Governo. A escolha foi feita pelo Chefe do Executivo, que se diz confiante no trabalho do ex-presidente do IACM

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]lex Vong é o novo director-geral dos Serviços de Alfândega (SA), deixando o cargo de presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) para José Tavares. O anúncio foi feito numa conferência de imprensa no sábado, tendo levado a mexidas noutros organismos do Governo.
A escolha de Alex Vong para o cargo que pertencia a Lai Man Wa, responsável que se suicidou no ano passado, foi feita pelo Chefe do Executivo. Uma decisão pessoal, ainda que tenha de ter tido carimbo do Governo Central.
“O Conselho do Estado decidiu nomear [Alex] Vong como director-geral dos SA no dia 19 de Fevereiro, de acordo com a indigitação submetida por mim. Devido ao cargo de director-geral dos SA ser um dos titulares dos principais cargos e de ser um lugar que desempenha funções importantes, é necessário nomear a pessoa certa. Também não podemos esquecer os requisitos consagrados na Lei Básica, que estipula que a pessoa deve possuir qualidades e capacidades adequadas para esta função, nomeadamente, políticas, responsabilidade, capacidade e tomada de decisão política, coordenação, bem como experiência e gestão administrativa eficaz”, disse Chui Sai On no seu discurso.
Alex Vong já foi presidente e vice-presidente do Conselho de Administração do IACM e presidente do Instituto do Desporto. Licenciado em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Línguas e Administração de Lisboa-Portugal, em 1994, obteve o Mestrado e o Doutoramento em Educação pela Universidade de Desporto de Pequim, em 1999 e 2009. Ingressou na Função Pública em 1994 e foi um dos primeiros quadros bilingues da Administração.
Para Chui Sai On, esta é escolha acertada, com o líder do Executivo a dizer estar convicto que Vong vai desempenhar bem as suas funções, porque “tem servido a sociedade em diversas posições, adquirindo bons resultados no trabalho e experiências valiosas a nível de gestão e com reconhecimento da sociedade”. Também o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, demonstrou um apoio e concordância “convictos” a esta decisão, depois de Chui Sai On ter pedido o parecer da tutela antes de enviar o pedido para Pequim.

Pronto para tudo

Desafio parece ser a palavra de ordem para Alex Vong, principalmente devido à recente cedência de jurisdição a Macau pela China de 85 quilómetros quadrados de águas marítimas. “Os trabalhos dos SA são desafiantes. A clara definição do poder de gestão das águas marítimas sob a jurisdição da RAEM, [leva os SA] a executar novas missões de prevenção e fiscalização dentro das águas sob a gestão exclusiva da RAEM”, referiu no seu discurso, acrescentando contudo ter “toda a confiança em fazer face a esses desafios”.
Alex Vong prometeu ainda “servir a população e manter a imparcialidade” e ter “uma atitude pragmática e inovadora” no desempenho das suas funções. Contudo, e ao contrário dos antecessores, Alex Vong não tem experiência nas Forças de Segurança, uma questão que é desvalorizada tanto pelo próprio, como pelo Secretário para a Segurança, mas que já levou à contestação por parte de alguns deputados. Caso de Kwan Tsui Hang, que disse mesmo ter ficado “surpreendida” com a novidade.
“Os dois antigos directores da Alfândega eram desses serviços, agora é um funcionário que não é proveniente da Alfândega, nem das Forças de Segurança. Isto é algo, de facto, especial”, disse, acrescentando que os novos cargos “não correspondem” muito às experiências de trabalho.
Referindo-se também às mexidas no ID e IACM (ver texto abaixo), Kwan Tsui Hang disse considerar o ajustamento dos cargos “incompreensível”. Acrescentou que o antigo presidente do Conselho de Administração do IACM, Raymond Tam, já foi absolvido do caso conexo ao chamado Caso das Campas, mas nem sequer regressou à sua posição original. A deputada espera que o Governo dê uma “explicação completa” à sociedade.
Ainda assim, Alex Vong recebeu a confiança do deputado Chan Meng Kam e de Ho Ion Sang, que disse que o ajustamento dos cargos pode ajudar a evitar o funcionamento do Governo como “máquina”, sem criatividade. “A mobilidade pode trazer novos pensamentos”, frisou.

Quem é Alex Vong?<7h5>
De nome Vong Iao Iek, de etnia Han, o novo director dos SA nasceu em Macau no mês de Setembro de 1966, tendo raízes familiares da Cidade de Heshan. Casado, tem três filhos e não pratica nenhuma crença religiosa. Licenciado em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Línguas e Administração de Lisboa-Portugal, em 1994, obteve o Mestrado e o Doutoramento em Educação pela Universidade de Desporto de Pequim, respectivamente, em 1999 e 2009. Ingressou na Função Pública em 1994.

José Tavares à frente do IACM. Pun Weng Kun fica no Desporto

Com a entrada de Alex Vong na direcção dos Serviços de Alfândega, José Tavares deixa a presidência do Instituto do Desporto (ID) para liderar o Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Já o actual vice-presidente do ID, Pung Weng Kun, assume a liderança do organismo, passando também a ser o coordenador da Comissão do Grande Prémio. José Tavares entrou para a Função Pública em 1984, como escriturário-dactilógrafo do Leal Senado de Macau. Esteve nos Serviços de Estatística e Censos, no Instituto dos Desportos de Macau e no Instituto do Desporto.

22 Fev 2016

Sporting e Ka I empatam (1-1) em jogo sensaborão

Começou com o protesto do Sporting e acabou com protestos do Ka I pela anulação de um golo. De resto foi o Sporting a tentar controlar um jogo que ambas as equipas precisavam de vencer, mas a desperdiçar todas as oportunidades que criou menos uma e o Ka I a chutar lá para frente a ver se pegava, e pegou uma vez. Sorri o Benfica que ao vencer o Lai Chi (3-0) aumentou a diferença para a perseguição e deu mais um passo rumo ao título

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]inda o jogo não tinha começado e já havia agitação junto da mesa da com o presidente do Sporting Clube de Macau, António Conceição Júnior a protestar veemente o que, inclusive, viria a resultar num protesto ao jogo (ver caixa). Em causa, na perspectiva do Sporting, a inscrição irregular de dois jogadores do Ka I (William e Fabrício) que, argumentam os queixosos, não possuem cartão azul mas apenas vistos de turista.
Em relação ao jogo propriamente dito, o Sporting entrou agressivo, a tentar controlar as operações com várias triangulações entre os seus jogadores e alternando passes curtos em progressão com passes longos para as alas onde os extremos tentavam servir os avançados com cruzamentos para a área. O Ka I surgia numa postura mais expectante a apostar nos erros do Sporting e, sempre que possível, a chutar lá para a frente para as corridas de Fabrício Lima. Aos três minutos de jogo surgiu a primeira ameaça, que viria a redundar num fora de jogo assinalado ao ataque do Ka I, mas aos nove, o Ka I viria mesmo a marcar com a defesa do Sporting a ficar mal no boneco; uma primeira falha do defesa sportinguista, Fabrício ficou coma bola, livrou-se do guarda-redes, quase chegou à linha de fundo no processo, mas ainda assim conseguiu rematar com sucesso. Dois minutos depois, William remata forte, já dentro da área, com a bola a rasar a barra do guarda-redes leonino.
A partir daí o Sporting voltou encontrar-se sempre a pressionar alto com Ka I a apostar mais no contra-ataque. Ao quarto de hora chegou o golo do Sporting com um cruzamento primoroso da direita, uma primeira cabeçada no miolo de um jogador do Sporting, o guarda-redes do Ka I a ficar fora da jogada e Pio a receber a sobra e a encostar para o empate. A partir daqui o jogo seguiu sem grandes perturbações até que aos 22 minutos o homem mais perigoso do ataque do Ka I, Fabrício, lesiona-se e é substituído por Pang Sio Hong. A partir dessa altura os ataques do Ka I ficaram menos perigosos passando a viver de alguns tímidos rasgos individuais e continuando a abusar dos lançamentos longos do guarda-redes ou dos defesas. Até ao final da primeira parte apenas dois livres perigosos a registar, um para cada lado, mas sem consequências dignas de nota.

Mais do mesmo mas sem golos

O Sporting voltou para a segunda parte com o mesmo espírito da primeira e logo um minuto depois arrancava o primeiro remate. O Ka I só aos 49 minutos conseguiu voltar a ameaçar a área leonina com mais um passe longo do guarda-redes mas William viria a desperdiçar ao cometer falta sobre o defesa do Sporting. Nesta fase do jogo já se destacava a actuação de Rafael Moreira, do Sporting, que aparecia um pouco por todo o lado e, aos 60 minutos, remata mesmo, fortíssimo, mas por cima da barra. Até perto dos 80 minutos, o guarda redes do Sporting foi praticamente um espectador pois só nessa altura o Ka I voltou gerar alguma emoção junto da baliza leonina, mas sem consequências de maior.
À medida que o jogo avançava notava-se que as duas equipas começavam a acusar o esforço e a qualidade decaía. Mesmo assim estavam ainda reservadas algumas emoções para o final. Três para ser mais preciso. A primeira dá-se ao minuto 82 na sequência de um canto do lado direito do ataque do Ka I, um toque de calcanhar e a bola a pingar para a baliza do Sporting. Talvez entrasse, mas pelo sim pelo não, a jogada é finalizada com uma cabeçada de um jogador do Ka I, que parece vir de trás, mas o árbitro decidiu por fora de jogo. Seguiu-se um enorme sururu no banco do Ka I com um dirigente a ser expulso mas recusando-se durante vários minutos a sair do campo, já se ouvindo nas bancadas quem chamasse pela polícia. Logo a seguir Leung Chon In do Sporting comete uma falta para cartão amarelo, mas era o segundo e acabou expulso. O Ka I aproveitou a falta de um homem no Sporting para crescer um pouco mas foi o Sporting, já em cima do minuto 90, quem teve a última oportunidade do encontro: um livre perigoso a uns 10 m da entrada da grande área lado esquerdo do ataque mas o remate saiu fraco para defesa fácil do guarda-redes do Ka I. O jogo viria a terminar dois minutos depois, sob grandes protestos da equipa do Sporting.

Conceição Júnior, Presidente do Sporting: “Nenhum regulamento pode superiorizar-se às leis”

Em declarações ao HM, António Conceição Júnior confirmou que o Sporting jogou sob protesto pois enviaram uma notificação à associação há cerca de uma semana para “dizer que dois jogadores do Ka I iam voltar território e jogar apenas com visto, sem cartão azul.” Um situação que, para Conceição Júnior, é ilegal pois, argumenta o Presidente do Sporting, “em Macau só se pode exercer actividade profissional se se tiver um cartão azul.” O facto da liga não ser profissional não serve de justificação para Conceição Júnior, pois “não interessa que seja profissional ou não o que é certo é que estes jogadores são profissionais. Sempre foram”, rematou. O dirigente reforçou ainda a sua posição afirmando “nenhum regulamento pode superiorizar-se às leis do território”.

João Pegado, treinador do Sporting: “Temos um campeonato triste e vergonhoso”

No final do jogo, João Pegado estava tudo menos feliz. Insatisfeito com o resultado, com a arbitragem mas também com a associação que acusa de ausência perante os problemas fundamentais da modalidade. Fala mesmo de revolta no balneário por causa do esquema de reserva de campos para treinos. Em relação ao jogo, Pegado considera que “acabaram de novo com um empate quando a equipa adversária fez apenas um remate à baliza.” Para o treinador, a equipa do Sporting teve muito mais volume de jogo, à excepção dos minutos após a expulsão onde considera que “o Ka I cresceu” mas no fundo entende que, “a existir um vencedor deveria ser o Sporting”. E daí partiu para as críticas à Associação de Futebol, por não responder à carta sobre esclarecimentos dos vistos mas também no que respeita à conduta dos árbitros, não entendendo como um árbitro tão criticado por ambos durante o ‘Sporting-Monte Carlo’ tenha sido premiado com a arbitragem de um clássico ou por “dar-nos apenas dois minutos quanto o jogo esteve interrompido tanto tempo”, explica. Indignado, João Pegado lamenta ainda que o principal promotor (a Associação) não queira saber de nada, uma situação que, para ele é “triste e vergonhosa, mas é o campeonato que temos”. Para além disso, João Pegado aproveitou para criticar fortemente a política de marcação de campos para treino que, segundo ele, “está a criar uma grande revolta no balneário”. Terminam sempre os treinos à meia noite, quando, garante, “vejo os campos ocupados por meia dúzia de pessoas a marcarem penáltis durante o dia e eu, e os outros, temos de acordar às cinco da manhã para os marcar”. Neste contexto, Pegado lançou ainda uma farpa ao ID quando diz compreender a necessidade do Desporto para Todos mas apelando a mais apoio à competição pois “os clubes investem e têm de ser respeitados”.

Josicler, treinador do Ka I: “O presidente do Sporting não é da Migração”

Ao analisar o jogo, Rosicler reconhece que “Jogámos no erro, mas perdemos um pouco da estrutura com a saída prematura do Fabrício”. Para Josicler é necessário reforçar a actividade do meio campo “para ter força para chegar no ataque pois o William está a jogar muito isolado”. Concorda com a má qualidade da arbitragem que, para o treinador, “teve muitos erros, e tem dificultado muito o nosso trabalho”. De resto considera que o Sporting também jogou bem mas tem dúvidas em relação ao golo anulado nos últimos minutos à sua equipa mas, no fundo, concordou com o empate. Relativamente à polémica da inscrição jogadores, Rosicler disse que “o presidente do Sporting é presidente do Sporting, não trabalha na emigração” e adianta mesmo que “existem muitos jogadores que vêm de HK e doutros lados jogar aqui nessas condições, com contratos para serem aprovados e nunca houve essa regra aqui”, pelo que aconselha Conceição Júnior a “estar bem ciente do que está falando”.

22 Fev 2016

Cavalheiro – “Este Dia”

“Este Dia”

Nunca pensei estar aqui
Nunca esperei por este dia
Andei em frente e recuei
Caí numa vala vazia
E tudo foi acontecendo
Enquanto eu fazia outros planos
Agora o que tenho eu
De pouco em já tantos anos?

O tempo corre contra mim
Tira-me tempo para mudar
Eu tive tantas mais certezas
De como isto ia acabar
E tudo foi acontecendo
Enquanto eu fazia outros planos
Agora o que tenho eu
De pouco em já tantos anos?

Cavalheiro

JOÃO FILIPE / RICADRO CIBRÃO / JOÃO COUTADA

20 Fev 2016

Shu Guang Zhang, reitor da Universidade Cidade de Macau

A Universidade Cidade de Macau vai abrir um curso de Direito que assegura ser único noterritório e para o qual um dos professores convidados é Jorge Gouveia, da Universidade Nova de Lisboa. O reitor diz ainda que está nos planos da instituição abrir uma Faculdade de Gestão Urbana e outros cursos em dois ou três anos

A Universidade Cidade de Macau (UCM) pretende disponibilizar este ano um curso de Direito. Como é composto este curso?
Os actuais cursos que desenvolvemos incluem Humanidades, Artes e Ciências Sociais. Mas Macau desenvolveu-se muito ao nível das trocas com as entidades internacionais, incluindo os Países de Língua Portuguesa, pelo que consideramos que formar talentos de Direito para fazer intercâmbios internacionais [é necessário]. É verdade que em Macau existem três instituições do ensino superior que já abriram cursos de Direito: a Universidade de Macau, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau e a Universidade São José, mas ainda pensamos que existe espaço para abrir um curso de Direito na UCM, porque o nosso curso vai ter características diferentes dos cursos da UM e da MUST. O curso dá mais importância ao nível prático dos conhecimentos de Direito e de Justiça. O sistema jurídico de Macau tem desenvolvido com as suas características ao longo dos anos da governação portuguesa e, desde da transferência da soberania, é diferente do sistema de Portugal e do interior da China. Queremos fazer com que os estudantes compreendam mesmo como se trabalha em Direito em Macau, quais são as técnicas.

Portanto o curso foca-se em leis de Macau?
É o principal conteúdo do curso. E a segunda parte é sobre o sistema jurídico relacionado com os Países de Língua Portuguesa, a que chamamos de “Direito comparado”. Esta parte pode ser ensinada em Chinês, Português e também Inglês. Também pensamos no facto de Macau se desenvolver como plataforma entre a China e esses países, bem como na política da China “Uma Faixa, Uma Rota”.

Consultou a Associação dos Advogados de Macau (AAM) no planeamento deste curso?
Fizemos largas consultas. Consultámos alguns especialistas e académicos de Macau, bem como os organismos públicos da área de justiça e deputados e fizemos pesquisas. Conseguimos respostas afirmativas de todos, mesmo quando alguns duvidaram porque é que a UCM precisava de abrir mais um curso de Direito num espaço tão pequeno como Macau, mas depois de compreenderem as características do nosso curso, todos nos apoiaram. Shu Guang Zhang_GLP_01
 
Mas as consultas feitas incluem a AAM?
Sim, a AAM também deu algumas opiniões e mostrou-se positiva. O plano da abertura do curso já foi entregue ao Governo em Agosto do ano passado e o Governo disse que vai fazer uma avaliação através de três ou quatro órgãos profissionais. Ainda não recebemos o resultado final da avaliação, mas ouvi dizer que a reacção geral é positiva.  

Não há ainda data para abertura do curso então.
Ainda não. Porque sabemos que qualquer curso precisa da avaliação do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura e só depois é publicado. Espero que nos próximos dois a três meses recebamos um bom resultado e logo depois vamos admitir estudantes.

No passado, a AAM aceitava apenas a candidatura de licenciados em Direito da UM para fazer o exame a advogado estagiário. O ano passado a questão da candidatura de licenciados da MUST foi resolvida. Preocupa-o que os futuros estudantes da UCM enfrentem o mesmo problema?
Acredito que o nosso curso vai ser conforme aos meios básicos actuais de formação de talentos de Direito, respeitamos a forma. Temos muita confiança em formar licenciados que possam integrar esses exames.

Já tem pessoal docente para o curso de Direito da universidade que dirige?
Os professores têm também características especiais. Convidámos especialmente um académico conhecido de Portugal – Jorge Gouveia – actual professor da Faculdade de Direito da Universidade Nova da Lisboa. Ele é profissional em ensinar Direito Comparado. Além disso, estamos a recrutar vários académicos que trabalhavam em Macau, incluindo um magistrado do Ministério das Relações Exteriores do Governo Central. Através do nosso pessoal docente e da orientação do curso, acredito que vamos ter um curso único.

Preocupa-o que exista competição por académicos entre as várias universidades em Macau?
É uma das nossas preocupações. Mas ouvimos opiniões de muitos especialistas. As resoluções para esta questão é que, quando o curso tem características específicas, cada universidade pode marcar a sua diferença.

O Secretário-geral da AAM, Paulino Comandante, disse, numa entrevista ao HM, que se alguém quiser tirar o curso de Direito a sério, ou tira na UM ou vai para Portugal. Como avalia esta opinião?
Concordo com isso. Em Macau é óbvio que os talentos jurídicos devam ter a capacidade de [falar] línguas. Por outro lado, devem compreender bem o próprio sistema jurídico de Macau, que já é diferente do sistema de Portugal, por exemplo, face às leis sobre mediação e auditoria, que são tão diferentes. Caso apenas se estudem as leis de Portugal, não é suficiente para o cenário de Macau. Tal como na MUST… não estou a criticar, mas não é adequado o curso focar-se em leis do interior da China. É preciso ter um equilíbrio entre o sistema jurídico de Macau e o Direito comparado. 
 
Ao nível do planeamento geral da universidade, como vai ser feito?
A orientação da UCM teve como base modelos internacionais de funcionamento das universidades da cidade, que é servir uma cidade que tem uma longa história e um desenvolvimento económico dinâmico. Nós servimos Macau e as suas indústrias, tais como o turismo e lazer, gestão empresarial e de recursos humanos. No futuro, temos como meta reforçar a qualidade do ensino, desenvolver uma universidade característica e refinada. Na prática, não vamos expandir de forma larga o âmbito da universidade, porque não temos condições para, por exemplo, residências para estudantes. As actuais são separadas em edifícios habitacionais por toda a Macau.

Além do curso de Direito, vão abrir mais cursos no futuro?
Queremos desenvolver uns cursos com características que se adeqúem a Macau, incluindo a promoção de um instituto de estudo sobre os PLP, formando estudantes que sabem a língua e compreendem a sociedade e cultura, a humanidade, cultura dos países, bem como ter conhecimentos de Ciências Sociais. Vão ser cursos de mestrado e de doutoramento e os primeiros em Macau.Shu Guang Zhang_GLP_15 Cinco ou seis académicos provenientes de Portugal e do Brasil que trabalham em Macau há diversos anos já deram opiniões sobre os cursos. Como o Governo de Macau dá importância ao planeamento urbano, estamos a planear uma Faculdade de Gestão Urbana e os cursos de mestrado e doutoramento vão formar talentos na área de gestão urbana, que podem promover a criação da “cidade inteligente” e da renovação urbana. Outro curso em que ganhámos grande apoio do Governo é o de assistentes sociais, que é diferente dos cursos da UM e do IPM e foca-se em gestão de trabalhos sociais, em vez de assistentes da linha frente, em aconselhamento psicológico a idosos, portadores de deficiência e de jovens problemáticos. Esperamos ainda criar um Instituto de Educação de Artes na UCM, para que os estudantes não assistam apenas a exposições ou espectáculos mas também obtenham conhecimentos e apreciem, de facto, arte. Prevemos que nos próximos dois a três anos comecemos a implementar estes cursos.
 
A UCM mudou-se para o antigo campus da Universidade de Macau. Como vê esta alteração?
A nossa universidade mudou para o antigo campus da UM oficialmente há alguns meses. Arrendamos sete edifícios, o que melhorou de forma larga as condições ao nível das infra-estruturas de ensino. O ano de 2015 foi importante para o desenvolvimento da UCM, porque voltámos a este campus que é a base do ensino superior de Macau. Na história, surgiu a Universidade da Ásia Oriental e depois dividiram-se na UM, no Instituto Politécnico de Macau (IPM) e na Universidade Aberta, que levou à alteração do nome e serviu de base para a criação da UCM em 2010. Nestes cinco anos, o presidente do Conselho, Chan Meng Kam, esforçou-se muito pelo desenvolvimento da UCM.

Qual a renda que a UCM paga ao Governo ?
Considero que não existe segredo sobre isso, penso que o Governo também o anunciou. Assinámos um contrato de arrendamento para utilização de cinco anos e depois depende da situação para decidir o uso por mais tempo. O que eu sei é que a renda de um edifício –  Bloco 1 – agora é residência de professores, é mais de cem mil patacas mensais.
 
Na lista de subsídios atribuídos pela Fundação Macau, a UCM figura sempre como uma das beneficiadas. No último trimestre de 2015 o apoio foi de 157 milhões de patacas. Como considera este apoio do Governo? Como é que a UCM confirma o uso apropriado deste dinheiro público?
Agradecemos muito o grande apoio da Fundação Macau. O subsídio é muito importante para nós, porque quando mudámos para o novo campus a UM não deixou quase nenhum equipamento nem mobiliário, e as instalações não foram alvo de manutenção já durante algum tempo. Precisámos de reparar as instalações em três meses, portanto o subsídio foi usado principalmente para criar uma nova biblioteca – a antiga está ocupada pelo Instituto de Formação Turística (IFT), renovar o campus e comprar equipamentos, a fim de assegurar o funcionamento da universidade de forma segura e confortável. Aproveitámos a altura de renovação para aumentar o nível informativo inteligente do campus, agora todos os estudantes precisam de passar cartões para entrar nas salas de aula e nos laboratórios. Os custos foram grandes e usámos o dinheiro de forma apropriada.
 

19 Fev 2016

Sónia Chan apresenta proposta de acordos judiciários em Julho

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, indicou que o Governo está a “tentar apresentar a proposta relativa aos acordos de extradição “no próximo mês de Julho” à Assembleia Legislativa (AL). Durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG), em Novembro de 2015, Sónia Chan afirmou que a sua pasta iria “encetar negociações com outros países, tendo por base o acordo-tipo sobre a transferência de pessoas condenadas e a cooperação judiciária em matéria cível e comercial aprovado pelo Governo Central, dando prioridade às negociações com os países lusófonos”. Portugal é o único país que tem, actualmente, um acordo sobre “transferência de pessoas condenadas” com Macau, assinado em 1999, poucos dias antes da transferência da soberania do território de Portugal para a China.

19 Fev 2016

IACM impede adopção de animais e diz a cidadãos que finjam ser donos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) estará a impedir pessoas de adoptarem animais que se encontram no canil, no corredor da morte. A alegação não é nova, mas acontece novamente, desta vez vinda de um grupo de pessoas interessadas em adoptar seis cães que vão, hoje, ser abatidos.
Ao que o HM apurou, através da Associação para os Cães de Rua e Bem Estar Animal (MASDAW), que esteve a tentar ajudar os cidadãos, o IACM terá negado os pedidos de adopção. Ao invés disso, disse aos interessados que, se quisessem salvar os animais, teriam de “dizer que eram os donos dos cães”.
O problema não reside apenas no facto do IACM estar a pedir aos residentes interessados em adoptar animais para mentir, nem no facto de, segundo uma das representantes da MASDAW, ser uma prática comum não permitir a adopção em detrimento da eutanásia. Neste caso, o problema principal está na questão de ter de se pagar 500 patacas para adoptar um animal no canil, relativas à taxa de licenciamento, mas o IACM terá ontem pedido “mais de três mil patacas em multas por cada cão”.
“Porque não deixar adoptar cães que vão morrer e não lhes pertencem? Até quando é que este tipo de chantagem vai continuar a acontecer?”, questiona a MASDAW.
Para Fátima Galvão, da MASDAW, “isto é um abuso cometido contra as pessoas que gostam realmente de animais”, até porque abandonar um cão no canil nem sequer dá multa.

À escolha do freguês

Os alegados impedimentos de adopção pelo IACM já foram noticiados pelo HM e as associações de animais continuam a queixar-se que as circunstâncias mudam consoante a pessoa que atende quem quer adoptar.
“Os cães abandonados estarão automática e geralmente aptos para ser adoptados, mas o que o canil faz há muito, quando percebe que as pessoas querem salvar os animais, é dar duas hipóteses: ou dizem que o cão é deles e pagam uma data de dinheiro de multas, ou então que os cães têm de estar quatro meses à espera para serem avaliados”, explica Fátima Galvão ao HM, acrescentando que a outra hipótese é dizer que os cães não estão em condições de ser adoptados. “São medidas absolutamente discricionárias. Já aconteceu uma pessoa ter de pagar seis mil patacas para adoptar uma cadela.”
O grupo de pessoas interessadas em adoptar os cães de ontem conseguiu juntar dinheiro para salvar três dos animais, mas teme fazer queixa da actuação do IACM com medo de represálias. O HM tentou obter reacção do IACM, mas devido ao avançado da hora não foi possível. Recorde-se que Macau continua a discutir aquela que será a primeira Lei de Protecção dos Animais.

19 Fev 2016

Governo decide contemplar todos os animais para pena de maus tratos

Um ano de prisão para quem maltratar qualquer animal. O Governo cedeu ao pedido dos deputados e vai contemplar todos os animais, contrariamente à versão inicial da proposta, que só incluía cães e gatos

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap] a terceira versão da proposta de Lei de Protecção dos Animais que o Governo apresenta à 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), presidida pela deputada Kwan Tsui Hang, e dita que todos os animais vão estar incluídos na questão dos maus tratos.
Depois da reunião de ontem, que contou com a Secretária de Administração e Justiça, Sónia Chan, Kwan Tsui Hang explicou que a nova versão estende a pena de prisão até um ano a quem maltrate qualquer animal. “Por exemplo, se alguém tratar mal um coelho poderá cumprir uma pena de prisão”, exemplificou, indicando que ainda não foram discutidos o tipo de sanções para cada crime. Tabby cat lying on white
Sem ainda se debruçarem sobre o articulado da proposta de lei, Kwan Tsui Hang explicou que a nova versão, além de definir claramente a proibição de matar cães e gatos para comer, define as questões relativas aos animais dos mercados para alimentação. “O homem tem de consumir animais para a sua alimentação. Os animais para consumo (…) a lei não vai regular, porque neste aspectos aplica-se os regulamentos do IACM [Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais]”, explicou.

Gatos fugidios

Relativamente ao registo dos cães – como já acontece – e dos gatos, a Comissão entende que é preciso que a lei seja “justa”. Kwan Tsui Hang explicou que a Comissão quer que os gatos sejam alvo de registo, tal como acontece com os cães, para que assim possa ser possível aplicar a lei. Contudo, parece que o Executivo tem outra ideia.
“Apresentámos essa ideia ao Governo e o Executivo aceitou a nossa opinião, mas disse que é muito difícil registar os gatos porque eles fogem muito”, afirmou a deputada. Questionada sobre a colocação de chips de identificação nos gatos – obrigatória aos cães devido à raiva –, a presidente reforçou a dificuldade que o Governo alega ter. “Achamos que o gatos devem ter um registo. O Governo disse que existe muita dificuldade [para registar] (…) Se conseguirmos o registo, conseguimos o chip”, rematou, admitindo no entanto que sem registo é “muito difícil” aplicar a lei. “Não podemos punir o dono do gato se o gato for maltratado”.

Selvagens de fora

Outra novidade foi a retirada do artigo que definia e legislava os animais selvagens, que sem a existência de uma lista oficial, não há como legislar. “Foi eliminada a definição dos animais selvagens. Não existe uma lista em Macau, portanto não vamos falar mais de animais selvagens”, apontou.

19 Fev 2016

Habitação Económica | Não há condições para mais candidatos, diz DSSOPT

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) admite que não tem condições para receber mais candidatos para fracções em prédios de habitação económica. A direcção diz estar a tratar de terrenos cujo aproveitamento não foi feito dentro do prazo estipulado e só depois dará prioridade à construção de habitação pública.
O anúncio foi feito numa resposta a uma interpelação escrita do deputado Chan Meng Kam, que questionou o Governo sobre a previsão para a abertura do próximo concurso para habitação pública, bem como sobre a ideia de implementar um sistema de candidatura constante.
Li Canfeng, director da DSSOPT, afirmou que além dos planos de construção de quatro mil fracções em cinco dos terrenos que viram declarada a sua caducidade e das 28 mil casas públicas na Zona A dos novos aterros, o Governo diz estar a braços com outros planos: é preciso resolver primeiro os terrenos que estão com a concessão caducada e só depois dar prioridade à criação de mais prédios de habitação pública.
Ainda assim, mesmo que isto não fosse necessário, o director frisou que não existem condições para abrir mais concursos.
“De acordo com a Lei da Habitação Económica, apenas existem condições de começar os processos de candidatura quando concluirmos o design e planeamento dos terrenos específicos para a habitação económica e depois de publicarmos a localização, número, tipos, preços e a taxa de subvenção das fracções. Portanto, na fase actual não existem condições. Quanto à candidatura de habitação social é também dependente dos recursos que podem ser planeados”, afirmou. F.F. 

19 Fev 2016

Lei da Droga | Deputados duvidam das molduras penais

Os deputados da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa querem que o Governo explique se a nova Lei de Combate à Droga visa penalizar o consumo ou o tráfico de estupefacientes, já que as penas para o tráfico transfronteiriço não aumentaram

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a revisão da Lei de Proibição da Produção, Tráfico e Consumo Ilícitos de Estupefacientes e de Substâncias Psicotrópicas as molduras penais mínimas para o consumo passam de três meses a um ano, mas não há alterações significativas nas penas aplicadas a quem faz tráfico de droga ao nível transfronteiriço.
Esta questão levantou ontem dúvidas junto dos deputados da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), que começou a analisar o diploma na especialidade.
“A proposta de lei tem como foco os crimes de droga ou os crimes transfronteiriços? O Governo tem de explicar à Comissão qual a sua intenção legislativa”, questionou Cheang Chi Keong, presidente do grupo. “O Governo deixou um ponto claro, de que esta lei visa combater os crimes transfronteiriços de droga e a possibilidade de Macau se tornar num lugar de trânsito e entrada de droga e, por isso, havia a necessidade de rever a lei. Neste ponto estamos de acordo. Mas na proposta de lei não se verifica uma norma específica para estes crimes e não se vê qualquer aumento da moldura penal. Os crimes transfronteiriços são a fonte da criminalidade e, sem esses crimes, se calhar, os problemas não se verificam”, apontou Cheang Chi Keong.

Reinserção é preciso

O deputado referiu ainda que o aumento das penas para o consumo pode não ser a melhor arma para acabar com o problema dos estupefacientes. “A sociedade entende que os consumidores também são vítimas do crime da droga e, a nível da politica criminal, são pessoas que merecem a nossa simpatia e temos de os ajudar a abster-se da droga, em vez de os meter na prisão. A nossa intenção é para a reinserção social dessas pessoas. Na proposta de lei ficamos com a ideia errada, porque para o consumo da droga o limite mínimo é de três meses mas a proposta aumenta para um ano. Será que esta política é favorável à reinserção social dos consumidores? Será que o aumento vai contribuir para que haja efeitos dissuasores?”, apontou Cheang Chi Keong.assembleia legislativa
O presidente da 3.ª Comissão lembrou que, aquando da primeira aprovação da lei, em 2009, o Governo recuou na sua decisão ao nível da moldura penal. “Comparando há seis anos, aquando da aprovação da lei, o Governo apresentou o limite mínimo para o consumo de seis meses. Mas, durante a discussão, o Governo e a Comissão da AL acharam que os consumidores devem merecer a nossa ajuda e esse limite foi ajustado para três meses. Porque é que agora elevamos para um ano?”, referiu.
A actual proposta de lei determina ainda que, em qualquer lugar e sob autorização prévia das autoridades, os suspeitos de consumo de droga podem ser submetidos a testes de análise da urina, algo que também levantou questões.
“Segundo a nossa assessoria, é provável que as medidas de recolha de amostra da urina possam ofender os direitos humanos. Aplicar uma medida tão forte como a análise à urina, não sabemos se é adequado”, disse Cheang Chi Keong.
A Comissão vai ainda pedir ao Governo que revele o relatório da discussão da Comissão de Luta contra a Droga, ao qual ainda não teve acesso.

19 Fev 2016

Abertura do MGM Cotai pode ser ajustada 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] director-executivo da MGM China, Grant Bowie, afirmou que a data da abertura do projecto do MGM no Cotai pode ser alterada, algo que depende “da situação do mercado e das datas de abertura de projectos de outras operadoras de Jogo também no Cotai”. Estava previsto o novo resort abrir no quarto trimestre deste ano, mas, segundo o Jornal Ou Mun, Grant Bowie admitiu que o actual ambiente da indústria de Jogo influencia a abertura e, sem dar datas certas para tal, diz apenas que vai anunciar a nova data “num momento oportuno”. O director-executivo prevê que vai precisar de recrutar entre mais quatro a cinco mil funcionários.

19 Fev 2016

Detectado caso de febre da dengue

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) confirmaram um caso de febre de dengue numa mulher de 52 anos de idade, residente na Rua do Regedor, na Taipa. O caso foi detectado depois da paciente ter realizado uma viagem a Kuala Lumpur, na Malásia, onde a irmã mais jovem foi tratada com a mesma doença. Para já a mulher está internada a receber tratamento, estando numa situação clínica estável.

19 Fev 2016

PME | Comerciantes optam por fechar caso negócios não melhorem

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]lguns proprietários de centros comerciais da zona central da cidade disseram ao jornal Ou Mun que o volume de negócios deverá cair muito, sendo que as rendas, pelo contrário, não baixaram, algo que os vai levar a optar pelo fim do negócio.
Um proprietário, que não foi identificado na reportagem, referiu que a mobilidade das pessoas é o factor mais importante para o centro comercial, mas garantiu que os visitantes estão a desaparecer, inclusivamente ao nível dos turistas. Dado que as rendas não deverão baixar nos próximos tempos, este comerciante garantiu que vai fechar portas, sendo que “outras lojas do mesmo centro comercial estão a passar pela mesma situação”.
A senhora Tam, proprietária de uma loja de roupa no bairro San Kio, disse que “cada loja usa técnicas de saldos para atrair mais clientes, o que traz uma má competição ao sector. O ambiente de mercado não é bom para as PME, e embora as rendas tenham baixado ligeiramente, isso não é suficiente para compensar o declínio do volume de negócios. Juntamente com a situação económica, tenho uma perspectiva muito negativa do futuro da minha loja”, disse ao Ou Mun.
Chang, dona de uma loja no mesmo bairro, defendeu que embora o nível do consumo tenha diminuído, acredita que a economia vai melhorar. Chang assinou recentemente novo contrato de arrendamento com o mesmo valor de renda, pelo que tem intenções de pedir subsídio ao Governo para manter o negócio.

19 Fev 2016

Ensino | USJ avança com curso de Português. UCM contorna situação

Falta 1% para a USJ confirmar a licenciatura de Português já no próximo ano lectivo. Tudo está preparado para receber os novos alunos, que não podem saber já falar a língua de Camões. No leque das ofertas existem outras opções para os interessados

[dropcap style=’circle’]“[/dropcap]Temos quase 99,9% de que vamos abrir a licenciatura [de Português] este ano”. As declarações são de Maria Antónia Espadinha, directora do Departamento de Português da Universidade de São José (USJ), que esclarece que neste “momento só falta a confirmação do [Gabinete de Apoio ao Ensino Superior]”.
A responsável diz ao HM “acreditar” que este ano a universidade já possa ter a licenciatura, mas deixa o alerta que de esta é apenas destinada a estudantes que não saibam ainda falar Português. “Esta licenciatura é para chineses, ou [alunos] de outras nacionalidades. Não podem é ser pessoas que saibam falar Português”, esclareceu Maria Antónia Espadinha.
Actualmente, a licenciatura está pensada para ser em regime diurno, sendo que poderá ter uma turma nocturna se existirem pedidos e alunos para isso. Terá de ter “no mínimo 14 pessoas”, sendo que até 20 será uma turma. “Mais do que isso, iremos dividir, porque para ser intensivo não pode ter muita gente”, explica a responsável. universidade de são josé USJ
Como alternativa, os interessados podem ainda inscrever-se num curso extra curricular de Português na USJ. “O curso já está a decorrer, mas para já não conta com muitos inscritos”, conta Maria Antónia Espadinha. Este está disponível em dois regimes, diurno e nocturno, com duração de um e dois anos, respectivamente, e os alunos recebem um certificado que lhes poderá dar acesso a licenciaturas disponíveis na universidade.

Por opção

Questionado pelo HM, Rui Rocha, director do Departamento de Português da Universidade Cidade de Macau (UCM), indicou que a instituição não vai abrir a licenciatura de Português para já, como já tinha sido anunciado anteriormente.
Relembrando que este curso terminou há dois anos “por opções internas”, Rui Rocha explica que, como alternativa, os alunos têm à sua disposição cursos extracurriculares “e o Português como disciplina opcional para todos os cursos”.
No entanto, a UCM garantiu ainda que vai desenvolver cursos de promoção ao estudo sobre os Países de Língua Portuguesa, formando estudantes em áreas linguísticas, históricas, sociais e culturais (ver entrevista páginas 2/3).

19 Fev 2016

CEM | Novas instalações e despesas a descer

[dropcap style=’circle’]I[/dropcap]un Iok Meng, Vice-Presidente da Comissão de Ligação CEM-Clientes, defendeu que a Companhia de Electricidade de Macau (CEM) planeia adicionar mais dez estações de carregamento de carros eléctricos em parques de estacionamento público. Numa reunião da Comissão de Ligação, na última quarta-feira, o responsável anunciou ainda que a tarifa de electricidade deverá diminuir em Abril.
Em declarações ao jornal Ou Mun, Iun Iok Meng anunciou que a CEM planeia adicionar entre sete a dez estações de carregamento para os carros eléctricos nos parques de estacionamentos público ainda este ano, já que só existem nove destas estações actualmente. A empresa quer ainda que estas estações sejam também instaladas nos prédios privados, sendo que dois terços dos proprietários de um dos edifícios previstos já concordaram com a instalação. “Espero que se simplifiquem os processo administrativos relativos a essas instalações”, apelou o responsável.
O vice-presidente, que também é assessor da Comissão Executiva da CEM, avançou que as estações vão ser instaladas para responder às medidas governamentais e ajudar ao aumento dos veículos eléctricos em Macau.
Iun Iok Meng prevê ainda que as despesas de electricidade diminuam por causa da depreciação do Renminbi.

Rede de consultas

Na mesma reunião, Billy Chan, director de Operação e Manutenção da Rede da CEM, explicou que os projectos da empresa a curto-prazo envolvem um consulta sobre a utilização de electricidade – como o valor e a forma de utilização, o projecto de instalação de subestações e a utilização de carros eléctricos – e um estudo para utilização dos espaços subterrâneo públicos – bem como a possibilidade de implementar subestações subterrâneas e o projecto de instalação de cabos electrónicos.
Viena Ng, da área de desenvolvimento da CEM, sublinhou que o resultado de um relatório sobre a satisfação face aos serviços da CEM, que feito em Julho e Agosto, demonstrou que 86% entrevistados se sentem satisfeitos com os serviços.

19 Fev 2016

Trânsito | Número de shuttle bus reduzido em 20%

Governo e operadoras de Jogo estão a iniciar a redução da circulação dos autocarros dos casinos, sendo que só uma operadora irá reduzir os shuttle bus em 20%. O corredor exclusivo para autocarros públicos começa a funcionar a título experimental em Maio

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]epois de muita discussão, o Governo vai mesmo avançar com a redução da do número de autocarros dos casinos que diariamente circulam no território. Ko Kun Pan, membro do Conselho Consultivo do Trânsito, confirmou ontem aos jornalistas, à margem de mais uma reunião, que “das 80 carreiras que existem actualmente vão ser reduzidos 20%, para já só de uma operadora”. 19216P8T1
A redução por parte de cada operadora é diferente e outras operadoras conseguem reduzir com uma margem menor, avançou ainda. “Há mesmo necessidade de acompanhar a redução dos shuttle bus”, afirmou, sem avançar mais números concretos ou o nome da operadora em causa.
O HM questionou ainda Ko Kun Pan sobre a possibilidade de serem criadas multas para as operadoras que não cumprirem com os desígnios do Governo, mas o responsável garantiu que “este é um bom começo”, escusando-se a comentar mais medidas.
Outra das novidades saída da reunião de ontem prende-se com a entrada em funcionamento, em Maio e a título experimental, do corredor exclusivo para autocarros públicos. Vão existir três percursos diferentes compreendidos entre a zona da Barra, Doca do Lam Mau e Ribeira do Patane.
“Alguns membros sugeriram a abertura do corredor a outros veículos ou táxis, mas achamos que, para já, este corredor deve ser destinado apenas aos autocarros”, garantiu Ko Kun Pan.
Ainda não há um calendário para o funcionamento em definitivo deste corredor, que deverá beneficiar 30 dos 280 mil passageiros diários de autocarros. “Foi feita uma simulação da implementação do corredor exclusivo, mas para sabermos os resultados concretos tudo vai depender da sua implementação efectiva. Quanto a eventuais congestionamentos podem surgir, porque há cerca de 30 carreiras e 280 mil passageiros por dia que usam o transporte público. Temos de satisfazer as necessidades de transporte público especialmente no período de hora de ponta”, frisou Ko Kun Pun.
Após algumas críticas, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) resolveu reduzir o período de funcionamento do corredor de oito para sete horas, que vai funcionar entre as 7h30 e 9h00 e as 18h00 e 19h00. “Não sabemos se vai ter os resultados pretendidos, se lançarmos o corredor nos dias de semana podemos não conseguir responder às necessidades. Temos de saber os dados das deslocações primeiro”, disse, explicando que caso outros veículos circularem no corredor podem incorrer numa multa de 600 patacas.
A DSAT vai ainda lançar já no próximo mês o concurso público para a atribuição de mais 250 alvarás de táxi, a acrescentar aos 1300 veículos já em circulação.

Carreiras a norte mudadas

A DSAT vai também fazer mexidas nas carreiras de autocarros públicos na zona norte, sendo que mais de uma dezena deve ser alvo de formulação, incluindo o desaparecimento de três paragens.
“A DSAT fez um estudo sobre o aperfeiçoamento das paragens e entendeu que na zona norte, como há muitos passageiros, decidiu eliminar algumas paragens e fazer com que as carreiras se desloquem de melhor forma. Apresentamos algumas sugestões e depois vamos apresentar uma solução mais concreta”, rematou.

19 Fev 2016

Lou Kao | IC ainda “avalia causa” do acidente. Responsabilidades por apurar

A empresa de Engenharia Soi Kun tem de limpar os estragos que fez na Casa de Lou Kao, mas o Instituto Cultural (IC) ainda não sabe se esta vai ou não pagar os danos infligidos no património

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]uma resposta ao HM, o IC diz que já avisou a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, no dia do incidente, “para suspender a obra no local”. Actualmente, o Instituto e a direcção dizem estar a exigir ao construtor, cuja empresa é do deputado Mak Soi Kun, a “tomada de medidas de urgência”, de forma a que sejam limpos os “azulejos e lama” que caíram no local classificado.
A ideia, contudo, passa por “assegurar a segurança da Casa de Lou Kao”, sendo que os trabalhos de limpeza “são da responsabilidade do construtor”. No entanto, o IC desconhece quanto tempo e quanto dinheiro vai custar a reparação, bem como se Mak Soi Kun terá de pagar por ela.
 “O IC vai verificar a situação da  Casa de Lou Kao junto com a DSSOPT, sob as condições actuais e vai elaborar um plano de reparação avançado. Na fase actual não conseguimos prever o montante necessário e a causa do acidente está ainda a ser investigada, pelo que não há conclusão final”, pode ler-se na resposta ao HM.

A planta não engana

No local vai ser construído um centro comercial com cinco pisos e foi desta obra que saiu o objecto que danificou paredes e janelas da Casa de Lou Kau, no início do mês. Ao que o HM apurou, a dona da obra é uma empresa de Hong Kong, sendo uma companhia do deputado Mak Soi Kun quem está responsável pela construção do prédio. Este foi ontem questionado sobre a responsabilidade face aos estragos provocados no património, mas esquivou-se à pergunta. Seja como for, a Planta de Condições Urbanísticas não engana: a construtora é responsável pela manutenção do imóvel protegido.
“A tipologia arquitectónica e/ou obras de qualquer natureza [neste local] têm de garantir a absoluta manutenção das condições de estabilidade e protecção da (…) Casa de Lou Kao, não sendo permitido quaisquer intervenções que possam causar efeitos de erosão do solo, não sendo admitidos efeitos adversos sobre as fundações, estrutura ou arquitectura deste edifício classificado.”
Também a licença da obra indica que este fica numa zona protegida de Macau e o local está – de acordo com a planta – “titulado pela Lei de Salvaguarda do Património Cultural”. Isso significa que, em caso de danos a bens ou imóveis classificados, os responsáveis têm de pagar sanções.
Também Mak Soi Kun foi questionado sobre a responsabilidade no caso. A resposta do deputado? “A sociedade não pode apenas focar-se apenas num ponto, mas olhar para questões de forma completa. É preciso resolver os problemas na fonte. Em Macau muitos edifícios antigos não são reparados e o Governo deve tomar medidas preventivas, fazendo inspecção aos prédios de forma obrigatória.”

19 Fev 2016

Mar do Sul | Confirmado “armamento” em ilhas disputadas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China confirmou que mantém armamento numa ilha disputada no Mar do Sul da China, avançou ontem a imprensa estatal, depois de o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, acusar Pequim de “militarizar” um território estrategicamente vital.
O ministério chinês da Defesa confirma que o país “mantém armamento na ilha há muito tempo”, escreve o Global Times, jornal em língua inglesa do grupo do Diário do Povo, órgão central do Partido Comunista Chinês (PCC).
O mesmo artigo não especifica qual o tipo de armamento.
A cadeia norte-americana Fox News avançou na quarta-feira que a China instalou na semana passada um sistema de lançamento de mísseis terra-ar na ilha Woody, que faz parte do arquipélago Paracel.
Alegadamente rico em petróleo e gás natural, a soberania daquele território é reivindicada por Pequim, Taiwan e Vietname.
“A China tem o direito legal e justo de colocar instalações defensivas nas fronteiras do seu território”, acrescenta o Global Times, acusando a imprensa ocidental de tocar “a mesma cantiga de sempre”, sobre “a ameaça chinesa”.

Da soberania

O “gigante” asiático insiste que tem direitos de soberania sobre a quase totalidade do Mar do Sul da China, uma via marítima estratégica pela qual passam um terço do petróleo negociado internacionalmente.
Nos últimos meses, tem construído ilhas artificiais capazes de receber instalações militares em recifes do arquipélago Spratly, a sul do Paracel, e alvo de disputa pela China, Vietname, Taiwan, Filipinas, Malásia e Brunei.
“Existem evidências, todos os dias, de que há um reforço da militarização de um género ou outro”, disse Kerry na quarta-feira à imprensa em Washington.
Em editorial, o Global Times reagiu, acusando os EUA de instalar a “maioria dos elementos militares na região”.
Se a China de facto colocou mísseis terra-ar na ilha, “talvez sirvam para desencorajar aviões de combate norte-americanos de realizar voos provocativos na região. Para nós, é um ótimo resultado”, conclui.
 

19 Fev 2016

Grupo accionista da TAP compra distribuidora mundial de tecnologia

[dropcap style=’circle’]O[dropcap] grupo chinês HNA – empresa matriz da companhia aérea Hainan Airlines e futuros accionistas da TAP – vão comprar a distribuidora de tecnologia norte-americana Ingram Micro, por 6.000 milhões de dólares.
A HNA pagará 38,90 dólares por cada acção do Ingram Micro – um valor 31% acima da cotação actual – segundo um comunicado emitido ontem pelo grupo listado em Nova Iorque.
“Com a ajuda do Ingram Micro, o HNA Group terá acesso a oportunidades de negócio em mercados emergentes, com altas taxas de crescimento e retornos”, reagiu, entretanto, o CEO da empresa chinesa, Adam Tan.19216P10T1
Segundo um comunicado emitido há dias pelo HNA, o grupo compromete-se a realizar um empréstimo de 120 milhões de euros à companhia aérea brasileira Azul, destinado à compra de obrigações convertíveis da TAP a 10 anos.
A empresa assegurará assim 6,4% do direito de voto na TAP e 55% dos benefícios económicos, lê-se na mesma nota.
Além desse empréstimo, com maturidade de 181 dias e taxa de juros anual fixada em 14,25%, o HNA prevê mais um financiamento de 300 milhões de dólares à Azul, visando tornar-se accionista da empresa.

Apostar lá fora

Pequim tem encorajado as empresas do país a investir além-fronteiras, como forma de assegurar matérias-primas e fontes confiáveis de retornos, face aos sinais de abrandamento na economia doméstica.
A estatal chinesa China National Chemical Corp. ofereceu este mês 43 mil milhões de dólares pela gigante suíça de pesticidas e sementes Syngenta, no que se poderá tornar na maior aquisição de sempre da China no exterior.
A Ingram Micro é responsável pela distribuição de produtos da Apple, Microsoft, IBM e Cisco, entre outras firmas do sector, e tem 200 mil clientes espalhados por cerca de 160 países, segundo o ‘site’ oficial.
A HNA compromete-se ainda a manter a sede da empresa no Estado norte-americano da Califórnia e os actuais membros da administração.

19 Fev 2016

ICBC | Pequim diz-se disposta a cooperar com Espanha

[dropca style=’circle’]A[/dropcap] China está disposta a colaborar com Espanha na investigação à sede do banco chinês ICBC em Madrid, por alegado branqueamento de capitais, e espera que as autoridades espanholas actuem de acordo com a lei.
“Estamos dispostos a manter a comunicação com o lado espanhol”, afirmou ontem um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei, numa conferência de imprensa em Pequim.
Hong apelou à justiça espanhola para tratar deste assunto “de acordo com a lei” e recordou que Pequim sempre urge as empresas chineses no exterior a cumprir estritamente com as leis chinesas e do país onde operam.

Operação serpente

A Guarda Civil espanhola deteve na quarta-feira cinco directores do banco estatal chinês ICBC em Madrid, todos de nacionalidade chinesa, e entre os quais consta o diretor-geral da sucursal.
Em causa está uma operação coordenada pela procuradoria anti-corrupção de Espanha e que a imprensa espanhola diz estar relacionada com a investigação Snake, contra a máfia chinesa na região madrilena de Cobo Calleja.
O banco é suspeito de operar uma estrutura criminal que se dedicava a transferir dinheiro para a China, obtido através de contrabando, fraude fiscal e exploração de mão-de-obra, “de maneira a que parecesse legal”.
Executivos e advogados do ICBC deslocaram-se entretanto a Madrid, para cooperar com as autoridades, informou ontem a instituição num comunicado citado pela imprensa chinesa.
A mesma nota acrescenta que o banco sempre cumpriu “com os princípios básicos de gestão e regulamentos contra a lavagem de dinheiro”.
O ICBC abriu portas na capital espanhola em 2011 e opera sob a tutela da central europeia, no Luxemburgo.
Está também presente em Lisboa há alguns anos, mas através de um escritório de representação, sendo conhecida a sua vontade de abrir uma sucursal no país a curto prazo.
Trata-se da maior instituição bancária do mundo em capitalização em bolsa e por depósitos.

19 Fev 2016

Música e caligrafia em noite de lua cheia Festival das Lanternas de volta ao Albergue SCM

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap] já na próxima segunda-feira, dia 22, que o Albergue SCM inaugura o festival anual de lanternas. A festa começa às 18h30 e prolonga-se até às 22h00. Este ano, o programa integra uma série de actividades comemorativas com destaque para a Exposição de Caligrafia Chinesa do Mestre Choi Chun Heng, patente ao público de 22 a 29 de Fevereiro, música ao vivo pela Tong Chong Arts Troupe, ópera chinesa, e pela Banda Sunny Side Up, trio acústico que tocará temas alusivos à época e algum repertório do seu álbum de estreia “Tributo a Macau”.
Tal como nos anos anteriores, o aclamado calígrafo Choi Chun Heng é convidado a escrever papéis votivos “fai-chun”, sendo que haverá o habitual jogo das lanternas com a resolução de enigmas e serão distribuídas lanternas do coelhinho às crianças.
O Albergue SCM vai ainda distribuir 300 caixas com doces tradicionais alusivos à época por via de senhas que podem ser levantadas no local a partir das 18h00.
A Celebração do Festival das Lanternas é comemorada no 15º dia, do primeiro mês do calendário lunar e marca o fim da celebração do Ano Novo Chinês, sendo a primeira noite de lua cheia do novo ano lunar. Tradicionalmente, o Festival teve origem na Dinastia Han, mas a celebração transformou-se gradualmente num evento romântico e é também popularmente conhecido como o “Dia dos namorados chinês”. Os casais poderão escrever as suas juras de amor em corações de papel e pendurá-los nas duas árvores emblemáticas (as canforeiras entrelaçadas) no centro do pátio.
No mesmo espaço, continua a funcionar o “Poço dos Desejos” que estará a recolher donativos para a ANIMA até ao dia 5 de Março. A entrada é livre.

19 Fev 2016

Professora de dança apresenta novo estilo em Macau com aula aberta

Vem decidida a espalhar um bicho, “um bicho bom”, como diz. Chama-se Lindy Hop. Ou Swing. Ou Swing Jazz. Nasceu na “loucura” dos anos 20, quando as pessoas pensavam que as guerras tinham acabado para sempre. É uma febre na Ásia, especialmente na Coreia, e em Hong Kong já existe uma comunidade forte, mas em Macau não. Sara Castro, professora, pretende mudar isso. Já a partir deste sábado

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]escobriu a prática do Lindy Hop há cerca de dois anos, mas “desde miúda” que tem um fascínio pela época, pela música, pelos filmes da época, a dança, o glamour. Um dia, “depois de ter ido a umas festas de Swing, em Lisboa e no Porto, Sara Castro percebeu “que havia muita gente a dançar bem” e resolveu aprender, como confessa ao HM. Uma experiência que se veio a revelar intensa ao ponto de Sara já a considerar um modo de vida. E transformadora porque, como a própria admite, “o Lindy Hop faz as pessoas felizes”.
“Praticamente vejo a minha vida como antes e depois do Lindy Hop. É completamente diferente, sinto-me cada vez mais feliz.”

Ânimo e conexão para todos

“Um dos meus melhores amigos, um inglês de quase 80 anos, é também um dos melhores dançarinos que conheço”, assegura Sara Castro para explicar que esta dança é mesmo para todos, sendo que a professora tem até alunos das mais variadas idades. “É muito divertido”, reflecte, adiantando que o Swing pode ser “lento, rápido, mais ou menos sexy, mas é sempre divertido, as pessoas brincam muito”. saracastro 2
É desta necessária cumplicidade que sai o que Sara Castro considera como o elemento mais importante deste tipo de dança: “a conexão”, revela, “as pessoas dançam em pares e trocam entre eles e têm de estabelecer um elo de ligação forte”, o que, para Sara, muda as pessoas. “É uma escola de sociabilidade”, diz, adiantando que mesmo do ponto de vista técnico, “nesta dança trabalha-se muito essa ligação, porque o par tem de conectar muito.”

Enamorada por Macau

Sara Castro está há apenas cinco meses em Macau, mas nunca lhe foi um lugar completamente estranho por via das conversas do irmão (Joaquim Magalhães de Castro). Um dia, decidiu vir ver a terra com os próprios olhos, porque, como confessa, segue muito mais aquilo que sente do que aquilo que pensa.
“Estava muito feliz em Portugal, mas senti que precisava de uma experiência nova, fora de portas e foi a altura.”
O convite da Associação Macau no Coração, que cedeu o espaço para a actividade de sábado, veio a calhar e proporcionou-lhe a oportunidade de se dedicar à sua paixão. Mas Macau requer um processo de adaptação que, admite, “tem tido as dificuldades próprias de se vir para um lado novo com outra cultura e onde não se conhece ninguém”. Sara confessa que está enamorada e a adorar a experiência. Para o futuro, tem alguns planos ligados à produção de outros projectos artísticos, apesar de não gostar muito do longo, nem sequer do médio prazo. “Gosto de planear mês a mês”, diz-nos bem humorada. saracastro 5
Para já, o seu grande foco é o de “lançar o bicho do Lindy Hop em Macau”, explica. Já tem pessoas interessadas e espera vir a ter mais depois desta primeira aula. Espera também conseguir convencer algumas escolas a anexarem classes extracurriculares de Swing que, garante, seriam óptimas “para aumentar os níveis de sociabilidade e bem estar geral das crianças”, ou não tenha sido ela professora durante grande parte da sua vida do 1º ciclo e de Expressões Artísticas (das artes plásticas à dança) para adultos e crianças.

Apresentar o Lindy

Para o próximo sábado, Sara Castro apresenta uma dança que já é comum na região vizinha e que a professora quer, então, ver em Macau. O que se prepara é “um convite aberto à cidade”, diz Sara, para as pessoas experimentarem as delícias do Lindy Hop e aumentar o número de praticantes. swing poster
“Já tenho alguns alunos mas gostava que fossemos muitos mais”, diz a professora.
A sessão propriamente dita, começará com uma aula aberta para que as pessoas se apercebam dos movimentos básicos e continuará para um momento mais social onde, explica Sara, “as pessoas podem beber um copo, um snack, confraternizarem e aplicarem os movimentos aprendidos na aula”.
De resto, a professora sente-se confiante que, tal como noutros países asiáticos, o Lindy Hop também pegue de estaca por aqui, dando até o exemplo de Hong Kong onde “existe há cerca de dez anos e tem vindo a crescer muito”.
A demonstração vai acontecer no próximo sábado, dia 20, no espaço da Associação Macau no Coração, entre as 19h00 e as 21h30. A Associação fica na rua 4 do Bairro do Iao Hon, nº 50, Edif. Industrial Iao Seng, bloco 1 – 4º B. A entrada é livre.

19 Fev 2016