32 do Inferno

[dropcap]A[/dropcap]panhar transportes públicos na passada quarta-feira foi o maior desastre natural que o tufão “Wipha” trouxe ao território. Tudo o resto correu bem, com as forças conjuntas da protecção civil todas de parabéns.

Mas a chegada em força do grau 8, em plena hora do almoço, foi o caos e o deus-nos-livre-que-venha-aí-um-tão-cedo. Se temi pelo número de vítimas à passagem do ciclone, eram certamente as que correram o risco de acabar esmagadas e entaladas dentro dos autocarros.

Com o trânsito parado em todas as vias, a população nas paragens começou a forçar as entradas e saídas dos transportes, em fúria cega para chegar a tempo do encerramento das fronteiras ou antes que a circulação fosse cortada. Não foi bonito. Foi também o período em que a chuva e o vendaval estiveram mais fortes. Se tudo isto são situações incontornáveis, algumas há que podiam ser evitadas.

Como no caso do excesso de carreiras com paragem na Praça de Ferreira do Amaral. Algumas até são obrigadas a fazer uma circunferência completa àquela-espécie-de-rotunda, só para encaixar na faixa certa da respectiva paragem. Que não faz sentido nenhum em dias normais, menos ainda nos excepcionais. A título de exemplo dou o autocarro 32 com destino ao Fai Chi Kei. No dia do tufão esteve a tentar dar a habitual voltinha durante 40 minutos. Só atrapalhou ainda mais o trânsito. E de seguida foi parar cem metros adiante no Hotel Lisboa. Há necessidade da paragem na Ferreira do Infernal? Não.

2 Ago 2019

Wipha | Passagem de tufão provocou caos nos transportes públicos

Apesar dos danos reduzidos, o tufão Wipha provocou transtornos nos transportes com milhares de pessoas retidas no Aeroporto Internacional de Macau, cenário que também se verificou nos terminais marítimos. O caos também se estendeu aos autocarros e táxis

 

[dropcap]O[/dropcap] anúncio foi feito na manhã de quarta-feira pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau: o sinal 8 de tempestade tropical iria ser içado às 14h. Com o içar do primeiro sinal 8 deste ano e a iminência da falta de transportes, residentes e turistas começaram a amontoar-se para apanhar autocarros e táxis dando origem ao caos.

A Praça de Ferreira do Amaral foi uma das zonas mais afectadas dado o elevado número de carreiras que ali têm paragem. Por volta das 14h, altura em que o sinal nº 8 entrou em vigor, a área encheu-se com uma multidão que aguardava autocarro, havendo passageiros em espera há mais de uma hora para se deslocarem às Portas do Cerco, aponta o Jornal do Cidadão. Huang, uma turista que tencionava passar a noite em Macau, mas que acabou por regressar ao continente devido ao mau tempo, criticou a insuficiência de informações sobre os serviços de transportes públicos, queixando-se que “não havia autocarros, nem táxis”. “Esta situação afecta muito a imagem do território como capital de turismo” acrescentou à mesma fonte.

Na sequência do sinal 8 de tempestade tropical, os últimos autocarros na península deixaram de circular às 15h, com a última partida com destino às ilhas da Taipa e Coloane marcada para as 13h40, apontou a Direcção dos Serviços de Assuntos de Tráfego (DSAT). Entretanto, os 19 parques de estacionamento públicos situados no centro de Macau fecharam também às 15h.

Para “aliviar o fluxo de pessoas nas Portas do Cerco e no Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, a DSAT prolongou o serviço especial de transporte até à uma da manhã”, apontaram os serviços. Na sequência da larga demanda desde o início da tarde, o Governo aumentou as carreiras 101X e 102X durante um período limitado de tempo.

Sem táxis

Do início da tarde até de quarta-feira não havia oferta de táxis suficiente para a procura, existindo filas de espera de cerca de três horas na zona das Portas do Cerco às primeiras horas de sinal 8. Para esta zona foram destacados cerca de 10 agentes para monitorizar a situação, aponta o Jornal do Cidadão, acrescentando que muitos turistas procuraram táxis ilegais para chegarem à Taipa ou Coloane, oferecendo 500 patacas pelo serviço.

De acordo com a informação revelada pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública, foram detectadas 14 infracções, entre as 14h e 18h. Destas, quatro foram por cobrança excessiva de tarifa, um caso de recusa de transporte e nove casos relacionados com outras infracções.

Esperas no aeroporto

Ao final da noite, ainda se encontravam mais de 1000 passageiros no Aeroporto Internacional de Macau, enquanto 150 pessoas aguardavam um táxi. Até às 18h30, 12 voos foram atrasados, dois reajustados e 118 cancelados. Até ao meio-dia, foram afectados 2549 passageiros, de acordo com as informações divulgadas pelo Aeroporto Internacional de Macau. Por volta das 19h, estavam cerca de 300 passageiros na estação de táxi e autocarro junto ao aeroporto, tendo este sido, possivelmente, o período mais complicado de espera.

Apesar de estar em vigor o sinal 8, os espaços comerciais da estrutura mantiveram-se em funcionamento de modo a atender às necessidades dos passageiros ali retidos.

Já no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior, até às 22h de quarta-feira, ficaram retidos 230 passageiros, enquanto no Terminal da Taipa 70 passageiros aguardaram o restabelecimento das ligações marítimas.

De acordo com a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), 170 embarcações de pesca foram ancoradas e outros 65 barcos atracados no Porto Interior.
Relativamente às medidas de protecção do Porto Interior, foram instaladas comportas e instalações de retenção de água, que não evitaram, contudo, algumas inundações.

 

Homem na ponte

As autoridades levaram um homem para a esquadra depois de ter sido identificado a atravessar a Ponte da Amizade através do sistema de videovigilância. De acordo com a Protecção Civil, a atitude coloca em causa a segurança pessoal e constitui uma infracção, principalmente num momento em que estava içado o sinal 8 de tempestade tropical e em que as autoridades apelavam “aos residentes e turistas para permanecerem em local seguro”.

Duas dúzias nos abrigos

24 residentes recorreram aos centros de Abrigo de Tempestade Tropical da Ilha Verde e ao Centro de Acção Social da Taipa e Coloane, durante a passagem do tufão Wipha. “Alguns utentes ficaram nos centros até às 8 da manhã de ontem, havendo um idoso que foi encaminhado para o serviço de acolhimento temporário num lar de idosos”, acrescenta o IAS em comunicado. Os Serviços de Educação e Juventude suspenderam, na passada quarta-feira as aulas dos ensinos infantil, primário e especial durante todo o dia.

 

Chui Sai On no COPC

Chui Sai On visitou o Centro de Operações de Protecção Civil (COPC), na passada quarta-feira, assim que foi içado no território o sinal de tufão nº 8. O Chefe do Executivo convocou uma reunião para se inteirar dos trabalhos de prevenção em curso e reforçar as instruções junto dos agentes de intervenção, apelando aos esforços das equipas para garantirem a segurança da vida e dos bens da população.

Alívio no trânsito

O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak manifestou ontem o seu agrado relativamente ao desempenho da Protecção Civil, alertando para a necessidade de resolução dos problemas ligados ao trânsito. “Os serviços competentes têm de desempenhar bem os trabalhos de alívio do fluxo de trânsito e também de pessoas nos postos fronteiriços, assim como de divulgação oportuna de informações para o público permanecer actualizado”, aponta em comunicado. Relativamente aos problemas relacionados com a entrada de turistas no território durante quarta-feira, o secretário aponta que é uma situação “habitual”, admitindo que “gerou alguma confusão devido à suspensão dos serviços de transporte público”. Na opinião de Wong, “o próximo passo é haver um mecanismo de coordenação governamental, a fim de resolver estas questões entre as diversas tutelas, com o objectivo de um trabalho de coordenação bem feito”. Apesar de existir margem para melhorias, o governante considera que “os membros da estrutura de Protecção Civil “demonstram uma atitude responsável perante os trabalhos de prevenção”, facto a que atribui à “experiência com a passagem do tufão Mangkhut”, que passou por Macau a 19 de Setembro do ano passado.

We don’t chat

Durante o período em que esteve içado o sinal 8 de tempestade tropical o serviço de transmissão de informações na conta Wechat “Informações de Protecção Civil de Macau” foi suspenso. Em comunicado os Serviços de Polícia Unitários apontam devido às restrições de política imposta pela operadora, o volume de informações para transmissão através da conta oficial no Wechat “Informações de Protecção Civil de Macau” tinha atingido o limite máximo diário.

2 Ago 2019

Tufão Wipha: Sinal n.º 8 vai ser içado às 14h00

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos anunciaram que o sinal n.º 8 vai ser içado às 14h00, devido à passagem do Tufão Wipha. Segundo a informação mais recente dos SMG, às 12 horas, estava içado o sinal n.º 3 e o Wipha localizava-se a cerca de 350 quilómetros a sul de Macau e estava a encaminhar-se para a península de Leizhou.

As previsões apontam para que nas próximas horas o vento se vá intensificar com a aproximação do Tufão do território. As autoridades recomendam que a população tome as precauções necessárias.

“Nas pontes, o vento pode atingir, ocasionalmente, o nível forte com rajadas. Recomenda-se a todos os condutores prestarem atenção, e sugere-se que os condutores de motociclos e ciclomotores utilizem a via reservada a motociclos e ciclomotores na Ponte Sai Van”, indicam os SMG.

Além disso, o aviso amarelo de storm surge está igualmente em vigor.

31 Jul 2019

Meteorologia | Sinal 1 de tempestade tropical emitido ontem à noite

[dropcap]O[/dropcap] sinal 1 de tempestade tropical foi emitido ontem à noite. De acordo com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos, a razão para tal prende-se com o facto de “uma vasta área de baixa pressão sobre a parte norte do Mar do Sul da China se estar a desenvolver gradualmente, para uma depressão tropical” dirigida a Hainan.

O sinal 1 pode ser içado devido à “circulação externa deste sistema” que pode resultar em aguaceiros fortes e frequentes acompanhados de trovoadas. Entretanto, e devido a influência da maré astronómica, esperam-se cheias nas zonas baixas entre hoje e sábado. Até à hora do fecho da edição, os serviços adiantavam que a possibilidade de emitir sinal mais alto era baixa.

2 Jul 2019

Mangkhut | Casinos reabriram às 8h

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] s casinos, que estavam encerrados desde as 23h de sábado, retomaram operações às 8h de hoje (segunda-feira). O anúncio foi feito pelo gabinete do porta-voz do Governo durante a madrugada, logo após os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) terem baixado pelas 4h o sinal de tempestade tropical de 8 para 3.
Às 11h, o Mangkhut, que se localizava a cerca de 560 quilómetros a oés-noroeste de Macau, estava a afastar-se gradualmente do território. Segundo os SMG, o sinal 3 de tempestade tropical deve continuar em vigor por um período de tempo, ainda indeterminado.

 

 

17 Set 2018

Manghkut | Retomadas ligações marítimas e aéreas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] s autoridades anunciaram hoje o reinício das ligações marítimas e aéreas, na sequência do afastamento do tufão Manghkut do território.

A passagem da tempestade tropical, considerada a pior do ano, causou pelo menos 17 feridos , um deles em estado grave, e fortes inundações nas zonas baixas do território, onde o nível da água atingiu os dois metros.

No domingo, o sinal 10 de tempestade tropical, o máximo de uma escala com 1, 3, 8 e 9, esteve em vigor durante nove horas, o mais longo período registado desde 1968.

Com o afastamento gradual do Mangkhut, por volta das 04:00, hora em que foi içado o sinal 3, as três pontes que ligam Macau e a Taipa foram reabertas ao trânsito, indicou o Centro de Operações de Proteção Civil (COPC).

À mesma hora retomaram funções os autocarros, ainda que de forma gradual, indicou o COPC, que dá conta da alteração de algumas rotas, dada a “situação das ruas”.

Poucas horas depois, pelas 08:00 retomaram funções todos os casinos de Macau, encerrados desde as 23:00 de sábado.

Já a primeira ligação marítima para Hong Kong realizou-se às 09:30, segundo o COPC.

Também os voos de e para Macau vão ser “retomados gradualmente” durante o dia, de acordo com a página do aeroporto. A tempestade tropical obrigou a adiar ou cancelar 191 voos.

No último comunicado divulgado, o COPC dava conta de 417 incidentes, incluindo 51 casos de danos em construção e 48 de derrube de árvores.

De acordo com a página dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, às 10:00, o Mangkhut localizava-se a cerca de 550 quilómetros de Macau, afastando-se gradualmente do território.

17 Set 2018

Mangkhut | Serviços públicos encerrados amanhã

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap] ace ao “grave impacto” provocado pelo super tufão Mangkhut, todos serviços públicos vão estar encerrados amanhã (segunda-feira), estando os funcionários públicos dispensados de ir trabalhar, de acordo com um despacho emitido pelo Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On. São excepções os serviços públicos integrados na estrutura de Protecção Civil e os de representação no exterior, indica um comunicado divulgado hoje pelo gabinete do porta-voz do Governo. Através do portal do Governo (www.gov.mo). Os cidadãos, incluindo os funcionários públicos, podem obter atempadamente informações sobre os serviços prestados e o funcionamento dos serviços públicos durante as situações de emergência, bem como sobre a reabertura dos serviços públicos e o regresso dos trabalhadores ao serviço.

16 Set 2018

Maratona | Inscrições adiadas devido a tufão

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s inscrições para a Maratona Internacional de Macau foram adiadas para o fim-de-semana de 22 e 23 de Setembro, segundo um comunicado do Instituto do Desporto. Assim, as inscrições para a Maratona e Meia-Maratona, que inicialmente estavam agendadas para 15 de Setembro, vão realizar-se no dia 22 de Setembro, sábado, entre a partir das 09h. Já as inscrições para a Mini-Maratona, agendadas para 16 de Setembro, vão realizar-se a 23 de Setembro, começando às 09h. No total, existem 12 mil vagas, 1.600 para a Maratona, 4.600 para a Meia-Maratona e 5.800 para a Mini-Maratona.

14 Set 2018

Tufão Hato | Apoios de curto prazo às PME ascenderam a 2.383 milhões de patacas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização (FDIC) gastou 2.383 milhões de patacas nas duas medidas de apoio a curto prazo destinadas às pequenas e médias empresas que lançou após a passagem do tufão Hato. De acordo com dados facultados pelo FDIC ao HM, foram aprovados 13.251 pedidos relativos ao abono (de até 50 mil patacas), representando 91,2 por cento do total de requerimentos formulados, envolvendo aproximadamente 573 milhões de patacas. Já ao abrigo do plano de apoio especial (uma linha de crédito, sem juros, até ao montante máximo de 600 mil patacas) foram aprovados 5.788 pedidos, correspondendo a 87,2 por cento das candidaturas apresentadas, num montante global na ordem dos 1.830 milhões de patacas. As pequenas e médias empresas representam mais de 90 por cento do tecido empresarial de Macau. Estimativas divulgadas pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em Fevereiro, indicam que os prejuízos económicos causados pelo Hato atingiram 12,55 mil milhões de patacas (9,05 mil milhões em directos e 3,50 mil milhões em indirectos).

24 Ago 2018

Tufão Hato | Um ano depois

 

Faz hoje um ano que o tufão Hato atingiu Macau com uma força sem par em mais de meio século. Dez vidas perderam-se no caos de uma cidade paralisada com graves inundações e generalizados cortes de electricidade e de água, com o rasto de destruição a deixar a descoberto as fragilidades da capacidade de resposta a catástrofes e um sentimento de impotência. Para memória futura, fica o filme dos acontecimentos

 

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ia 23 de Agosto de 2017. Quando amanheceu Macau estaria longe de imaginar que estaria diante um longo e trágico dia. Os acontecimentos desenrolaram-se rapidamente muito cedo: num intervalo de apenas duas horas e meia, o sinal 8, hasteado às 09h, passou a 9 e, logo depois, a 10, alcançando o máximo da escala, um cenário nunca visto desde que o York assolou o território em 1999 mesmo às portas da transferência do exercício de soberania.
Ao habitual encerramento das pontes ao trânsito e ao cancelamento de ligações marítimas e aéreas juntou-se o fecho temporário de fronteiras que deixou a cidade isolada. Imagens a mostrar a dimensão dos estragos, um pouco por todo o lado, multiplicavam-se nas redes sociais, que acabaram por transformar-se numa ferramenta importante ao serviço da informação. Isto porque parte da população esteve sem acesso ou com acesso intermitente aos canais de rádio e televisão da TDM, a principal aliada da Protecção Civil, através da qual comunica com a população, enviando alertas sobre a intensidade do tufão, circulação de transportes, dados sobre feridos e mortos, zonas perigosas, além de informações sobre o encerramento dos serviços públicos e escolas.
O grande embate chegou com as notícias das primeiras mortes. Embora acostumada a uma média de cinco a seis tempestades tropicais por ano, Macau não ficava de luto desde 1983, ano em que o Ellen fez mais de uma dezena de vítimas mortais, grande parte em naufrágios de juncos no Porto Interior. O balanço oficial viria a fechar com dez mortos, quatro dos quais encontrados em parques de estacionamento, tornando o Hato no tufão que o maior número de vidas ceifou no século XXI.
A pujança do Hato ficou patente em centenas de incidentes. Quedas de objectos suspensos, como reclames, toldos ou placas metálicas, bem como nas centenas de janelas arrancadas, ou nas milhares de árvores devastadas passaram a fazer parte da paisagem. Ocorrências que resultaram em mais de 240 feridos, a esmagadora maioria ligeiros. O Hato foi mesmo o mais forte tufão em 53 anos, apenas batido pelo Ruby (1964), cujos ventos atingiram 211 quilómetros por hora. Ainda assim, um recorde que foi ultrapassado no ano passado na estação da Taipa Grande, onde a rajada máxima atingiu 217,4 quilómetros por hora, de acordo com um relatório publicado pelos SMG.

Sem luz e sem água

Pela hora de almoço deu-se um apagão generalizado. O fornecimento de energia foi sendo reposto gradualmente, com a prioridade a ser dada às habitações. Dias depois ainda havia zonas às escuras, como o Fai Chi Chei, devido aos danos causados pelas inundações nos postos de transformação. Os cortes de electricidade e as inundações também obrigaram ao fecho de casinos, um feito raro na capital mundial do jogo, afeita a funcionar 24 horas por dia.
Seguiu-se o corte no abastecimento de água na sequência da inundação da Estação de Tratamento de Água da Ilha Verde, que deixou metade da população sem acesso a água canalizada. Com as torneiras a seco dias a fio, os residentes acorreram em massa às bocas-de-incêndio, uma das poucas formas de suprirem necessidades urgentes, atendendo a que a água engarrafada desapareceu das prateleiras, na sequência de uma corrida aos supermercados e estabelecimentos comerciais. As filas mudaram-se depois para os pontos temporários de abastecimento estabelecidos pelo Governo, complementados pela distribuição itinerante de água, assegurada por camiões-tanque.
Já nas ruas a água abundava. Afinal, quase um terço de Macau (29 por cento) ficou inundada, evidenciando o fracasso de medidas de protecção e obras contra as cheias, empreendidas três anos antes. O Porto Interior, apesar de familiarizado com inundações, foi particularmente fustigado, estimando-se que o nível da água tenha alcançado os 5,5 metros.
Todos os sinais de tempestade tropical foram baixados sensivelmente 12 horas depois, mas muito estava por fazer depois daquela quarta-feira negra, com os destroços, envoltos em lama, a tomarem conta da cidade.
Dois dias depois saem à rua militares da Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês (ELP), num acto inédito desde a transição. Mil soldados participaram nos trabalhos de resposta à catástrofe, regressando ao quartel ao fim de três dias, a 28. Na véspera, porém, ainda a cidade não estava recuperada do Hato, chega um novo tufão: o Pakhar. Apesar de ter sido mais brando, trouxe intensas chuvas que encharcaram o que custara enxugar, dificultando as tarefas de limpeza. Com a aproximação iminente da nova tempestade foi reforçada a urgência de escoar, particularmente por razões de saúde pública, as toneladas de lixo amontoado. Na corrida contra o tempo foram fundamentais os milhares de voluntários que montaram uma gigantesca operação de limpeza nas zonas mais fustigadas pela intempérie, num movimento sem precedentes.

O pós-tufão

A calamidade, que as autoridades designam como “incidente”, levou o Chefe do Executivo a pedir desculpas à população. “Embora tenhamos feito previsões e tomado medidas preventivas face a este desastre não podemos deixar de reconhecer que o que foi feito não foi suficiente. Aqui, em nome do Governo da RAEM, peço imensas desculpas à população”, declarou Fernando Chui Sai On.
Apesar de o Governo admitir falhas, há deputados que entendem que ficaram por apurar responsabilidades políticas, dado que o director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) foi o único a cair. Fong Soi Kun, que dirigia os SMG desde 1999, apresentou a demissão um dia depois da passagem do Hato. No entanto, a sua actuação viria a ser alvo de um inquérito, com o Chefe do Executivo a decidir aplicar-lhe o castigo máximo a que estava sujeito – a demissão – a qual se traduz na suspensão da reforma durante quatro anos, dado que já estava aposentado quando o processo disciplinar foi instaurado. Fong Soi Kun decidiu contestar na justiça o processo disciplinar que lhe foi movido. Em Junho, o Tribunal de Segunda Instância aceitou a providência cautelar apresentada pela defesa de Fong Soi Kun, o que lhe permite continuar a receber a pensão mensal de aproximadamente 80 mil patacas até que haja uma decisão final.

23 Ago 2018

Meteorologia | Pelo menos nove mortos na passagem do tufão Rumbia

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos nove pessoas morreram na China, na sequência da passagem do tufão Rumbia, que atingiu o centro e leste do país, onde afectou quase quatro milhões de pessoas e causou prejuízos económicos. Sete das vítimas mortais foram registadas na cidade de Xuzhou, onde 18 pessoas ficaram feridas. Na mesma área, o tufão destruiu 1.800 casas e 68.000 hectares de terra cultivada. Na província de Anhui, nove cidades e 33 condados foram também atingidos por fortes chuvas, que causaram pelo menos um morto e 13 feridos, segundo as autoridades locais. Mais de 1,7 milhão de pessoas e quase 243 hectares de terra cultivada foram afectados em Anhui, fixando as perdas económicas directas em mais de 140 milhões de euros. Na província vizinha de Henan, registou-se também um morto, enquanto os prejuízos ascendem a 25,2 milhões de euros. Três estações meteorológicas locais registaram precipitações superiores a 500 milímetros, enquanto a precipitação diária bateu recordes em oito estações da província.

21 Ago 2018

Japão | Dezenas de voos cancelados em Tóquio devido a tufão

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de 100 voos foram ontem cancelados em dois dos principais aeroportos de Tóquio, devido à aproximação de um tufão da capital japonesa e com a chuva a começar a fustigar a cidade. Segundo os meios de comunicação social locais, mais de 130 voos foram cancelados nos dois principais aeroportos de Tóquio. O tufão Shanshan poderá atingir os 125 quilómetros por hora e com rajadas de vento até aos 180 quilómetros por hora. O impacto da tempestade foi sentido em Tóquio e áreas vizinhas durante a noite de ontem, antes de subir a costa do Pacífico para o nordeste do Japão.

9 Ago 2018

Tufões | Autoridades de Macau anunciam conclusão do sistema de alerta

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades de Macau anunciaram ontem a conclusão de um conjunto de sistemas de alerta para tufões e inundações, no âmbito de vários esforços realizados para a prevenção e redução de catástrofes. Os equipamentos podem entrar “em funcionamento já este mês”, uma vez que a instalação foi concluída “antes do tempo previsto”, lê-se num comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação Social. A época de tufões arrancou em Junho e prevê-se que termine em Outubro.

Na zona baixa ao longo da costa oeste das três penínsulas (Macau, Taipa e Coloane), os noventa postes do sistema de videovigilância foram equipados com avisos sonoros, capazes de cobrir uma área de entre 50 e 100 metros, indicou o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), de acordo com o comunicado.

Foram também instalados altifalantes nos carro-patrulha para emitir as informações da proteção civil em três línguas: chinês, português e inglês, refere a mesma nota. O comunicado avança ainda que a Protecção Civil optimizou as plataformas de divulgação de informações meteorológicas, para que estas cheguem a todos de forma atempada. “Além de se aproveitar a forma tradicional de divulgação, como por exemplo a página electrónica, rádio, televisão, entre outros, são utilizadas as redes sociais, tais como Wechat e Facebook”, avança o comunicado.

Segundo as autoridades, os sistemas serão activados sempre que accionado o nível 3 ou superior do aviso de ‘Storm Surge’.

3 Ago 2018

Tufão | Son-Tinh paralisa Hainão depois de inundar norte das Filipinas

O tufão Son-Tinh, o nono deste ano, tocou terra com ventos de até 23 m/s no centro da tempestada às 4h50 desta quarta-feira em Wanning, informaram as autoridades de meteorologia da Província de Hainão

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Son-Tinh movia-se a até 40 km/h quando tocou terra. As previsões meteorológicas previam que a tempestade se deslocasse para oeste a uma velocidade de 25 km/h e deixasse a ilha do sul da China, de acordo com informação veiculada pela Xinhua.

A passagem do tufão Son-Tinh por Hainão afectou o funcionamento normal da rede de transportes, nomeadamente os comboios de alta velocidade cuja circulação foi cancelada até ao meio-dia de ontem.

Também os serviços de barco no Estreito Qiongzhou, entre Hainão e Guangdong, pararam às 16h de terça-feira, e foi lançado um alerta para todas as embarcações pesqueiras voltarem para os portos.

Antes de chegar ao sul da China, passando ao lado de Macau sem provocar qualquer tipo de estragos, o tufão Son-Tinh, ainda enquanto tempestade tropical, deixou o norte das Filipinas em estado de alerta. Quase oito mil pessoas tiveram que ser retiradas das suas casas nas últimas 24 horas no norte das Filipinas devido às inundações causadas pela tempestade tropical, segundo fontes oficiais.

O Conselho Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (NDRRMC) indicou que os serviços de emergência atenderam 7880 pessoas, dando-lhes cobertores e alimentos e, destes, 647 foram alojados em abrigos.

Alto risco

As áreas mais afectadas pela tempestade foram as províncias de Bataan, Pampanga e Zambales, localizadas no centro da ilha de Luzon, onde se concentram 7437 pessoas retiradas de suas casas, segundo a mesma agência.

Em Manila, no sul de Luzon, há cerca de 473 pessoas que tiveram de deixar as suas casas por causa da subida das águas em vários distritos da capital, como Quezon, Mandaluyong ou Marikina, onde o rio com o mesmo nome subiu para os 17 metros e entrou em risco de transbordar.

A agência meteorológica PAGASA mantém o alerta laranja devido às chuvas nas províncias de Bataan e Zambales, uma vez que se está a formar uma nova depressão tropical que se aproxima da zona leste.

A PAGASA indicou que é provável que a depressão, baptizada de Inday, se torne uma tempestade tropical nas próximas 24 horas e alertou para o alto risco de inundações naquela parte de Luzon.

As regiões de Manila, Rizal, Pampanga, Tarlac, Bulacan e Nueva Ecija estão em alerta amarelo, o que significa que as chuvas fortes e moderadas podem ocorrer nas próximas horas e há risco de inundação nas áreas mais baixas.

19 Jul 2018

Filipinas elevam alerta de inundações por causa de tempestade tropical

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] tempestade tropical Son-Tinh intensificou-se hoje depois de passar pela ilha de Luzon, no norte das Filipinas, onde as autoridades elevaram o alerta de inundações por causa das novas chuvas das monções. O tufão vai passar por Macau, prevendo-se o levantamento do sinal 3 até às 19h00 de hoje.

A Agência Meteorológica das Filipinas (PAGASA) declarou o alerta laranja nas províncias de Metro Manila, Bulacan, Bataan e Batangas, onde as águas subiram.

Em Manila, as áreas mais baixas sofreram inundações durante a manhã, causando engarrafamentos de trânsito.

Por isso, o governo filipino decretou a suspensão das aulas em todas as escolas públicas nas áreas de alerta de laranja, bem como o trabalho nos escritórios do governo.

O nível da água no rio Marikina atingiu 15,8 metros acima do nível do mar. Se atingir os 17 metros, as autoridades vão retirar as pessoas que moram juntam ao rio.

As inundações e as chuvas fortes também causaram atrasos e cancelamentos nos comboios e nos voos domésticos.

Além disso, as províncias de Rizal, Cavite, Pampanga e Zambales – também localizadas na ilha de Luzón – estão sob alerta amarelo, onde choveu muito e há risco de inundações.

As monções também afetam as ilhas de Mindoro, Palawan e as Visayas ocidentais, na região central do arquipélago.

17 Jul 2018

Farol da Guia | Mastro com sinais de tempestade derrubado pelo tufão Hato ainda por repor

O Farol da Guia continua sem o mastro usado para içar os sinais de tempestade tropical, que se partiu na sequência da passagem do Hato. A obra de reparação deve ser concluída dentro de dois meses, ou seja, em plena temporada de tufões

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Farol da Guia continua sem o mastro usado para içar os sinais de tempestade tropical, derrubado há oito meses pelo tufão Hato. A informação foi confirmada pela Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) ao HM. A reparação, que entretanto foi adjudicada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), vai demorar dois meses.

A obra de reparação do mastro foi adjudicada, no início do mês, à Companhia de Engenharia C & S Limitada por 106.100 patacas, o valor mais baixo entre as cinco empresas alvo de consulta escrita pela DSSOPT. As propostas das cinco empresas, das quais uma acabou por não ser admitida, oscilavam entre 106.100 e 680.000 patacas. Apesar da diferença de preços, todas as empresas propuseram um prazo de execução de 60 dias.

Segundo o calendário, a obra de reparação só deve ficar concluída no final de Junho, apesar da temporada de tempestades tropicais ir de Maio a Novembro. De acordo com previsões recentes da Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Macau vai registar entre cinco e sete tufões este ano, devendo o primeiro chegar em meados de Junho.

Os sinais de tempestade tropical são erguidos no Farol da Guia, o mais antigo do Extremo Oriente, para alertar a população da aproximação das intempéries e sobre a sua intensidade. Depois de o mastro se ter partido com o Hato, o tufão seguinte, que chegou três dias depois, o Pakhar, foi o primeiro a atingir Macau sem que ali tenham sido hasteados os respectivos sinais físicos. Um feito único pelo menos nas últimas duas décadas, indicou, na altura, a DSAMA.

O Farol da Guia não é, no entanto, o único local onde os sinais físicos são içados em Macau, podendo também ser avistados na Fortaleza do Monte.

A escala de alerta de tempestades tropicais é formada pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10, hasteados tendo em conta a proximidade da tempestade e a intensidade dos ventos. Esse sistema de aviso por código de sinais numerados foi adoptado pela Capitania dos Portos (actual DSAMA) em 1912, “em consonância com os sistemas usados nas zonas costeiras da China e de Hong Kong”, segundo dados constantes do catálogo de uma exposição realizada, em 2014, pelo Arquivo Histórico, subordinada àquele que constitui o “mais comum desastre natural que ameaça Macau”. Mas, nem sempre foi assim. Em tempos idos “o aviso de aproximação dos tufões aos habitantes e gentes do mar era feito com hasteamento de bandeira e com tiros de canhão quando o ciclone caía sobre a cidade”.

Novo código de sinais

A escala mantém-se, mas desde 12 de Abril encontra-se em vigor uma ordem executiva com um novo código dos sinais de tempestade tropical. A classificação, com base na força do vento máximo sustentável próximo do centro da tempestade tropical, passou de quatro para seis categorias, com a introdução de “tufão severo” (de 150 km/h a 184 km/h) e de “super tufão” (185 km/h ou superior).

26 Abr 2018

Proposta para compensar quem perdeu carros no Hato não agrada

É hoje votada na generalidade a proposta que prevê a isenção do imposto na compra de um carro novo para quem perdeu os veículos na sequência da passagem do tufão Hato. Os lesados não concordam com as medidas apresentadas pelo Governo e pedem o reembolso da tributação referente ao carro perdido

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s residentes que viram os seus carros danificados com a passagem do tufão Hato pelo território estão descontentes com a proposta de apoio avançada pelo Governo. Como tal, ontem a aliança constituída por mais de duas centenas de proprietários juntou-se para manifestar a sua posição em conferência de imprensa. Em causa estão os benefícios fiscais na aquisição de novos veículos motorizados, que é hoje votada na generalidade na Assembleia Legislativa (AL).

De acordo com os lesados, o apoio dado aos proprietários que se viram sem carro no passado dia 23 de Agosto, não deve ser apenas dirigido a quem vai comprar uma nova viatura, mas sim a todos.

O representante dos lesados, de apelido Chan, exige novamente que o Governo assuma a responsabilidade que lhe cabe. No entender do responsável, o Executivo deve avançar com o reembolso do imposto já pago e a medida deve ser aplicada a todos os proprietários.

Chan adiantou ainda que “os proprietários se sentem desiludidos com a proposta do Governo, contrária à opinião da generalidade dos lesados”.

 

Prejuízos colaterais

O representante apontou ainda outras razões que levam os proprietários a não estarem a favor da proposta que vai hoje a votação na AL. Nomeadamente no que diz respeito ao facto do reembolso só acontecer em caso de compra de novo carro. Ou seja, os lesados sentem que ficam sempre a perder, porque o reembolso será sempre menor do que aquele a que teriam direito se a referência fosse o imposto já pago. A razão tem que ver com as novas exigências ambientais que preveem impostos maiores para quem quiser carros menos amigos do ambiente.

Por outro lado, os carros inutilizados já foram vendidos em hasta pública e o dinheiro arrecadado pelo Executivo já deveria ter sido devolvido aos proprietários dos veículos. No entanto, até agora, não o foi.

Chan pede ainda que os auto-silos que representam perigo continuem fechados até que as suas instalações sejam melhoradas de modo a poderem aguentar com a passagem de um tufão forte pelo território.

 

Com o apoio de Sulu

A conferência de imprensa de ontem contou com a presença do deputado suspenso Sulu Sou que está ao lado dos queixosos. “O objectivo da proposta deve ser alterado para apoiar a pressão económica dos proprietários dos carros danificados”, disse. O pró-democrata critica ainda o Governo por ter divulgado a proposta há muito pouco tempo quando tinha exigido aos proprietários a anulação da matrícula ainda no ano passado. Já sem matrícula registada e sem carro, “os proprietários vêm-se na obrigação de aceitar o que vier”, referiu. Por outro lado, Sulu Sou alerta o Governo para o perigo da construção de auto-silos nas zonas baixas do território.

19 Abr 2018

Fong Soi Kun vai contestar pena na Segunda Instância

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] antigo director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) Fong Soi Kun vai contestar junto do Tribunal de Segunda Instância a pena que lhe foi aplicada após o inquérito à sua actuação durante o Hato, o pior tufão a atingir o território em mais de meio século, revelou a Rádio Macau. Segundo a emissora pública, no âmbito do inquérito foi recomendada uma pena de 240 dias de suspensão, uma vez que se entendeu não ter havido irregularidades graves na actuação do ex-director durante a previsão do tufão Hato. Contudo, conforme anunciado, na semana passada, o Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, decidiu pela demissão – o castigo máximo previsto ao abrigo do Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública (ETAPM).

Essa opção tem como efeitos práticos, dado que Fong Soi Kun se aposentou entretanto, a suspensão da reforma por quatro anos. Com uma pensão fixada em aproximadamente 80 mil patacas, o antigo director dos SMG vai ser penalizado em quase quatro milhões de patacas.

Fong Soi Kun pode recorrer para o Chefe do Executivo ou para os tribunais, tendo escolhido então a segunda opção, ou seja, optou por interpor um recurso contencioso para o Tribunal de Segunda Instância. De acordo com a Rádio Macau, o ex-director vai avançar com um pedido de suspensão de eficácia da decisão que, caso seja aceite, permite-lhe continuar a receber a pensão até que o TSI se pronuncie sobre o recurso.

O processo disciplinar contra o ex-director dos SMG não foi tornado público. Contudo, ainda de acordo com a emissora, Fong Soi Kun foi punido não por se considerar que ordenou demasiado tarde o içar o sinal 10 de tempestade tropical, mas por alegadamente ter demorado a accionar o aviso de inundações.

 

“Grande injustiça”

A pena de quatro anos sem reforma a que foi sujeito Fong Soi Kun constitui, na opinião de Jorge Neto Valente, “uma grande injustiça”. “Acho que é uma total ausência de proporcionalidade do sistema e ainda pasmo por ver gente a exigir mais, a dizer que a pena de demissão que é curta, que a lei tem de ser mudada para mais. Não sei se querem pena de morte ou prisão perpétua”, afirmou o também presidente da Associação dos Advogados à Rádio Macau.

Recordando o trabalho de Fong Soi Kun, como as boas classificações e o facto de ter presidido ao Comité dos Tufões, Neto Valente lamentou que o estejam a responsabilizar “como se se ele tivesse içado o sinal duas horas antes deixasse de haver tufão, inundações, ou gente morta”.

Nelson Kot, funcionário público aposentado que foi cabeça-de-lista nas eleições para a Assembleia Legislativa em Setembro, também se pronunciou sobre o caso. Em declarações ao Jornal do Cidadão, defendeu que o pedido de aposentação do ex-director dos SMG não deveria ter sido aprovado enquanto estava em curso o processo disciplinar, pelo que sugere que o ETAPM inclua regras que no futuro impeçam que tal suceda.

16 Abr 2018

CE | Apresentada proposta de lei relativa a benefícios fiscais sobre veículos

[dropcap style=’circle’] N [/dropcap] o início da semana o representante dos lesados com veículos inundados devido à passagem do tufão Hato queixou-se da demora nas medidas de ajuda do Governo. Quarta-feira o Conselho Executivo apresentou a proposta de lei relativa a esta matéria que prevê a dedução ou restituição do imposto sobre veículos motorizados

O Conselho Executivo de Macau apresentou na quarta-feira uma proposta de lei que estabelece benefícios fiscais para a aquisição de veículos motorizados, na sequência dos elevados danos causados pela passagem do tufão Hato, em Agosto passado.

A proposta de lei prevê que “aos proprietários que adquiram veículos motorizados novos seja atribuído o benefício fiscal de dedução ou de restituição do imposto sobre veículos motorizados”.

Os proprietários dos veículos motorizados novos que utilizem exclusivamente energias alternativas aos combustíveis derivados do petróleo podem ficar “isentos do pagamento do imposto sobre veículos motorizados de acordo com a legislação vigente”.

“Considerando que durante a passagem do forte tufão Hato pela Região Administrativa Especial de Macau, uma grande quantidade de veículos motorizados ficou submersa ou esmagada (…), o Governo elaborou a proposta de lei ‘Benefício fiscal especial para aquisição de veículos motorizados’”, indicou, em comunicado.

 

Proprietários preocupados

A proposta apresentada pelo CE surge dias após a queixa de Leong, representante da aliança constituída por vários grupos de pessoas que perderam carros nas inundações provocadas pela passagem do tufão Hato. O responsável criticava a demora das medidas prometidas pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF).

Em declarações ao Jornal Ou Mun, Leong referia mesmo que os proprietários lesados tinham sido enganados pelo Governo. Em Agosto do ano passado, a DSF anunciou medidas de apoio, nomeadamente a devolução de impostos já pagos na aquisição de novos veículos. No entanto, passando meio ano, o representante da associação de lesados critica a falta de seguimento deste processo. O representante recorda que na altura foi exigido aos proprietários o cancelamento das matrículas dos veículos inundados.

Desde a passagem do Hato pelo território, o Governo de Macau aprovou medidas de ajuda aos mais afetados, disponibilizando, por exemplo, 14,36 milhões de patacas para obras de manutenção e reparação emergentes das instalações danificadas.

 

6 Abr 2018

O Bar do Temporal

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ano de 2017, agora a dois míseros meses de findar, fica marcado em Portugal pela tragédia dos incêndios, marcado pelo elemento do fogo. Aqui no nosso território à beira-China plantado foram outros os elementos que contribuíram para a nossa pior memória dos últimos dez meses: a água, na sua vertente transbordada, e o ar, na sua versão de ventos ciclónicos. Foi o tufão Hato, que literalmente “sacudiu a cabana”, aos mais vários níveis. Como epílogo tivemos no final da semana passada o relatório do “Bar do Temporal gate”, publicado pela ASAE local, e que nos deixou saber detalhes do que se passa um pouco pelo mundo dos comes e bebes. Alguns deles sórdidos. Mas o que é o Bar do Temporal?

Como o próprio nome indica, o Bar do Temporal é procurado pela sua clientela apenas quando chove muito, ou sopram rajadas com uma intensidade maior que o normal. Durante o resto do tempo até dá para esquecer que ele existe. A motivação é simples; o Bar do Temporal decide se a malta vai dali para casa para ouvir o vento a assobiar pela janela, ou se vai bulir, o que nesse caso costuma ser uma chatice. As críticas aparecem com frequência, nomeadamente no que diz respeito à forretice do bar, que teima servir em copinhos “de três”, enquanto a sua congénere de Hong Kong, o Stormy Weather Pub, saca muito mais facilmente dos generosos copos “de oito”. Teorias da conspiração não faltam, e entre essas há uma que fala de interferências externas, nomeadamente da parte de uns tipos que até não gostam de beber, mas mamam. E muito!

Em tempos idos, o Bar do Temporal não se apresentava como uma carreira atractiva para baristas, sommeliers e técnicos de atendimento à mesa locais, pois apesar de pagar o mesmo que outros estabelecimentos do género, era mais parco no departamento dos brindes e outras ofertas – tudo isto alegadamente, entenda-se. Contudo, e com o virar do século, o Bar do Temporal ganhou um novo élan, pois ali não se fala de política (que é sempre uma coisa muito chata), e a estabilidade do tempo meteorológico que se verifica durante grande parte do ano ajuda a passar o tempo cronológico com menos stress. Tudo estava (mais ou menos) bem até um belo (ou não) dia de Agosto, que não podia ter sido o pior para o Bar do Temporal enganar-se na dose, e servir as bebidas erradas. Com a mostarda e a água do rio a subir-lhe ao nariz, a já muito impaciente clientela chateou-se a valer, demitiu-se o manager do Bar do Temporal, e veio ao terreno a ASAE dos costumes.

E o que encontrou, esta espécie de ASAE, só que de colarinho? Muita coisa que uns já suspeitavam mas não tinham a certeza, e que outros já sabiam mas não queriam dizer. Aparentemente existiam dificuldades de comunicação entre o manager e os barmen, com o primeiro a ignorar as sugestões dos segundos, e a confeccionar os cocktails à sua maneira. Diz-se ainda que o referido manager escolhia música a tocar do bar muitas vezes da sua casa, o que não lhe permitia detectar o ambiente nocivo que isto provocava. Não despeciendo é o comportamente da sua assistente, que mantinha uma capelinha junto do balcão, e quando fazia as suas orações perturbava os empregados, que acabam a despejar os whiskeys metade no copo, metade na mesa. Um relatório contundente. Actualmente o Bar do Temporal está sob a gestão do antigo responsável pelo Bar das Tabuletas. Será que vão soprar ventos bonançosos de pequena vaga no Bar do Temporal? Só o tempo o dirá. E o tempo, também.

26 Out 2017

“Khanun” paralisa Macau e causa 49 incidentes

Desde as 10h00 que a passagem do Tufão “Khanun” provocou 49 incidentes que exigiram a acção das forças de salvamento do território. A cidade está neste momento sem transportes públicos, os serviços de barco e os voos foram igualmente suspensos, não havendo previsão da altura em que o sinal n.º 8 vai ser reduzido para n.º 3.

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]té às 16h00, as autoridades tinham registado dois casos de edifícios danificados com a queda de reboco ou outro objectos, quatro casos de queda de andaimes, sete árvores e antenas arrancadas pelo vento, um incêndio e uma inundação. Além disso, houve 34 situações de queda ou suspensão de reclamos, toldos, placas metálicas, varas de ferro e janelas. Na Zona do Porto Interior, as autoridades informam que se registam cheias ligeiras.

De acordo com a informação mais actualizada dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), às 15h00, o Tufão “Khanun” situava-se a 190 quilómetros a sul de Macau e encaminhava-se para a península de Leizhou, no extremo da Província de Cantão. O Governo prevê ainda que com o decorrer do dia os ventos fiquem mais fortes.

No que diz respeito aos transportes, os autocarros estão suspensos. A passagem do “Khanun” levou igualmente a que as pontes fossem encerradas ao trânsito, por volta das 11h25, estando aberto o tabuleiro inferior da Ponte Sai Van.

Já o Aeroporto informou que foram cancelados mais de 90 voos que chegavam ou partiam de Macau. Os responsáveis pela estrutura pedem assim aos passageiros que confirmem a situação dos respectivos voos com as companhias aéreas, antes de se dirigirem para o aeroporto. Foi também suspenso o serviço de barcos para Hong Kong e outros destinos no Interior do Continente.

Caos nas Portas do Cerco

A suspensão dos transportes públicos resultou numa grande concentração de pessoas junto às Portas do Cerco. Dependentes do serviço de táxis, e uma vez que o serviço de rádio-taxis está suspenso, o canal chinês da Rádio Macau informa que já se verificaram casos de cobrança excessiva.

Apesar das autoridades garantirem que estão no terreno para lidarem com este tipo de situações, o canal chinês da Rádio Macau avança com um caso em que um taxista exigiu 500 patacas para transportar um cliente do Venetian para a Ponte de Lótus. Também nas redes sociais surgem relatos de taxistas que cobraram 1500 patacas para levarem pessoas das Portas do Cerco ao Casino Lisboa.

Por outro lado, o Governo negou as notícias de que haveria carros privados a transportarem os turistas de regresso à cidade de Shenzhen.

15 Out 2017

Seguros | Estragos do tufão avaliados em 2,9 mil milhões de patacas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s seguradoras de Macau avaliaram os prejuízos causados pelo tufão Hato, o mais forte em 53 anos, em 2,9 mil milhões de patacas, afirmou ontem o novo presidente da Autoridade Monetária.

Os dados foram avançados por Benjamin Chan à margem da cerimónia de posse ontem de manhã, em declarações aos jornalistas.

De acordo com a Rádio Macau, apenas 2,07 milhões de patacas foram pagos, a maioria relacionados com indemnizações por morte ou ferimentos.

“De acordo com as informações que temos, até 11 de Setembro há pelo menos cerca de 19 mil casos de pedido de indemnização, envolvendo 2,9 mil milhões [de patacas]. Têm a ver com danos patrimoniais. Já foram aprovados 20 milhões de patacas para casos relacionados com morte e lesão corporal”, disse o novo presidente da Autoridade Monetária de Macau, que substituiu Anselmo Teng.

Segundo Benjamim Chan, não há, até agora, queixas sobre as seguradoras, que não terão dificuldade em pagar as indemnizações: “Não é assim tão grave porque as despesas são assumidas pelas seguradoras do exterior. Não há uma situação grave em termos de situação financeira das seguradoras”.

No início do mês, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, tinha apresentado as estimativas do Governo sobre os prejuízos, no montante de 11,4 mil milhões de patacas.

Após a passagem do tufão, o Governo criou um subsídio de 50 mil patacas para ajudar as Pequenas e Médias Empresas a fazer face aos estragos causados pelo tufão.

Além deste abono, o Governo criou também uma linha de crédito, sem juros, para as PME afectadas até ao montante máximo de 600 mil patacas.

20 Set 2017

Porto Interior | Obras Públicas prometem trabalhar para evitar cheias

O Governo tem estado a trabalhar para evitar a subida das águas nas zonas mais baixas da cidade, mas é preciso ter em consideração a localização do território e a relação que existe com as regiões vizinhas nesta matéria. A mensagem é das Obras Públicas, que deixam ainda um recado a quem dá opiniões

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Administração analisa “pragmaticamente” a opinião da sociedade sobre a questão das cheias e inundações no Porto Interior, garante a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Além disso, “continua a envidar esforços no sentido de encontrar a melhor solução possível”.

A ideia foi deixada ontem em comunicado, numa altura em que se ouvem ainda muitas críticas ao trabalho do Governo na sequência da passagem por Macau do tufão Hato. A DSSOPT faz um enquadramento da situação geográfica da RAEM, em jeito de ressalva, ao destacar que o território está localizado no curso baixo do estuário do Rio das Pérolas. Assim sendo, “quaisquer obras que impliquem a intervenção nos recursos hídricos envolvem as cidades vizinhas e as que estão situadas no curso alto do estuário do rio, ou seja, requerem uma cooperação regional concertada”.

Essa concertação foi procurada esta semana, num encontro entre o Governo de Macau e as autoridades da província de Guangdong que resultou numa promessa de “estudo aprofundado” para a construção da barragem de marés.

A Administração “agradece as opiniões e propostas apresentadas pelos vários sectores sociais” para a resolução do problema das cheias e inundações na zona do Porto Interior, mas vinca que “há que ter concretamente em consideração as circunstâncias existentes, proceder a uma análise aprofundada, objectiva e cientificamente comprovada dos planos de resolução”. É preciso fazer uma avaliação profunda sobre o impacto no canal do Porto Interior, no funcionamento das pontes-cais, no traçado das vias, na paisagem urbana e na preservação cultural, elenca a DSSOPT. Neste contexto, as Obras Públicas deixam um recado: “A Administração espera que as associações civis e o sector da construção civil, sob a sua responsabilidade, verifiquem previamente a viabilidade dos seus planos antes de os divulgaram ao público”.

Diques mais altos

Recado dado, a DSSOPT recorda o que fez no passado para diminuir as inundações no Porto Interior, ao referir “a barragem e muro para retenção de água nas pontes-cais e diques do Porto Interior com o ‘remate de fissuras’, no sentido de reforçar a capacidade de controlo de inundações na linha costeira, obra concluída em 2015”.

As Obras Públicas acrescentam que, além do Porto Interior, nos últimos anos tem sido aumentada a capacidade global de escoamento no sistema de drenagem de Macau. Foi renovado o sistema da rede de drenagem dos bairros antigos para acelerar o escoamento das águas pluviais, e também foram instaladas estações elevatórias para bombear e desviar as águas pluviais das colinas. Foram igualmente construídos “culvert pipes” de grande envergadura para armazenamento da água, a fim de evitar o seu escoamento para as zonas baixas.

Não obstante a resolução do problema das cheias e inundações da zona do Porto Interior “se revestir de singular complexidade”, as Obras Públicas prometem que a Administração “terá em consideração, de forma pragmática, as opiniões e sugestões de todos os sectores da sociedade, e mantém o diálogo com o sector da construção civil, no sentido de implementar um plano tecnologicamente avançado aplicável às circunstâncias existentes na zona”. Além disso, vai ser elevada a altura dos diques na orla costeira de Macau, aumentando a sua capacidade de contenção de água de forma a fazer face às intempéries naturais.

14 Set 2017

APOMAC pede reintrodução do alarme sonoro em caso de tufão 9

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] reintrodução de um alarme sonoro em caso de tufão foi uma das várias propostas apresentadas na terça-feira pela Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) ao secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam.

Ao HM, Francisco Manhão, presidente da direcção da APOMAC, recordou os tempos em que os alertas em caso de tufão eram mais evidentes e em que as pessoas “sabiam o que era um tufão”, algo que, considera, não existe nos jovens. “Há mais de 60 anos que assisto a tufões no território e já presenciei situações bastante graves”, apontou. No entanto, “antigamente, quando era içado o sinal nove, a Fortaleza do Monte tocava a sirene e quando chegava o sinal 10 eram também disparados três tiros de canhão”.

Já no que respeita à informação para os mais novos, a APOMAC avançou com a sugestão de promoção de conhecimentos através das escolas. A ideia é “incutir nos adolescentes a verdadeira percepção de um tufão e das suas nefastas consequências, através das escolas primárias e secundárias de Macau”.

Para Francisco Manhão, trata-se de “uma boa sugestão levantada na altura porque, de facto, a camada jovem não tem a noção do que é verdadeiramente um tufão”. O presidente da associação considera ainda que a responsabilidade não cabe aos jovens, mas sim às instituições de ensino que “têm a obrigação de transmitir conhecimentos aos alunos e de informar acerca dos perigos que podem acontecer”.

Num momento em que Macau ainda vive o rescaldo da passagem do Hato, as opiniões dos reformados da APOMAC vão no sentido de melhorar tanto o conhecimento, como a resposta em situações de calamidade.

É necessária ainda, consideram os associados, a criação de um plano de contingência para fornecimento de energia eléctrica e de água canalizada em casos de catástrofe.

Foram também feitas algumas sugestões no que toca à comunicação, sendo que, alerta a entidade, é necessária uma melhoria urgente do sistema de Internet, “aumentando a sua potência caso necessário”.

Associação com mais saúde

Entretanto, a associação tem novos projectos e espera o apoio do Governo para a sua concretização. A ideia, adianta Francisco Manhão, é proporcionar mais serviços aos associados, pelo que precisam de acesso a mais espaço, uma reivindicação antiga. O objectivo é ter instalações capazes de albergar uma clínica dentária e uma clínica de medicina tradicional chinesa. A razão, apontou o responsável, é responder a uma maioria da população local que procura este último serviço. “Temos de responder a esta necessidade e ir de encontro às tradições do território”, remata Francisco Manhão.

14 Set 2017