Hong Kong | Associação de Jornalistas condena uso de cocktail molotov

[dropcap]A[/dropcap] Associação de Jornalistas de Hong Kong emitiu hoje um comunicado onde condena o uso de cocktails molotov contra repórteres da estação televisiva RTHK.

“A RTHK noticiou que um dos seus jornalistas sofreu queimaduras num dos lados do rosto depois de ter sido lançado um cocktail molotov perto do local de reportagem, em Hennessy Road, zona de Wanchai.” De acordo com o mesmo comunicado, “o jornalista estava claramente identificado como membro dos media e não parecia ser um alvo de ataque, tendo os manifestantes prestado apoio de imediato”.

Neste sentido, a associação “condena qualquer tipo de violência cometida contra jornalistas pela polícia ou manifestantes, quer seja intencional ou não”. “A associação apela à polícia e aos manifestantes que cessem quaisquer actos que possam interferir com o trabalho de reportagem dos protestos em Hong Kong, incluindo fogo e o lançamento de projécteis perto ou sobre jornalistas”, lê-se ainda na nota oficial hoje divulgada nas redes sociais.

De acordo com o South China Morning Post, esta segunda-feira ficou marcada pelo quarto dia de protestos contra a lei anti-máscaras decretada pela Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam.

Apesar de ter sido registada uma menor escalada de violência face aos dias anteriores, houve várias demonstrações em centros comerciais e lançamento de gás pimenta nas ruas. Esta noite dezenas de manifestantes reuniram-se na zona de Mong Kok e Tai Koo, onde ocorreram confrontos com a polícia e várias ruas foram bloqueadas. Registou-se também uma marcha em direcção a Tsim Sha Tsui.

China considera “criminosa” declaração da UE

A embaixada chinesa em Paris classificou hoje a declaração da União Europeia (UE) a condenar a violência em Hong Kong como “criminosa e muito perigosa” e afirmou o “desprezo” de Pequim face à “hipocrisia” europeia.

“Expressamos a nossa profunda insatisfação e profundo desprezo pela hipocrisia da declaração europeia”, aponta a embaixada da China, através da sua conta oficial na rede social Twitter.

A diplomacia chinesa considerou ainda que a UE “glorificou publicamente os abusos dos manifestantes e desrespeitou flagrantemente as acções de autodefesa adoptadas pelos polícias de Hong Kong para defenderem as suas vidas contra os agressores”.

A mensagem refere-se a uma declaração do Gabinete de Federica Mogherini, a Alta Representante da UE para a Política Externa e Segurança, que considera que o diálogo é o “único caminho” para solucionar a crise em Hong Kong.

“A escalada da violência e a contínua turbulência em Hong Kong, incluindo o uso de munições reais, que provocaram ferimentos críticos em pelo menos uma pessoa, são muito perturbantes”, lê-se na nota difundida na semana passada pela UE.

“A UE mantém a sua posição de que a contenção, a redução da escalada e o diálogo constituem o único caminho. Actualmente, são cada vez mais necessários que nunca, e garantem a única base para uma solução duradoura”.

O comunicado sublinha que as liberdades fundamentais, incluindo o direito de reunião dos cidadãos de Hong Kong, devem ser mantidas, e assegurada a possibilidade de promoveram manifestações pacíficas.

“Estes direitos devem ser exercidos pacificamente. Qualquer violência é inaceitável, e qualquer acção das autoridades responsáveis pela segurança deve manter-se de forma estritamente proporcional”, prossegue o texto.

7 Out 2019

Hong Kong | Associação de Jornalistas condena uso de cocktail molotov

[dropcap]A[/dropcap] Associação de Jornalistas de Hong Kong emitiu hoje um comunicado onde condena o uso de cocktails molotov contra repórteres da estação televisiva RTHK.
“A RTHK noticiou que um dos seus jornalistas sofreu queimaduras num dos lados do rosto depois de ter sido lançado um cocktail molotov perto do local de reportagem, em Hennessy Road, zona de Wanchai.” De acordo com o mesmo comunicado, “o jornalista estava claramente identificado como membro dos media e não parecia ser um alvo de ataque, tendo os manifestantes prestado apoio de imediato”.
Neste sentido, a associação “condena qualquer tipo de violência cometida contra jornalistas pela polícia ou manifestantes, quer seja intencional ou não”. “A associação apela à polícia e aos manifestantes que cessem quaisquer actos que possam interferir com o trabalho de reportagem dos protestos em Hong Kong, incluindo fogo e o lançamento de projécteis perto ou sobre jornalistas”, lê-se ainda na nota oficial hoje divulgada nas redes sociais.
De acordo com o South China Morning Post, esta segunda-feira ficou marcada pelo quarto dia de protestos contra a lei anti-máscaras decretada pela Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam.
Apesar de ter sido registada uma menor escalada de violência face aos dias anteriores, houve várias demonstrações em centros comerciais e lançamento de gás pimenta nas ruas. Esta noite dezenas de manifestantes reuniram-se na zona de Mong Kok e Tai Koo, onde ocorreram confrontos com a polícia e várias ruas foram bloqueadas. Registou-se também uma marcha em direcção a Tsim Sha Tsui.

China considera “criminosa” declaração da UE

A embaixada chinesa em Paris classificou hoje a declaração da União Europeia (UE) a condenar a violência em Hong Kong como “criminosa e muito perigosa” e afirmou o “desprezo” de Pequim face à “hipocrisia” europeia.
“Expressamos a nossa profunda insatisfação e profundo desprezo pela hipocrisia da declaração europeia”, aponta a embaixada da China, através da sua conta oficial na rede social Twitter.
A diplomacia chinesa considerou ainda que a UE “glorificou publicamente os abusos dos manifestantes e desrespeitou flagrantemente as acções de autodefesa adoptadas pelos polícias de Hong Kong para defenderem as suas vidas contra os agressores”.
A mensagem refere-se a uma declaração do Gabinete de Federica Mogherini, a Alta Representante da UE para a Política Externa e Segurança, que considera que o diálogo é o “único caminho” para solucionar a crise em Hong Kong.
“A escalada da violência e a contínua turbulência em Hong Kong, incluindo o uso de munições reais, que provocaram ferimentos críticos em pelo menos uma pessoa, são muito perturbantes”, lê-se na nota difundida na semana passada pela UE.
“A UE mantém a sua posição de que a contenção, a redução da escalada e o diálogo constituem o único caminho. Actualmente, são cada vez mais necessários que nunca, e garantem a única base para uma solução duradoura”.
O comunicado sublinha que as liberdades fundamentais, incluindo o direito de reunião dos cidadãos de Hong Kong, devem ser mantidas, e assegurada a possibilidade de promoveram manifestações pacíficas.
“Estes direitos devem ser exercidos pacificamente. Qualquer violência é inaceitável, e qualquer acção das autoridades responsáveis pela segurança deve manter-se de forma estritamente proporcional”, prossegue o texto.

7 Out 2019

Hong Kong | Polícia lança gás lacrimogéneo contra manifestantes com máscaras

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong lançou hoje gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que desafiaram a proibição de protestar com máscaras. Dezenas de milhares de pessoas desfilaram hoje à tarde, apesar da chuva torrencial, em manifestações não autorizadas em três bairros de Hong Kong.

Muitos dos manifestantes usavam máscaras e gritavam “usar máscara não é crime”, em protesto contra a proibição, em vigor desde sábado, decretada pela líder do Governo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, para minimizar os protestos que já decorrem há quatro meses.

A medida, anunciada na sexta-feira, deu origem a distúrbios e episódios de violência e de vandalismo, estes especialmente dirigidos contra a empresa que gere o metropolitano de Hong Kong, MTR, acusada de estar ao lado da China.

Depois de, no sábado, o metro não ter circulado, a MTR anunciou que 45 estações vão estar hoje abertas, mas 48 outras, situadas em zonas mais afectadas pelos protestos, vão permanecer encerradas.

Nos protestos de hoje, que envolvem bastante mais pessoas que os de sábado, voltaram a registar-se incidentes e a polícia lançou granadas de gás lacrimogéneo contra manifestantes que tentavam erigir barricadas.

Os críticos temem que o recurso à proibição das máscaras, uma lei promulgada pelos governantes colonialistas britânicos em 1922, possa abrir caminho para regulamentações mais draconianas por parte da chefe do executivo.

Carrie Lam argumentou que o uso de máscaras permite que manifestantes radicais ocultem a sua identidade, e a sua a proibição é necessária para parar a violência que “semiparalisou” a cidade, não descartando novas medidas se a violência continuar.

Muitos manifestantes pacíficos dizem que a violência se tornou um meio para atingir um fim e a única maneira de jovens manifestantes mascarados forçarem o Governo a aceitar as exigências dos manifestantes.

Um adolescente foi baleado na sexta-feira à noite na coxa por um polícia de folga, que disparou em legítima defesa, alimentando o medo de mais confrontos sangrentos.

6 Out 2019

Hong Kong | Polícia lança gás lacrimogéneo contra manifestantes com máscaras

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong lançou hoje gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que desafiaram a proibição de protestar com máscaras. Dezenas de milhares de pessoas desfilaram hoje à tarde, apesar da chuva torrencial, em manifestações não autorizadas em três bairros de Hong Kong.
Muitos dos manifestantes usavam máscaras e gritavam “usar máscara não é crime”, em protesto contra a proibição, em vigor desde sábado, decretada pela líder do Governo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, para minimizar os protestos que já decorrem há quatro meses.
A medida, anunciada na sexta-feira, deu origem a distúrbios e episódios de violência e de vandalismo, estes especialmente dirigidos contra a empresa que gere o metropolitano de Hong Kong, MTR, acusada de estar ao lado da China.
Depois de, no sábado, o metro não ter circulado, a MTR anunciou que 45 estações vão estar hoje abertas, mas 48 outras, situadas em zonas mais afectadas pelos protestos, vão permanecer encerradas.
Nos protestos de hoje, que envolvem bastante mais pessoas que os de sábado, voltaram a registar-se incidentes e a polícia lançou granadas de gás lacrimogéneo contra manifestantes que tentavam erigir barricadas.
Os críticos temem que o recurso à proibição das máscaras, uma lei promulgada pelos governantes colonialistas britânicos em 1922, possa abrir caminho para regulamentações mais draconianas por parte da chefe do executivo.
Carrie Lam argumentou que o uso de máscaras permite que manifestantes radicais ocultem a sua identidade, e a sua a proibição é necessária para parar a violência que “semiparalisou” a cidade, não descartando novas medidas se a violência continuar.
Muitos manifestantes pacíficos dizem que a violência se tornou um meio para atingir um fim e a única maneira de jovens manifestantes mascarados forçarem o Governo a aceitar as exigências dos manifestantes.
Um adolescente foi baleado na sexta-feira à noite na coxa por um polícia de folga, que disparou em legítima defesa, alimentando o medo de mais confrontos sangrentos.

6 Out 2019

PM da Malásia diz que Chefe do Executivo de Hong Kong deve renunciar

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, defendeu hoje que a chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, deve renunciar face às manifestações cada vez mais violentas e antecipou que Pequim acabará por tomar “medidas drásticas”.

Em conferência de imprensa, o governante, que aos 94 anos é o mais velho líder em funções em todo o mundo, salientou que Carrie Lam “enfrenta um dilema”.
Lam “deve obedecer os seus superiores e, ao mesmo tempo, deve responder à sua consciência”, afirmou Mahathir Mohamad.

“A sua consciência [de Lam] diz-lhe que o povo de Hong Kong tem razão em rejeitar a lei” sobre as extradições, mas, “por outro lado, conhece as consequências de uma rejeição da lei”.

Na origem da contestação, que se vive no território desde o início de Junho, está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo de Hong Kong.

Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

“Para a administradora (Carrie Lam), acho que o melhor seria demitir-se”, sublinhou o líder da Malásia. Lembrando a sangrenta repressão do movimento democrático chinês na Praça Tiananmen em Pequim, em 1989, Mahathir Mohamad recordou que a China finalmente enviou o exército “que tomou medidas, medidas drásticas para acabar com as manifestações”. “Eu penso que no final é isso que a China fará (em Hong Kong)”, acrescentou.

Milhares de pessoas reuniram-se hoje em Hong Kong, contra uma lei de emergência que proíbe o uso de máscaras durante protestos. A chefe do Governo de Hong Kong anunciou hoje que o uso de máscaras pelos manifestantes vai ser proibido a partir de sábado, para ajudar a polícia a “acabar com a violência e restaurar a ordem”.

4 Out 2019

Movimento pró-democracia condena ‘lei anti-máscara’ e promete novos protestos em Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap] Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH), que tem liderado o movimento pró-democracia em Hong Kong, condenou a ‘lei anti-máscara’ anunciada hoje pelo Governo e prometeu avançar com novos protestos.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a FCDH lamentou que tenha sido invocada legislação de emergência que contraria “a reputação internacional de Hong Kong que se baseia na Lei Básica, que garante a separação de poderes e a independência do sistema judicial”.

“Haverá consequências indescritíveis a partir deste regime de ditadura”, antecipa o movimento, que integra dezenas de partidos e organizações não-governamentais. A FCDH promete convocar novos protestos, sublinhando que “o povo de Hong Kong não tem medo e não recuará facilmente”.

A chefe do Governo de Hong Kong anunciou hoje que o uso de máscaras pelos manifestantes vai ser proibido a partir de sábado, uma medida para ajudar a polícia a “acabar com a violência e restaurar a ordem”.

A proibição apenas visa as pessoas que participem em manifestações ilegais e aqueles que recorram à violência, sublinhou Carrie Lam, impedindo-as de ocultarem a sua identidade.
A ‘lei anti-máscara’ prevê penas de até um ano de prisão e multas que podem ascender a 25 mil dólares de Hong Kong.

A chefe do Executivo prometeu que esta medida será votada no parlamento de Hong Kong, assim que os deputados retomem os trabalhos no Conselho Legislativo a partir de 16 de Outubro.

Por outro lado, frisou que, apesar de a medida excepcional ser justificada pela “situação de grande perigo público” que se vive no território, não foi decretado o estado de emergência em Hong Kong.

A líder do Governo afirmou que não foi fácil a decisão de avançar com esta medida, já que foi preciso invocar uma legislação de emergência, datada da época colonial, que não é utilizada desde 1967, e que permite à chefe do Executivo ‘saltar’ várias etapas democráticas.

A chefe do Governo, por exemplo, pode assumir o poder de determinar medidas para combater a agitação civil, que podem passar pela autorização de prisões, detenções e deportações, censura da imprensa, mudança ou aprovação de novas leis.

Na origem da contestação, que se vive no território desde o início de Junho, está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo de Hong Kong.

Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

4 Out 2019

Movimento pró-democracia condena 'lei anti-máscara' e promete novos protestos em Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap] Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH), que tem liderado o movimento pró-democracia em Hong Kong, condenou a ‘lei anti-máscara’ anunciada hoje pelo Governo e prometeu avançar com novos protestos.
Num comunicado enviado à agência Lusa, a FCDH lamentou que tenha sido invocada legislação de emergência que contraria “a reputação internacional de Hong Kong que se baseia na Lei Básica, que garante a separação de poderes e a independência do sistema judicial”.
“Haverá consequências indescritíveis a partir deste regime de ditadura”, antecipa o movimento, que integra dezenas de partidos e organizações não-governamentais. A FCDH promete convocar novos protestos, sublinhando que “o povo de Hong Kong não tem medo e não recuará facilmente”.
A chefe do Governo de Hong Kong anunciou hoje que o uso de máscaras pelos manifestantes vai ser proibido a partir de sábado, uma medida para ajudar a polícia a “acabar com a violência e restaurar a ordem”.
A proibição apenas visa as pessoas que participem em manifestações ilegais e aqueles que recorram à violência, sublinhou Carrie Lam, impedindo-as de ocultarem a sua identidade.
A ‘lei anti-máscara’ prevê penas de até um ano de prisão e multas que podem ascender a 25 mil dólares de Hong Kong.
A chefe do Executivo prometeu que esta medida será votada no parlamento de Hong Kong, assim que os deputados retomem os trabalhos no Conselho Legislativo a partir de 16 de Outubro.
Por outro lado, frisou que, apesar de a medida excepcional ser justificada pela “situação de grande perigo público” que se vive no território, não foi decretado o estado de emergência em Hong Kong.
A líder do Governo afirmou que não foi fácil a decisão de avançar com esta medida, já que foi preciso invocar uma legislação de emergência, datada da época colonial, que não é utilizada desde 1967, e que permite à chefe do Executivo ‘saltar’ várias etapas democráticas.
A chefe do Governo, por exemplo, pode assumir o poder de determinar medidas para combater a agitação civil, que podem passar pela autorização de prisões, detenções e deportações, censura da imprensa, mudança ou aprovação de novas leis.
Na origem da contestação, que se vive no território desde o início de Junho, está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo de Hong Kong.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

4 Out 2019

Apologia da arrogância

[dropcap]P[/dropcap]rimeiro, ocuparam as ruas, pediram sufrágio directo sem escolha prévia e foram corridos com gás pimenta. Não lhes deram nada. Apesar da natureza pacífica do Occupy Central, os “líderes” foram presos. Depois, foram às urnas e votaram para o LegCo. Elegeram pró-democratas e localistas.

Se a crise dos juramentos permite apoiar a expulsão dos dois separatistas, as restantes foram uma purga política. Mas eles não desistiram e apresentaram-se novamente a sufrágio. Em várias decisões ilegais, que não resultaram na prisão de ninguém, o Governo impediu-os de participar nas eleições. Mais uns meses em Hong Kong levaram com um comboio que fica sob jurisdição do Interior, apesar de ser em território da RAEHK. Houve muitas críticas que foram ignoradas.

Entretanto o criador do lema “revolução dos nossos dias” foi preso, por agressões a polícias em Mong Kok e levou uma pena de seis anos. Só que os polícias no Occupy Central espancaram um manifestante indefeso atrás de uma viatura, tentaram encobrir o crime e levaram penas mais leves.

Alguns até já foram absolvidos porque a polícia nunca erra. Este ano veio a Lei de Extradição. Muitos protestos, deputados a serem expulsos da LegCo e Carrie Lam (sozinha?) a forçar o abismo. Um milhão veio para a rua e Lam ignorou: “well noted, thanks”. No dia da votação veio a violência que nesse dia teve origem na polícia. Ainda de madrugada já andava a identificar pessoas e às 8h30 começaram a gasear os manifestantes. Foram precisos mais três meses, violência e 1.000 detenções para haver uma retirada. Agora a violência das “baratas” é constante.

É, não haja dúvidas que há crimes. Mas quem manda de facto já fez um mea culpa sincero e tentou criar harmonia? Não! Preferem proibir máscaras e libertar o homicida de Taiwan para culparem os manifestantes… Como se isso resolvesse alguma coisa. É o estadismo da arrogância, que deixa arder Hong Kong e prejudica irremediavelmente a China.

4 Out 2019

UE | Diálogo é o “único caminho” para solucionar crise em Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap] União Europeia (UE) manifestou quarta-feira profunda preocupação pela escalada de violência e a contínua turbulência em Hong Kong, e considerou que o diálogo é o “único caminho” para solucionar a crise.

“A escalada da violência e a contínua turbulência em Hong Kong, incluindo o uso de munições reais, que provocaram ferimentos críticos em pelo menos uma pessoa, são muito perturbantes”, refere uma declaração do gabinete de Federica Mogherini, a Alta Representante para a Política Externa e de Segurança da UE.

“A União Europeia mantém a sua posição de que a contenção, a redução da escalada e o diálogo constituem o único caminho. Actualmente, são cada vez mais necessários que nunca, e garantem a única base para uma solução duradoura”.

O comunicado sublinha que as liberdades fundamentais, incluindo o direito de reunião dos cidadãos de Hong Kong, devem ser mantidas, e assegurada a possibilidade de promoveram manifestações pacíficas.

“Estes direitos devem ser exercidos pacificamente. Qualquer violência é inaceitável, e qualquer acção das autoridades responsáveis pela segurança deve manter-se de forma estritamente proporcional”, prossegue o texto.

“Existe uma óbvia necessidade de recuperar a confiança entre o Governo e a população. O processo de diálogo iniciado recentemente pelas autoridades é um primeiro passo nesse sentido e é bem-vindo”.

A declaração recorda ainda as “estreitas relações [da UE] com Hong Kong baseadas no princípio ‘um país, dois sistemas’”, um “forte contributo” para uma contínua estabilidade e prosperidade.

4 Out 2019

UE | Diálogo é o “único caminho” para solucionar crise em Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap] União Europeia (UE) manifestou quarta-feira profunda preocupação pela escalada de violência e a contínua turbulência em Hong Kong, e considerou que o diálogo é o “único caminho” para solucionar a crise.
“A escalada da violência e a contínua turbulência em Hong Kong, incluindo o uso de munições reais, que provocaram ferimentos críticos em pelo menos uma pessoa, são muito perturbantes”, refere uma declaração do gabinete de Federica Mogherini, a Alta Representante para a Política Externa e de Segurança da UE.
“A União Europeia mantém a sua posição de que a contenção, a redução da escalada e o diálogo constituem o único caminho. Actualmente, são cada vez mais necessários que nunca, e garantem a única base para uma solução duradoura”.
O comunicado sublinha que as liberdades fundamentais, incluindo o direito de reunião dos cidadãos de Hong Kong, devem ser mantidas, e assegurada a possibilidade de promoveram manifestações pacíficas.
“Estes direitos devem ser exercidos pacificamente. Qualquer violência é inaceitável, e qualquer acção das autoridades responsáveis pela segurança deve manter-se de forma estritamente proporcional”, prossegue o texto.
“Existe uma óbvia necessidade de recuperar a confiança entre o Governo e a população. O processo de diálogo iniciado recentemente pelas autoridades é um primeiro passo nesse sentido e é bem-vindo”.
A declaração recorda ainda as “estreitas relações [da UE] com Hong Kong baseadas no princípio ‘um país, dois sistemas’”, um “forte contributo” para uma contínua estabilidade e prosperidade.

4 Out 2019

Hong Kong | Governo vai proibir uso de máscaras nos protestos

As autoridades invocam uma situação de emergência para recorrem a uma lei que data da época colonial. A organização que lidera os protestos já reagiu e manifestou a sua indignação dizendo tratar-se de uma clara violação das liberdades individuais

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong vai avançar para a proibição do uso de máscaras, uma notícia que está a ser avançada pelos ‘media’ locais e que já motivou uma reação de indignação por parte do movimento que tem liderado os protestos.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH) adverte que a intenção de proibir o uso de máscaras em manifestações representa a “abertura de um precedente” perigoso e uma violação das liberdades individuais.

O jornal South China Morning Post noticiou ontem que o Governo de Carrie Lam deverá anunciar esta sexta-feira a proibição de máscaras em protestos, através da aplicação de uma lei de emergência que remonta à época colonial.

Num comunicado enviado à Lusa, a FCDH, que lidera há quatro meses os maiores protestos na região, disse temer a “abertura de um precedente” que desafia o princípio de autonomia no território administrado pela China.

Para a FCDH, a proibição do uso de máscaras “viola a segurança pessoal e a liberdade de expressão” por parte das pessoas que as têm usado para se protegerem nos protestos.

Na opinião dos activistas, que continuam a exigir a resposta a quatro das cinco reivindicações, o objectivo do Governo passa por “dissuadir os manifestantes da linha da frente”.

“A arrogância do Governo terá definitivamente um pesado preço político”, advertem.
Na mesma nota, os activistas recorrem a episódios recentes do “abuso repetido das forças policiais” para sustentar a ideia de que é a polícia a única que deve ser “desmascarada”.

Violência à solta

Terça-feira, o dia em que se assinalaram os 70 anos da fundação da República Popular da China, foi um dos dias mais violentos desde o início das manifestações, há quase quatro meses, durante as quais a polícia tem sido acusada de usar excessiva força contra os manifestantes.

Nesse dia, um estudante de 18 anos foi alvejado com balas reais. Dois dias antes, uma jornalista indonésia foi alvejada com uma bala de borracha no olho.

Para acalmar a tempestade em Hong Kong, a organização apela ao Governo para que ouça a opinião pública e responda às exigências dos manifestantes.

4 Out 2019

Hong Kong | Governo vai proibir uso de máscaras nos protestos

As autoridades invocam uma situação de emergência para recorrem a uma lei que data da época colonial. A organização que lidera os protestos já reagiu e manifestou a sua indignação dizendo tratar-se de uma clara violação das liberdades individuais

 
[dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong vai avançar para a proibição do uso de máscaras, uma notícia que está a ser avançada pelos ‘media’ locais e que já motivou uma reação de indignação por parte do movimento que tem liderado os protestos.
Num comunicado enviado à agência Lusa, a Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH) adverte que a intenção de proibir o uso de máscaras em manifestações representa a “abertura de um precedente” perigoso e uma violação das liberdades individuais.
O jornal South China Morning Post noticiou ontem que o Governo de Carrie Lam deverá anunciar esta sexta-feira a proibição de máscaras em protestos, através da aplicação de uma lei de emergência que remonta à época colonial.
Num comunicado enviado à Lusa, a FCDH, que lidera há quatro meses os maiores protestos na região, disse temer a “abertura de um precedente” que desafia o princípio de autonomia no território administrado pela China.
Para a FCDH, a proibição do uso de máscaras “viola a segurança pessoal e a liberdade de expressão” por parte das pessoas que as têm usado para se protegerem nos protestos.
Na opinião dos activistas, que continuam a exigir a resposta a quatro das cinco reivindicações, o objectivo do Governo passa por “dissuadir os manifestantes da linha da frente”.
“A arrogância do Governo terá definitivamente um pesado preço político”, advertem.
Na mesma nota, os activistas recorrem a episódios recentes do “abuso repetido das forças policiais” para sustentar a ideia de que é a polícia a única que deve ser “desmascarada”.

Violência à solta

Terça-feira, o dia em que se assinalaram os 70 anos da fundação da República Popular da China, foi um dos dias mais violentos desde o início das manifestações, há quase quatro meses, durante as quais a polícia tem sido acusada de usar excessiva força contra os manifestantes.
Nesse dia, um estudante de 18 anos foi alvejado com balas reais. Dois dias antes, uma jornalista indonésia foi alvejada com uma bala de borracha no olho.
Para acalmar a tempestade em Hong Kong, a organização apela ao Governo para que ouça a opinião pública e responda às exigências dos manifestantes.

4 Out 2019

Panfletos | IC acusa jovens que apoiaram manifestações em Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural vai apresentar uma acusação contra os dois jovens que afixaram panfletos solidários com os protestos em Hong Kong e contra o sistema de vídeo vigilância e que já haviam sido multados, mas não acusados pelo crime de dano. De acordo com a TDM – Rádio Macau, os jovens vão ser acusados de dano em edifícios de interesse arquitectónico, que tem uma pena máxima de três anos de prisão.

De acordo com o portal Macau Concealers, os dois saíram das instalações do comissariado da Polícia de Segurança Pública, por volta das 22h do dia 1 de Outubro.

Os indivíduos foram multados por violação do Catálogo das infracções do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, mais concretamente por “afixar mensagens publicitárias de forma que contrarie as disposições regulamentares ou o teor das condições estabelecidas na licença”. Neste caso, foram penalizados por infracções comuns.

Numa publicação no Facebook, o deputado Sulu Sou insurgiu-se contra esta situação, em primeiro lugar por entender que a gestão, monitorização e autoridade sobre os lugares públicos pertence ao Instituto para os Assuntos Municipais. Ou seja, a afixação de panfletos não é um caso de polícia, na visão do pró-democrata.

Sulu Sou acrescenta ainda que os implicados tinham dez dias para contestar a acusação de que eram alvo. No aspecto legal, Sulu Sou sublinha que a lei não deveria distinguir o conteúdo das mensagens, que podem ser anúncios para arrendar casa, empréstimos privados ou slogans políticos. Todos deveriam ser tratados por igual, de acordo com a lei.

“Estas aplicações duras e políticas da lei são contrárias à intenção do legislador. São típicas de um Governo que tem uma sensibilidade extrema, que provoca medo e que inibe a liberdade de expressão. Não são actos de um bom Governo”, comentou o deputado.

4 Out 2019

Panfletos | IC acusa jovens que apoiaram manifestações em Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural vai apresentar uma acusação contra os dois jovens que afixaram panfletos solidários com os protestos em Hong Kong e contra o sistema de vídeo vigilância e que já haviam sido multados, mas não acusados pelo crime de dano. De acordo com a TDM – Rádio Macau, os jovens vão ser acusados de dano em edifícios de interesse arquitectónico, que tem uma pena máxima de três anos de prisão.
De acordo com o portal Macau Concealers, os dois saíram das instalações do comissariado da Polícia de Segurança Pública, por volta das 22h do dia 1 de Outubro.
Os indivíduos foram multados por violação do Catálogo das infracções do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, mais concretamente por “afixar mensagens publicitárias de forma que contrarie as disposições regulamentares ou o teor das condições estabelecidas na licença”. Neste caso, foram penalizados por infracções comuns.
Numa publicação no Facebook, o deputado Sulu Sou insurgiu-se contra esta situação, em primeiro lugar por entender que a gestão, monitorização e autoridade sobre os lugares públicos pertence ao Instituto para os Assuntos Municipais. Ou seja, a afixação de panfletos não é um caso de polícia, na visão do pró-democrata.
Sulu Sou acrescenta ainda que os implicados tinham dez dias para contestar a acusação de que eram alvo. No aspecto legal, Sulu Sou sublinha que a lei não deveria distinguir o conteúdo das mensagens, que podem ser anúncios para arrendar casa, empréstimos privados ou slogans políticos. Todos deveriam ser tratados por igual, de acordo com a lei.
“Estas aplicações duras e políticas da lei são contrárias à intenção do legislador. São típicas de um Governo que tem uma sensibilidade extrema, que provoca medo e que inibe a liberdade de expressão. Não são actos de um bom Governo”, comentou o deputado.

4 Out 2019

Jovem alvejado nos protestos de Hong Kong vai ser acusado criminalmente

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong informou hoje que serão apresentadas acusações criminais contra o estudante de 18 anos que foi alvejado pelas forças de segurança na tarde de terça-feira, durante os protestos pró-democracia.

1 de Outubro, o dia em que se assinalaram os 70 anos da fundação da República Popular da China, foi um dos dias mais violento das manifestações que duram há quase quatro meses, durante as quais a polícia tem sido acusada de usar excessiva força contra os manifestantes.

O polícia disparou quando o adolescente, Tsang Chi-kin, o atingiu com objecto de metal. O Governo indicou que, após cirurgia, Tsang encontra-se num estado considerado estável. Em comunicado, as forças de segurança disseram que o jovem será acusado de duas acusações de agressão a agentes da autoridade.

Hoje um grupo de cidadãos de Hong Kong promoveu uma conferência de imprensa na qual anunciou o envio de uma carta subscrita por 4.500 pessoas, à chefe do Governo na qual se exige uma investigação “ao abuso de direitos humanos básicos das crianças” durante os protestos pró-democracia.

Caso Carrie Lam não responda à missiva, datada de sábado e subscrita por mais de 4.500 cidadãos em apenas cinco dias, os autores da carta ameaçam recorrer ao Comité dos Direitos da Crianças da ONU, pode ler-se no documento ao qual a Lusa teve hoje acesso.

“Condenamos veementemente o abuso de poder por parte do governo e da polícia. Estamos profundamente preocupados com a situação e a segurança das crianças detidas”, acrescentaram.

Dos quase 1.800 detidos desde Junho, mais de meio milhar são estudantes, precisaram, lembrando que a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança define a criança como qualquer ser humano com menos de 18 anos.

Meio milhar de estudantes manifestou-se na quarta-feira para condenar a violência da polícia e o uso de munição real contra os manifestantes. Na origem da contestação, que se vive no território desde o início de Junho, está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo de Hong Kong.

3 Out 2019

Panfletos | Jovens detidos por afixarem mensagens pró-manifestantes

As mensagens dos dois jovens de 20 anos visavam também o sistema de videovigilância “Olhos no Céu”. A Polícia está a investigá-los pelo crime de dano e pede aos cidadãos que exprimam opiniões de forma legal

 

[dropcap]O[/dropcap] Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve dois homens com cerca de 20 anos que afixavam panfletos pró-manifestantes de Hong Kong, na Taipa, durante o dia do estabelecimento da República Popular da China. O caso foi revelado pelas autoridades que estão a investigar os jovens por alegadamente terem violado o “Regulamento Geral dos Espaços Públicos” e ainda devido à prática do crime de “dano”.

Segundo o CPSP, o caso aconteceu quando, durante a tarde de terça-feira, os agentes encontraram os dois jovens a afixarem em paredes e postes de iluminação folhas A4 com mensagens de apoio aos manifestantes de Hong Kong. Entre as mensagens, havia igualmente papéis contra o sistema “Olhos no Céu”, ou seja, o sistema de videovigilância posto em prática pelas autoridades. Nos papéis podia ler-se, em inglês e chinês, as mensagens “apoiem-se mutuamente Hong Kong e Macau” ou ainda “rejeitemos o sistema de videovigilância na cidade”.

Na altura da detenção os homens tinham igualmente com eles vários papéis, como revelado pelo CPSP, e as imagens dos cartazes afixados foram horas mais tardes reveladas pela página do facebook “macau.standwithHK”. Ainda de acordo com o portal All About Macau, depois das detenções a polícia avisou os residentes que têm de exprimir as suas opiniões de forma legal.

O regulamento geral dos espaços públicos não prevê penas de prisão, e as multas variam entre as 300 patacas, nas infracções comuns, e as 5 mil patacas, para casos muito graves.

Já o crime de dano pode resultar numa pena até 3 anos de prisão, mas implica danos parciais ou destruição total dos objectos em causa. É igualmente necessário que o proprietário dos objectos visados apresente queixa. Ainda este ano, Mario Ho, filho de Stanley Ho, chegou a estar indiciado pela prática deste crime devido a um grafite de pedido de casamento na Rua da Paixão. O filho da deputada Angela Leong conseguiu evitar o julgamento, uma vez que o proprietário não terá querido apresentar queixa do dano.

Tolerância zero

As autoridades locais têm adoptado uma política de tolerância zero face a mensagens de apoio aos manifestantes de Hong Kong. Em Agosto, quatro estudantes foram interrogados nos Lagos Nam Van por terem criado um Lennon Wall, ou seja colocado post-its na parede. Além disso, havia post its para quem quisesse deixar uma mensagem.

Após as autoridades terem ido ao local, a Lennon Wall acabou por ser removida, sem que houvessem danos visíveis na parede.

Também em Agosto sete pessoas foram detidas na Praça do Senado, por estarem no local onde tinha sido proibida pelo CPSP uma manifestação para condenar as acções da polícia de Hong Kong. Os detidos “para interrogatório” tinham na sua posse cartazes papéis com mensagens de apoio aos manifestantes.

As autoridades foram igualmente chamadas a intervir já em Setembro, quando dois alunos surgiram no Instituto de Formação Turística (IFT) com cartazes de apoio aos manifestantes. Sobre esta situação, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak , acusou os alunos de terem cometido o crime de manifestação ilegal, mas disse que a polícia não ia levá-los a tribunal.

3 Out 2019

Panfletos | Jovens detidos por afixarem mensagens pró-manifestantes

As mensagens dos dois jovens de 20 anos visavam também o sistema de videovigilância “Olhos no Céu”. A Polícia está a investigá-los pelo crime de dano e pede aos cidadãos que exprimam opiniões de forma legal

 
[dropcap]O[/dropcap] Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve dois homens com cerca de 20 anos que afixavam panfletos pró-manifestantes de Hong Kong, na Taipa, durante o dia do estabelecimento da República Popular da China. O caso foi revelado pelas autoridades que estão a investigar os jovens por alegadamente terem violado o “Regulamento Geral dos Espaços Públicos” e ainda devido à prática do crime de “dano”.
Segundo o CPSP, o caso aconteceu quando, durante a tarde de terça-feira, os agentes encontraram os dois jovens a afixarem em paredes e postes de iluminação folhas A4 com mensagens de apoio aos manifestantes de Hong Kong. Entre as mensagens, havia igualmente papéis contra o sistema “Olhos no Céu”, ou seja, o sistema de videovigilância posto em prática pelas autoridades. Nos papéis podia ler-se, em inglês e chinês, as mensagens “apoiem-se mutuamente Hong Kong e Macau” ou ainda “rejeitemos o sistema de videovigilância na cidade”.
Na altura da detenção os homens tinham igualmente com eles vários papéis, como revelado pelo CPSP, e as imagens dos cartazes afixados foram horas mais tardes reveladas pela página do facebook “macau.standwithHK”. Ainda de acordo com o portal All About Macau, depois das detenções a polícia avisou os residentes que têm de exprimir as suas opiniões de forma legal.
O regulamento geral dos espaços públicos não prevê penas de prisão, e as multas variam entre as 300 patacas, nas infracções comuns, e as 5 mil patacas, para casos muito graves.
Já o crime de dano pode resultar numa pena até 3 anos de prisão, mas implica danos parciais ou destruição total dos objectos em causa. É igualmente necessário que o proprietário dos objectos visados apresente queixa. Ainda este ano, Mario Ho, filho de Stanley Ho, chegou a estar indiciado pela prática deste crime devido a um grafite de pedido de casamento na Rua da Paixão. O filho da deputada Angela Leong conseguiu evitar o julgamento, uma vez que o proprietário não terá querido apresentar queixa do dano.

Tolerância zero

As autoridades locais têm adoptado uma política de tolerância zero face a mensagens de apoio aos manifestantes de Hong Kong. Em Agosto, quatro estudantes foram interrogados nos Lagos Nam Van por terem criado um Lennon Wall, ou seja colocado post-its na parede. Além disso, havia post its para quem quisesse deixar uma mensagem.
Após as autoridades terem ido ao local, a Lennon Wall acabou por ser removida, sem que houvessem danos visíveis na parede.
Também em Agosto sete pessoas foram detidas na Praça do Senado, por estarem no local onde tinha sido proibida pelo CPSP uma manifestação para condenar as acções da polícia de Hong Kong. Os detidos “para interrogatório” tinham na sua posse cartazes papéis com mensagens de apoio aos manifestantes.
As autoridades foram igualmente chamadas a intervir já em Setembro, quando dois alunos surgiram no Instituto de Formação Turística (IFT) com cartazes de apoio aos manifestantes. Sobre esta situação, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak , acusou os alunos de terem cometido o crime de manifestação ilegal, mas disse que a polícia não ia levá-los a tribunal.

3 Out 2019

Hong Kong | Jovem alvejado “está estável”, centenas de estudantes em greve

O jovem manifestante alvejado na terça-feira pela polícia de Hong Kong, durante mais um dia de violência, “está estável” após cirurgia. As autoridades da região vizinha declaram que a actuação da polícia foi justificada e legal. Como forma de condenar a violência policial, estudantes entram em greve e uma manifestação paralisou o centro da ilha de Hong Kong ontem à tarde

 

Com agências 

[dropcap]N[/dropcap]a semana passada, Carrie Lam, Chefe do Executivo de Hong Kong, disse que era “notável” que em três meses de protestos violentos ninguém perdeu a vida. Em pleno dia de celebração dos 70 anos da fundação da República Popular da China, um jovem de 18 anos quase foi morto depois de ter sido alvejado por um polícia em Tsuen Wan. Ontem ficou-se a saber também que uma jornalista indonésia ficou cega de um olho depois de ser alvejada na cara com uma bala borracha disparada pela polícia no passado domingo.

Entretanto, centenas de estudantes entraram em greve para condenar a violência da polícia e o primeiro disparo de uma munição real contra os manifestantes em quase quatro meses de protestos na região administrativa especial chinesa, de acordo com a agência de notícias Associated Press.

No dia em que se assinalavam os 70 anos da fundação da República Popular da China, Hong Kong foi palco de uma tarde de caos e violência que culminou em meia centena de feridos e mais de 100 detidos.

A polícia, com mais de seis mil efectivos nas ruas, reagiu com gás lacrimogéneo e canhões de água, formando linhas defensivas em diversos bairros. Pela primeira vez desde o início da contestação, as forças de segurança dispararam balas reais contra os manifestantes, tendo atingido um jovem no peito.

Responsáveis da polícia de Hong Kong, citados pelo jornal South China Morning Post, afirmaram que o uso de balas reais foi proporcional ao nível de agressão registado em várias ruas da cidade e aconteceu em autodefesa.

A agência estatal Xinhua segue a mesma linha, em defesa da actuação das autoridades que considera “totalmente legal e apropriada”. “O ‘terror negro’, que dura há mais de três meses, é uma loucura. Para parar a violência e conter a desordem, é preciso sublinhar o poder para impor a lei, cortar o tumor da violência e julgar os amotinados, o mais depressa possível, de acordo com a lei”, refere a agência.

Batalha campal

As autoridades de Hong Kong reconheceram estar perante um nível de violência muito elevado por parte dos manifestantes, para justificar a sua reacção de força, usando balas reais, segundo a Imprensa.

Ao longo do dia, os manifestantes antigovernamentais bloquearam estradas, incendiaram veículos, vandalizaram lojas, destruíram escritórios governamentais e arremessaram bombas de fogo e pedras contra a polícia, que reagiu com uma atitude de firmeza, em confrontos que provocaram dezenas de feridos e centenas de detenções.

“A resposta da polícia foi proporcional ao nível de agressão usado pelos manifestantes”, disse uma fonte policial citada pelo jornal South China Morning Post. A mesma fonte disse que os polícias apenas recorreram a balas reais, quando a integridade física das autoridades ou dos cidadãos estava em risco.

Segundo o jornal, a superintendente Yolanda Yu Hoi-kwan usou a sua conta pessoal da rede social Facebook para explicar que a polícia apenas usou violência por razões de segurança. “Por volta das 16h, um grande grupo de manifestantes atacou polícias perto da estrada Tai Ho e prosseguiram com o ataque até as autoridades os avisarem para parar. Como um dos polícias sentiu que a sua vida estava sob séria ameaça, ele disparou contra o agressor para salvar a sua própria vida e a vida dos seus colegas”, disse a superintendente, numa declaração citada pelo jornal.

A última vez que as manifestações tinham atingido um grau semelhante de violência foi em 5 de Agosto, quando as autoridades reconheceram ter utilizado gás lacrimogéneo e balas de borracha, anunciando, no final, a detenção de 149 pessoas.

Ontem, para protestar contra o tiro que atingiu um adolescente no peito, várias centenas de pessoas marcharam a partir de Chater Garden, em Central, entoando slogans como “A polícia de Hong Kong comete homicídio intencionalmente” e “Dissolução das forças policiais, já!” Partes da Connaught Road foram brevemente ocupadas por manifestantes, muitos deles vestidos com fatos, aparentando terem saído de escritórios para demonstrar desagrado perante a actuação das autoridades.

Por volta das 15h, alguns manifestantes juntaram-se em Tamar Park, perto dos edifícios do Governo, enquanto outros se ficaram pela Millenium Plaza em Sheung Wan, a cinco minutos a pé do terminal dos ferries. Registaram-se também protestos num centro comercial e Sha Tin e em Kowloon Tong.

Visto de fora

O Governo britânico considera “desproporcionado” o uso de balas reais pela polícia de Hong Kong, pedindo restrição a ambas as partes.

“Embora não haja desculpa para a violência, o uso de munições reais é desproporcional e apenas pode agravar a situação”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, num comunicado, reagindo aos acontecimentos.

O chefe da diplomacia do Reino Unido pediu “diálogo construtivo” e “contenção” quer da parte dos manifestantes quer da parte das autoridades da antiga colónia britânica.

A União Europeia também reagiu ao episódio apelando à contenção e à inversão da escalada de violência. “À luz da violência e da turbulência que se vive em Hong Kong, a União Europeia continua a vincar que o diálogo, contenção e inversão da escalada de violência apontam o caminho a seguir”, comentou a porta-voz da União Europeia, Maja Kocijancic.

Apesar dos “passos positivos que indicam o início do diálogo entre o público e vários sectores da sociedade, são necessários mais esforços para restaurar a confiança”, acrescentou. Maja Kocijancic destacou ainda que “passados mais de três meses do início dos protestos, o direito de assembleia e de protestar pacificamente devem continuar a ser salvaguardados, de acordo com a Lei Básica de Hong Kong e os compromissos internacionais assumidos”.

Repórteres de guerra

Pelo menos quatro jornalistas ficaram feridos nos últimos dias de protestos em Hong Kong, um cenário que levou a emissora pública RTHK a retirar todos os repórteres que estavam a fazer a cobertura no terreno.

A decisão da Rádio Televisão Hong Kong foi tomada após um dos seus jornalistas ter ficado ferido num olho num dos confrontos entre manifestantes e a polícia em Sham Shui Po. Contudo, a ordem para os jornalistas regressarem às redacções teve em conta outro caso em que dois jornalistas de uma televisão foram atingidos por um líquido corrosivo nas mãos e na cara.

A primeira informação surgiu através da polícia, que acusou os manifestantes de usarem líquido corrosivo que queimou a pele de agentes e jornalistas, com as forças de segurança a apresentarem várias imagens do corpo dos agentes, nas quais é possível ver queimaduras de pele e uniformes que foram atingidos.

Outro episódio, no sábado, envolveu uma jornalista indonésia que, à semelhança do da RTHK foi atingida num dos olhos.

Na véspera dos protestos de terça-feira, a Associação de Jornalistas de Hong Kong lamentou “o uso e a ameaça de violência contra jornalistas que cobrem eventos” no território. Além dos jornalistas, vários elementos da polícia ficaram também feridos, com os casos mais mediáticos até agora a serem ligados ao arremesso do tal líquido corrosivo.

Apesar da proibição policial de se realizarem manifestações no dia nacional da China, os apelos para que a população de Hong Kong saísse de novo à rua para exigir reformas democráticas no território multiplicaram-se.

O Governo de Hong Kong retirou já formalmente a polémica proposta de emendas à lei da extradição, na base da contestação social desde o início de Junho.

Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da Chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo.

3 Out 2019

Hong Kong | Jovem alvejado "está estável", centenas de estudantes em greve

O jovem manifestante alvejado na terça-feira pela polícia de Hong Kong, durante mais um dia de violência, “está estável” após cirurgia. As autoridades da região vizinha declaram que a actuação da polícia foi justificada e legal. Como forma de condenar a violência policial, estudantes entram em greve e uma manifestação paralisou o centro da ilha de Hong Kong ontem à tarde

 
Com agências 
[dropcap]N[/dropcap]a semana passada, Carrie Lam, Chefe do Executivo de Hong Kong, disse que era “notável” que em três meses de protestos violentos ninguém perdeu a vida. Em pleno dia de celebração dos 70 anos da fundação da República Popular da China, um jovem de 18 anos quase foi morto depois de ter sido alvejado por um polícia em Tsuen Wan. Ontem ficou-se a saber também que uma jornalista indonésia ficou cega de um olho depois de ser alvejada na cara com uma bala borracha disparada pela polícia no passado domingo.
Entretanto, centenas de estudantes entraram em greve para condenar a violência da polícia e o primeiro disparo de uma munição real contra os manifestantes em quase quatro meses de protestos na região administrativa especial chinesa, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
No dia em que se assinalavam os 70 anos da fundação da República Popular da China, Hong Kong foi palco de uma tarde de caos e violência que culminou em meia centena de feridos e mais de 100 detidos.
A polícia, com mais de seis mil efectivos nas ruas, reagiu com gás lacrimogéneo e canhões de água, formando linhas defensivas em diversos bairros. Pela primeira vez desde o início da contestação, as forças de segurança dispararam balas reais contra os manifestantes, tendo atingido um jovem no peito.
Responsáveis da polícia de Hong Kong, citados pelo jornal South China Morning Post, afirmaram que o uso de balas reais foi proporcional ao nível de agressão registado em várias ruas da cidade e aconteceu em autodefesa.
A agência estatal Xinhua segue a mesma linha, em defesa da actuação das autoridades que considera “totalmente legal e apropriada”. “O ‘terror negro’, que dura há mais de três meses, é uma loucura. Para parar a violência e conter a desordem, é preciso sublinhar o poder para impor a lei, cortar o tumor da violência e julgar os amotinados, o mais depressa possível, de acordo com a lei”, refere a agência.

Batalha campal

As autoridades de Hong Kong reconheceram estar perante um nível de violência muito elevado por parte dos manifestantes, para justificar a sua reacção de força, usando balas reais, segundo a Imprensa.
Ao longo do dia, os manifestantes antigovernamentais bloquearam estradas, incendiaram veículos, vandalizaram lojas, destruíram escritórios governamentais e arremessaram bombas de fogo e pedras contra a polícia, que reagiu com uma atitude de firmeza, em confrontos que provocaram dezenas de feridos e centenas de detenções.
“A resposta da polícia foi proporcional ao nível de agressão usado pelos manifestantes”, disse uma fonte policial citada pelo jornal South China Morning Post. A mesma fonte disse que os polícias apenas recorreram a balas reais, quando a integridade física das autoridades ou dos cidadãos estava em risco.
Segundo o jornal, a superintendente Yolanda Yu Hoi-kwan usou a sua conta pessoal da rede social Facebook para explicar que a polícia apenas usou violência por razões de segurança. “Por volta das 16h, um grande grupo de manifestantes atacou polícias perto da estrada Tai Ho e prosseguiram com o ataque até as autoridades os avisarem para parar. Como um dos polícias sentiu que a sua vida estava sob séria ameaça, ele disparou contra o agressor para salvar a sua própria vida e a vida dos seus colegas”, disse a superintendente, numa declaração citada pelo jornal.
A última vez que as manifestações tinham atingido um grau semelhante de violência foi em 5 de Agosto, quando as autoridades reconheceram ter utilizado gás lacrimogéneo e balas de borracha, anunciando, no final, a detenção de 149 pessoas.
Ontem, para protestar contra o tiro que atingiu um adolescente no peito, várias centenas de pessoas marcharam a partir de Chater Garden, em Central, entoando slogans como “A polícia de Hong Kong comete homicídio intencionalmente” e “Dissolução das forças policiais, já!” Partes da Connaught Road foram brevemente ocupadas por manifestantes, muitos deles vestidos com fatos, aparentando terem saído de escritórios para demonstrar desagrado perante a actuação das autoridades.
Por volta das 15h, alguns manifestantes juntaram-se em Tamar Park, perto dos edifícios do Governo, enquanto outros se ficaram pela Millenium Plaza em Sheung Wan, a cinco minutos a pé do terminal dos ferries. Registaram-se também protestos num centro comercial e Sha Tin e em Kowloon Tong.

Visto de fora

O Governo britânico considera “desproporcionado” o uso de balas reais pela polícia de Hong Kong, pedindo restrição a ambas as partes.
“Embora não haja desculpa para a violência, o uso de munições reais é desproporcional e apenas pode agravar a situação”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, num comunicado, reagindo aos acontecimentos.
O chefe da diplomacia do Reino Unido pediu “diálogo construtivo” e “contenção” quer da parte dos manifestantes quer da parte das autoridades da antiga colónia britânica.
A União Europeia também reagiu ao episódio apelando à contenção e à inversão da escalada de violência. “À luz da violência e da turbulência que se vive em Hong Kong, a União Europeia continua a vincar que o diálogo, contenção e inversão da escalada de violência apontam o caminho a seguir”, comentou a porta-voz da União Europeia, Maja Kocijancic.
Apesar dos “passos positivos que indicam o início do diálogo entre o público e vários sectores da sociedade, são necessários mais esforços para restaurar a confiança”, acrescentou. Maja Kocijancic destacou ainda que “passados mais de três meses do início dos protestos, o direito de assembleia e de protestar pacificamente devem continuar a ser salvaguardados, de acordo com a Lei Básica de Hong Kong e os compromissos internacionais assumidos”.

Repórteres de guerra

Pelo menos quatro jornalistas ficaram feridos nos últimos dias de protestos em Hong Kong, um cenário que levou a emissora pública RTHK a retirar todos os repórteres que estavam a fazer a cobertura no terreno.
A decisão da Rádio Televisão Hong Kong foi tomada após um dos seus jornalistas ter ficado ferido num olho num dos confrontos entre manifestantes e a polícia em Sham Shui Po. Contudo, a ordem para os jornalistas regressarem às redacções teve em conta outro caso em que dois jornalistas de uma televisão foram atingidos por um líquido corrosivo nas mãos e na cara.
A primeira informação surgiu através da polícia, que acusou os manifestantes de usarem líquido corrosivo que queimou a pele de agentes e jornalistas, com as forças de segurança a apresentarem várias imagens do corpo dos agentes, nas quais é possível ver queimaduras de pele e uniformes que foram atingidos.
Outro episódio, no sábado, envolveu uma jornalista indonésia que, à semelhança do da RTHK foi atingida num dos olhos.
Na véspera dos protestos de terça-feira, a Associação de Jornalistas de Hong Kong lamentou “o uso e a ameaça de violência contra jornalistas que cobrem eventos” no território. Além dos jornalistas, vários elementos da polícia ficaram também feridos, com os casos mais mediáticos até agora a serem ligados ao arremesso do tal líquido corrosivo.
Apesar da proibição policial de se realizarem manifestações no dia nacional da China, os apelos para que a população de Hong Kong saísse de novo à rua para exigir reformas democráticas no território multiplicaram-se.
O Governo de Hong Kong retirou já formalmente a polémica proposta de emendas à lei da extradição, na base da contestação social desde o início de Junho.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da Chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo.

3 Out 2019

Hong Kong | Tiros e líquidos corrosivos em dia de protesto

[dropcap]O[/dropcap] jornal South China Morning Post (SCMP) avançou hoje que um manifestante terá ficado ferido na zona do pescoço depois de ser alvejado pela polícia. A informação está a ser avançada depois de ter sido divulgado um vídeo nas redes sociais, onde o manifestante ferido diz “tenho dores na zona do pescoço, por favor leve-me para o hospital”. O jovem, de 18 anos, está em estado grave no hospital.

As autoridades policiais dispararam tiros de aviso para o ar nas zonas de Yau Ma Tei e Tsuen Wan, escreve o SCMP, mas, de acordo com a página oficial da polícia de Hong Kong, os agentes também ficaram feridos no protesto de hoje. “Os manifestantes usaram um fluído corrosivo na zona de Tuen Mun, ferindo agentes policiais e jornalistas. A polícia condena firmemente os actos violentos e apela à população que estejam atentos à sua segurança pessoal”, lê-se. Nas imagens publicadas na rede social Facebook, surgem imagens com roupas parcialmente corroídas pelo liquido, bem como feridas generalizadas nos corpos dos agentes.

Vários meios de comunicação social da região vizinha tem vindo a reportar o lançamento de gás lacrimogéneo em várias zonas de Hong Kong por parte das autoridades policiais para dispersar manifestantes. Em Sha Tin foi também utilizado gás lacrimogéneo e em Tsuen Wan o cenário é o mesmo, com confrontos abertos com a polícia ou com os manifestantes a erguerem barricadas. A maior parte das estações de metro encontram-se encerradas.

O centro da ilha de Hong Kong foi policiado durante toda a tarde, com um helicóptero a seguir o maior protesto e a polícia a posicionar-se ao longo do trajecto dos manifestantes, junto das estações encerradas ou estrategicamente nas passagens aéreas.

1 Out 2019

Hong Kong | Tiros e líquidos corrosivos em dia de protesto

[dropcap]O[/dropcap] jornal South China Morning Post (SCMP) avançou hoje que um manifestante terá ficado ferido na zona do pescoço depois de ser alvejado pela polícia. A informação está a ser avançada depois de ter sido divulgado um vídeo nas redes sociais, onde o manifestante ferido diz “tenho dores na zona do pescoço, por favor leve-me para o hospital”. O jovem, de 18 anos, está em estado grave no hospital.
As autoridades policiais dispararam tiros de aviso para o ar nas zonas de Yau Ma Tei e Tsuen Wan, escreve o SCMP, mas, de acordo com a página oficial da polícia de Hong Kong, os agentes também ficaram feridos no protesto de hoje. “Os manifestantes usaram um fluído corrosivo na zona de Tuen Mun, ferindo agentes policiais e jornalistas. A polícia condena firmemente os actos violentos e apela à população que estejam atentos à sua segurança pessoal”, lê-se. Nas imagens publicadas na rede social Facebook, surgem imagens com roupas parcialmente corroídas pelo liquido, bem como feridas generalizadas nos corpos dos agentes.
Vários meios de comunicação social da região vizinha tem vindo a reportar o lançamento de gás lacrimogéneo em várias zonas de Hong Kong por parte das autoridades policiais para dispersar manifestantes. Em Sha Tin foi também utilizado gás lacrimogéneo e em Tsuen Wan o cenário é o mesmo, com confrontos abertos com a polícia ou com os manifestantes a erguerem barricadas. A maior parte das estações de metro encontram-se encerradas.
O centro da ilha de Hong Kong foi policiado durante toda a tarde, com um helicóptero a seguir o maior protesto e a polícia a posicionar-se ao longo do trajecto dos manifestantes, junto das estações encerradas ou estrategicamente nas passagens aéreas.

1 Out 2019

Suspeito do homicídio que motivou emendas à lei de extradição em Hong Kong vai ser libertado

[dropcap]O[/dropcap] suspeito do homicídio que levou o Governo de Hong Kong a propor alterações à lei de extradição, na base da contestação social desde o início de Junho, vai sair em liberdade em 23 de Outubro.

Chan Tong-kai é procurado pelas autoridades de Taiwan pelo alegado envolvimento no assassínio da namorada grávida, Poon Hiu-wing, de 20 anos, em Fevereiro de 2018, quando ambos se encontravam de férias na ilha Formosa.

O suspeito regressou sozinho a Hong Kong, onde está preso desde Abril do ano passado, depois de ter ficado provado que roubou mais de 20 mil dólares de Hong Kong de Poon Hiu-wing.

Apesar de ter sido condenado a 29 meses de prisão, uma fonte anónima citada pelo jornal South China Morning Post garantiu que Chan sairá em liberdade já no próximo mês.

Na ausência de um acordo de extradição entre Hong Kong e Taiwan, a antiga colónia britânica não dispõe de meios legais para transferir o suspeito para a ilha Formosa.

O caso conduziu a uma proposta de lei que permitiria a extradição de suspeitos para jurisdições sem acordo prévio, como Macau, Taiwan ou a China continental.

No entanto, também abriu portas a julgamentos em solo chinês, com um sistema judicial sem garantias, o que desencadeou o alarme entre a população.

O Governo de Hong Kong já anunciou a retirada formal das emendas à polémica lei da extradição, contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

30 Set 2019

Hong Kong | Manifestações não autorizadas reúnem dezenas de milhares

Mais um fim-de-semana, mais um dia de confrontos nas ruas da antiga colónia britânica. De um lado, manifestantes armados com coktails molotov vandalizaram a estação de metro de Wan Chai e destruíram cartazes alusivos ao aniversário da RPC. Do outro, a polícia dispersou a multidão com canhões de água azul, gás lacrimogéneo e spray pimenta. Os distúrbios prometem regressar dentro de momentos…

 

[dropcap]D[/dropcap]ezenas de milhares de pessoas participaram ontem, pelo segundo dia consecutivo, em manifestações não autorizadas em Hong Kong, marcadas por confrontos com a polícia, que utilizou canhões de água azul para identificar os manifestantes, gás lacrimogéneo, cargas e detenções.

A polícia foi obrigada a dispersar uma manifestação não autorizada pelas autoridades, recorrendo a gás lacrimogéneo, canhões com água colorida de azul para identificar os manifestantes, spray de pimenta, cargas e detenções, para além de balas de borracha, com os manifestantes a responderem com ‘cocktails molotov’, queima de barreiras e arremesso de tijolos.

De acordo com o South China Morning Post, quatro polícias tiveram de disparar munições reais para o ar para afastar os manifestantes que os tentavam atacar, em confrontos que acontecem pelo 17.º domingo consecutivo e a dois dias da comemoração do Dia Nacional da China, que assinala os 70 anos da República Popular da China.

Às 20:30 havia ainda centenas de pessoas nas ruas e foi emitido um novo aviso de utilização de gás lacrimogéneo para quem não saísse da zona de Hennessy Road, havendo um esquadrão de intervenção e veículos policiais a cerca de 100 metros, e foi exibido um cartaz vermelho onde se lê ‘Parem de avançar ou usaremos a força’.

Por todo o lado

A manifestação de ontem, que não foi autorizada pelas autoridades, tinha como mote assinalar o ‘Dia Mundial contra a Tirania’, e começou às 14:30, registando dezenas de milhares de participantes que saíram à rua vestidos de negro, a cor tradicional que tem pautado os protestos que se intensificaram há cerca de três meses em oposição à lei da extradição.

Durante o dia, foram convocadas manifestações em cerca de 60 cidades mundiais, entre as quais Taipé, para mostrar solidariedade com as reivindicações dos habitantes de Hong Kong.

Durante o dia, a polícia fechou uma igreja na zona de Wan Chai que servia de refúgio para os manifestantes, e a maioria das lojas de Causeway Bay, uma das zonas mais turísticas e movimentadas de Hong Kong, mantinha as portas fechadas e as persianas corridas, antecipando violência nas ruas.

Alguns manifestantes violentos vandalizaram várias estações de metro, chegando a lançar ‘cocktails molotov’ para dentro da estação central de Wan Chai e destruíram vários cartazes que assinalavam a celebração dos 70 anos da República Popular da China.

Lista de exigências

Hong Kong enfrenta, há mais de três meses, a mais grave crise política desde a sua entrega à China, em 1997, com acções e manifestações quase diárias exigindo reformas democráticas, como eleições livres, e um inquérito independente à alegada violência policial.

O Governo de Hong Kong anunciou a retirada formal das emendas à polémica lei da extradição que esteve na base da contestação social desde o início de Junho.

Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

30 Set 2019

Hong Kong | Manifestações não autorizadas reúnem dezenas de milhares

Mais um fim-de-semana, mais um dia de confrontos nas ruas da antiga colónia britânica. De um lado, manifestantes armados com coktails molotov vandalizaram a estação de metro de Wan Chai e destruíram cartazes alusivos ao aniversário da RPC. Do outro, a polícia dispersou a multidão com canhões de água azul, gás lacrimogéneo e spray pimenta. Os distúrbios prometem regressar dentro de momentos…

 
[dropcap]D[/dropcap]ezenas de milhares de pessoas participaram ontem, pelo segundo dia consecutivo, em manifestações não autorizadas em Hong Kong, marcadas por confrontos com a polícia, que utilizou canhões de água azul para identificar os manifestantes, gás lacrimogéneo, cargas e detenções.
A polícia foi obrigada a dispersar uma manifestação não autorizada pelas autoridades, recorrendo a gás lacrimogéneo, canhões com água colorida de azul para identificar os manifestantes, spray de pimenta, cargas e detenções, para além de balas de borracha, com os manifestantes a responderem com ‘cocktails molotov’, queima de barreiras e arremesso de tijolos.
De acordo com o South China Morning Post, quatro polícias tiveram de disparar munições reais para o ar para afastar os manifestantes que os tentavam atacar, em confrontos que acontecem pelo 17.º domingo consecutivo e a dois dias da comemoração do Dia Nacional da China, que assinala os 70 anos da República Popular da China.
Às 20:30 havia ainda centenas de pessoas nas ruas e foi emitido um novo aviso de utilização de gás lacrimogéneo para quem não saísse da zona de Hennessy Road, havendo um esquadrão de intervenção e veículos policiais a cerca de 100 metros, e foi exibido um cartaz vermelho onde se lê ‘Parem de avançar ou usaremos a força’.

Por todo o lado

A manifestação de ontem, que não foi autorizada pelas autoridades, tinha como mote assinalar o ‘Dia Mundial contra a Tirania’, e começou às 14:30, registando dezenas de milhares de participantes que saíram à rua vestidos de negro, a cor tradicional que tem pautado os protestos que se intensificaram há cerca de três meses em oposição à lei da extradição.
Durante o dia, foram convocadas manifestações em cerca de 60 cidades mundiais, entre as quais Taipé, para mostrar solidariedade com as reivindicações dos habitantes de Hong Kong.
Durante o dia, a polícia fechou uma igreja na zona de Wan Chai que servia de refúgio para os manifestantes, e a maioria das lojas de Causeway Bay, uma das zonas mais turísticas e movimentadas de Hong Kong, mantinha as portas fechadas e as persianas corridas, antecipando violência nas ruas.
Alguns manifestantes violentos vandalizaram várias estações de metro, chegando a lançar ‘cocktails molotov’ para dentro da estação central de Wan Chai e destruíram vários cartazes que assinalavam a celebração dos 70 anos da República Popular da China.

Lista de exigências

Hong Kong enfrenta, há mais de três meses, a mais grave crise política desde a sua entrega à China, em 1997, com acções e manifestações quase diárias exigindo reformas democráticas, como eleições livres, e um inquérito independente à alegada violência policial.
O Governo de Hong Kong anunciou a retirada formal das emendas à polémica lei da extradição que esteve na base da contestação social desde o início de Junho.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

30 Set 2019