LAG | Diversificação discutida entre Ho Iat Seng e membros de Macau à APN

A reunião entre o Chefe do Executivo e os representantes de Macau à Assembleia Popular Nacional focou-se na urgência de diversificar a economia. Ho Iat Seng revelou que a medicina tradicional chinesa e o desenvolvimento do sector financeiro são as prioridades. Já a reforma administrativa não deve avançar “só por fazer”

 

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo considera que o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa e do sector financeiro devem ser os pilares da diversificação económica de Macau, aquando da elaboração das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano. A intenção foi divulgada ontem.

Na terça-feira, Ho Iat Seng reuniu na Sede do Governo com os onze representantes de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN). Kou Hoi In começou por frisar que o impacto da epidemia “evidenciou o problema da indústria única” e que, para o resolver, o Governo deve introduzir políticas que permitam receber quadros qualificados “o mais rápido possível” e apenas para aqueles “que são necessários”.

Ho Iat Seng respondeu que a diversificação das indústrias de Macau é um trabalho que tem decorrido “sem interrupção”, sendo que a actual prioridade passa por desenvolver a medicina tradicional chinesa. Para sustentar a opção, o Chefe do Executivo disse ainda que o diploma sobre a proposta de lei intitulada “Regime jurídico do registo e gestão de medicamentos tradicionais chineses” será entregue na Assembleia Legislativa “o mais rápido possível” e que no futuro tal irá contribuir para atrair capitais.

Segundo Ho, outra aposta para o próximo ano será o desenvolvimento do sector financeiro, área onde serão legislados vários diplomas complementares.

Acerca dos quadros qualificados Ho Iat Seng garantiu que estão a ser aperfeiçoados os respectivos mecanismos de apreciação e aprovação, mas que em primeiro lugar estará sempre o emprego dos residentes.

“Os quadros qualificados que vierem para Macau têm de contribuir concretamente para a sociedade, além disso, a ponderação terá de ser feita de forma integrada e consoante a situação de emprego dos residentes locais, para determinar a quantidade adequada de forma moderada”, pode ler-se em comunicado.

Fazer bem feito

Perante a proposta de “intensificação e aceleramento” da reforma da administração pública sugerida por Lao Ngai Leong, o Chefe do Executivo referiu que os problemas da administrativa pública vêm de trás e devido à complexidade, “será impossível concluir a sua reforma em um ou dois anos”.

Defendendo que é preciso tempo e que a reforma administrativa deve ser feita de forma “ordenada”, Ho considera necessário “ser pragmático e não proceder com a reforma só por fazer”. Além disso, não deve ser descurado o impulso da Governação Electrónica.

Durante o encontro foram ainda abordados temas como o investimento em infra-estruturas, renovação urbana, promoção da imagem de Macau no exterior enquanto cidade segura e saudável, cheques pecuniários e sector do jogo.

21 Out 2020

Investigação | Trump tentou investir no mercado chinês durante uma década

Ao longo de 10 anos, Donald Trump tentou investir na China, chegando mesmo a abrir um escritório em Xangai em parceria com uma das maiores empresas estatais chinesas, à qual esteve ligado até 2017, segundo apurou o The New York Times. As declarações fiscais mostram que entre 2013 e 2015 o Presidente norte-americano pagou muito mais impostos na China do que nos Estados Unidos, quase 200 mil dólares

 

[dropcap]A[/dropcap] posição de Washington face à China tem sido um dos principais tópicos da campanha de Donald Trump, que acusa sempre que tem um microfone à frente, ou um telemóvel nas mãos, o opositor na corrida à Casa Branca, Joe Biden, de ser brando com Pequim.

Bem ao género de um drama televisivo, o The New York Times revelou ontem o novo episódio com um artigo de investigação, baseado nas declarações fiscais do Presidente norte-americano, que levanta o véu sobre as tentativas de negócio de Trump na China.

Parte dos argumentos dos republicanos quanto à posição de fraqueza de Biden face a Pequim assenta nos negócios do filho do antigo vice-Presidente. Inclusive foi escrito num relatório de uma investigação do Senado norte-americano, liderada por senadores leais à Casa Branca, que Hunter Biden “abriu uma conta bancária com um empresário chinês”, algo que foi elencado como “uma de inúmeras ligações com estrangeiros e governos estrangeiros pelo mundo fora”.

Porém, um artigo publicado ontem no The New York Times detalha o historial de negócios de Donald Trump. Com base nas declarações fiscais do Presidente norte-americano, o jornal demonstra como tentou durante uma década investir, sem sucesso, em vários projectos na China. Aliás, durante a primeira campanha eleitoral na corrida à Casa Branca, e já depois de ser eleito, Trump tinha um escritório em Xangai e assinou uma parceria com uma empresa controlada pelo Governo chinês.

Outro detalhe revelado pelas declarações fiscais é que, afinal, a China é o terceiro país onde Donald Trump tem contas bancárias, além do Reino Unido e Irlanda. Estas contas não surgem na informação financeira pública do alegado magnata, onde estão listados os bens que detém, uma vez que pertencem a pessoas colectivas.

Sem que se conheça qual a instituição financeira, os documentos revelados pelo The New York Times indicam que a conta bancária chinesa é controlada pela International Hotels Management L.L.C., e que foram pagos 188.561 dólares em impostos ao Estado chinês devido a negócios para tentar comprar licenças entre 2013 e 2015.

Os registos fiscais do Presidente não detalham quanto dinheiro terá passado entre contas no estrangeiro, apesar de o fisco norte-americano obrigar os contribuintes a declarar rendimentos que tenham sido apurados noutros países.

O jornal nova-iorquino indica que as contas britânicas e irlandesas são usadas por empresas que operam os campos de golfe do universo empresarial de Trump na Escócia e Irlanda, e que estes declaram regularmente rendimentos na ordem dos milhões de dólares. Porém, a Trump International Hotels Management apenas declarou quantias na casa dos milhares de dólares na sequência dos negócios na China.

Patentes em Macau

Em Agosto de 2017, menos de um ano depois de ser eleito, foi noticiado pela agência Reuters que uma companhia ligada a Donald Trump conseguira a aprovação de várias marcas registadas em Macau. A DTTM Operations LLC, com endereço fiscal na Trump Tower, 5ª Avenida em Nova Iorque, recebeu a aprovação de quatro registo de marcas, segundo documentos publicados pelo Governo de Macau. As marcas referem-se a negócios nas áreas do imobiliário, construção, propriedade hoteleira, comidas e bebidas e infra-estruturas para conferências.

O licenciamento em Macau de marcas ligadas a Donald Trump data do ano de 2005, quando este registou a empresa DTTM and Trump Companhia Limitada.

Em Novembro de 2018, em plenas negociações da Guerra Comercial, o Gabinete de Registo de Marcas chinês aprovou 34 novas marcas, 16 delas em nome da Ivanka Trump Marks LLC.

Bicho da conta

Em resposta às questões endereçadas pelo The New York Times, um advogado da Trump Organization, Alan Garten, afirmou que a empresa “abriu uma conta num banco chinês, com balcões nos Estados Unidos, para poder pagar impostos” associados aos “esforços” para estabelecer negócios na China.

A conta foi aberta depois do escritório estabelecido em Xangai para explorar a possibilidade investir no sector hoteleiro. “Nenhum negócio, transacção ou actividade de negócio alguma vez se materializou e, desde 2015, o escritório está inactivo apesar da conta bancária permanecer aberta, sem ter sido usada para outro propósito”, adiantou o advogado ao jornal nova-iorquino.

Alan Garten não esclareceu qual o banco chinês onde o Presidente norte-americano tem a conta.
Importa recordar que, até ao ano passado, o Bank of China, a maior instituição bancária controlada pelo Estado chinês, arrendou três andares na Trump Tower, num acordo milionário que levantou suspeitas de conflito de interesses. Outro dado, noticiado em Abril pelo jornal Politico, é que Donald Trump deve 211 milhões de dólares ao Bank of China, dívida que vence a meio do segundo mandato, se for reeleito.

Torre em Cantão

Em 2008, Trump tentou negociar a construção de uma torre de escritórios em Guangzhou, um projecto que não chegou a sair do papel. Os esforços foram revigorados com a abertura do escritório em Xangai, em 2012, com a informação fiscal a que o The New York Times teve acesso a mostrar que a THC China Development L.L.C. fez 84.000 dólares em deduções nesse ano com viagens, taxas legais e custos de escritório.

Depois de entrar na China, a empresa de Trump assinou uma parceria com a State Grid Corporation, uma das maiores companhias estatais, controlada pelo Governo Central, com o intuito de desenvolver um projecto em Pequim. Mesmo durante os primeiros tempos na Casa Branca, Trump tentou levar avante o projecto, mas o escândalo de corrupção em que a empresa estatal chinesa se envolveu acabaria por colocar um ponto final no negócio.

Segundo os dados fiscais, e apesar de ser impossível determinar com precisão a quantidade de dinheiro gasto para fazer negócios na China, os registos mostram que terão sido investidos, pelo menos, 192.000 dólares em cinco pequenas empresas. Estas companhias pagaram impostos ao Estado chinês até 2018, através da THC China Development L.L.C., que as detinha.

Porém, a larga maioria dos negócios em solo chinês foi feita através da Trump International Hotels Management.

Déjà-vu eleitoral

Durante a campanha para as eleições de 2016, uma empresa de fachada controlada por um casal chinês comprou 11 fracções num prédio em Las Vegas de que Donald Trump é um dos proprietários, por 3,1 milhões de dólares.

Um empresário do sector financeiro sediado em Las Vegas contou ao The New York Times que fora visitado por dois agentes do FBI sobre a compra das fracções, uma vez que a empresa compradora terá usado a sua morada como o endereço oficial. Não foi apurado se a investigação prosseguiu, mas Alan Garten afirmou ao jornal de Nova Iorque que nunca foi contactado pelo FBI e não tem conhecimento de estar em curso qualquer investigação.

21 Out 2020

Comércio | Orçamento de 50 milhões para MIF, PLPEX e MFE

Num ano marcado pela epidemia, a Feira Internacional de Macau e duas exposições que decorrem simultaneamente colocaram o foco nas actividades online. Em conjunto, os três eventos contam com um orçamento de 50 milhões de patacas

 

[dropcap]A[/dropcap] 25ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF) arranca na quinta-feira, ao mesmo tempo que a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX) e ainda a Exposição de Franquia de Macau (MFE). Os três eventos, que decorrem no Venetian até sábado, contam com um orçamento conjunto de cerca de 50 milhões de patacas e desenvolvem um conjunto de actividades através da internet.

O presidente do IPIM, Benson Lau, reconheceu ontem que ao longo deste ano o novo tipo de coronavírus “provocou um enorme desafio” a todos os sectores. Em conferência de imprensa, disse que apesar de não se poder comparar o resultado desta edição com os anteriores, espera que a realização de três eventos em simultâneo consiga “um triplo efeito”.

“O IPIM (Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau) adoptou o modo de integração online e offline e combinou a realização de exposições in loco com a transmissão ao vivo online, salões de exposição online e sessões de promoção online, ultrapassando assim os limites geográficos e espaciais”, disse Benson Lau.

Esta edição dos três eventos ocupa 25 mil metros quadrados e conta com 1.200 expositores, que abrangem desde projectos de inovação tecnológica a serviços de consultoria profissional. Prevêem-se mais de mil expositores online, com um total de 3.700 produtos nas salas virtuais, da China Continental, Portugal, Brasil, Canada, Singapura, Japão, Hong Kong e Macau.

Benson Lau descreveu que “a situação de prevenção e combate à epidemia em várias regiões do estrangeiro apresenta-se ainda complexa e volátil”, mas que os empresários dos países de língua portuguesa e da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” podem assim interagir através de canais online. Vão ser instaladas bolsas de contactos em nuvem e uma sala de transmissão ao vivo no local dos eventos, tendo as sessões de bolsas de contactos recebido mais de 450 marcações.

Medidas de prevenção

Na quinta-feira, dia 22, as três exposições destinam-se a profissionais, e nos dias 23 e 24 abrem ao público em geral. Quem passar pelos eventos tem de apresentar código de saúde, usar máscara e aceitar a medição de temperatura. A organização indicou que a iniciativa vai ser dividida em três zonas, cada uma limitada a 250 pessoas.

Os três dias contam com mais de 50 fóruns, conferências e actividades de intercâmbio e promoção, incluindo a “17.ª Cimeira Mundial dos Empresários Chineses” e a “Actividade Promocional e Sessão de Bolsas de Contacto Alusivas aos Produtos de Vinho e Alimentares dos Países de Língua Portuguesa”.

20 Out 2020

Privacidade | Detido por fotografar e filmar estudantes de forma ilícita

Um residente de Macau foi detido por suspeita do crime de gravações e fotografias ilícitas depois de uma estudante do ensino secundário ter apresentado queixa sobre o facto de ter sido perseguida e filmada no centro da cidade. À polícia, o homem admitiu ter um interesse particular por fotografar raparigas em uniformes

 

[dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada quinta-feira um homem de 27 anos, residente de Macau, por suspeita do crime de gravações e fotografias ilícitas. De acordo com informações reveladas ontem em conferência de imprensa, o homem admitiu ainda, não só ter cometido o crime, mas também que, desde 2018, costumava captar imagens de raparigas em uniforme.

O caso começou a ser investigado após uma estudante do ensino secundário ter apresentado queixa na polícia na passada terça-feira, onde reportou que, desde o final de Setembro, quando passava pelo centro de Macau depois das aulas, começou a suspeitar de um homem que a costumava seguir com o intuito de a filmar secretamente.

Recebida a queixa, o suspeito viria a ser detido pela PJ depois de o identificar com a ajuda das câmaras de vigilância de algumas lojas localizadas no centro da cidade.

Após a detenção, a PJ encontrou no telemóvel do suspeito cerca de 3.000 imagens, sendo que a grande maioria das fotografias e vídeos, captadas sobretudo de trás e de perfil, apresentavam estudantes de uniforme, nenhuma delas, no entanto, revelando partes íntimas das raparigas. Além do dispositivo móvel, a polícia apreendeu ainda um computador na residência do suspeito. Contudo, neste caso, não foram encontradas imagens com o mesmo teor.

Questionado pelos jornalistas sobre as motivações que levaram o residente de Macau a perseguir e captar imagens de estudantes nas ruas sem o seu consentimento, o porta-voz da PJ partilhou que o homem, de apelido Li, disse ter um interesse particular por fotografar raparigas em uniformes.

Depois de o caso ter sido transmitido à escola em questão, outras três estudantes apresentaram queixa às autoridades por terem sido vítimas da mesma situação. Após investigação, a polícia concluiu que as gravações ilícitas foram da responsabilidade do mesmo homem.

Durante a conferência de imprensa, o porta-voz da PJ revelou ainda que, através da “Rede de Comunicação com as Escolas” foram desde logo notificados os estabelecimentos de ensino da mesma zona, com o objectivo de investigar se existem mais vítimas.

Está a gravar

O caso seguiu para o Ministério Público, onde o suspeito irá responder pelo crime de gravações e fotografias ilícitas, podendo vir a punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias.

De acordo com a lei, o homem será acusado, caso fique provado que as fotografias e vídeos tenham sido captados “contra a vontade e fora dos casos permitidos pela lei”, mesmo em “eventos em que tenha legitimamente participado”.

20 Out 2020

Imobiliário | Promotores de Hong Kong viram-se para “pechinchas” de Macau

Os pequenos promotores imobiliários de Hong Kong estão a virar-se para Macau devido aos preços mais baixos e à menor competição no sector, segundo o South China Morning Post. Os riscos de investimento também são menores, apontam

 

[dropcap]O[/dropcap]s elevados preços praticados no mercado imobiliário de Hong Kong estão a levar pequenos promotores imobiliários da região vizinha a procurar opções em Macau, onde os terrenos são mais baratos e há menos competição dada a pouca presença de promotores imobiliários internacionais, noticiou ontem o South China Morning Post (SCMP).

A Telok Real Estates Partners construiu oito empreendimentos residenciais em Macau desde 2006 e Philip Pang, partner da empresa, disse que, nesta fase, há um maior foco na construção de empreendimentos residenciais em regime de co-living ou hostels. A Telok tem, neste momento, três projectos em andamento no valor de 100 milhões de dólares americanos.

“Os terrenos em Hong Kong podem facilmente custar 10 mil milhões de dólares de Hong Kong, o que dá pouco espaço para os pequenos promotores, como nós, crescerem. Devido à fragmentação do mercado, podemos adquirir terrenos através de parcerias com proprietários para reduzir os riscos e os custos envolvidos. É difícil fazer isso em Hong Kong, onde o mercado imobiliário está dominado pelos grandes promotores. A competição [em Macau] também não é tão feroz – menos de cinco promotores de Hong Kong estão activos em Macau”, disse Philip Pang.

Aposta no One Oasis

O SCMP ouviu também o testemunho da Arch Capital Management, um fundo imobiliário privado que tem investimentos no empreendimento One Oasis, em Seac Pai Van, graças a uma parceria com locais. “O empreendimento tem 4,500 fracções em 20 torres residenciais. Seria impossível para termos um projecto desta dimensão em Hong Kong”, explicou Richard Yue, responsável executivo e de investimentos da empresa.

Richard Yue adiantou ao SCMP que “o investimento tem menos riscos em Macau”, além de que os custos relacionados com o terreno representam entre 40 a 50 por cento do investimento, comparando com 70 por cento em Hong Kong.

As vendas de apartamentos no One Oasis baixaram desde o início da pandemia da covid-19, mas restam apenas algumas centenas de casas por venda. Os preços mantêm-se inalterados, sendo que uma casa neste empreendimento pode custar entre 10 a 12 mil patacas por pé quadrado.

A Arch Capital pretende investir mais em Macau, apesar do território sofrer com a falta de novos terrenos, uma vez que, nos últimos cinco anos, o Governo não disponibilizou espaços para concessão ou venda, disse Richard Yue.

20 Out 2020

GPDP | Aberta investigação sobre falhas no website da DSF

O Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais deu início a uma investigação administrativa sobre as falhas de segurança do website das finanças. Por sua vez, a Direcção dos Serviços de Finanças está a optimizar o nível de segurança e privacidade do portal, garantido que as falhas detectadas não resultaram em qualquer fuga de informação ou ataque informático

 

[dropcap]O[/dropcap] Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP) confirmou ontem que as falhas de segurança detectadas no website da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) motivaram a abertura de uma investigação administrativa sobre o caso.

Contactado pelo HM, o GPDP remeteu para o futuro mais informações sobre uma eventual tomada de posição ou a possibilidade de os dados pessoais dos utilizadores do website da DSF estarem em perigo, sobretudo, nas páginas do website que apresentam formulários para preencher.

Tal como o HM avançou na passada quinta-feira, o website da DSF apresenta falhas de segurança ao nível da encriptação, que pode colocar em perigo as informações submetidas pelos utilizadores. Segundo um especialista em cibersegurança, que pediu para não ser identificado, a questão está relacionada com o facto de o website da DSF não apresentar qualquer certificado de encriptação (SSL), permitindo eventualmente que um pirata informático possa interceptar informações durante a transmissão de dados entre o navegador (browser) e o local (servidor) onde o portal está alojado.

Reagindo a um pedido de esclarecimento sobre o caso, a DSF admitiu a existência de fragilidades no sistema de encriptação do website e que, após tomar conhecimento da situação, começou a implementar melhorias ao nível da segurança.

“A Direcção dos Serviços de Finanças está a desenrolar o trabalho de optimização do respectivo sistema, no sentido de elevar o grau de segurança e de confidencialidade da página electrónica”, pode ler-se na resposta enviada ao HM.

Sobre a possibilidade de as falhas de segurança terem estado na origem, de eventuais ataques informáticos ou furto de dados dirigidos aos utilizadores, a DSF avançou que, após análise, não foi detectada qualquer ocorrência.

“Após consulta do V/Jornal, a Direcção dos Serviços de Finanças procedeu, de imediato, à verificação plena da segurança e da confidencialidade do sistema da página electrónica, não tendo detectado qualquer fuga de informações, nem invasão de hackers”, apontou o organismo.

Segurança reforçada

Outro portal que levantou dúvidas ao nível da segurança por não conter qualquer tipo de certificado de encriptação (SSL) foi o website da Cinemateca Paixão, sobretudo porque permite adquirir bilhetes online.

Contactada pelo HM, Jenny Ip, gestora de operações da Cinemateca, garante que, após o caso ter vindo a público, foi desde logo reforçado o nível de segurança do website.

“Dada a preocupação gerada contactámos (…) tomámos acções imediatas com o objectivo de reforçar o nível de encriptação do nosso website. Agora, ao aceder ao website da Cinemateca Paixão, os utilizadores serão reencaminhados automaticamente para uma encriptação ‘HTTPS’ [em vez de HTTP]. Esperamos que com esta medida possamos recuperar a confiança dos utilizadores, pois todos os dados estiveram sempre seguros”, explicou a responsável.

Sublinhando que “qualquer especulação sobre o perigo de exposição de dados pessoais no website não tem fundamento”, a gestora referiu ainda que o website da Cinemateca Paixão nunca colocou em perigo os dados dos utilizadores, pois toda a informação está alojada, desde o início, num servidor da Alibaba Cloud, “totalmente encriptado”.

“O nosso sistema, que inclui o website e o sistema de bilheteira online, estão alojados no servidor da Ali cloud. Isto faz com que todos os dados, incluindo a informação do website e dados pessoais recolhidos através da bilheteira online sejam carregados no servidor do Ali Cloud que é totalmente encriptado”, afirmou Jenny Ip.

19 Out 2020

Economia | Conselheiro prevê estabilidade apesar de combate ao jogo no exterior

Um conselheiro de política fiscal do Governo da China prevê “desenvolvimento estável” para a actividade do jogo em Macau, apesar de Pequim estar a preparar uma emenda legislativa que visa travar a fuga de capital para casinos além-fronteiras

 

[dropcap]”A[/dropcap] fórmula ‘Um País, Dois Sistemas’ não vai mudar facilmente. A indústria do jogo em Macau certamente terá perspectivas de desenvolvimento relativamente estáveis”, disse Jia Kang à agência Lusa.

O antigo director da Academia Chinesa de Ciências Fiscais, um influente ‘think-tank’ do Ministério das Finanças da China, admitiu que a China perde anualmente pelo menos um bilião de yuan, ou um por cento do PIB (Produto Interno Bruto) chinês, para casinos no exterior.

No mês passado, o Ministério de Segurança Pública chinês admitiu mesmo que esta fuga de capital agrava os riscos de uma crise financeira, e referiu “crescentes dificuldades” em travar operações ilegais envolvendo jogos de azar, devido ao jogo ‘online’ e ao uso de moedas digitais na transferência de fundos, o que torna difícil rastrear a fonte.

De acordo com a lei chinesa, quem “gere uma casa de jogo ou faz do jogo profissão” no país pode enfrentar até três anos de prisão.

Em entrevista à Lusa, Jia Kang admitiu que a proibição gera um efeito “colateral”, já que o “entusiasmo” do povo chinês pelos jogos de azar é “relativamente alto”, o que acaba por contribuir para as receitas fiscais de outros países. “Há uma proibição local dos jogos de azar, e por isso [os chineses] vão para o exterior jogar.

Com o actual suporte tecnológico, podem também jogar através de um intermediário fora do país”, explicou. O resultado é que o “capital flui para fora” e as receitas, arrecadadas através de impostos, “vão para outros Estados”.

Espírito de aventura

Numa tentativa de combater este fenómeno, o Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China, está a rever a lei penal para permitir à justiça chinesa processar empresas e indivíduos além-fronteiras que atraem cidadãos chineses para apostarem em casinos no estrangeiro. Em Agosto, o regulador cambial da China, a Administração Estatal de Câmbio (SAFE), disse que ia fortalecer a supervisão do mercado de câmbio e combater crimes como “bancos subterrâneos” e jogos de azar transfronteiriços.

Numa posição pouco ortodoxa entre membros do Governo chinês, que considera oficialmente o jogo um “demónio social”, a par da droga e da prostituição, Jia Kang defendeu, ao invés, uma “descontração das proibições internas”.

A actual lei força as actividades do jogo para casinos ilegais dentro da China ou para o exterior. “A China não beneficia e fica apenas com os problemas sociais que o jogo gera”, admitiu Jia Kang. O conselheiro sugeriu que a ilha tropical de Hainan, uma zona económica exclusiva e porto de comércio livre, no extremo sul do país, aproveite o seu estatuto especial para desenvolver apostas desportivas e corridas de cavalos, vistas como versões mais brandas dos jogos de azar. “Seria uma forma de arrecadar fundos públicos para projectos de desenvolvimento social”, explicou. “Acho que vale a pena tentar”.

Jia Kang lembrou que o processo de tentativa e erro é uma “característica básica” das reformas económicas adoptadas pela China, a partir dos anos 1980, quando se libertou da ortodoxia maoista, mas admitiu que, no toca ao jogo, a liderança chinesa é “muito cautelosa”. “Acho que este tipo de prudência não está em linha com a reforma”, apontou. “Devemos ousadamente manter um espírito inovador”.

19 Out 2020

Detidos por partilhar pornografia infantil no chat do Facebook

[dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada quinta-feira um total de cinco suspeitos de partilhar vídeos pornográficos em grupos de conversação do Facebook Messenger, que incluem a participação de menores de idade nos actos sexuais. O alerta foi transmitido à PJ pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) entre os dias 7 e 11 de Agosto, apresentando suspeitas sobre a divulgação entre Abril e Junho de 2020, em Macau, de vídeos de índole pornográfica com intervenientes menores.

De acordo com informações reveladas pela PJ na passada sexta-feira em conferência de imprensa, em causa estão dois vídeos. O primeiro tem a duração de 2:29 minutos e, após análise, verificou-se que o seu conteúdo revela uma “menor estrangeira” a ter relações sexuais com um homem, nomeadamente “coito oral”.

O segundo tem a duração de 00:49 segundos e, segundo a PJ, revela uma menor a ter relações sexuais com um homem, nomeadamente “coito anal”.

Após o alerta emitido pela Interpol, a PJ iniciou uma investigação que permitiu identificar e localizar os cinco suspeitos de nacionalidade nepalesa ligados ao caso. As detenções aconteceram durante a manhã da passada quinta-feira nas residências e locais de trabalho dos suspeitos, tendo sido igualmente apreendidos cinco telemóveis.

Consumadas as detenções, quatro dos suspeitos que trabalhavam como seguranças confessaram ter divulgado os vídeos aos amigos através de grupos de conversação do Facebook Messenger, negando, contudo, ter recebido qualquer quantia para o fazer. O outro suspeito, que se encontra desempregado, recusou-se a cooperar na investigação, embora a PJ tenha confirmado através da Interpol que também ele divulgou os conteúdos de pornografia infantil entre os amigos.

Casos importados

Durante a conferência de imprensa, o porta-voz da PJ referiu ainda que, após análise do conteúdo dos vídeos em questão, acredita-se que “os vídeos tenham sido captados fora de Macau” e que os materiais foram difundidos dentro de grupos de amigos ou conterrâneos “apenas com o intuito de partilhar”.

Os cinco suspeitos foram presentes ao Ministério Público (MP), onde vão responder pela prática de crimes relacionados com “Pornografia de Menor”, podendo ser punidos com penas de prisão de 1 a 5 anos.

18 Out 2020

Jogo | Bacará VIP e de massas representou 86,3 por cento das receitas

As receitas de jogo dos casinos do terceiro trimestre aumentaram face aos meses anteriores, mas revelam uma quebra de 93 por cento comparativamente ao período homólogo de 2019. O bacará VIP contribuiu com 2,3 mil milhões de patacas, quase 48 por cento das receitas totais

 

[dropcap]O[/dropcap] bacará VIP teve um aumento trimestral de quase 56 por cento, atingindo 2,3 mil milhões de patacas, mostram dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Este valor representou cerca de 47,9 por cento das receitas dos jogos de fortuna ou azar, que no terceiro trimestre deste ano se fixaram em 4,88 mil milhões de patacas. Apesar de as receitas brutas do jogo terem aumentado 51 por cento comparativamente ao segundo trimestre do ano, continuam apenas uma fracção dos valores registados antes da pandemia – caindo 93,1 por cento face a igual período de 2019.

Já o bacará no mercado de massas gerou 1,8 mil milhões de patacas, mais 77 por cento que no trimestre anterior. No geral destas duas modalidades, o bacará representou 86,3 por cento das receitas dos jogos nos casinos. Mas vale a pena notar que apesar do crescimento, em comparação ao terceiro trimestre de 2019, o bacará VIP e o do mercado de massas diminuíram cerca de 92,5 e 93,9 por cento, respectivamente.

As máquinas de jogos contribuíram para cerca de 7,6 por cento das receitas. Os 375 milhões gerados por esta modalidade no terceiro trimestre representam uma quebra de 13,2 por cento face aos três meses anteriores.

Em Setembro, as receitas brutas dos jogos de fortuna ou azar aumentaram 66,2 por cento comparativamente ao mês anterior, totalizando 2,2 mil milhões de patacas, quantia que representou menos 90 por cento que no mesmo mês de 2019, quando as receitas foram de 22 mil milhões. Com os resultados obtidos no mês passado, as receitas acumuladas ao longo do ano ascenderam a 38 mil milhões. Apesar de o volume de jogo continuar em baixa, as mesas de jogo aumentaram para 5.990 durante este período.

Futebol gera 138 milhões

As receitas brutas aumentam para cinco mil milhões de patacas no terceiro trimestre do ano, tendo em conta todos os tipos de jogos, o que representa um crescimento de 53 por cento comparativamente ao período de Abril a Junho.

De entre os jogos de apostas mútuas e lotarias sobressaem as receitas das apostas de futebol, que geraram 138 milhões no terceiro trimestre. O montante apostado em futebol quase triplicou face ao trimestre anterior, fixando-se em cerca de 1,4 mil milhões de patacas. O valor das apostas em basquetebol foi de 522 milhões de patacas – uma lotaria desportiva que gerou receitas de 38 milhões de patacas.

18 Out 2020

MP | Prisão preventiva para casal suspeito de burla de 10 milhões

O Ministério Público decretou a medida de prisão preventiva para o casal que terá burlado dois jogadores do Interior da China em 10 milhões de dólares de Hong Kong. Um dos arguidos é agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública

 

[dropcap]O[/dropcap] casal suspeito de ter burlado dois jogadores do interior da China em 10 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) na troca de fichas de jogo vai ficar em prisão preventiva enquanto aguarda julgamento. Segundo avançou ontem o Ministério Público (MP) em comunicado, a medida de coacção aplicada visa “evitar a fuga [dos arguidos] de Macau, a continuação da prática de actividades criminosas e a perturbação da ordem pública”, aponta um comunicado, citando justificações legais para a decisão.

O MP acusa o casal da prática do crime de burla, punível com pena de prisão até 10 anos. Além disso, “sendo o arguido funcionário público”, e por ter violado “conscientemente a lei, circunstância essa que poderá constituir um elemento crucial na avaliação do grau da sua culpa”, lê-se no comunicado. Recorde-se que o marido é agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Marido e mulher são suspeitos da prática de burla, por terem alegadamente abordado dois jogadores referindo que “podiam ajudar na troca das fichas de casino em numerário”, tarefa dificultada devido à falta de liquidez nas salas VIP.

Assim sendo, os dois jogadores entregaram ao casal fichas de jogo no valor de 10 milhões de HKD. “No entanto, após a obtenção das fichas, os arguidos utilizaram desculpas para adiar a troca e, mais tarde, disseram aos ofendidos que as tinham perdido em jogos”, explica o MP.

Mais tarde, vítimas apresentaram queixa à polícia que interceptou a mulher na fronteira, enquanto que o agente do CPSP foi detido num apartamento em Macau.

Muitos casos

Segundo informações avançadas pela Polícia Judiciária na semana passada, os dois jogadores entregaram 10 fichas com o valor individual de um milhão de HKD. O casal devolveu 1,08 milhão de HKD em numerário, mas desapareceu de seguida, assim como as restantes fichas de jogo.

A PJ adiantou que o agente do CPSP e a mulher ficaram uma semana a jogar numa sala VIP, onde gastaram as fichas que deviam trocar. O suspeito já havia trocado com sucesso fichas no valor de 20 milhões de HKD, a troco de uma comissão de 6 por cento.

O MP alerta para o facto de, nos últimos tempos, se verificarem no território “diversos casos de burla análogos em que os delinquentes alegaram ajudar na troca de fichas em numerário”, o que constitui “uma ofensa ao património alheio e a perturbação da ordem social”.

15 Out 2020

PJ | Macau exerce “forte defesa da segurança do Estado”, apesar dos perigos

O gabinete de Wong Sio Chak está confiante no trabalho feito para garantir “a forte defesa da segurança do Estado”, nomeadamente através da aprovação de leis que conferem competências à Polícia Judiciária. No entanto, alerta para o perigo das ameaças externas, “cada vez mais intensas”, e para o aumento dos riscos relativos à segurança nacional

 

[dropcap]O[/dropcap] gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, publicou ontem uma mensagem a resumir os feitos legislativos conseguidos nos últimos tempos para defender a segurança nacional de crescentes perigos externos.

Um dia depois de ter participado na celebração dos 40 anos da zona económica especial, onde esteve Xi Jinping, Wong Sio Chak declara que “o Governo da RAEM e as autoridades de segurança têm gerido os dispositivos policiais de forma eficiente, e tem-se efectivado uma forte defesa da segurança do Estado”.

O secretário para a Segurança elenca as alterações aos regulamentos da organização, funcionamento, selecção e formação de pessoal e as leis das carreiras especiais da Polícia Judiciária como trunfos importantes para a salvaguarda da segurança nacional. Além disso, é salientado no comunicado o papel “estabilizador”, com “forte poder dissuasor” que a lei relativa à defesa da segurança do Estado desempenhou ao longo de 11 anos.

No entanto, o gabinete do secretário destaca que não vivemos tempos para baixar a guarda e que é necessário apetrechar as autoridades com poderes e equipamentos para “aplicar uma defesa total e meticulosa”. Dessa forma, Macau pode fazer “face às tentativas e acções das forças externas que se destinam a impedir o desenvolvimento do nosso País e que se mostram cada vez mais intensas e frequentes”, uma suposta campanha torna maiores “os riscos relativos à segurança nacional”, declara o gabinete de Wong Sio Chak sem especificar.

Estado policial

Outro dos destaques do gabinete do secretário neste âmbito é a competência exclusiva da PJ para investigar crimes que põem em risco a segurança nacional, assim como o estabelecimento de unidades exclusivas para as investigações de crimes contra a segurança do Estado.

Também o combate aos crimes cibernéticos é mencionado pela mensagem de Wong Sio Chak, um tipo de criminalidade que “tem aumentado” com cada vez mais crimes convencionais a serem praticados através da internet.

Em jeito de conclusão, o gabinete do secretário afirma que através da revisão de uma série de leis relacionadas com a PJ, com a coordenação da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, Macau está apetrechado para garantir “a segurança do Estado e a estabilidade duradoura da RAEM em prol do bem-estar da população”.

15 Out 2020

Droga | Detido por traficar cocaína no valor de 1,64 milhões de patacas

A Polícia Judiciária deteve um homem de 33 anos após ter recebido uma encomenda de Hong Kong expedida numa caixa de papelão, que continha quase meio quilo de cocaína escondida. As autoridades acreditam que o homem faz parte de uma rede organizada de tráfico de estupefacientes

 

[dropcap]U[/dropcap]m trabalhador não residente com 33 anos, de nacionalidade filipina, foi detido na passada segunda-feira pela Polícia Judiciária (PJ), por suspeita da prática do crime de tráfico de droga. A detenção aconteceu depois das autoridades terem verificado que a encomenda que transportava no centro de Macau, continha cocaína no valor de 1,64 milhões de patacas. Ao todo, foram apreendidos 498,66 gramas do estupefaciente e suspeita-se que a namorada do detido esteja envolvida no caso.

De acordo com informações reveladas ontem em conferência de imprensa pela PJ, o caso começou a ser investigado no seguimento informações emitidas pela alfândega de Hong Kong, alertando para a existência de uma rede criminosa associada ao tráfico de droga, da qual fazia parte um membro em Macau.

Adicionalmente, a PJ foi informada de que uma encomenda suspeita de conter estupefacientes e proveniente originalmente da África de Sul iria ser expedida de Hong Kong para Macau.

Após tomar conhecimento das informações, a PJ desencadeou uma operação na passada segunda-feira com o objectivo de vigiar um cabeleireiro situado no centro de Macau, onde trabalhava o detido. A dada altura, fazendo-se acompanhar da namorada, o homem recebe das mãos de um funcionário dos correios uma encomenda em forma de caixa de papelão, tendo de imediato saído do estabelecimento.

Os agentes da PJ seguiram o casal durante algum tempo e acabaram por interceptar e deter os dois suspeitos, apreendendo também a encomenda que transportavam.

As autoridades viriam a descobrir que, juntamente com vários panos que disfarçavam o conteúdo, dentro da caixa de papelão existiam vários esconderijos nos intervalos das arestas, onde estava acondicionado quase meio quilo de cocaína.

De acordo com o porta-voz da PJ, nenhum dos suspeitos tinha droga na sua posse para além da que se encontrava na caixa e cujo transporte ficou exclusivamente a cargo do homem. Às autoridades, a mulher, uma empregada doméstica de 34 anos e nacionalidade filipina, afirmou nada ter a ver com o caso e que apenas se limitou a acompanhar o namorado.

Por um punhado de patacas

A PJ está a investigar o envolvimento de mais pessoas no caso mas, de acordo com o que foi possível apurar até ao momento, o homem faz efectivamente parte da rede de tráfico de droga apontada pelas autoridades de Hong Kong, sendo que, por cada trabalho prestado, receberia 3.000 patacas.

Questionado pelos jornalistas sobre quantas encomendas o detido terá ajudado a fazer entrar em Macau, o porta-voz da da PJ afirmou que, dado que o caso se encontra ainda a ser investigado, é impossível avançar essa informação.

Os resultados dos exames à urina efectuados após a detenção revelaram que só a mulher acusou a presença de estupefacientes no corpo.

O caso seguiu para o Ministério Público onde o homem irá responder pela prática do crime de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, podendo ser punido com uma pena de prisão de 5 a 15 anos. A mulher já não se encontra detida.

Durante a conferência de imprensa o porta-voz da PJ referiu ainda que, devido à pandemia e à limitação de entrada de estrangeiros, tem sido comum os traficantes utilizarem os serviços postais para traficar droga.

14 Out 2020

FMI | Economia de Macau deve cair 52,3 por cento em 2020

O relatório “Perspectivas Económicas Mundiais” do Fundo Monetário Internacional, ontem divulgado, prevê uma quebra de 52,3 por cento na economia de Macau, quando em Abril as previsões apontavam para uma quebra de 29,6 por cento. O economista José Félix Pontes fala de uma previsão “ainda conservadora”

 

[dropcap]O[/dropcap] Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou esta terça-feira um pior cenário para a economia de Macau em comparação com as previsões feitas em Abril deste ano. Segundo o relatório “Perspectivas Económicas Mundiais”, a economia de Macau vai registar, este ano, uma quebra de 52,3 por cento, quando em Abril os analistas apontavam para uma quebra de apenas 29,6 por cento.

O FMI prevê um crescimento da economia de 23,9 por cento em 2021, quando em Abril era estimado um crescimento de 32 por cento. Em relação à taxa de desemprego, as alterações não são muitas, uma vez que se prevê uma taxa de 2,3 por cento este ano, enquanto que em 2021 será de dois por cento. Já a inflação, deverá ser de 1,7 por cento este ano e de 1,8 por cento em 2021.

De acordo com o Governo, o Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre ‘encolheu’ 58,2 por cento, em comparação com o período homólogo de 2019, e a diminuição no segundo trimestre foi de 67,8 por cento este ano, também em termos anuais. Em Junho, a Universidade de Macau previu uma queda do PIB entre 54,5 e 60 por cento este ano devido à pandemia da covid-19.

Previsão “conservadora”

Para o economista António Félix Pontes, o FMI fez uma previsão conservadora. “Continuo a prever que a queda do PIB de Macau, no ano de 2020, será na ordem dos 55 a 65 por cento”, disse ao HM.

“O FMI, tal como outras instituições quando fazem previsões, tomam em consideração determinados pressupostos e, creio, que devem ter considerado que a ‘Semana Dourada’ marcaria o início da recuperação da economia local. No entanto, isso não aconteceu, foi uma frustração e, como só temos mais dois meses e meio de actividade este ano, vai ser muito difícil evitar uma diminuição superior ao previsto pelo FMI”, acrescentou o economista.

Em comparação com o ano passado, Macau recebeu no período da Semana Dourada menos 87,2 por cento de visitantes. Nos primeiros quatro dias de Outubro apenas 77 mil pessoas visitaram o território.

14 Out 2020

Grande Baía | Xi coloca Shenzhen no centro do projecto de integração

O papel de Shenzhen no projecto da Grande Baía vai ser reforçado. Este foi um dos destaques do discurso do Presidente chinês na cerimónia do 40.º aniversário do estabelecimento da zona económica especial, onde Xi Jinping apelou à criação de incentivos para cativar jovens de Macau e Hong Kong a optarem por Shenzhen para estudar e trabalhar

 

[dropcap]“E[/dropcap]stamos à beira de mudanças sem precedentes neste século e devemos seguir o caminho da autossuficiência, isso significa que devemos tornar-nos independentes na busca pela inovação”, referiu Xi Jinping, citado pela CCTV. O Presidente chinês discursou ontem em Shenzhen, na cerimónia que marcou o 40.º aniversário da zona económica especial, um modelo que o líder referiu como forma de aprofundar a abertura da economia chinesa.

A cidade que serve de hub tecnológico está no centro do projecto da Grande Baía, algo que foi destacado no discurso do Presidente chinês como um factor de união com Macau e Hong Kong. “Devemos continuar a encorajar e a guiar os nossos compatriotas de Hong Kong, Macau e Taiwan, assim como os chineses emigrados, para o importante papel do seu investimento e empreendedorismo como contributos para a abertura, nos dois sentidos, das zonas económicas especiais”, indicou o líder chinês.

Xi Jinping referiu que o Partido Comunista Chinês vai emitir mais de 60 mudanças de política ou novas directrizes para a Shenzhen. Apesar de não dar pormenores, revelou que o objectivo é dar “mais autonomia em áreas importantes”.

Com tal, prometeu relaxar regulamentos para impulsionar novas indústrias e apelou aos empresários e trabalhadores de Shenzhen para que contribuam para o “grande rejuvenescimento da nação chinesa” e a “optimização e actualização da produção”, numa referência às ambições do país em tornar-se um competidor global em sectores de alto valor agregado, incluindo nas telecomunicações, biotecnologia, carros eléctricos ou energia renovável.

Amor profundo

A busca do “aprofundamento da integração” entre os jovens de Macau, Hong Kong e da província de Guangdong é uma prioridade social, entre os meus planos económicos, “para aumentar o sentido de pertença à pátria-mãe”.

Assim sendo, a China deve “utilizar completamente a importante plataforma Guangdong-Hong Kong-Macau para cooperar e atrair mais jovens de Hong Kong e Macau para estudar, trabalhar e viver na pátria-mãe”, indicou Xi Jinping.

Além de destacar o autêntico milagre que transformou Shenzhen, uma vila de pescadores, num hub tecnológico, o Presidente chinês comprometeu-se com a necessidade de estabelecer um sistema de governação que recompense o talento, despromova os medíocres e expulse os incapazes. “Precisamos estabelecer um ecossistema político com determinação para lutar contra a corrupção e derrubar o formalismo e a burocracia institucional. A corrupção será combatida infalivelmente e a burocracia rejeitada. Vamos estabelecer um ecossistema político saudável e correcto”, perspectivou o líder.

“Estou aqui em Guangdong para mostrar à China e ao mundo que o Parido Comunista da China vai continuar firmemente a liderar o povo chinês pelo caminho da reforma e da abertura”, apontou.

14 Out 2020

Economia | Banco Mundial prevê crescimento chinês, em contraciclo global

O Banco Mundial perspectiva o crescimento de 1,6 por cento do PIB chinês este ano, número que contrasta com a recessão global provocada pela contracção de 5,2 do PIB mundial. O resultado coloca Pequim na singular posição de ser a única potência a crescer. Nesse contexto, o Banco Mundial apelou ao perdão da dívida a países pobres e fortemente afectados pela pandemia

 

[dropcap]E[/dropcap]nquanto a economia global está ligada ao ventilador, paralisada pelo bloqueio imposto pela pandemia da covid-19, o Produto Interno Bruto chinês poderá crescer este ano a um ritmo de 1,6 por cento. Esta é a estimativa do Banco Mundial, que quantifica a hecatombe da economia global no recuo de 5,2 por cento do PIB global.

O organismo presidido por David Malpass destaca entre as razões para a boa performance chinesa, no contexto global de paralisia, a resposta rápida à pandemia, incluindo a imposição apertada de confinamento e medidas de controlo e despistagem de contactos de pessoas possivelmente infectadas.

Além das medidas de saúde pública, Pequim alocou centenas de milhões de de dólares em projectos de infra-estruturas, assim como subsídios individuais para estimular o consumo.

Os resultados foram visíveis durante a Semana Dourada, com o sector do turismo a dar sinais de vida e o aumento do consumo a fazer-se sentir.

Segundo números avançados pela CNN Business, a economia chinesa pode passar a valer 14,6 biliões de dólares até ao final de 2020, o que equivale a cerca de 17,5 por cento do PIB mundial.

Boom dourado

Os sinais positivos na economia chinesa foram evidentes durante a Semana Dourada, quando foram registados resultados ligeiramente abaixo dos de 2019, o que ainda assim foi visto pelos analistas do Banco Mundial como boas notícias.

Mais de 630 milhões de pessoas viajaram pela China durante a Semana Dourada, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Cultura e Turismo. O volume de viagens atingiu quase 80 por cento das realizadas durante o mesmo período no ano passado.

No que diz respeito a gastos, durante a Semana Dourada os turistas desembolsaram cerca de 70 por cento do que gastaram no ano passado, atingindo 70 mil milhões de dólares.

Outro indicador da saúde económica durante a pandemia é a participação em actividades em grupo, como por exemplo, idas ao cinema. Durante o último período da Semana Dourada a venda de bilhetes de cinema ultrapassou os 580 milhões de dólares, um volume de negócio 12 por cento inferior ao registado no mesmo período de 2019.

O economista chefe do Macquarie Group, Larry Hu, categoriza os números da Semana Dourada como “encorajadores”. Citado pela CNN Business, o especialista afirma que todos os indicadores apontam para “o regresso do consumo à normalidade na China, em especial o consumo de serviços que está em franca recuperação”, acrescentando que os resultados podem ter sido influenciados pela procura contida durante muito tempo, e que agora conseguiu concretizar-se.

Fábricas a laborar

Antes da Semana Dourada, a economia chinesa já dava sinais de estar a ganhar dinamismo.
A actividade manufatureira da China subiu em Agosto, prolongando a tendência crescente pelo sexto mês consecutivo, depois da forte queda causada pelas medidas adoptadas para travar a pandemia da covid-19.

O índice mensal dos gestores de compras da China (PMI, na sigla em inglês), divulgado pelo Gabinete Nacional de Estatísticas, fixou-se nos 51 pontos, depois de se ter fixado nos 51,1 pontos, em Julho. O número é 0,1 pontos inferiores ao alcançado no mês anterior e um pouco menor do que o esperado pelos analistas, que previam 51,2 pontos para Agosto.

Neste índice, uma leitura acima dos 50 pontos indica crescimento da actividade do sector, enquanto uma leitura abaixo indica contração.

Os dados confirmam a recuperação do sector, depois de forte quebra em Fevereiro, quando o PMI registou 35,7 pontos, devido às medidas adoptadas para travar a propagação do novo coronavírus, e que incluiu o encerramento de fábricas e estabelecimentos comerciais e ainda restrições na movimentação de centenas de milhões de pessoas.

O especialista em estatística GNE Zhao Qinghe disse em comunicado que “a procura continua a recuperar e o ciclo de oferta e procura está a melhorar gradualmente”.

No entanto, observou que “algumas (pequenas) empresas no centro do país, incluindo no município de Chongqing e na província de Sichuan, e em outros lugares, relataram que, devido ao impacto de fortes chuvas e inundações, o fornecimento de matérias-primas atrasou-se e as encomendas e a produção caíram”.

Segundo analistas da consultora britânica Capital Economics, os dados de Agosto mostram “um sector de serviços mais forte, que compensou a pequena perda de ímpeto nos sectores manufactureiro e da construção”. “Uma recuperação liderada pelo investimento vai acabar por incentivar o consumo e os gastos das famílias, colocando assim a recuperação económica no caminho certo”, lê-se na mesma nota.

Vigor na carteira

Outro sinal positivo é a recuperação do consumo, principalmente tendo em conta os alertas de economistas para a forte dependência de gastos públicos, nomeadamente em projectos de infra-estruturas. O mesmo aconteceu com o investimento estrangeiro, em particular vindo dos Estados Unidos, apesar do contexto de guerra comercial. Na primeira metade do ano, o investimento norte-americano na China cresceu 6 por cento, de acordo com dados oficiais.

Louis Kuijs, economista da Oxford Economics, citado pela CNN Business, destacou que “apesar das tensões entre China e Estados Unidos se terem agravado, muitas multinacionais predominantemente norte-americanas escolheram relacionar-se com a China”. O economista sublinha em especial a importância das barreiras levantadas por Pequim para investir no sector financeiro.

Porém, nem todas as carteiras estão recheadas e quem já era mais desfavorecido antes da pandemia foi quem mais sofreu com a influência económica da covid-19.

De acordo com dados do Governo Central, o salário médio dos trabalhadores rurais ou migrantes caiu quando 7 por cento no secundo trimestre do ano. Centenas de milhões de pessoas estão nesta categoria, que tipicamente inclui trabalhadores da construção civil e operários fabris.

O maior impacto económico provocado pela pandemia foi sentido pelos agregados familiares que auferem menos de 7.350 dólares por ano.

“Isto sugere que a recente recuperação do consumo foi conquistada pelas classes mais ricas”, descreveu a Fitch Ratings.

Nós somos o mundo

Na semana passada, o Banco Mundial apelou aos países mais desenvolvidos, incluindo a China, para cancelarem as dívidas de países pobres e serem activos na ajuda contra os efeitos da pandemia.

O presidente do Banco Mundial, numa conferência online, acusou a China ser implacável na cobrança de dívidas e de não participar na iniciativa de suspensão de dívidas, em particular em países africanos.
Angola não foi exemplo, uma vez que no mês passado o Presidente Xi Jinping telefonou ao seu congénere João Lourenço a recordar o papel que o Export-Import Bank of China teve na candidatura a fundos de emergência financeira do Fundo Monetário Internacional e mostrou-se disponível para suspender dívida, de acordo os mecanismos do Banco Mundial.

13 Out 2020

“Nangka” obriga ao cancelamento de voos e retém 60 passageiros

[dropcap]A[/dropcap] passagem do tufão Nangka obrigou hoje à suspensão de oito voos e ao cancelamento de outros tantos no Aeroporto Internacional de Macau, onde se encontram retidos cerca de 60 passageiros, informaram as autoridades.

“De acordo com os dados da Autoridade de Aviação Civil, devido à influência do tufão, até ao momento, registaram-se atrasos em 8 voos e foram cancelados outros 8, no Aeroporto Internacional de Macau [AIM]. No terminal do AIM encontram-se retidos cerca de 60 passageiros”, indicou a Proteção Civil em comunicado.

O aviso azul de ‘Storm Surge’ (maré de tempestade) foi cancelado, mas mantém-se o sinal 8 de tufão, o terceiro mais elevado na escala de alertas.

As autoridades deram conta de cinco pequenos incidentes sem gravidade desde que foi emitido o sinal 8, às 07:30, tendo sido acolhidas 12 pessoas nos quatros centros de acolhimento de emergência abertos.

A actividades lectiva nas escolas foi suspensa, assim como os transportes públicos. Vinte parques de estacionamento subterrâneo foram fechados e as seis operadoras de jogo disponibilizaram mais de três mil lugares para os residentes deixarem as viaturas em segurança.

Os Serviços de Saúde abriram de forma especial os centros de saúde de Tap Seac, Fai Chi Kei, Areia Preta, Ilha Verde, São Lourenço, Jardins do Oceano, Nossa Senhora do Carmo-Lago, o Posto de Saúde de Coloane e o Posto de Saúde Provisório de Seac Pai Van, para prestar apenas serviços de urgência.

Ficaram suspensos os serviços do Centro de Saúde do Porto Interior, do Centro de Exame Médico para Funcionários Públicos e do Centro de Prevenção e Tratamento de Tuberculose.

A circulação nas três pontes que ligam a península de Macau às ilhas e a ponte Flor de Lótus foi interrompida, tendo sido aberto o tabuleiro inferior da Ponte Sai Van.

13 Out 2020

Pearl Horizon | Polytex desiste de pedido de indemnização de 25 mil milhões

Kou Meng Pok, ex-presidente da defunta União dos Proprietários do Pearl Horizon, elogia a decisão, por considerar que numa fase de pandemia o mais importante é evitar assuntos que ameacem a estabilidade social

 

[dropcap]A[/dropcap] Polytex abdicou do pedido de indemnização em que exigia 25 mil milhões de patacas Governo. Este era o montante que a empresa pretendia receber por “prejuízos”, “lucros cessantes” e “danos morais”, relacionados com a recuperação pelo Executivo do terreno onde estava a ser construído o empreendimento Pearl Horizon.

A informação da desistência foi divulgada pelo Gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância, no domingo à noite, e terá entrado no tribunal a 11 de Setembro. Como não teve oposição do Ministério Público acabou por tornar-se definitivo. No entanto, não foram reveladas as razões que levaram o grupo a tomar esta posição.

A desistência recebeu elogios de Kou Meng Pok, ex-presidente da União dos Proprietários do Pearl Horizon, que desde 2015 lutava pelos direitos das pessoas que, como ele, pagaram, mas nunca receberam as respectivas casas.

“Já passaram muitos anos e o ambiente mudou muito, principalmente com a pandemia. Se esta decisão contribuir para manter a tranquilidade social não me parece negativa”, afirmou Kou Meng Pok, ao HM. “Não sei qual é a justificação da Polytex, mas como residente local sinto que é uma boa decisão porque permite às pessoas recuperem a tranquilidade”, acrescentou.

Kou Meng Pok revelou ainda ter dissolvido a associação União dos Proprietários do Pearl Horizon. “Durante muitos anos fui torturado com o assunto, porque também sou uma vítima e perdi a minha fracção. Só que já não penso mais nisto”, começou por desabafar. “As coisas não correram como queríamos. Defendíamos que as compensações deviam ser pagas de acordo com as áreas das fracções, mas o destino quis que a resolução fosse diferente e só temos de aceitar”, sublinhou.

A União dos Proprietários do Pearl Horizon foi assim dissolvida e o valor das quotas acumulado, de 125 mil patacas, foi entregue ao centro “A Madrugada”, que apoia pessoas com deficiência mental e que está subordinado à Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau.

Primado da estabilidade

Larry So, politólogo, acredita que a decisão terá sido tomada por motivações políticas, principalmente quando não são apresentadas justificações. “Estamos a falar de uma companhia que tem outros projectos e que quer continuar a investir em Macau. Se continuassem com a acção iam colocar-se numa posição de confronto com o Governo, que no futuro até poderia prejudicá-los”, explicou So. “Esta decisão aponta que eles acreditam que é melhor resolver o assunto longe dos tribunais, mais nos bastidores”, acrescentou.

Larry So sublinhou ainda que a situação financeira em tempo de covid-19 faz com que a prioridade do Governo passe pela estabilidade social. A Polytex terá percebido que caso vencesse a acção haveria uma reacção negativa forte. “Seria muito difícil para as pessoas aceitarem que uma empresa vista como especuladora e incapaz de cumprir os seus contratos fosse compensada, principalmente numa altura de dificuldades financeiras”, apontou. “E a empresa terá compreendido esse aspecto, assim como o facto de o Governo também não querer mais factores de instabilidade política”, concluiu.

12 Out 2020

Arranca hoje consulta pública de casas para a “classe sanduíche”

O lançamento de uma nova opção para a compra de casa no território está em cima da mesa, mas o plano de habitação para a “classe sanduíche” apresentado ontem deixa várias opções em aberto. O custo vai ter em conta o preço da habitação praticado no mercado privado das zonas em redor

 

[dropcap]A[/dropcap]rranca hoje a consulta pública sobre o plano de habitação para a chamada “classe sanduíche”, que decorre até 11 de Dezembro. Este tipo de habitação é definido como sendo “de natureza privada, com melhores áreas e melhores condições do que as da habitação económica, com um preço de venda superior ao da habitação económica, mas inferior ao da habitação privada, e que pode entrar no mercado de habitação decorrido o prazo fixado”. Mas quase tudo está por definir, desde os moldes de acesso à compra das casas, à própria definição de classe sanduíche.

No documento de consulta explica-se que o preço vai ser definido aplicando uma percentagem de desconto sobre o preço da habitação praticado no mercado privado das zonas em redor, mas não são avançadas hipóteses. O director substituto dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Ung Hoi Ian, remeteu a fixação do preço para uma fase posterior.

O limite mínimo do rendimento mensal sugerido para candidatura ao novo tipo de habitação varia entre 19.455 e 38.910 patacas para um agregado familiar de uma pessoa. Já o limite máximo é entre 10 a 20 por cento superior ao da económica, ou seja, entre 42.801 e 46.692 patacas para um agregado familiar de uma pessoa.

As incertezas alargam-se à forma de aquisição das casas, sem decisão ainda sobre sorteio ou ordenação com base em pontos. E no que toca à revenda das casas, são dadas como hipóteses prazos de 8 a 10 anos, ou de 16 anos.

Nas restrições às candidaturas, o público pode seleccionar entre todos os membros da família serem residentes permanentes, ou essa exigência ser feita apenas ao candidato e metade dos elementos do agregado. São ainda dadas várias opções sobre a possibilidade de o candidato e elementos do agregado familiar serem ou terem sido proprietários de imóveis. A idade é dos poucos pontos em que o Governo apresenta apenas uma sugestão: que um candidato individual tenha 23 anos, podendo ter apenas 18 se concorrer com o agregado familiar.

Ser ou não ser

“Já conseguimos ter um sistema estável quanto à oferta de habitação social”, disse Ung Hoi Ian, ressalvando que ainda há “falta” na habitação económica. Porém, destacou que a reserva de terrenos aumentou. Espaço esse que o documento refere garantir terrenos destinados à optimização de infraestruturas e à construção de habitações.

Por outro lado, o documento de consulta inclui duas hipóteses sobre a definição de “classe sanduíche”. Uma delas entende que são os residentes com rendimentos que ultrapassam o limite estipulado para a candidatura à habitação económica ou que se encontram no fim da lista de espera para esse tipo de fracções, e que não conseguem acompanhar a subida de preços no mercado privado de habitação. É-lhe apontada a vantagem de aliviar a pressão da procura de habitação económica, mas o risco de sobreposição de candidaturas a fracções das duas categorias.

Outra opção, é defini-la apenas como os residentes com rendimentos que ultrapassam o limite fixado para a habitação económica, mas que não conseguem acompanhar a subida de preços no privado.

12 Out 2020

SMG | Sinal 3 de tempestade tropical poderá ser emitido a partir das 18h

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) deverão emitir o sinal 3 de tempestade tropical entre as 18h e as 21h de hoje, aponta uma nota. Em relação à emissão do sinal 8 de tempestade, poderá ocorrer entre a madrugada e a manhã desta terça-feira, dia 13, embora a possibilidade seja “relativamente baixa a moderada”.

Os SMG informam ainda que a depressão tropical localizada na parte nordeste do mar do sul da China vai intensificar-se e continuar a mover-se para oés-noroeste em direcção à Ilha Hainan. Quanto ao tempo, “entre hoje à noite e o dia 14 vai ser instável, havendo aguaceiros e ventos fortes”.

Prevê-se a ocorrência de inundações nas zonas baixas do Porto Interior esta terça-feira de manhã devido à influência do “Storm Surge” e ocorrência de aguaceiros fortes. A altura de inundação prevista é cerca de 0,4 metros.

12 Out 2020

Içado sinal 1 de tempestade tropical

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau (SMG) emitiram ontem um alerta de tempestade tropical. As autoridades de Macau indicaram que o sinal número 1 foi emitido “às 22:00”, quando a depressão tropical estava “a cerca de 770 quilómetros” a sudeste de Macau, indicaram, em comunicado.

A depressão tropical “está a intensificar-se gradualmente e vai continuar a mover-se para oeste” em direção a Hainão, a sul da China, acrescentou a mesma nota. Os SMG referiram ainda existir uma “probabilidade relativamente alta” de emitirem o sinal número 3, na segunda-feira à noite.

Para este ano, as autoridades de Macau disseram prever quatro a seis tempestades tropicais no território em 2020, algumas delas podendo mesmo “atingir o nível de tufão severo ou super tufão”.

11 Out 2020

APEP | Lista única renova mandato com 24 votos a favor

Filipe Regêncio Figueiredo foi reeleito presidente da Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau na última quinta-feira por mais dois anos. As prioridades são o ensino do mandarim e comunicação mais uniforme entre a direcção e a comunidade educativa. Na assembleia-geral, pais revelaram descontentamento com os novos horários

 

[dropcap]A[/dropcap] lista única candidata à direcção da Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau (APEPM) foi reeleita na quinta-feira com 24 votos e duas abstenções, num universo de 125 votantes inscritos. Ao HM, Filipe Regêncio Figueiredo, que continua presidente, revelou que uma das prioridades da APEP é tentar melhorar o ensino do mandarim na EPM.

“Queremos ver o que é possível fazer para melhorar a aprendizagem da língua. Os pais, em geral, notam pouca evolução. Na assembleia-geral vários pais portugueses disseram não entender como é que não há evolução, enquanto que pais estrangeiros questionaram o método de ensino.”

A APEP pretende também contribuir para melhorar a “comunicação da escola com os pais e a comunidade educativa no geral”.

Na assembleia-geral de quinta-feira, onde esteve presente a direcção da EPM e 30 encarregados de educação, a questão dos horários deste ano lectivo foi a mais abordada. “Foi questionada a razão pela qual deixaram de existir tardes livres e porque é que não há um horário em que os alunos entram todos os dias à mesma hora.”

Da parte da direcção da EPM, presidida por Manuel Machado, ficou a garantia de que estão a ser cumpridas as recomendações da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), no sentido de haver 70 minutos de actividades lectivas no período da manhã e da tarde, razão para não existirem tardes livres.

No entanto, relata Filipe Regêncio Figueiredo, um dos pais terá questionado quais seriam as actividades lectivas, alegando que poderiam ser extra-curriculares. No entanto, a direcção da EPM frisou que têm de ser dadas aulas e não outro tipo de actividades.

NetGiae a funcionar

Na assembleia-geral foi também perguntado sobre o ataque informático à plataforma NetGiae, embora “se tenha dado prioridade a outras questões”. O presidente reeleito da APEP disse ao HM que a plataforma já está a ser usada por professores. “Segundo a direcção [da escola], os pais e alunos vão começar a ter acesso ao NetGiae já esta semana, em princípio.”

Quanto aos problemas levantados com o ensino à distância durante o período de confinamento, Filipe Regêncio Figueiredo diz que a EPM tem um plano de contingência caso surjam situações semelhantes.

“Nesse momento, esse plano vai ser analisado pela APEP. Pensamos que neste aspecto as coisas possam funcionar melhor, e que haja uma uniformização dos procedimentos dos professores.”
Apesar de ter sido reeleito, Filipe Regêncio Figueiredo confessou que gostaria de “surgissem outras listas” candidatas à direcção da APEP. “Gostava também que houvesse mais participação dos pais”, rematou.

11 Out 2020

Semana Dourada | Pouca gente e quartos a preço de saldo

A primeira ‘onda’ de turistas desde o início da pandemia trouxe pouco mais de 156.300 pessoas a Macau durante os feriados da Semana Dourada, muito longe dos 985 mil visitantes registados em 2019. Apesar do preço médio por quarto ter caído 30%, a taxa média de ocupação sofreu uma redução superior a 50%

 

[dropcap]A[/dropcap]pesar de não ser esperada a habitual enxurrada de turistas, que todos os anos acorrem a Macau para aproveitar a Semana Dourada, o sector do turismo depositava algumas esperanças num dos períodos tradicionalmente de maior intensidade de negócios.

Entre 1 e 8 de Outubro entraram em Macau 156.300 visitantes, número que contrasta naturalmente com as 974.337 entradas verificadas no mesmo período de 2019, correspondendo a um decréscimo de 86 por cento.

Em média, não chegaram a entrar 20 mil pessoas por dia, que estavam obrigadas a apresentar teste negativo para a covid-19, de acordo com os dados divulgados no sábado pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

Nos oito dias da Semana Dourada, os 19.538 visitantes diários traduziram-se numa queda de 86 por cento de turistas em relação a igual período de 2019. Deste universo, apenas 13 vieram do mercado internacional, ou seja, fora da China, Hong Kong ou Taiwan.

A abertura dos vistos individuais e de grupo a toda a China continental, a partir de 23 de Setembro, trouxe alguma esperança às autoridades de Macau que este período marcasse o arranque da revitalização turística do território.

O Executivo de Ho Iat Seng apostou na antecipação do Festival de Luz para coincidir com este período, tornando-o no primeiro grande evento a ser organizado após o início da pandemia e lançou-se nos preparativos para o Grande Prémio de Macau.

Contudo, os resultados continuam muito longe dos registados em 2019, quando o território foi visitado por quase 40 milhões de pessoas.

Ofertas e pechinchas

Importa recordar que a DST lançou diversas campanhas de publicidade, como a Semana de Macau em Pequim e os milhões de patacas em cupões oferecidos pela Trip.com.

Ainda assim, os esforços do Governo não impediram os fracos resultados dos hotéis. Este ano, a taxa média de ocupação hoteleira durante a Semana Dourada foi de 43,6 por cento, número que representou uma descida de 50,4 pontos percentuais em comparação com o mesmo período no ano passado.

Olhando para as diferenças entre segmentos de oferta hoteleira, os hotéis de cinco estrelas tiveram ocupação média de 43,2 por cento, menos 52 por cento que na Semana Dourada do ano passado. Os estabelecimentos de quatro estrelas registaram ocupação de 45,2 por cento, reflectindo 47,4 por cento de quebra.

Além da ocupação a meio-gás, também o custo da estadia caiu. De acordo com a DST, o preço médio por quarto nos hotéis e pensões de Macau foi de cerca de 1.290,5 patacas, uma descida de 30,0 por cento face à Semana Dourada do ano passado.

Nos hotéis de cinco estrelas, o preço médio do quarto fixou-se em 1.634 patacas, menos 26,9 por cento, enquanto que nos hotéis de quatro estrelas cerca de 605,2 patacas, menos 49,4 por cento. Macau dispõe de 42.441 quartos de hotéis e pensões em actividade.

11 Out 2020

Empresas públicas | Sulu Sou quer detalhes sobre remunerações

Sulu Sou quer que o Governo crie novas orientações para que sejam divulgadas informações sobre os quadros superiores das empresas de capitais públicos. O objectivo passa por garantir a transparência e a utilização eficiente do erário público

 

[dropcap]S[/dropcap]ulu Sou considera não fazer sentido que as informações de remuneração dos quadros superiores das empresas de capitais públicos sejam confidenciais, ao abrigo da lei da protecção de dados pessoais. Através de uma interpelação escrita, o deputado pede, por isso, que, tal como acontece com os deputados e representantes do Executivo, o Governo torne pública a informação sobre as remunerações dos membros da Assembleia Geral, Conselho de Administração, Comissão Executiva e do Conselho Fiscal das empresas com participação pública.

“As remunerações auferidas pelos membros das estruturas orgânicas das empresas de capitais públicos, ao contrário das empresas privadas, provêm, em parte, do erário público e não devem cair no âmbito da chamada privacidade pessoal”, pode ler-se na interpelação escrita.

Reforçando mesmo tratar-se de um “mistério” cujo fim iria “evitar situações de remunerações excessivas”, Sulu Sou questiona se o Governo irá exigir que, no futuro, estas empresas divulguem informações sobre os salários, sobretudo, dos quadros superiores.

Lembrando que as empresas com participação pública inferior a 50 por cento estão dispensadas de apresentar informações na “Plataforma da divulgação pública de informações de empresas de capitais públicos”, por escrito, o deputado pergunta ainda se o Executivo está a ponderar produzir legislação específica, de forma a obrigar que, também as empresas com capitais públicos que não sejam controladas pelo Executivo, tenham o dever de publicar informações.

Próximos capítulos

Fazendo referência ao facto de o Governo ter retirado a participação de 15 por cento que detinha na sociedade gestora do Centro Incubador de Novas Tecnologias de Macau, S.A., anunciado por Sónia Chan na passada quarta-feira, Sulu Sou quer ainda saber, com precisão, quais os mecanismos de avaliação e análise que estão por trás desta e de futuras decisões do género.

“Em termos gerais, qual é o plano do Governo para retirar a participação, mandar encerrar ou reverter investimentos em empresas de capitais públicos? A decisão [de retirar a participação de 15 por cento] assenta em que indicadores e mecanismos de avaliação? Será possível publicar a análise custo-benefício, a fim de permitir ao público fiscalizar o uso racional do erário público?”

Recorde-se que na semana passada, Sónia Chan afirmou também que as empresas que o Governo vier a considerar que não justificam o investimento público, “podem encerrar ou as suas funções serem transferidas para outros serviços”.

11 Out 2020

Junkets | James Packer questionado sobre ligações com Macau e tríades

O australiano James Packer “esqueceu-se” de Kai Si Wai, junket que salvou o casino Altira e que nos anos 90 foi alegadamente o principal inimigo do Dente Partido, durante a Guerra das Seitas. Porém, admitiu conhecer Alvin Chau, que está actualmente proibido de entrar na Austrália

 

[dropcap]F[/dropcap]oi em 2007 que a concessionária Melco Crown fez um acordo com Kai Si Wai, histórico junket de Macau, e mudou os destinos do casino Altira. Após uma aposta falhada no mercado de massas, Kai Si Wai, que já nos anos 80 tinha criado com Stanley Ho o sistema de junkets, trouxe o seu conhecimento e contactos VIP e fez do Altira um casino lucrativo. A parceria entre Lawrence Ho, proprietário da Melco, e James Packer, maior accionista da Crown, entrava assim numa época dourada.

No entanto, em declarações na comissão de inquérito que está a avaliar a idoneidade da Crown para abrir um casino em Sidney, o milionário afirmou não se recordar de Kai Si Wai. “Não me recordo”, respondeu, quando questionado se conhecia Kai, também conhecido como Ng Man Sun ou Ng Wai.

Além de junket, Kai Si Wai foi uma das pessoas mais mediáticas em Macau, principalmente nos anos 90, quando alegadamente se envolveu numa luta com o Won Kuok Koi, líder da 14 quilates, que terá dado origem à Guerra das Seitas. Kai Si Wai foi ainda o proprietário do Casino Greek Mythology, que liderou até este ser encerrado pela Direcção de Serviços de Turismo.

Apesar do esquecimento, James Packer admitiu que desde 2012 tinha como objectivo importar o modelo junket para a Austrália: “O segmento VIP de Macau era tão grande, que se conseguíssemos trazer uma fracção mínima para a Austrália seria um grande ganho”, confessou, segundo declarações citadas pelo The Sydney Morning Herald.

Já quando confrontado sobre os métodos utilizados pelos junkets e os riscos ao nível do branqueamento de capitais, Packer disse não se lembrar se tinha ponderado esse assunto, quando apostou no mercado VIP e nos jogadores vindos da China.

Com Alvin Chau

Ao contrário de Kai Si Wai, James Packer não se esqueceu de Alvin Chau, proprietário da Sunctiy e ex-delfim de Won Kuok Koi. O australiano confirmou mesmo a existência de um encontro com Alvin em 2015, para discutir a criação de uma nova relação de trabalho, justificada por a Suncity ser o principal junket de Macau.

A Suncity é o junket mais mediático na Austrália, depois de Alvin Chau ter sido proibido de entrar na ex-colónia britânica. Na base da decisão esteve o facto de as autoridades acreditarem que a Suncity poderia estar envolvida no branqueamento de capitais. Outra empresa que Packer afirmou não se lembrar, foi a Meg-Star, junket com uma sala de jogo no andar 29.º do casino Crown Melbourne.

Apesar de todas estas conexões, o australiano recusou ter uma ligação “íntima” com estas empresas de Macau. “Acho que me encontrei com dois, ou talvez três, junkets na minha vida. Não tenho nem nunca tive relações íntimas com agentes ou empresas junkets. E nunca tive nada a ver com a gestão e operação dessas relações”, esclareceu à comissão.

Por outro lado, o milionário considerou que apesar de poder haver um risco sobre as ligações entre os junkets e as tríades locais, nunca passaram de boatos. “O meu entendimento sobre as ligações entre os junkets e o crime organizado é que são apenas rumores”, garantiu.

9 Out 2020