Imobiliário | Promotores de Hong Kong viram-se para “pechinchas” de Macau

Os pequenos promotores imobiliários de Hong Kong estão a virar-se para Macau devido aos preços mais baixos e à menor competição no sector, segundo o South China Morning Post. Os riscos de investimento também são menores, apontam

 

[dropcap]O[/dropcap]s elevados preços praticados no mercado imobiliário de Hong Kong estão a levar pequenos promotores imobiliários da região vizinha a procurar opções em Macau, onde os terrenos são mais baratos e há menos competição dada a pouca presença de promotores imobiliários internacionais, noticiou ontem o South China Morning Post (SCMP).

A Telok Real Estates Partners construiu oito empreendimentos residenciais em Macau desde 2006 e Philip Pang, partner da empresa, disse que, nesta fase, há um maior foco na construção de empreendimentos residenciais em regime de co-living ou hostels. A Telok tem, neste momento, três projectos em andamento no valor de 100 milhões de dólares americanos.

“Os terrenos em Hong Kong podem facilmente custar 10 mil milhões de dólares de Hong Kong, o que dá pouco espaço para os pequenos promotores, como nós, crescerem. Devido à fragmentação do mercado, podemos adquirir terrenos através de parcerias com proprietários para reduzir os riscos e os custos envolvidos. É difícil fazer isso em Hong Kong, onde o mercado imobiliário está dominado pelos grandes promotores. A competição [em Macau] também não é tão feroz – menos de cinco promotores de Hong Kong estão activos em Macau”, disse Philip Pang.

Aposta no One Oasis

O SCMP ouviu também o testemunho da Arch Capital Management, um fundo imobiliário privado que tem investimentos no empreendimento One Oasis, em Seac Pai Van, graças a uma parceria com locais. “O empreendimento tem 4,500 fracções em 20 torres residenciais. Seria impossível para termos um projecto desta dimensão em Hong Kong”, explicou Richard Yue, responsável executivo e de investimentos da empresa.

Richard Yue adiantou ao SCMP que “o investimento tem menos riscos em Macau”, além de que os custos relacionados com o terreno representam entre 40 a 50 por cento do investimento, comparando com 70 por cento em Hong Kong.

As vendas de apartamentos no One Oasis baixaram desde o início da pandemia da covid-19, mas restam apenas algumas centenas de casas por venda. Os preços mantêm-se inalterados, sendo que uma casa neste empreendimento pode custar entre 10 a 12 mil patacas por pé quadrado.

A Arch Capital pretende investir mais em Macau, apesar do território sofrer com a falta de novos terrenos, uma vez que, nos últimos cinco anos, o Governo não disponibilizou espaços para concessão ou venda, disse Richard Yue.

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