Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Associações dizem que abertura é necessária para Macau Associações profissionais de Macau ouvidas pelas Lusa vêem com bons olhos o cancelamento das restrições anti-covid no território e preparam-se para um “futuro mais brilhante”. Macau, que à semelhança do interior da China seguia a política ‘zero covid’, apostando em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas, anunciou recentemente o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, após quase três anos das rigorosas restrições. A abertura “é um sinal muito bom”, começou por dizer à Lusa o presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau. “Mas ainda temos de esperar e observar a situação da pandemia e do vírus”, ressalvou Chan Chak Mo, acreditando que, “em algumas semanas, já terá tudo passado”. “Por isso, penso que é importante para nós estarmos preparados para a chegada dos visitantes, especialmente durante o Ano Novo Chinês”, disse. Pelo menos um sexto da população local, perto de 110 mil pessoas, e um quarto do pessoal de saúde estava infectado com covid-19 na sexta-feira, de acordo com declarações da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, que estimou recentemente que, com o actual surto de covid-19, “a população infectada possa chegar a ser entre 50 por cento a 80 por cento”. Para Chan Chak Mo, o cancelamento das restrições era inevitável, já que diz respeito a “uma política nacional” que Macau “segue à risca”. “Acho que não poderíamos agir de outra forma”, salientou. “Pode ser um pouco duro entretanto, mas vamos ultrapassar (…) É um curto período que temos de suportar para um futuro melhor e mais brilhante para toda a economia”, disse o responsável, referindo que, também no interior na China se está “a sofrer bastante”. Em perda Também a presidente da Associação Novo Macau pelos Direitos dos Trabalhadores de Jogo admite ser “muito a favor” da decisão do Governo de Ho Iat Seng. “Enquanto cidade turística”, referiu Cloee Chao, Macau tem vivido “num estado de confusão nos últimos três anos”. “Incluindo eu que, enquanto trabalhadora de um casino, apesar de ter mantido o meu emprego nos últimos anos, muitas vezes fomos forçados a aceitar licenças sem vencimento devido à política anti-pandémica, e cortes nos nossos salários”, explicou. Desde o início da pandemia, as operadoras de jogo em Macau têm acumulado prejuízos sem precedentes devido à queda do número de visitantes, sobretudo da China, e, nestes quase três anos de restrições anti-covid, o sector do jogo (lotarias e outros jogos de aposta) perdeu 21.100 trabalhadores, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos. “No meu local de trabalho dizíamos a brincar que, antes da abertura, não tínhamos clientes e depois da abertura não temos colegas”, salientou Cloee Chao, referindo, porém, que este momento em Macau faz parte de “um processo” para a região voltar à normalidade. Sistema sobrecarregado Desde que teve início o mais recente surto, o número de consultas médicas no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), o hospital público de Macau, aumentou quatro vezes, de acordo com um comunicado divulgado na segunda-feira pelas autoridades de Saúde locais. As urgências do CHCSJ recebem 400 ambulâncias por dia, “quatro vezes mais do que antes da epidemia”, referiu ainda a nota do Governo, realçando que, “actualmente [no início da semana], mais de 30 por cento do pessoal do hospital está infectado”, sendo que “os recursos humanos são relativamente insuficientes”. O rápido aumento dos casos de covid-19, nos últimos dias, levou, além disso muitas instituições, empresas e espaços comerciais a suspender ou a reduzir a actividade. O sistema de saúde está “um pouco sobrecarregado” e o Governo não esperava que a doença “se espalhasse tão rápido”, apontou Cloee Chao que, “depois de tudo”, espera que Macau volte a “integrar-se no mundo”. “A indústria do jogo é a indústria principal em Macau, e vemos que Singapura, Malásia e outros lugares com casinos já abriram há algum tempo e que os clientes que vinham originalmente para Macau foram para esses sítios. Esperamos trazer de volta esses clientes”, concluiu.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Cuidados hospitalares reajustados para aumentar camas Com as urgências a rebentar pelas costuras face ao volume de infecções, foram suspensos serviços médicos não urgentes ou não essenciais para dar prioridade ao tratamento de doentes com covid-19. As enfermarias do São Januário contam agora com 300 camas. Um responsável das urgências sublinha que as chances de reinfecção são muito baixas entre três a seis meses depois da recuperação Com as mortes relacionadas com covid-19 a chegar às 32, ontem foram declaradas mais duas mortes, duas mulheres de 91 e 94 anos, sem vacina, e depois de na terça-feira à noite ter sido anunciado o maior número de óbitos de pessoas infectadas (sete), e com as urgências hospitalares à beira do colapso, os Serviços de Saúde anunciaram a reorganização de recursos de forma a dar prioridade ao tratamento de doentes com covid-19. “O número de doentes com necessidade de internamento continua a aumentar, daí que os Serviços de Saúde (SSM) procederam de forma uniformizada, à mobilização dos profissionais de saúde, de modo a melhorar a assistência médica aos infectados pelo novo tipo de coronavírus”, anunciaram as autoridades, sublinhando que a optimização gradual tem como objectivo aliviar as necessidades de internamento. No Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) foram criadas mais enfermarias de isolamento, através da junção de alguns serviços com menor taxa de ocupação de doentes internados. A medida permitiu aumentar para 300 as camas de isolamento no hospital público, e para 700 no cômputo geral. Também foi ajustado o tempo de internamento de doentes que apresentam quadro clínico estável no hospital e o reencaminhamento para Centro de Tratamento Comunitário no Dome ou hotéis de tratamento em isolamento. Desta forma, as autoridades aumentaram o número de camas para casos mais graves. Só na terça-feira, mais de 80 doentes tiveram alta hospitalar ou foram transferidos do CHCSJ. Além disso, foi suspensa a vacinação no hospital público e o espaço de consulta externa de 24 horas foi transformado numa “área de transição dos doentes da urgência, onde estão disponíveis 40 camas provisórias”. Mão para a obra Em relação à afectação de pessoal e instalações, os SSM suspenderam “serviços médicos não urgentes ou não essenciais”, e alocaram “recursos médicos para dar prioridade ao salvamento de doentes com covid-19”. Cerca de 80 médicos especialistas de diversos serviços clínicos foram organizados para coordenar enfermarias de isolamento, enquanto que perto de 60 médicos residentes e médicos dos centros de saúde foram enviados para os Serviços de Urgência e o Centro de Tratamento Comunitário. Os SSM dão conta ainda da contratação temporária de 13 enfermeiros aposentados, 38 médicos do internato e 23 enfermeiros estagiários para prestar apoio ao Serviço de Urgência e no Centro de Tratamento Comunitário no Dome. Importa também salientar que 86 alunos do Instituto de Enfermagem Kiang Wu reforçaram o sistema de saúde local. Recobro e prudência Ontem, no programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, o director substituto do Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Chang Tam Fei, apaziguou as preocupações de ouvintes que temiam voltar a ser infectados com covid-19. Chang Tam Fei afirmou que as probabilidades de reinfecção no período entre três e seis meses depois da recuperação são muito baixas, em especial para indivíduos com sistemas imunológicos fortes. Porém, o responsável sublinhou que pessoas com sistemas imunológicos mais debilitados devem tomar precauções uma vez que têm mais chances de voltar a apanhar covid-19. Luís Gomes, do Departamento do Ensino Não Superior da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) também participou no programa radiofónico e salientou o aumento dos postos de consultas externas comunitários para um total de 17. Desde o dia de Natal, cerca de 3.000 pessoas recorreram às tendas estabelecidas nos bairros da região para procurar tratamento médico e fármacos. No dia mais movimentado dos últimos três, Luís Gomes revela que mais de 3.800 pessoas recorreram aos postos comunitários, onde também se disponibiliza apoio a quem não consegue marcar uma consulta médica. Fármacos | Associações contra corrida a medicamentos A Associação Chinesa dos Profissionais de Medicina de Macau e a Sociedade Farmacêutica de Macau apelaram à população para que evite a corrida a marcas específicas de medicamentos antifebris. O apelo foi feito através do jornal Ou Mun, depois de se ter verificado uma elevada procura por algumas marcas como Panadol. Segundo o comunicado das associações, Paracetamol e Ibuprofen são as substâncias activas mais populares para tratar de febres, por isso, desde que sejam utilizadas nos medicamentos que se pretende comprar, o nome da marca não tem relevância. No caso de comprarem comprimidos à base de Paracetamol e Ibuprofen e ainda assim terem dúvidas, as associações sugerem aos cidadãos que consultem as opiniões de médicos ou farmacêuticos. FSS | Pandemia prolonga prazo de pagamento Devido ao impacto da onda de infecções de covid-19, o Fundo de Segurança Social (FSS) prolongou o prazo para o pagamento de várias obrigações para 28 de Fevereiro de 2023. Segundo a nota de imprensa do FSS, os pagamentos que podem ser atrasados implicam as contribuições dos trabalhadores permanentes do quarto trimestre de 2022, a taxa de contratação de trabalhadores não residentes, as contribuições de trabalhadores eventuais, bem como as contribuições do quarto trimestre de 2022 do regime facultativo. Face ao elevado número de casos de covid-19, o FSS deixou ainda um apelo para se reduzir a aglomeração nos serviços. “O FSS apela aos residentes para utilizarem mais os meios electrónicos para consultar, requerer e tratar dos serviços do FSS, de modo a reduzir a aglomeração de pessoas”, pode ler-se na nota de imprensa. Autocarros | Pedida compreensão face a escassez Wong Man Pan, Membro do Conselho Consultivo do Trânsito, pediu comprensão aos residentes face ao surto de covid-19 que afecta todo o território, e que por isso também os autocarros estão a viajar com menor frequência. Em causa, está o elevado número de infectados entre os motoristas das empresas de transportes. De acordo com o jornal do Cidadão, Wong Man Pan sugeriu ainda que as empresas de autocarros evitem algumas paragens para que se mantenham todos os percursos essenciais. Ao mesmo tempo, Wong defendeu ainda o reforço dos trabalhos de desinfecção no interior dos autocarros para garantir a saúde de motoristas e passageiros.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China passará a divulgar mortes e casos graves semanalmente e depois mensalmente O Mecanismo Conjunto de Prevenção e Controlo do Conselho de Estado do executivo chinês declarou na terça-feira que as mortes e casos graves de covid-19 no país serão divulgados semanalmente e, posteriormente, mensalmente, informaram hoje os meios de comunicação locais. A Comissão Nacional de Saúde já havia anunciado na segunda-feira que, a partir de 08 de janeiro, a covid-19 deixará de ser uma doença de categoria A – o nível de perigo máximo e para a sua contenção são necessárias as medidas mais severas – para passar a ser de categoria B, que contempla um controlo mais frouxo, marcando assim o fim da política “covid zero” que vigorava há quase três anos. Após essa data, as informações sobre óbitos e casos graves devido à doença passarão a ser semanais e, “na sequência da evolução da pandemia”, passarão a ser “mensais”, referiu o Mecanismo Conjunto, que não deu mais detalhes sobre o assunto. Da mesma forma, as autoridades não vão notificar o número de contactos próximos dos infectados com covid-19 e nem vão distinguir entre casos locais e importados, ao contrário do que indicavam os relatórios diários publicados desde o início da pandemia. Além disso, o fim da obrigatoriedade de realização de testes de PCR de rotina para a maior parte da população resultou numa deteção de casos significativamente menor do que a propagação real do vírus, além disso, as pessoas assintomáticas e os com sintomas leves já podem fazer a quarentena nas suas casas. A rápida propagação do vírus em todo o país lançou dúvidas sobre a confiabilidade dos números oficiais, que relataram apenas um punhado de mortes pela doença, embora, por exemplo, a província de Zhejiang (leste) estimou recentemente que um milhão de seus habitantes estava a ser infectados todos os dias. Segundo um especialista citado pela imprensa do Estado, as mortes causadas por doenças subjacentes em pacientes que foram infetados pelo novo coronavírus não são contabilizadas como mortes pela covid-19. Hospitais de grandes cidades como Pequim têm sofrido grande pressão e dificuldades para atender a todos os pacientes, segundo depoimentos recolhidos nas redes sociais do país. Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou-se “muito preocupada” com a evolução da covid-19 na China e exigiu “mais informação”, ao que o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês respondeu que Pequim tem partilhado os seus dados “de forma aberta, pontual e transparente” desde o início da pandemia. O Governo chinês assegurou no início deste mês que estavam reunidas as “condições” para que o país ajustasse a sua restrita política de “covid zero” face a uma “nova situação” em que o vírus provoca menos mortes. A imprensa oficial também começou há algumas semanas a minimizar o risco da variante Ômicron por meio de inúmeros artigos e entrevistas com especialistas, uma mudança de argumentos que foi acompanhada do relaxamento de algumas das restrições mais severas. As mudanças surgiram após os fortes protestos da população em vários pontos do país, após a morte de dez pessoas num prédio aparentemente confinado em Urumqi (noroeste), demonstrando o cansaço das pessoas com as medidas severas impostas pelo Governo chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia testa hospitais para possível nova onda de covid-19 A Índia realizou ontem simulacros nos hospitais relacionados com a covid-19 para testar a sua capacidade de resposta no caso de surgir uma nova onda de infecções, quando as autoridades de saúde alertam para um possível aumento de contaminações pelo SARS-CoV-2 nos próximos dias. “Estamos a realizar simulacros em hospitais de todo o país que trataram pacientes com a covid-19, para que todas as instituições de saúde estejam preparadas caso os casos aumentem”, disse ontem o ministro da Saúde indiano, Manshukh Mandaviya, aos jornalistas à entrada do Hospital Safdarjung, em Nova Deli. “É crítico porque os casos de covid-19 devem aumentar nos próximos dias”, acrescentou. Durante o teste, as autoridades de saúde avaliaram de perto os recursos dos hospitais, como a disponibilidade de ventiladores ou oxigénio medicinal, ou ainda a existência de um número suficiente de camas para atender os doentes no caso de ocorrer um aumento de casos da doença. Com isso, pretendem evitar que se repitam as dramáticas imagens de hospitais e crematórios saturados que se verificaram durante a segunda vaga da covid-19 que afectou o país em 2021 e que atingiu o seu pico em meados de Maio, quando se registaram mais de 400 mil infecções e 4.000 mortes por dia como resultado de um sistema de saúde saturado. Apesar do facto de as infecções pelo SARS-CoV-2 no país serem agora muito menores, à volta de 200 infecções diárias nas últimas semanas, o aumento alarmante de casos experimentados por outros países, incluindo a vizinha China, levou o Governo indiano a tomar medidas extremas de precaução para evitar a entrada e propagação do vírus no seu território. “Visto o surto da covid-19 [em todo o mundo], o primeiro-ministro [indiano, Narendra Modi] pediu que continuássemos vigilantes e preparados para que a doença não se espalhasse na Índia ou os casos aumentassem”, explicou Mandaviya. Nesse sentido, as autoridades do estado de Karnataka, no sul, impuseram esta semana o uso de máscaras em espaços fechados, como teatros e cinemas, e proibiram que todas as festas para comemorar o fim de ano durem além da 01:00. Lição estudada A nível nacional, a Índia reintroduziu na semana passada verificações aleatórias nos aeroportos a 2 por cento dos viajantes internacionais que entram no país, anunciando que realizariam um PCR obrigatório em todos os passageiros provenientes da China, Japão, Coreia do Sul, Hong Kong e Tailândia, todos territórios com maior incidência do vírus, à chegada. Além disso, o Governo pediu em carta dirigida a todos os estados que enviem “amostras de todos os casos positivos” aos laboratórios de sequenciação do genoma para rastrear as mutações do vírus e impedir a entrada de novas variantes. A Índia foi um dos países mais afectados durante a pandemia, contabilizando mais de 44 milhões de casos desde o início da emergência sanitária e mais de 530.000 mortes oficiais, apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimar que o número de mortes neste país pode chegar a 4,7 milhões de pessoas.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesMelhores dias virão Com as alterações das medidas de prevenção, Macau ajustou a sua política de entradas e saídas do território diversas vezes. O número de turistas aumentou significativamente e as actividades económicas que tinham estado paradas voltaram a reanimar. À medida que o frio atinge a cidade, os termómetros descem e as iluminações enchem as ruas de uma atmosfera natalícia. A parte negativa é a alta taxa de transmissibilidade do vírus, pelo que os residentes têm sido infectados em cadeia e, actualmente, vêem-se mais turistas nas ruas do que habitantes de Macau. Se pensarmos no ambiente que se costuma viver nesta época, o cenário este ano é mais triste. As pessoas infectadas têm de ficar em casa e precisam de tratamento e de medicamentos. É lamentável que não consigam comprar antipiréticos e analgésicos nas farmácias. O motivo da falta de medicamentos é simples. Actualmente grande parte dos habitantes de Macau está a combater o vírus e todos precisam de antipiréticos e de analgésicos. Com a corrida às farmácias para comprar estes medicamentos, a procura disparou num curto período de tempo e o stock esgotou. O grande número de pessoas infectadas perturbou grandemente o funcionamento deste mercado. Também as grandes cadeias de supermercados e os bancos foram forçados a encerrar algumas filiais e os diversos pequenos comércios fecharam as portas. Temos padarias fechadas porque os trabalhadores estão infectados e, as outras que estão abertas têm longas filas de clientes à porta à espera de ser atendidos. Pode ver-se que o surto epidémico afectou profundamente todos os sectores da sociedade. O vírus também perturbou a administração dos edifícios. Vários trabalhadores desta área estão infectados e não existe ninguém para recolher o lixo; se esta situação se mantiver, pode causar facilmente problemas sanitários. Neste momento, Macau está a enfrentar um grande surto de coronavírus, para além disso o Inverno é a estação das gripes. Se o lixo não for recolhido rapidamente, vai certamente fazer piorar a situação e constituir mais uma ameaça para a saúde dos residentes. Embora esta variante do vírus seja muito contagiosa, é também muito pouco letal. A grande maioria das pessoas infectadas recupera em pouco tempo, no entanto, como podemos lidar com a situação a curto prazo? Que medidas devemos adoptar para solucionar os problemas? As pessoas infectadas precisam de medicamentos e de cuidados médicos. Há algum tempo, o Governo distribuiu kits de combate à epidemia que continham antipiréticos, máscaras e testes rápidos. Estes kits não só podiam prevenir as infecções, como também forneciam medicamentos destinados ao tratamento inicial de pessoas infectadas. No presente momento, em que lidamos com a falta de analgésicos e de antipiréticos, seria bom que o Governo continuasse a distribuir estes kits para aliviar o problema decorrente da ruptura de stock nas farmácias. Se após o tratamento inicial, quem está infectado não melhorar, o ideal é dirigir-se ao hospital para receber tratamento. No entanto, devido ao grande número de pessoas infectadas, os hospitais estão cheios. A corrida aos hospitais vai aumentar assim como a hipótese de se contrair outros vírus e aumentar a pressão no sistema de saúde, pelo que se poderá considerar o recurso a serviços médicos online. Os serviços médicos online são fornecidos na Internet. Os doentes fazem uma vídeo chamada com os médicos para serem diagnosticados e receberem tratamento. Neste caso, como as pessoas não estão nos hospitais, esta forma de tratamento tem limitações. A forma de o melhorar é uma questão de ordem médica. Os médicos e os outros profissionais de saúde irão resolvê-lo em conjunto, mas é certo que com este método as pessoas infectadas podem ser tratadas, reduzindo a possibilidade de os profissionais de saúde serem infectados e, acima de tudo, reduzindo a afluência de doentes aos hospitais, o que pode aliviar a pressão no sistema de saúde. Funcionários da administração dos edifícios estão infectados e não existe ninguém para recolher o lixo. Os problemas sanitários afectam todos os residentes. Para resolver este problema, temos de evitar a acumulação de lixo nos edifícios. As pessoas têm de andar um pouco mais e deixar o lixo no primeiro contentor que encontrarem, para que os serviços sanitários dêem continuidade aos procedimentos habituais. O vírus é altamente transmissível e muitas pessoas foram infectadas num curto período de tempo, o que afecta naturalmente a sociedade a todos os níveis. A partir do momento em que o fornecimento de medicamentos estabilizar, que o sistema de saúde deixar de colapsar e que as condições sanitárias se mantenham normalizadas, os outros problemas ir-se-ão resolvendo naturalmente, depois de as pessoas infectadas irem gradualmente recuperando. A situação em Macau irá melhorar de dia para dia. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Chineses festejam nas redes sociais fim das restrições A abolição da política de zero covid é aplaudida das mais variadas formas pela população. Pesquisas de viagens aumentaram cerca de 850 por cento em alguns sites Os chineses reagiram ontem, nas redes sociais, com entusiasmo ao fim das restrições que mantiveram o país isolado do mundo exterior desde Março de 2020, noticiou a agência France-Presse (AFP). As autoridades puseram termo à maioria das medidas contra a covid-19 sem aviso prévio a 7 de Dezembro, face à crescente exasperação pública e ao enorme impacto na economia. O último vestígio da política “zero covid”, a quarentena obrigatória para quem chega ao país oriundo do estrangeiro, vai ser abolido a partir de 8 de Janeiro, anunciou Pequim na segunda-feira à noite. “Acabou… a Primavera está a chegar”, reagiu um utilizador entusiasmado, num dos comentários mais aplaudidos no Weibo, o equivalente chinês da rede social Twitter. “Estou a preparar-me para a minha viagem ao estrangeiro”, escreveu outro utilizador, enquanto um terceiro comentou: “espero que o preço do bilhete de regresso não volte a subir”. As buscas ‘on-line’ de voos para o estrangeiro dispararam assim que o anúncio foi conhecido, de acordo com os meios de comunicação social estatais. O ‘site’ de viagens Tongcheng registou um salto de 850 por cento nas pesquisas e um aumento de dez vezes nos pedidos de visto. Por seu lado, a agência Trip.com relatou que, meia hora depois do anúncio, o volume de pesquisas de destinos fora da China continental aumentou dez vezes em relação ao ano anterior. Macau, Hong Kong, Japão, Tailândia e Coreia do Sul encontravam-se entre os destinos mais procurados. A decisão de abolir as quarentenas à chegada significa o fim da rígida política “zero covid” que durante quase três anos impôs testes generalizados, confinamentos sem aviso prévio e longas quarentenas obrigatórias nos centros que abalaram a segunda maior economia do mundo. “É um alívio”, disse o director-geral da Câmara de Comércio sino-britânica da China Tom Simpson. A medida “termina três anos de perturbação muito significativa”. No entanto, Simpson anteviu uma “recuperação gradual”, à medida que as companhias aéreas aumentam lentamente os voos e as companhias afinam as estratégias na China para 2023. O anúncio é “muito, muito bem-vindo”, disse Simpson à AFP. Surto de Inverno A partir do próximo mês, apenas um teste negativo com menos de 48 horas será necessário para entrar na China, anunciou a Comissão de Saúde do país, na segunda-feira à noite. No entanto, algumas restrições permanecem em vigor, como a manutenção da suspensão, em grande parte, da emissão de vistos turísticos e de estudantes estrangeiros. Contudo, com a maior parte das restrições sanitárias levantadas, a China está a registar um surto de covid-19. A vaga de Inverno está a acontecer a alguns dias do Ano Novo e a algumas semanas do Ano Novo Lunar, no final de Janeiro, quando milhões de pessoas vão viajar para visitar familiares, naquela que é conhecida como a maior migração humana mundial. Pequim insistiu que o país está pronto para resistir à vaga e que a população deve assumir o comando. “Precisamos que a população se proteja devidamente e continue a cooperar com medidas adequadas de prevenção e controlo” da covid, disse o epidemiologista Liang Wannian, que aconselha as autoridades sanitárias, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
João Luz Manchete SociedadeDoente gástrico morre nas urgências após um dia sem tratamento Na segunda-feira, uma ouvinte do Fórum Macau, do canal chinês da TDM, revelou um caso chocante que terá resultado na morte do seu marido. “O meu marido morreu, o seu corpo está no Centro Hospitalar Conde de São Januário”, começou desta forma o relato da residente. A mulher afirmou que devido a intensas dores de barriga, ao final da manhã de quinta-feira, dia 22 de Dezembro, ligou para a linha de emergências médicas 999. Do outro lado da linha foi informada de que devido à escassez de ambulâncias disponíveis, o tempo de espera poderia ascender às duas ou três horas e que o melhor seria ligar directamente aos bombeiros. De novo foi-lhe indicado o mesmo tempo de espera. Como o estado clínico do marido parecia agravar-se, a residente recorreu à Rádio Taxi e 15 minutos depois chegava ao Hospital São Januário, cerca do meio-dia. Passadas cinco horas de espera, foi indicado que o paciente precisava fazer análises ao sangue. Por volta das 18h, cansada após seis horas de espera, a mulher deixou o seu contacto telefónico e foi para casa, enquanto o marido aguardava os resultados das análises e subsequente tratamento. A mulher, que indicou sofrer de hipertensão arterial, ficou à espera de uma chamada que nunca chegou. No dia seguinte, ao meio-dia, ou seja, 24 horas depois da chegada do marido ao hospital público, deslocou-se ao hospital. “Entre o meio-dia de quinta-feira e as 15h do dia seguinte, o meu marido não recebeu qualquer tratamento médico, queixava-se de dores fortes e dizia que estava a morrer”, avançou a ouvinte do Fórum Macau. Depois de perguntar porque o seu marido foi deixado ao abandono durante um dia inteiro, apenas com uma colheita de sangue para análises e sem receber os resultados, uma enfermeira revelou à residente que o marido sofria de uma inflamação na zona abdominal. Dor e espera O passo seguinte foi a administração de soro ao homem, cuja idade não foi revelada. Levantando a possibilidade de desidratação, a mulher afirmou que o pessoal de enfermagem teve dificuldades em encontrar uma veia para induzir o soro ao marido. “Pouco tempo depois de estar a receber soro, fui informada de que o meu marido precisava de ser submetido a cirurgia devido a uma perfuração gastrointestinal”, indicou a ouvinte. Depois de seguir o conselho do pessoal médico para regressar a casa, por volta das 20h de sexta-feira recebeu uma chamada urgente do hospital a informar que o seu marido estava em estado crítico e a receber reanimação. Apesar da forma como o seu marido acabaria por falecer, a mulher elogiou o esforça, dedicação e simpatia do pessoal médico.
João Luz Grande Plano MancheteSaúde | Serviços de urgência em apuros, governantes elogiam redução de espera Enquanto médicos e enfermeiros se queixam de sobrecarga de recursos e condições indignas de tratamento, oficiais do Governo garantem que o sistema de triagem está a funcionar. Profissionais médicos trabalham sem folgas, 12 horas por dia, e revelam desânimo e tristeza por não conseguirem responder às necessidades mais básicas dos doentes No dia de Natal, Ho Iat Seng visitou o Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) e o Hospital Kiang Wu, acompanhado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U e pelo director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo. No hospital público, os governantes foram recebidos pelo director da instituição, Kuok Cheong U, que fez uma apresentação do mecanismo de triagem de doentes infectados com covid-19 e como se processam as consultas médicas. Desde o levantamento das restrições, o número de consultas nas Urgências do CHCSJ e a chegada de ambulâncias quadruplicaram para mais de 1200 pacientes por dia e 400 ambulâncias. Kuok Cheong U informou os governantes de que, na altura da visita, mais de 30 por cento do pessoal do hospital estava infectado com covid-19 e que os recursos humanos eram “relativamente insuficientes”. De acordo com um comunicado emitido pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus na segunda-feira à noite, o Chefe do Executivo sublinhou o agravamento da situação epidémica e o aumento contínuo do número de casos de infecção. Porém, Ho Iat Seng indicou estar “ciente do enorme volume de trabalho do pessoal médico e de enfermagem da linha de frente”, tendo agradecido “aos trabalhadores da linha de frente pelo seu trabalho inexcedível”, que se mantêm “de forma firme nos seus postos de trabalho, mesmo com um grande número de trabalhadores afectados pela epidemia, para salvar e tratar doentes”. Após a visita ao CHCSJ, Ho Iat Seng e a respectiva comitiva visitaram o Hospital Kiang Wu. Apesar dos repetidos elogios ao pessoal médico e de enfermagem, o Chefe do Executivo não falou com profissionais, depois de já terem sido publicadas missivas de pessoal da linha da frente que revelavam um cenário complicado com a redução significativa de recursos humanos, aumento de pacientes e turnos intermináveis. Durante a visita, um jornalista perguntou a Ho Iat Seng que preocupações lhe foram transmitidas por enfermeiros e médicos, ao que o Chefe do Executivo respondeu: “Estão todos muito ocupados, não achámos conveniente interromper o importante trabalho que estão a fazer. Se tiverem alguma queixa ou recomendação, podem comunicar à direcção dos Serviços de Saúde”. De acordo com o jornal All About Macau, o líder do Governo esteve 15 minutos em cada hospital. Mundos distintos Para responder à avalanche de infecções por covid-19, a direcção do CHCSJ decidiu recrutar “urgentemente enfermeiros aposentados, enfermeiros estagiários e médicos dos internatos para integrarem a equipa antiepidémica.” Além disso, a instituição procedeu à reorganização de recursos humanos, “em fase de reabilitação, para trabalhar nas áreas de infecção e nas enfermarias de isolamento”. Desta forma, o centro de contingência indicou que o mecanismo de triagem foi agilizado e tempo de espera nas Urgências reduzido. “Actualmente, o tempo médio de espera para os casos não urgentes é de cerca de duas horas”, apontam as autoridades. Porém, esta perspectiva não é partilhada por alguns profissionais. Uma das visões mais alarmantes tomou a forma de uma carta de um profissional da linha da frente, partilhada pelo deputado Ron Lam, que resultou numa interpelação escrita. “Estamos tão sobrecarregados que não conseguimos responder às mais básicas solicitações e cuidados primários dos pacientes. Não temos pessoal suficiente para mudar roupa das camas, providenciar oxigénio, comida, nem tratar das necessidades fisiológicas dos doentes”, escreveu o profissional, que não se identificou. Sem revelar em que unidade hospitalar trabalha, sublinhou a inexistência de camas nas urgências, situação que chega ao ponto de cadeiras de rodas serem as únicas alternativas para receber idosos que estão acamados em instituições de acção social há muito tempo. “Enquanto profissional médico, sinto-me profundamente envergonhado e desiludido. Mesmo a trabalhar sem descanso, não consigo assegurar que os doentes recebem tratamento médico digno. Nem consigo oferecer cuidados básicos que respondam às mais simples necessidades humanas”, partilhou Ron Lam. O profissional da equipa médica revela ainda que desde que a pandemia se generalizou, trabalha todos os dias, pelo menos 12 horas, e que apesar de os recursos humanos terem sido cortados para metade, o número de pacientes continua a aumentar. “Só vemos desespero. Estamos de coração partido, desanimados. De acordo com o director Alvis Lo, Macau ainda não atingiu o pico das infecções. É difícil de imaginar como será esse pico. Talvez os doentes tenham de ficar deitados no chão, à espera de um milagre”, pode ler-se na missiva, partilhada por Ron Lam no Facebook. Kiang Wu | Cerca de 40% de profissionais infectados Cheung Chun Wing, vice-director do hospital Kiang Wu, disse que há cerca de 40 por cento dos profissionais de saúde infectados com covid-19. Segundo o jornal Ou Mun, o responsável adiantou que, além da falta de recursos humanos, o hospital enfrenta ainda um maior número de doentes devido ao tempo frio. Cerca de 500 pacientes foram atendidos online nos dias 24 e 25 de Dezembro, o que permitiu aliviar a pressão sentida nos serviços de urgência e reduzir a possibilidade de infecções. Lares de idosos | Paul Pun apela a voluntários Os lares de idosos geridos pela Caritas registaram, nas últimas duas semanas, dez óbitos, sendo que cerca de 25 por cento dos funcionários estão infectados com covid-19, noticiou a TDM Rádio Macau. Numa publicação na rede social Facebook, Paul Pun, secretário-geral da entidade, alertou para uma maior pressão nos serviços e deixou um apelo. “Os centros geridos pela Caritas que têm à sua guarda idosos e portadores de deficiência estão a enfrentar uma maior pressão, e alguns cuidadores estão também infectados. Se amigos, sobretudo os que já estão recuperados das infecções de covid, tiverem entusiasmo em dar uma ajuda, podem voluntariar-se para se juntarem às nossas equipas. Perante esta situação difícil, espero que todos se possam ajudar mutuamente e cooperar.” Os dados de contacto para voluntariado são o 63302692 ou 66888240, para WhatsApp. O email é caritashr@caritas.org.mo IAS do pico O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus e o Instituto de Acção Social (IAS) indicaram que o pico de contágios de covid-19 pode já ter sido atingido. Um dos factores que pode levar a essa conclusão foi uma nota no centro de coordenação e contingência, divulgado na noite de Natal, sobre a corrida aos postos comunitários. “Nos últimos dois dias, o número dos utentes que se deslocaram aos postos de consulta externa comunitária para receber tratamento foi diminuído, em comparação com os dias anteriores” quando se o pico de afluência de pacientes chegou a 3,8 mil utentes. Também o IAS revelou uma “descida da quantidade dos novos casos surgidos por dia entre funcionários e utentes que residem nos equipamentos sociais”. No comunicado emitido na segunda-feira, o organismo liderado por Hon Wai refere que “o surto da covid-19 da presente fase já conheceu o seu pico” nos lares de idosos e instituições de recuperação.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Teste ou código de saúde abolidos para viajar As restrições de viagem vão sendo aliviadas à medida que o Novo Ano Lunar chinês se aproxima As autoridades de transporte da China orientaram todos os prestadores de serviços de transporte doméstico a retomar as operações regulares em resposta às medidas optimizadas de contenção da Covid-19 e aumentar o fluxo de mercadorias e passageiros, além de facilitar a retoma do trabalho e da produção. Pessoas que viajam para outras regiões por estrada já não precisam de apresentar resultado negativo do teste de ácido nucleico ou código de saúde, e não são obrigadas a fazer o teste na chegada ou registar as suas informações de saúde, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério dos Transportes da China, citado pelo Diário do Povo. O ministério pediu categoricamente a todas as áreas que suspenderam os serviços de transporte devido às medidas de controlo da epidemia que restabelecessem prontamente as operações regulares. O apoio deverá ser estendido aos operadores de transporte para incentivá-los a fornecer vários serviços, incluindo opções de transporte personalizadas e bilhetes electrónicos, segundo o aviso. O China State Railway Group, operador ferroviário nacional, confirmou que a regra do teste de ácido nucleico de 48 horas, obrigatória para passageiros de comboio até recentemente, foi suspensa juntamente com a necessidade de mostrar o código de saúde. Cabines de teste de ácido nucleico já foram removidas em muitas estações de comboios, como a Estação Ferroviária Fengtai de Pequim. O operador ferroviário nacional informou que mais serviços ferroviários serão organizados para responder às necessidades de viagem dos passageiros. As verificações de temperatura deixaram de ser necessárias para entrar nos aeroportos e os passageiros estão satisfeitos com as regras optimizadas, indica a publicação estatal. O próximo desafio Também a Administração de Aviação Civil da China elaborou um novo plano de trabalho para orientar as transportadoras domésticas na retoma dos voos. De acordo com o plano de trabalho, as companhias aéreas não podem operar mais de 9.280 voos domésticos por dia até 6 de Janeiro, a meta é retomar 70 por cento do volume diário de voos de 2019, garantindo que as companhias aéreas tenham tempo suficiente para voltar a treinar os seus funcionários. “O limite para viagens entre regiões foi removido. Se (a decisão de optimizar as regras) for efectivamente implementada, pode aumentar as viagens durante os próximos feriados do Festival da Primavera”, disse Zou Jianjun, professor do Instituto de Gerenciamento de Aviação Civil da China. No entanto, um crescimento significativo, como o aumento que se seguiu ao surto de SARS em 2003, é improvável porque as preocupações com a saúde relacionadas às viagens ainda permanecem, acrescentou. A corrida anual do Festival da Primavera, o Novo Ano Lunar chinês, começará a 7 de Janeiro e continuará até 15 de Fevereiro.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesApelo à moderação Recentemente, o Governo de Macau anunciou que a variante Ómicron tem uma alta taxa de transmissibilidade. Calcula-se que 50 a 80 por cento da população de Macau venha a ser infectada pelo vírus, mas a grande maioria terá apenas sintomas leves e recuperará facilmente. Além disso, mais de 90 por cento da população está vacinada. Estas condicionantes permitem que Macau siga as directrizes da China continental no que respeita às políticas de prevenção da epidemia. Após os ajustes à política de prevenção da epidemia, o número de pessoas que acorreu às farmácias para comprar medicamentos, como analgésicos e antipiréticos, testes rápidos e máscaras aumentou bastante. Neste período, é compreensível que as pessoas se abasteçam deste tipo de produtos para estarem preparadas para uma emergência. A semana passada, um residente de Macau ligou para uma estação de rádio, a reportar o açambarcamento deste tipo de materiais numa farmácia local. Estes produtos foram posteriormente vendidos a preços muito elevados numa plataforma online. O açambarcamento dá origem à ruptura de stock de medicamentos como analgésicos e antipirécticos. Esta situação causa sérias preocupações. Até ao momento, os residentes precisavam de seguir diferentes políticas de combate à pandemia, de acordo com a situação de cada um. Por exemplo, os funcionários públicos tinham de usar máscaras KN95 no trabalho e, simultaneamente, tinham de fazer testes rápidos diariamente. Quem entrasse num tribunal ou nas instalações do Comissariado Contra a Corrupção tinha de seguir as mesmas normas. A falha na aquisição destes materiais iria, sem dúvida, afectar grandemente a vida e o trabalho das pessoas. Além disso, se uma pessoa infectada não conseguir comprar medicamentos pode agravar a doença. O Governo tomou uma série de medidas para lidar com este problema. A primeira foi a criação do “Programa para Assegurar o Fornecimento de Testes Rápidos de Antigénio aos Residentes de Macau” que foi implementado em duas fases e, durante o qual, cada residente podia comprar cinco conjuntos de testes rápidos em cada uma delas. O segundo foi o “Plano para Garantir o Fornecimento de Máscaras”, implementado no início da pandemia e que nunca foi interrompido. A terceira medida consistiu na distribuição de kits de combate à epidemia, constituídos por antipiréticos, máscaras e auto-testes. A quarta medida referia-se à restrição da venda de produtos farmacêuticos de prevenção e combate à epidemia. A Administração Estatal de Alimentos e Medicamentos afirmou que, para além de inspeccionar as farmácias para confirmar se não existem preços inflacionados, também foram emitidas directrizes para as farmácias restringirem a venda de produtos de prevenção e combate à epidemia. As farmácias só podem vender cinco testes rápidos e uma caixa de analgésicos e outra de antipiréticos por pessoa. Além disso, a Associação de Farmácias de Macau apelou aos residentes para que não procedam ao açambarcamento destes produtos. A vida é preciosa, todos devem protegê-la. Neste período, é compreensível que as pessoas precisem de comprar produtos de prevenção e combate à epidemia. O açambarcamento deste tipo de produtos para venda com grandes lucros em plataformas online é um comportamento reprovável que prejudica grandemente toda a sociedade. Embora a Administração Estatal de Alimentos e Medicamentos tenha emitido directrizes para as farmácias no sentido de limitarem a venda de produtos de prevenção e combate à epidemia, a sua implementação é bastante difícil. Por exemplo, uma pessoa pode comprar estes materiais em várias farmácias e proceder igualmente ao açambarcamento. Para garantir que as regras venham a ser cumpridas, e para acabar com este problema, o melhor método será seguir as indicações do “Plano para Assegurar o Fornecimento de Máscaras”, que consiste no registo da informação dos clientes e em garantir que as máscaras estão sempre disponíveis e são vendidas a baixo preço. Em primeiro lugar, o farmacêutico precisa de introduzir no computador os dados de identificação do cliente, para impedir que essa pessoa faça compras repetidas noutras farmácias. Em segundo lugar, a venda de produtos de prevenção e combate à epidemia a baixo preço garante que todos tenham acesso a produtos de qualidade. Em terceiro lugar, a garantia que o Governo dará do fornecimento destes materiais pode evitar o açambarcamento, reduzir os ajuntamentos e também a propagação do vírus. Antes de implementar as medidas de restrições de aquisições destes produtos, o Governo precisa de estudar e debater em profundidade várias questões, como a alteração do sistema informático de modo a ficar em conformidade com as indicações do “Plano para Assegurar o Fornecimento de Máscaras” e para que possa ser aplicado a todos os produtos de prevenção e combate à epidemia. É preciso verificar se a actual legislação permite que o Governo implemente restrições à aquisição de produtos, ver quem deve respeitar essas restrições, os tipos e as quantidades de produtos sujeitos a restrição, o período temporal para aquisição das quantidades autorizadas, verificar se estas restrições irão interferir com o mercado livre, etc. Estas são as questões que a administração pública deve considerar em profundidade antes de dar forma a uma política que o Governo quer implementar. Na fase inicial da epidemia, o preço das máscaras subiu rapidamente porque a oferta não conseguia dar resposta à procura num período de tempo tão curto. O mesmo se verifica actualmente em relação a todos os produtos de prevenção e combate à epidemia. Com um stock que não sofreu alterações, vamos enfrentar uma procura a curto prazo muito maior e, portanto, o preço destes produtos vai certamente aumentar. Passado algum tempo, quando a oferta aumentar, os preços voltarão à normalidade e deixará de haver açambarcamento. Com base nesta dedução, acredita-se que as restrições ao consumo se irão manter apenas por algum. Como já foi mencionado, o Governo espera que 50 a 80 por cento da população venha a ser infectada pelo vírus, e como tal deve reservar uma quantidade considerável de produtos de prevenção e combate à epidemia para uso dos residentes. A compra e a importação de grandes quantidades destes produtos têm de ser melhoradas. As medidas para limitar a sua aquisição vão ajudar. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Resposta ao vírus ajuda China em recuperação “curva J” Um alto funcionário económico disse que a resposta optimizada adoptada pela China para lidar com a covid-19 deve ter um “efeito curva J” na economia, que a ajudará a ganhar forte impulso de crescimento em 2023. “Ela pode causar perturbações na economia no curto prazo, mas do ponto de vista de um ano inteiro, é uma benção”, disse Han Wenxiu, vice-director executivo do escritório do Comité Central de Assuntos Financeiros e Económicos, citado pelo Diário do Povo. Han disse que o retorno à normalidade na vida e no trabalho será acelerado no primeiro semestre de 2023 e especialmente no segundo trimestre, com o aumento da vitalidade económica desencadeada. “Temos confiança, condições e capacidade para melhorar a economia da China como um todo”, disse Han num fórum realizado após a Conferência Central de Trabalho Económico da semana passada, na qual os líderes chineses decidiram as prioridades para o trabalho do país em 2023. Segundo os observadores, com o fluxo de pessoas e a troca de bens a serem ainda mais facilitados, as novas políticas estão definidas para revitalizar gradualmente as actividades comerciais num diverso número de sectores, o que libertará um enorme potencial mercado e permitirá a expansão da produção económica. “A economia chinesa tem forte resiliência, grande potencial e vitalidade, e os fundamentos permanecem sólidos no longo prazo”, avaliou Han, acrescentando que a resposta optimizada à epidemia, juntamente com as medidas políticas existentes e novas, exercerá um grande impacto positivo na recuperação econômica. Resiste e insiste Reflectindo sobre a estratégia de resposta anterior, Han e seus colegas do escritório do Comité Central de Assuntos Financeiros e Económicos disseram à Xinhua que essas medidas rígidas de controlo eram necessárias no passado, quando a taxa de mortalidade e a proporção de casos graves permaneciam altas. Nos últimos três anos, a China resistiu às ondas da pandemia e lidou com sucesso com mais de 100 surtos em massa, protegendo efectivamente a vida e a saúde de sua população de 1,4 mil milhões de pessoas. O país conseguiu manter seus casos graves de covid-19 e as taxas de mortalidade entre as mais baixas do mundo. Mas a China nunca considerou os esforços antiepidémicos e o crescimento económico como uma questão de escolha de uma ou de outra. Em vez disso, deu ênfase à importância de coordenar as duas matérias de maneira altamente eficiente. E o objectivo foi amplamente alcançado, indica o jornal estatal. Em 2020, a China foi a primeira grande economia do mundo a registar crescimento. Nos últimos três anos, o país registou um crescimento económico médio anual de 4,5 por cento, significativamente superior à média mundial. As autoridades disseram que a transição suave não era apenas um requisito para a saúde pública, mas também para a operação económica. Face ao aumento repentino de casos de infecção, a China deve garantir que as necessidades de tratamento médico e medicamentos do público sejam atendidas, as cadeias industriais não sejam interrompidas e os preços dos medicamentos e das necessidades diárias permaneçam estáveis. A luz ao fundo do túnel pode ser vista desde que o período de transição seja bem administrado.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Teste para entrar em Macau passa para 72 horas A validade do teste de ácido nucleico para entrar em Macau passou de 24 para 72 horas. O alívio ligeiro das restrições fronteiriças foi anunciado quase em simultâneo com a notícia de mais duas mortes ligadas a infecções e do aumento diário de perto de 50 por cento dos casos confirmados Há mais de um mês que quem passa a fronteira entre Macau e Zhuhai tem de apresentar resultado negativo no teste de ácido nucleico feito em menos de 24 horas, obrigação que se tornou mais complicada de cumprir com a diminuição dos postos de testagem. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou ontem que, a partir de hoje, a validade do teste passou para 72 horas, uma medida reclamada há muito tempo por vários sectores sociais, em especial os ligados ao turismo. Além disso, as autoridades de saúde revelaram ontem que morreram no domingo mais duas pessoas infectadas com covid-19, e que foram diagnosticados 97 casos confirmados, número que representa apenas uma fracção do total de infecções no território, uma vez que o Governo deixou de anunciar os casos assintomáticos. Os 97 casos dizem respeito a doentes admitidos em tratamento médico. Em relação aos óbitos, as autoridades de saúde indicam que ambos são homens, com 56 e 63 anos e tinham um quadro clínico com várias doenças crónicas. O homem mais novo, de 56 anos, sofria de hipertensão arterial, cancro no esófago, epilepsia e era um doente cardíaco, e foi vacinado com três doses da vacina contra a covid-19. Depois de ter sido diagnosticado com covid-19 na terça-feira passada, no dia seguinte uma radiografia demonstrava uma pneumonia bilateral. Três dias depois entrou em hipotensão e no dia seguinte foi declarado o óbito. A segunda casualidade diz respeito a um homem de 63 anos, que não tomou nenhuma vacina, mas que tinha um historial médico que inclui hipertensão arterial, diabetes e tuberculose. Foi diagnosticado com covid-19 no sábado, depois de ter acusado positivo num teste rápido de antigénio, e no domingo entrou em paragem cardíaca e respiratória. Consultas e vacinas Hoje, foram acrescentados três pontos de consulta externa comunitária na antiga Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte, na Zona de Lazer do Templo Hong Kung e no Jardim de Luís de Camões. A partir de amanhã, entra em funcionamento o ponto de consulta externa na Travessa Central da Praia Grande (perto do Hotel Emperor). Desde ontem, é administrada, sem necessidade de marcação prévia, a vacina de mRNA para idosos e crianças entre 5 e 11 anos no Centro de Saúde de Seac Pai Van. O Governo indicou que o atendimento é feito de acordo com a ordem de chegada e mediante a distribuição de uma senha. O horário de funcionamento é entre as 08h30 e as 12h30 e no período da tarde entre as 14h45 e as 17h30. A partir de hoje, o Pavilhão Polidesportivo Tap Seac – Pavilhão A vai passar a ter um posto de vacinação, com as marcações prévias disponíveis hoje, oferecendo a possibilidade de escolha entre Sinopharm e mRNA. O horário de funcionamento é entre as 10h e as 18h30.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Crematórios cheios e alerta que vaga de covid-19 pode atingir zonas rurais Trabalhadores de crematórios na China expuseram ontem uma situação de sobrelotação, que os obriga a trabalhar sem descanso e mesmo doentes, devido a uma vaga sem precedentes de casos de covid-19, que deverá atingir áreas rurais em breve. O novo surto está a espalhar-se rapidamente pela China, uma semana depois de a maioria das restrições sanitárias em vigor durante quase três anos terem sido levantadas. As autoridades admitiram que era agora “impossível” contar o número de casos de contágio, e os números oficiais não mencionam quaisquer mortes relacionadas com covid desde 4 de Dezembro, mas os crematórios estão cheios. “Cremamos vinte corpos por dia, a maioria idosos. Muitas pessoas ficaram doentes recentemente”, disse à France-Presse um funcionário de um crematório em Pequim. O coronavírus não poupa o pessoal: “somos obrigados a trabalhar muito! Em 60 funcionários, mais de 10 estão positivos (para a covid), mas não temos escolha, há muito trabalho ultimamente”, acrescentou. Funcionários de duas funerárias de Pequim contactadas pela agência de notícias francesa disseram que os seus estabelecimentos estão agora a trabalhar 24 horas por dia, oferecendo serviços de cremação no mesmo dia para satisfazer a elevada procura. Outro crematório revelou que actualmente tem uma lista de espera de uma semana. Janeiro assusta O organismo chinês responsável pela luta contra a pandemia apelou ontem aos governos locais para aumentarem a vigilância e a atenção médica para as pessoas que estão já a começar a viajar para visitar as famílias nas zonas rurais, devido ao Ano Novo Chinês, em Janeiro. O evento causa a maior migração populacional do mundo todos os anos e espera-se que este ano a deslocação de pessoas seja particularmente intensa depois de as restrições às viagens interprovinciais terem sido levantadas. As indicações são para essas pessoas usarem máscara e evitarem o contacto com idosos e que as autoridades locais devem monitorizar os seus movimentos, mas não mencionam a possibilidade de isolamento ou quarentena.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Onze mortos desde o início da pandemia As autoridades anunciaram ontem a morte de mais dois doentes por covid-19, elevando para 11 o número total de óbitos causados pela doença desde o início da pandemia. As duas mulheres, uma de 36 anos e outra de 86, sofriam de várias doenças, não estavam vacinadas contra a covid-19 e morreram no sábado, de acordo com um comunicado do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. O organismo voltou a apelar para a vacinação e para o reforço das primeiras doses, dado que a vacina contra a covid-19 pode “reduzir efectivamente o risco de infecção, doença grave ou morte”. Nesta semana, o Governo anunciou o alívio da política chinesa de ‘zero covid”, em vigor durante quase três anos, estimando que a população infectada possa chegar aos 80 por cento. No território foram contabilizadas 11 mortes e mais de 1.400 casos, desde o início da pandemia, em 11 de Março de 2020. Na sexta-feira e tal como na China, as autoridades indicaram que vão deixar de apresentar dados relativos aos casos assintomáticos. O Governo começou também a distribuir gratuitamente kits anti-pandémicos à população, com anti-piréticos, medicamentos da Medicina Tradicional Chinesa, testes rápidos de antigénio e máscaras KN95.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Intensificada protecção a grupos mais vulneráveis A nova abordagem na luta contra o coronavírus aponta agora para o reforço das medidas de protecção dos mais vulneráveis e da vacinação dos idosos A China continua a optimizar as medidas de prevenção e controlo da epidemia da Covid-19, à medida que muda o foco da sua estratégia de resposta de conter novas infecções para prevenir e tratar casos graves. indica o Diário do Povo. Por enquanto, o país está a trabalhar para proteger os mais susceptíveis das infecções e atender às necessidades médicas das pessoas, informa o Diário do Povo. Na terça-feira, durante uma visita de investigação em Pequim, a vice-primeira-ministra chinesa Sun Chunlan pediu uma melhor protecção dos idosos, crianças, pacientes com doenças subjacentes, mulheres grávidas, pacientes em hemodiálise e outros grupos vulneráveis. A vice-primeira-ministra afirmou também que a tarefa urgente no momento é garantir o acesso dos cidadãos a serviços médicos e medicamentos, acrescentando que as instituições médicas devem tratar pacientes, sejam eles pacientes com covid-19 ou não. Estas directrizes estão em consonância com um novo conjunto de medidas anunciadas a 7 de Dezembro. As medidas de 10 pontos incluem propor quarentena domiciliar para casos leves e assintomáticos e reduzir os requisitos de testes de ácido nucleico para facilitar as pessoas a viajar e entrar em locais públicos. Importante vacinar Actualmente, as novas infecções em Pequim estão a crescer rapidamente, embora a grande maioria dos casos sejam assintomáticos e de baixo risco. Existem 50 casos graves e críticos em hospitais, a maioria dos quais tem condições de saúde subjacentes, de acordo com fontes oficiais. É mais provável o vírus causar doenças graves quando infecta idosos, disse Li Yanming, especialista em respiração do Hospital de Pequim, acrescentando que ser totalmente vacinado e receber doses de reforço pode reduzir significativamente a incidência de condições graves. Enquanto isso, os idosos são encorajados à vacinação. Wang Huaqing, um imunologista chinês líder, apontou que poucas pessoas com 60 anos ou mais tiveram reacções adversas à vacinação contra a Covid-19. Até terça-feira, 91 por cento das pessoas com 60 anos ou mais foram vacinadas, e 86,6 por cento foram totalmente vacinadas, e a taxa actual de inoculação completa entre as pessoas com 80 anos ou acima é de 66,4 por cento. Na quarta-feira, o governo anunciou que oferecerá uma segunda dose de reforço da vacina Covid-19 a grupos vulneráveis que receberam a sua primeira dose de reforço há mais de seis meses. Apenas semanas antes, o país lançou um plano de trabalho para melhorar a taxa de vacinação entre os idosos. Para idosos incapazes ou não dispostos a tomar uma injecção de uma seringa, vacinas inaláveis contra Covid-19 estão a ser lançadas em cidades, incluindo Pequim e Xangai, proporcionando-lhes uma opção livre de agulhas para se defender do vírus, indica o diário estatal. A China foca-se neste momento também em fornecer serviços médicos e de saúde para mulheres grávidas e crianças, destacando a importância da medicina tradicional chinesa no tratamento e prevenção.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Governo deixa de divulgar casos assintomáticos Tal como Alvis Lo deixou antever na quarta-feira, as autoridades de saúde vão deixar de revelar o número de casos positivos diários. Ontem, foram apenas confirmados 45 infecções. O Governo reconheceu a impossibilidade de revelar com rigor o número de casos positivos, apesar da plataforma de autoavaliação para infectados Da mesma forma como a Comissão Nacional de Saúde deixou de reportar o número de casos assintomáticos na China, a vasta maioria das infecções por covid-19, as autoridades de saúde de Macau vão também parar de divulgar os números diários de casos positivos. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus indicou ontem que foram detectados 45 casos confirmados de covid-19, ou seja, com sintomas, na quarta-feira. Quando na quarta-feira foram anunciados mais de 400 casos. “O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus afirmou que, em resposta ao anúncio da Comissão Nacional de Saúde publicado ontem [na quarta-feira], uma vez que as medidas actuais de teste de ácido nucleico para a covid-19 são de carácter voluntário, muitos assintomáticos não participam nos testes de ácido nucleico, por essa razão torna-se impossível apurar com precisão o número real de infecções assintomáticas. Deste modo, a partir de ontem [na quarta-feira], deixam de ser divulgados os dados das infecções assintomáticas, sendo apenas feita a divulgação dos casos confirmados.” Saber o que é Também na definição de casos confirmados, Macau vai seguir os métodos estabelecidos pelas autoridades nacionais, ou seja, as pessoas infectadas são aquelas “com sintomas óbvios ou manifestações de pneumonia”. Adaptando este conceito para a realidade local, os casos confirmados vão também contemplar os “doentes que necessitem de ser internados nas instalações de tratamento em regime de isolamento dos Serviços de Saúde (incluindo hotéis de isolamento médico, Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane ou enfermarias de isolamento do CHCSJ)”.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | Visitas a casas caem 50 % após alívio de medidas As visitas a casas por potenciais compradores caíram cerca de 50 por cento desde que o Governo anunciou o alívio das medidas de combate à covid-19. Segundo o jornal Ou Mun, os dados são da agência imobiliária Haoliwoo, que fala de quebras entre 40 a 50 por cento face ao mês de Novembro. O director-executivo da agência, Chris Wong, diz que os actuais moradores, sobretudo os que têm idosos e crianças no apartamento, não querem abrir a porta, evitando também as saídas não necessárias. O responsável frisou que enquanto os casos na comunidade continuarem a subir, os proprietários e compradores vão continuar a adoptar uma atitude prudente. A recuperação das visitas aos imóveis à venda só deverá regressar aos níveis anteriores na primeira metade do próximo ano, uma vez que, em Hong Kong, a recuperação das visitas no sector imobiliário só se fez três meses depois de ter sido registado o pico da pandemia. Chris Wong adiantou que a subida das taxas de juro para os empréstimos à habitação é outra das razões para um menor volume de transacções de casas.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | País deixa de publicar dados sobre casos assintomáticos As autoridades de saúde dão continuidade ao fim da política de zero casos e anunciam o fim da publicação dos números de assintomáticos, alegando ser impossível precisar o número real de pessoas infectadas sem sintomas A Comissão de Saúde da China informou ontem que vai deixar de publicar dados sobre casos assintomáticos de covid-19, face à redução acentuada da frequência de testes PCR, que deixaram de ser obrigatórios. A agência governamental disse que parou de publicar o número diário de casos em que nenhum sintoma é detectado por ser “impossível compreender com precisão o número real de pessoas infectadas assintomáticas”, geralmente a grande maioria dos casos, de acordo com um comunicado. Os únicos números relatados são casos diagnosticados em instalações de teste públicas. Isto representa um desafio para a China, à medida que põe fim a quase três anos da estratégia ‘zero covid’. Como os testes de PCR em massa deixaram de ser obrigatórios e os pacientes com sintomas leves podem recuperar em casa, em vez de serem isolados em instalações designadas, tornou-se mais difícil avaliar o número real de casos. As ruas de Pequim permanecem silenciosas, com filas a formarem-se junto a clínicas de febre – cujo número aumentou de 94 para 303 – e às farmácias, onde clientes tentam obter anti-piréticos ou anti-inflamatórios. Apesar dos esforços para aumentar a vacinação entre os idosos, dois centros montados em Pequim para administrar vacinas permaneciam vazios na terça-feira. As chamadas para as linhas directas de saúde aumentaram seis vezes, de acordo com a imprensa estatal. Sem contar os casos assintomáticos, a China registou apenas 2.249 infecções “confirmadas”, entre segunda e terça-feira, elevando o total de casos no país para 369.918. O país registou 5.235 mortes pela doença, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais. Procura-se funcionários Apesar do relaxamento das restrições, os restaurantes permanecem quase todos fechados ou vazios na capital chinesa. Muitas empresas estão a ter dificuldades em encontrar funcionários suficientes que não estejam doentes. Sanlitun, um dos distritos comerciais mais populares de Pequim, estava ontem deserto. Os hospitais também estão a ter dificuldades em manter o pessoal, enquanto os pacotes de entregas se acumulam nos pontos de distribuição, devido à escassez de funcionários. Algumas universidades chinesas anunciaram que vão permitir que os alunos terminem o semestre em casa, na esperança de reduzir o potencial de um surto maior do novo coronavírus, durante o Ano Novo Lunar, que se celebra no final de Janeiro. A China também parou de rastrear algumas viagens, reduzindo a probabilidade de as pessoas serem forçadas a cumprir quarentena por terem estado em zonas de médio e alto risco. Apesar disso, as fronteiras do país permanecem praticamente fechadas e não há informações sobre quando as restrições vão ser relaxadas para viajantes que chegam do exterior.
Andreia Sofia Silva SociedadeDSEDJ | Aulas suspensas com mais de quatro casos diários por turma Desde ontem que estão em vigor as novas directrizes para as escolas adoptarem caso sejam detectados casos de covid-19. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), as escolas podem suspender as aulas caso existam, numa turma, mais de quatro casos de covid-19 de alunos confirmados num só dia. Assim, a turma irá suspender as aulas por um período de cinco dias a contar do dia em que os casos são confirmados. Caso numa turma exista menos de quatro novos casos confirmados, apenas os alunos doentes ficam dispensados de regressar à escola, enquanto os outros continuam a frequentar as aulas. Quanto aos alunos cujas aulas foram suspensas devido às medidas da primeira fase, nos dias 12 e 13 de Dezembro, podem, a partir da data da suspensão das aulas, efectuar o teste rápido ou o teste de ácido nucleico por dois dias, podendo estes regressar à escola caso obtenham um resultado negativo. Todavia, os encarregados de educação podem optar pelo não regresso imediato dos alunos à escola dependendo da situação dos seus filhos, sendo que as escolas devem tratar as faltas desses alunos de forma flexível. Os casos confirmados do pessoal docente ou não docente não são tidos em conta para a suspensão das aulas. O plano das aulas poderá ser ajustado nestes casos, explica a DSEDJ.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Idosa que morreu na terça-feira é a sétima ocorrência fatal As autoridades de saúde anunciaram ontem a sétima vítima mortal de uma pessoa infectada com covid-19. Trata-se de uma idosa de 80 anos com um historial de várias doenças crónicas e que não foi vacinada. Ontem, foram acrescentados mais de 400 casos positivos à contabilidade pandémica Macau registou na terça-feira a primeira morte de covid-19 desde Julho e depois de o Governo ter anunciado o alívio da política de zero casos, revelaram ontem as autoridades. A mulher, de 80 anos, não vacinada, tinha um historial de “hipertensão, diabetes, doenças coronárias, doenças cardíacas, entre outras”, referiu o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, em comunicado. As autoridades adiantaram que a senhora acusou positivo num teste de ácido nucleico realizado na segunda-feira e que na terça-feira foi enviada ao Centro de Tratamento Comunitário do Dome para tratamento médico. Quando chegou ao Dome, a idosa apresentava um quadro clínico de hipoglicemia, que melhorou após tratamento médico. De seguida, foi encaminhada para o Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane e às 19h20 não apresentou batimento cardíaco, sendo o óbito declarado cerca de 30 minutos mais tarde, depois de não reagir às tentativas de reanimação cardiopulmonar. Questionado ontem porque a vítima não foi logo encaminhada para uma unidade hospitalar, em vez de ser enviada para o Dome, Alvis Lo começou por explicar que a triagem antecede a decisão de reencaminhamento para o hospital. O director dos Serviços de Saúde afirmou ontem no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau não acreditar que tenha acontecido triagem errada, mas que as autoridades competentes vão averiguar o que realmente aconteceu. De forma a demonstrar a eficácia dos vários postos comunitários, que passaram a aceitar marcações ontem, Alvis Lo indicou que até às 10h30 de ontem já haviam recebido 560 marcações. Apelo à vacina Como a vítima mortal anunciada ontem não estava vacinada, o centro de coordenação de contingência voltou a apelar à vacinação da população, salientando que “a administração da vacina contra a covid-19 pode reduzir o risco de infecção” e que “o mais importante é reduzir o risco de ocorrência de casos graves e de morte após a infecção”. “Apela-se novamente para que as crianças com idade igual ou superior a seis meses e as pessoas que ainda não se vacinaram ou administraram as doses de reforço se submetam à vacinação, o mais rápido possível”, acrescentou. Até sábado passado, 4.896 pessoas com idade superior a 80 anos, ainda não tinham sido vacinadas, indicou anteriormente o Centro. No entanto, as autoridades anunciaram um alívio gradual das medidas de prevenção da covid-19 a partir desta semana. “Actualmente a transmissibilidade é alta e é fácil de se recuperar após a infecção. Em Macau, a taxa de vacinação é superior a 90 por cento, pelo que há condições para o ajustamento das medidas de prevenção e controlo da epidemia”, anunciou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, numa conferência de imprensa, na semana passada. A responsável estimou que, nesta nova fase de convivência com o vírus, “a população infectada possa ser entre 50 a 80 por cento”. Números do dia O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus revelou ontem que na terça-feira foram detectados 402 novos casos positivos de covid-19. Destes casos, 290 foram classificados como assintomáticos. As autoridades revelam que houve uma divisão quase exacta entre homens e mulheres nos casos positivos, que dizem respeito a pessoas entre 0 e 92 anos. Desde 28 de Novembro, até terça-feira, Macau contabilizou um total de 1.325 pessoas infectadas. Com Lusa
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Governo pondera deixar de revelar número de casos A China deixou de revelar o número de casos assintomáticos e Macau pode seguir o exemplo, revelou ontem Alvis Lo. O director dos Serviços de Saúde estima que o pico de infecções de covid-19 pode chegar em meados de Janeiro e aconselha a população a presumir que todas as pessoas e locais representam risco de infecção A Comissão Nacional de Saúde deixou desde ontem de reportar o número de casos assintomáticos, a vasta maioria das infecções por covid-19, uma vez que quem não apresenta sintomas fica isento de testagem. Assim sendo, a autoridade chinesa diz que já não pode fazer uma contabilidade rigorosa dos casos. Macau pode, mais uma vez, seguir as pisadas do país, de acordo com as declarações de ontem do Director dos Serviços de Saúde (SSM), Alvis Lo, no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. O responsável afirmou que, de momento, a evolução do número de infecções é relativamente estável, e que o pico pandémico pode ser atingido na terceira ou quarta semana depois do alívio das restrições, ou seja, em meados de Janeiro. Janela temporal que dará espaço de manobra e tempo para todos os sectores sociais se prepararem, indicou. Sublinhando que actualmente o objectivo não é covid zero, como a população não está obrigada a testes com tanta frequência, excepto para certas profissões e para entrar em determinados locais, Alvis Lo reconheceu que o número de casos contabilizados é inferior ao real. Como tal, aconselhou a população a presumir que todas as pessoas e locais representam risco de infecção e que a vacinação deve ser prioridade. Porém, o director dos SSM colocou água na fervura e referiu que mais de 90 por cento das pessoas infectadas durante o surto do Verão poderiam fazer isolamento em casa, se nessa altura o objectivo não fosse o covid zero. Assim sendo, Alvis Lo sublinhou que quem tiver sintomas de febre, dores de garganta e dores musculares não tem nada a recear. Corrida à vacina À medida que o número de casos aumenta, a população de Macau está a aderir à vacinação contra a covid-19. Alvis Lo revelou que aumentou o número de pessoas que acorreram nos últimos dias aos postos de vacinação, passando de uma média diária entre 300 a 400 pessoas, para 6.000 a 7.000 pessoas. Em relação aos casos positivos que podem fazer isolamento domiciliário, o director dos SSM afirmou que é não é realístico obrigar as pessoas a ficar em casa, nem é esse o objectivo do Governo. Porém, realçou que as saídas só devem ser feitas em caso de necessidade e cumprindo todas as precauções preventivas. Também quem se prepara para sair de Macau e apanhar voos internacionais não precisa preocupar-se se está infectado, porque quem tiver código vermelho não será impedido de viajar de avião para o exterior. Outro dado relevante apresentado por Alvis Lo no Fórum Macau de ontem, prende-se com a disponibilidade de testes rápidos de antigénio. Actualmente, uma média de 150 mil pessoas carrega todos os dias o resultado de teste rápido antigénio na plataforma online. O responsável garantiu que as autoridades têm testes armazenados que chegam para os próximos três meses. Ainda assim, deixou em aberto a possibilidade de o Governo lançar mais rondas de venda subsidiada de kits de testes rápidos, tendo em conta que vários sectores profissionais ainda estão obrigados à testagem por esta via. Infectados em lares O presidente do Instituto de Acção Social, Hon Wai, participou também no programa do canal chinês da Rádio Macau e revelou que na terça-feira foram encontrados casos positivos em instalações sob a alçada do organismo que dirige. Foram detectados quatro casos positivos em lares de idosos, dois casos em centros de reabilitação e três casos em creches. De acordo com as experiências observadas internacionalmente, os lares de idosos apresentam um risco de infecção de cerca de 70 por cento dos utentes num curto espaço de tempo. Daí, as autoridades terem interrompido visitas e saídas de utentes e implementado testagens frequentes para encontrar infecções o mais cedo possível e, assim, reduzir ao máximo o impacto na saúde dos idosos. Nesse sentido, o presidente do IAS pediu compreensão a familiares e utentes e revelou que as tecnologias de comunicação, como as videochamadas, passaram a fazer parte do quotidiano da população. Apesar das restrições, Hon Wai afastou a possibilidade do regresso ao sistema de circuito fechado na gestão de funcionamento dos lares e que, de momento, funcionários e utentes estão a adaptar-se aos novos modelos de prevenção. Na rede de lares de idosos de Macau, cada instituição tem em média entre mais de 100 a 300 pessoas, entre funcionários e utentes. Entre os utentes, a larga maioria tem mais de 80 anos e os idosos com mais tempo de internamento são pessoas acamadas e a necessitar de cuidados permanentes. Como tal, o presidente do IAS sublinha a necessidade de rigor na prevenção neste tipo de instituição, uma vez que se forem infectados 70 por cento dos utentes num lar, a probabilidade de haver um grande número de doentes a precisar de internamento hospitalar irá causar uma grande pressão no sistema de saúde de Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMUST | Cidadãos chineses vêm a Macau tomar a vacina da BioNTech Apesar de as vacinas bivalentes ainda não estarem disponíveis para turistas, os visitantes aproveitam as vindas a Macau para tomar a vacina Pfizer-BioNTech, com a tecnologia mRNA, que não foi autorizada no Interior Os turistas do Interior que vêm a Macau estão a aproveitar para ser inoculados com a vacina Pfizer-BioNTech, que não está disponível do outro lado da fronteira. A informação foi adiantada ontem pelo jornal Caixin, publicação do Interior especializada em notícias financeiras, numa altura em que no Interior da China a política de zero casos chegou ao fim. Segundo o relato da publicação, um dos locais mais populares para os turistas acederem à vacina que utiliza a tecnologia mRNA é o Hospital da Universidade de Ciência e Tecnologia e Macau. Ni Lin, um dos visitantes ouvidos no local pelo jornal Caixin, afirmou que aproveitou o último dia da deslocação ao território para tomar a vacina e que à sua frente, na fila de espera, estavam mais de 100 turistas. O cidadão do Interior explicou também que há pessoas a virem especificamente a Macau só para serem inoculados com a vacina da Pfizer-BioNTech, que não foi aprovado para o Interior. No início, as vacinas com a tecnologia mRNA não estavam disponíveis para os visitantes. No entanto, desde Novembro que a política foi alterada, com os turistas a poderem ser inoculados. Ni Lin revelou ter optado por ser vacinado em Macau, depois de ter levado duas doses de uma vacina chinesa, que recorre à tecnologia tradicional do vírus inactivado. As vacinas do Interior são consideradas menos eficiente na redução dos efeitos graves da covid-19. Ni ainda justificou a escolha com o facto de sofrer de doenças crónicas e entender que assim garante uma maior imunidade. Corrida à vacina Segundo as explicações do Hospital MUST, neste momento, as vacinas bivalentes, produzidas a pensar nas variantes mais recentes, não estão disponíveis para quem vem do Interior. Contudo, esta realidade não tem afectado a procura. Através do sistema de marcações, o Caixin apurou que na segunda-feira já só era possível fazer marcações para domingo, o que implica uma espera de quase cinco dias para arranjar vaga. Representantes do hospital confirmaram que desde o início de Dezembro, mais de uma centena de residentes do Interior da China são ali vacinados diariamente. Com o aumento da procura, também a Fosun está a ponderar abrir um outro local para fornecer a vacina além da MUST. O grupo Fosun é o responsável pela importação e manufacturação da vacina da Pfizer-BioNTech na Grande China, que implica, o Interior, Hong Kong, Macau e Taiwan.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteAnálise | Economistas e residentes aplaudem relaxamento de medidas Hong Kong já não tem quarentena à chegada e Macau adoptou o isolamento domiciliário para contactos próximos. O alívio gradual das medidas de combate à covid-19 é aplaudido por economistas e residentes contactados pelo HM, que acreditam numa verdadeira recuperação do território a nível sócio-económico nos próximos meses Três anos depois do início da pandemia que mudou o mundo, Macau parece estar a reagir com o alívio das restrições. As novas regras surgiram em catadupa: com o Conselho de Estado a decretar dez novas medidas menos severas no combate à covid-19, eis que Macau decidiu reduzir as restrições introduzindo, por exemplo, a quarentena domiciliária para contactos próximos. Ao mesmo tempo, desde ontem que não é necessário cumprir quarentena para quem chega a Hong Kong. Dois economistas contactados pelo HM congratulam-se com estas medidas, que acreditam ser um primeiro sinal para a recuperação económica há muito esperada pelos residentes. “As notícias do fim da quarentena em Hong Kong para quem chega do exterior, e a provável aplicação da mesma medida a residentes de Hong Kong que visitam a China trazem imensas esperanças a todos os que se preocupam com a situação económica de Macau, a começar pelos próprios comerciantes e estendendo-se a toda a sociedade”, adiantou José Sales Marques. O economista alerta para um súbito aumento de casos no território com o alívio de medidas, mas cabe às autoridades dar a volta à situação, com “a adopção de medidas preventivas adequadas e uma maior insistência na vacinação, sobretudo da população mais idosa”, incluindo “uma gestão tranquila da crise, sem pânicos desnecessários”. “Com o fim previsto da quarentena, a economia de Macau vai voltar a respirar sem necessidade de apoios artificiais e, oxalá, os muitos planos existentes para a sua recuperação vão finalmente encontrar condições objectivas e subjectivas para alcançarem sucesso”, declarou ainda Sales Marques. Para José Félix Pontes, também economista, “mais vale tarde do que nunca” para a adopção de medidas menos restritivas de movimentos e liberdades individuais. “O abandono das medidas drásticas que nos foram impostas deveria ter acontecido há mais tempo. Macau tem sido um seguidista cego do que tem sido implementado na China. O país alterou, de forma repentina e sem anúncio prévio, as regras de prevenção e Macau, para ser coerente, tem de adoptá-las.” Para o economista, a realização do Mundial de Futebol do Catar trouxe a lume a evidência de que o mundo já tinha voltado à normalidade no que à covid-19 diz respeito. “Fazia pouco sentido que, de uma população mundial com oito mil milhões de pessoas, apenas 16 por cento tivessem de seguir medidas drásticas, enquanto os restantes 84 por cento passaram a conviver com o vírus sem quaisquer problemas. A transmissão televisiva dos jogos do Mundial foi um dos gatilhos para a mudança levada a cabo pelas autoridades chinesas”, disse. José Félix Pontes dá o exemplo de Hong Kong, que “há alguns meses resolveu, e bem, relaxar as medidas de prevenção”. “Penso que dentro em breve a política que foi defendida pelas nossas autoridades de saúde vai ser banida do léxico das notícias sobre a covid. Eu faço a minha parte: já me esqueci do seu nome!”, salientou. Algum alarme O anúncio do alívio das medidas aconteceu na última semana e só desde esta quarta-feira é permitida a quarentena em casa para contactos próximos. O número de casos tem aumentado em flecha e já há registo de uma morte, uma idosa de 80 anos não vacinada. Rita Gonçalves, residente, aplaude o alívio das restrições, mas mostra algum receio sobre a forma repentina como tudo se processou. “No geral diria que os residentes estrangeiros ocidentais estão entusiasmados e optimistas, mas também estamos um pouco alarmados pela forma como este ‘rebentar da bolha’ se vai desenvolver”, contou. Mãe de três filhos, Rita Gonçalves diz ainda não ter certezas sobre a vacinação dos filhos nesta nova fase da pandemia, por serem dispersas as informações fornecidas pelas autoridades. “A informação é muito geral e depois somos constantemente abordados por SMS para vacinarmos as crianças. Até agora não o fiz por não haver necessidade, uma vez que tenho vivido nesta bolha, mas estou quase decidida a fazê-lo, para que os miúdos tenham menos possibilidade de ficar doentes quando a ‘bolha rebentar’.” Mas a residente diz “não confiar nos hospitais de Macau, especialmente no que diz respeito ao factor humano”. “Depois de tanto tempo aqui presos, penso que os profissionais de saúde vão exagerar e falhar nos diagnósticos”, apontou. Quarentena sem sentido No caso de Nelson Rocha, proprietário de um restaurante, “estas medidas são insuficientes, vêm demasiado tarde e na pior altura”. Na visão do empresário, o alívio das restrições deveria ter ocorrido após o surto de Junho. “Tinha sido mais fácil para a população do que fazer isto antes do que agora, no pico do frio, além de que a população deveria ter sido avisada primeiro tal como se fez em Hong Kong, onde as autoridades avisaram três meses antes que iam abrir”, contou ao HM. Mesmo com esperança de dias melhores para o sector da restauração, Nelson Rocha fala em “desorganização” com “consequências”, uma vez que “há muitas pessoas preocupadas com a abertura repentina”. “Termos insistido nas quarentenas quando o vírus se tornou mais fraco foi um erro, mas agora então não faz qualquer sentido termos quarentenas, à semelhança da China, quando já temos o vírus espalhado na comunidade. Macau, ao contrário da China, precisa de turistas. A população da China é suficiente para trabalhar a sua economia enquanto a de Macau não é, pelo que não faz sentido continuar esta tortura psicológica da população e da economia local para uma doença que, felizmente, hoje em dia se cura na grande maioria sem um quadro clínico grave”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Pequim expande clínicas para tratar pacientes face a aumento de casos A grande explosão de casos prevista após o alívio da política de zero casos preocupa autoridades e pessoal de saúde A China continua a preparar-se para uma ‘avalanche’ de casos de covid-19, que ainda não se reflecte nas estatísticas oficiais, através do alargamento dos espaços nos centros de saúde, para tratar doentes com febre, e do armazenamento de medicamentos. Os quase 350 centros comunitários de serviços de saúde de Pequim criaram já áreas para tratar pacientes com febre, numa altura em que a “explosão de casos está a pressionar muito os serviços médicos”, de acordo com as autoridades locais. A China pôs, na semana passada, fim a quase três anos da política de ‘zero casos’ de covid-19. “O rápido desenvolvimento da epidemia está a exercer grande pressão sobre os serviços médicos”, reconheceu o vice-director da Comissão Municipal de Saúde de Pequim, Li Ang, citado pela imprensa local. Li exortou os moradores da capital a irem aos centros apenas se não melhorarem após receberem tratamento em casa. O funcionário observou que as chamadas de emergência aumentaram, nos últimos dias, e atingiram o pico a 9 de Dezembro, quando foram atendidas 31 mil ligações, seis vezes mais do que o normal. Para lidar com o crescente número de pacientes, Li disse que a capital vai alargar o número de clínicas de febre, de 94 para 303, e expandir a equipa de coordenação para chamadas de emergência. Os residentes continuam a comprar testes de antígeno e medicamentos para se tratarem em casa, levando as autoridades a pedir ao público que compre “somente quando necessário”, visando evitar o açambarcamento. Inverno mortífero Nos últimos dias, muitas cidades fecharam várias cabines para a realização de testes PCR e reduziram a frequência com que testam a população. A imprensa oficial começou também a minimizar o risco da variante Ómicron através de artigos e entrevistas com especialistas, numa súbita mudança de narrativa que acompanha o relaxamento de algumas das medidas mais rígidas da política de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou no país ao longo de quase três anos. O país aboliu, na semana passada, testes em massa, quarentena em instalações designadas, para casos positivos e contactos directos, e a utilização de aplicações de rastreamento de contactos. Embora tenha sido recebido com alívio, o fim da estratégia ‘zero covid’ suscita também preocupações. Com 1.400 milhões de habitantes, a China é o país mais populoso do mundo. A estratégia de ‘zero casos’ significa que a esmagadora maioria da população chinesa carece de imunidade natural. Pequim recusou também importar vacinas de RNA mensageiro, consideradas mais eficazes do que as inoculações desenvolvidas pelas farmacêuticas locais Sinopharm e Sinovac. A remoção das restrições poderá desencadear uma ‘onda’ de casos sem paralelo este Inverno, sobrecarregando rapidamente o sistema de saúde do país, de acordo com as projecções elaboradas pela consultora Wigram Capital Advisors, que forneceu modelos de projecção a vários governos da região, durante a pandemia. Um milhão de chineses poderá morrer com covid-19 durante os próximos meses de Inverno, de acordo com a mesma projecção.