Covid-19 | País deixa de publicar dados sobre casos assintomáticos

As autoridades de saúde dão continuidade ao fim da política de zero casos e anunciam o fim da publicação dos números de assintomáticos, alegando ser impossível precisar o número real de pessoas infectadas sem sintomas

 

A Comissão de Saúde da China informou ontem que vai deixar de publicar dados sobre casos assintomáticos de covid-19, face à redução acentuada da frequência de testes PCR, que deixaram de ser obrigatórios.

A agência governamental disse que parou de publicar o número diário de casos em que nenhum sintoma é detectado por ser “impossível compreender com precisão o número real de pessoas infectadas assintomáticas”, geralmente a grande maioria dos casos, de acordo com um comunicado. Os únicos números relatados são casos diagnosticados em instalações de teste públicas.

Isto representa um desafio para a China, à medida que põe fim a quase três anos da estratégia ‘zero covid’. Como os testes de PCR em massa deixaram de ser obrigatórios e os pacientes com sintomas leves podem recuperar em casa, em vez de serem isolados em instalações designadas, tornou-se mais difícil avaliar o número real de casos.

As ruas de Pequim permanecem silenciosas, com filas a formarem-se junto a clínicas de febre – cujo número aumentou de 94 para 303 – e às farmácias, onde clientes tentam obter anti-piréticos ou anti-inflamatórios.

Apesar dos esforços para aumentar a vacinação entre os idosos, dois centros montados em Pequim para administrar vacinas permaneciam vazios na terça-feira.

As chamadas para as linhas directas de saúde aumentaram seis vezes, de acordo com a imprensa estatal.
Sem contar os casos assintomáticos, a China registou apenas 2.249 infecções “confirmadas”, entre segunda e terça-feira, elevando o total de casos no país para 369.918. O país registou 5.235 mortes pela doença, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.

Procura-se funcionários

Apesar do relaxamento das restrições, os restaurantes permanecem quase todos fechados ou vazios na capital chinesa. Muitas empresas estão a ter dificuldades em encontrar funcionários suficientes que não estejam doentes. Sanlitun, um dos distritos comerciais mais populares de Pequim, estava ontem deserto.

Os hospitais também estão a ter dificuldades em manter o pessoal, enquanto os pacotes de entregas se acumulam nos pontos de distribuição, devido à escassez de funcionários.

Algumas universidades chinesas anunciaram que vão permitir que os alunos terminem o semestre em casa, na esperança de reduzir o potencial de um surto maior do novo coronavírus, durante o Ano Novo Lunar, que se celebra no final de Janeiro.

A China também parou de rastrear algumas viagens, reduzindo a probabilidade de as pessoas serem forçadas a cumprir quarentena por terem estado em zonas de médio e alto risco.

Apesar disso, as fronteiras do país permanecem praticamente fechadas e não há informações sobre quando as restrições vão ser relaxadas para viajantes que chegam do exterior.

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