Coreia do Sul | Fogos florestais já fizeram 24 mortos

Os fogos que deflagraram na passada sexta-feira vão semeando o caos pelo país asiático. Além de destruir templos, casas e fábricas, as chamas já causaram a morte a pelo menos 24 pessoas

 

Os incêndios florestais provocados pelo vento, que estão entre os piores da história da Coreia do Sul, causaram a morte de 24 pessoas, destruíram mais de 200 estruturas e obrigaram à evacuação de 27.000 pessoas, segundo o último balanço.

O número de mortos incluiu um piloto que morreu após um helicóptero cair durante os esforços para conter os incêndios florestais na cidade de Uiseong, no sudeste, uma das áreas mais atingidas, de acordo com as autoridades.

A aeronave não tinha outros tripulantes. Segundo a Agência Nacional de Incêndios, pelo menos outras 26 pessoas sofreram vários graus de ferimentos.

Um antigo templo budista, casas, fábricas e veículos estão entre as estruturas destruídas nos incêndios florestais. O presidente em exercício da Coreia do Sul, Han Duck-soo, disse que os incêndios florestais que começaram na passada sexta-feira estão a causar danos piores do que muitos outros incêndios florestais anteriores.

“Os danos estão a aumentar. Tememos ter danos de incêndios florestais que nunca tivemos antes, então temos que concentrar todas as nossas capacidades para apagar os fogos até ao fim desta semana”, disse Han. Segundo o responsável, cerca de 4.650 bombeiros, soldados e outros funcionários estão no terreno, com a ajuda de cerca de 130 helicópteros.

Património desaparecido

Os maiores incêndios ocorreram em Andong, nos condados vizinhos de Uiseong e Sancheong e na cidade de Ulsan, de acordo com o Ministério do Interior da Coreia do Sul.

O incêndio em Uiseong destruiu quase metade de mais de 30 estruturas em Gounsa, um templo que teria sido construído originalmente no século VII.

O Serviço Florestal da Coreia elevou o alerta de incêndio florestal para o nível mais alto em todo o país na terça-feira, exigindo que os governos locais designem mais trabalhadores para resposta a emergências, aumentem as restrições de entrada para florestas e parques e recomendem que as unidades militares suspendam os exercícios de fogo real. Autoridades do governo suspeitam que erro humano tenha causado vários incêndios.

27 Mar 2025

Seul | Alerta máximo antes de decisão sobre Presidente

A polícia da Coreia do Sul vai activar o nível mais elevado de alerta e mobilizar todos os agentes no dia da decisão do Tribunal Constitucional sobre a destituição formal do Presidente Yoon Suk–yeol.

As autoridades sul-coreanas anunciaram ontem o plano, num esforço para evitar protestos em massa e possíveis ataques a instalações importantes, incluindo o tribunal, no meio do actual clima de tensão política no país.

O plano inclui a mobilização de 14 mil polícias de choque em Seul, representando 60 por cento das forças de controlo de distúrbios disponíveis no país, de acordo com a agência de notícias pública Yonhap.

A data exacta da audiência ainda não foi divulgada, mas a expectativa é que aconteça antes do final de Março. O Tribunal Constitucional concluiu no final de Fevereiro a análise do processo de destituição de Yoon, devido à imposição da declaração de lei marcial a 3 de Dezembro.

Unidades de segurança pessoal, detectives e forças especiais serão mobilizadas em redor do tribunal, e equipamento antidrone também será mobilizado para impedir voos ilegais sobre a área, que foi declarada zona de exclusão aérea já na semana passada. As autoridades alertaram que qualquer tentativa de invasão do tribunal resultará em detenções imediatas.

Há receios sobre uma possível repetição dos incidentes de 19 de Janeiro, quando os apoiantes de Yoon invadiram o Tribunal Distrital Ocidental de Seul para protestar contra a decisão de prolongar a detenção do Presidente.

Durante os confrontos, foram relatados ataques contra agentes da polícia e jornalistas, bem como danos em instalações. No sábado, milhares de sul-coreanos encheram as ruas do centro de Seul em grandes manifestações a favor e contra Yoon, sem que se tenham registado incidentes.

20 Mar 2025

Seul | Milhares manifestam-se pró e contra Yoon Suk Yeol

A destituição do antigo Presidente sul-coreano, após o seu anúncio de lei marcial e posterior detenção, tem gerado fricções de monta na sociedade do país asiático

 

Milhares de sul-coreanos encheram no sábado as ruas do centro de Seul em grandes manifestações a favor e contra o presidente destituído da Coreia do Sul Yoon Suk Yeol, sem que se tenham registado incidentes. As manifestações ocorrem numa altura em que o Tribunal Constitucional sul-coreano vai decidir, na próxima semana, sobre a destituição formal do cargo de Yoon devido à imposição da lei marcial em Dezembro de 2024.

Agitando faixas e cartazes que exigem a destituição do presidente conservador, grandes multidões de manifestantes anti-Yoon encheram as ruas perto do tribunal, onde a polícia tinha recentemente reforçado a segurança em antecipação da decisão esperada já na próxima semana.

Os apoiantes de Yoon reuniram-se em ruas próximas, agitando bandeiras sul-coreanas e norte-americanas e apelando ao regresso do seu herói, cuja tomada de poder mal concebida evocou memórias das ditaduras militares vistas pela última vez na década de 1980.

A polícia enviou milhares de agentes para manter a segurança e não houve relatos imediatos de grandes confrontos ou feridos. Os organizadores dos protestos anti-Yoon estimaram a afluência de 1,1 milhões de pessoas, enquanto a polícia calculou que o número de participantes se situava nas dezenas de milhares.

Marchando em direcção às ruas próximas do tribunal, os manifestantes cantaram e entoaram palavras de ordem exigindo a destituição de Yoon e a sua prisão por causa da imposição da lei marcial, que durou pouco tempo, a 3 de Dezembro.

Os poderes de Yoon foram suspensos depois de a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, o ter destituído 11 dias depois, dia 14. “Não podemos esperar nem um único dia”, disse um dos líderes do protesto no palco. “Esta é a ordem dos nossos cidadãos – o Tribunal Constitucional deve afastar imediatamente Yoon Suk Yeol, o líder da rebelião!”

País dividido

Para que Yoon seja formalmente destituído do cargo, pelo menos seis dos oito juízes em funções no Tribunal Constitucional têm de aprovar a moção de destituição aprovada pelos deputados. Se não o fizerem, os poderes presidenciais de Yoon serão imediatamente restabelecidos.

Chung Sung-il, um manifestante anti-Yoon, de 72 anos, disse que esperava que o tribunal destituísse Yoon, “a 100 por cento”. “Se ele for reintegrado, muitas coisas perigosas podem acontecer”, advertiu.

As manifestações pró-Yoon contaram com a presença de membros do Partido do Poder Popular, conservador, incluindo Yoon Sang-hyun, deputado nos últimos cinco mandatos, que defendeu a imposição da lei marcial pelo Presidente como uma tentativa de travar a “ditadura legislativa” dos liberais, que obstruíram a sua agenda com a maioria na Assembleia.

A multidão entoou repetidamente o nome de Yoon Suk Yeol e segurou cartazes onde se lia “Dissolvam a Assembleia Nacional”. “O Presidente Yoon declarou a lei marcial para proteger a Coreia do Sul livre e democrática”, disse Jin Woo-chan, um apoiante de Yoon de 20 anos.

Yoon argumentou que o decreto de lei marcial era necessário para vencer a oposição liberal “anti-Estado”, que, segundo disse, utilizou indevidamente a maioria legislativa para bloquear a sua agenda.

17 Mar 2025

Seul | MP prossegue processo penal contra Presidente

O procurador-geral da Coreia do Sul disse ontem que vai prosseguir com a acusação no processo de insurreição contra o Presidente destituído, apesar de Yoon Suk-yeol ter sido libertado por ordem judicial.

A declaração de Shim Woo-jung surge na sequência de rumores de que a acusação seria retirada e o caso encerrado, depois de o Ministério Público ter decidido não recorrer da decisão do tribunal de libertar o líder.

“Segui os princípios do devido processo legal depois de ter recolhido várias opiniões da equipa de investigação e de outros”, disse Shim aos jornalistas, justificando a decisão de não recorrer. Shim considerou que a decisão não justifica a demissão – como pedem forças da oposição – e afirmou que vai responder “em conformidade” se o parlamento sul-coreano tomar medidas para o destituir.

Yoon Suk-yeol foi detido em meados de Janeiro sob a acusação de insurreição, por ter declarado lei marcial em Dezembro. Na sequência do decreto, que durou apenas algumas horas, foi destituído pela Assembleia Nacional, mas permanece em funções enquanto o Tribunal Constitucional avalia a legalidade da deposição.

Após quase dois meses detido, Yoon acabou por ser libertado no sábado, depois de um tribunal de Seul ter decidido que a detenção excedeu o período legal e que a acusação foi apresentada fora do prazo de detenção.

O Procurador-Geral declarou ontem que respeita a decisão do tribunal, tendo em conta a autoridade que tem para decidir sobre estas questões, mas salientou que discorda do cálculo utilizado na decisão e que ordenou à equipa de acusação que refutasse este ponto durante o processo penal em curso. A rebelião é a única acusação contra a qual um Presidente sul-coreano não goza de imunidade.

11 Mar 2025

Coreia do Sul | Banco central reduz taxas de juro devido ao fraco crescimento

O banco central da Coreia do Sul reduziu ontem as taxas de juro em 0,25 pontos percentuais, para 2,75 por cento, um mês depois de ter revisto em baixa a previsão para o crescimento económico.

O corte acontece depois do Banco da Coreia (BoK, na sigla em inglês) ter mantido as taxas de referência inalteradas em Dezembro e foi a terceira redução desde Outubro. Isto após o banco central ter mantido a taxa de juro em alta durante quatro anos e cinco meses, por receio dos elevados níveis de inflação deixados pela pandemia de covid-19.

No relatório de política monetária para 2025, o banco central sul-coreano disse que novos cortes nas taxas visam “manter o ritmo moderado de crescimento da inflação”, bem como “mitigar riscos para a economia”. No documento, o BoK prometeu estar mais atento para evitar qualquer volatilidade nos mercados financeiros, no meio da incerteza causada pelo regresso ao poder nos Estados Unidos de Donald Trump.

As perspectivas para as exportações da Coreia do Sul estão mais modestas após a reeleição de Trump, que prometeu impor tarifas a importações, incluindo a indústria automóvel, um dos sectores-chave para a economia sul-coreana.

A decisão de ontem sublinhou o foco da política do BoK no crescimento económico, uma vez que, em 20 de Janeiro, a instituição tinha revisto em baixa a previsão para o crescimento em 2025 da quarta maior economia da Ásia, de 1,9 para 1,5 por cento.

“A declaração inesperada da lei marcial no início de Dezembro, juntamente com a contínua instabilidade política e o desastre do avião de passageiros da Jeju Air, afectaram significativamente o sentimento económico”, sublinhou na altura o banco central.

O acidente e a crise política “levaram a contrações no consumo interno e no investimento em construção, o que provavelmente empurrou a taxa de crescimento do quarto trimestre muito abaixo da projecção de Novembro”, disse o banco central.

26 Fev 2025

Óbito | Actriz sul-coreana Kim Sae-ron encontrada morta em casa

A actriz sul-coreana Kim Sae-ron, de 24 anos, foi encontrada morta, este domingo, em sua casa, em Seul, na Correia do Sul, anunciou a polícia. “Foi encontrada morta e não havia sinais aparentes de violência”, disse um responsável da polícia à Agence France-Presse (AFP).

Já segundo a agência noticiosa Yonhap, a actriz foi encontrada morta às 16:55, depois de um amigo que tinha combinado encontrar-se com ela ter chamado a polícia por não a conseguir contactar. Kim Sae-ron ficou conhecida pelo seu desempenho no filme “The Man from Nowhere” (“O homem de lugar nenhum”), de 2010, no qual interpretava uma criança raptada, resgatada por um antigo agente das forças especiais.

Este seu papel valeu-lhe o prémio de Melhor Actriz no equivalente sul-coreano dos Óscares. A actriz participou ainda nas séries “Cães de Caça”, da Netflix, e “O Beijo do Destino”, da Apple TV. A sua carreira sofreu uma interrupção depois de ter sofrido um acidente de viação sob o efeito do álcool, em 2022, na sequência do qual pagou uma multa de 20 milhões de won (13.000 euros).

17 Fev 2025

Presidente Yoon Suk Yeol indiciado por rebelião

A procuradoria sul-coreana indiciou ontem o Presidente deposto Yoon Suk Yeol de rebelião pela imposição da lei marcial, relatou a imprensa local, uma acusação criminal que pode levá-lo à morte ou a prisão perpétua se for condenado.

A agência de notícias Yonhap informou que a acusação a Yoon está relacionada com o decreto de 03 de Dezembro que mergulhou o país numa enorme turbulência política. Outros meios de comunicação sul-coreanos publicaram relatos semelhantes.

Yoon foi acusado e preso anteriormente por causa do decreto da lei marcial.

O Tribunal Constitucional está a deliberar separadamente se deve demitir formalmente Yoon como Presidente ou restabelecê-lo.

Os magistrados acompanharam a decisão de ontem com uma ordem para manter Yoon detido. O Presidente sul-coreano foi preso na semana passada numa operação durante a madrugada.

Yoon, um conservador, negou firmemente junto do Gabinete do Promotor Distrital Central de Seul qualquer irregularidade, considerando que a imposição da lei marcial foi um acto legítimo de governação destinado a aumentar a conscientização pública sobre o risco de a Assembleia Nacional, controlada pelos liberais, obstruir a sua agenda e a demissão de altos funcionários.

Durante o anúncio da lei marcial, Yoon considerou o Parlamento como “um covil de criminosos” e prometeu eliminar “seguidores descarados da Coreia do Norte e forças anti-Estado”.

Após declarar lei marcial, Yoon enviou tropas e polícias para o Parlamento, mas os deputados conseguiram ainda assim entrar no plenário e votar por unanimidade a anulação do decreto, obrigando o seu governo a revogá-lo.

A imposição da lei marcial, a primeira do género na Coreia do Sul em mais de 40 anos, durou apenas seis horas. Contudo, evocou memórias dolorosas de regimes ditatoriais das décadas de 1960 a 1980, quando líderes apoiados pelos militares usavam leis marciais e decretos de emergência para suprimir opositores.

 

Sem condições

A constituição sul-coreana concede ao Presidente o poder de declarar lei marcial para manter a ordem em tempos de guerra ou situações de emergência comparáveis, mas muitos especialistas afirmam que o país não estava sob tais condições quando Yoon fez a declaração.

Yoon insiste que não teve intenção de perturbar o trabalho da assembleia, incluindo a votação do seu decreto, e que o envio de tropas e forças policiais visava apenas manter a ordem.

Contudo, comandantes de unidades militares enviadas à assembleia declararam, em audiências parlamentares ou a investigadores, que Yoon ordenou que retirassem os deputados à força.

Após um tribunal local, a 19 de Janeiro, aprovar um mandado de prisão formal para prolongar a detenção de Yoon, dezenas de apoiantes do ex-presidente invadiram o edifício do tribunal, destruindo janelas, portas e outros bens.

Yoon resistiu anteriormente aos esforços das autoridades para o questionarem ou deterem. Foi, no entanto, capturado a 15 de Janeiro numa operação policial de grande envergadura na sua residência presidencial.

A investigação contra Yoon foi liderada pelo Gabinete de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO), mas, desde a sua detenção, o ex-presidente tem recusado comparecer às audições do CIO, alegando que este não tem autoridade legal para investigar as acusações de rebelião.

O CIO entregou o caso de Yoon ao gabinete de procuradores de Seul na sexta-feira, pedindo que o acuse de rebelião, abuso de poder e obstrução dos trabalhos da Assembleia Nacional. Por lei, na Coreia do Sul, o líder de uma rebelião pode enfrentar prisão perpétua ou pena de morte.

27 Jan 2025

Investigadores pedem ao MP sul-coreano que acuse de insurreição líder deposto

O gabinete anticorrupção da Coreia do Sul recomendou ontem ao Ministério Público que o presidente deposto, Yoon Suk-yeol, seja acusado de rebelião e abuso de poder por declarar lei marcial em Dezembro.

O Gabinete de Investigação da Corrupção de Altos Funcionários (CIO) anunciou que transferiu o caso para o Ministério Público, que tem o poder de acusar formalmente um chefe de Estado sul-coreano.

O CIO considera que Yoon conspirou com o então ministro da Defesa Nacional, Kim Yong-hyun, e outros oficiais militares para iniciar um motim, declarando lei marcial na noite de 03 de Dezembro. Defende, além disso, que Yoon abusou do poder ao enviar tropas para a Assembleia Nacional (parlamento), para impedir que os deputados revogassem a lei marcial.

O Ministério Público dispõe agora de 11 dias para decidir se deve ou não dar início ao processo solicitado. Se Yoon for considerado culpado de liderar uma insurreição, crime para o qual um presidente não tem imunidade no país, pode ser condenado a prisão perpétua ou a pena de morte.

Yoon encontra-se em prisão preventiva no Centro de Detenção de Seul, em Uiwang, a sul de Seul, desde 15 de janeiro. O Tribunal Constitucional está a realizar simultaneamente um julgamento para determinar se ratifica ou não a destituição aprovada pelos parlamentares em 14 de Dezembro.

Se o mais alto tribunal da Coreia do Sul confirmar o ‘impeachment’, têm de ser convocadas eleições presidenciais antecipadas no prazo de 60 dias após a decisão da Justiça. Yoon, recusa-se a testemunhar na investigação sobre o alegado crime de rebelião.

Yoon Suk-yeol surpreendeu o país em 03 de Dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das “forças comunistas norte-coreanas” e de “eliminar elementos hostis ao Estado”.

Pressionado pelos deputados e por milhares de manifestantes, Yoon foi obrigado a revogar a decisão horas depois.

24 Jan 2025

Seul | Presidente Yoon levado para hospital após depor em tribunal

O Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, foi transportado ontem para um hospital militar em Seul depois de comparecer pela primeira vez perante o Tribunal Constitucional no julgamento sobre a sua destituição, noticiou a agência sul-coreana Yonhap.

A caravana que deveria transportar Yoon de volta ao centro de detenção a sul de Seul, onde se encontra em prisão preventiva há uma semana, deixou o Tribunal Constitucional a meio da tarde e dirigiu-se directamente para o hospital.

De acordo com o gabinete presidencial e fontes jurídicas citadas pela Yonhap, Yoon foi levado ao hospital para efectuar exames médicos. A deslocação ao hospital foi autorizada pelo director do centro de detenção onde se encontra, acrescentou a agência.

Perante o tribunal, Yoon negou que tivesse ordenado aos militares que retirassem os deputados do parlamento para os impedir de votar a rejeição do decreto de lei marcial, segundo a agência norte-americana AP.

Depois de ter imposto abruptamente a lei marcial a 3 de Dezembro, Yoon enviou tropas e agentes da polícia para cercar a Assembleia Nacional. No entanto, um número suficiente de deputados conseguiu entrar para votar unanimemente a rejeição do decreto, obrigando o gabinete de Yoon a levantar a medida na manhã seguinte.

A Assembleia Nacional aprovou a destituição de Yoon a 14 de Dezembro, decisão que terá de ser julgada pelo Tribunal Constitucional. A presença de Yoon no tribunal foi a sua primeira aparição pública desde que se tornou o primeiro presidente em exercício da Coreia do Sul a ser detido por causa declaração de lei marcial, que mergulhou o país numa crise política.

O Tribunal Constitucional dispõe de 180 dias desde a data em que recebeu o processo, a 14 de Dezembro, para confirmar a destituição ou para a rejeitar e reintegrar Yoon na chefia do Estado.

21 Jan 2025

Seul | Banco central revê em baixa crescimento

O banco central da Coreia do Sul reviu ontem em baixa a previsão de crescimento para o país em 2025, devido à crise política desencadeada pela breve imposição da lei marcial, no início de Dezembro.

De acordo com um comunicado divulgado pelo Banco da Coreia, a quarta maior economia da Ásia crescerá apenas entre 1,6 e 1,7 por cento este ano. Anteriormente, o banco central tinha previsto um crescimento de 1,9 por cento.

“A declaração inesperada da lei marcial no início de Dezembro, juntamente com a contínua instabilidade política e o desastre do avião de passageiros da Jeju Air, afectaram significativamente o sentimento económico”, sublinhou o banco central.

Um Boeing 737-800 da companhia aérea sul-coreana Jeju Air despenhou-se a 29 de Dezembro no aeroporto de Muan, matando 179 pessoas, o pior desastre aéreo alguma vez ocorrido em solo sul-coreano.

O acidente e a crise política “levaram a contracções no consumo interno e no investimento em construção, o que provavelmente empurrou a taxa de crescimento do quarto trimestre muito abaixo da projecção de Novembro”, disse o banco central.

O banco central da Coreia do Sul reviu também em baixa a estimativa de crescimento para 2024, que passa de 2,2 por cento para “um intervalo entre 2 por cento e 2,1 por cento”.

O presidente deposto Yoon Suk-yeol surpreendeu o país a 3 de Dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das “forças comunistas norte-coreanas” e de “eliminar elementos hostis ao Estado”.

21 Jan 2025

Seul | Presidente deposto recusa novo interrogatório

Depois de ser detido e de recusar responder durante horas às perguntas do interrogatório levado a cabo pelo Gabinete de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários, os advogados de Yoon Suk-yeol alegam agora que este está doente

 

O presidente deposto sul-coreano mantém o silêncio e recusou-se ontem a participar num novo interrogatório, um dia após ter sido detido na residência presidencial, anunciou o advogado de Yoon Suk-yeol.

O líder, que se tornou o primeiro chefe de Estado sul-coreano em funções a ser detido, deverá também faltar hoje a uma audiência no Tribunal Constitucional no âmbito do processo de destituição, na sequência da declaração de lei marcial, em Dezembro, escreveu a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap.

Depois de uma tentativa falhada de deter Yoon, no início do mês, o Gabinete de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO) e agentes da polícia conseguiram, na madrugada de quarta-feira, entrar na residência, num bairro nobre de Seul, onde o antigo procurador-geral se encontrava escondido há semanas.

Destituído pela Assembleia Nacional e investigado por rebelião, um crime punível com a pena de morte, Yoon foi interrogado durante horas na quarta-feira, mas manteve-se em silêncio, antes de ser transferido para um centro de detenção.

Os investigadores do CIO deveriam retomar o interrogatório onetm às 14:00 locais, mas o advogado de Yoon disse que este se encontra doente, noticiou a Yonhap.

“O presidente Yoon não está bem e explicou de forma completa a sua posição ontem [quarta-feira], pelo que já não há razão para o interrogar”, notou o advogado Yun Gap-geun à Yonhap, numa aparente referência à decisão, nesse dia, de não responder a perguntas.

As autoridades estão a tentar obter um novo mandado de detenção que permita manter Yoon sob custódia por mais de 48 horas. Os advogados do presidente deposto, por outro lado, pediram uma revisão do mandado, porque Yoon considera que agiu em conformidade com a lei e que o processo que lhe foi instaurado “é ilegal”.

Susto nacional

A detenção do líder conservador, eleito em 2022, foi saudada pela oposição. É “o primeiro passo para o regresso à ordem”, afirmou na quarta-feira Park Chan-dae, líder dos deputados do Partido Democrático, a principal força da oposição.

O presidente surpreendeu o país a 3 de Dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das “forças comunistas norte-coreanas” e de “eliminar elementos hostis ao Estado”.

No entanto, a Assembleia Nacional frustrou os planos presidenciais ao votar a favor do levantamento do estado de emergência. Pressionado pelos deputados e por milhares de manifestantes pró-democracia, Yoon foi obrigado a revogar a decisão.

A 14 de Dezembro, o parlamento aprovou a destituição de Yoon, sendo que o Tribunal Constitucional tem até meados de Junho para confirmar ou anular a moção adoptada pelos deputados. Numa mensagem de vídeo gravada antes de as forças da ordem invadirem a residência presidencial, na quarta-feira, Yoon disse que concordou submeter-se ao interrogatório “para evitar qualquer infeliz derramamento de sangue”.

16 Jan 2025

Seul | Yoon mantém-se em silêncio sob custódia policial

O líder deposto da Coreia do Sul foi finalmente detido, após uma primeira tentativa falhada. Yoon Suk-yeol exerce o direito de se manter em silêncio

 

O presidente deposto da Coreia do Sul Yoon Suk-yeol detido ontem para prestar declarações sobre a imposição de lei marcial em Dezembro, optou por manter-se em silêncio, afirmaram os investigadores.

Yoon, o primeiro chefe de Estado sul-coreano em exercício a ser detido, está “a exercer o seu direito de permanecer em silêncio”, disse à imprensa um responsável do Gabinete de Investigação da Corrupção (CIO).

A equipa que está a investigar Yoon executou o mandado de detenção contra o presidente às 10:33, declarou pouco depois o CIO, em comunicado.

Após uma primeira tentativa falhada de deter Yoon, no início de Janeiro, agentes do CIO e da polícia chegaram ontem em grande número, antes de amanhecer, à residência presidencial, num bairro nobre de Seul, onde o antigo procurador permanecia sem sair há semanas.

Numa mensagem de vídeo gravada antes de as forças da ordem invadirem a residência presidencial esta manhã, Yoon disse que concordou submeter-se ao interrogatório “para evitar qualquer infeliz derramamento de sangue”. “Decidi responder ao Gabinete de Investigação de Corrupção”, anunciou Yoon, acrescentando que não reconhece a legalidade da investigação.

Caso único

O presidente deposto, que está a ser investigado por rebelião, na sequência da declaração de lei marcial em 03 de Dezembro, é o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser detido.

Suspenso pelos deputados e objecto de investigação por rebelião, o líder conservador tem-se recusado desde o início a prestar declarações sobre a imposição da lei marcial, o que levou os procuradores a emitirem um mandado de detenção.

Yoon pode permanecer sob custódia policial durante 48 horas, ao abrigo do actual mandado. Os investigadores terão de solicitar um novo mandado para prolongar a detenção.

O presidente surpreendeu o país em 03 de Dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das “forças comunistas norte-coreanas” e de “eliminar elementos hostis ao Estado”.

No entanto, a Assembleia Nacional frustrou os planos presidenciais ao votar a favor do levantamento do estado de emergência. Pressionado pelos deputados e por milhares de manifestantes pró-democracia, Yoon foi obrigado a revogar a decisão.

Em 03 de Janeiro, os serviços de segurança presidencial, responsáveis pela proteção do chefe de Estado, bloquearam uma primeira tentativa do COI de executar o mandado de detenção. Na segunda incursão, ontem, as autoridades avisaram que deteriam qualquer pessoa que impedisse a detenção.

15 Jan 2025

Seul | Caixas negras não registaram minutos antes de acidente aéreo

As duas caixas negras do avião que se despenhou a 29 de Dezembro pararam de gravar quatro minutos antes do acidente que matou 179 pessoas, informou sábado o Ministério dos Transportes sul-coreano.

“A análise revelou que o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo não estavam a gravar durante os quatro minutos que antecederam a colisão da aeronave” com o muro que se encontrava no final da pista do aeroporto de Muan, no sul do país, e fez com que o Boeing da Jeju Air explodisse em chamas, disse o ministério, em comunicado.

As autoridades planeiam “investigar a causa da perda de dados”, refere o comunicado, enquanto investigações conjuntas entre especialistas sul-coreanos e norte-americanos, incluindo da fabricante aeronáutica Boeing, foram iniciadas após a tragédia.

Na terça-feira, as autoridades sul-coreanas lançaram um plano de revisão do perímetro dos aeroportos após o pior acidente aéreo da sua história. O acidente levou as autoridades a rever as estruturas de cimento que foram concebidas para alojar os localizadores que servem para orientar os pilotos e facilitar o alinhamento com a pista.

O ministro dos Transportes, Park Sang-woo, indicou que estas paredes serão modificadas independentemente de cumprirem ou não a regulamentação em vigor. “Vamos melhorá-las de uma forma que aumente a segurança”, referiu o governante, sem dar mais detalhes, segundo a imprensa local.

O anúncio ocorre depois de o Governo sul-coreano ter apelado à melhoria da segurança aérea. Desde que a polícia começou a avaliar o aeroporto de Muan para recolher dados e provas, vários especialistas questionaram o desenho da infraestrutura, especialmente no que diz respeito ao muro.

Cortes à vista

A companhia aérea sul-coreana Jeju Air anunciou na terça-feira que vai reduzir as operações. Após o acidente, a companhia aérea de baixo custo já tinha anunciado planos para reduzir os serviços entre 10 e 15 por cento, de forma a reforçar as operações de manutenção de aeronaves.

Embora o plano ainda não esteja finalizado, a Jeju Air disse que irá cancelar todos os 78 voos previstos de 22 a 30 de Março entre Gimhae, o aeroporto que serve Busan, no sudeste da Coreia do Sul, e Clark, nas Filipinas.

A empresa cancelou também outros 110 entre Gimhae e Kaoshiung, em Taiwan, de 03 de Fevereiro a 29 de Março. Também na terça-feira, os dois principais partidos sul-coreanos anunciaram a criação de uma comissão parlamentar conjunta para investigar o acidente, apesar das divisões políticas.

“O Partido do Poder Popular [PPP, no poder] e o Partido Democrático [na oposição] decidiram criar uma comissão especial” para investigar a tragédia e prestar assistência aos familiares, afirmou o PPP.

Num comunicado, o PPP revelou que a comissão irá incluir sete deputados de cada um dos dois movimentos e um último membro não pertencente a nenhum dos partidos.

13 Jan 2025

Advogados desmentem fuga de presidente sul-coreano deposto

Os advogados do presidente deposto da Coreia do Sul negaram ontem que Yoon Suk-yeol esteja em fuga, como alega a oposição.

As declarações da equipa jurídica surgem numa altura em que as autoridades preparam uma segunda operação para tentar deter Yoon, depois da execução de um primeiro mandado de detenção ter falhado, na sexta-feira, devido a um bloqueio da segurança na residência presidencial.

Os advogados encontraram-se com Yoon na residência na terça-feira à noite, disse, em conferência de imprensa, a equipa jurídica do presidente deposto, que está a ser investigado por ter declarado lei marcial a 3 de Dezembro.

Um dos advogados, Yun Gap-keun, insistiu que a defesa de Yoon continua a recusar-se a acatar uma investigação baseada naquilo a que voltou a chamar de mandado de detenção inválido e ilegal contra o dirigente, destituído pela Assembleia Nacional a 14 de Dezembro.

“O que é claro é que se o Gabinete de Investigação da Corrupção [CIO] solicitar o mandado [de detenção] a um tribunal do Distrito Ocidental de Seul, que está fora da jurisdição, não o podemos aceitar”, disse Yun, sublinhando que o poder para julgar a alegada insurreição de Yoon cabe aos tribunais do Distrito Central de Seul, os principais tribunais do país.

Yun fez estas declarações depois de, na terça-feira, ter sido concedida ao CIO uma prorrogação do prazo de execução de uma ordem de detenção emitida por um tribunal da área ocidental da capital sul-coreana.

Os advogados do presidente deposto também insistiram que a investigação do alegado crime de insurreição não é da responsabilidade do CIO, mas sim do Ministério Público. As divergências entre o gabinete anticorrupção e o Ministério Público remontam ao tempo de Yoon Suk-yeol como procurador-geral.

Sem sucesso

O CIO foi criado pelo anterior governo liberal, em 2021, para limitar os poderes do Ministério Público na investigação de titulares de altos cargos da administração pública, depois de uma investigação de Yoon ter levado à demissão do então ministro da Justiça.

A sucessora no cargo criou então o CIO, que, por sua vez, forçou a demissão do actual presidente deposto. Três meses depois, Yoon candidatou-se pelos conservadores às eleições de 2022, conduzindo ao cenário actual, marcado por um profundo ressentimento entre as agências e os dois principais partidos políticos, o PPP e o Partido Democrático.

9 Jan 2025

Seul | Emitido novo mandato de captura contra presidente deposto

Um tribunal sul-coreano emitiu ontem um novo mandado de captura contra o chefe de Estado deposto, Yoon Suk Yeol, anunciaram as autoridades de Seul. “O mandado de captura contra o suspeito Yoon foi emitido hoje”, disseram ontem em comunicado.

Os investigadores aguardavam que um tribunal emitisse um novo mandado de captura, numa segunda tentativa de prender o presidente deposto, que se mantém na sua residência em Seul sob a protecção de guarda-costas.

O primeiro mandado de captura, emitido a 31 de Dezembro, expirou na segunda-feira, sem que o Gabinete de Investigação da Corrupção (CIO) conseguisse deter Yoon para interrogatório.

Na sexta-feira passada, os investigadores do CIO, apoiados por agentes da polícia, entraram na residência, mas no local encontravam-se cerca de 200 soldados e agentes do Serviço de Segurança Presidencial.

As autoridades retiraram-se após seis horas em que se registaram confrontos. Na segunda-feira ocorreu um conflito entre serviços, com o CIO a querer confiar apenas à polícia a tarefa de prender Yoon e a polícia a responder que só o CIO tinha competência para o fazer. A crise política no país começou após Yoon Sul Yeol tentar impor a lei marcial no país, no final do ano passado.

8 Jan 2025

Aviação | Jeju Air reduzi operações após acidente

O acidente da companhia de aviação sul-coreana, no final de 2024, fez 179 vítimas mortais

 

A companhia aérea sul-coreana Jeju Air, sob escrutínio após a queda de um avião em 29 de Dezembro, que causou a morte a 179 pessoas, anunciou ontem que vai reduzir as operações. Após o acidente, a companhia aérea de baixo custo já tinha anunciado planos para reduzir os serviços entre 10 e 15 por cento, de forma a reforçar as operações de manutenção de aeronaves.

Embora o plano ainda não esteja finalizado, a Jeju Air disse ontem que irá cancelar todos os 78 voos previstos de 22 a 30 de Março entre Gimhae, o aeroporto que serve Busan, no sudeste da Coreia do Sul, e Clark, nas Filipinas. A empresa cancelou também outros 110 voos entre Gimhae e Kaoshiung, em Taiwan, de 03 de Fevereiro a 29 de Março.

O plano geral de redução da Jeju Air para o período de Janeiro a Março, incluindo os voos que opera de e para o aeroporto de Incheon, que serve a capital Seul, deverá ser finalizado esta semana. Especialistas acreditam que o corte nos serviços no primeiro trimestre poderá afectar um total de cerca de 1.900 voos da maior companhia aérea de baixo custo sul-coreana.

Alto custo

A investigação do acidente ocorrido em Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, revelou que a Jeju Air, para obter maior rentabilidade operacional, reduziu o tempo para realizar verificações de manutenção nas aeronaves antes de cada voo.

Na primeira metade de 2024 o número de atrasos de voos da Jeju Air (1,01 por cento do total) por motivos de manutenção foi o dobro da média e o mais elevado da Coreia do Sul.

Em 02 de Janeiro, o presidente executivo da Jeju Air foi proibido de sair da Coreia do Sul. “A equipa de investigação impôs proibições de viagem a duas pessoas, incluindo o CEO da Jeju Air, Kim E-bae”, disse a polícia da província de South Jeolla, onde se situa o aeroporto de Muan.

Também ontem, os dois principais partidos da Coreia do Sul anunciaram a criação de uma comissão parlamentar conjunta para investigar o acidente, apesar das divisões políticas. “O Partido do Poder Popular [PPP, no poder] e o Partido Democrático [na oposição] (…) decidiram criar uma comissão especial” para investigar a tragédia e prestar assistência aos familiares, afirmou o PPP.

Num comunicado, o PPP revelou que a comissão irá incluir sete deputados de cada um dos dois movimentos e um último membro não pertencente a nenhum dos partidos. O Partido Democrático confirmou à agência de notícias France-Presse que concordou com o movimento rival.

Em 29 de Dezembro, um avião da Jeju Air proveniente de Banguecoque, capital tailandesa, aterrou de barriga no aeroporto de Muan e embateu num muro de betão, no final da pista, acabando por explodir. Apenas duas das 181 pessoas que se encontravam a bordo – uma hospedeira e um comissário – sobreviveram ao acidente, o pior desastre aéreo da história em solo sul-coreano.

8 Jan 2025

Coreia do Sul | Yoon quer testemunhar no Tribunal Constitucional

O Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, tenciona testemunhar perante o Tribunal Constitucional (TC) sobre a decisão do parlamento de o destituir por ter declarado a lei marcial em Dezembro, anunciou ontem um dos seus advogados

 

“O Presidente tenciona comparecer numa data apropriada e explicar a sua posição”, disse o advogado Yun Gap-geun aos meios de comunicação social, citado pela agência espanhola EFE.

O Tribunal Constitucional (TC) fixou as datas para a realização de cinco audiências no âmbito do processo de destituição de Yoon até ao início de Fevereiro, estando a primeira agendada para 14 de Janeiro. As outras quatro sessões estão previstas para 16, 21 e 23 de Janeiro, e 4 de Fevereiro.

A declaração do advogado sugere que Yoon poderá estar presente na primeira audição, segundo a agência sul-coreana Yonhap. Se não comparecer numa das datas fixadas para as cinco sessões ordinárias, a audiência para ser ouvido poderá ser transferida para outro dia.

O Presidente não foi obrigado a comparecer nas duas audiências preparatórias do julgamento, embora a lei sul-coreana exija que esteja presente nas audiências regulares. Caso não compareça uma segunda vez, o tribunal fica então habilitado a prosseguir o processo sem a presença do Presidente.

Yoon recusou-se a cooperar com as autoridades na investigação criminal em curso de que é alvo por ter declarado a lei marcial em 3 de Dezembro e não compareceu a qualquer convocação para testemunhar. Em consequência, o gabinete anticorrupção obteve um mandado de detenção temporária para o levar a depor.

Visita em boa hora

O Serviço de Segurança Presidencial (PSS) impediu na sexta-feira o acesso dos investigadores à residência de Yoon em Seul, após várias horas de impasse. Os advogados de Yoon solicitaram a anulação judicial do mandado, argumentando que só o Ministério Público, e não o gabinete anticorrupção, pode pedir uma detenção por um alegado crime de insurreição.

Trata-se do único crime a que um presidente sul-coreano não está imune. A Coreia do Sul pune os líderes de um movimento de insurreição com prisão perpétua ou com a pena de morte, em relação à qual existe uma moratória no país há quase 40 anos.

Se conseguirem deter Yoon, os investigadores têm 48 horas para o interrogar e até solicitar um mandado para prolongar a detenção, se o considerarem necessário. Yoon, que foi proibido de sair do país, foi destituído pelo parlamento em 14 de Dezembro e aguarda uma decisão definitiva do TC sobre o processo.

Milhares de apoiantes e detratores de Yoon voltaram a manifestar-se ontem em Seul, apesar da neve, segundo a agência francesa AFP.

À porta da residência de Yoon, os apoiantes do Presidente compareceram em grande número para apelar à anulação da destituição pelo parlamento. Já os opositores de Yoon exigem que seja detido, depois de a guarda presidencial ter impedido uma primeira tentativa na sexta-feira.

No meio da crise, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, é esperado hoje no país asiático. Blinken vai reunir-se com o homólogo Cho Tae-yul e “reafirmar a aliança inabalável” entre Washington e Seul, segundo o Departamento de Estado norte-americano.

As discussões centrar-se-ão igualmente na actual crise política e na ameaça que a vizinha Coreia do Norte representa para a segurança.

6 Jan 2025

Coreia do Sul | CEO da Jeju Air proibido de sair do país após queda de Boeing

O presidente executivo da Jeju Air foi proibido de sair da Coreia do Sul na sequência da queda do avião da companhia aérea sul-coreana na semana passada que causou a morte a 179 pessoas, informou ontem a polícia.

“A equipa de investigação impôs proibições de viagem a duas pessoas, incluindo o CEO da Jeju Air, Kim E-bae”, disse a polícia da província de South Jeolla, onde se situa o aeroporto de Muan onde ocorreu o acidente.

A polícia da Coreia do Sul já tinha anunciado estar a realizar buscas no aeroporto de Muan, sudoeste do país, e noutros locais, na sequência da queda de um Boeing 737-800 da Jeju Air. “Em relação ao acidente de avião de 29 de Dezembro, está a decorrer uma operação de busca desde as 09h (08h em Macau) de 2 de Janeiro em três locais, incluindo o aeroporto de Muan, o escritório da Jeju Air em Seul e um escritório da autoridade regional de aviação em Muan”, declarou a polícia num comunicado enviado à agência de notícias France-Presse.

“A polícia tenciona determinar rápida e rigorosamente a causa e a responsabilidade por este acidente, em conformidade com a lei”, acrescentou a mesma fonte.

Na quarta-feira, o governo sul-coreano anunciou que vai enviar uma das caixas negras do Boeing para os Estados Unidos, para ser descodificada. “Decidimos que não é possível extrair aqui os dados do gravador de dados de voo [FDR] danificado”, declarou o responsável pela Aviação do Ministério dos Transportes sul-coreano, Joo Jong-wan, em conferência de imprensa. O anúncio surgiu no mesmo dia em que os dados da outra caixa negra, o gravador de voz do cockpit (CVR), foram extraídos.

3 Jan 2025

Coreia do Sul | Tribunal emitiu mandado de detenção de presidente deposto

O mandado de detenção contra o presidente deposto sul-coreano, em vigor até segunda-feira, vai ser executado “dentro do prazo” estipulado, afirmou a agência que investiga a imposição de lei marcial a 3 de Dezembro. Yoon Suk-yeol prometeu lutar até ao fim

 

O mandado contra Yoon Suk-yeol vai ser executado “dentro do prazo”, disse aos jornalistas o director do gabinete de investigação da corrupção (CIO), Oh Dong-woon.

Os investigadores defendem “um processo fluido sem grandes perturbações”, indicou Oh, alertando para a possibilidade de uma “mobilização policial”. “Consideramos que acções como a montagem de barricadas e encerramento dos portões de ferro [da residência de Yoon] para resistir à execução do nosso mandado de detenção constituem uma obstrução às funções oficiais”, prosseguiu o responsável, acrescentando que qualquer pessoa que se oponha à detenção de Yoon pode “ser processada”.

Um tribunal sul-coreano emitiu na terça-feira um mandado de detenção contra Yoon Suk-yeol, pela imposição de lei marcial no início de Dezembro. É a primeira vez na história da Coreia do Sul que um Presidente em exercício é alvo de uma acção judicial do género. Yoon Suk-yeol continua oficialmente em funções enquanto aguarda a decisão do Tribunal Constitucional sobre a destituição, adoptada em 14 de Dezembro pela Assembleia Nacional.

Actualmente, está suspenso do cargo e espera-se que o tribunal confirme ou rejeite a destituição até meados de Junho.

Yoon surpreendeu o país a 3 de Dezembro ao declarar lei marcial e enviar o exército para o parlamento. Foi forçado a recuar algumas horas mais tarde, sob pressão dos deputados e de milhares de manifestantes. O antigo procurador, de 64 anos, não respondeu por três vezes às convocatórias para ser interrogado sobre a tentativa de golpe de Estado, o que levou a que, na segunda-feira, fosse pedido um mandado de captura.

Apelo aos crentes

Yoon Suk Yeol, dirigiu-se na quarta-feira os seus apoiantes numa carta em que afirma que “lutará até ao fim”.
“Estou a ver em directo no YouTube todo o trabalho árduo que estão a fazer”, escreveu Yoon na quarta-feira às centenas de apoiantes que se reuniram perto da sua residência oficial para protestar contra a investigação. “Lutarei até ao fim para proteger este país juntamente convosco”, declarou na carta, cuja fotografia foi enviada aos meios de comunicação social por Seok Dong-hyeon, um advogado que aconselha Yoon.

O Partido Democrático, na oposição, que detém o controlo maioritário do Parlamento e liderou a destituição de Yoon, afirmou que a carta prova o estado de delírio de Yoon, que continua empenhado em completar a “insurreição”.
“Como se não bastasse tentar encenar uma insurreição, está agora a incitar os seus apoiantes a um confronto extremo”, declarou o porta-voz do partido, Jo Seoung-lae, em comunicado.

3 Jan 2025

Jeju Air | Anunciadas inspecções devido a problemas com trens de aterragem

O Governo sul-coreano anunciou ontem “inspecções rigorosas de segurança” à companhia aérea Jeju Air, na sequência de dois episódios com problemas nos trens de aterragem, um dos quais causou a morte a 179 pessoas no domingo. O segundo incidente aconteceu ontem, forçando o regresso do avião à pista após a descolagem

 

A companhia aérea responsável pelo avião que se despenhou no domingo na Coreia do Sul, causando a morte a 179 pessoas, vai ser alvo de “inspecções rigorosas de segurança” devido a problemas com trens de aterragem das aeronaves, avançou ontem o Governo sul-coreano. “Planeamos implementar inspecções rigorosas de segurança aérea, em resposta aos incidentes com os trens de aterragem”, afirmou Joo Jong-wan, responsável pelo departamento de aviação no ministério sul-coreano dos Transportes, após uma reunião ontem em Seul.

A reacção do Governo sul-coreano surge depois de, no domingo, um acidente com um avião da Jeju Air no Aeroporto Internacional de Muan (sul) causar a morte de 179 pessoas e de, na manhã de ontem, um segundo avião da mesma companhia aérea ter registado um problema semelhante, forçando-o a regressar ao aeroporto de partida.

Joo referiu que a Jeju Air, uma das principais transportadoras aéreas de baixo custo do país, é conhecida pela elevada taxa de utilização dos aviões, o que, segundo alguns peritos, poderá ter contribuído para os incidentes.

O funcionário do ministério sul-coreano dos Transportes acrescentou que o Conselho Nacional de Segurança dos Transportes dos Estados Unidos vai estar envolvido na investigação dos incidentes e que a Boeing, fabricante de ambos os aviões do mesmo modelo, também foi contactada para cooperar.

Segundo acto

Um avião da Jeju Air foi ontem forçado a regressar ao aeroporto de partida, o Aeroporto Internacional de Gimpo, na ponta ocidental de Seul, depois de registar uma anomalia com o trem de aterragem, semelhante ao problema ocorrido com o aparelho que falhou a aterragem no domingo no aeroporto de Muan, acidente que causou a morte de 179 pessoas.

O voo 7C101 da Jeju Air, que partiu do aeroporto internacional de Gimpo com destino a Jeju, no sul da Coreia do Sul, às 06h37 de segunda-feira (05h37 em Macau), detectou um problema no trem de aterragem pouco depois de levantar voo.

A transportadora disse que tenciona retomar as operações depois de trocar de aparelho, também um Boeing 737-800, considerado um dos mais seguros do mundo. A Jeju Air, transportadora sul-coreana de baixo custo, opera 39 aparelhos 737-800 numa frota de 41 aviões.

No domingo, o avião que fazia o voo 7C2216 da Jeju Air explodiu no final de um “pouso de barriga”, sem trem, derrapando na pista do aeroporto de Muan até embater num muro de betão, matando 179 pessoas e deixando apenas dois sobreviventes, naquele que é o pior acidente de sempre da aviação civil em solo sul-coreano.

31 Dez 2024

Turismo | Excursionistas coreanos mais que triplicam até Novembro

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) mostram um aumento das excursões com turistas oriundos de fora da China até Novembro. Em 11 meses, Macau registou 79 mil visitantes em excursões da Coreia do Sul, um aumento significativo de 257,9 por cento em termos anuais, enquanto o número de excursionistas da Índia, 23 mil, subiu 426 por cento.

Em termos globais, Macau recebeu, de Janeiro a Novembro, 1.908.000 turistas em excursões, mais 70,9 por cento face a igual período de 2023, sendo que 1.699.000 eram do Interior da China e 182.000 eram visitantes internacionais em excursões, um aumento de 63,4 por cento e 179,4 por cento, respectivamente.

Relativamente ao mês de Novembro, os excursionistas foram 213 mil, mais 5,2 por cento em termos anuais.
Nos primeiros 11 meses deste ano, um total de 524 mil residentes adquiriu viagens para fora, mais 43,3 por cento em termos anuais.

A DSEC indica também a taxa média de ocupação dos quartos, que em 11 meses foi de 86,1 por cento, um aumento de cinco pontos percentuais face ao mesmo período de 2023. Nestes meses, os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 13.242.000 indivíduos, um aumento de 8,1 por cento face ao período homólogo de 2023. O período médio de permanência dos hóspedes manteve-se em 1,7 noites.

31 Dez 2024

Coreia do Sul | Presidente deposto volta a falhar interrogatório

O presidente deposto da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, não compareceu ontem, pela terceira vez, para interrogatório sobre a imposição da lei marcial, disse uma equipa especial de investigação.

Yoon tinha sido convocado para estar na sede da agência anticorrupção, o Gabinete Sénior de Investigação de Corrupção, em Gwacheon, nos subúrbios de Seul, às 10h (09h em Macau), mas não apareceu. Esta é a terceira vez que Yoon, um antigo procurador, se recusa a obedecer a intimações dos investigadores, depois de ter rejeitado uma primeira intimação, em 18 de Dezembro.

No sábado foi revelado que Yoon Suk Yeol autorizou o exército a abrir fogo para entrar no parlamento no início de Dezembro, durante a tentativa de impor a lei marcial, segundo um relatório do Ministério Público consultado pela AFP.

““Ainda não entraste? O que estão a fazer? Arrombem a porta e tirem-nos de lá, mesmo que seja preciso disparar”, disse a 3 de Dezembro, durante uma chamada telefónica com o comandante militar de Seul, Lee Jin-woo, que se encontrava perto do parlamento, segundo a procuradoria.

O Ministério Público divulgou aos meios de comunicação social o relatório de acusação contra o antigo ministro da Defesa Kim Yong-hyun, apontado como a pessoa que pressionou o Presidente Yoon a impor a lei marcial.

Segundo o relatório, com 10 páginas, o Presidente sul-corenano também ordenou ao chefe da contraespionagem militar, general Kwak Jong-keun, que “entrasse rapidamente” no parlamento. “Tirem as pessoas do interior da assembleia, destruam as portas com um machado, se necessário”, disse ainda Yoon Suk Yeol. No relatório aponta-se ainda que o Presidente tinha discutido a lei marcial com oficiais militares superiores já em Março.

Enquanto os deputados se apressavam em rejeitar a lei marcial na madrugada de 4 de Dezembro, o Presidente Yoon disse a Lee que a declararia “uma segunda e terceira vez”.

30 Dez 2024

Queda de avião na Coreia: O que se sabe até ao momento

Um avião de passageiros incendiou-se quando aterrava este domingo, 29, num aeroporto na Coreia do Sul, matando 179 pessoas, num dos desastres aéreos mais mortíferos da história do país. Houve apenas dois sobreviventes no voo 2216 da companhia de baixo custo Jeju Air, segundo as autoridades.

Um vídeo mostrou o avião a derrapar e ultrapassar a pista de aterragem e depois a colidir com uma barreira no aeroporto. O trem de aterragem dianteiro aparentemente não foi acionado.

O que aconteceu?

O jato Boeing 737-800, proveniente de Banguecoque, despenhou-se ao aterrar no aeroporto de Muan (sudoeste), a cerca de 290 quilómetros a sul da capital, Seul, às 09:03 locais, segundo o Ministério dos Territórios.

As autoridades do Ministério dos Transportes disseram que a torre de controlo do aeroporto emitiu um alerta de colisão com aves aos pilotos pouco antes da sua intenção de aterrar e deu-lhes permissão para usar uma área diferente.

Um vídeo transmitido pela emissora sul-coreana MBC mostra o avião a aterrar com fumo a sair dos motores, aparentemente sem trem de aterragem. A aeronave saiu da pista e ficou envolvida pelas chamas.

Apenas dois sobreviventes

Todos os 175 passageiros e quatro dos seis tripulantes a bordo morreram. Os passageiros eram todos coreanos, exceto dois tailandeses, uma criança de 3 anos e um homem de 78, disseram as autoridades. As equipas de socorro resgataram dois tripulantes dos destroços do avião. Segundo o ‘site’ especializado Flightradar, o avião, um Boeing 737-800 da empresa sul-coreana de baixo custo Jeju Air, entrou ao serviço em 2009.

Como estão a decorrer as operações de socorro?

Centenas de membros da equipa de resgate, incluindo bombeiros e soldados, foram enviados para o local. Os familiares aguardavam no primeiro andar do aeroporto.

Imagens transmitidas pelos canais de televisão locais mostraram a aeronave completamente carbonizada, com exceção da cauda, e corpos envoltos em mortalhas azuis retirados em macas. O Presidente sul-coreano em exercício, Choi Sang-mok, presidiu a uma reunião governamental de emergência e visitou hoje o local. O Governo declarou Muan uma zona de catástrofe especial.

Kim E-bae, presidente da Jeju Air, fez uma profunda vénia a outros altos funcionários da empresa ao pedir desculpa às famílias enlutadas e afirmou que sente “total responsabilidade” pelo desastre. A Boeing também apresentou condolências e disse em comunicado na rede X que está pronta para apoiar a empresa na investigação do acidente.

O que provocou o acidente?

Serão necessários meses para determinar as causas. Mas existem algumas pistas possíveis. Lee Jeong-hyeon, chefe do corpo de bombeiros de Muan, disse que os trabalhadores estavam a analisar várias possibilidades, incluindo se a aeronave foi atingida por aves.

“Suspeita-se que a causa do acidente tenha sido uma colisão com aves combinada com condições meteorológicas desfavoráveis. Mas a causa exata será anunciada após uma investigação”, disse Lee Jeong-hyun. Os primeiros elementos noticiados pela agência de notícias sul-coreana Yonhap deram conta de um “mau funcionamento do trem de aterragem”. Segundo a mesma fonte, a aeronave aterrou de barriga e incendiou-se ao embater numa vedação no final da pista.

Questionado sobre a possibilidade de a pista de aterragem ser demasiado curta, um responsável disse que isso provavelmente não era um fator. “A pista tem 2.800 metros de comprimento, ou 9.200 pés, e os aviões de tamanho semelhante utilizam-na sem problemas”, esclareceu. As duas caixas negras – o gravador de dados de voo e o gravador de voz da cabine – foram recuperadas.

Quais os perigos das colisões de aves?

As colisões de aves, que podem causar danos significativos no motor ou no pára-brisas, são a causa de muitos acidentes aéreos.

Na maioria dos casos, a colisão ocorre durante a descolagem ou aterragem, quando os motores estão a trabalhar a toda a velocidade. Os danos materiais variam desde uma simples deformação do bordo de ataque da asa até à destruição parcial ou total do reator.

Um dos casos mais famosos remonta a janeiro de 2009, quando o piloto de um Airbus A320 da US Airways com 155 pessoas a bordo conseguiu aterrar de emergência no rio Hudson, em Nova Iorque, após uma colisão deste tipo, e salvou todos os ocupantes.

E quanto aos acidentes aéreos anteriores?

Este é o primeiro acidente mortal na história da Jeju Air, fundada em 2005. Em 12 de agosto de 2007, um Bombardier Q400 da sua frota que transportava 74 pessoas despistou-se sob ventos fortes no aeroporto de Busan-Gimhae (sudeste), provocando cerca de 10 feridos ligeiros.

Antes do acidente de hoje, o acidente de avião mais grave da história da Coreia do Sul foi a queda de um Boeing 767 da Air China vindo de Pequim contra uma colina perto do aeroporto de Busan-Gimhae, que fez 129 mortos a 15 de abril de 2002.

O último acidente mortal numa companhia aérea sul-coreana foi o de um Boeing 777 da Asiana Airlines que falhou a aterragem no aeroporto de São Francisco, matando três pessoas e ferindo 182 a 6 de julho de 2013.

O desastre mais mortífero para uma empresa sul-coreana continua a ser o de um Boeing 747 da Korean Air, que ligava Nova Iorque a Seul via Anchorage (Alaska), que foi abatido por um caça soviético sobre o Mar do Japão, causando a morte de 246 passageiros e 23 tripulantes em 1 de setembro de 1983.

No entanto, os especialistas acreditam que o setor do transporte aéreo sul-coreano é globalmente fiável e seguro.

30 Dez 2024

Acidente de avião terá causado 179 mortos na Coreia do Sul

Um total de 179 pessoas terão morrido este domingo na queda de um avião da Jeju Air no aeroporto de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, de acordo com informações preliminares dos bombeiros. Segundo a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap, as equipas de emergências conseguiram resgatar dois sobreviventes, um tripulante e um passageiro, do avião que tinha 181 pessoas a bordo.

O número oficial de mortos é de 120, enquanto os bombeiros continuam a trabalhar na zona e a verificar o estado das vítimas, embora já tenham notado que a maioria estaria “presumivelmente morta” e que o número oficial deverá aumentar drasticamente nas próximas horas.

O anterior balanço provisório daquele que é já um dos piores desastres aéreos na história da Coreia do Sul apontava para pelo menos 85 mortos. O avião ficou “quase completamente destruído” e os passageiros e tripulantes tiveram “poucas hipóteses de sobreviver”, disseram os bombeiros.

“Os passageiros foram ejetados do avião quando este colidiu com uma barreira, deixando-os com poucas hipóteses de sobrevivência”, disse um bombeiro local, durante uma reunião com familiares das vítimas. “O avião está quase totalmente destruído e a identificação dos falecidos está a ser difícil”, acrescentou.

O avião, com 175 passageiros e seis membros da tripulação a bordo, despenhou-se por volta das 09:07 (hora local) ao aterrar no aeroporto da cidade de Muan, no sul da Coreia do Sul, a cerca de 290 quilómetros da capital, Seul.

De acordo com a polícia e bombeiros, o avião, um Boeing 737-8AS vindo da capital da Tailândia, Banguecoque, colidiu com uma vedação de betão e incendiou-se. As autoridades aeroportuárias disseram que o avião estava a tentar uma aterragem forçada, após uma primeira tentativa ter falhado, devido a uma avaria do trem de aterragem.

No entanto, o avião não terá conseguido reduzir a velocidade até chegar ao fim da pista, o que provocou a colisão com a vedação e o incêndio. O chefe do corpo de bombeiros de Muan, Lee Jeong-hyun, disse que a queda se deveu provavelmente a uma colisão com um pássaro, combinada com condições meteorológicas adversas.

O presidente em exercício do país, Choi Sang-mok, ordenou que fossem feitos todos os esforços possíveis nas operações de resgate após o acidente. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia confirmou em comunicado a presença de dois cidadãos no avião e disse que o país está em contacto com Seul.

Nikorndej Balankura instou os familiares destes dois cidadãos a telefonar para a embaixada tailandesa em Seul para receber mais informações.

A última vez que a Coreia do Sul sofreu um desastre aéreo de grande escala foi em 1997, quando um avião da companhia aérea sul-coreana Korean Airline se despenhou no território norte-americano de Guam, matando as 228 pessoas a bordo.

30 Dez 2024