HK | DSAT sem data para ligação com Aeroporto

Apesar da vontade do Governo de lançar um serviço com autocarros directos de Macau para o Aeroporto Internacional de Hong Kong, ainda não há data para o início do serviço. De acordo com Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, a parte de Hong Kong (DSAT) ainda precisa de tratar de algumas formalidades.

“Todos os procedimentos administrativos estão aprovados, os autocarros prontos, mas se calhar a parte de Hong Kong é que precisa de tempo para tratar das formalidades”, respondeu Lam citado pela TDM, quando questionado sobre o assunto.

“De acordo com a nossa comunicação, ambas as partes estão ansiosas para avançar com este plano e de iniciar o serviço com a maior brevidade. Mas não tenho uma data definida”, respondeu. Com autocarros directos, as formalidades alfandegárias para quem voa a partir de Hong Kong vão poder ser tratadas em Macau, antes de se apanhar o autocarro para o aeroporto da RAEHK. Ainda assim, Lam Hin San indicou que o serviço pode começar a “dentro de semanas”.

28 Ago 2023

Desemprego | Taxa de residentes desceu para 3,3% entre Maio e Julho

A taxa de desemprego entre Maio e Julho caiu para um valor global de 2,6 por cento e 3,3 por cento apenas entre residentes. Os sectores que mais contribuíram para o aumento da população empregada foram o comércio a retalho e construção

 

Os números do desemprego continuam a melhorar desde que foram eliminadas as restrições de combate à pandemia. Segundo os últimos dados revelados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), entre os passados meses de Maio e Julho, “a taxa de desemprego atingiu 2,6 por cento e a taxa de desemprego dos residentes foi de 3,3 por cento, decrescendo ambas 0,2 pontos percentuais, face ao período anterior (Abril a Junho de 2023)”.

A taxa de subemprego também registou um ligeiro decréscimo (0,1 por cento) fixando-se em 1,7 por cento no período em análise.

No final de Julho, a população activa que vivia em Macau totalizava cerca de 372.800 pessoas, correspondente a uma taxa de actividade de 67,6 por cento. A população activa é um indicador económico-demográfico que mede o número de habitantes de um determinado país ou região que constitui a força de trabalho e os que estão aptos a trabalhar, incluindo os desempregados.

Em relação à população empregada, a DSEC releva que, entre Maio e Julho, totalizava 363 mil pessoas, destas 282.900 eram residentes, ou seja, mais 1.600 e mais 300, respectivamente, em comparação com o período precedente.

Carga de trabalhos

No final de Julho, a DSEC contabilizava um total de 9.800 desempregados, menos 600 do que no período anterior. Os serviços destacam que entre “os desempregados à procura de novo emprego, a maioria trabalhou anteriormente no ramo de actividade económica da construção, no ramo dos hotéis, restaurantes e similares e no ramo das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos”.

Já o número de pessoas que procurou o primeiro emprego representou 8,6 por cento do total da população desempregada, aumentando 1,3 pontos percentuais, face ao período anterior.

Em termos de ramos de actividade económica, o número de empregados do comércio a retalho e o de empregados da construção aumentaram face ao período anterior. Porém, os sectores dos transportes e armazenagem registaram uma evolução contrária, com o número de empregados a diminuir.

A DSEC indica também que a população subempregada fixou-se em 6.400 pessoas, menos 400, em relação ao período anterior. Neste capítulo, os sectores mais significativos com mais pessoas em situação de subemprego foram os ramos da construção, transportes e armazenagem.

28 Ago 2023

Macau Jockey Club | Desmentidos rumores de encerramento

O Macau Jockey Club desmentiu os rumores que dão conta do encerramento do espaço de apostas em corridas de cavalos, na Taipa, no final do ano, com a última corrida a decorrer a 29 de Setembro. Segundo a TDM, o desmentido foi feito ao jornal Ou Mun, onde consta o calendário das provas que vão decorrer em 2024.

Do lado da Direcção da Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) não houve uma resposta concreta sobre estas notícias, tendo sido explicado apenas que o Governo aprovou a prorrogação do contrato de franquia das corridas de cavalos até 31 de Agosto de 2042, em Fevereiro de 2018, tendo revisto ainda as respectivas disposições. O Macau Jockey Club, em operações há 30 anos, tem registado perdas financeiras consecutivas, sendo que nos primeiros sete meses do ano perdeu, por mês, mais de sete milhões e setecentas mil patacas. Com o novo contrato, o Macau Jockey Club, liderado por Angela Leong, está obrigado a manter-se em funcionamento até 2042 e a realizar mais de 1200 corridas por ano.

A TDM Canal Macau citou várias fontes que referem que a concessionária ficou proibida de receber apostas do estrangeiro, de regiões e países como Austrália, Singapura, Malásia e Hong Kong.

28 Ago 2023

Economia | PIB cresce 117,5 % no segundo trimestre

A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos explicou o crescimento do PIB com a “contínua recuperação económica”, “impulsionada pelo desempenho” do turismo e do jogo

 

O produto interno bruto (PIB) de Macau registou um acréscimo anual de 117,5 por cento, em termos reais, no segundo trimestre do ano, no maior crescimento desde o segundo trimestre de 2021, anunciaram as autoridades na sexta-feira.

O resultado deveu-se “à contínua recuperação económica” do território, “impulsionada pelo desempenho” do turismo e do jogo, indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em comunicado.

As exportações de serviços aumentaram 211,9 por cento em termos anuais, com as exportações de serviços do jogo a subir 463,6 por cento e as exportações de outros serviços turísticos a crescer 157,5 por cento, adiantou.

Face ao segundo trimestre de 2022, as importações de serviços cresceram 49,8 por cento e as importações de bens 0,1 por cento, enquanto as exportações de bens caíram 32,8 por cento, de acordo com a DSEC.

A procura interna subiu 18,4 por cento, impulsionada principalmente pelo aumento anual de 47,8 por cento da formação bruta de capital fixo, destacou.

No primeiro semestre de 2023, o PIB tinha registado uma subida anual de 71,5 por cento, em termos reais e a recuperação de Macau equivaleu a 71 por cento do volume económico do mesmo período de 2019, acrescentou. No segundo trimestre deste ano, a despesa de consumo privado aumentou 15,1 por cento, em termos anuais, “estimulado pelas melhorias na atmosfera económica e no ambiente de emprego”, referiu.

Governo gasta mais

A despesa de consumo final do governo cresceu 3,0 por cento em termos anuais, enquanto o investimento em obras públicas subiu 47,4 por cento em termos anuais, devido à construção de habitação pública e da quarta ponte Macau-Taipa, levando a uma subida de 70,7 por cento do investimento em equipamento.

No sector privado, o investimento em construção cresceu 86,6 por cento, em termos anuais, dado o aumento significativo do investimento das concessionárias de jogo. Já o investimento em equipamento, desceu 12,9 por cento.

Quanto ao comércio externo de mercadorias, observou-se um acréscimo homólogo de 22,3 por cento nas importações líquidas de bens, devido ao aumento da procura, indicou. Entre Maio e Julho, entraram em Macau 6,7 milhões de visitantes (mais 3,2 vezes, em termos anuais), representando 67,5 por cento do número de visitantes registado no trimestre homólogo de 2019.

28 Ago 2023

Teatro | Directora de grupo detida por suspeita de fraude

Em causa, está um apoio de 269 mil patacas do Fundo do Desenvolvimento Cultural que terá sido utilizado para apoiar um projecto realizado com conteúdos de uma peça de teatro já anteriormente subsidiada

 

Uma directora de um grupo local de teatro foi detida por suspeitas de fraude no valor de 269 mil patacas, nos pedidos de apoios junto do Fundo do Desenvolvimento Cultural (FDC). O caso foi relatado ontem pelo Jornal Ou Mun e em causa está o aproveitamento de conteúdos de uma peça subsidiada para pedir um novo apoio.

Segundo a informação das autoridades, citada pelo jornal, a investigação para o caso foi iniciada pelo Ministério Pública (MP), que pediu a assistência das autoridades policiais.

De acordo com as suspeitas, a directora da companhia de teatro tinha apresentado uma candidatura para receber um apoio do FDC no valor de 269 mil patacas. O projecto incluia uma peça de teatro que tinha estado no palco em 2020 e que mais tarde, no final de 2021, começou a ser transmitida online.

Com o financiamento aprovado, em Maio de 2022, a companhia apresentou o relatório das actividades e os resultados do apoio do FDC.

No entanto, a análise ao relatório levantou suspeitas, uma vez que foi considerado que o conteúdo da peça de teatro era igual ao conteúdo de uma outra peça de teatro da companhia, que em 2019 tinha sido apoiada, também pelo FDC, com um subsídio de 300 mil patacas.

Esta coincidência levou o MP a actuar e de acordo com o Ou Mun depois das primeiras investigações, “alguém” próximo da companhia terá admitido que houve um reaproveitamento de material antigo com “o vinho velho a ser colocado numa garrafa nova”.

Sem colaboração

Por sua vez, segundo o Jornal Ou Mun, as autoridades apontaram que a directora da companhia de teatro é uma residente local com 50 anos e que ao longo das investigações não se mostrou cooperativa, apesar de ter admitido que a utilização de conteúdos antigos é uma prática normal na área. O jornal também não adianta pormenores sobre o grupo de teatro, além de apontar que este não tem fins lucrativos.

De acordo com a polícia, a suspeita foi identificada no dia 22 de Agosto, depois da investigação ter sido iniciada em Fevereiro, A mulher foi detida na sua habitação, em Coloane.

Às autoridades, a equipa de produção e os actores do grupo de trabalho terão todos afirmado que não estiveram envolvidos na produção ou na representação da peça de teatro que está a ser alvo da investigação. Ainda de acordo com a informação oficial, o caso envolve a falsificação de vários documentos.

25 Ago 2023

Autocarros | Ligação a aeroporto de Hong Kong para breve

Está para breve o lançamento de uma linha de autocarros entre Macau e o aeroporto de Hong Kong que irá incluir procedimentos de embarque e de check-in de bagagem. A novidade foi revelada por Chan Man Iok, da Empresa de Serviços de Transporte de Passageiros do Aeroporto de Hong Kong (Macau), que participou ontem no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau.

O responsável adiantou que, no início da operação, as partidas dos autocarros serão de hora a hora, nos dois sentidos, entre Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e o Aeroporto do Hong Kong, com horários entre as 07h30 e as 19h30.

Durante os primeiros dois meses do serviço, o preço das viagens será de 250 patacas e depois passará para 280 patacas.

A empresa prevê que a frequência das viagens será alargada para horários de madrugada por altura do Natal. O objectivo passa por facultar um serviço que opera 24 horas por dia, com o período do dia de maior intensidade de frequências a registar partidas de 15 em 15 minutos.

Chan Man Iok acrescentou ainda que todos os autocarros serão eléctricos e terão capacidade para 36 passageiros.

25 Ago 2023

Transportes | Sabedoria Colectiva denuncia sobrelotação

Com o aumento dos turistas e o início do ano novo lectivo a aproximar-se, o Centro da Política da Sabedoria Colectiva apela ao Executivo para aumentar a capacidade da rede de autocarros públicos

 

O regresso dos turistas e o facto dos autocarros estarem cada vez mais cheios levou o Centro da Política da Sabedoria Colectiva a pedir ao Governo que tome medidas para resolver a situação. A tomada de posição surgiu por parte de Choi Seng Hong, vice-presidente do centro que tem ligações à Associação de Moradores de Macau.

Segundo Choi, o problema surgiu porque no Verão chegaram muitos turistas ao território sem que haja capacidade suficiente nos autocarros para responder ao aumento repentino. Esta nova realidade, indica o dirigente associativo, faz com que vários percursos estejam sempre sobrelotados, como acontece com os autocarros número 30, 34, 26A, 51, 51A, assim como outros que viajam entre Macau e as Ilhas, onde as horas de ponta são particularmente complicadas.

Com o ano lectivo a começar em Setembro, Choi Seng Hong apelou ao Governo para tomar várias medidas interdepartamentais e garantir que os residentes vão poder levar os filhos às escolas em “condições aceitáveis”.

“Com um grande número de pessoas a utilizarem os transportes públicos, muitas vezes é difícil conseguir entrar nos autocarros, e quando se entra as viaturas têm muita gente, o que faz com que a viagem seja sempre uma experiência desagradável”, indica Choi Seng Hong. “Espera-se que as autoridades façam uma avaliação sobre o número de turistas, com base nos dados recolhidos, e que aumentem a frequência da partida de autocarros. Podem também criar mais autocarros expresso e guias para os passageiros, nas principais paragens”, acrescentou.

Noites difíceis

Com base nas queixas recebidas de moradores, Choi Seng Hong indica que ao contrário do que poderia ser expectável, a situação dos autocarros não deixa de ser caótica à noite.

Segundo o dirigente, como Macau é uma cidade com muitos trabalhadores por turnos existe uma grande procura pelos meios de transporte, mesmo em horas em que não seria expectável.

Também neste aspecto, Choi apela ao Governo para recorrer aos vários dados com recurso às novas tecnologias para conseguir reagir rapidamente às mudanças, melhorar o serviço e autorizar a partida de novos autocarros, quando as linhas estão congestionadas, de forma mais agilizada.

Por último, Choi Seng Hong apelou ao Executivo para acelerar os trabalhos da construção da Linha Leste do Metro, que vai fazer a ligação entre as Portas do Cerco e as Ilhas. Segundo o vice-presidente do centro, o metro é uma boa solução para fazer com que haja menos procura pelos autocarros.

Carreiras ajustadas

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) resolveu ajustar alguns percursos de autocarro, aditando ou eliminando paragens, a fim de dar resposta ao elevado número de passageiros e assegurar a fluidez das deslocações. Assim, serão ajustados diversos horários na carreira 101X, “tendo em conta o fluxo de passageiros”, sobretudo nas horas de ponta e feriados, bem como a frequência da carreira 102X em todos os horários.

“A fim de facilitar as deslocações e correspondência entre carreiras” o autocarro 35 fará escala nas paragens “Jardim do Lago”, “Instituto de Enfermagem Kiang Wu Macau” e “Rua da Patinagem / Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental”. Enquanto isso, o autocarro 51 fará escala nas paragens “Estrada Flor de Lótus / Avenida da Nave Desportiva” e “Estrada Flor de Lótus / Rotunda Flor de Lótus 1”. A partir de sábado, e desde a primeira partida da manhã, serão ainda ajustadas as carreiras N5, 26, 36, 51A, AP1 e AP1X, bem como a carreira especial 73, sendo aditadas paragens e canceladas outras.

Como exemplo, o autocarro 73 deixa de parar no “Edifício dos Serviços de Migração / Pac On”, enquanto a carreira 51X fará uma paragem na “Estrada do Pac On / Novos Aterros”. A DSAT vai ainda ajustar a carreira H3, que fará paragens junto à Pousada Marina Infante e Avenida M. Flor de Lótus / Galaxy1, a fim de “fazer face ao aumento do fluxo de passageiros na zona e facilitar as deslocações dos cidadãos”.

Quanto ao autocarro M5, e “para aumentar a eficiência da carreira”, também será alterado o seu percurso, passando este autocarro pela Rua Cidade do Porto para regressar à Alameda Dr. Carlos D ‘Assumpção sem alterar as paragens de escala.

25 Ago 2023

Comércio | Retalhistas pessimistas face a terceiro trimestre

Comerciantes do sector do retalho não estão confiantes num bom volume de negócios para o terceiro trimestre deste ano. Dados da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC) mostram que 48,2 por cento dos retalhistas prevêem a diminuição do volume de vendas em termos anuais, enquanto 38,4 por cento antecipam uma estabilização.

Por sua vez, 13,4 por cento projectam um aumento do volume de negócios. Ainda para os últimos três meses do ano a previsão de cerca de 47,4 por cento dos retalhistas é de que a situação de exploração dos estabelecimentos seja insatisfatória.

A DSEC revela ainda que 42 por cento dos retalhistas acreditam “numa situação estável de exploração”, enquanto 10,6 por cento “prevêem uma situação de exploração satisfatória”. Por sua vez, 78,7 por cento dos retalhistas prevêem a estabilização dos preços de vendas em termos anuais, 12,1 por cento antevêem uma diminuição e 9,2 por cento projectam o aumento.

No segundo trimestre do ano o volume de negócios foi de 21,58 mil milhões de patacas, um aumento anual de 59,3 por cento com a eliminação de factores que influenciam os preços.

Contudo, no segundo trimestre o volume de negócios caiu 10,2 por cento em relação ao primeiro trimestre do ano. De destacar que o índice do volume de vendas diminuiu 14,3 por cento em termos trimestrais.

25 Ago 2023

Crime | Grupo usou fichas falsas em burla de 5,6 milhões

A Polícia Judiciária anunciou ontem a detenção de dois indivíduos, oriundos do Interior da China, por suspeitas de terem usado fichas falsas de jogo, que terão usado para trocar por verdadeiras.

De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, durante as investigações as autoridades apreenderam 804 fichas de jogo falsas, num esquema que terá envolvido 5,675 milhões de dólares de Hong Kong (HKD). A PJ não exclui a possibilidade de o esquema ter envolvido uma quantia superior e indicou que foi montada uma operação de busca para encontrar seis fugitivos que terão escapado.

O caso começou com a queixa de um casino no Cotai, que não é identificado, que terá alertado as autoridades na noite de segunda-feira para a descoberta de fichas falsas. A suspeita partiu de um croupier que terá detectado uma textura estranha em 10 fichas com o valor de 10.000 HKD, suspeita confirmada pelos responsáveis da segurança do casino que verificaram a ausência de chip de identificação nas fichas e detiveram os dois indivíduos.

Depois da investigação policial, as autoridades identificaram um total de oito pessoas que jogaram com fichas falsas no mesmo dia. Depois da detenção dos dois suspeitos, os restantes abandonaram o casino e saíram do território através da fronteira das Portas do Cerco.

No total, as autoridades acreditam que o grupo terá trocado com sucesso 493 fichas falsas de 10.000 HKD e ganho cerca de 700 mil HKD nas mesas de jogo.

24 Ago 2023

IH | Recebidas 1.300 queixas por infiltrações

O chefe da Divisão de Apoio à Administração de Edifícios do Instituto de Habitação (IH), Lio Tong Meng, revelou que foram recebidas 1.300 queixas este ano devido a infiltrações em edifícios. As declarações foram prestadas durante o programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, e o responsável reconheceu que há uma tendência de crescimento das reclamações.

Lio Tong Meng indicou também que desde o estabelecimento do Centro de Interserviços para Tratamento de Infiltrações de Água nos Edifícios, foram recebidas cerca de 26 mil queixas, com 87 por cento a serem resolvidas. O representante do IH ainda informou que a média anual de queixas é de 1.800.

Por sua vez, a directora dos Serviços de Assuntos de Justiça, Leong Weng In, indicou que os indivíduos afectados por infiltrações de água em casa devem, em primeiro lugar, entrar em contacto com os moradores da casa que é fonte de infiltrações.

Segundo Leong, só no caso em que os moradores não permitem a entrada nas casas é que se deve recorrer ao processo de arbitragem. Este é também um meio disponível para as situações em que as partes envolvidas nas infiltrações não conseguem chegar a um acordo sobre como resolver o problema ou sobre quem tem de assumir os custos.

O regime da arbitragem de litígios relativos a infiltrações em edifícios vai entrar em vigor em Setembro. Leong Weng In garante que as despesas com o mecanismo vão ser publicadas brevemente, através de um despacho do Chefe de Executivo.

24 Ago 2023

Jogo | Junkets “obrigados” a procurar clientes estrangeiros para sobreviver

O sector do jogo VIP de Macau continua em adaptação face aos desafios provocados pelo aperto regulatório e as políticas das autoridades da China de combate ao jogo. Um estudo de académicos locais elenca as principais dificuldades do sector e aponta a exploração de mercados estrangeiros como a tábua de salvação

 

Um estudo publicado na revista Gaming Law Review retrata o cenário complicado de luta pela sobrevivência com que se deparam os promotores de jogo licenciados para operar em Macau.

O estudo da autoria de Ryan Ho Hong Wai, da Universidade Politécnica de Macau, e Jenny Phillips, da Universidade de São José, identifica as dificuldades sentidas pelos operadores do segmento VIP desde que foram implementados quadros regulatórios mais apertados e, principalmente, desde que as autoridades do Interior da China impuseram política anti-jogo.

Em declarações ao portal especializado em jogo GGR Asia, Ryan Ho Hong Wai referiu que um dos caminhos para a sobrevivência dos junkets passa pela busca de clientela internacional, de forma atenuar o impacto das restrições impostas ao sector.

Os autores do estudo destacam as imposições das autoridades chinesas que vieram destruir o modelo de recrutamento de clientes dos junkets. “Enquanto procuraram manter a estabilidade social e económica domesticamente, as alterações às leis criminais chinesas que passaram a penalizar a organização de viagens transfronteiriças para jogar acabaram por ter repercussões globais mais alargadas. A penalização das viagens organizadas por junkets aprofundou ainda mais o fosso entre os interesses nacionais e o modelo de recrutamento que tradicionalmente suportou a comunidade de junkets em Macau e noutros locais de jogo na Ásia”, indicam os académicos.

Dimensão reduzida

Em cinco anos, o número de promotores de jogo VIP em Macau caiu para quase um terço. No início de 2018, operavam no território 109 junkets, volume que caiu para apenas 36 em Julho deste ano, de acordo com os dados publicados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos.

Os autores do estudo estimam que as regras estabelecidas nas novas concessões do jogo podem levar à redução do sector de junkets para níveis semelhantes, ou mesmo inferiores, aos verificados em Las Vegas e Singapura.

Além destas limitações, os académicos entendem que o sector VIP irá sofrer de “canibalização do mercado”, uma vez as concessionárias de jogo, com quem os junkets têm de associar operações, começaram a apostar na expansão das suas salas VIP.

24 Ago 2023

DST | Prevista menor afluência de turistas em Setembro

A Direcção de Serviços de Turismo (DST) espera que o número de turistas sofra uma redução em Setembro, em comparação com o mês actual. A previsão foi feita pela directora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, em declarações citadas pelo Jornal Ou Mun.

De acordo com a responsável, os números durante as férias de Verão foram “muito satisfatórios”, sendo que em Agosto a média diária de turistas foi superior a 80 mil por dia e até ficou próxima dos 90 mil turistas diários.

No entanto, em Setembro espera-se uma redução, que as autoridades vão tentar atenuar com a realização de vários eventos, como o Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau, o Grande Prémio de Macau, entre outros.

Maria Helena de Senna Fernandes explicou também a opção de desistir, este ano, do Espectáculo de Drones com o facto de ser um evento muito susceptível de ser cancelado devido às condições do tempo. Contudo, no futuro, não está excluído um regresso.

Em antecipação da Semana Dourada, uma época alta gerada pelos turistas do Interior, a responsável da DST indicou que o Governo vai ter mais pontos de interesse na cidade, de forma a evitar uma concentração excessiva junto das principais atracções. Uma das estratégias passa por criar mais pontos na cidade para ver o Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau.

Maria Helena de Senna Fernandes foi ainda questionada sobre as medidas para promover o regresso das excursões ao nível pré-pandémica, mas sobre este assunto explicou que após a pandemia o turismo sofreu alterações. A tendência passa agora por Macau receber visitantes mais jovens, com visto individual, que exigem a criação de novos produtos turísticos.

24 Ago 2023

DSAT | Alerta contra marcações por “meios inapropriados”

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) avisa os condutores para evitarem a utilização de “meios inapropriados” na marcação de vagas para circular em Cantão, no âmbito do programa Circulação de Veículos de Macau em Guangdong.

Com as quotas de circulação diária para veículos de Macau no outro lado da fronteira limitadas a 2 mil por dia, as vagas respeitantes a reservas online são rapidamente esgotadas. Face a esta limitação, surgiu uma oportunidade de negócio, com a oferta online de serviços anónimos que prometem a reserva de vagas.

As reservas pelos “meios inapropriados” disponíveis online são feitas através de um software que inunda o sistema de reservas com vários pedidos de marcações, o que lhe permite reservar várias vagas. No entanto, quando recorrem a este serviço, os condutores acabam por ter de fazer um pagamento extra ao intermediário da operação, que não está ligado às autoridades.

Agora, a DSAT veio alertar os residentes de que o recurso a estes serviços “pode violar a lei”, além de haver risco de “divulgação de dados pessoais”.

Em comunicado, a DSAT revelou também ter informado as autoridades do Interior sobre a oferta do serviço, mas aponta que a congénere afirmou não haver registo de um ataque informático ao sistema de reserva.

A DSAT apontou ainda que até 17 de Agosto, 45.872 pessoas inscreveram-se no sistema de marcações para a circulação de veículos de Macau na Província de Guangdong no que representa 21.400 veículos.

24 Ago 2023

Reserva financeira | Amealhados quase 655 milhões em Junho

A reserva financeira está a ter o melhor arranque de ano desde o início da pandemia, mas o valor ainda permanece longe do recorde de 669,7 mil milhões de patacas

A reserva financeira ganhou 654,4 milhões de patacas em Junho, voltando a terreno positivo após uma queda em Maio, indicaram dados divulgados ontem. A reserva financeira da Região Administrativa Especial de Macau cifrou-se em 565,8 mil milhões de patacas no final de Junho, de acordo com a informação publicada em Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

Apesar de uma queda de 5,9 mil milhões de patacas em Maio, a reserva financeira registou uma subida de 6,6 mil milhões de patacas na primeira metade de 2023. A reserva financeira está a ter o melhor arranque de ano desde o início da pandemia, mas o valor permanece longe do recorde de 669,7 mil milhões de patacas atingido em Fevereiro de 2021.

O valor da reserva extraordinária no final de Junho era de 399,4 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau para 2022, era de 152,1 mil milhões de patacas.

A reserva financeira é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 253,4 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 127,5 mil milhões de patacas e até 176,5 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados.

Valores de 2019

A reserva financeira tinha terminado 2022 com 559,2 mil milhões de patacas, o valor mais baixo desde Janeiro de 2019, justificado pela AMCM com “a crise geopolítica, o bloqueio de cadeia global de fornecimentos causado pela epidemia e a subida significativa das taxas de juros”.

Mesmo no cenário de crise económica criada pela pandemia, a reserva financeira de Macau tinha crescido em 2020 e 2021, apesar de o Governo ter injectado mais de 90 mil milhões de patacas no orçamento.

No ano passado, as autoridades voltaram a transferir 68,2 mil milhões de patacas da reserva financeira para o orçamento público, que incluiu dois planos de apoio pecuniário à população.

A Assembleia Legislativa de Macau aprovou em Novembro o orçamento da região para 2023, prevendo voltar a recorrer à reserva financeira em 35,6 mil milhões de patacas. Macau, cuja economia depende do turismo, anunciou em Dezembro o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos de rigorosas restrições no âmbito da política ‘zero covid’.

24 Ago 2023

Macau Jockey Club | Falta de preparação coloca em causa próxima época

Envios de cavalos cancelados, falta de preparação da próxima época de corridas e rumores de cortes no pessoal traçam um cenário de incerteza quanto ao futuro do Macau Jockey Club. Além disso, as dívidas acumuladas nos últimos anos representam um fardo pesado, aliado às promessas feitas na renovação da concessão que continuam por cumprir

No mês passado, foi cancelado o envio para o território de três dezenas de cavalos que se encontravam em instalações de quarentena animal em Sidney e em vias de serem enviados para Macau. O cancelamento do envio dos animais fez soar alarmes entre especialistas do sector sobre o futuro das corridas de cavalos em Macau.

Os cavalos retidos na Austrália representaram mais um sinal de problemas no horizonte, mas o portal da especialidade Asian Racing Report enumera ainda relatos de fontes do sector que indicam que a próxima época de corridas não está a ser preparada e que se fala em corte de mão-de-obra.

“Ainda não sabemos nada, nem quando se realiza o primeiro evento da próxima época, algo que seria normal sabermos por esta altura. Também ouvimos falar que podem estar para breve cortes no pessoal. Não fazemos ideia do que se passa. Será que o Macau Jockey Club está a cortar custos para sobreviver, ou isto é um sinal de que o fim está próximo?”, questionou-se um treinador, em condição de anonimato, em declarações ao Asian Racing Report. A mesma fonte indicou que nem altos quadros sabiam o que se passava.

Segundo o portal, foi marcada para ontem uma reunião entre responsáveis do Macau Jockey Club (MJC) e treinadores, mas até ao fecho desta edição não foram reveladas quaisquer informações.

Em vias de extinção

A evolução das últimas duas décadas demonstra a decadência das corridas de cavalos em Macau. Actualmente, existem no território 220 cavalos de competição e as corridas foram reduzidas para um evento por semana na época que termina no próximo sábado.

Há duas décadas, na época 2003/2004, existiam em Macau 1.200 cavalos de competição e eram organizadas mais de 1.200 corridas por ano, ultrapassando, por exemplo, a dimensão do sector em Hong Kong. No final dessa época, o MJC tinha um volume de negócios que ultrapassava 9 mil milhões de patacas.

No ano passado, o MJC registou apenas 47 milhões de patacas de receitas e prejuízos acumulados que superam 2,1 mil milhões de patacas.

Recorde-se que em 2018, o contrato de concessão da Companhia de Corridas de Cavalos, que opera o MJC, foi prorrogado por 24 anos e seis meses. À altura, o secretário para a Economia e Finanças Lionel Leong justificou o longo período de concessão com a promessa de um forte investimento da empresa concessionária, incluindo na componente extrajogo.

Uma das teses avançadas pelo Asian Racing Report é que o MJC não tem cumprido as promessas feitas, e que a presidente da administração, Angela Leong, terá sido chamada a apresentar justificações para a inacção nos últimos cinco anos de operações.

Ficou acordado que a empresa concessionária iria restaurar as bancadas e os estábulos, assim como construir um complexo com duas unidades hoteleiras e um parque temático com foco equestre. O plano de investimento teria um volume de cerca de 1,5 mil milhões de patacas.

22 Ago 2023

Morgan Stanley | Prevista subida de 12% em receitas

A Morgan Stanley prevê que as receitas brutas do jogo estejam a crescer ao ritmo de 12 por cento no terceiro trimestre em comparação com o trimestre anterior. A estimativa foi feita através de um relatório divulgado na segunda-feira e citado ontem pela edição online da revista Macau Business.

No segundo semestre, as receitas foram de 45,5 mil milhões de patacas, o que significa, com um crescimento de 12 por cento, um salto para 51,0 mil milhões de patacas. De acordo com a mesma fonte, o crescimento das receitas brutas deverá ainda representar um aumento de 17 por cento ao nível do EBITDA (valor antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) das operadoras.

O relatório assinado pelos analistas Praveen K. Choudhary e Gareth Leung aponta ainda que a população mais rica do Interior continua a viajar e a fazer compras de produtos de luxo: “estão a gastar tanto ou mais do que antes da covid-19”, pode ler-se no relatório.

22 Ago 2023

Suicídio | Trimestre com o valor mais alto desde 2018

Entre Abril e Junho deste ano, contabilizaram-se 24 suicídios no território, naquele que é o valor mais elevado para o segundo trimestre, pelo menos desde 2018. Nem durante a pandemia e o período das pesadas restrições de circulação se registaram tantos suicídios

 

No segundo trimestre do ano, o número de suicídios subiu para o nível mais elevado desde 2018, de acordo com os dados revelados pelos Serviços de Saúde. Com um total de 24 ocorrências entre Abril e Junho, o registo é mais mortal do que o verificado no ano de 2018, quanto tinham sido registadas 20 mortes, no segundo trimestre.

Quando a comparação é feita com o segundo trimestre de 2022, o corrente ano apresenta mais cinco mortes por suicídio, face às 19 que registadas no ano passado.

Embora não haja uma plataforma permanente com a disponibilização dos dados sobre as mortes por suicídio, os Serviços de Saúde disponibilizam pelos menos desde 2018, os números trimestrais através de diferentes comunicados. Os dados compilados pelo HM, apontam para que este ano se tenha registado o segundo trimestre mais mortal pelo menos desde 2018, quanto morreram 20 pessoas.

No segundo trimestre de 2019, o número de mortes por suicídio tinha sido de 14 ocorrências, subindo para 19 casos entre Abril e Junho de 2020. No segundo trimestre de 2021, a situação registou uma melhoria com 12 ocorrências, mas degradou-se em 2022 com 19 mortes no segundo trimestre.

Semestres negros

A nível semestral, a situação não sofreu alterações do ano passado para este, apesar de ter havido um levantamento das restrições relacionadas com a pandemia e o território ter entrado numa fase de recuperação económica. Segundo os dados oficiais, na primeira metade do ano tiveram lugar 47 óbitos por suicídio, que resultaram do somatório dos 24 casos do segundo trimestre com 23 casos entre Janeiro e Março.

Em relação à primeira metade do ano passado, o número de suicídios manteve-se estável, embora em 2022 o primeiro trimestre (28 mortes) tenha sido mais mortal do que o segundo (19 mortes). Se por um lado, a situação do suicídio numa análise semestre não apresenta uma degradação, por outro, não deixa de estar em valores historicamente altos.

As primeiras metades deste ano e do ano passado foram as mais trágicas desde 2018. Na primeira metade desse ano, cometeram suicídio 32 pessoas. Entre Janeiro e Junho de 2019, a situação melhorou, com 29 casos. A tendência de redução manteve-se em 2021, com 22 ocorrências. Porém, em 2022, registou-se uma degradação significativa, com mais do dobro das ocorrências (47).

Causas variadas

O comunicado emitido na segunda-feira, apenas em língua chinesa, pelos Serviços de Saúde não aponta as causas do suicídio por ocorrência, pelo que não se sabe qual foi a principal. No entanto, a nota indica que os suicídios no segundo trimestre se ficaram a dever a “doenças mentais”, “doenças físicas”, e a “problemas do jogo ou financeiros”.

Ainda de acordo com os Serviços de Saúde, as causas do suicídio são “complexas e frequentemente envolvem doenças mentais, factores psicológicos, factores socio-económicos, factores familiares, factores de relações humanas e factores genéticos biológicos”. Por isso, os SS apelam “a todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados e desesperados para ligar para a Linha Aberta Esperança de vida da Cáritas através do n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional”.

22 Ago 2023

População mais focada na poupança depois da crise pandémica, diz académico

Apesar dos sinais de recuperação económica no pós-pandemia, os dados oficias mostram que a confiança dos consumidores continua baixa. Ao jornal Ou Mun, o presidente do Instituto de Gestão de Macau, Samuel Tong, explicou que a situação não deve mudar tão depressa porque a população está focada em poupar, depois de ter perdido parte da sua riqueza durante a pandemia.

Segundo Samuel Tong, o comportamento dos consumidores é afectado principalmente pelo nível dos rendimentos, como o salário, e as expectativas sobre a evolução da economia.

Actualmente, a economia até está a dar sinais de recuperação e os rendimentos da população estão a aumentar gradualmente. No entanto, justificou o economista, como durante os três anos muitos tiveram de recorrer às poupanças, e várias indústrias sofreram “ajustamentos estruturais”, como aconteceu com a promoção do jogo, os rendimentos “ainda não chegam aos níveis pré-pandemia”. Este é um cenário que afecta as pessoas, que com menos dinheiro do que no passado, têm mais cuidado na altura de gastar.

Por outro lado, o presidente do Instituto de Gestão de Macau explicou também que com o “impacto contínuo da pandemia”, a mentalidade dos residentes alterou-se e as pessoas revelam-se agora mais prudentes. Para explicar a falta de confiança, Samuel Tong apontou ainda a situação do mercado imobiliário e do mercado bolsista em Hong Kong, com as perdas recentes, que não contribuem para melhorar as expectativas sobre a situação da economia no futuro.

Interior preocupa

O artigo publicado no jornal Ou Mun aponta também que os residentes estão preocupados com a situação da economia no Interior, com a desvalorização do yuan, os problemas com várias empresas do imobiliário e outros factores que afectam os rendimentos dos turistas.

Segundo a publicação com maior circulação do território, outro dos aspectos que preocupa os economistas locais passa pelo impacto no poder de compra dos turistas, pelo aumento do desemprego no Interior, assim como os custos de viagem para Macau, que estão cada vez mais caros, uma vez que a indústria aérea ainda não está ao nível pré-pandémico, praticando preços mais altos. Ao mesmo tempo, a desvalorização do yuan faz com que os jogadores tenham menos dinheiro quando convertem os yuan para dólares de Hong Kong ou patacas, duas moedas anexadas ao dólar americano.

22 Ago 2023

Jogo | SJM reduz em metade prejuízo no primeiro semestre

A concessionária do jogo em Macau SJM Holdings anunciou um prejuízo de 1,3 mil milhões de dólares de Hong Kong na primeira metade do ano, menos 54,1% em termos homólogos. A empresa indicou na segunda-feira que o EBITDA (valor antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) voltou a terreno positivo, com um valor de 461 milhões de dólares de Hong Kong.

“Os resultados da SJM Holdings para o primeiro semestre de 2023 revelam o primeiro semestre de EBITDA ajustado positivo desde 2019”, sublinhou, num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, a presidente da operadora, Daisy Ho Chiu Fung.

A SJM, fundada pelo falecido magnata Stanley Ho Hung Sun, sublinhou que as receitas subiram 126,7% em comparação com a primeira metade de 2022, para 9,4 mil milhões de dólares de Hong Kong. “À medida que Macau recupera gradualmente da pandemia, estamos a encarar o futuro com otimismo”, disse no comunicado Daisy Ho, filha de Stanley Ho.

Com o alívio das medidas, Macau registou nos primeiros sete meses deste ano 14,4 milhões de visitantes, quatro vezes mais do que em igual período de 2022, mas ainda longe dos 23,8 milhões contabilizados no mesmo período de 2019.

Com mais turistas, tanto a taxa de ocupação hoteleira como o preço por noite quase duplicaram nos dois principais hotéis da SJM, atingindo 1.360 dólares de Hong Kong no Grand Lisboa Palace Resort e 87,8% de ocupação no Grand Lisboa Hotel.

Em resultado, entre janeiro e julho, as receitas da indústria do jogo cresceram 263%, em comparação com igual período de 2022, atingindo 96,8 mil milhões de patacas, contra 174 mil milhões de patacas arrecadados em igual período de 2019.

No comunicado, Daisy Ho garante que a SJM já lançou “um programa de eventos e investimentos não jogo sob a nova concessão e continua o desenvolvimento do Grand Lisboa Palace Resort”, que abriu em julho de 2021, em plena pandemia.

22 Ago 2023

Padaria da Guia | Queixas sobre loja online que vende produtos falsos

A Companhia de Lembranças Guia Limitada, empresa proprietária dos vários estabelecimentos da Padaria da Guia em Macau, publicou ontem uma declaração no jornal Ou Mun a queixar-se da existência de uma loja online, que usa o mesmo nome da marca, design e que vende produtos supostamente confeccionados em Macau.

“A nossa empresa, apenas opera em Macau, não abriu lojas noutras regiões. Quem usar a nossa marca da Guia, alegando que os seus produtos e bolos lunares são produzidos em Macau, é suspeito de burlar os consumidores e violar os direitos de autor e propriedade intelectual da nossa marca”, pode ler-se na declaração.

A Companhia de Lembranças Guia Limitada apelou aos clientes para não caírem em falsa publicidade e serem prudentes na escolha dos produtos que consomem.

A empresa sublinhou ainda que tem direito exclusivo à utilização da marca e na produção e venda dos seus produtos, incluindo pastelaria, panificação e bolos lunares confeccionados em Macau.

22 Ago 2023

Macau Dome | Sugerida melhor utilização do complexo

O deputado Pereira Coutinho considera que o Macau Dome poderia ter um papel de maior relevo na indústria das convenções e exposições, recuperando a importância enquanto infra-estrutura fundamental para o território. Além disso, quer saber se o Governo teve em conta o impacto ambiental na decisão de construir uma pista de gelo

Quando foi inaugurada em 2005, a Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Ocidental representava para Macau um salto quântico em termos de infra-estruturas desportivas. Mesmo apesar da derrapagem orçamental de mais de 80 por cento do valor inicialmente previsto de 701 milhões de patacas com o acréscimo de 558 milhões. No final, a estrutura mais conhecida como Macau Dome custou cerca de 1.259 milhões de patacas aos cofres públicos.

Face a este historial e às necessidades do território devido à escassez de locais para eventos, Pereira Coutinho pediu ao Governo para que considere promover o papel do Macau Dome no sector das exposições e convenções, uma das indústrias prioritários no plano de diversificação económica da RAEM.

Como tal, o deputado perguntou ao Governo, numa interpelação escrita divulgada ontem, que medidas vão ser “implementadas para uma maior e melhor utilização de todos os recintos da Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental (Macau Dome) vocacionada para a realização de grandes eventos, tais como Convenções Internacionais, Centro de Exposições, Salão para banquetes”. Pereira Coutinho não esqueceu também o retorno ao local de eventos desportivos de grande envergadura.

Recorde-se que o Macau Dome é composto por quatro espaços independentes nomeadamente a Arena, Coliseu, Centro de Exposições e Centro de Convenções Internacional de Macau. Além disso, a estrutura foi renovada em 2018 na sequência de infiltrações de água e desnivelamentos e abatimentos do piso, trabalhos que custaram perto de 30 milhões de patacas.

Macau no gelo

Além do aproveitamento do Macau Dome, depois de tanto dinheiro gasto, Pereira Coutinho pergunta o que aconteceu ao rinque de pista de gelo que foi instalado na Nave Desportiva, e que razões levaram ao seu desmantelamento, numa altura em que o Instituto do Desporto afirmou querer construir um novo rinque de gelo.

Aquando da realização em Macau dos Jogos Asiáticos em recinto coberto, a RAEM adquiriu uma “viatura geradora de gelo, separadores, plataformas, geradores eléctricos, para realização de jogos de hóquei em gelo incluindo curling. Agora que se fala em dotar o território de uma nova pista, Pereira Coutinho pergunta que fim foi dado a estes equipamentos.

Outra questão que preocupa o deputado é o impacto ambiental da construção de uma nova pista de gelo, além do custo que terá para o erário público. Assim sendo, pergunta se foram feitas “estimativas orçamentais para a construção e manutenção deste novo ringue de gelo incluindo os custos mensais com a gastos de electricidade”.

21 Ago 2023

Economia | Receitas de impostos do jogo cresceram 13,9 mil milhões

Com o fim da política de zero casos de covid-19, as receitas fiscais arrecadadas com impostos directos e indirectos do jogo apresentam uma tendência positiva. Na primeira metade deste ano, os cofres públicos mais que duplicaram os níveis de 2022

 

Até fim de Junho as receitas da Administração Pública com os jogos de fortuna e azar registaram um crescimento de 13,9 mil milhões de patacas, de acordo com os números da execução orçamental, publicados pela Direcção de Serviços de Finanças.

Com o fim das restrições ligadas à política de zero casos de covid-19, as receitas de jogo cresceram 205,1 por cento até Junho para os 80,1 mil milhões de patacas e este número reflecte-se nos impostos cobrados pela Administração.

Enquanto na primeira metade do ano passado o montante com impostos não tinha ido além dos 12,9 mil milhões de patacas, este ano, até Junho, o montante é de 26,8 mil milhões de patacas.

Até ao fim da primeira metade do ano, o Executivo amealhou 52,7 por cento dos 50,9 mil milhões de patacas que espera cobrar com os jogos de fortuna e azar ao longo deste ano.

Apesar desta melhoria, no início do mês, quando Ho Iat Seng foi à Assembleia Legislativa, explicou aos deputados que até 2025 o orçamento da RAEM deverá ser deficitário, uma vez que o equilíbrio só deverá chegar quando as receitas brutas do jogo chegarem aos 200 mil milhões de patacas. Até essa altura, o Governo precisa de recorrer à reserva financeira para equilibrar as contas públicas.

A estimativa para este ano apontava que as receitas brutas do jogo ficassem nos 130 milhões de patacas, mas ao ritmo dos primeiros seis meses o valor final poderá aproximar-se dos 160 mil milhões de patacas.

Ainda no que diz respeito às receitas correntes até Junho, os impostos directos, indirectos e as “taxas, multas e outras penalidades pecuniárias” mostram uma tendência de crescimento, para 2,1 mil milhões de patacas, 1,6 mil milhões de patacas e 702 milhões de patacas, respectivamente.

Ao nível das receitas a maior diferença prende-se com as “outras receitas de capital”, onde se registou uma quebra de 32,1 mil milhões de patacas para 10,2 mil milhões de patacas. Contudo, esta redução de receita é uma boa notícia, uma vez que é nesta rubrica do orçamento que entram as injecções de capital feitas com dinheiro da reserva financeira acumulada.

Menor despesas

Os dados publicados no final da semana passada mostram igualmente que o Governo está a gastar menos dinheiro com as despesas com o pessoal. No ano passado, até esta altura, as despesas eram de 7,6 mil milhões de patacas. Contudo, este ano o montante caiu para 7,2 mil milhões de patacas, o que representa uma poupança de quase 400 milhões de patacas. O valor de 7,2 mil milhões de patacas representa uma execução orçamental de 44 por cento do valor autorizado para todo o ano.

No pólo oposto, o Governo está a gastar mais com o “funcionamento” da Administração e obras, através do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração.

Os custos com o funcionamento subiram de 1,9 mil milhões de patacas para 2,2 mil milhões de patacas, o que representa uma taxa de execução de 33,3 por cento. Em relação ao PIDDA o crescimento foi mais acentuado, estando nos 9,2 mil milhões de patacas, quando no ano passado por Junho estava nos 6,5 mil milhões de patacas.

Com um total de 43,5 mil milhões de patacas em receitas, que inclui injecções de capital da reserva financeira, e 40,9 mil milhões de patacas em despesas, nos primeiros seis meses o orçamento da RAEM apresentou um lucro de 2,6 mil milhões de patacas.

21 Ago 2023

Jogo | Sector com menos trabalhadores, mas com maiores salários

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) relativos ao segundo trimestre mostram que o sector do jogo contava com 23.675 croupiers, menos 418 em termos anuais. Em termos gerais, o sector dos casinos, lotarias e outro tipo de apostas contava com um total de 51.693 trabalhadores a tempo completo, menos 1.899, em termos anuais.

Relativamente aos salários pagos, excluindo as remunerações irregulares, dos trabalhadores a tempo inteiro, foi de 24.730 patacas, mais 6,3 por cento, em termos anuais. Destaque ainda para o facto de o salário médio de um croupier ser de 20.300 patacas, mais cinco por cento face ao segundo trimestre do ano passado.

No fim do trimestre em análise, existiam 113 postos vagos no sector das lotarias e outros jogos de aposta, correspondendo a um crescimento homólogo de 94. Os dados da DSEC mostram também que o número de trabalhadores recrutados foi de 986 e o de trabalhadores que deixaram o emprego correspondeu a 1.220. A taxa de recrutamento de trabalhadores foi de 1,9 por cento e a taxa de rotatividade de trabalhadores foi de 2,4 por cento, com aumentos de 1,6 e 0,9 pontos percentuais, respectivamente, em termos anuais. A taxa de vagas foi de 0,2 por cento.

A DSEC explica, em comunicado, que “estes indicadores reflectem que os recursos humanos foram relativamente estáveis no sector”.

21 Ago 2023

Rua da Felicidade | Via vai fechar ao trânsito a partir de 29 de Setembro

Segundo as propostas da Wynn Macau, que vai financiar o projecto da Rua da Felicidade, a revitalização pode passar pela instalação de canteiros de flores, como acontece no casino da concessionária, a criação de uma “Vila de Delícias” e ainda a instalação de lanternas vermelhas

 

A partir de 29 de Setembro, data de celebração do Festival do Bolo Lunar, a Rua da Felicidade vai passar a estar fechada ao trânsito, à excepção do período entre a 1h da manhã e as 11h. O Plano de Revitalização da Zona Pedonal da Rua da Felicidade vai funcionar de forma experimental, tendo sido apresentado ontem, numa conferência de imprensa no Centro Cultural de Macau.

O projecto para a Rua da Felicidade tem por base a experiência de encerramento ao trânsito da Avenida de Almeida Ribeiro, no início deste ano, e propõe vários objectivos, no seio da política de revitalização dos bairros antigos, como explicou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U.

“A revitalização dos Bairros Antigos é um dos objectivos importantes do Governo da RAEM”, afirmou Elsie Ao Iong. “Através de planos como este, pretendemos um melhor aproveitamento dos bairros antigos, dos elementos culturais da zona, revitalização da economia, descentralização dos turistas, captação de novos visitantes e incentivar os negócios das Pequenas e Médias Empresas”, acrescentou.

No início, o projecto vai funcionar de forma experimental, sem que haja uma data para a conclusão do período da experiência. Contudo, o Governo deixou o desejo de que os resultados sejam apurados até ao final do ano, altura em que se tomará uma decisão sobre o futuro da Rua da Felicidade.

A iniciativa de revitalização vai ficar a cargo da concessionária Wynn Macau, que assume os custos com a operação, sob a “orientação do Governo”. Esta é uma tarefa que resulta dos novos contratos de concessão que entrarem em vigor no início deste ano, como explicou a secretária. “No âmbito das novas concessões, as operadoras têm de apresentar planos de revitalização dos bairros antigos e com a sua experiência comercial esperamos que lancem planos comerciais para estas zonas”, explicou a governante. “É o conceito das grandes empresas a ajudarem as pequenas”, destacou.

Durante a conferência de imprensa, Elsie Ao Ieong U reforçou que o projecto parte da Wynn Macau, entidade responsável pelo orçamento da iniciativa, que, no entanto, não foi revelado.

Planos de concepção

Apesar de ontem ainda não terem sido avançados planos concretos sobre o futuro da rua, a Wynn Macau apresentou “três projectos” de concepção.

Na primeira sugestão, a concessionária pretende criar na Rua da Felicidade espaços com canteiros de flores, que vão assumir o mesmo estilo dos ornamentos do Casino Wynn Cotai. Esta proposta é tida como positiva, por poder criar mais um ponto de interesse, principalmente para os turistas “poderem tirar fotografias”.

O segundo projecto de concepção passa pela criação de “uma vila de delícias”, com oferta de espaços com comida.

Finalmente, foi também proposta a instalação de várias lanternas vermelhas por cima da rua, no que a concessionária defendeu ser um sinal da “longevidade e saúde” da população local.
“A rua da felicidade é antiga, tem um valor histórico e cultural muito rico, com as suas características. Esperamos maximizar estes efeitos, congregar os vários elementos culturais e criar um novo ambiente”, afirmou Linda Chen, presidente da Wynn Macau. “Esperamos maximizar o plano económico, utilizar os recursos económicos locais para revitalizar os bairros antigos e atrair mais turistas, com produtos culturais, para aumentar a capacidade para receber visitantes”, acrescentou.

Moradores apoiam

Após a polémica com a construção da estátua gigante de Kun Iam e do Campo de Aventuras Juvenis, ontem o Governo destacou ter avançado com esta proposta, em que apenas surge como coordenador, depois de ter falado com os moradores e residentes da Rua da Felicidade e zonas adjacentes.

“Entre os moradores e comerciantes, 80 por cento apoiam o projecto. Se consideramos aqueles que não se opõem, então mais de 95 por cento não se mostraram contra esta iniciativa”, afirmou a secretária.

Por sua vez, Deland Leong, presidente do Instituto Cultural, explicou que a consulta junto da população foi feita com base na “Associação de Mútuo Auxílio do Bairro” e que grande parte dos ouvidos até fizeram sugestões sobre o que esperam ver implementado.

No âmbito dos novos arranjos da Rua da Felicidade, o trânsito vai circular no sentido contrário, quando a rua estiver aberta. Quando a rua estiver fechada, a zona de cargas e descargas, assim como as paragens para os autocarros de turismo, passam para a Rua da Alfândega.

20 Ago 2023