João Luz SociedadeTuristas gastam menos do que em 2022 A despesa total dos visitantes, excluindo os gastos com o jogo, cifrou-se em 14,98 mil milhões de patacas no primeiro trimestre. A revelação foi feita ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), através da publicação dos resultados do inquérito às despesas dos visitantes referente ao 1.º trimestre. O montante de quase 15 mil milhões de patacas significa um aumento de 127,1 por cento face ao montante gasto no trimestre homólogo de 2022, e é explicado com um crescimento do número de visitantes de 163,7 por cento, igualmente em comparação com o primeiro trimestre de 2022. A despesa total dos turistas com visto individual (12,34 mil milhões de patacas) e a dos excursionistas (2,64 mil milhões de patacas) cresceram 131,5 por cento e 108,7 por cento. Apesar do aumento das despesas dos visitantes, cada pessoa gastou menos do que entre Janeiro e Março de 2022. É o que se depreende da despesa per capita, que se situou nas 3.027 patacas, menos 13,9 por cento, em termos anuais. A queda dos gastos foi mais significativa a nível dos turistas que viajam para Macau com visto individual, onde se registou uma diminuição de 40,3 por cento (4.677 patacas). No entanto, os excursionistas aumentaram os gastos em 8,1 por cento (1.141 patacas). Festival de compras Mais de cinquenta por cento da despesa dos visitantes foi realizada em compras (57,6 por cento da despesa per capita), seguindo-se as despesas em alojamento (20,1 por cento) e em alimentação (17,4 por cento). A despesa per capita dos visitantes em compras cifrou-se em 1.744 patacas, menos 29,2 por cento, em termos anuais. Esta despesa foi efectuada principalmente em jóias/relógios (405 patacas), em produtos cosméticos/perfumes (393 patacas) e em alimentos/doces (340 patacas). Em relação à avaliação feita dos turistas pela deslocação a Macau, acabaram menos satisfeitos do que no ano passado. De acordo com os comentários dos visitantes no primeiro trimestre de 2023, as proporções dos visitantes satisfeitos com os estabelecimentos hoteleiros (89,6 por cento), os estabelecimentos de jogo (86,6 por cento) e os transportes públicos (84,4 por cento) baixaram: 5,3; 7,8 e 5,3 pontos percentuais, respectivamente, em termos trimestrais.
João Luz Manchete SociedadeJogo | Arrecadados quase 5 mil milhões em impostos em Abril No passado mês de Abril, os cofres públicos arrecadaram 4,95 mil milhões de patacas em receitas fiscais do jogo, quase metade dos impostos recolhidos durante o primeiro trimestre do ano. Desde o início de 2023 até ao fim de Abril, os impostos gerados pelas receitas dos casinos cresceram quase 50 por cento ao ano As receitas fiscais geradas pelo jogo têm subido progressivamente desde a abertura das fronteiras e do fim da política de zero casos de covid-19. A Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) revelou que em Abril os impostos gerados pelas receitas do jogo atingiram 4,95 mil milhões de patacas, quase metade dos impostos apurados nos primeiros três meses de 2023, quando as receitas totalizaram 10,1 mil milhões de patacas. Recorde-se que já no primeiro trimestre do ano, as receitas de impostos do jogo já registavam uma subida de 15,8 por cento em relação aos primeiros três meses de 2022. Desde o início do ano, até ao final de Abril, os cofres públicos amealharam cerca de 15,07 mil milhões de patacas em receitas fiscais do jogo, valor que representa uma subida de 47,6 por cento em termos anuais. De acordo com as estimativas do Governo estabelecidas no Orçamento da RAEM para 2023, o ano deve terminar com receitas fiscais do jogo de cerca de 50,85 mil milhões de patacas. Até agora, nos primeiros quatro meses de 2023, as receitas fiscais apuradas representam 29,6 por cento da meta anual. O melhor mês À luz das novas concessões de jogo que entraram em vigor a 1 de Janeiro deste ano, e que vão vigorar durante os próximos 10 anos, o imposto efectivo sobre as receitas brutas apuradas pelos casinos é de 40 por cento. Como tal, o incremento das receitas fiscais está directamente ligado às receitas brutas dos casinos, que atingiram nos primeiros quatro meses de 2023, ou seja, até ao final de Abril, 49,36 mil milhões de patacas, valor que representa uma subida de 141,4 por cento em termos anuais. No mês passado, as receitas brutas dos casinos de Macau atingiram 14,72 mil milhões de patacas, mais 15,6 por cento em relação a Março, valor que marcou o melhor registo em nível de receitas desde Janeiro de 2020, antes do início da paralisia económica nascida da pandemia da covid-19.
Hoje Macau Manchete SociedadeCarros de aluguer | Sector optimista com reconhecimento de cartas O reconhecimento mútuo de cartas de condução poderá trazer um novo alento ao sector do aluguer de automóveis de Macau. Apesar de os primeiros dias de entrada em vigor da medida não terem trazido novas reservas, as previsões apontam para o crescimento do negócio Responsáveis pelo sector de aluguer automóvel em Macau prevêem um crescimento de 10 a 20 por cento do negócio, graças ao acordo de reconhecimento das cartas de condução com o Interior da China, que entrou em vigor na terça-feira. “Estamos optimistas com este mercado e acreditamos que vai crescer mais do que antes. Com o reconhecimento mútuo das cartas de condução entre o Interior da China e Macau deverá haver mais turistas [chineses] a alugar carros”, começou por dizer à Lusa Rain Lin, administrador do Burgeon Car Rental Service. Os detentores de cartas de condução da China continental podem conduzir desde ontem em Macau. Por outro lado, também os residentes permanentes de Macau, incluindo de nacionalidade estrangeira, vão poder conduzir do outro lado da fronteira. O reconhecimento das cartas de condução pode “beneficiar directamente pessoas que viajam e que visitam familiares”, apontou na segunda-feira, em comunicado, o Ministério da Segurança Pública chinês. “O negócio de aluguer de veículos sem motorista normalmente representa 20 por cento dos nossos negócios e esperamos que cresça em torno do mesmo número”, acrescentou Lin. Do lado certo Já a Vang Iek Rent-A-Car Service, fundada em 1935, espera um aumento “no máximo de 10 por cento”. “Não chegarão muitos turistas do continente chinês a Macau para conduzir”, admitiu à Lusa o responsável da empresa, Alan Peng. Apesar de entenderem que o reconhecimento dos títulos de condução pode aumentar a carteira de clientes, tanto a Burgeon Car como a Vang Iek admitem não terem recebido reservas até à data. Por outro lado, caso a procura registe um crescimento significativo, a Burgeon admitiu a possibilidade de importar veículos com volante à esquerda, à semelhança do Interior da China onde a condução é feita à direita. Em Macau, conduz-se à esquerda. De acordo com dados facultados pela PSP à Lusa, no primeiro dia em que a medida entrou em vigor 67 pessoas do Interior da China receberam permissão para conduzir na região administrativa especial. Por sua vez Zhuhai, a cidade vizinha de Macau, disponibiliza 280 quotas diárias, que, de acordo com o jornal ‘online’ Guan Hai Rong, estão esgotadas até sexta-feira.
Andreia Sofia Silva SociedadeGrand Lisboa Palace | Pleno funcionamento no final do ano O empreendimento Grand Lisboa Palace, propriedade da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) no Cotai, deverá estar em pleno funcionamento no final do ano, aponta uma nota divulgada esta terça-feira pela BofA Securities, uma divisão multinacional americana ligada ao Bank of America, citada pelo portal GGRAsia. A SJM abriu dois hotéis do Grand Lisboa Palace e o Palazzo Versace Macau em regime de pré-abertura em Abril, mas devido à falta de pessoal não tem sido possível ter todos os quartos em funcionamento. Assim, a nota, assinada pelos analistas Ronald Leung, Candice Zhang e Yoyo Pang, com base em testemunhos de pessoal de gestão da SJM, aponta que o Grande Lisboa Palace deverá funcionar “na sua plena capacidade de 1,892 quartos no final do ano”. Até à data, a taxa de ocupação dos espaços hoteleiros abertos manteve-se “nos 70 por cento devido aos insuficientes recursos humanos”. Ainda segundo a BofA Securities, a SJM espera poder recuperar os valores do EBITDA [lucros antes do pagamento de juros, impostos, depreciações e amortizações] nos próximos meses, podendo ocorrer um aumento dos custos operacionais diários com o empreendimento do Cotai. Aquando da abertura, no primeiro trimestre do ano, eram de 5.1 milhões de dólares de Hong Kong, mas espera-se “aumentar para sete ou oito milhões de dólares de Hong Kong com a reabertura total”.
Hoje Macau Manchete SociedadeSJM | Perdas caem para 869 milhões As perdas nos três primeiros meses de 2023 diminuíram 32,2 por cento em relação ao mesmo período do ano passado A concessionária do jogo SJM Holdings anunciou na segunda-feira um prejuízo de 869 milhões de dólares de Hong Kong no primeiro trimestre do ano. No entanto, o resultado traduz uma recuperação em relação ao ano anterior, na sequência do levantamento das restrições fronteiriças impostas devido à pandemia de covid-19 e um consequente aumento do número de visitantes na região administrativa. As perdas nos três primeiros três meses do ano diminuíram 32,2 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, quando as perdas totalizaram 1,28 mil milhões de dólares de Hong Kong, de acordo com um comunicado da operadora enviado à bolsa de valores de Hong Kong. Balanços que contrastam com os ganhos registados no ano pré-pandémico de 2019, quando a operadora apresentou lucros de 3,2 mil milhões de dólares de Hong Kong. A Sociedade de Jogos de Macau Holdings Ltd., fundada pelo falecido magnata Stanley Ho, sublinhou ainda no comunicado que as receitas líquidas de jogo cresceram 57,7 por cento, de 2,35 mil milhões de dólares de Hong Kong, entre Janeiro e Março do ano passado, para 3,7 mil milhões de dólares no mesmo período deste ano. Do melhor As receitas do jogo atingiram 14,7 mil milhões de patacas em Abril, o melhor resultado desde o início da pandemia. É preciso recuar até Janeiro de 2020 para encontrar um montante de receitas de jogo superior ao do mês passado, de acordo com as estatísticas da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos do território. Em Dezembro, o Governo anunciou o cancelamento da maioria das medidas sanitárias, depois de a China ter alterado a estratégia ‘zero covid’. A indústria do jogo, o motor da economia da cidade, representa cerca de metade do produto interno bruto (PIB) de Macau. Capital mundial do jogo, Macau é o único local na China onde o jogo em casino é legal. Operam no território seis concessionárias, MGM, Galaxy, Venetian, Melco, Wynn e SJM, que renovaram, a 16 de Dezembro, o contrato de concessão para os próximos dez anos e que entrou em vigor a 1 de Janeiro. As autoridades exigiram no concurso público a aposta em elementos não jogo e visitantes estrangeiros, na expectativa de diversificar a economia do território.
Nunu Wu SociedadeHipertensão | Médico alerta para incidência crescente entre jovens A hipertensão arterial está a afectar cada vez mais jovens, indicou ontem o médico Choi Chong Po, do grupo de trabalho de doenças cardiovasculares subordinado à Comissão de Prevenção e Controlo das Doenças Crónicas. Segundo os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos em 2021, as doenças hipertensivas e pneumonia ocuparam o segundo lugar entre as dez principais causas de morte, ficando para trás dos tumores malignos, que ocuparam o primeiro lugar. Segundo os Serviços de Saúde (SS), em 2021 mais de 94 mil doentes sofriam de hipertensão, aumentando 0,6 por cento em comparação com 2020 e os doentes com a idade entre 60 a 74 anos ocuparam a maioria. Porém, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Choi Chong Po alertou para a tendência crescente de os pacientes hipertensos serem cada vez mais novos, pelo menos, de acordo com a sua observação clínica. A explicação para o fenómeno pode passar pelo estilo de vida e dieta. O clínico falou ontem por ocasião do Dia Mundial da Hipertensão e para apresentar um programa de análise à doença, intitulado “meça a pressão arterial com precisão, controle-a, viva mais”. Por seu turno, o médico dos Serviços de Cardiologia do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Edmundo Patrício Lopes Lao, sugeriu que as pessoas com mais de 60 anos e doentes crónicos devem medir a pressão arterial pelo menos uma vez por ano. Em Novembro de 2015, os SS lançaram um sistema de auto-gestão de saúde designado por “A minha saúde depende de mim”, para o qual foram instalados 33 postos de auto-medição de pressão arterial. No ano passado, mais de 84 mil utentes utilizaram os postos espalhados pelas instituições de saúde de Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Mais de metade da população deprimida durante confinamento Durante o surto de covid-19 de 18 de Junho do ano passado, quando foi imposto confinamento, mais de metade da população apresentava sintomas de depressão ou ansiedade Mais de metade da população apresentou sintomas de depressão ou ansiedade no ano passado, durante o surto de covid-19 que começou a 18 de Junho. A revelação consta num estudo, publicado a 26 de Abril, na revista Frontiers com o título “Depressão e Ansiedade entre os Residentes durante um Surto de Covid-19”. A investigação teve por base 1.008 inquéritos realizados entre 26 de Julho e 9 de Setembro, a residentes com mais de 18 anos, que residiam no território durante o “6.18”. O surto começou quando foram identificados os primeiros casos de covid-19, e prolongou-se por quase um mês e meio até 1 de Agosto do ano passado. Durante esse período, além do confinamento obrigatório e a realização de testes em massa, pendia sobre a população a ameaça de processos criminais se fossem apanhadas a fumar na rua, a passear animais de estimação ou por irem às compras sem colocar máscara de padrão KN-95. Segundo os resultados do estudo, logo após o surto, 62,5 por cento dos inquiridos (630) viviam em estado de depressão. Por sua vez, 50,2 por cento (506) sofria de ansiedade. Os dados apurados mostram ainda que 45,1 por cento (455) da população sofria de depressão e ansiedade, ao mesmo tempo. Durante a realização do inquérito, 60,7 por cento dos inquiridos reconheceram temer ser infectados pelo vírus, enquanto 63,2 por cento admitiram estar muito preocupados com perdas financeiras resultantes da paralisação completa da cidade. Preocupados com a quarentena Face aos resultados, os autores do estudo, que pertencem a várias instituições de Macau, Pequim, Hong Kong e Atlanta (Estados Unidos), concluíram que a “a prevalência de estados de depressão e estados de ansiedade era elevada” durante o surto de 18 de Junho. Estes estados mentais reflectiram-se em falta de apetite e vontade de dormir, embora os principais sintomas identificados tenham sido “nervosismo-preocupações incontroláveis”, “irritabilidade” e “preocupação excessiva”. “Como consequência, os residentes tendiam a sentir-se mais nervosos, com medo de serem infectados e muito stressados com a possibilidade de serem alvo das medidas de quarentena, o que contribuiu para preocupações incontroláveis sobre o surto”, foi explicado. Em relação às pessoas que sofriam ao mesmo tempo de depressão e ansiedade os sintomas mais comuns foram a “irritabilidade”, “inquietação” e “tristeza”. Os académicos He-Li Sun, Pen Chen, Yuan Feng, Tong Leong, Mei Ieng Lam, Ka-In Lok, Ines Hang Iao Chow, Zhaohui Su, Teris Cheung, Yi-Lang Tang, Todd Jackson, Sha Sha e Yu-Tao Xiang surgem identificados como os autores do estudo.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeArraial de S. João | Tudo indica que não é este ano que a festa regressa Mais uma vez, o Arraial de S. João não se realiza no bairro de São Lázaro, havendo ainda a possibilidade de a festa ser transferida para a Broadway no Cotai. Miguel de Senna Fernandes volta a pedir ao Governo que reconheça a importância e relevo cultural e comunitário do evento O bairro de São Lázaro volta a não receber este ano o tradicional Arraial de São João. A notícia foi avançada por Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses (ADM), à TDM – Rádio Macau. Se nos últimos anos a pandemia tem justificado o entrave, agora foi a questão financeira o principal motivo para a não realização do evento. “De certeza que não vai haver arraial em São Lázaro porque as associações, quando fizeram os programas [anuais] e apresentaram os pedidos de subsídio junto de diversas entidades, não pediram apoio para o arraial porque ainda estávamos fechados [por causa da covid]. Havia a possibilidade de esses eventos serem todos cancelados. Portanto, ninguém ia pedir dinheiro para um evento que poderia não se fazer e que depois contava negativamente para as associações”, explicou Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM). A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) chegou a ser contactada, dado que nos anos anteriores financiou parcialmente os custos de organização do evento, mas o organismo liderado por Helena de Senna Fernandes “passou a ter um sistema de financiamento como o da Fundação Macau ou Fundo de Cultural, em que os pedidos têm de ser feitos online numa altura específica do ano e depois já não dá para pedir”. Assim, “quando se deu o fim das restrições, já não era possível pedir financiamento para esse fim”. Miguel de Senna Fernandes disse à TDM – Rádio Macau que chegou a ser feito um contacto para transferir o arraial para a Broadway, no Cotai, mas até à data não há respostas concretas. Contudo, Amélia António fala da descaracterização do evento. “Seria a possibilidade de se fazer alguma coisa, mas o que quer que se faça num desses sítios não tem nada a ver com o clima e o interesse que gerava o arraial em S. Lázaro. Fazer um evento destes num espaço anónimo, sem características, não terá o mesmo apelo.” Um novo estatuto Miguel de Senna Fernandes entende que o Arraial de S. João deve ter o estatuto de evento turístico que permita ultrapassar os permanentes constrangimentos financeiros. “É fundamental que as autoridades deem importância ao evento porque o arraial está numa espécie de lista de espera para ser classificado como património [imaterial]. Reconhece-se como sendo algo genuinamente de Macau e altamente cultural. Acredito que as autoridades ajam de boa-fé, mas não compreendem a importância de tudo isto.” Durante 11 anos, o Arraial de S. João é organizado por uma panóplia de associações locais como a ADM, CPM, Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), Instituto Internacional de Macau, Associação dos Jovens Macaenses e Associação Promotora da Instrução dos Macaenses. Jorge Fão, dirigente da APOMAC, revela estar afastado deste processo decisório e assume dificuldades em termos financeiros e de pessoal. “O apoio que damos tem vindo a tornar-se muito difícil para nós. A APOMAC deve ponderar bem se deve ou não aderir ao arraial, caso esse projecto avance. Isso exige mais trabalho e temos de envolver mais pessoas e, naturalmente, mais jovens. A APOMAC pode contribuir muito pouco, quer em termos de pessoal ou de actividades.” Jorge Fão lamenta o risco de o arraial poder desaparecer. “Naturalmente que todos temos pena do que vemos desaparecer. Há dias falou-se de o Encontro das Comunidades Macaenses não se realizar porque tudo envolve custos. É muito difícil combater isso, e a Administração tem as suas próprias dificuldades.” O que é certo é que Miguel de Senna Fernandes fala de uma “máquina” que deixou de estar “oleada” devido à pandemia. “Era praticamente indiscutível a realização do S. João e habituámos as pessoas ao evento, que sempre deu alegria às pessoas e atraía turistas, além de ser uma manifestação cultural da sociedade civil. Mas os anos da pandemia quebraram o ritmo do evento. Torna-se difícil fazer o arraial como se fazia antes.”
Hoje Macau SociedadePatane | Obras de estação elevatória arrancam sexta-feira Vão arrancar na sexta-feira as obras de construção da estação elevatória e box-culverts da Bacia Norte do Patane, infra-estruturas pensadas para aliviar as inundações provocadas pelas chuvas torrenciais nos bairros do Fai Chi Kei e do Lam Mau. Os obras têm como objectivo “aumentar a capacidade geral de drenagem de águas pluviais nestas zonas e ampliar o espaço costeiro ao longo da Rua do Comandante João Belo”. Além da construção de estruturas para drenar água da chuva, irá nascer no local uma “zona de lazer marginal com uma área de mais de 2000 metros quadrados”. A primeira fase da obra, de construção de box-culverts, deverá estar concluída no segundo semestre de 2024, enquanto a estação elevatória tem conclusão prevista para 2025. A construção dos box-culverts irá condicionar o trânsito em duas fases, primeiro na Rua do Comandante João Belo e num segundo momento com a intersecção entre a Rua do Comandante João Belo e a Rua da Doca Seca a ser ocupada.
Hoje Macau SociedadeCartas de condução | Reconhecimento mútuo em vigor Entra hoje em vigor o programa de reconhecimento mútuo das cartas de condução entre Macau e o Interior da China. Segundo um comunicado do departamento de gestão de tráfego do Ministério de Segurança Pública do país, os residentes permanentes estão isentos de fazer qualquer exame para conduzir na China, bastando apresentar o seu BIR, um documento que comprove a capacidade física para conduzir e uma fotografia. Quem seja titular da carta de condução do Interior da China pode conduzir no território mantendo consigo a carta no formato físico durante 14 dias, uma vez que no país é também utilizada a carta de condução em formato electrónico. Quem pretender continuar a conduzir em Macau por mais de 14 dias deverá inscrever-se junto do departamento de trânsito do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) de Macau.
João Luz Manchete SociedadeEconomia | Estabilidade chegou mais cedo do que previsto A Associação Económica de Macau concluiu que Macau atingiu em Abril um cenário de estabilidade económica, que se irá solidificar entre Maio e Julho. Porém, apesar dos indicadores positivos do Índice de Prosperidade, a associação liderada pelo ex-deputado Joey Lao sublinha as dificuldades sentidas pelas PME que ficaram à margem da retoma do turismo O sol brilha, mas não para todos. Assim se poderia resumir o relatório mais recente do Índice de Prosperidade, publicado ontem pela Associação Económica de Macau. O estudo que avalia o sentimento de confiança dos residentes na economia local chegou em Abril aos 5 pontos, numa escala de 0 a 7, valor que é considerado como representativo de estabilidade económica. A associação projecta que este índice se situe em média em 5,5 até Julho, cimentado a estabilização da economia, mais cedo do que o previsto. “Com a normalização das actividades económicas e sociais no período pós-epidémico e o regresso contínuo de visitantes, o turismo e os sectores conexos continuaram a melhorar rapidamente, com vários indicadores económicos a registarem um desempenho melhor do que o previsto, assinalando uma recuperação sustentada”, conclui a associação liderada pelo ex-deputado Joey Lao. O retorno da estabilidade económica é alicerçado em factores como a subida consecutiva da liquidez e massa monetária no território, a taxa de ocupação hoteleira que chegou aos 77 por cento em Março e as receitas brutas diárias dos casinos a recuperarem para níveis impensáveis durante o período pandémico, com 410 milhões de patacas e 490 milhões de patacas em Março e Abril, respectivamente. A cereja no topo do bolo foram os resultados apurados durante os feriados do Dia do Trabalhador, no início deste mês. Joey Lao destaca ainda a recuperação significativa do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego a cair para 3,1 por cento e muitos sectores a registarem escassez de mão-de-obra e a aumentarem os esforços de recrutamento. Lado negro Se o cenário “entre portas” abre perspectivas optimistas, a associação vinca que “o ambiente externo continua a ser complexo, com uma fraca procura no mercado de consumo e forte aversão ao risco no mercado de investimento”, cenário impactado pelo ciclo de subida das taxas de juro do dólar norte-americano na economia global. Apesar dos sinais positivos, Joey Lao sublinha alguma desigualdade na altura de colher os frutos da recuperação, em especial ao nível das pequenas e microempresas que ficaram afastadas dos benefícios da retoma do turismo. Além disso, o ex-deputado refere que o programa de veículos de Macau para norte afastou o consumo residencial de locais e apela ao Governo para que atente ao fenómeno. Como tal, é sugerido que os pequenos negócios “acompanhem o ritmo dos tempos e mudem a mentalidade e estratégias empresariais, de modo a atrair clientes online e presenciais” para recuperarem a vitalidade económica.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEstudo | Famílias monoparentais com dificuldades financeiras Um estudo realizado pela Associação Geral das Mulheres mostra que 76 por cento das famílias monoparentais diz sofrer pressões económicas, enquanto 75,4 por cento afirma que os rendimentos não chegam para fazer face às despesas. Pais e mães que estão sozinhos a cuidar dos filhos dizem ter falta de apoio do ex-parceiro A vida não é fácil para quem vive sozinho com um filho menor de 18 anos. A conclusão é de um estudo realizado em Abril pela Associação Geral das Mulheres de Macau, com 277 inquiridos, e apresentado ontem a propósito do Dia Internacional da Família, celebrado a 15 de Maio. Segundo um comunicado da associação, 76 por cento dos participantes diz sofrer de pressões do foro económico, sendo esta a maior dificuldade sentida no dia-a-dia, enquanto 75,4 por cento diz que os rendimentos não são suficientes para pagar todas as despesas, tendo em conta que a grande maioria dos inquiridos, 75,8 por cento, possui profissões liberais ou na área do comércio e retalho, como empregados de escritório ou em restaurantes, com salários que variam entre as cinco e as 15 mil patacas. Sempre que sentem maiores dificuldades em pagar as contas, 40,4 por cento das famílias monoparentais ouvidas para este estudo dizem que optaram por pedir ajuda às instituições de serviço social, enquanto 30,3 por cento pediu ajuda a amigos. Em terceiro lugar surge o pedido de apoio à família, com 24,8 por cento. Dos que pediram apoio, 40,7 por cento disse que não recebeu o suficiente. Os responsáveis da associação pela realização do estudo afirmam que os pais e mães solteiros sentem limitações na escolha da profissão e no desenvolvimento de uma carreira, por terem a necessidade de cuidar dos filhos sozinhos e manter a família. Sem ajudas Outro resultado do inquérito, prende-se com a falta de ajuda dos ex-companheiros, pois mais de metade diz que estes não cumprem devidamente o seu papel de mãe ou pai. O estudo revela que 59,8 por cento afirma que os ex-companheiros visitam os filhos menos de uma vez por semana, enquanto 40,2 por cento diz que precisa de cerca de seis horas diárias para cuidar dos filhos. A associação adiantou ainda que muitos dos casos de famílias monoparentais são acompanhados por assistentes sociais, uma vez que frequentemente as pensões de alimentos decididas em tribunal não são pagas ou são-no com atraso, não sendo possível manter o nível de vida confortável das crianças. Assim, no caso das mães solteiras, estas não conseguem trabalhar porque têm de cuidar dos filhos, necessitando de pedir subsídios ao Instituto de Acção Social. A deputada Wong Kit Cheng, ligada à direcção da associação, sugere ainda o recurso à arbitragem judicial para a resolução de casos de divórcio ou restantes conflitos familiares, melhorando a legislação a esse nível. Defende-se ainda que pode ser garantido um maior equilíbrio de responsabilidades para pais e mães, tendo em conta as dificuldades que se verificam com o pagamento das pensões de alimentos.
João Luz SociedadeIAS | Quase 5.000 famílias carenciadas recebem subsídio este mês O Instituto de Acção Social (IAS) irá atribuir o subsídio ao longo deste mês do “Programa de inclusão e harmonia na comunidade” a 4.949 famílias carenciadas (famílias monoparentais, famílias com membros deficientes e famílias com doentes crónicos). No total, o IAS prevê que o programa distribua vinte milhões e setecentos e oitenta mil patacas em duas fases. Para a primeira fase, respeitante às famílias em situação vulnerável que beneficiam do subsídio regular, o subsídio do programa de inclusão já foi atribuído no dia 5 de Maio por transferência bancária. Na segunda fase, que diz respeito às famílias que apresentaram o pedido este ano através de associações, instituições co-organizadoras e do IAS, o subsídio será atribuído a partir de 18 de Maio. Os montantes do subsídio variam consoante a dimensão do agregado familiar, começando no montante mínimo de 2.650 patacas para agregados de uma pessoa, até agregados com oito ou mais pessoas a poder receber 10.100 patacas. O Governo referiu ainda que, através do “Programa de inclusão e harmonia na comunidade”, atribui, em Maio e Outubro do corrente ano, o subsídio para a manutenção de vida, de prestação única, aos três tipos de famílias em situação vulnerável que são beneficiárias do subsídio regular, ou cujo rendimento não ultrapassa um múltiplo determinado do valor do risco social.
João Luz Manchete SociedadeTSI | Confirmada condenação de agente por violação de segredo O Tribunal de Segunda Instância negou provimento a um recurso interposto por uma agente do CPSP condenada por fornecer informações confidenciais sobre a lista de pessoas interditas de entrar no território, ou passíveis de detenção. Os juízes concluíram que a agente com 20 anos de experiência deveria saber o que significa “dever de sigilo” O Tribunal de Segunda Instância (TSI) negou o recurso apresentado por uma agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), condenada no ano passado “pela prática, em autoria material e na forma consumada, de dois crimes de violação de segredo”, a “pena de sete meses de prisão por cada, e em cúmulo jurídico, na pena total de 1 ano de prisão, suspensa na sua execução por 2 anos”. No processo, que correu no Juízo Criminal do Tribunal Judicial de Base, a agente foi acusada e considerada culpada de passar a um colega também do CPSP informações confidenciais constantes na lista negra e na lista de interdição de entrada, onde constam os registos de entradas e saídas da RAEM. Supostamente, o agente sem acesso às bases de dados confidenciais argumentou que “um amigo seu queria saber se alguns indivíduos tinham sido interceptados pelo CPSP” e pediu ajuda à recorrente, que por duas vezes acedeu a informações confidenciais internas sobre o estado de monitorização de outrem”. Importa referir que o agente que solicitou a informação para passar a civis faleceu durante o decorrer do processo. A agente condenada argumentou perante o colectivo de juízes do TSI que “durante o exercício das suas funções, satisfazia sempre os pedidos dos seus superiores e subordinados para os ajudar a consultar as informações constantes da lista de pessoas sob controle, a fim de facilitar o trabalho quotidiano”. A defesa afirmou ainda que a condenada “nunca pensou que o seu colega solicitasse as informações para fins alheios ao seu trabalho ou mesmo para fins ilegais”. O saber médio O comunicado do gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância, que divulgou a decisão do TSI, refere que os dois agentes ingressaram no CPSP em 1991 e 1992, estabelecendo uma relação de amizade. Aliás, o tempo de serviço foi usado pelo colectivo do TSI para contrariar a tese da defesa. “Uma agente que exercia actividade policial há mais de 20 anos, não podia desconhecer o significado do ‘dever de sigilo’ e a existência de directrizes internas e regras da praxe no CPSP relacionadas com o acesso e a consulta de documentos confidenciais no sistema informático”, é argumentado. O tribunal acrescenta que, “segundo o senso comum, qualquer agente policial pode perceber que as informações em causa estão classificadas pelo CPSP como confidenciais e não podem ser reveladas arbitrariamente a outros agentes policiais que não têm competência para aceder ao sistema, questão sobre a qual é impossível haver mal-entendidos”.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Reincidência de infecções em apenas 1% dos casos Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), disse aos media chineses que os casos de pessoas infectadas por covid-19 uma segunda vez representam apenas um por cento da totalidade dos casos registados nos últimos dias. O responsável adiantou ainda que o tipo XBB da variante Ómicron, mais facilmente contagioso, é o mais comum nos casos diagnosticados, mas não deverá verificar-se um aumento de casos graves. Alvis Lo garantiu que existem no mercado medicamentos disponíveis para aliviar os sintomas da covid e que os kits de apoio distribuídos pelo Governo no último surto estão ainda dentro do prazo de validade. Entretanto, na sexta-feira e sábado, foram registados nove casos de internamento por covid. Na sexta-feira, foram detectados sete casos, dois no Centro Hospitalar Conde de São Januário e cinco no hospital Kiang Wu. No sábado, os dois casos registados ficaram internados apenas no hospital público. Os dados foram revelados pelo centro de coordenação de contingência do novo tipo de coronavírus.
Hoje Macau SociedadePonte Sai Van | Choque em cadeia com cinco viaturas Um acidente de viação ocorrido na madrugada de domingo, na ponte Sai Van, na direcção de Macau para a Taipa, causou um choque em cadeia que envolveu cinco viaturas, um autocarro e quatro táxis, e fez dez feridos. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, estiveram envolvidos no acidente um autocarro de turismo, que bateu na traseira de um dos quatro táxis, sem manter a devida distância de segurança entre veículos. Ficaram feridos o condutor do autocarro e alguns dos passageiros dos táxis que seguiam na estrada. Oito dos dez feridos necessitaram de tratamento hospitalar, segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP).
Hoje Macau Manchete SociedadeMUST | Cientista quer procurar vida em Marte a partir de salinas lusófonas André Antunes, chefe de astrobiologia da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau, está à frente de um projecto de investigação que visa perceber se há, de facto, vida no planeta Marte com recurso a salinas em Portugal e Cabo Verde. Esperam-se resultados em 2026 Projectos de investigação em salinas em Portugal e em Cabo Verde podem ajudar a China a descobrir vida em Marte, disse à Lusa um cientista português que lidera uma unidade de astrobiologia em Macau. André Antunes esteve, no final de Abril, na primeira Conferência Internacional de Ciências de Exploração do Espaço Profundo, organizada em Hefei, capital da província de Anhui, no leste da China, que tem uma zona especial dedicada à indústria aeroespacial. Um dos temas em discussão, explicou o investigador natural de Coimbra, foi a recolha de amostras do solo de Marte no âmbito da próxima missão espacial chinesa, a Tianwen-3, cujo lançamento está previsto para 2030. Até 2026 a China quer decidir a localização exacta onde irá procurar “sinais de vida”, explicou o responsável pela unidade de astrobiologia do Laboratório de Referência do Estado para a Ciência Lunar e Planetária da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST). André Antunes esteve entre os cientistas que defendeu em Hefei a aposta na recolha de cristais de sal, porque “têm uma excelente capacidade de preservar água e matéria orgânica, micro-organismos, no seu interior, como uma espécie de cápsula do tempo”. “É por isso que os estudos de ambientes salinos são uma prioridade tão grande para a astrobiologia”, para formar “uma melhor noção dos limites da vida” em condições extremas, sublinhou o português. Apesar de atrasos causados pela pandemia, André Antunes revelou que trabalhos de campo, feitos com a Universidade do Minho, permitiram isolar novas espécies de micróbios que “sobrevivem e prosperam” em salinas em Aveiro e na ilha do Sal, em Cabo Verde. “Tijolos espaciais” Um dos aspectos que mais interesse tem despertado na equipa da MUST é a possível utilização de micro-organismos para transformar a poeira que assola o planeta vermelho em “tijolos espaciais”, referiu o investigador. “Uma das coisas que encarece e que complica bastante a vida em relação à exploração espacial em missões é que tem que ser tudo enviado” a partir da Terra, recordou André Antunes. A agência espacial chinesa quer recolher 500 gramas do solo de Marte e trazê-lo de volta para a Terra numa missão única, “o que pode parecer à partida uma estratégia um bocadinho mais arriscada”, admitiu André Antunes. Mas o cientista lembrou que as missões da China a Marte, que incluem uma nave orbital, um módulo de pouso e o robô Zhurong, a explorar o planeta vermelho desde 2021, têm tido “um sucesso tremendo”. Na semana passada, investigadores chineses revelaram que o Zhurong descobriu indícios da existência de água líquida, incluindo crostas, rachaduras, granulações e outras marcas criadas pela água na superfície de Marte.
Hoje Macau SociedadeHabitação | Rácio das dívidas não pagas subiram No final de Março, o rácio das dívidas não pagas dos empréstimos hipotecários para a habitação (EHHs) atingiu 0,6 por cento, um aumento de 0,1 ponto percentual em relação a Abril e de 0,2 pontos percentuais em relação ao período homólogo do ano transacto. Os dados foram revelados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Por sua vez, o rácio das dívidas não pagas aos Empréstimos Comerciais para Actividades Imobiliárias (ECAIs) atingiu 1,1 por cento, correspondendo a um aumento de 0,1 pontos percentuais em relação ao mês anterior ou 0,5 pontos percentuais em relação ao final de Março do ano passado. A AMCM informa também que os novos EHHs aprovados pelos bancos de Macau cresceram 56,5 por cento em relação ao mês transacto, até ao valor de 1,91 mil milhões de patacas. Dos quais, os novos EHHs aprovados a residentes locais que representavam 98,7 por cento do total, crescendo 60,5 por cento e atingindo 1,89 mil milhões de patacas. No final de Março de 2023, o saldo bruto dos EHHs atingiu 236,1 mil milhões de patacas, e decresceu 0,3 por cento relativamente ao mês anterior e 2,7 por cento em relação ao período homólogo do ano transacto. Destes empréstimos, 95 por cento foram concedidos a residentes. Em relação ao mês anterior, os saldos brutos dos EHHs destinados a residentes e a não-residentes decresceram 0,2 por cento e 1,8 por cento respectivamente.
João Santos Filipe SociedadeWong Kit Cheng pede mais condições para profissionais de saúde Wong Kit Cheng espera que o Governo melhore as condições de trabalho para os enfermeiros no território. Foi esta a mensagem deixada ontem pela deputada, e enfermeira, a pensar no Dia Internacional do Enfermeiro e da Enfermeira, que se assinala hoje. Numa opinião partilhada com os meios de comunicação social, Wong destacou a importância de melhorar a carreira dos enfermeiros, porque dessa forma será possível criar as condições para estabilizar as diferentes equipas destes profissionais no território. A deputada indicou que um dos principais desafios no sistema de saúde local passa mesmo pela frequência com que os enfermeiros trocam de trabalho, o que faz com que haja uma grande instabilidade nos diferentes hospitais e clínicas. Face a esta realidade, apelou ao Governo para fazer da carreira mais atraente e com melhores condições profissionais, porque com equipas mais estáveis torna-se possível oferecer um melhor serviço de saúde à população. Em relação à necessidade de introduzir alterações no sector, Wong pediu um sistema universal de reconhecimento das qualificações para os enfermeiros e condições semelhantes entre o sector público e o privado. O respeito do direito às férias, aos intervalos durante o trabalho e a horários mais justos foram outra das condições exigidas pela legisladora. No mesmo sentido, Wong destacou a necessidade destes profissionais de saúde, que trabalham por turnos, e muitas vezes sobrecarregados, de terem acesso a psicólogos, para poderem lidar com eventuais problemas que surjam. Maior valorização A legisladora da Associação das Mulheres de Macau deixou ainda agradecimentos aos enfermeiros porque são um elemento essencial para tomar conta da saúde da população de Macau. Ainda em relação ao papel dos enfermeiros, Wong indicou que com o envelhecimento da população, o sector se vai tornar cada vez mais importante e que até ao final do ano poderá haver novos postos de trabalho, no Hospital das Ilhas. Outro dos aspectos que se espera que valorize os profissionais, é a aposta na saúde com alta tecnologia, uma das estratégias do Governo de Ho Iat Seng para diversificar a economia, além do sector do jogo. Segundo os Serviços de Saúde, no final do ano passado havia 4,3 enfermeiros por cada 1.000 pessoas.
Hoje Macau SociedadeAACM | Testada resposta do heliporto em exercício A Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM), em conjunto com um alargado naipe de departamentos, fez um simulacro para testar a capacidade de resposta do heliporto. Segundo a AACM, o exercício simulou o cenário de uma avaria na transmissão do rotor de cauda do helicóptero após a descolagem, obrigando a uma aterragem forçada no tapete principal. Todas as partes responsáveis activaram os seus planos de emergência para resolver a crise, incluindo o Corpo de Polícia de Segurança Pública, Corpo de Bombeiros, Serviços de Saúde, Serviços de Alfândega, Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água, a AACM, com a coordenação da East Asia Airlines. O helicóptero transportava dois membros da tripulação e dois passageiros quando se deu a avaria simulada. O exercício pôs à prova os vários departamentos que tiveram de acudir às consequências da aterragem forçada, com algumas partes da aeronave a desprenderem-se e a acudir aos dois passageiros que sofreram ferimentos graves. Foram também testados os procedimentos de resposta de emergência, incluindo de combate a incêndios e evacuação de feridos. O exercício decorreu na noite de quarta-feira, durante uma hora, e envolveu cerca de uma centena de profissionais e sete veículos dos bombeiros.
João Luz Manchete SociedadeDemografia | Óbitos duplicam em termos anuais no primeiro trimestre Entre Janeiro e Março deste ano, morreram 1.214 pessoas em Macau, quase meio milhar devido a doenças do aparelho respiratório, mais de seis vezes o número de pessoas que morreram pelos mesmos motivos em igual período do ano passado. O número de mortos quase duplicou, face aos 610 óbitos registados no primeiro trimestre de 2022 O número de óbitos devido a doenças do aparelho respiratório no primeiro trimestre deste ano foi mais de seis vezes superior ao mesmo período de 2022, com 491 mortes este ano, face a 78 nos primeiros três meses de 2022. O aumento de mortes devido a doenças respiratórias nos primeiros três meses de 2023 aumentou 179 por cento em relação ao trimestre anterior. Os dados estatísticos que revelam a mortandade durante a primeira grande vaga colectiva de infecções por covid-19 foram ontem divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No cômputo geral, o número de óbitos no período em análise contabilizou 1.214, dado que quase duplica o registo do primeiro trimestre de 2022, quando morreram em Macau 610 pessoas. Nos primeiros três meses de 2023, o número óbitos cresceu 3,1 por cento em relação ao trimestre anterior, que já tinha batido recordes e fechou o ano em que mais se morreu em Macau, desde que há registo. Vida de estudantes No quadrante oposto, os serviços de estatística revelaram que no primeiro trimestre deste ano registaram-se 987 nascimentos, menos 154, em termos trimestrais. De entre o total dos bebés nascidos nos primeiros três meses de 2023, 481 foram meninos, correspondendo a 48,7 por cento dos partos. O número de casamentos registados foi de 815 no trimestre de referência, mais 56, em termos trimestrais. A DSEC aponta ainda que no final de Março, a população total de Macau era composta por 673.600 pessoas, mais 800, face ao fim do quarto trimestre de 2022, devido principalmente à subida do número de estudantes do exterior domiciliados no território. A população feminina era superior à masculina, com os serviços a contabilizarem 359.500 mulheres, representando 53,4 por cento da população total. Quanto ao número de indivíduos do Interior da China recém-chegados a Macau titulares de “Salvo-Conduto Singular” (898) e o de indivíduos a quem foi concedida nova autorização de residência em Macau (186) aumentaram 327 e 102, respectivamente, em termos trimestrais. No que diz respeito ao número de trabalhadores não-residentes, no primeiro trimestre deste ano totalizaram 154.658, menos 254 face ao trimestre anterior e menos 13.080 face ao primeiro trimestre de 2022.
João Luz SociedadeDSAL | Mais de 200 vagas em três feiras de emprego a partir de hoje A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) vai organizar três feiras de emprego, com inscrições abertas entre hoje e a próxima quarta-feira, que vão disponibilizar 211 vagas nos dias 18 e 19 de Maio. As sessões de encontro entre empregadores e candidatos vão acontecer na sede da Federação das Associações dos Operários de Macau, na Rua da Ribeira do Patane nº 2 – 6. A primeira sessão está marcada para a manhã do dia 18 de Maio, com 57 ofertas de emprego para os sectores da restauração, nas posições de “cozinheiro de pastelaria e acepipes, assistente de cozinheiro, auxiliar de cozinha, empregado de mesa e empregado de lavagem de loiça”. Na parte da tarde, serão disponibilizados 135 empregos para o sector da segurança e gestão de propriedades, que incluem vagas como inspector de segurança aeroportuária, segurança e empregado de limpeza. A última sessão, marcada para a manhã de 19 de Maio, irá oferecer 19 vagas de emprego para o sector da venda de produtos alimentares, nomeadamente para os postos de encarregado de loja, vendedor, padeiro, cozinheiro de pastel de nata, assistente de padaria, assistente de fábricas, assistente de logística e assistente de loja de café.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Urgências com mil entradas diárias. Governo lança recomendações O director dos Serviços de Saúde revelou que na quarta-feira foram registados cerca de 70 casos positivos de covid-19 e que as urgências do Hospital São Januário estão a responder a um milhar de ocorrências diárias. O Governo lançou ontem novas recomendações e sugeriu diversos graus de urgência na procura de acompanhamento médico O director dos Serviços de Saúde (SS) revelou que recentemente, a plataforma online de declaração infecção de covid-19 acrescenta diariamente cerca de 70 casos positivos. Em declarações ao jornal Ou Mun, Alvis Lo acrescentou que o número não é representativo da real dimensão da vaga de covid-19 que assola Macau. No entanto, tendo em conta que muitos residentes apresentam sintomas ligeiros de gripe, não chegam a fazer teste à covid-19, não recebem tratamento médico, nem declaram o seu estado de saúde na plataforma online, “os dados de monitorização não devem reflectir totalmente a situação actual de infecção pelo novo coronavírus em Macau”. O responsável dos SS referiu que esta realidade não é de agora, mas que ainda assim os 70 casos diários submetidos na plataforma denotam um aumento do número de casos positivos. Durante o mês de Abril, a média diária de declarações positivas era cerca de uma dezena, no início de Maio subiu para 20 e nos últimos dias passou para 70. Outro dado que revela o aperto pandémico, é o aumento significativo de entradas nas urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário, que subiram de entre 600 e 700 em dias de semana, para quase um milhar. Alvis Lo sublinha que entre estes doentes, a proporção de pessoas infectadas por covid-19 “aumentou significativamente”, com os diagnósticos graves que obrigam a internamento a chegar aos sete por dia. Para responder ao aumento das solicitações, os Serviços de Saúde mobilizaram pessoal da linha da frente para as urgências. O que fazer Alvis Lo sublinhou que o covid-19 não vai desaparecer e que os governos e populações devem estar preparados para níveis variados de defesas imunológicas, mutações e novas variantes e a possibilidade de surgirem novas doenças respiratórias. Neste momento, face ao aumento de infecções, o director dos SS aconselha que quem tiver sintomas faça testes rápidos antigénio durante três dias consecutivos. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus emitiu ontem um comunicado a declarar que a situação pandémica em Macau é semelhante à verificada no Interior da China, com a detecção prevalente das mutações da variante ómicron XXB 1.5, XXB 1.16 e XBB 1.9. Devido à gradual diminuição das defesas imunológicas depois da vacinação ou infecção, as autoridades de saúde lançaram ontem novas recomendações para pessoas infectadas com covid-19. Assim sendo, o centro de coordenação de contingência recomenda a intervenção médica urgente para quem tiver sintomas como dificuldades respiratórias, aperto ou dores no peito, estados de confusão ou letargia, incapacidade para manter a consciência, pele e lábios com coloração azulada, febre alta persistente ou durante mais de 48 horas, vómitos, dores de cabeça ou abdominais persistentes ou que se sinta incapaz de comer ou urinar durante 12 horas. De resto, as autoridades recomendam a ida ao centro de saúde, ou urgências, para prescrição de medicamentos os infectados que pertençam a grupos de risco, incluíndo pessoas com mais de 65 anos, grávidas e pessoas com doenças crónicas como diabetes, doenças renais, cardiovasculares, pulmonares, tuberculose, doenças de fígado. Para as pessoas infectadas que não pertençam aos grupos de risco, ou apresentem sintomas graves, as autoridades recomendam que “descansem em casa, usem medicamentos” para tratar os sintomas.
Hoje Macau SociedadeStartups lusófonas na Beyond Expo com interesse na China Potenciais parcerias, fabrico de equipamento a custos inferiores e acesso a 1,4 mil milhões de chineses são os motivos que levaram startups do Brasil e de Portugal à feira de tecnologia Beyond Expo 2023, em Macau. O programa da feira incluiu ontem a segunda edição do Brazil-Portugal Innovation Company Roadshow (Mostra de Empresas de Inovação Brasil-Portugal), com 10 projectos brasileiros e portugueses. A mostra vai ainda passar por Hong Kong, pela Zona de Cooperação Aprofundada, criada em conjunto com a província de Guangdong na vizinha Hengqin (ilha da Montanha), e pela zona especial de Nansha, na capital da província, Guangzhou. Tal como para as outras startups, a DruGet procura mais clientes na China, disse à Lusa a cofundadora da uma plataforma brasileira que acelera o desenvolvimento de novos medicamentos. “O nosso foco inicialmente sempre foi a Europa, só que quando nós começámos a analisar, vimos que a China é o país que mais pesquisa sobre novas drogas”, sublinhou Lorane Hage Melim. Também a portuguesa R5 Marine Solutions, que desenvolveu uma ferramenta de previsão da erosão costeira, vê a China e os seus 14 mil quilómetros de costa como “um potencial mercado gigantesco”, explicou o director comercial. André Cardoso sublinhou que a R5 Marine Solutions, com sede em Aveiro, encara ainda a ida vinda a Macau como “um primeiro passo para perceber se existem empresas de engenharia da área que tenham interesse em criar uma parceria para utilizar a nossa solução aqui na China”. Saúde e afins Um objectivo semelhante tem a presidente executiva da PLUX Biosignals que gostaria de identificar startups chinesas interessadas em cooperar no desenvolvimento de dispositivos individuais de monitorização da saúde. A empresa portuguesa está a ponderar estabelecer uma presença em Macau, aproveitando vantagens como benefícios fiscais, a língua portuguesa e a legislação baseada no Direito português, revelou Rita Cristóvão. Um passo que a Virtuleap deu ontem, criando uma empresa em Macau, revelou à Lusa Amir Bozorgzadeh, cofundador da startup, com sede em Lisboa, que usa a realidade virtual para ajudar a aumentar os níveis de atenção, tratar doenças cognitivas e retardar o início do declínio cognitivo. A brasileira Key2Enable chegou à Beyond Expo já com reuniões marcadas em Macau, Hong Kong e Pequim, para levar o seu equipamento e tecnologia para ajudar crianças e pessoas com deficiência “um dos países mais populosos do mundo”, disse o director de vendas. Por outro lado, acrescentou Marcelo Rubinger, a startup, que já tem uma base em Braga, acredita que fabricar o equipamento na China pode reduzir os custos, tornando-o mais acessível a países em desenvolvimento. “Estamos a ajudar pessoas com deficiência motora ou intelectual a terem uma vida mais inclusiva. A gente tem de levar isso para o mundo”, sublinhou Rubinger.