Hoje Macau SociedadeTufão Hato | Mais de 20 mil árvores afectadas [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 20 mil árvores nas zonas urbanas de Macau foram afectadas pela passagem do tufão Hato, disse à Lusa uma porta-voz do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Das mais de 20 mil árvores afectadas em espaços públicos, cerca de 10 mil foram arrancadas pela força do vento, outras quatro mil sofreram danos graves, e 9,5 mil tiveram danos moderados. Entre as árvores derrubadas há cerca de 20 que são consideradas antigas. Quase duas semanas depois da passagem do tufão Hato por Macau, em 23 de Agosto, ainda não estão apurados os danos registados nas árvores em zona de montanha nas ilhas da Taipa e Coloane. Entretanto foram concluídos os trabalhos de remoção de árvores das vias públicas, tendo sido retomada a 100 por cento a circulação nas estradas, disse a fonte à agência Lusa, indicando que “a prioridade é tratar dos parques e dos jardins na cidade”, onde “ainda há muito a fazer”. Questionado sobre a existência de algum plano para substituir as árvores destruídas pela passagem do tufão Hato, o IACM afirmou que “os casos estão a ser acompanhados”, mas que, “neste período de tufões, não é também aconselhado plantar árvores”.
Victor Ng Manchete SociedadeMinistério Público | Queixa contra Fong Soi Kun por homicídio por negligência [dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]ong Weng Kuan, candidato que encabeça a lista 19 da Associação dos Cidadãos Unidos para a Construção de Macau, apresentou ontem queixa-crime no Ministério Público contra Fong Soi Kun por homicídio por negligência. A razão da queixa prende-se com a actuação dos serviços meteorológicos e a falta de alertas atempados aquando da passagem do tufão Hato Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) de Macau têm sido severamente criticados por vários quadrantes da sociedade. Porém, ontem a situação foi um pouco mais longe quando o Hong Weng Kuan, candidato da lista da Associação dos Cidadãos Unidos para a Construção de Macau, se deslocou às instalações do Ministério Público (MP) para apresentar queixa contra o antigo director dos serviços meteorológicos. O líder da lista 19 acusa o ex-director dos SMG de homicídio por negligência, depois deste ter apresentado a demissão e passado à reforma, na sequência da polémica actuação dos serviços no dia em que o tufão Hato varreu o território. “Toda a gente sabe que os SMG não fizeram o suficiente na previsão meteorológica, neste contexto, como a calamidade resultou em vítimas mortais, é um crime de homicídio por negligência”, diz o líder da lista, que frisou que o objectivo de denúncia é proteger o espírito do direito. A passagem do Hato provocou uma dezena de mortos e deixou grande parte do território sem abastecimento de água e electricidade, consequências que Hong Weng Kuan considera resultar da falta de alerta dos serviços meteorológicos. Carta anónima Aquando da entrega de documentos da apresentação da queixa-crime, o candidato da lista 19 referiu a existência de uma carta anónima onde se terá revelado uma esgrima por poder dentro dos próprios SMG. Nesse aspecto, Hong Weng Kuan considera que “apesar de a luta pelo poder não pertencer à competência de investigação do MP, se tiver sido o motivo causador do atraso na emissão de alerta, provocando perda de vidas, isto é abuso de poderes e não valoriza as vidas dos residentes”, lê-se no comunicado apresentado. Apesar de ter sido a única baixa que apresentou a demissão, Fong Soi Kun, pode não ser o único a ser chamado à pedra segundo a opinião de Hong Weng Kuan, também advogado, que não afasta a possibilidade de acusação de mais pessoal pertencente aos SMG. O candidato a deputado da Assembleia Legislativa acrescentou ainda que os procedimentos disciplinares não chegam para punir uma situação tão grave e com consequências tão trágicas. Hong Weng Kuan acrescenta que estas responsabilidades devem ser apuradas em sede de investigação criminal do MP. Importa salientar que o Comissariado Contra a Corrupção iniciou um inquérito sobre os procedimentos de previsão de tufões e a forma como os serviços meteorológicos geriram todo o processo aquando da passagem do tufão Hato por Macau. Apuradas as responsabilidades, nomeadamente de Fong Soi Kun, os resultados serão entregues ao Chefe do Executivo.
Hoje Macau SociedadeDois idosos com termo de identidade e residência por propagarem boatos [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois irmãos de Macau, de 73 e 68 anos, suspeitos de divulgarem notícias falsas sobre pessoas falecidas, depois da passagem do tufão Hato, encontram-se com termo de identidade e residência, disse à Lusa o gabinete do Procurador. Os irmãos, um homem e uma mulher, tinham sido levados para as instalações da Polícia Judiciária (PJ) no início da semana para serem interrogados acerca da divulgação, na rede social chinesa “WeChat”, de informações falsas de que cinco pessoas tinham sido encontradas mortas num parque de estacionamento na zona do Fai Chi Kei, no norte da cidade. Após o interrogatório, os suspeitos foram encaminhados para o Ministério Público. “Em 29 de Agosto de 2017, a polícia transferiu dois arguidos, suspeitos de terem divulgado uma notícia falsa de que o Governo tinha bloqueado o acesso à notícia relativa à morte de cidadãos causada pelo tufão Hato, ao Ministério Público para registar e instaurar o inquérito”, indica o esclarecimento enviado à Lusa. Segundo o gabinete do Procurador, após o interrogatório preliminar, foi aplicada aos “dois arguidos a medida de coacção de termo de residência e identidade”, encontrando-se agora o processo “a aguardar a investigação”. Na terça-feira, fonte da PJ esclareceu à agência Lusa que os dois irmãos não iniciaram o rumor, mas propagaram-no. Segundo a mesma fonte, os dois incorrem no crime de “ofensa a pessoa colectiva que exerça autoridade pública”. Entretanto, outros dois casos de alegadas notícias falsas sobre mortes foram detectados pelas autoridades. A PJ identificou duas mulheres, de 49 e 63 anos, que “terão divulgado informações de que haveria mais vítimas mortais” também no auto-silo do Fai Chi Kei. Os dois casos foram descobertos durante uma visita da PJ a casa das suspeitas, em que foram verificados os conteúdos dos telemóveis e encontradas mensagens partilhadas pelas duas mulheres nas redes sociais. Também neste caso, as mulheres são suspeitas de divulgar a informação, mas não de a ter iniciado. Turismo | Excursões estão de volta [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau voltou a receber excursões turísticas no passado sábado. As visitas em grupo tinham sido suspensas na sequência da passagem do tufão Hato. Segundo números preliminares fornecidos pelos operadores turísticos, Macau recebeu, até ontem, perto de 410 excursões turísticas da China, informou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) em comunicado. A DST, que enviou inspectores aos postos fronteiriços e aos principais pontos turísticos, disse o primeiro dia de regresso dos grupos a Macau decorreu com “normalidade”.
Hoje Macau SociedadeAno lectivo | Maioria das escolas começou aulas no período previsto Apesar dos estragos causados pelo tufão Hato, 90 por cento das escolas começaram as aulas de acordo com o calendário previsto. A Transmac colocou mais 35 autocarros a circular nas ruas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s estragos causados pela passagem do tufão Hato por Macau acabou por não influenciar o começo do ano lectivo. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), 90 por cento das escolas começaram as aulas dentro do prazo previsto. De um total de 77 estabelecimentos de ensino, 60 indicaram à DSEJ as intenções de começarem as aulas no dia 1 de Setembro, sendo que 21 deverão começar um novo ano lectivo até ao dia 18 deste mês. Há quatro escolas que prevêem dias diferentes para a abertura das aulas. Houve apenas sete escolas que cancelaram a cerimónia de abertura das aulas, enquanto menos de dez por cento, ou seja, seis escolas, tiveram que adiar o arranque do ano lectivo. A DSEJ enviou 20 trabalhadores para inspeccionarem um total de 53 instituições de ensino e realizar uma avaliação “das condições para a abertura das aulas”, tendo sido feita também uma análise das condições de higiene e do estado das infra-estruturas após o tufão Hato. Sem hora de ponta O comunicado da DSEJ explica ainda que a “situação de trânsito registada no dia do começo das aulas foi semelhante à dos dias normais”. “Alguns alunos afirmaram que saíram de casa com a devida antecedência, e alguns até apontaram que, para um melhor domínio do tempo, escolheram deslocar-se a pé para a escola. O período de pico de trânsito, com tráfego intenso e lento perto de algumas escolas, decorreu entre as 8h00 e as 9h30 horas da manhã, mas no geral decorreu com normalidade”, explica a direcção de serviços. Entretanto, a Transmac, uma das operadoras de autocarros públicos, anunciou que colocou na estrada 35 novos veículos para responder a uma maior procura no arranque de mais um ano lectivo. IC | Património inspeccionado e livre de perigo [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) já concluiu a inspecção a mais de 30 locais de património classificado, onde se incluem a Colina da Ilha Verde, a Colina da Penha, a Colina da Guia, o Largo do Lilau, a Rua da Felicidade e o Bairro de S. Lázaro, entre outros. Segundo um comunicado, “os danos nestes locais foram relativamente baixos”, estando relacionados “sobretudo com a queda de árvores e ramos”, sendo que existe “um número considerável de grandes árvores que ficaram danificadas”. “Na área perto da Casa de Retiros da Ilha Verde, existem árvores de grandes dimensões que foram derrubadas e vários ramos ficaram partidos, havendo um perigo potencial de queda”, explica o IC. Além disso, “existem árvores de grande escala na Colina da Penha desenraizadas, tendo derrubado as vedações e paredes em seu redor”. O mesmo comunicado aponta que “a maioria dos conjuntos não apresenta de momento quaisquer perigos estruturais, tendo sofrido apenas a queda de candeeiros e letreiros que causou alguns danos em cantos de paredes ou a queda de algumas telhas”. Entretanto o IC reuniu com administradores de todos os templos e igrejas “a fim de discutir em conjunto os trabalhos de seguimento após o tufão e de acelerar o apoio aos trabalhos de recuperação e de socorro de todos os itens patrimoniais”.
Hoje Macau Manchete SociedadeHato | Quase 30 por cento do território inundado O director das Obras Públicas disse que 29 por cento do território ficou inundado com a passagem do tufão Hato. Governo tem em cima da mesa três planos para travar as águas, mas avisa que, com tempestades mais fortes, a população poderá ter de ser evacuada [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s medidas de protecção contra cheias de Macau “não resultaram” e durante o tufão Hato, o mais forte em 53 anos, 29 por cento da área da cidade ficou inundada, disse o director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng. Apesar de Macau ter avançado com algumas obras em 2014 para evitar inundações na zona baixa do Porto Interior, e terem sido colocadas placas ou portas de protecção, “o resultado foi muito fraco e, de acordo com o nível da maré no tufão Hato, 29 por cento da área de Macau foi inundada”, explicou o responsável. Os dados ainda não são finais, já que algumas estações de medição avariaram, mas estima-se que as águas tenham subido até aos 5,5 metros no Porto Interior. “As obras que fizemos não resultaram nada. Temos de acelerar as obras para travar a maré”, afirmou Li. Até porque, comentou, durante o Hato, que atingiu a cidade no dia 23, “não houve grande precipitação (…) Se houver, como é que é?”, questionou durante uma conferência de imprensa. Macau tem actualmente uma barreira com cerca de quatro metros ao longo do Porto Interior, mas também este “dique não foi suficiente”, disse o responsável. A directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Susana Wong, veio reforçar a ideia: “Com o Hato, o ‘storm surge’ [subida no nível das águas] atingiu 5,5 metros, não era possível evitar inundações na zona”. Soluções na mesa Para combater esta situação o Governo equaciona três soluções, uma a curto prazo, duas a longo. O primeiro plano, que já estava em estudo antes da passagem do tufão, prende-se com a instalação de uma bomba de escoamento de águas pluviais, pensada para o local da ‘Ponte 23’, um dos vários cais do Porto Interior, estruturas que remontam ao tempo da administração portuguesa. Devido ao valor histórico do imóvel, o Instituto Cultural (IC) emitiu um parecer que, apesar de não se opor à construção da bomba, insta à preservação do cais, nomeadamente através da deslocação para outro local. No entanto, o porta-voz do Governo, Victor Chan, disse que está em causa “uma questão de equilíbrio entre a demolição de património e o interesse público”. O IC, informou, irá “repensar a posição sobre a demolição da ‘Ponte Cais 23’ e emitir um novo parecer, tendo em conta o interesse público”. Evacuação é hipótese Segundo o vice-presidente do conselho de administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), Lo Chi Kin, esta bomba de drenagem iria permitir escoar 14.550 litros de água por segundo, enquanto que sem ela só é possível escoar cerca de oito mil litros. No entanto, o mecanismo não funciona quando o nível das águas subir acima dos diques. Lo explicou ainda que o ‘Cais 23’ é o local mais indicado por não ter movimento, ao contrário dos outros portos, com frequente passagem de barcos. “A bomba para escoamento de água pode causar instabilidade e perigo para as embarcações”, disse. Em termos de planos de grande envergadura, o Governo estuda a construção de uma barragem e o aumento do dique em torno do porto. A primeira obra “evitaria a entrada da maré e inundações”, mas implica cooperação com regiões vizinhas, já que a comporta ficaria entre Macau e a cidade vizinha de Zhuhai. O projecto está ainda em estudo, mas o Governo espera poder começar a obra em 2019. Quanto ao dique, tem a vantagem de ser uma questão “interna”, mas pode “afectar o canal de navegação, transporte de mercadorias, actividades comerciais da zona, a cultura histórica e a paisagem naquela zona”, alertou Li. A ideia é aumentar o muro já existente, de cerca de quatro metros, de modo a ter entre seis e sete metros, o que poderia, por exemplo, bloquear a vista de rio. Apesar de todos estes planos, o porta-voz do Governo admite que Macau pode não vir a ter estruturas suficientes para uma tempestade particularmente forte. Nesse caso, terá um último recurso: a evacuação. “Devido às alterações climáticas, este tipo de tempestade radical pode acontecer mais vezes. Caso tudo esteja fora do controlo e não possamos responder, retiramos a população”, disse. Chui Sai On em Guangdong O Chefe do Executivo, Chui Sai On, deverá deslocar-se “muito brevemente” à província de Guangdong “para se encontrar com altos quadros para debater pormenores sobre questões ligadas aos problemas das inundações no Porto Interior”. Segundo um comunicado oficial, o Executivo, já em 2013, numa visita a Pequim, “teve encontros com responsáveis de diferentes departamentos a nível ministerial do Governo Central, fazendo uma abordagem exaustiva sobre a matéria, com o objectivo de alcançar uma solução viável” para a zona do Porto Interior.
Hoje Macau SociedadeMacau Legend com prejuízos no primeiro semestre [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo Macau Legend registou prejuízos de 228,6 milhões de dólares de Hong Kong nos primeiros seis meses do ano, indicou a empresa em comunicado. As perdas foram justificadas com “o aumento dos custos operacionais e a depreciação gerada pela abertura de novos casinos e hotéis, e também custos financeiros”. Nos primeiros seis meses, a Macau Legend arrecadou receitas no valor de 855,9 milhões de dólares de Hong Kong, mais 28,5 por cento que no mesmo período de 2016. As receitas de jogo subiram 34,3 por cento para 563,2 milhões de dólares de Hong Kong e as de não-jogo aumentaram 18,7 por cento para 292,7 milhões de dólares de Hong Kong. O EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) foi de 100,5 milhões de dólares de Hong Kong, mais 115,4 por cento. A Macau Legend opera três casinos em Macau sob a bandeira da Sociedade de Jogos de Macau (SJM). Um deles, o Legend Palace Hotel, abriu em Fevereiro deste ano e contribuiu com receitas de 37,8 milhões de dólares de Hong Kong. “Apesar da ‘performance’ melhorada, a rentabilidade do grupo foi negativamente afectada por prejuízos de 228,6 milhões de dólares de Hong Kong durante o período [em causa] maioritariamente devido a aumentos nos custos operacionais e depreciação devido à abertura do Legend Palace Casino e Hotel e aumentos nos custos financeiros”, de acordo com o comunicado. O director executivo da empresa, David Chow, explicou que os trabalhos de remodelação da Doca dos Pescadores vão continuar e mostram o apoio da empresa “aos esforços do Governo de Macau para construir um centro de turismo e lazer e promover turismo diversificado em Macau”. “Vamos continuar a melhorar a experiência de compras, restauração ao ar livre e entretenimento na Doca dos Pescadores, agora que a cobertura está terminada”, afirmou. Novo acordo No mesmo comunicado, Chow deu conta do acordo com “uma terceira parte independente para se desfazer do hotel Landmark Macau”. “Espera-se que o negócio esteja concluído antes do final deste ano (…) Vai permitir ao grupo reorganizar e desenvolver novas construções e instalações para corresponder e fundir os mercados em constante mudança”, disse Chow. Saúde | Surto de gastroenterites controlado [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) emitiram ontem um comunicado onde apontam que o surto de casos de gastroenterites registados nos últimos dias está controlado. No total foram registados 247 casos até quinta-feira, 31 de Agosto. Após a passagem do tufão Hato só foram registados seis casos suspeitos de infecção colectiva devido a gastroenterite que “envolveram duas a cinco pessoas”, sendo que não existe “um aumento evidente em relação à situação habitual”. Uma das causas apontadas pelos SS prende-se com a limitação no abastecimento de água e com “condições de higiene pessoal limitadas”.
Hoje Macau SociedadeMeteorologia | Macau com sinal 1 de tempestade com possibilidade de subir [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi ontem içado o sinal 1 de tempestade, o mais baixo da escala, sendo possível que se esteja a aproximar de Macau a terceira intempérie no espaço de oito dias, segundo informação dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). O sinal foi içado ontem às 19h, quando a tempestade se encontrava a cerca de 620 quilómetros de Macau, encaminhando-se para a costa leste da província chinesa de Guangdong. Foi também emitido aviso de trovoada, sendo que o sinal 1 deve manter-se ao longo do dia. Numa conferência de imprensa ontem à tarde, a directora substituta dos SMG, Florence Leong, disse que os seus serviços prevêem “que na noite de amanhã haverá uma grande possibilidade de içar o sinal número 3”. A representante dos serviços meteorológicos acrescentou ainda que “na madrugada de domingo, haverá a possibilidade de se içar o sinal 8”, indicou. Segundo a responsável dos SMG, poderá haver “ligeiras inundações” na zona do Porto Interior no próximo no domingo, quando é esperada maré alta até 2,7 metros. Pode estar eminente, apesar de ainda não ser certo, a aproximação de um novo tufão de Macau, depois da passagem devastadora do Hato e passados quatro dias do Pakhar.
Sofia Margarida Mota SociedadeDSEJ | Escolas sem aulas mas de portas abertas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar da data de início do ano lectivo estar comprometida em seis escolas no território, a Direcção dos Assuntos da Educação e Juventude garante medidas para ajudar os pais. O apoio passa pela abertura dessas escolas aos alunos. Os estudantes não vão ter aulas mas terão um espaço para ficar. A ideia é não causar mais transtorno à população do que aquele que o adiamento do ano lectivo já implica. Questionada pelo HM acerca das condições destas instituições para receber crianças, a DSEJ afirma que os problemas nestas instalações não representam qualquer perigo. “Estas escolas não têm problemas estruturais, mas os estragos relativos a danos em secretárias, e alguns buracos no chão precisam de ser arranjados”, aponta. No que respeita aos espaços, a DSEJ afirma que há salas suficientes para acolher os alunos, embora não haja condições para se dar aulas. Desde o dia 23 de Agosto que a DSEJ tem estado em comunicação com as várias escolas do território de modo a solicitar o apoio possível de acordo com as suas condições. Seis escolas de Macau não vão poder começar as aulas dentro do calendário, a partir de 1 de setembro, quando começa o ano letivo, devido a danos causados pelo tufão Hato, que atingiu a cidade. “Seis necessitam de mudar o dia de início do ano lectivo – quatro são na zona norte, uma em Coloane e uma na zona central”, disse, em conferência de imprensa, a chefe do Departamento de Educação da Direção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Leong Wai Kei. Os estabelecimentos de ensino que vão adiar o início das aulas são a Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte, Escola Luso-Chinesa de Coloane, Sheng Kung Hui Escola Choi Kou, Colégio Diocesano de São José 5, Escola Madalena de Canossa e Escola de Santa Teresa.
Hoje Macau SociedadeTufão | Jornalistas instruídos a escrever notícias positivas O Governo está a ser acusado de pressionar vários meios de comunicação social para escreverem notícias positivas sobre as consequências do tufão Hato. Vítor Chan, porta-voz do Executivo, diz que não há interferências [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma associação de jornalistas de Macau, na maioria chineses, recebeu denúncias de que cinco meios de comunicação instruíram os repórteres para apresentarem uma cobertura positiva do trabalho das autoridades, na sequência da passagem do tufão Hato. Fonte da Associação de Jornalistas de Macau (AJM) disse à Lusa que estas instruções chegaram em diferentes graus de intensidade, vindas das chefias, a pelo menos cinco meios de comunicação, que não identificou. “Nalguns ‘media’ foi muito directo, disseram que não podiam criticar o Chefe do Executivo ou os trabalhos de recuperação. Noutros foi mais suave, o editor tentou persuadir os jornalistas a serem mais harmoniosos” na cobertura, disse, apontando como exemplo pedidos de entrevistas a “pessoas pró-sistema” ou a voluntários “sobre o seu bom trabalho”. “Outra instrução foi de que a proporção de peças positivas aumentasse”, acrescentou a mesma fonte, que pediu para não ser identificada. Num comunicado em chinês a AJM indicou ter sido pedido aos jornalistas para fazerem trabalhos que incidissem “mais sobre pessoas boas e boas acções, espalhando activamente energia positiva pela sociedade, e diminuindo [as notícias] que responsabilizam o Governo, especialmente os cargos mais elevados”. A AJM condenou esta tentativa de “enganar o público e distorcer a profissão de jornalista”. Vindas de cima A associação disse acreditar que estas orientações tenham vindo do Governo, “porque instruções semelhantes surgiram antes”, por exemplo, em polémicas que envolveram a Fundação Macau. Confrontado com esta questão ontem, durante uma conferência de imprensa, o porta-voz do Governo, Victor Chan, afirmou que o Executivo não interfere nos órgãos de comunicação social (OCS). “Apenas prestamos apoio. Quanto ao seu funcionamento [dos OCS] não temos conhecimento, não temos interferido nem conhecemos”, disse. Segundo a fonte da associação, o Governo “estava ocupado com os trabalhos de recuperação e não teve tempo para controlar os ‘media’. Mas após o segundo tufão ficaram preocupados que a fúria dos cidadãos fosse prejudicar Chui Sai On [Chefe do Executivo], por isso tentaram dar instruções”. “Sabemos que os recursos são limitados, e se dão prioridade às histórias positivas, há menos espaço para as negativas. Estamos preocupados com a autocensura, há muitos jornalistas jovens que têm menos experiência e é mais provável que sigam as ordens dos editores”, comentou a mesma fonte. Depois de pelo menos um jornal chinês publicar um editorial dizendo que não recebeu qualquer instrução, a AJM frisou que não pretende passar a mensagem de que todos foram alvo de tal pressão. “Mas [achamos que] há provas suficientes que alguém quer controlar a opinião pública”, sublinhou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTufão Hato | No Myfair Garden ninguém sabe quando vai ter água O Myfair Garden, na Barra, é um dos cinco edifícios que continua a não ter acesso a água canalizada, por culpa dos estragos nas tubagens. A associação de condóminos reuniu ontem para tentar chegar a uma solução, mas a água só deverá chegar daqui a duas semanas [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o número 31 da rua Francisco António continua a não existir água quando se abrem as torneiras. Não fosse o regresso da electricidade, depois de um apagão que afectou toda a gente, seria ainda mais difícil transportar baldes de água pelas escadas, num prédio com 15 andares. O Myfair Garden, localizado na zona da Barra, ainda não tem água canalizada, mas a culpa não é da Macau Water. À semelhança de outros quatro edifícios no território, este prédio residencial ficou com as tubagens avariadas graças à passagem do tufão Hato e não há uma data concreta para o regresso da água potável. O HM falou com moradores no local e todos dizem que nas próximas duas semanas o problema será resolvido, mas ainda nada é certo. Para irem buscar este bem essencial, todos os dias os moradores vêem-se obrigados a subir e a descer constantemente. Não há filas, mas junto aos pequenos tanques que fornecem água de forma provisória está sempre alguém de balde na mão. Ieong é um deles. Os pais são membros da União dos Proprietários do Edifício Mayfair Court e, segundo ele, as concessionárias já deram todo o apoio na reparação das infra-estruturas. O abastecimento de água já deveria, portanto, ter voltado, mas as tubagens dos andares mais altos ficaram danificadas. A união de proprietários já se reuniu para resolver a situação, estando neste momento à espera do apoio financeiro do Governo. As discussões entre condomínios prosseguem e não há ainda uma data para que a água regresse. “A ideia é que todos os moradores dêem uma parte do dinheiro necessário, porque todos nós queremos ter água em casa o mais depressa possível”, adiantou. Ontem à noite houve nova reunião, mas o consenso ainda não terá chegado. A contar o tempo Mário, italiano e idoso, é outro dos moradores do Myfair Garden que foi afectado pela passagem do tufão Hato. “Ouvi dizer que a falta de água vai continuar nas próximas duas semanas, mas espero que demore menos tempo”, defendeu ao HM. Leong, outra moradora, desloca-se para ir buscar água e conta que, apesar da inconveniência que a falta de água trouxe ao seu dia-a-dia, agradece a solidariedade de todos os condóminos e administradores do prédio. Jojo também ouviu dizer que daqui a duas semanas poderá ter água para necessidades tão básicas como tomar banho ou lavar a roupa, esperando uma solução para breve. O Myfair Garden está localizado numa das zonas mais afectadas pelo tufão. Contudo, a falta de água é o único problema que persiste depois de dias em que a luz faltou em todo o lado e o lixo se acumulou em vários locais. Há dias, em conferência de imprensa, Susana Wong, directora dos Serviços dos Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), alertou para a existência de cinco prédios sem água, tendo sido prometida a cedência de apoio técnico. No caso dos prédios que utilizam a água de tanques já existentes no prédio, foi aconselhado a que esta seja fervida antes de ser consumida, pelo facto de não estar ligada à rede pública de abastecimento.
Hoje Macau Manchete SociedadePorto Interior | Obras para travar águas no Porto Interior só em 2019 [dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]onçalo Cheong, subdirector dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), disse ontem no programa do canal chinês da Rádio Macau que só no final do próximo ano é que deverão estar concluídos os trabalhos relativos à construção de uma barreira de protecção no canal na zona do Porto Interior, que fica entre Macau e Zhuhai. “Já iniciámos os trabalhos da terceira fase, incluindo a sondagem do canal, os estudos especializados, por exemplo, e o estudo de impacto ambiental”, sendo que a previsão, nesta altura, aponta para que a conclusão ocorra “no fim do ano que vem”, disse à rádio. Gonçalo Cheong não conseguiu estimar o orçamento para este projecto, mas adiantou que as obras possam arrancar em 2019. Os estudos foram iniciados em 2015 e, segundo Gonçalo Cheong, “a primeira fase do estudo de viabilidade foi concluída em Julho de 2016” e a segunda, que abrange “a zona toda, incluindo Macau, Zhuhai e Zhongshan”, foi terminada em Março deste ano. O relatório da segunda fase “já foi submetido a Pequim para recolha de opiniões”, conforme já tinha sido avançado pelo porta-voz do Governo, Victor Chan, em conferência de imprensa. O responsável da DSSOPT explicou ainda que, em 2011, foram feitas obras para aumentar a altura dos muros ao longo do Porto Interior, algo que ficou concluído em 2015. Contudo, não foi suficiente, dada a dimensão do tufão Hato. À margem do programa de rádio, Gonçalo Cheong garantiu que está a ser ponderada a instalação de infra-estruturas junto à entrada dos parques de estacionamento, para travar a entrada da água.
Hoje Macau SociedadeCSR | Recolhidas 11 mil toneladas de lixo numa semana [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 11 mil toneladas de lixo foram recolhidas em Macau desde a passagem do tufão Hato, há uma semana, disse à Lusa a Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR). “Até terça-feira (entre os dias 23 e 29 de agosto), a CSR recolheu um total de 11.299,78 toneladas de lixo”, afirmou a empresa numa resposta escrita. A média diária de resíduos na cidade é de aproximadamente 800 toneladas, segundo a empresa. Entretanto, foram criados 40 novos pontos de recolha de lixo na cidade. “A CSR tem cerca de 700 trabalhadores e eles ainda não tiveram folga desde o tufão. Além disso, alugámos mais veículos e recrutámos pessoal adicional depois do tufão”, disse a empresa. “Actualmente, todas as áreas inundadas estão a ser limpas, especialmente as do Porto Interior”, acrescentou a CSR. Sobre o tratamento a dar aos resíduos após a recolha, a CSR respondeu que “o lixo doméstico que pode ser queimado é entregue no incinerador, caso contrário vai para o aterro”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeDSAL | Trabalhadores da Galaxy queixam-se de irregularidades Representantes de 300 trabalhadores estiveram ontem reunidos com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais onde apresentaram várias reivindicações contra a Galaxy. Em causa está a falta de pagamentos e más práticas durante o tufão Hato [dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uem fez o turno da noite não pôde sair e foi obrigado a ficar. Quem entrou de manhã teve de se deslocar para o trabalho, mesmo com o sinal 8 de tempestade içado. Estas reivindicações, num total de 21, foram ontem apresentadas numa reunião que juntou representantes de 300 trabalhadores da operadora de jogo Galaxy e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). O deputado José Pereira Coutinho, que esteve presente na reunião e acompanhou o caso, disse ao HM que muitas das reivindicações referem-se a situações que já têm “barbas brancas”. A passagem do tufão Hato terá reforçado o descontentamento. “A lista de reivindicações é longa e não posso deixar de referir o facto da empresa, durante anos e propositadamente, fazer coincidir o descanso semanal com os feriados obrigatórios”, começou por dizer o deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM). Além disso, “os trabalhadores acham que a empresa faltou à palavra ao não conceder os bónus dos últimos anos até à presente data.” Três representantes da Galaxy estiveram na reunião, tendo sido feita uma contra-proposta, que foi recusada pelos trabalhadores. Segundo Pereira Coutinho, ainda não há uma data para a resolução do problema. Um Hato por resolver Na passada quarta-feira os trabalhadores terão sido obrigados a ficar no local de trabalho sem terem direito a um dia de descanso. “Quando o sinal 8 foi içado os trabalhadores foram forçados a voltar para o trabalho. Os que estavam dentro da empresa foram obrigados a fazer horas extraordinárias contra a sua vontade. Muitos pediram para ir para casa e isso foi rejeitado”, explicou o deputado. As horas extraordinárias foram pagas pela empresa, mas, segundo Coutinho, “o que os trabalhadores queriam era ter direito a um dia para irem para as suas casas reparar os estragos”. Segundo um artigo do South China Morning Post, o sinal 8 de tufão só terá sido içado às 9h00 de quarta-feira para que os casinos não pagassem horas extraordinárias aos seus trabalhadores. Até ao fecho desta edição, não foi possível obter uma reacção por parte da Galaxy. Fichas ao ar Outra das queixas que foi apresentada na reunião de ontem prende-se com o funcionamento das mesas de jogo, problema que, segundo Pereira Coutinho, deveria ter sido apresentado à Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). “Não existindo clientes a jogar nas mesas de jogo, os croupiers são obrigados a distribuir cartas durante horas, sem que haja um único cliente a jogar. Isto tem criado doenças profissionais face ao prolongado tempo de trabalho.” Foram ainda feitos relatos sobre o comportamento da operadora de jogo face às alegadas agressões que os croupiers são sujeitos. “Os queixosos manifestaram um grande desagrado face ao comportamento da empresa no tocante às agressões feitas aos croupiers. A empresa, em vez de os defender, persegue-os e aplica sanções, quando deveriam ser apresentadas queixas-crime junto das autoridades policiais.” Nos últimos dias a Galaxy tem sido alvo de comentários negativos nas redes sociais sobre o facto de, alegadamente, ter pedido ajuda a voluntários para a limpeza das piscinas do empreendimento hoteleiro. Contudo, Pereira Coutinho adiantou que este assunto não foi abordado no encontro de ontem.
Sofia Margarida Mota SociedadeGasteroenterites somam e seguem [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] pico de casos que se tem registado nos últimos dias de gasteroenterite não tem ainda uma causa clara. No entanto, os Serviços de Saúde de Macau (SSM) adiantaram ao HM que de uma análise inicial, “os principais motivos da gasteroenterite podem estar relacionados com a ingestão de comida estragada, ou exposta a temperaturas anormais, ou ao facto de não haver cuidados higiénicos, como lavar as mãos, após o manuseamento de lixo”. No que respeita às causas exactas, os resultados poderão ser conhecidos mais tarde. Neste momento a situação ainda está sujeita às pesquisas e análises que serão efectuadas pelo Centro de Segurança Alimentar do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, dizem os SSM. Para evitar o alastrar da situação, e na sequência dos danos causados pelo tufão Hato, os serviços continuam a manter o apelo a cuidados máximos, e pedem “para que os fornecedores de alimentos, que não possam garantir a segurança alimentar, suspendam o fornecimento dos alimentos facilmente deterioráveis”. Foram registados um total de 220 casos de gastroenterite na segunda-feira em dois hospitais de Macau e os Serviços de Saúde admitem que o número pode continuar a subir, informaram ontem os SSM em comunicado, excluindo, no entanto, um surto colectivo. O maior número de casos foi registado no hospital privado Kiang Wu, num total de 178, “todos eles sem relação e considerados esporádicos”, lê-se. “Todos os pacientes foram considerados casos normais e não houve nenhum caso considerado grave”, refere o comunicado.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeHato | Associações sem apoios para recuperar estragos As associações locais estão a mãos com os estragos causados pelos tufões que passaram por Macau nos últimos dias. No entanto, apoios não se avistam, pelo menos, para já. A situação pode por em risco o funcionamento de alguns destes organismos no território [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ara já a Fundação Macau não está a disponibilizar apoios para ajudar nos estragos sofridos pelas associações locais. A informação foi dada pelo presidente da Associação dos Macaenses (ADM), Miguel de Senna Fernandes, que lamenta a atitude. “Até agora os apoios em relação às pessoas que sofreram os danos só existem a nível de residências particulares e mais nada”, disse. O responsável questiona ainda : “No que respeita a associações, como a Associação dos Macaenses e as Escola Portuguesa, entre outras, como é que vai ser? Que tipo de apoio vão ter?” As associações estão para já sem saber como suportar os gastos a ter com os estragos de que foram vítimas e não têm solução. A Fundação Macau foi contactada pela ADM para saber com o que poderia contar e a resposta foi simples. “A Fundação Macau disse que não há, neste momento, qualquer tipo de apoio dirigido às associações”, refere Miguel de Senna Fernandes. Estragos aos milhares No caso da APIM, o presidente da associação avança que “por alto” o valor pode ser estimado em cerca de 90 mil patacas. “Neste orçamento estão incluídos os danos causados nas janelas e as despesas com o reforço daquelas que ficaram de pé, porque entretanto o vento ao arrancar umas fragilizou as outras”, explica. Na prática a ADM tem de proceder à substituição de grande parte das janelas das suas instalações. Por outro lado, a associação não integra no seu orçamento a possibilidade da ocorrência deste tipo de despesas. “Como é óbvio, ninguém está à espera de uma coisa destas”, aponta. “Existe uma regra de que o dinheiro que não é utilizado tem de ser reembolsado pelo que não temos como suportar este tipo de gastos”. A preocupação agora é fazer chegar às entidades competentes a preocupação que se vive entre as associações e saber se, num futuro, podem vir a ser considerados alguns apoios para reparações decorrentes dos tufões que passaram pelo território. “É fundamental que se diga que não existem associações que vivam por si em Macau. Todas dependem dos subsídios do Governo e se o Governo resolve não apoiar neste tipo de circunstâncias, está a ditar uma sentença a estas instituições”, afirma o responsável pela ADM. Miguel de Senna Fernandes salienta ainda que entende que as prioridades neste momento são outras, mas há que ter respeito pelas instituições que têm tido a seu cargo um importante papel social e que precisam, “legitimamente” de ajuda. O balanço e a discussão dos danos causados pelos tufões Hato e Pakhar foram o tema central de uma reunião que se realizou ontem e que reuniu o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Vitor Sereno com as associações de matriz portuguesa no território.
Hoje Macau SociedadeAMCM estabelece mecanismo de contacto 24 horas com seguradoras [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a sequência dos danos causados pelo Tufão Hato, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) criou um mecanismo de ligação 24 horas com as companhias de seguros para acompanhar os casos de pedidos de indeminizações resultantes dos prejuízos causados. O dispositivo foi criado logo após a passagem do tufão. Este procedimento visa dar resposta aos danos sofridos nas instalações e bens de empresas locais e cidadãos, sendo previsível que seja accionado um elevado número de pedidos de indeminizações por parte dos segurados. A medida visa também facilitar a consulta e obtenção de informações por parte de quem contraiu as apólices de seguros. Como tal, a AMCM abriu linhas directas através dos números de telefone 83952280 e 83952202, que está em funcionamento de segunda-feira a domingo, das 9h às 18h, assim como através do email general@amcm.gov.mo. Além disso, o site da AMCM disponibilizou a lista das linhas directas das seguradoras para informações dos interessados e vai distribuir panfletos à população. Toca a despachar A autoridade fez também uma solicitação às companhias de seguros para que acelerem o acompanhamento dos pedidos de indeminização na sequência da catástrofe. Na seguimento de solicitação da AMCM, as seguradoras aumentaram o número de pessoal de forma a dar resposta ao elevado volume de pedidos de informações. Foram também feitos contactos por parte das companhias para as empresas e residentes lesados com seguros válidos para fornecer explicações sobre as coberturas e as formalidades necessárias para dar andamento aos processos. Uma vez que em Macau existe um grande número de micro, pequenas e médias empresas que estão ainda a braços com operações de limpeza e recuperação, as seguradoras contrataram profissionais para proceder aos cálculos das estimativas dos prejuízos. A pedido da AMCM, o sector das companhias de seguros vai apresentar, ainda esta semana, os dados recolhidos sobre prejuízos e o andamento dos pedidos de indeminização. A Autoridade Monetária solicita ainda às empresas e aos residentes a leitura detalhada das cláusulas das suas apólices de seguro de forma a aferirem se os danos resultantes do tufão Hato estão, ou não, cobertos. Destaque A AMCM abriu linhas directas através dos números de telefone 83952280 e 83952202, que está em funcionamento de segunda-feira a domingo, das 9h às 18h, assim como através do email general@amcm.gov.mo
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeColoane | Uma semana depois estragos ainda são visíveis Nas primeiras horas após a passagem do tufão Hato, os membros da protecção civil demoraram a chegar a Coloane por falta de meios. Primeiros grupos de voluntariado começaram a aparecer na tarde de quinta-feira e tiveram de esperar pela recolha do lixo. Quase uma semana depois, ainda há muitos sinais da tempestade que passou [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] lugar das praias, da vila pitoresca onde se comem os célebres pastéis de nata e onde persistem as palafitas ficou tão ou mais destruído com a passagem do tufão Hato face a outras zonas do território, mas a falta de meios levou a que a ajuda tenha faltado logo nas primeiras horas após a calamidade. Durante a tarde de quarta-feira, à medida que iam baixando todos os sinais de tempestade, os agentes da protecção civil começavam a encher as ruas da península. O mesmo não aconteceu em Coloane que, por falta de meios, só começou a receber ajuda das autoridades a partir de sexta-feira. “Fomos na quinta-feira ao final da tarde e depois fomos de novo na sexta-feira de manhã. Não havia lá ninguém, as pessoas estavam a arrumar e a limpar as coisas sozinhas, não vi agentes nenhuns da protecção civil, nem bombeiros”, recordou Cíntia Leite Martins, fundadora do projecto Manavida que organizou os grupos de voluntariado. A ideia deste grupo era “ajudar os pequenos comerciantes, os mais velhotes, e também ajudar a limpar as ruas”. “As pessoas que apoiamos eram os empregados das lojas, não vimos mais ninguém”, lembrou. António Barrias ajudou a organizar outro grupo de voluntariado que juntou cerca de 300 pessoas e que, nas primeiras horas após a calamidade, começou a fazer limpezas a partir da Taipa, também junto ao Galaxy. “Fizemos uma tentativa de ir a Coloane na sexta-feira, mas as vias estavam impedidas. Tivemos que deixar a protecção civil fazer o seu trabalho”, contou. “No sábado fomos lá e pareceu que tudo aquilo estava um bocado esquecido por toda a gente. Havia casas completamente destruídas, parecia um cenário de guerra. Era muito semelhante ao que se encontrava no Fai Chi Kei, mas claramente não se via o mesmo número de pessoas a ajudar. Havia muita policia, mas reparei que se estavam a esquecer das casas pequenas.” António Barrias chegou a ser interpelado por uma idosa que não conseguia sequer chegar a casa. “Estacionei o carro porque levei muito equipamento comigo. Fui parado por uma senhora idosa que estava na rua porque a única forma que ela tinha de entrar em casa era através de uma rua na floresta. Estivemos a ajudá-la a limpar e só nessa rua demoramos quase uma hora a tirar tudo. Era mesmo ao lado do estabelecimento prisional e ninguém a ajudava”, frisou António Barrias. Falhas na recolha de lixo Cintia Leite Martins recorda-se de ajudar a recolher lixo e de ser obrigada a parar porque faltavam camiões de recolha adequados. “O problema foi a acumulação do lixo e houve horas em que não havia muito para fazer, porque não tínhamos locais onde o pôr. Começou a ficar escuro, porque não havia electricidade em muitos sítios, e as pessoas disseram para voltarmos no outro dia, porque haveria luz do dia.” “Só na sexta-feira é que chegaram mais agentes. Mas havia muita falta de camiões de recolha e os que vinham eram muito altos. Era impossível colocar lá o lixo, porque estamos a falar de máquinas e mobílias”, adiantou Cíntia Leite Martins, que afirma ter-se sentido frustrada, tal como os seus colegas voluntários, por não conseguirem fazer mais e de maneira mais rápida. Também ela foi abordada por uma senhora idosa que vive sozinha e que “não tinha ajuda de ninguém”. “Fomos nós que conseguimos tirar as coisas de dentro da casa e do jardim.” Ainda há sinais Ao HM, responsáveis de grupos de voluntariado que se deslocaram à zona relatam que, quase uma semana depois da passagem do tufão Hato pelo território, ainda há muito a fazer na ilha de Coloane e em alguns locais do Cotai. “Coloane ainda está muito mal, tenho passado de carro e ainda se vêem alguns estragos. Desde o One Oásis até ao Galaxy as ruas estão cheias de lixo e há árvores caídas. Esta parte foi esquecida e é isso que queremos fazer esta semana”, adiantou Cíntia Leite Martins, uma das mentoras do projecto ManaVida, que alia a prática desportiva ao apoio social. Cintia Leite Martins criou um evento nas redes sociais para que, nos próximos dias, mais voluntários se disponibilizem para limpar ruas perto do empreendimento Galaxy, no Cotai, e também no edifício One Oásis. Há também relatos que falam da destruição que persiste no parque de animais de Seac Pai Van. “É triste estar a limpar muitas zonas e chegar a casa e ver tudo ainda num caos”, aponta a fundadora do ManaVida, que reside no One Oasis. Em Coloane os estragos ainda se fazem sentir e há muito por arrumar. Na sua página do Facebook, a pastelaria e padaria Lord Stow’s, famosa pelos pastéis de nata e local habitualmente cheio de turistas, afirma que estará fechada ao público nos próximos dias para reparar os estragos. Sem criticas A destruição trazida por um tufão que foi um dos maiores dos últimos 50 anos obrigou a definir prioridades e urgências e não houve tempo para tudo. “O cenário que se via na vila de coloane era de destruição completa. Havia casas que estavam bem mas outras que ficaram completamente destruídas, em que tivemos de deitar quase tudo fora. O chão estava todo cheio de lama e cimento quebrado, não era agradável de se ver.” Barrias adiantou que, se algumas estruturas ficaram de pé, o mesmo não aconteceu com o recheio das casas. “O nível de perda dos bens pessoais de todos foi enorme. Limpamos casas em que não se salvou absolutamente nada e as pessoas estavam no desespero completo.” Ainda assim, António Barrias acredita que Coloane vai ficar recuperada nos próximos dias, por ser um sítio que atrai muitos turistas. Barrias também não culpa os agentes da protecção civil e os bombeiros pelo atraso porque, no fim de contas, fizeram o que podiam e como podiam. “Sem a ajuda deles havia muita coisa que não conseguíamos fazer”, frisou. “Quando chegamos já lá estavam agentes da policia, do IACM e bombeiros. Eram muitos estragos para o pessoal que Macau tem.” Os voluntários de António Barrias dividiram-se em dois grupos, um de limpeza e outro destinado à entrega de mantimentos em locais como o orfanato localizado em Ka-Hó ou o hospital Kiang Wu, localizado na zona da Taipa Velha. Lai Chi Vun | “Todas as casas estão vazias” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s estaleiros onde outrora residiu uma industria naval já eram frágeis, e a passagem do tufão Hato só veio acentuar ainda mais os estragos. Na pequena povoação à entrada da vila de Coloane há casas que ficaram vazias, sem telhados. David Marques, porta-voz dos moradores de Lai Chi Vun, recorda que, nos dias a seguir à tragédia, “a maior parte do trabalho foi feito pelos locais e moradores”. “Os agentes da protecção civil estavam lá mas eram apenas uma ou duas pessoas”, disse, defendendo que Coloane “foi uma zona com menor prioridade” junto dos decisores. Na antiga vila de construção naval, ainda há casas bastante destruídas e o apoio financeiro decidido pelo Executivo não se adapta a estas situações extremas, apontou David Marques. “Há muitas casas que ficaram sem telhados. O Governo disse que ia ajudar as pessoas com apoios financeiros, mas o que foi criado foi para empresas e não para este tipo de casas. Perdemos tudo e vamos precisar muito desse dinheiro. Todas as casas estão vazias, sem electrodomésticos. O subsídio foi feito para compensar os estragos em portas e janelas e não para este tipo de problemas”, rematou.
Hoje Macau SociedadeHato | SJM disponibiliza serviços médicos gratuitos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) vai garantir cuidados médicos gratuitos à população, numa das zonas mais atingidas pelo tufão Hato, indicou em comunicado. Os serviços médicos gratuitos vão começar esta quarta-feira e irão funcionar durante um mês (nos dias úteis) numa clínica médica da zona da Praia do Manduco, uma das áreas mais antigas da cidade, indicou, em comunicado, a operadora de jogo fundada em 1962 por Stanley Ho. Um grupo de voluntários da SJM está desde quinta-feira passada a prestar serviços de apoios às famílias afectadas pelo tufão Hato, que causou dez mortos, mais de 200 feridos e danos avultados ainda por avaliar. A SJM, que opera 21 dos 39 casinos de Macau, decidiu também abrir o supermercado exclusivo dos seus funcionários à população que vão beneficiar dos descontos aplicados aos trabalhadores, até 14 de Setembro, de acordo com a operadora. A directora executiva da sociedade e deputada de Macau Angela Leong prometeu o apoio da operadora à comunidade local: “Juntos vamos reconstruir a nossa casa”. Tufão | Fundação Jorge Álvares manifesta solidariedade [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Fundação Jorge Álvares manifestou ao Chefe do Executivo, Chui Sai On, e à população “solidariedade e consternação” perante os efeitos devastadores do tufão Hato, que causou “perdas humanas e consideráveis estragos materiais”. Numa mensagem enviada à Lusa, o presidente da fundação e primeiro governador de Macau depois do 25 de Abril de 1974, o general José Garcia Leandro afirmou, em nome dos curadores e restantes membros dos órgãos sociais da fundação, esperar que a vida do território “retorne à normalidade o mais depressa possível”. Património | IC contactou dezenas de entidades [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) contactou 44 gestores de templos e responsáveis por 17 igrejas do território para “recuperar e manter os edifícios patrimoniais influenciados pelo tufão”. Os trabalhos terão seguimento a partir de hoje e incluem “a prestação de assistência aos trabalhos de manutenção relevantes e a implementação de medidas e planos concretos de recuperação e protecção, de modo a garantir a segurança exaustiva do património”, aponta o IC em comunicado.
Sofia Margarida Mota SociedadeHato | Seis escolas vão adiar início do ano lectivo [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ão seis as escolas que vão ter de começar o ano lectivo depois da data prevista em consequência dos danos causados pela passagem do tufão Hato no território. A informação foi dada ontem em conferência de imprensa onde foi apresentado o último balanço dos estragos e dos trabalhos que ainda decorrem Seis escolas de Macau não vão poder começar as aulas dentro do calendário, a partir de 1 de setembro, quando começa o ano letivo, devido a danos causados pelo tufão Hato, que atingiu a cidade na quarta-feira. “Quase todas as escolas sofreram de um modo ou outro algum dano. Temos 77 escolas, seis necessitam de mudar o dia de início do ano lectivo – quatro são na zona norte, uma em Coloane e uma na zona central”, disse ontem, em conferência de imprensa, a chefe do Departamento de Educação da Direção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Leong Wai Kei. Os estabelecimentos de ensino que vão adiar o início das aulas são a Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte, Escola Luso-Chinesa de Coloane, Sheng Kung Hui Escola Choi Kou, Colégio Diocesano de São José 5, Escola Madalena de Canossa e Escola de Santa Teresa. Às escolas juntam-se 17 instituições de acção social que ficaram “em mau estado” e cinco creches que “têm de suspender o funcionamento”, complementou o vice-presidente do Instituto de Ação Social, Hon Wai. Apesar de menos escolas começarem a abrir portas na sexta-feira, o Governo está preocupado com o congestionamento de trânsito, habitual todos os anos, mas que se espera ser agravado devido aos condicionamentos à circulação nas estradas, que foram afectadas pela queda de todo o tipo de estruturas, incluindo árvores. Além disso, há sete obras em vias públicas a decorrer, que não foram finalizadas a tempo devido ao tufão. A este cenário juntam-se os danos causados pela tempestade em cerca de 200 autocarros, de um total de 880. Trânsito difícil “A situação do trânsito no início do ano lectivo vai ser mais difícil que no ano passado”, alertou o chefe da Divisão da Gestão de Transportes da Direção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, Chang Chong Hin. Para garantir o bem-estar psicológico dos alunos, a DSEJ destacou 200 psicólogos e assistentes sociais, tendo também em conta que há quatro estudantes cujos familiares morreram com a passagem do tufão, que matou dez pessoas e feriu mais de 240. Representantes de diferentes departamentos do Governo deram conta da existência de cinco edifícios ainda sem água e indicaram que quatro parques de estacionamento ficaram “danificados de forma grave”. Quanto às árvores, Leong Kim Fong, do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, indicou que mais de 4000 foram derrubadas em espaços públicos, embora tenham a expectativa de salvar algumas, as que mantêm as raízes intactas. Destas, cerca de 20 são consideradas antigas. No total, disse o responsável, foram reunidas “mais de 15 mil toneladas de árvores destruídas”. O porta-voz do Governo, Victor Chan, admitiu que “muitas infraestruturas [públicas] foram afectadas”, mas ainda não há dados “para avaliar a perda económica”. “Posteriormente iremos avaliar”, disse. Gastroenterites em pico [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe de Prevenção e Controlo de doença dos Serviços de Saúde, Lam Chong, disse que os casos de gastroentrite tiveram um ligeiro aumento, não considerado grave. No entanto, ontem, durante a conferência de imprensa em que foi dada esta informação, os jornalistas receberam um alerta dos mesmo serviços a anunciar um pico de casos registados no Hospital Kiang Wu no dia 28 de Agosto, de 178 casos.
Victor Ng SociedadeTufão Hato | Pedido apoio para veículos danificados [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]epresentantes da Federação das Associações dos Operários (FAOM) foram ontem às instalações da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) para apresentar queixas de cidadãos que ficaram com os veículos destruídos com a passagem do tufão Hato. Leong Sun Iok, vice-presidente da FAOM, referiu ao HM que além das vítimas mortais e feridos, houve ainda muitas perdas de bens, incluindo os carros que ficaram totalmente inutilizados. Muitos deles foram arrastados com a força das águas e ficaram espalhados pelas ruas. O vice-presidente considera que o Governo também deve dar apoio aos condutores dos veículos, à semelhança dos subsídios que serão concedidos às Pequenas e Médias Empresas e casas que necessitam de reparações. Apesar de não ter avançado um número concreto de pedidos de apoio, a FAOM contou ao HM que, nos últimos dias, recebeu muitas solicitações de residentes que exigem apoio financeiro. Na opinião de Leong Sun Iok, as autoridades podem ajudar os residentes através de medidas e políticas, como a diminuição de imposto sobre a compra de novos veículos. Por outro lado, o vice-presidente entende também que há veículos que estão retidos nos auto-silos, sendo que também é exigido o apoio do Executivo nestes casos. Tufão | Suspeitos de boatos afinal não foram detidos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) negou à Rádio Macau ter detido os dois suspeitos da divulgação de rumores relacionados com o número de mortos causados pelo tufão Hato. A PJ disse que apenas “contactou” os dois suspeitos, que são irmãos”, mas só para “recolher informações”. Os suspeitos, de 73 e 68 anos, podem incorrer no crime de ofensa a pessoa colectiva que exerce autoridade pública. O caso está agora no Ministério Público, onde os irmãos foram já presentes para depoimento. Arriscam uma pena de prisão até seis meses ou multa até 240 dias.
João Luz SociedadeDroga | ARTM firma parceria com centro de tratamento chinês [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau vai dar início a uma parceria com o centro de tratamento chinês AIDS Care China. Augusto Nogueira contou que a associação que dirige sofreu poucos danos com o tufão Hato, mas que o IAS já se prontificou a ajudar O intercâmbio entre instituições de terapia é uma forma comum de apurar métodos e conhecimentos. Nesse sentido, a Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM) vai assinar uma parceria com a AIDS Care China, uma clínica de tratamento. De acordo com Augusto Nogueira, presidente da ARTM, a instituição chinesa tem uma abordagem terapêutica “um bocado diferente do que é praticado no resto da China”. “A AIDS Care China é presidida por alguém que tem uma base de conhecimento de redução de danos, aliás, é um activista nesse sentido, com uma mente muito aberta”, explica Augusto Nogueira. O português destaca a vontade de cooperar e partilhar sabedoria terapêutica e experiências com a instituição chinesa. Augusto Nogueira destaca a necessidade de olhar para a forma como se tratam consumos comuns de ketamina e ice, que assolam tanto o Interior da China como Macau. Abordagens similares Em resultado da parceria, haverá uma troca de funcionários da ARTM e da AIDS Care China, “para ver como eles actuam e para nós também aprendermos com eles”, informa Augusto Nogueira. O presidente da ARTM considera que todas as parcerias são boas, não apenas para levar longe o nome da associação a que preside, como para dar formação ao seu staff. A associação de Macau usa métodos mais humanistas em relação ao que se pratica na China, onde as terapias são baseadas em formas mais duras e impositivas. “Nós temos uma abordagem com mais liberdade, com maior campo de acção e espaço para as pessoas, à procura de potenciar as suas capacidades”, comenta Augusto Nogueira. Em relação aos danos provocados pelo tufão Hato, Augusto Nogueira revela que estes foram mínimos. “Tivemos apenas estragos num portão que se deslocou, uma porta e o centro de distribuição de metadona”, comenta. O presidente da ARTM revela que o Instituto de Acção Social já se prontificou a ajudar a instituição.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTufões | Recolhidas cerca de duas mil toneladas de lixo A passagem do tufão Hato obrigou à recolha de cerca de duas mil toneladas de lixo nos últimos dias, e ainda não há uma data certa para que as ruas voltem à normalidade. Existem ainda 25 edifícios sem água potável [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o dia em que o exército chinês regressou ao quartel, depois de três dias intensos de limpeza dos destroços causados pela passagem do tufão Hato, o Governo chamou os jornalistas para fazer o balanço daquela que foi a maior tempestade dos últimos 50 anos e que levou à ocorrência de dez mortes. Fong Vai Seng, do serviço de licenciamento e ambiente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), referiu que, no último fim-de-semana, 1787 toneladas de lixo foram recolhidas das ruas, sendo que só na madrugada de domingo para segunda-feira foram recolhidas 150 toneladas. O trabalho tem vindo a ser feito em parceria com grupos de voluntários e a empresa responsável pela recolha do lixo, sendo que não há, até ao momento, uma data para que as ruas do território voltem a estar limpas como antes. “Temos vindo a melhorar a situação mas ainda há zonas com lixo de grande porte, cremos que ainda vai levar algum tempo até regularizar a situação.” Sobre o fornecimento de água, Susana Wong, directora dos Serviços Marítimos e da Água (DSAMA), garantiu que cinco estações de fornecimento da Ilha Verde estão agora a operar normalmente. A água produzida “é suficiente para abastecer todo o território”, apontou, apesar de ainda existirem “25 edifícios que não têm água abastecida de forma normal”. Susana Wong assegurou ainda que não há qualquer perigo em consumir a água que sai das torneiras. Quanto aos edifícios que possuem tanques de reserva de água, os moradores devem fervê-la um pouco antes do seu consumo, uma vez que esse bem essencial vem indirectamente da rede pública e está armazenado em tanques que podem ter sido danificados. Sem doenças Ung San Hong, do IACM, referiu que já foram detectadas situações em que lojas e supermercados procuram colocar nas prateleiras produtos que estiveram em contacto com água suja, algo que tem vindo a ser controlado. “Temos feito inspecções junto de restaurantes e supermercados. Os alimentos não estão em condições de revenda pelo facto de terem estado em contacto com água suja.” Lam Cheong, representante dos Serviços de Saúde, adiantou ainda que, até ao momento, não foram registados casos de febre da dengue ou outras doenças transmissíveis devido ao lixo acumulado na rua e à falta de água potável. “A Barra e a Ilha Verde são zonas muito afectadas e temos feito o trabalho de erradicação dos mosquitos. Temos enviado um total de 150 trabalhadores e todos os dias temos feito este trabalho”, frisou. Registaram-se apenas alguns casos de gastroenterites no hospital público e no Kiang Wu. Vítor Chan, porta-voz do Governo, adiantou que não há dados sobre os estragos ocorridos nas concessionárias de jogo. O mesmo responsável defendeu que o Governo não deve intervir no dinheiro que, até ao momento, foi doado pelas operadoras, por se tratarem de “iniciativas da sociedade civil”.
Hoje Macau SociedadeMacau perde mais de quatro mil trabalhadores do exterior [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau perdeu 4.200 trabalhadores contratados ao exterior no intervalo de um ano, contando com 176.839 no final de Julho, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com dados da Polícia de Segurança Pública (PSP), disponíveis no portal da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, em termos mensais, ou seja, face a Junho, havia menos 1.855 trabalhadores. A China continua a ser a principal fonte de mão-de-obra importada de Macau, com 111.704 trabalhadores (63,1 por cento do total), mantendo uma larga distância das Filipinas, que ocupa o segundo lugar (27.626) num pódio que se completa com o Vietname (14.872). O sector dos hotéis, restaurantes e similares absorve a maior fatia de mão-de-obra importada (50.049), seguido do da construção (31.339). A construção foi o ramo que registou o maior ‘tombo’: no intervalo de um ano ‘perdeu’ 10.762 trabalhadores, de 42.101 passou a contar com 31.339. As actividades culturais e recreativas, lotarias e outros serviços agrupavam 13.571 trabalhadores do exterior – menos 23 face a Julho de 2016 –, dos quais 1.059 eram trabalhadores da construção civil contratados directamente pelas empresas de lotarias e outros jogos de apostas, contra os 1.620 do mesmo mês do ano passado, segundo os mesmos dados. Já o ramo dos hotéis, restaurantes e similares ‘ganhou’ 1.674 trabalhadores no mesmo hiato temporal, um aumento que não foi suficiente para compensar a diminuição sentida no sector da construção, que abrandou nomeadamente com a conclusão de diversos novos projectos turísticos.
Hoje Macau SociedadeTrabalho | Desemprego mantém-se nos 2 por cento [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre Maio e Julho de 2017 a taxa de desemprego fixou-se nos 2 por cento, enquanto que a taxa de subemprego foi de 0,4 por cento, de acordo com os dados dos Serviços de Estatística e Censos. Ambos os registos mantiveram-se nos mesmos níveis do período passado de Abril a Junho, dentro da taxa que se entende como pleno emprego. Este conceito, apesar de incerto está longe dos dois por cento. No entanto, o número de desempregados à procura do primeiro emprego subiu, uma realidade explicável pelo maior número de licenciados que tentam entrar no mercado de trabalho. Esta realidade fez com que a taxa de desemprego de residentes tenha subido ligeiramente, 0,1 por cento, para os 2,8 pontos percentuais face ao período transacto. Entre Maio e Julho, a população activa totalizava 392.100 pessoas, com uma taxa de actividade de 71,4 por cento. Neste domínio importa destacar que a população empregada se fixou nos 384.100 indivíduos, sendo que os residentes empregados chegaram aos 282.600, ou seja, mais 1800 e 1600 pessoas respectivamente. Individualizando em termos de ramos de actividade económica, os sectores da hotelaria, restauração e similares aumentaram, enquanto o número de empregados na construção decresceu. O número de desempregados entre Maio e Julho foram 8000, mais 100 face período transacto. Deste universo, 15,2 por cento procuraram o seu primeiro emprego, uma parcela demográfica que aumentou 4,4 por cento. Em comparação com o período de Maio a Julho de 2016, a taxa de actividade e de subemprego decresceram 1,1 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente, enquanto que a taxa de desemprego subiu 0,1 por cento.