Wynn | Boston reduz dependência face a Macau

[dropcap]A[/dropcap] conclusão e a operação de um casino em Boston, nos Estados Unidos, vai fazer com que a operadora Wynn fique menos dependente dos resultados de Macau. A conclusão é de um relatório do banco de investimento Sanford C Bernstein, assinado por Vitaly Umansky, Kelsey Zhu e Eunice Lee, e citado pelo portal Inside Asian Gaming.

De acordo com os números apresentados, o “Encore Boston Harbor” vai fazer com que os ganhos da empresa antes de juros, impostos, depreciação e amortização (em inglês EBITDA) alcancem 41 por cento das receitas brutas. Entre este valor, 16 por cento virão directamente de Boston.

Por este motivo, o relatório frisa que com o novo casino a empresa Wynn Resorts pode começar a ser vista como algo mais do que uma operadora a depender principalmente de Macau.

21 Jun 2019

IPM | Curso de tradução e interpretação para alunos portugueses não vai abrir

[dropcap]A[/dropcap] TDM-Rádio Macau noticiou ontem que o curso de Licenciatura em Tradução e Interpretação Chinês-Português/Português-Chinês, destinada aos alunos que tem o português como língua materna, não vai abrir no próximo ano lectivo 2019/2020.

O Instituto Politécnico de Macau (IPM), que opera o curso, explicou à rádio que houve apenas três candidaturas, um “número insuficiente e limitado” para abrir uma turma. A TDM Rádio-Macau falou ainda com outras fontes que garantiram que este curso nunca teve muitos candidatos, sendo que, para abrir uma turma “era quase um ponto de honra”.

Han Lili, directora da Escola Superior de Línguas e Tradução do IPM, referiu que os três candidatos foram informados de que o curso, que funciona em horário pós-laboral, não vai abrir no próximo ano lectivo, algo que estes “compreenderam e aceitaram”. Pelo contrário, a licenciatura destinada a alunos com a língua materna chinesa vai continuar a funcionar sem alterações.

21 Jun 2019

Túnel que vai ligar Novos aterros não irá afectar ambiente, diz relatório

[dropcap]U[/dropcap]m relatório de impacto ambiental relativo à construção do túnel subaquático que vai ligar as zonas A e B dos Novos Aterros aprova o projecto e assegura que, durante o processo de construção, será protegido o meio ambiente envolvente, aponta um comunicado da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). O documento foi encomendado ao Instituto de Oceanologia do Mar do Sul da China da Academia Chinesa de Ciências.

O comunicado dá conta que “a conclusão geral do relatório de avaliação do impacto ambiental refere que durante o período de execução da obra, e no período de funcionamento do túnel, a entidade responsável pela construção irá tomar as devidas medidas no âmbito de protecção ambiental e de prevenção da poluição, de modo a atenuar o impacto ambiental provocado”.

Além disso, será feita uma “implementação rigorosa das várias estratégias e medidas”, o que “fará com que o impacto ambiental seja aceitável”. Desta forma, “não haverá uma redução significativa da qualidade do ambiente na área”, pelo que “do ponto de vista da protecção ambiental, a presente obra de construção é viável”, defende o relatório.

Segunda consulta

O túnel subaquático terá aproximadamente 1.300 metros de comprimento, passa pela área subaquática onde fica a Ponte da Amizade e o canal de navegação do Porto Exterior, e visa interligar as zonas A e B dos Novos Aterros Urbanos, podendo ainda fazer a ligação à ilha artificial do posto fronteiriço Zhuhai-Macau, através da rede rodoviária da zona A dos Novos Aterros Urbanos. Além disso, a obra irá prever uma solução para a ligação à quarta Ponte Macau-Taipa.

O comunicado da DSSOPT aponta que “de acordo com os critérios técnicos, o túnel vai adoptar quatro faixas de dois sentidos, sendo a velocidade máxima permitida de 60 quilómetros por hora”.

Até ao dia 3 de Julho decorre a segunda consulta pública sobre esta avaliação de impacto ambiental, que tem como objectivo ouvir as opiniões da sociedade sobre este relatório.

21 Jun 2019

MUST | Trabalhadores com menos confiança no emprego

[dropcap]A[/dropcap] Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST na sigla inglesa) revelou os resultados de um inquérito que aponta para a insatisfação das pessoas que trabalham em Macau, apesar de uma ligeira subida em relação ao ano passado.

A conclusão é do estudo “Macao Employee Confidence and Satisfaction Index 2019”, realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável da MUST. Participaram no inquérito 905 residentes, maiores de 16 anos, escolhidos aleatoriamente e que estavam empregados a tempo inteiro durante os meses de Abril e Maio.

Segundo os resultados da pesquisa, a pontuação atribuída ao índice de confiança geral no trabalho foi de 2,98 pontos (a pontuação máxima é 5), registando uma descida de 0,3 por cento em relação ao ano passado. No entanto, o indicador que mede a satisfação atingiu 3,07 pontos, o representou uma subida de 1,5 por cento em relação ao ano 2017. A investigação mostra que os funcionários não têm muita esperança quanto à possibilidade de promoção e aumento salarial, ou satisfação salarial dentro de um ano. Algo que se pode aferir no índice de confiança mínima quanto à oportunidade de promoção, que se ficou pelos 2,16 pontos.

O índice de confiança dos empregados da indústria do jogo desceu 1 por cento em relação ao ano passado, contrastando com o índice de satisfação que aumentou 0,6 por cento.

21 Jun 2019

Negócios | Jovens empresários juntam-se para mudar o ambiente em Macau

Resolver os problemas ambientais num só fim-de-semana pode parecer ambicioso, mas é o que se propõem fazer centenas de jovens empresários em 60 cidades de todo o mundo. Os empreendedores locais reúnem-se de hoje até domingo

 
[dropcap]O[/dropcap] 1º Fim-de-Semana Global de Startups, dedicado à Revolução da Sustentabilidade, realiza-se entre hoje e domingo, 21 a 23 de Junho, no hotel Sofitel em Macau. O evento acontece ao mesmo tempo noutras 50 cidades em todo o mundo, que durante 54 horas vão partilhar e apresentar projectos, ideias e produtos.

O evento pretende promover a interacção entre profissionais, investidores, especialistas e mentores. A organização quer orientar todos aqueles que tenham um projecto em potência, com vista à criação de futuros produtos e serviços.

Macau participa no segundo fim-de-semana desta iniciativa global, juntamente com outras 25 cidades, após um primeiro grupo de 26 cidades ter feito parte da ronda inicial do evento, no fim-de-semana passado, que incluiu a vizinha cidade de Hong Kong.

O encontro conta já com cerca de 40 pessoas inscritas, para o desenvolvimento de projectos e apresentação de resultados, esperando-se outras 80 pessoas na cerimónia de apresentação dos protótipos e resultados, no último dia, domingo, antes da festa de encerramento. Os espectadores interessados podem ainda adquirir bilhete para essa sessão na página web da Techstars, pelas 16h30, ao preço único de 100 patacas.

Por onde começar?

Os participantes do encontro foram instados a trazer uma ideia para resolver ou inovar em termos ambientais, tema que inquieta cada vez mais a comunidade internacional e tem influência directa na vida das pessoas. Os desafios são variados: novos produtos ecológicos, planos para atrasar a obsolescência dos equipamentos, reciclagem e requalificação de materiais, redução de desperdícios alimentares, mais produção e distribuição local, construção de sistemas de eficiência energética, reconstrução sustentável de edifícios, concepção dos sistemas de transportes do futuro, e planeamento de cidades inteligentes, inclusivas e mais resilientes.

“A humanidade precisa de soluções concretas para o futuro”, revelou Kenny Lei, um dos membros da organização. Uma delas começa já neste encontro de startups, com o desafio Zero Desperdício, onde foi pedido aos participantes que levassem o seu próprio material para evitar o excesso de lixo descartável e reforçar o exemplo de cidadania. O repto foi feito em todas as edições internacionais do encontro.

Os melhores projectos serão avaliados na cerimónia de domingo. Os vencedores vão ter direito a seis meses de espaço gratuito em sistema de co-working no Macau Hub, entre outras regalias oferecidas pelas empresas patrocinadoras. E o Top 20 de vencedores globais oferecerá o direito a programas de incubação e workshops de aprendizagem com mentores internacionais.

A única advertência da organização aos participantes “é o risco de terem que se demitir dos seus empregos na manhã de segunda-feira, para poderem montar a sua startup e seguirem o sonho de tornar o mundo melhor”, informa a página da organização.

21 Jun 2019

Clínica do grupo português IGHS abre em Outubro

[dropcap]A[/dropcap] clínica de Macau do grupo português IdealMed GHS (IGHS) vai começar a operar em Outubro deste ano, de acordo com um comunicado nas redes sociais. Com as novas instalações, a clínica vai disponibilizar “novas especialidades médicas”.

A nova clínica vai operar no espaço onde estava o EC Centro Médico, na Taipa, depois da compra desta unidade ao grupo de Hong Kong Chow Tai Fook, em Novembro de 2018. Antes disso, a IdealMed firmou um acordo de cooperação com a Universidade de Macau.

Antes da clínica abrir com a imagem renovada, o EC Centro Médico vai continuar a operar com os serviços que já antes disponibilizava.

21 Jun 2019

Habitação social | Casal oculta activos milionários em candidatura

[dropcap]U[/dropcap]m casal é suspeito de “ocultar” cerca de nove milhões de activos e falsificar documentos para obtenção de habitação social, comportamento que fez com que fossem acusados de burla e falsificação de documento de especial valor, num processo que está à espera de decisão judicial.

Segundo notícia avançada pelo jornal Ou Mun, além da falsa declaração de rendimentos, durante o período de espera, os candidatos obtiveram abono provisório de residência no valor total de 45 mil patacas.

Os dois arguidos confessaram os crimes de que vinham acusados no Tribunal Judicial de Base, mas a mulher de apelido Wong ressalvou ter devolvido todos os ganhos ilegais, e argumentou que “não sabia que o meu marido tinha tanto dinheiro”.

O marido, de apelido Fong, argumentou em tribunal que a relação entre ambos era conturbada e que o dinheiro que tinha era proveniente da sucessão depois da morte da sua mãe. Durante o julgamento, a mulher de 44 anos de idade revelou ser dona de casa, e que o marido, de 47 anos de idade, estava, de momento, desempregado.

Segundo o processo, em 18 de Agosto de 2013, a mulher solicitou habitação social em nome do agregado familiar. No formulário de inscrição apresentado, relatou que uma conta bancária com cerca de 10 mil patacas e que a família, incluindo quatro filhos menores de idade, dependia do salário do marido, que era de cerca de 10 mil patacas. No formulário da candidatura contava a assinatura de ambos. Após a aprovação do Instituto de Habitação (IH), a família ficou em lista de espera. Como tal, a partir de 18 de Março de 2015, o IH concedeu ao agregado familiar um abono mensal de 2.500 patacas como subsídio provisório de residência. No total receberam 45 mil patacas.

Mais tarde, veio a descobrir-se que o espólio da família era de 9,07 milhões de patacas e que Fong tinha seis milhões de patacas numa conta bancária.

21 Jun 2019

Tribunais | Decisão sobre ETARs da Taipa e Aeroporto vai ser reformulada

Uma decisão que contradiz os argumentos utilizados e que não julga todas as matérias pertinentes. Foi esta a razão dada pelo Tribunal de Última Instância para reenviar a primeira decisão tomada e mandar o concurso público das ETARs da Taipa e Aeroporto de volta ao Tribunal de Segunda Instância

 
[dropcap]D[/dropcap]epois da decisão que anulou o concurso de atribuição das concessões para a exploração das Estações de Tratamento das Águas Residuais da Taipa e do Aeroporto Internacional de Macau, o Tribunal de Segunda Instância (TSI) vai ter de reformular o acórdão. A mais recente decisão sobre o caso foi tomada pelo Tribunal de Última Instância (TUI) e tornada pública ontem.

Depois do consórcio constituído pelas empresas Waterleau e Originwater ter vencido o concurso público para a exploração das ETARs, o consórcio igualmente concorrente constituído pelas empresas Focus Aqua, CITIC Envirotech e NewLand recorreu da decisão para o TSI.

Na análise do caso, o TSI atribuiu a razão ao recurso e optou por decidir que o concurso público deveria ser repetido. No entanto, a decisão não convenceu nenhuma das partes e ambas apresentaram um novo recurso para o TUI. Além dos concorrentes, também o Chefe do Executivo, responsável pelo concurso, contestou a decisão.

Na análise aos argumentos do consórcio da Focus Aqua, CITIC Envirotech e NewLand o TUI considerou que as empresas não tinham direito a interpor recurso, uma vez que lhes tinha sido dado razão pelo TSI. Por esse motivo, recusou analisar os argumentos das três empresas.

Recurso vencedor

Contudo, no que diz respeito aos argumentos da Waterleau e Originwater, o TUI acabou por considerar que tinham razão. Por um lado, a decisão da juíza Song Man Lei considerou que o TSI não analisou todos os argumentos apresentados e que alguns eram importantes para o desfecho do caso, ou seja, o TUI considerou que houve o que no Direito se designa por “omissão de pronúncia”.

Por outro, no que diz respeito às contradições entre a decisão e os argumentos, tal ficou a dever-se ao facto do TSI ter confundido a 3.ª e a 5.ª propostas apresentadas no concurso. Assim, o TSI argumentou na decisão que a proposta vencedora tinha sido aceite condicionalmente, no início, quando esse facto dizia respeito a uma outra concorrente. Posteriormente, o TSI ainda emitiu uma correcção ao acórdão, mas não foi suficiente para clarificar a situação.

“Por outras palavras, a proposta do concorrente n.º 3, ora recorrente a quem foi adjudicada a prestação dos serviços em causa, nunca foi admitida condicionalmente”, é sublinhado.

Face a estes fundamentos, o TUI optou por reenviar o caso para o TSI, que vai reformular a decisão. Caso alguma das partes fique inconformada poderá haver um novo recurso para o TUI.

Finalmente, o recurso do Chefe do Executivo, acabou por não ser analisado, por se considerar escusado face à necessidade de reformular a decisão inicial.

21 Jun 2019

Air Macau fecha 2018 com lucros pelo nono ano consecutivo

[dropcap]A[/dropcap] Air Macau encerrou o ano de 2018 com lucros acima das 212,96 milhões de patacas, mais 134 milhões face a 2017, registando “o nono ano consecutivo com rentabilidade”, aponta o relatório do conselho de administração da companhia aérea ontem publicado em Boletim Oficial (BO).

O mesmo relatório dá conta que a Air Macau “superou a pressão do aumento dos custos de combustível e perdas cambiais decorrentes da depreciação da moeda chinesa”.

Apesar dos lucros, o mesmo relatório dá conta de que, o ano passado, “o ambiente operacional dos negócios de transporte aéreo enfrentou muitos desafios”. “Não obstante o crescimento contínuo do preço de combustíveis e dos custos operacionais, a direcção tomou activamente várias medidas, como a optimização da eficiência do funcionamento, o melhoramento da qualidade de serviços prestados e reforço das medidas de controlo de custos”, lê-se. Isso permitiu à operadora aérea “um desempenho em 2018 muito melhor que o de 2017 e um aumento drástico das rendas”.

Em 2018 foi inaugurada, no dia 29 de Agosto, a ligação entre Macau e Qingdao, na China, acrescentando a um total de 26 voos. No que diz respeito ao recrutamento de pilotos, a Air Macau refere ainda que o “primeiro grupo de formandos seleccionados concluiu o curso de treinamento em França e retornou à Air Macau para receber treino adicional.” No final da instrução, os formandos tornar-se-ão formalmente co-pilotos em 2019”.

“O terceiro grupo de formandos qualificados seleccionados já se deslocou à Escola Nacional de Aviação Civil em Toulouse em França, para receberem treino, teórico e prático, a partir de Outubro de 2018, com a duração de dois anos”, descreve a empresa no relatório.

Controlar os custos

O relatório do conselho de administração da Air Macau assegura também que, este ano, a companhia “vai continuar a enfrentar os desafios de factores económicos incertos, trazidos pela concorrência intensificada da indústria, do aumento do preço de combustíveis, da grande flutuação na taxa de câmbio e das questões do comércio global”.

Nesse âmbito, é referido que a empresa “deve continuamente buscar controlo de custos para manter as suas vantagens em termos de custos, esforçando-se também em explorar mercados novos e aperfeiçoar a qualidade de produtos e serviços oferecidos, o que contribuirá para competitividade da companhia”.

A Air Macau deve ainda “esforçar-se por alcançar progresso contínuo em todos os aspectos dos negócios, de modo a assegurar que os negócios da companhia possam ter um desempenho a longo prazo e o desenvolvimento estável e sustentável”, conclui-se.

20 Jun 2019

UM ultrapassa Universidade de Coimbra no Ranking Mundial de Universidades 2020

[dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau ultrapassou a Universidade de Coimbra no Ranking Mundial de Universidades 2020, publicado pela empresa Quacquarelli Symonds, especializada no ensino superior. Os resultados foram revelados ontem e a Universidade de Macau surge na 387.ª posição do ranking, o que representa uma subida de 56 lugares, face à edição de 2019, quando estava em 443.º.

Com esta subida a Universidade de Macau conseguiu ficar pela primeira à frente da Universidade de Coimbra. A instituição portuguesa subiu um lugar no ranking do 407.º lugar para o 406.º, mas mesmo assim acabou ultrapassada pela UM.

Ao nível da pontuação geral no ranking, a instituição de Macau conseguiu 28,7 pontos, em 100 possíveis. Ao nível do rácio de número de professores para os estudantes, a UM teve 24,3 pontos, enquanto a pontuação para o número de trabalho da UM citados em estudos internacionais foi de 43,9 pontos. No critério da internacionalização das faculdades e rácio de alunos estrangeiros, a UM somou 100 pontos e 96,2 pontos, respectivamente.

Ao nível da reputação académica, a UM somou 11,2 pontos. Mesmo assim, o critério com pior resultado foi a preparação para o mundo do trabalho em que a instituição local não foi além dos 6,4 pontos, em 100 possíveis.

A UM confirma assim a tendência de subida no ranking e desde que entrou pela primeira na tabela das 1000 universidades para a QS, em 2015, nunca mais parou de subir. A UM é a única instituição do território presente no ranking.

Questão coimbrã

Já a Universidade de Coimbra somou 24,1 pontos. O rácio de estudantes internacionais foi o critério em que somou melhores resultados, com uma pontuação de 57,2 pontos. Ao nível de citações em estudos internacionais e reputação académica, a UC somou 37,1 e 30,1 pontos, respectivamente. Já no rácio de professores para alunos, a instituição portuguesa teve 19 pontos.

Os critérios em que a UC teve um pior desempenho foram na preparação para o mundo do trabalho, com 13,1 pontos e internacionalização das faculdades, com 12,4 pontos.

A melhor universidade do ranking foi o Massachusetts Institute of Technology (MIT) com um total de 100 pontos, enquanto a Universidade de Tsinghua, em Pequim, foi a melhor chinesa, com 88,6 pontos. Ao nível de Portugal, a Universidade de Lisboa foi a melhor com 31,9 pontos.

20 Jun 2019

DSEJ | Mais de 100 casos de bullying até Fevereiro deste ano lectivo

As agressões físicas entre colegas lideram os casos de bullying nas escolas de Macau seguidas dos ataques verbais e do isolamento social. No presente ano lectivo, a DSEJ registou, até Fevereiro, 112 casos e o número poderá aumentar até ao final do período de aulas

 
[dropcap]F[/dropcap]oram 112 os casos de bullying nas escolas de Macau neste ano lectivo, tendo em conta os dados até Fevereiro. Destes, a maioria dizem respeito a agressões físicas, seguidos de ‘bullying’ verbal e, por último, os casos que implicam isolamento social por parte de colegas.

Os números foram divulgados ontem, pela chefe funcional do Centro de Apoio Psicopedagógico e Ensino Especial da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Chao Pui Leng. “Focam-se mais no bullying corporal, depois está o bullying verbal e depois o isolamento”, disse, após a reunião plenária do Conselho de Educação para o ensino não superior da DSEJ.

De acordo com o relatório do Pisa referente ao ano de 2015, o ‘bullying’ psicológico é tido como o mais preocupante entre os estudantes de Macau, no entanto, segundo os dados, as agressões físicas assumem maior predominância. A razão, apontou a responsável, deve-se aos diferentes métodos de avaliação utilizados nesta matéria. “O PISA fez o seu estudo através de inquéritos, enquanto a DSEJ faz o registo de todos os casos”, disse.

Recorde-se que no ano passado foi criado um grupo de trabalho para a prevenção do ‘bullying’ que tem como missão seguir os métodos do PISA.

A par do acompanhamento das vítimas de bullying, a DSEJ faz questão de ter como prioridade a prevenção. “Para nós é muito importante prevenir e sensibilizar para os vários tipos de bullying” afirmou Chao salientando que a ideia geral é de que se trata de agressões físicas, sendo necessário sensibilizar para o facto de existirem outras situações como a agressão psicológica e a verbal ou mesmo os ataques pela internet”, ilustrou.

À prevenção segue-se a aposta anos processos de reconciliação. Para o efeito, a DSEJ está a levar a cabo acções de formação de assistentes sociais para que possam conduzir este tipo de reuniões.

No passado ano lectivo, 2017/2018, foram registados 175 casos de ‘bullying’ nas escolas, no entanto ainda é cedo para fazer comparações, referiu Chao Pui Leng visto ainda não serem conhecidos os dados totais do actual ano lectivo.

Educação para todos

Na reunião de ontem da DSEJ foi ainda avaliado o programa de educação contínua, sendo que na fase actual, entre 2017-2019, foram registadas 35 infracções até ao passado mês de Maio. A maioria dos casos envolveu a falsificação de documentos, referiu Wong Chi Iong, Chefe de Divisão de Extensão Educativa do organismo.

Tendo em conta os cerca de 100.000 cursos levados a cabo dentro do programa de aperfeiçoamento contínuo, o número de infracções “é muito reduzido”.

O responsável fez ainda questão de sublinhar que a DSEJ faz “uma fiscalização rigorosa através de visitas ‘in loco’ aos centros escolares e de inquéritos ou de entrevistas após a realização dos cursos de aperfeiçoamento contínuo, e que também acompanham o tratamento de queixas” de modo a garantir que o programa seja levado a cabo com a maior transparência.

Nesta terceira fase aderiram a cursos e formações 150.000 participantes o que representa 40 por cento da população, sendo que o número tenderá a aumentar visto ainda faltarem seis meses para o seu término.

Na segunda fase, participaram 167 pessoas – 41 por cento e na primeira fase, que teve início, em 2011, cerca de 36 por cento da população local aderiu ao programa, num total de 140 mil residentes.

De acordo com Wong Chi Iong, das 6000 patacas disponíveis para cada residente de modo a financiarem as suas formações, 30 por cento dos participantes utilizou o montante total.

Com a integração no projecto de cooperação regional da Grande Baía a DSEJ pondera estender o programa às cidades vizinhas. Para o efeito, os governos locais e DSEJ têm que aprovar os respectivos programas.

20 Jun 2019

Macau Water | Abastecimento aumentou três por cento face a 2017

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM), ou Macau Water, registou um aumento na ordem de três por cento no abastecimento de água no território em 2018, num total de 100 milhões de metros cúbicos.

De acordo com o relatório do conselho de administração da empresa, ontem publicado em Boletim Oficial (BO), o aumento deve-se à “abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e ao estabelecimento de grandes hotéis e instalações recreativas”, pelo que “o número total anual de visitantes atingiu cerca de 36 milhões, resultando num volume anual recorde de água abastecida”.

A Macau Water afirma ainda estar atenta às políticas de protecção ambiental, tendo em conta a publicação do Relatório Especial sobre o Aquecimento Global de 1,5ºC por parte das Nações Unidas. Nesse sentido, a empresa tem “aderido à política global de protecção ambiental da empresa matriz, a Suez Environment”.

Além disso, a concessionária “tem também procurado avançar destemidamente no sentido de encontrar novas soluções para o funcionamento global da empresa, nomeadamente, a nível da conservação energética, do aumento da eficiência e da reutilização de águas residuais, com vista a reduzir o impacto das operações sobre o meio ambiente e a contribuir para o desenvolvimento sustentável do planeta”, lê-se no mesmo documento.

Este ano será “cheio de desafios e oportunidades” para a Macau Water, com previsão de investimento ao nível da “inovação a nível tecnológico e cultural para liderar a equipa, no sentido de contribuir para uma Macau mais próspera e harmoniosa”.

20 Jun 2019

Corrupção | Cheong Sio Kei deixa cargo nos Serviços de Cartografia e Cadastro

O Ex-director da DSCC vai integrar os quadros como “técnico superior assessor principal”. A decisão surge na sequência da investigação do CCAC, que revelou que Cheong tinha usado dinheiros públicos para pagar as “escapadas românticas”

 
[dropcap]N[/dropcap]a sequência da investigação do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), Cheong Sio Kei deixou o cargo de director dos Serviços de Cartografia e Cadastro (DSCC). A informação foi publicada, ontem, em Boletim Oficial, numa declaração assinada por Vicente Luís Gracias, que assume o cargo como director substituto.

“Para os devidos efeitos se declara que Cheong Sio Kei, cessou, a seu pedido, a comissão de serviço, como director destes Serviços, o mesmo regressou ao lugar de origem, como técnico superior assessor principal, 2.º escalão, do quadro do pessoal destes Serviços, a partir de 11 de Junho de 2019”, pode ler-se na declaração publicada ontem em Boletim Oficial.

A despromoção foi pedida por Cheong, que se viu envolvido num escândalo de corrupção revelado pelo CCAC, no relatório de 2018, e cuja identidade foi revelada pelo portal All About Macau. Contudo, quando a situação aconteceu, em 2013, Cheong era Director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA).

“O CCAC descobriu que o ex-dirigente da DSPA tinha mantida uma relação extraconjungal de longo prazo com uma colega do mesmo serviço, arranjando sempre deslocações ao exterior em conjunto a título de missão oficial de serviço. De entre essas deslocações conta-se uma, a Portugal, em 2013, cujo âmbito não tinha qualquer relação com os trabalhos da responsabilidade da referida colega”, revelou o CCAC. “As respectiva despesas de hospedagem, alimentação e ajudas de custo foram pagas pelo Governo da RAEM”, foi acrescentado.

Longa carreira

Cheong Sio Kei é licenciado em Engenharia Geográfica e em Direito. Além disso, é mestrado em Gestão Administrativa e doutorado em Gestão de Solos.

Ingressou na Direcção dos Serviços de Cartografia e Cadastro em Novembro de 1993, onde fez grande parte da carreira pública. Em Novembro de 1998 chegou a subdirector deste serviço e com a transferência da Soberania de Macau passou a ocupar o cargo de director, em regime de substituição, onde se manteve até 2009.

Em Junho de 2009, assume o cargo de Director da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, que ocupou até 2014. É ainda nesse ano que regressa aos DSCC, onde passou a maior parte da carreira, para a posição de director. Após a investigação do CCAC caiu em desgraça e agora regressa aos quadros, deixando as posições de chefia.

20 Jun 2019

Cooperação | Macau discute serviços financeiros no Luxemburgo

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau vai cooperar com o Luxemburgo na área financeira. A garantia foi dada por um comunicado oficial, citado pela Lusa.

O secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, frisou, no Luxemburgo, que Macau “deve assegurar e definir bem a sua posição, tendo presentes as experiências do Luxemburgo no que toca ao enriquecimento dos elementos da cadeia da indústria financeira e das infraestruturas de apoio”.

Neste sentido, o Governo “deve criar boas condições de negócios para os investidores a estabelecerem sociedades em Macau, tendo presente o seu ambiente sectorial” e o seu papel enquanto plataforma, sublinhou Lionel Leong.

20 Jun 2019

DSAT | Declarada guerra a veículos mal-estacionados junto a parques vazios

Mais multas, mais promoção e maior facilidade de pagamento. É esta a estratégia da DSAT e da CPSP para garantirem que as pessoas deixam de estacionar de forma ilegal junto aos parques públicos com menos ocupação

 
[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) prometeu intensificar o combate aos veículos estacionados ilegalmente junto dos parques de estacionamento com baixa taxa de ocupação. É desta forma que o Governo pretende aumentar a afluência a estes parques. A estratégia foi revelada em resposta a uma interpelação de Leong Sun Iok, deputado dos Operários.

“O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) também intensificará as inspecções e a acusação contra os veículos estacionados ilegalmente nas proximidades dos parques de estacionamento com baixas taxas de utilização”, escreveu Lam Hin San, director a DSAT, na resposta ao deputado.

A multa não vai ser a única solução para resolver o problema. Outra iniciativa é a promoção de melhores hábitos de estacionamento e a instalação de equipamentos nos parques para facilitar o processo de estacionar e pagar. “A consciência dos condutores de motociclos e de ciclomotores quanto à utilização dos parques de estacionamento deve ser maior. Não obstante, continuaremos a aperfeiçoar as instalações auxiliares dos parques de estacionamento”, apontou o director da DSAT. “A título de exemplo, refira-se que, em Macau há nove parques de estacionamento públicos que estão a fazer uso da tecnologia ‘contactless’ para o pagamento das tarifas, a fim de aumentar a conveniência do uso dos parques de estacionamento, incentivando o seu aproveitamento por um maior número de condutores”, foi acrescentado.

Câmaras só para eles

A DSAT pretende ainda fazer campanha de educação mais abrangentes e admite que o objectivo passa por, “através da sensibilização e punição, elevar a consciência do público em termos do cumprimento de lei e da ordem pública do trânsito”.

Outro dos assuntos apontados pelo deputado foi o facto de haver condutores que estacionam motociclos legalmente, mas que acabam multados porque outros condutores na ânsia de estacionar mudam os motociclos de sítio. Leong relata casos de pessoas que passaram por essa experiência, mas que não conseguiram prova-la, acabando por ser multadas. Por isso, pergunta se as câmaras de videovigilância podem ser utilizadas para este efeito. Porém, Lam Hin San explica que a polícia recusa essa abordagem, porque a Lei da Videovigilância em Espaços Públicos não o permite: “A polícia não pode considerar essas situações como infracção criminal ou ilícito contravencional se não causarem danos propositados aos veículos”, é explicado.

20 Jun 2019

Trânsito | DSAT contorna reconhecimento mútuo das cartas de condução

[dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou dirigiu uma interpelação escrita à Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) a perguntar se havia vontade para fazer um acordo unilateral para que apenas as cartas de condução de Macau fossem reconhecidas no Interior, mas ficou sem resposta.

O director da DSAT, Lam Hin San, limitou-se a responder que o Executivo da RAEM durante as discussões com o Governo Central realçou “a situação de tráfego de Macau e as opiniões da sociedade”. Sobre o facto da calendarização para a implementação da medida, que encontrou forte contestação, Lam Hin San explicou que o assunto foi discutido e que o acordo “entrou na fase do respectivo procedimentos”.

Todavia, sublinha que o calendário para a implementação ainda não está definido. A interpelação foi escrita depois do acidente no Cotai entre uma viatura de uma promotora de jogo, guiada por um condutor não-residente, e um motociclo, que resultou na morte de uma residente.

20 Jun 2019

Jogo | Trabalhadores levam lista de preocupações à DICJ

[dropcap]A[/dropcap] Power of the Macao Gaming Association pediu ontem à Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) que esclareça as dúvidas dos associados quanto à sua participação no regime de previdência central não obrigatório.

Além isso, a associação pediu ao Governo para que esteja atenta à segurança nos casinos e que responda às aspirações dos trabalhadores do sector do jogo quanto aos sistemas de promoção e distribuição de participações nos lucros aos funcionários. Foi dito aos dirigentes associativos que a DICJ vai comunicar às empresas os problemas relatados.

Lau Ka Weng, presidente da assembleia-geral daquela associação, disse que são poucos os actuais funcionários que pretendem aderir ao regime de previdência central não obrigatório. Portanto, espera que o Governo exija às concessionárias que aumentem o regime contributivo, pedido que entende dever ser feito aquando da renovação das licenças de forma a atrair mais trabalhadores.

Lau Ka Weng apontou ainda que a segurança de casinos está a piorar, nomeadamente face aos recentes casos de roubo de fichas e burlas.

19 Jun 2019

Mulher e filho filipinos detidos vão ser repatriados

A TNR detida por estar com o filho menor em Macau desde 2015 em situação ilegal vai ser repatriada, juntamente com a criança, avançou ontem a PSP ao HM. A mulher é acusada do crime de auxílio e de guarida a um imigrante ilegal e até regressar às Filipinas está sujeita a apresentações regulares às autoridades

 
[dropcap]A[/dropcap] mulher filipina detida pela Polícia de Segurança Pública (PSP) na sequência de uma operação de rotina, e que se fazia acompanhar do filho com permanência ilegal em Macau desde 2015, vai ser repatriada, juntamente com a criança. A informação foi dada pela porta-voz da PSP ao HM, acrescentando que se trata de uma “decisão da própria polícia”.

O caso remonta ao passado dia 14 de Junho quando as autoridades interceptaram a suspeita, cidadã filipina com 35 anos, numa operação de rotina de verificação de documentos levada a cabo na Travessa do Cais, na zona do Porto Interior. Segundo a porta voz da PSP, a mulher, trabalhadora não residente (TNR) no sector da segurança, estava acompanhada de um menor. Já na esquadra, acabou por admitir que se tratava do seu filho.

Durante o interrogatório da PSP, a TNR acabou por confessar que a criança veio para Macau em 2015, acompanhada por um outro parente mais velho tendo dado entrada no território com visto de turista. O filho acabou por não regressar às Filipinas.

De acordo com as autoridades, “o caso foi encaminhado para o Ministério Público, sendo a mulher acusada do crime de auxílio e de guarida a um imigrante ilegal” por ter ajudado o filho, menor a permanecer em Macau ilegalmente, durante cerca de quatro anos.

Entretanto, mãe e filho permanecem no território, já em casa, sujeitos a apresentação regular às autoridades, até que sejam deportados, avançaram as autoridades.

Questões que não se tocam

A estadia de um filho menor com a sua mãe é uma questão humana que, no entanto, em Macau não se concilia com a questão legal. “Uma coisa é o que faz sentido [a questão humana] e outra é a lei”, apontou a advogada Amélia António ao HM.

Por um lado está a lei, que impede as trabalhadoras de trazerem um familiar e por outro estão os próprios empregadores que não consideram empregar uma trabalhadora que tenha encargos familiares. “Elas não vêm com uma criança, até porque a criança não estará autorizada a entrar.

Estão com visto de trabalho e não é suposto que este visto seja extensivo”, esclarece a advogada, acrescentando que “a pessoa é contratada para trabalhar e não é suposto vir com a família”, sendo que “quando as pessoas estão a contratar uma empregada, por exemplo, não a querem contratar com um filho por receio que este represente um impedimento ao trabalho”.

No entanto, há mais quem arrisque ter os filhos por perto, admite Amélia António, o que também “é um problema”. “Estando ilegais, as crianças não podem ter documentos, não podem ir à escola e acabam por estar ‘escondidos’”.

Trata-se de uma matéria “muito complicada” e para as TNR locais, provenientes das Filipinas, não há esperanças de melhorias. Prova disso, recorda Amélia António, são as recentes declarações das Cônsul Geral das Filipinas em Macau, Lilybeth R. Deapera que afirmou que a vinda para Macau era uma escolha dos trabalhadores. Para Amélia António, de acordo com estas afirmações “até parece que tinham melhores oportunidades nas Filipinas”, o que não acontece. Este tipo de atitude por parte da representação diplomática também não dá qualquer garantia de protecção aos trabalhadores que optam por Macau como destino em busca de melhores condições de vida.

“Com uma protecção deste tipo é o mesmo que dizer que não têm protecção nenhuma”, rematou a advogada.

19 Jun 2019

Até Maio a PJ detectou mais de 50 casos relacionados com droga

Entre Janeiro e Maio deste ano, a Polícia Judiciária detectou três dezenas de casos de tráfico de estupefacientes e 22 de consumo. Durante este período, a substância mais apreendida foi a cocaína, num valor de rua superior a um milhão de patacas

 
[dropcap]S[/dropcap]egundo dados facultados pela Polícia Judiciária ao HM, entre Janeiro e Maio deste ano foram detectados 50 casos relacionados com drogas. No capítulo do tráfico de estupefacientes, as autoridades apanharam três dezenas de casos, quanto ao consumo foram detectados 22 casos. Para se ter uma ideia global da tendência, nos primeiros cinco meses foram detectados quase metade dos casos de consumo registados no ano de 2018, quando as autoridades apanharam 51 casos de consumo de estupefacientes. Quando ao tráfico e venda, o ano passado fechou com 115 registos, de acordo com o balanço da criminalidade do ano 2018 apresentado pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak.

Entre as três substâncias apreendidas com maior frequência pelas autoridades, a medalha de ouro vai para a cocaína, com a apreensão de 355 gramas, no valor de 1,065 milhão de patacas, nos primeiros cinco meses de 2019. A droga que ocupa o segundo lugar do pódio em apreensões é a quetamina, com 72 gramas no valor de 72 mil patacas. Segundos dados fornecidos ao HM pela PJ, a medalha de bronze vai para a metanfetamina, mais vulgarmente conhecida por ice, com 29 gramas apreendidas no valor de 88.200 patacas.

Exemplos à vista

Na madrugada de segunda-feira, um jovem oriundo de Hong Kong foi detido na Areia Preta por suspeitas de tráfico de cocaína. Em declarações às autoridades, o indivíduo, de 23 anos de idade, disse trabalhar no ramo da decoração de interiores, actividade que não lhe rendia dinheiro suficiente para pagar uma dívida de jogo. Como tal, passou a auxiliar um cartel de Hong Kong na venda de droga na Zona de Aterros do Porto Exterior, a troco de um salário diário de 2 mil dólares de Hong Kong.

O part-time correu de feição, até ser apanhado pelas autoridades. Quando foi detido tinha em sua posse 2,21 gramas de cocaína. Porém, numa revista ao seu domicílio foram encontrados três sacos contendo 27,2 gramas do mesmo tipo de droga. Segundo informação veiculada pelo jornal Ou Mun, o total de 29,41 gramas de cocaína encontrado pode ter o valor de 100 mil patacas no mercado negro.

Ao longo de sete dias o suspeito veio a Macau para entregar drogas num local específico, seguindo instruções do cartel. De acordo com as autoridades, o suspeito terá vendido um montante não especificado de cocaína, sendo apenas referido que este se encontra na ordem das dezenas de gramas e recebido mais de 100 mil patacas pelo negócio.

O suspeito foi ainda sujeito a análises, sem que tenham sido encontradas provas de consumo de estupefacientes.

19 Jun 2019

Habitação | Mais de mil casas vendidas em Maio

[dropcap]O[/dropcap] número de casas transaccionadas e valor do m2 manteve-se idêntico no passado mês de Maio se comparado com o período homólogo do ano passado. No total, foram transaccionadas 1.025 fracções autónomas para habitação, menos 25 do que em Maio de 2018, e o preço médio por metro quadrado atingiu 113.715 patacas, mais 610 patacas em termos anuais homólogos, aponta a Rádio Macau tendo em conta os dados publicados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF).

De acordo com a mesma fonte, e com base na liquidação do imposto de selo por transmissões de bens, a grande maioria das casas foi vendida na península – 805, onde o preço médio por metro quadrado foi de 114.269 patacas. A zona mais barata do território é a Taipa, com o preço médio por metro quadrado a rondar as 100.556 patacas. Nesta área foram transaccionadas 123 fracções habitacionais.

Coloane continua a ser a zona com casas mais caras onde o preço médio por metro quadrado correspondeu a 135.570 patacas, tendo sido vendidas 97 fracções destinadas a habitação no mês de Maio.

19 Jun 2019

Estudo | Mais de 75% da população não confia na gestão de resíduos

Um estudo da MUST, em colaboração com instituições académicas do Interior da China, revela que mais de três quartos da população de Macau entende que os resíduos não são eficientemente geridos e reciclados. A pesquisa traça um panorama negro da eficácia das infra-estruturas que tratam o lixo de Macau

 
[dropcap]A[/dropcap]linhando percepção e realidade, um estudo elaborado por investigadores da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau, em conjunto com parceiros da Universidade Politécnica de Xangai e um laboratório da Universidade de Tecnologia de Guangzhou, revela que mais de três quartos da população de Macau (75,3 por cento) não confia na capacidade de gestão de resíduos e reciclagem do território. Além disso, 53,23 por cento dos participantes admitiram não separar lixo para reciclagem.

Outro dos indicadores estudados foi a disponibilidade para pagar pela reciclagem de resíduos produzidos, com 56,45 por cento dos participantes no inquérito a mostrarem concordância com a medida, acrescentando que o valor médio a pagar por agregado familiar se deveriam situar nas 33 patacas e 16 cêntimos por mês.

Estas foram algumas das conclusões apuradas a partir de um inquérito em que participaram 519 residentes.

Os investigadores das três instituições académicas concluíram ainda que as empresas de reciclagem de Macau se focam maioritariamente na colecta e pré-tratamento de resíduos. O passo seguinte é, quase exclusivamente, a exportação para processamento adicional para outros países ou regiões, em particular o Interior da China e Hong Kong.

Além disso, a investigação dá conta de que as infra-estruturas e instalações das empresas de reciclagem apresentam condições muito pobres, nomeadamente no que diz respeito às limitações de espaço para armazenamento e reciclagem. Outros problemas encontrados foram o envelhecimento das instalações, pobres processos de reciclagem e falta de mão-de-obra.

Mar de lixo

Importa referir que no ano passado Macau bateu o recorde do número de turistas, e voltou a produzir mais lixo ‘per capita’ do que cidades como Singapura, Hong Kong e Pequim, segundo o relatório sobre o Estado do Ambiente em 2018 publicado pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA).

De acordo com o relatório, cada residente de Macau produziu, no ano passado, uma média de 2,17 quilogramas de lixo por dia, superando em larga escala, por exemplo, a capital chinesa, com uma média diária de 1,17 quilos por pessoa.

Os dados não se mostraram optimistas para a meta que o Governo quer atingir já em 2026: reduzir o lixo diário ‘per capita’ em 30 por cento, um objectivo definido no Planeamento de Gestão de Resíduos Sólidos de Macau (2017-2026).

A par dos resíduos sólidos, registou-se também um crescimento substancial de 11,6 por cento nas emissões de gases de efeito de estufa (GEE), algo que o Governo atribuiu essencialmente ao aumento da produção de electricidade local, que cresceu 60 por cento em 2017. “A área com maior contributo para as emissões estimadas de GEE e CO2 [dióxido de carbono] é a da produção de electricidade local, enquanto os resíduos depositados em aterros são a principal fonte de emissão de CH4 (metano)”, indicou o relatório.

Com base nos últimos registos, que datam de 2017, a percentagem das emissões dos GEE em Macau aumentou 11,4 por cento face a 2016, enquanto a de C02 subiu 11,8 por cento, referiu.

19 Jun 2019

Violência doméstica | Arguido acusado de queimar a mulher detalha episódio de horror

O arguido Wong Chi Kit não conseguiu justificar o motivo concreto para atacar Lao Mong Ieng com óleo a ferver e ácido. A ideia foi deixada ontem pelo próprio na primeira sessão do julgamento em que é acusado de ofensa grave à integridade física. O depoimento contraria as informações prestadas à polícia há cerca de 11 meses

 
[dropcap]O[/dropcap] início do julgamento de Wong Chi Kit, marido e alegado agressor de Lao Mong Ieng ficou marcado pelas incongruências do arguido acusado pelo Ministério Publico de ofensa grave à integridade física, crime pelo qual poderá ser condenado a 13 anos de pena efectiva de prisão. De acordo com a juíza, “este é um crime com punição mais elevada do que se fosse acusado de violência doméstica”.

Onze meses depois de estar detido preventivamente por ter agredido Lao Mong Ieng com óleo a ferver e ácido, Wong Chi Kit confessou “em parte” as acusações de que é alvo. “Confesso os factos contidos na acusação” começou por dizer na audiência que teve lugar no Tribunal Judicial de Base.

No entanto, ao longo do depoimento, Wong foi alterando alguns acontecimentos que ocorreram a 12 de Julho de 2018, dia da agressão.

De acordo com a juíza, o arguido terá dito na altura em que foi detido pela polícia, que acendeu o lume do fogão já com intenção de aquecer o óleo que acabou por despejar, a ferver, em cima da vítima que se encontrava sentada no sofá da sala onde vivia o casal. Na mesma altura, o arguido afirmou ainda que previamente tinha colocado detergente de desentupir canos, conhecido pelo sua acção corrosiva, num recipiente de vidro, também com intenção de agredir Lao. Segundo o depoimento que deu às autoridades, Wong, “quis dar uma oportunidade à esposa porque estava preocupado que o líquido desentupidor fosse demasiado forte”.

Ontem, em tribunal, o alegado agressor apontou que o óleo que colocou ao lume era para “fritar dumpligs” porque “estava com fome”, motivo que nunca expressou nos depoimentos que sucederam a agressão. “Acendi o lume para fazer comida. Se quisesse poderia usar aquele líquido para limpeza de canos e não precisava de aquecer o óleo”, disse em tribunal. Segundo o alegado agressor, a mudança de discurso deve-se ao tempo de detenção, que aproveitou para reflectir “com maior lucidez”. A falta de controlo de Wong levou a que a sua esposa esteja agora com mais de 40 por cento do corpo queimado e praticamente cega.

Na noite de 12 de Julho do ano passado, Wong achou que a mulher estava a falar do divórcio com ironia e a sorrir, o que o deixou “com a cabeça em branco”. O processo de separação já estaria a ser discutido pelo casal desde Agosto de 2017, a pedido de Lao. Nessa noite, sentindo-se “gozado”, Wong avançou “sem lucidez” para a agressão em que primeiro despejou óleo a ferver por cima da cabeça e cara de Lao, seguindo-se o ácido contra o peito.

Wong alega ainda que tinha bebido antes e que sofria de problemas de sono, provocados pela mulher que o acordava durante a noite, salientando que estar sob pressão emocional. As causas para o stress do arguido, segundo o mesmo, advinham do processo de divórcio e da situação financeira, uma vez que “sustentava a família”.

Sem medos

A versão da vítima que fez questão de depor no julgamento de ontem, com a face e braços a descoberto relevando as consequências do ataque, é também diferente da do alegado agressor.

Segundo Lao Mong Ieng não existiu nenhuma discussão naquela noite e os ataques apareceram sem que o casal tivesse trocado qualquer palavra. “Estava no sofá com o telemóvel a consultar informações sobre o mercado imobiliário quando fui agredida” disse.

Depois do ataque, a vítima deslocou-se ao quarto da empregada, que estava com o filho e dirigiu-se à janela. Wong Chi Kit afirma que pensou que ela se iria atirar do 21º andar e acorreu para a “salvar, porque a vida é sempre mais importante”, disse. Já a vítima alega que era apenas para fugir e não para se matar, porque “estava com medo e a janela não abria o suficiente para caber uma pessoa, porque tem uma tranca de ferro”.

A empregada que ontem também testemunhou, chamada pelo advogado de defesa de Wong, corroborou o testemunho da vítima, e ainda mencionou as discussões “normais” do casal. No entanto, naquela noite esta situações não teria acontecido.

O julgamento continua no próximo dia 25 de Julho, altura em que também é decidido se este processo criminal é julgado em conjunto com um outro, cível, em que está em causa a indemnização que Wong Chi Kit poderá ter que dar a Lao. Para o efeito, é necessário definir claramente os valores tendo em conta os procedimentos de saúde a que a vítima terá que se submeter. Recorde-se que Lao Mong Ieng tenciona ser sujeita a uma cirurgia no Reino Unido que poderá devolver-lhe parte da visão.

18 Jun 2019

Recolha de assinaturas para demissão da cônsul das Filipinas

[dropcap]O[/dropcap] Sindicato Verde dos Trabalhadores Migrantes das Filipinas em Macau (GPMWU –Green Philippines Migrant Workers Union) concentrou-se ontem à tarde no Largo do Senado para recolher assinaturas com vista a exigir a demissão da cônsul-geral das Filipinas em Macau, Lilybeth R. Deapera, após as recentes declarações que indignaram a comunidade de trabalhadores não-residentes do território.

Enquanto decorriam as cerimónias do 121º Aniversário da Independência das Filipinas, no Teatro Chan Meng Kam Theater, entre as 14h e as 17h, presididas pela muito criticada cônsul daquele país, a organização liderada por Benedicta Palcon aguardava a chegada das suas conterrâneas, no dia de descanso da maioria das trabalhadoras domésticas locais. “Estamos a reunir assinaturas para pedir a demissão da cônsul-geral, ou para o nosso Governo a chamar à razão, seja qual for a solução”.

“Como já vos tinha dito, as pessoas estão desapontadas com o comentário da nossa cônsul-geral, que é a pessoa que devia ser a nossa líder e representar-nos aqui em Macau. O que esperamos é que ela seja, pelo menos, razoável e tenha alguma simpatia ou empatia em relação a nós. Porque é muito duro não termos ninguém a quem recorrer, em especial os trabalhadores migrantes que são mais mal pagos ou que trabalham demasiado e com cargas horárias excessivas”, explicava Benedicta Palcon por volta da hora de almoço.

A recolha de assinaturas começou cerca das 13h para se prolongar até depois das 17h, mas ao início da tarde de sol não havia muitos nomes na lista. “Ainda não temos quase assinaturas nenhumas, mal começámos e agora é hora de almoço. Além disso está muito calor. Penso que as pessoas deverão chegar depois. Mas vamos continuar aqui, de qualquer forma”, confirmou.

À espera de contacto

Quanto a chegar à fala com Lilybeth Deapera, a Green Philippines Migrant Workers Union confirma ainda não o ter feito. “Talvez tentemos em conjunto” com as entidades congéneres, referiu, à semelhança da petição que as associações representantes dos TNR enviaram recentemente à Assembleia Legislativa e cuja resposta ainda aguardam.

Entretanto, têm vindo a agravar-se as dificuldades da comunidade filipina, decorrentes da recente regulamentação imposta pelas autoridades do país de origem, bem como a total falta de apoio laboral e social da RAEM perante os TNR.

A exclusão das trabalhadoras domésticas à protecção do salário mínimo pela recente proposta de lei, bem como a proibição de trocar localmente vistos turísticos por vistos de emprego, foram as reivindicações da comunidade que estiveram na origem do comentário da cônsul-geral, que afirmara no passado dia 12 de Junho que, aquelas que considerarem injusta a exclusão da proposta de salário mínimo, têm sempre a opção de não trabalhar em Macau.

17 Jun 2019

DSPA | Plano para reciclar electrodomésticos até final do ano

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) promete lançar, até finais de Novembro, um plano de reciclagem de electrodomésticos. De acordo com o Jornal do Cidadão, Raymond Tam, director da DSPA, disse que, nos últimos anos, o organismo público tem lançado vários planos de reciclagem de lixo electrónico, tal como o “Plano de Reciclagem de Equipamentos de Informática e de Comunicação de Macau” e o “Plano de Recolha de Pilhas e Baterias Usadas”.

No que diz respeito ao “Plano de Recolha de Pilhas e Baterias Usadas”, até ao presente já foram recolhidos mais de 23 mil quilos destes materiais. Cerca de metade já foram transportados por via marítima para o Japão para que sejam recicladas e transformadas.

Questionado sobre a reciclagem dos resíduos alimentares, Raymond Tam disse que está a ser promovida sob dois aspectos, sendo um deles o plano de hotéis verdes de Macau. Nesse sentido, muitos hotéis de grande dimensão já conseguem ter as suas próprias máquinas para o tratamento dos resíduos, adiantou o responsável.

Além disso, a DSPA já revelou que vão ser instalados equipamentos próprios para o tratamento de resíduos alimentares nos novos aterros, estando a ser feitos trabalhos preliminares ao nível do projecto e avaliação do impacto ambiental.

17 Jun 2019