Hoje Macau Manchete SociedadeEconomia | Ano Novo Lunar recebido com cautelas Afastados do brilho dos casinos de Macau, o gerente de uma marisqueira cantonense, um mestre de ‘feng shui’ e um jovem casal questionam o momento económico à chegada do novo ano da serpente À entrada da Tong Vu, grandes lagostas arrastam-se dentro de aquários. Este ano estão a ser vendidas ao preço de compra, porque os tempos assim o exigem. Tong Keng Seoi, o gerente, tem a lagosta da Austrália a 498 patacas, em vez das habituais 900. Opção que traz mais volume de negócio à velha marisqueira de Macau durante o Ano Novo Lunar, com casa cheia e “um aumento de 30 por cento das encomendas em relação ao ano anterior”. Por esta altura, um banquete para 12 pessoas, com lagosta, orelhas e pepinos do mar, sopa de barbatana de tubarão, leitão e frango assado, pode custar entre quatro mil e 12 mil patacas. “O consumo é, este ano, muito inferior ao dos anos anteriores, mas estamos muito ocupados e a principal razão é porque oferecemos o preço mais baixo possível”, diz Tong, que lamenta a queda do poder de compra local. No restaurante Campo do Dragão, ali a 200 metros, os números também sugerem retracção. Lin Zhiyuan, gestor do espaço, fala de “600 a 800 mesas” reservadas ao longo do mês – “menos 20 por cento a 30 por cento” do que em 2024. As dificuldades reconhecem-se noutros espaços da cidade. Num passeio pela baixa de Macau, pequenos negócios de comida de rua ganham nesta luta aos restaurantes e tascas tradicionais. Chan Chak Mo, deputado e presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas, confirma o ambiente de cautela nos gastos: “O consumo geral é baixo, a comida de rua custa por volta de 60-70 patacas”, diz. Após três anos de pandemia e da rigorosa política ‘zero covid’, os números do jogo, motor da economia local, já se aproximam dos valores de 2019. Porém, apesar da regeneração do sector, nas pequenas e médias empresas, a ferida mantém-se aberta. No caso da restauração, em Novembro, segundo as mais recentes estatísticas oficiais, o volume de negócios “dos restaurantes chineses e o dos estabelecimentos de comidas e lojas de sopas de fitas e canja baixaram 4,3 por cento e 3,7 por cento, respectivamente”. Consumo mora ao lado E depois existe o outro lado da fronteira. Produtos e serviços de qualidade, preços mais baixos e a possibilidade de, desde 2023, circularem diariamente dois mil veículos com matrícula de Macau no interior da China, tornam a vizinha Zhuhai uma concorrente feroz do pequeno comércio local. “Calcula-se que há cerca de 50 milhões de dólares americanos que antes eram gastos em Macau e Hong Kong por mês e agora são gastos em Shenzhen e em Zhuhai. E obviamente isto tem um reflexo enorme no bem-estar dos pequenos negócios”, analisa o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa. Carlos Cid Álvares, também director executivo do Banco Nacional Ultramarino de Macau, sugere adaptações: “Os pequenos negócios fazem negócio de forma igual há 20 anos ou 30 anos e têm que se adaptar a uma nova realidade que é a de uma população mais jovem, com outras necessidades”. Menos nascimentos Outra sequela do momento económico: em 2023, registaram-se 3.712 nascimentos em Macau, menos 43,5 por cento do que há 10 anos (6.571). Para Tao Xuemei e Wong Chio Fan, um jovem casal, as finanças pessoais e a dos cofres chineses não permitem dar o passo: “Preocupa-nos ter filhos por causa da dívida nacional, devido à recessão económica. A opção pela maternidade depende realmente da capacidade económica do país e da capacidade de pagamento da dívida”, resume Tao, de 28 anos, a trabalhar como orientadora escolar. “Não queremos ter filhos só para lhes passar as [nossas] dívidas”, completa Wong, empreiteiro de 35 anos. As finanças são o tema que cerca de 20 por cento das pessoas leva às consultas com Mickey Hung Sen Chun, mestre de ‘feng shui’, uma prática milenar chinesa que estuda a influência do espaço no bem-estar das pessoas. Neste Ano Novo Lunar, que arranca na quarta-feira, os casinos vão continuar a prosperar, diz o mestre. “Como o simbolismo da serpente está associado à sabedoria e à sorte mística, muitos visitantes podem estar mais inclinados” a jogar, prevê ainda Hung. No plano negativo, o ano da serpente “faz-se acompanhar frequentemente de indiferença e ódio”, e o facto de “terem ocorrido muitos acontecimentos históricos importantes” neste signo do calendário lunar pode ser motivo de apreensão, adverte o mestre, que aponta para o risco de futuras “ocorrências semelhantes”. Os japoneses atacaram Pearl Harbour em 1941; o incidente de Tiananmen, em Pequim, ocorreu em 1989 e os ataques terroristas do 11 de Setembro em 2001. Todos anos da serpente. No plano nacional, estima Hung, “com a recuperação gradual da economia mundial, as exportações da China poderão ser afectadas positivamente, o que a ajudará a atingir o objectivo de crescimento fixado”. Respostas fortes A China, abalada por uma profunda crise do imobiliário, principal veículo de investimento das famílias chinesas, lançou várias medidas de estímulo económico no último trimestre do ano passado, incluindo a redução dos rácios de reservas obrigatórias dos bancos e das taxas de juro. Pequim prometeu ainda prosseguir políticas orçamentais “mais proactivas” e uma “flexibilização moderada” da política monetária, para impulsionar o consumo doméstico. “A questão é saber se o que estão a fazer neste momento, com todas estas políticas de apoio macroeconómico, é suficiente para estimular o consumo interno”, avalia Nicholas Chen, analista da consultora Fitch Solutions, sublinhando o peso da crise imobiliária “no sentimento do consumidor”. Chen nota que, pese embora o Produto Interno Bruto da China tenha alcançado a meta traçada de Pequim e crescido 5 por cento em 2024, a Fitch Solutions prevê um ligeiro abrandamento em 2025 “para cerca de 4,7 por cento, devido aos ventos contrários macroeconómicos, bem como ao consumo interno lento”, acrescenta. Conta a lenda que o ‘nian’ (‘ano’, em mandarim), uma fera mítica, sai por estes dias à rua e anda à caça de animais e pessoas para devorar e de campos de cultivo para arruinar. Como é intolerante ao ruído e à cor vermelha, as pessoas começaram a decorar as casas de vermelho e a lançar fogo-de-artifício e panchões para afugentar o monstro. Macau não desafia a convicção. A cidade prepara a travessia para o novo ano. As ruas vestem-se como manda a tradição. A Tong Vu, à espera da serpente, pendurou lanternas vermelhas, a ver também se para o ano as lagostas se vendem melhor.
Hoje Macau SociedadeFronteira | Apanhada com embalagens de botox nas pernas Uma mulher foi interceptada na fronteira da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, quando tentava entrar no Interior com 320 embalagens de Botox. A informação foi divulgada pelos Serviços de Alfândega do Interior, e a detenção foi feita a 18 de Janeiro. De acordo com as autoridades, a intercepção foi motivada pelas suspeitas de contrabando, dado que a mulher apresentava um volume anormal nas duas pernas, cobertas com as calças. Após a detenção, a mulher confessou que o objectivo era entrar com os produtos no Interior, que depois seriam vendidos. No comunicado de divulgação da detenção, as autoridades do Interior informam que o botox só pode ser importado seguindo os procedimentos legais e que o contrabando, em determinadas circunstâncias, pode mesmo resultar na prática de um crime.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAeroporto | Residente detido por tentar entrar com canábis A PJ não confirmou a nacionalidade, mas o detido tem o apelido Pinho, é português e transportava cabeças de canábis e óleo com extractos da planta, que foram avaliados em cerca de 800 mil patacas. O caso foi entregue ao Ministério Público, e o homem está indiciado por três crimes Um residente de Macau, com nacionalidade portuguesa, foi detido quando tentava entrar com canábis no território, vindo de Banguecoque, na Tailândia. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária (PJ), durante uma conferência de imprensa, e, como tradicionalmente acontece, o detido foi mostrado a ser colocado numa viatura e transportado para o Ministério Público (MP). De acordo com a versão apresentada pelas autoridades, citada pelo jornal Ou Mun, a detenção aconteceu por volta das 18h de domingo, quando os agentes das forças de segurança realizavam as inspecções dos voos considerados de maior risco. Os representantes da PJ apontaram que o voo em causa estava identificado como sendo considerado de risco desde sábado. Ao entrar em Macau, o residente de 49 anos trazia consigo uma mochila e uma mala de mão. No interior das malas estavam três pares de sapatilhas que continham oito pacotes grandes e dois pacotes mais pequenos com cabeças de canábis, num total de 800 gramas, e ainda três garrafas de óleo de marijuana para serem fumados com cigarros electrónicos. Os produtos apreendidos foram avaliados em cerca de 803 mil patacas pela PJ. De acordo com a legislação em vigor, a dose para consumo diário de canábis é de uma grama e foi definida com base nos dados da Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes (INCB – International Narcotics Control Board, em inglês). Lista de crimes Posteriormente, uma busca à habitação do residente, na Taipa, levou também à apreensão de nove pacotes de mortalhas. Os testes à urina do homem mostraram o consumo de estupefacientes. Todavia, se o consumo das drogas tiver acontecido na Tailândia, o homem não pode ser acusado do crime de consumo de drogas, dado que o país do sudeste asiático legalizou a prática. O homem, de 49 anos, tem o apelido Pinho e é funcionário de escritório. De acordo com o jornal Ou Mun, o detido está indiciado pela prática do crime de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, que tem prevista uma pena que pode ir dos cinco aos 16 anos de prisão, excluindo agravantes, um crime de consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, que prevê uma pena que pode chegar aos três meses e ainda um crime de detenção indevida de utensílio ou equipamento, punido com pena que pode chegar aos três meses de prisão. De acordo com a Polícia Judiciária, apesar de ter realizado o teste à urina, o homem terá recusado cooperar com a investigação.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Guangdong, Xangai e Zheijiang foram principais mercados emissores Ao longo de 2024, a província vizinha de Guangdong voltou a ser o principal mercado emissor de turistas que visitaram Macau, com Xangai a ficar no segundo lugar do “pódio” pelo segundo ano consecutivo. A ascensão de Xangai enquanto cidade de origem de turistas que chegam à RAEM é notória face ao período pré-pandémico, ou seja, antes de 2019. Os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos mostram que a província de Zhejiang ficou em terceiro lugar no pódio de mercados emissores. Em termos de repartição dos números de visitantes do continente em 2024, Guangdong forneceu 13,11 milhões, um aumento de 27,5 por cento em relação ao ano anterior. A província vizinha registou um aumento de 2,26 por cento em relação a 2019. Para 2024, o segundo lugar em Xangai forneceu pouco mais de 872.000 visitantes, um aumento de 11,2 por cento em relação ao ano anterior e um ganho de 20,8 por cento em relação a 2019. A província de Zhejiang, em terceiro lugar, forneceu a Macau 840.646 visitantes em 2024, um aumento de 25,0 por cento em relação ao ano anterior e 6,6 por cento em comparação com 2019.
Hoje Macau SociedadeBalança comercial | Défice reduz 12,93 mil milhões de patacas No ano passado, o valor total do comércio externo de mercadorias correspondeu a 142,15 mil milhões de patacas, o que significa uma redução de 8,2 por cento, face aos 154,78 mil milhões de patacas registados de 2023. Os números foram revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) no âmbito das “estatísticas do comércio externo de mercadorias referentes ao ano 2024”. O valor exportado de mercadorias foi de 13,49 mil milhões de patacas, mais 1,1 por cento, em comparação com o ano anterior. A reexportação atingiu os 12,00 mil milhões de patacas, no que representou um crescimento de 1,8 por cento. Contudo, a exportação doméstica teve uma quebra de 4 por cento para 1,49 mil milhões de patacas. O valor importado de mercadorias foi de 128,67 mil milhões de patacas, menos 9,0 por cento, em termos anuais. O défice da balança comercial de 2024 cifrou-se em 115,18 mil milhões de patacas, menos 12,93 mil milhões de patacas, face ao ano de 2023, quando tinha sido de 128,11 mil milhões de patacas.
Hoje Macau Manchete SociedadeConsumo | Casinos à mercê do imobiliário e da confiança de chineses Durante o Ano Lunar da Serpente as receitas dos casinos vão aumentar, mas o nível do crescimento divide analistas. A recuperação do imobiliário e dos níveis de confiança de consumidores no Interior da China vão ser factores determinantes As receitas dos casinos podem crescer até 7 por cento no Ano Lunar da Serpente, dependendo da recuperação do imobiliário e da confiança dos chineses, mas ficarão longe do pico pré-pandemia, disseram analistas à Lusa. “O maior factor positivo para Macau seria se a economia chinesa crescesse e os níveis de confiança dos consumidores melhorassem”, referiu Vitaly Umansky, analista da empresa de consultadoria Seaport Research Partners. Mais de 70 por cento das pessoas que visitaram o território em 2024 vieram da China continental, cujo crescimento económico atingiu em 2024 a meta de 5 por cento fixada por Pequim. Mas Nicholas Chen, analista da CreditSights, disse que a empresa do grupo da agência de notação financeira Fitch espera uma desaceleração para 4,7 por cento este ano, em parte devido ao fraco consumo privado. O índice de confiança dos consumidores na China caiu em Setembro para o nível mais baixo dos últimos 34 anos, sublinhou Jeffrey Kiang, analista da consultora CLSA. Ou seja, “se as perspectivas para os consumidores chineses não forem boas, eles poderão apertar o cinto, reduzir as viagens e o consumo”, incluindo em Macau, explicou Nicholas Chen. Políticas de estímulo O Partido Comunista Chinês lançou uma série de medidas de estímulo, incluindo a redução das taxas de juro e das reservas obrigatórias dos bancos e a antecipação de milhares de milhões do seu orçamento em 2025 para financiar projectos de construção. Pequim também alargou um sistema de troca de bens de consumo e aumentou os salários de milhões de funcionários públicos para reanimar a procura interna. “O Governo [chinês] já disse que vai lançar mais medidas para estimular a economia”, disse Vitaly Umansky, que espera sobretudo uma recuperação da confiança da classe média: “Acho que vai acontecer, é só uma questão de tempo”. A CreditSights espera que a confiança dos consumidores chineses volte a subir na segunda metade de 2025, a par da estabilização dos preços no imobiliário, que estão a cair há 19 meses consecutivos. A questão preocupa muito Pequim, devido às implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias e o sector imobiliário – somando factores indirectos – representa cerca de 30 por cento da economia chinesa. “Haverá certamente algum efeito colateral, porque parte das medidas que forem adoptadas para impulsionar o consumo interno poderá fluir para o sector do jogo de Macau”, disse Nicholas Chen. O analista acredita que a China irá ainda alargar a lista de cidades cujos residentes podem pedir ‘vistos individuais’ para visitar Hong Kong e Macau, um método usado por 35,2 por cento dos turistas que passaram por Macau em 2024. Visões diferentes Vitaly Umansky não tem a mesma opinião e lembra que desde 1 de Janeiro os residentes da vizinha cidade de Zhuhai podem visitar Macau uma vez por semana e ficar até sete dias. Em contrapartida, os analistas concordam que as receitas dos casinos irão ficar no próximo ano longe do máximo histórico de 303 mil milhões de patacas registado em 2018. “Uma coisa é clara: o Governo visa um crescimento moderado das receitas no futuro”, disse Jeffrey Kiang, recordando que as autoridades prevêem receitas de jogo de 240 mil milhões de patacas em 2025, o que seria um aumento de 5,8 por cento. “Quando o Governo de Macau publica uma previsão, esta é normalmente muito conservadora e baseia-se numa discussão prévia com o Gabinete de Ligação” do Governo Central chinês na cidade, disse Vitaly Umansky. O analista não acredita que Pequim tenha na manga alguma medida para controlar a retoma dos casinos, semelhante à campanha que começou com a detenção do líder da maior empresa angariadora de apostas VIP do mundo, em Novembro de 2021. O antigo director executivo da Suncity, Alvin Chau Cheok Wa, foi condenado em Janeiro de 2023 a 18 anos de prisão por exploração ilícita de jogo e sociedade secreta, num caso que fez cair de 85 para 18 o número de licenças para promotores de jogo, conhecidos por ‘junkets’. “Boa parte do comportamento condenável em Macau desapareceu com os ‘junkets’. Desde que coisas desse género não voltem a acontecer, não espero qualquer tipo de campanha a curto prazo”, disse Umansky.
Nunu Wu Manchete SociedadeTrânsito | Advogado apela ao fim de “julgamentos morais” com imagens O causídico Luís Ho Ka Hou considera que a utilização de câmaras no trânsito pode levar a processos em tribunal, e que as imagens captadas devem ser encaminhadas para as autoridades, em vez de partilhadas nas redes sociais O advogado Luís Ho Ka Hou defende a utilização de câmaras de vigilância no trânsito por parte dos condutores, mas apela ao Governo para tomar medidas para evitar a utilização das imagens para “julgamentos morais”. A opinião do causídico foi partilhada ao jornal Ou Mun, na sequência de um incidente à frente da Escola Portuguesa de Macau, no qual foram partilhadas imagens de uma advogada de nacionalidade portuguesa. Ouvido pelo jornal Ou Mun, o advogado considerou que a gravação de vídeos por câmaras instaladas em veículos pode ser importante, nomeadamente quando há acidentes e a necessidade de accionar o seguro automóvel. Contudo, Ho Ka Hou destacou que não se podem transformar as câmaras dos veículos num sistema de vigilância móvel utilizado para fazer “julgamentos morais” nas redes sociais. Ho explicou igualmente que as imagens captadas pelos veículos devem ser entregues às autoridades, em vez de serem publicadas online, e que os responsáveis pela gravação apenas devem remetê-las às autoridades, seguindo os procedimentos legais previstos. Se as imagens tiverem interesse público, podem ser utilizadas. No entanto, se a utilização das imagens ultrapassar o âmbito do processo e das investigações das autoridades, como acontece com as publicações em redes sociais, e se houver elementos que podem ser considerados como insultuosos ou difamatórios, então o responsável pela captação e divulgação pode enfrentar responsabilidade penal. Problemas legais Luís Ho Ka Hou indicou ainda que, de acordo com a perspectiva judicial, a utilização apropriada de imagens gravadas no trânsito passa por captar os acidentes, accionar o segurou e cooperar com as autoridades, no caso de ser necessário recolha de provas. No caso de não haver consentimento das pessoas gravadas, e se o conteúdo for publicaoa em redes sociais para julgamentos morais, então estamos perante casos que dificilmente se enquadram na gravação apropriada, o que pode levar à violação da lei da protecção de dados pessoais ou de outros direitos de imagem. Ho Ka Hou alertou também que os “julgamentos” nas redes sociais podem causar danos nos direitos à privacidade e ao bom nome das partes envolvidas. Há cerca de duas semanas uma condutora foi captada no trânsito, depois de passar um sinal vermelho, estacionar em local proibido e fazer um gesto obsceno, junto de crianças. As imagens, que permitiam identificar a condutora, foram partilhadas online, o que desempenhou uma campanha contra a visada, inclusive com pedidos de despedimento junto da entidade patronal, além de vários comentários de ódio com expressões xenófobas.
Hoje Macau SociedadeDST | Desmanteladas seis pensões ilegais em 12 dias A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) montou uma operação de combate às pensões ilegais, entre os dias 1 e 12 de Janeiro, em jeito de preparação para os feriados do Ano Novo Lunar, na qual foram desmanteladas seis pensões que estavam a funcionar ilegalmente. Segundo um comunicado divulgado ontem pela DST, as autoridades acabaram com as operações de 186 pensões ilegais durante todo o ano de 2024. A DST indicou ainda que, em conjunto com o Corpo de Polícia de Segurança Pública, reforçou o combate às actividades ilegais dos guias turísticos com o envio de agentes para vários postos fronteiriços, e locais de comércio e de maior fluxo de turistas. As autoridades têm feito inspecções aleatórias a grupos de turistas para averiguar as condições de trabalho dos profissionais de turismo e reprimir ilegalidades, foi indicado pela DST. Para preparar a indústria e todos os departamentos relevantes para o aumento do fluxo de turistas durante o Ano Novo Lunar, a DST irá reunir com representantes do sector. “A DST irá também colaborar com vários serviços para reforçar as inspecções e reprimir infracções”. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes acrescentou ter como objectivo proteger os direitos e interesses dos turistas e manter a imagem de Macau como cidade turística.
João Luz Manchete SociedadeHotelaria | Mais de 14,4 milhões de hóspedes em 2024 No ano passado, os hotéis de Macau hospedaram mais de 14,4 milhões de pessoas, com a taxa de ocupação média dos quartos a atingir 86,4 por cento, uma subida anual de quase 5 por cento. Os preços dos quartos em hotéis de 5 estrelas subiu 2,8 por cento, com a pernoita média a fixar-se em 1.585 patacas A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelou ontem que no ano passado os estabelecimentos hoteleiros de Macau hospedaram cerca de 14.433.000 pessoas, total que representou um aumento de 6,4 por cento face a 2023. Os dados estatísticos mostram a subida significativa dos clientes internacionais, que totalizaram mais de 1,1 milhões, com um crescimento anual de 57,4 por cento. Neste capítulo destaque para hóspedes vindos da República da Coreia, que duplicaram anualmente, e atingiram os 321 mil. Também o número de hóspedes da Malásia (87.000), do Japão (81.000), da Índia (73.000) e de Singapura (68.000) ascenderam 53,4, 49,1, 97,2 e 24,1 por cento, respectivamente. Numa perspectiva mais operacional, em 2024 a indústria registou uma taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes de 86,4 por cento, mais 4,9 pontos percentuais face a 2023. Os hotéis de 5 estrelas foram os que registaram maiores taxas de ocupação dos quartos (88,6 por cento), com uma subida de 6,1 por cento. Lados da medalha Durante 2024, o preço médio dos quartos dos hotéis de cinco estrelas foi de 1.585 patacas, um aumento de 2,8 por cento em relação a 2023, segundos dados da Associação de Hotéis de Macau, citados pela Direcção dos Serviços do Turismo. Os dados revelam que os preços do ano passado ficaram apenas 0,6 por cento abaixo do registo de 2019 O mês de Dezembro ultrapassou a média dos preços praticados ao longo de 2024, com o preço médio em hotéis de 4 e 5 estrelas a atingir 1.624 patacas, ainda assim, uma descida de 8,1 por cento face a Dezembro de 2023. Destaque para o mês passado que completou seis meses consecutivos de quedas homólogas dos preços, descida que começou em Julho. No fim do ano passado existiam em Macau 146 estabelecimentos hoteleiros que prestaram serviços de alojamento ao público (+4, face ao fim do ano 2023), disponibilizando um total de 43.000 quartos de hóspedes (-7,8 por cento).
Hoje Macau SociedadeICBC | Banco tenta cobrar dívida de Alvin Chau O Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, em inglês) está a executar uma habitação do empresário Alvin Chau, que actualmente se encontra detido no Estabelecimento Prisional de Coloane. De acordo com um anúncio judicial, a fracção autónoma fica situada na Avenida Dr. Sun Yat-Sen, e tem como fim habitação. O montante da dívida do ex-promotor do jogo não é revelado, sendo que esta não é a primeira vez que o património do empresário vai ser alvo de vendas judiciais. No passado, vários apartamentos e estacionamentos foram vendidos para saldar dívidas. Alvin Chau foi condenado a 18 anos de prisão, por um crime de associação criminosa, 103 crimes de exploração ilícita de jogo em local autorizado, e 57 crimes de burla de valor consideravelmente elevado.
Nunu Wu SociedadeIncêndios | Nova lei leva à punição de 83 pessoas Desde a entrada em vigor da nova lei de prevenção contra incêndios, em Agosto de 2022, foram punidas 83 pessoas, disse ontem o comandante do Corpo de Bombeiros (CB), Leong Iok Sam, durante a conferência de imprensa para a divulgação dos dados de trabalho do ano passado. O responsável destacou que “nos casos em que a situação é grave e os infractores insistem [em manter a mesma situação], aplicámos 83 sanções administrativas depois de os avisarmos várias vezes”, disse. Em 2024, foram feitas pelo CB 15.924 inspecções em edifícios habitacionais para identificar potenciais riscos de incêndios, ou obstáculos no acesso a extintores ou saídas de emergência. No tocante à formação, o CB realizou 220 cursos com 11.172 pessoas até Dezembro do ano passado, nas áreas de encarregados de segurança contra incêndios, uma exigência da nova lei. Ainda em relação aos incêndios, o comandante do CB destacou o “ligeiro aumento” no ano passado. “Em 2024 houve 882 casos de incêndios, um aumento de 46 casos, o que representa uma subida de 5,5 por cento em comparação a 2023”. Estes incidentes ocorreram por esquecimento de desligar o fogão, queima de incensos e papéis votivos ou curto-circuito de instalações eléctricas. No caso das saídas de ambulância, houve uma subida anual de 5,06 por cento, de 2.177 casos para 4.523. As grandes causas foram questões médicas como indisposições, tonturas ou dores de cabeça, entre outros. Leong Iok Sam referiu também que já existem três viaturas inscritas para o projecto experimental “Transporte Transfronteiriço em Ambulância entre Hong Kong e Macau”.
João Luz Manchete SociedadeTrânsito | Acidentes e multas disparam em 2024 O ano passado fechou com mais de 15,5 mil acidentes de viação, uma subida anual de 14 por cento. Apesar do aumento de feridos, que ultrapassam os 5.300, as mortes na estrada diminuíram para cinco. Em 2024, as autoridades apuraram quase 190 milhões de patacas em multas, mais 9,12 por cento, apesar de as infracções só terem subido 0,4 por cento Mais acidentes nas estradas, mais patacas em multas e menos mortos em acidentes de viação. Assim se pode resumir 2024, segundo os dados estatísticos divulgados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). No ano passado, as estradas e ruas de Macau somaram 15.510 acidentes de viação, um total que representou uma subida anual de 14,36 por cento face a 2023. Ainda assim, 2024 foi menos mortal nas estradas do território, com cinco fatalidades (todas relativas a condutores) contra oito mortes registadas em 2023, ou seja, um decréscimo de 37,5 por cento. Porém, o número de feridos aumentou quase 13 por cento, para um total de 5.341, subida impulsionada pelo aumento de feridos ligeiros num ano em que os feridos que necessitaram de internamento hospitalar caíram quase 50 por cento. Ainda no capítulo da sinistralidade, destaque para o aumento dos acidentes que envolveram peões, com a subida anual de 6,7 por cento para um total de 510 ocorrências. Diversificação económica O ano de 2024 foi também um período em que o valor das multas adicionou quase 16 milhões de patacas em relação ao ano anterior. No ano passado, o valor total das multas foi de quase 189,8 milhões de patacas, uma subida de 9,12 por cento face ao período homólogo. Apesar do aumento do montante amealhado pelas autoridades, as infracções à lei do trânsito rodoviário e ao código da estrada mantiveram praticamente o mesmo nível, com uma subida ligeira de 0,4 por cento para 703,8 mil ocorrências. No capítulo das multas, o estacionamento continuou a dominar, com 618.260 multas, a larguíssima maioria por estacionamento ilegal em vias públicas. Ainda assim, as multas por estacionamento diminuíram 2,38 por cento face a 2023. Contudo, o número de veículos bloqueados aumentou 24,5 por cento em 2024, para um total de 2.226. No pólo inverso, os dados de 2024 do CPSP revelam o regresso de um clássico, com a subida quase 48 por cento das irregularidades praticadas por taxistas para um total de 870 casos. Em relação aos condutores apanhados a conduzir sob o efeito do álcool, as autoridades contabilizaram 170 pessoas alcoolizadas ao volante, uma subida anual de quase 7 por cento. Destas 170 pessoas, 155 eram do sexo masculino. Uma das estatísticas que tem aumentado nos últimos tempos no capítulo das multas são os peões que atravessam a estrada sem cumprirem as regras de trânsito. No ano passado, as autoridades multaram 7.460 peões, total que representou um aumento de 58,5 por cento.
Hoje Macau SociedadeAdvogados | Associação promete estudar discursos de Xi Jinping A Associação dos Advogados de Macau (AAM) realizou uma sessão para estudar “o espírito dos discursos importantes” de Xi Jinping, aquando a passagem em Macau, por altura da celebração do 25.º aniversário da RAEM. O evento foi moderado por Oriana Pun, secretária geral da AAM, e contou com a participação de Huang Wenjun, sub-chefe do Departamento Jurídico do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM. Vong Hin Fai, presidente da AAM, e Leonel Alves, presidente da Mesa da Assembleia Geral, foram outros dos presentes. Segundo o comunicado que relata os eventos, a AAM prometeu que os advogados de Macau vão “estudar, divulgar e implementar profundamente o espírito dos discursos importantes do Presidente Xi Jinping proferidos durante visita a Macau, aproveitar as vantagens profissionais no exercício da advocacia, participar activamente na construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, alargar e melhorar os serviços jurídicos externos, ajudar a promover a reforma jurídica e judiciária em Macau, apoiando o governo na governação de acordo com a lei, e contribuindo em conjunto com todos os sectores da sociedade da RAEM”. No final do evento, Huang Wenjun afirmou que o “evento organizado pela AAM demonstra plenamente a sua responsabilidade e o sentimento de amor pela pátria por parte do sector de advocacia”. Huang aconselhou ainda a AAM a “continuar a estudar e implementar o espírito dos importantes discursos do Presidente Xi, valorizando as vantagens próprias para dar um maior contributo para o desenvolvimento do país e de Macau”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeAno Novo Lunar | Feriados decisivos para analisar despesas além jogo O professor da Universidade de Macau e especialista em turismo Glenn Mccartney considera que os feriados associados ao Ano Novo Chinês serão essenciais para se perceber a dimensão do turismo regional e as despesas não relacionadas com o jogo O Ano Novo Lunar da Serpente começa na próxima quarta-feira e, mais uma vez, abre um período de feriados que vão trazer muitos turistas a Macau. Segundo o professor assistente da Universidade de Macau (UM) Glenn Mccartney os feriados associados ao Ano Novo Chinês serão importantes para “medir e avaliar o interesse e as despesas não relacionadas com o jogo, bem como os números de visitas regionais, dado o investimento em eventos à escala da cidade e o esperado grande número de visitantes “, disse ao HM. “Do ponto de vista empresarial, a questão fundamental é a forma como o número de visitantes se traduz em despesas efectivas e o impacto que isso traz às pequenas e médias empresas, como restaurantes, bares e lojas, quer se tratem de visitantes que pernoitem ou de excursionistas que regressem a Hong Kong ou Zhuhai no mesmo dia.” Desta forma, “há expectativas de que a taxa de ocupação dos hotéis de Macau seja elevada, sendo que haverá alguns visitantes de um dia que regressarão para ficar em Zhuhai”, estimou. Mais de um milhão Uma vez que no período homólogo do ano passado o território recebeu quase 1,4 milhões de turistas durante o período de 8 dias do Ano Novo Chinês, é esperado para os próximos dias “um elevado número de visitantes”, sendo que “como este ano o Ano Novo Chinês começa a 29 de Janeiro, Macau pode beneficiar do aumento do número de turistas nos fins-de-semana anteriores e posteriores”. Mas Glenn Mccartney destaca também outros factores que podem potenciar os números do turismo, “uma vez que temos assistido a uma maior acessibilidade e facilidade na passagem das fronteiras como um factor importante desde a reabertura após a covid, por exemplo, com o aumento de visitantes de Hong Kong através da ponte”. Glenn Mccartney defende também que as acções promocionais dos resorts e as festividades nas ruas também podem atrair turistas, sendo que “uma característica importante das actividades do Ano Novo Chinês é a componente de ‘feedback'”, com os “residentes e visitantes a poderem dar a sua opinião, permitindo às autoridades perceberem o impacto dessas actividades do Ano Novo Chinês”. “Este tipo de feedback pode ser uma fonte valiosa para melhorar vários aspectos da organização, das operações e do marketing dos eventos do Ano Novo Chinês, a fim de analisar os visitantes actuais e potenciais no futuro. A utilização das redes pode fazer parte da avaliação da análise de impacto das promoções do Ano Novo Chinês”, descreveu. Para estes dias Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, disse esperar uma média diária de 185 mil visitantes, dos quais apenas oito mil deverão ser internacionais. A principal atracção durante este período em Macau será a Parada do Ano Novo Lunar, realizada em 31 de Janeiro e repetida a 8 de Fevereiro.
Hoje Macau SociedadePJ | Sit Chong Meng reconduzido como director O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, reconduziu Sit Chong Meng como director da Polícia Judiciária (PJ), pelo prazo de um ano. A renovação da comissão de serviço de Sit foi divulgada através do extracto de um despacho que foi publicado ontem no Boletim Oficial. e vai vigorar pelo período de um ano, a partir de Fevereiro. Sit Chong Meng é director da PJ desde Fevereiro de 2018, altura em que foi nomeado directamente pelo então Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On. De acordo com o despacho da primeira nomeação, Sit é licenciado em Direito pela Universidade Wa Kio da Província de Fok Kin, tendo ingressado na Administração Pública em 1989, como oficial dos Serviços de Saúde. Em 1990 é nomeado auxiliar de investigação criminal da Directoria da Polícia Judiciária, tendo subido na hierarquia até chegar a director.
Nunu Wu SociedadeHabitação para idosos | Pedidos detalhes sobre nova fase O deputado Ma Io Fong quer que o Executivo revele detalhes sobre a próxima fase do projecto de residências para idosos, depois do lançamento do projecto-piloto na Areia Preta. Numa interpelação escrita, o legislador da bancada parlamentar da Associação Geral das Mulheres pergunta se podem ser divulgadas potenciais localizações para construir novos blocos e quantas fracções serão disponibilizadas. O responsável defendeu também que a renda deste tipo de habitação deveria ser mais baixa e flexível. “Quanto à fixação de valores das rendas, o Governo poderia criar um mecanismo de ajuste, ou elaborar diferentes planos para os moradores consoante a sua condição económica, além de expandir o período e os beneficiários de descontos nas rendas”, indicou. A ideia do deputado é fazer com que os montantes das rendas correspondam às necessidades sociais e à capacidade dos candidatos. Em relação às residências actuais na Areia Preta, erigidas no terreno que estava destinado ao Pearl Horizon, Ma Io Fong considera que existe espaço para melhorias. O deputado deu como exemplo a rapidez dos semáforos que dão apenas 11 segundos para atravessar a estrada, o que representa “um desafio para os idosos”, e perguntou se o Governo tem alguma solução provisória enquanto não for construída uma passagem superior para peões.
João Luz Manchete SociedadeGripe | Governo diz estar satisfeito com vacinação Com a época da gripe e das infecções respiratórias a atingir o pico, o Governo está satisfeito com a vacinação e indica que o número de doentes internados nos hospitais da região é “relativamente estável”. Além disso, os casos de gripe aguda têm diminuído em relação ao ano anterior A chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, Leong Iek Hou, referiu ontem que o número de doentes internados no Centro Hospitalar Conde São Januário e Hospital Kiang Wu devido a gripe está num estado “relativamente estável”. A responsável traçou um ponto de situação no programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, revelando que este ano se tem verificado menos casos de gripe aguda do que no ano passado, com a proporção de doentes com febre a atingir cerca de 16,2 por cento. A responsável, que foi uma das protagonistas durante os tempos da covid-19, revelou que “a situação geral da vacinação contra a gripe deste ano é satisfatória”. Até ao domingo passado, mais de 179 mil pessoas foram vacinadas contra a gripe em Macau. A taxa de vacinação de idosos em instituições de apoio social fixou-se em 93 por cento, enquanto nas creches foram inoculadas 62 por cento das crianças e mais de 80 por cento dos alunos do ensino pré-escolar e ensino básico. Em relação às escolas secundárias, a taxa de vacinação atingiu quase 70 por cento, enquanto os adultos com mais de 65 anos registaram uma taxa de vacinação de 55 por cento. Porém, a responsável previu que o vírus da gripe terá actividade acentuada até Fevereiro, mas que outros vírus respiratórios, como o adenovírus, vão continuar activos no Inverno e na Primavera. Como tal, Leong Iek Hou recomendou a vacina contra a gripe a quem ainda não tomou, atenção à higiene pessoal e ambiental e uso de máscara para evitar infecções simultâneas com vários agentes patogénicos. Pequenos e graúdos Num contexto global, o vice-director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude, Wong Ka Ki, afirmou que a taxa de vacinação dos estudantes do ensino não superior é de quase 80 por cento. O responsável acrescentou que os alunos podem receber a vacina contra a gripe durante o período escolar com faltas justificadas. Por outro lado, nas creches e os centros de dia para idosos e deficientes foram implementados sistemas de controlo com check-ups diários logo pela manhã para detectar infecções ou acompanhar a evolução de pacientes. Leong Iek Hou deixou ainda um alerta para a população ter atenção à mistura de medicamentos, que podem interagir e causar problemas de saúde, e para não comprar por conta própria em farmácias, sem receita ou recomendação médica. A responsável referiu ainda que os cidadãos não devem adquirir medicamentos para armazenar em casa.
Hoje Macau SociedadeDSSCU | Mais de 800 processos por obras ilegais No ano passado, a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) instaurou 838 processos devido a obras ilegais, de acordo com a informação divulgada ontem. Entre os 838 processos, 238 processos foram resolvidos com demolições voluntárias, o que representou um aumento de 85 por cento face a 2023. Houve ainda 39 processos concluídos com a aplicação de multas por execução de obras ilegais, tendo sido emitidos talões de multas no valor de cerca de 1,5 milhões patacas. As multas respeitantes a 8 casos não foram pagas dentro do prazo fixado, pelo que a Administração prometeu ir avançar para a cobrança coerciva, através dos tribunais. Em comunicado, a DSSCU afirmou dar “prioridade aos casos de novas obras ilegais, de renovação de obras ilegais, de construções em estado de ruína e aos casos de obras ilegais”. “A DSSCU apela, pois, aos cidadãos para salvaguardarem em conjunto a segurança dos edifícios e criarem um ambiente com boas condições de habitabilidade e para não violarem a lei”, foi acrescentado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEPM | MICE deu instruções “precisas” para repor “regular funcionamento” Face ao desconhecimento “oficial” por parte da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) da intenção de construir um novo bloco na EPM, o ministro da Educação, Ciência e Inovação diz estar a acompanhar a situação e indica que Jorge Neto Valente foi nomeado pelo anterior ministro O ministro da Educação, Ciência e Inovação de Portugal afirma estar “vigilante” face ao funcionamento da Escola Portuguesa de Macau (EPM) e defende que os representantes do Estado português na Fundação da Escola Portuguesa de Macau (FEPM) receberam “instruções precisas para a reposição do regular funcionamento da EPM”. Foi desta forma que Fernando Alexandre reagiu, ao HM, através do seu gabinete, quando questionado sobre o recente diferendo entre o presidente da FEPM, nomeado pelo Estado português, e a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), sobre o anúncio da construção de um novo bloco, que não terá sido discutido pelo Conselho de Administração da FEPM. “O actual Ministro da Educação, Ciência e Inovação está vigilante quanto ao funcionamento da EPM e tem-se mantido permanentemente informado, tendo sido transmitidas aos representantes do Estado português instruções precisas para a reposição do regular funcionamento da EPM”, pode ler-se, na resposta enviada ao HM. Na semana passada, Jorge Neto Valente, na condição de presidente da FEPM, revelou a intenção de construir um novo bloco no edifício onde funciona a escola e considerou que a concessão do terreno onde está o edifício da EPM tinha expirado em 2014. O anúncio apanhou de surpresa a APIM, concessionária do terreno, que através de um comunicado, enviado ao Canal Macau, afirmou desconhecer oficialmente a intenção para a construção de um bloco. Na mensagem assinada por Miguel de Senna Fernandes, presidente da APIM e vice-presidente da FEPM, consta também que o assunto não foi discutido pelo Conselho de Administração da FEPM. O comunicado recusa ainda ter havido qualquer caducidade do terreno em 2014. O ministério não detalhou as instruções emitidas na resposta ao HM, mas em Agosto do ano passado, depois de uma fiscalização realizada pela Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) ao funcionamento da EPM, Fernando Alexandre deixou uma correcção ao funcionamento do Conselho de Administração da FEPM, sublinhando a necessidade de as decisões terem de ser tomadas pelos cinco membros do conselho, e não apenas pelo presidente. Actualmente, o CA da FEPM é constituído por cinco membros: três escolhidos pelo Estado português, nomeadamente Jorge Neto Valente, como presidente, Patrícia Ribeiro e Raul Capaz, um membro escolhido pela Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), Miguel de Senna Fernandes, vice-presidente, e um outro membro que resulta do consenso do CA, que actualmente é José Basto da Silva. Legados do passado Em relação à existência de mais um diferendo no seio do Conselho de Administração da FEPM, depois do despedimento de vários professores no ano passado, Fernando Alexandre apontou que a nomeação de Jorge Neto Valente para a posição de presidente do Conselho de Administração da FEPM foi decidida pelo anterior Ministro da Educação, João Costa. “O actual presidente da Fundação da Escola Portuguesa de Macau foi nomeado para ocupar o cargo pelo anterior Ministro da Educação”, foi indicado. No comunicado enviado ao Canal Macau, e ao contrário do que tinha sido afirmado por Neto Valente, a APIM defendia também que apesar de o terreno estar afecto à prestação de serviços educativos, não existe a obrigação destes serem prestados pela EPM. Em relação a este aspecto, e quando questionada sobre a possibilidade de APIM avançar um eventual despejo, o que criaria a necessidade de encontrar um plano B, o Governo de Portugal recusou esse cenário, e indicou que a APIM tem “mantido sempre uma atitude de total respeito pela sua qualidade de fundadora” da FEPM. O ministério argumentou ainda que, de acordo com os Estatutos da Fundação Escola de Macau, “a disponibilização do terreno em apreço pela APIM, enquanto fundadora, integra o capital inicial da Fundação EPM” e “só por extinção da FEPM o terreno poderia ser afecto a outro fim”.
Hoje Macau SociedadeAv. da Ponte Macau | Aberta nova faixa de rodagem As autoridades anunciaram que a partir de domingo vai ser aberta ao público parte da nova faixa de rodagem da Avenida da Ponte Macau, no lado leste da Zona A dos Novos Aterros Urbanos. Em comunicado, a Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) indicou que a partir desse dia “os veículos que entram pela Península de Macau para Posto Alfandegário de Macau da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e Ponte Macau necessitam de utilizar a nova Avenida da Ponte Macau”. Com as alterações, a DSAT defende que as novas vias de circulação vão ser “mais convenientes do que as actuais”. Ao mesmo tempo, a Avenida do Mar de Espelho vai ser “temporariamente encerrada”, deixando de admitir a circulação, a não ser para o acesso aos estaleiros naquela zona, mas apenas para “veículos autorizados”. Face a estas alterações, a DSOP pede aos condutores para “prestarem atenção à sinalização de trânsito in loco e ao itinerário alterado”. Anteriormente, a DSOP e a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) organizaram uma visita com os vogais do Conselho Consultivo do Trânsito e os representantes das associações à Zona A e à ilha artificial, para se inteirarem dos novos arranjos de trânsito, assim como para ouvirem as opiniões dos conselheiros.
Hoje Macau SociedadeGripe | Casos colectivos afectam quase 50 pessoas Sete casos de infecção colectiva por gripe afectaram 49 pessoas, de acordo com um comunicado emitido ontem pelos Serviços de Saúde (SS). Os casos foram registados no Centro de Santa Margarida, Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, Escola Secundária Pui Ching, Escola de Santa Teresa do Menino Jesus, Lar de Cuidados Especiais da Obra das Mães, Colégio Anglicano de Macau e Escola das Nações. “As condições clínicas dos doentes são consideradas ligeiras, não foram registados casos graves ou outras complicações”, foi esclarecido pelos SS. Os primeiros sintomas terão começado a 14 de Janeiro. Actualmente, as autoridades de saúde aconselham a população a vacinar-se contra a gripe, uma vacina que está disponível de forma gratuita para quem possui estatuto de residente. SS | Gastroenterite afecta 13 pessoas Os Serviços de Saúde anunciaram a ocorrência de um novo caso de gastroenterite colectiva que afectou 13 pessoas, entre os quais 11 idosos que habitam no Centro de Serviços Integrados para Idosos Rui Xi do Exército de Salvação e ainda dois trabalhadores. De acordo com o comunicado revelado ontem, a maior parte dos infectados é do sexo feminino, com um total de 10 ocorrências. Três são do sexo masculino. “Desde o dia 16 de Janeiro, os doentes começaram a apresentar, sucessivamente, sintomas como febre, vómitos e diarreia, tendo alguns deles sido submetidos a tratamento em instituições de saúde”, foi comunicado. “Não houve registo de casos graves ou de outras complicações graves. Foi excluída a possibilidade de gastroenterite alimentar em conformidade com as horas de refeições de pacientes”, foi acrescentado.
Hoje Macau Manchete SociedadePJ | Burlas com recurso à Internet aumentaram 4% As autoridades alertaram para a elevada incidência da criminalidade através das telecomunicações. No ano passado as perdas das vítimas ascenderam a 154 milhões de patacas A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem que registou 906 burlas com recurso à Internet em 2024, mais 4 por cento do que no ano anterior. Num comunicado, a PJ disse que “o aumento da fraude através das redes de telecomunicações desacelerou, mas ainda continua a registar uma incidência elevada”. De acordo com dados oficiais, divulgados durante uma conferência de imprensa, a polícia recebeu 354 queixas devido a burlas através do telefone ou telemóvel, menos 13 por cento do que em 2023. Estes casos originaram perdas avaliadas pelas vítimas em mais de 154 milhões de patacas, menos 1,2 por cento do que no ano anterior. Por outro lado, em 689 casos as vítimas revelaram aos burlões os dados de cartões de crédito quando tentavam comprar bens ou serviços ‘online’, mais do dobro do registado em 2023, causando perdas no valor de 14 milhões de patacas. A PJ acrescentou que, graças a um mecanismo de alerta para suspensão de transacções suspeitas e cessação de pagamento, conseguiu recuperar quase 110 milhões de patacas em 597 tentativas de burla. A polícia denunciou aos bancos 680 contas suspeitas de serem usadas por burlões e bloqueou 991 portais da Internet que serviam para burlas. Tráfico humano Na conferência de imprensa, o director da PJ, Sit Chong Meng, alertou também a população para se manter atenta e desconfiar das propostas de emprego, principalmente em locais do sudeste asiático, em que há uma promessa de um ordenado elevado, apesar das posições exigirem qualificações baixas. Em 12 de Janeiro, a PJ disse ter impedido que um residente fosse vítima de tráfico humano para um centro, no Sudeste Asiático, dedicado à burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet. Duas semanas antes, a PJ disse que cinco residentes tinham sido vítimas de tráfico humano para centros, em Taiwan e no Camboja, enganados com falsas promessas de uma remuneração elevada para supostos empregos. Ontem, Sit comentou a operação de resgate do residente raptado no Camboja. O director da PJ indicou que foi “difícil” e que uma das principais dificuldades passou por localizá-lo. Centenas de milhares de pessoas, a maioria dos quais chineses, têm sido alvo de tráfico humano para centros no Sudeste Asiático, onde são forçados a defraudar compatriotas através da Internet, de acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Pelo menos 120 mil pessoas foram traficadas para Myanmar e cerca de 100 mil para o Camboja, apontou-se no relatório, divulgado em Agosto de 2023. Em 2019, uma operação coordenada entre a polícia de Taiwan e as autoridades portuguesas desmantelou um centro que operava a partir de Cascais e defraudava vítimas no Interior através do telefone.
João Santos Filipe SociedadeVendas no retalho sofrem nova quebra de quase 10% Em Novembro, o comércio a retalho registou uma quebra no volume de vendas de 9,2 por cento, em comparação com Novembro de 2023. Os números foram revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no âmbito do “inquérito de conjuntura à restauração e ao comércio a retalho referente a Novembro de 2024”. Segundo os dados apresentados pela DSEC, o volume de negócios da venda de relógios e joalharia registou uma quebra de 24 por cento, enquanto nos produtos cosméticos e de higiene a redução foi de 12,8 por cento e nos artigos de couro de 11,2 por cento. No pólo oposto, os negócios de venda de automóveis apresentaram um crescimento de 26,9 por cento. Em relação à diferença entre Novembro e Outubro, os comerciantes indicaram uma redução no volume de vendas de 8,3 por cento, com os relógios e joalharia com quebras de 15,6 por cento e os supermercados a terem uma redução no negócio de 11,5 por cento. Ao mesmo tempo, a venda de automóveis cresceu 17 por cento. Melhorias na restauração Em termos da restauração, um dos sectores que mais tem sofrido com as deslocações dos residentes ao Interior, os entrevistados pela DSEC indicaram um crescimento do volume de negócio de 1,9 por cento face ao ano transacto. Os restaurantes com comida japonesa e coreana terão sido dos mais beneficiados, com um crescimento nas vendas de 12,6 por cento. O cenário dos restaurantes chineses não foi indicado no comunicado da DSEC, havendo a forte possibilidade de terem existido novas quebras nas vendas, dado que o crescimento médio do volume de vendas anunciado foi moderado. Quando a comparação é feita entre Novembro de 2024 e Outubro de 2024, o volume de negócios dos proprietários entrevistados pela DSEC revela uma diminuição de 4,2 por cento, o que também se explica com o facto de a Semana Dourada, época alta do turismo, ter ocorrido no décimo mês do ano. No âmbito destas quebras no negócio, o volume dos restaurantes chineses e o dos estabelecimentos de comidas e lojas de sopas de fitas e canja baixaram 4,3 por cento e 3,7 por cento, respectivamente.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEPM | APIM desconhece oficialmente construção de novo bloco Em comunicado, a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses defendeu que apesar de o terreno onde está a escola se destinar a fins educativos, nada obriga a que estes tenham de ser prestados pela Escola Portuguesa de Macau Apesar de a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) ser a concessionária do terreno onde está situada a Escola Portuguesa de Macau (EPM), a associação desconhece oficialmente os planos de construção de um novo bloco, para expandir a instituição de ensino. A posição foi tomada pela associação, através de um comunicado enviado ao Canal Macau, em resposta às declarações de Jorge Neto Valente, presidente da Fundação da Escola Portuguesa de Macau (FEPM). Durante as celebrações do Dia do Mandarim na EPM, Neto Valente revelou a intenção de avançar com a construção de um novo bloco na instituição de ensino. “O projecto grande de construção de um bloco novo, esse é um bloco que terá de ser novo, ainda está atrasado. Há ideias, há esboços, mas não há projectos, ainda. Mas é para se fazer e tem de se começar”, afirmou o presidente da FEPM, em declarações ao Canal Macau. No entanto, a APIM, concessionária do terreno, afirmou através de um comunicado assinado por Miguel de Senna Fernandes, presidente da associação, que oficialmente não tem conhecimento de qualquer plano de construção. Miguel de Senna Fernandes é igualmente vice-presidente do Conselho de Administração da FEPM, presidido por Neto Valente. “Quanto ao mencionado ‘novo bloco’, é assunto de que a APIM não tem conhecimento formal, pois nunca foi abordado no seio do Conselho de Administração da Fundação da EPM. Aliás, nunca foi discutida qualquer obra projectada ou por projectar, sendo que em ambos os casos é fundamental para a sua viabilidade o consentimento da Associação”, pode ler-se no documento citado pela emissora. Recusa de caducidade No comunicado, a APIM nega também que, ao contrário do que foi afirmado por Jorge Neto Valente, tenha ocorrido qualquer caducidade do terreno onde está situada a escola. “Poucas pessoas terão prestado atenção a isso, mas havia aqui uma situação quanto à concessão do terreno e da construção do edifício da escola, que tinha caducado em 2014”, disse o presidente da FEPM. Contudo, a APIM argumenta que essa situação não se verificou, porque as caducidades têm de ser declaradas pela Administração através de um despacho publicado no Boletim Oficial, o que não aconteceu até Dezembro do ano passado, quando a associação pediu ao Governo esclarecesse a situação do terreno e emitisse uma nova concessão gratuita, com o prazo de 25 anos. Nessa altura o Governo declarou primeiro extinto o arrendamento de 1963 e concedeu outra vez o espaço à APIM. Miguel de Senna Fernandes argumentou também que se tivesse ocorrido a caducidade da concessão em 2014, o Conselho de Planeamento Urbanístico nunca teria aprovado as plantas de condicionamento urbanísticos que receberam a aprovação em Junho de 2020. Na mensagem, a APIM esclareceu também que apesar de o terreno ter fins educativos, nada obriga a que esses serviços tenham de ser prestados pela EPM, ao contrário das declarações do presidente da FEPM.