Habitação | Mercado encolhe mais de 50% num ano

O mercado da habitação continua em contracção e no espaço de um ano o preço médio do metro quadrado desvalorizou 23,8 por cento. Se a comparação for feita com o período pré-pandemia, os preços caíram 39,5 por cento

 

No início de Maio, o número de transacções no mercado de habitação caiu para menos de metade, com uma redução de 57,6 por cento, em comparação com a primeira quinzena de Maio do ano passado. A informação consta das estatísticas da Direcção de Serviços de Finanças (DSF).

Segundo os dados mais recentes, na primeira metade de Maio deste ano houve um total de 78 compras e vendas de habitação, o que contrasta com as 184 transacções registadas nos primeiros quinze dias de Maio de 2024. Esta é uma diferença de 106 negócios.

As alterações no espaço de um ano não se ficaram pelo número de transacções, o mesmo aconteceu com o preço médio do metro quadrado. Na primeira metade de Maio deste ano o preço médio da habitação foi de 69.634 patacas por metro quadrado, o que significa uma redução de 23,8 por cento face ao período homólogo, quando o preço médio era de 91.361 patacas por metro quadrado.

A redução significa que se uma pessoa pagou, no ano passado, 5,80 milhões de patacas por uma habitação, a mesma casa valeria em Maio deste ano 4,42 milhões de patacas, o que implica uma desvalorização de 1,38 milhões de patacas.

No início de Maio deste ano, Coloane foi a região com as casas mais caras, onde o preço médio foi de 90.755 patacas por metro quadrado. Ao invés, na Península de Macau o preço médio por metro quadrado foi de 69.132 patacas por metro quadrado, o mais reduzido.

Outras realidades

Se a comparação for feita com a primeira metade de Abril deste ano, a redução tanto ao nível do número de transacções como do preço é mais moderada. Em termos do preço da habitação, no espaço de um mês a redução foi de 11 por cento, dado que no início de Abril deste ano o preço médio do metro quadrado foi fixado em 78.204 patacas.

Quando se analisa a tendência ao nível do número de transacções, a redução foi de 34,6 por cento, superior a um terço, dado que no início de Abril tinham sido registadas junto da DSF um total de 133 transacções. O número mais recente de transacções foi apenas de 78 compras e vendas, o que significa uma diferença de 55 transacções.

As comparações com o período pré-pandemia mostram um contraste ainda mais acentuado. Ao nível do preço do metro quadrado, a comparação com o início de Maio de 2019 mostra uma redução de 39,5 por cento, de 115.071 patacas por metro quadrado para 69.634 patacas por metro quadrado. Tendo em conta estes números, se uma pessoa tivesse comparado uma habitação no início de Maio de 2019 por 5,80 milhões de patacas, essa mesma casa estaria agora avaliada em 3,51 milhões de patacas, uma diferença de 2,29 milhões de patacas.

6 Jun 2025

IAM | Mais de 60 produtos com facilidades de exportação

Mais de 50 tipos de alimentos de Macau foram abrangidos pelo “Acordo de Cooperação no Controlo de Segurança dos Produtos Alimentares Fabricados em Macau e Exportados para o Interior da China” desde que foi assinado pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) com entidades da China, em 2019.

Segundo uma nota do IAM, além desses alimentos, “cerca de 10 tipos de produtos de carne foram recomendados pelo IAM à Administração Geral das Alfândegas da China para serem registados com sucesso” no país, como “produtos de pastelaria tradicionais, produtos de ninhos de andorinha prontos a comer, produtos de carne, entre outros”, ao abrigo do “Memorando sobre a inspecção sanitária e os requisitos veterinários de produtos de carne exportados por Macau para o Interior da China”, assinado em 2023.

As entidades chinesas que estabeleceram a cooperação com Macau são a Administração Geral das Alfândegas da China e a Secretaria para a Administração e Justiça, criando “um modelo inovador de supervisão cooperativa”.

6 Jun 2025

Imobiliário | Dirigente associativo pede imigração para responder a crise

A Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau acredita que o território precisa de mais imigrantes qualificados para inverter a contracção do mercado imobiliário. No entanto, Ip Kun Wa ficou desiludido com as Linhas de Acção Governativa por não ter visto um compromisso com a estabilização do mercado

 

O presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau, Ip Kun Wa, admite a desilusão com as primeiras Linhas de Acção Governativa do Executivo de Sam Hou Fai, por considerar que faltam medidas para apoiar o mercado imobiliário. A posição foi tomada em declarações prestadas ao jornal Ou Mun.

De acordo com o presidente da associação, o Governo precisa de facilitar os requisitos para atrair mão-de-obra qualificada de fora, dado que a imigração é tida como a tábua de salvação para o mercado imobiliário. Na visão do representante, se o território tiver mais pessoas, com forte capacidade de compra, vai aumentar a procura por habitação em Macau.

O dirigente associativo também reconheceu que o mercado imobiliário está actualmente numa fase de contracção, devido à falta de confiança dos consumidores que acreditam que se comprarem um imóvel que este vai perder valor nos tempos mais próximos.

Todavia, o presidente da associação alertou que, ao contrário de Hong Kong, em Macau não existe um mercado bolsista. Como tal, e dado que o crescimento da economia implica o aumento do consumo, o mercado de imóveis é uma das poucas vias para os residentes investirem as suas poupanças, ganharem maior confiança e ajudarem a desenvolver a economia local.

Face a esta visão, Ip Kun Wa considerou que as Linhas de Acção Governativa foram uma desilusão porque apenas contêm “algumas frases ligeiras” sobre a necessidade de permitir a entrada de mais imigrantes e de agilizar os processos de aprovação de novos imigrantes, sem que haja verdadeiramente detalhes.

Medidas de longo prazo

Em relação às Linhas de Acção Governativa e às propostas para o imobiliário, com excepção da emigração, Ip Kun Wa reconheceu estar céptico, dado que as propostas para promover o desenvolvimento da economia são de longo prazo e, por esse motivo, só se vão reflectir na procura por mais imóveis no longo prazo.

Ip Kun Wa lamentou também que o Governo de Macau não se tenha comprometido com medidas para estabilizar os mercados mais essenciais para a economia. O presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau deu o exemplo do Interior, onde considerou que depois dos sinais de apoio do Governo Central ao mercado bolsista, houve sinais de estabilização e recuperação, no que entendeu ser uma política acertada.

6 Jun 2025

Jogo / Receitas | Revisão em baixa não surpreende analistas

Os analistas da CreditSights não ficaram surpreendidos com a revisão em baixa da estimativa para as receitas brutas do jogo deste ano, anunciada pelo Governo na terça-feira. A meta mais “conservadora e em linha com a performance do sector” é explicada pela possível queda dos segmentos VIP e massas premium

 

Na terça-feira, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, anunciou aquilo que parecia inevitável: a revisão em baixa das estimativas para as receitas brutas do jogo em 2025. Na proposta de revisão orçamental, o Governo cortou as expectativas em 12 mil milhões de patacas, da estimativa inicial de 240 mil milhões para 228 mil milhões de patacas.

A rectificação da performance da indústria não apanhou de surpresa os analistas da CreditSights. Numa nota divulgada ontem, os analistas Nicholas Chen e David Bussey referem que a revisão “não foi uma completa surpresa”, “tendo em conta o fraco registo de receitas brutas mensais desde o início do ano” para cumprir a meta de 240 mil milhões de patacas no fim de 2025.

Aliás, a instituição acrescenta que a nova meta prevista “é mais conservadora e em linha com a performance anual do sector até agora”.

Apesar dos números encorajadores de turistas que têm visitado Macau este ano, o crescimento do fluxo de visitantes não se tem reflectido nas receitas brutas do jogo, salientam os analistas. “Suspeitamos que isso se deva à maior prevalência de jogadores do segmento de massas, em detrimento de apostadores dos segmentos VIP e massas premium, assim como à subida dos elementos não-jogo”, refere a nota, citada pelo portal GGR Asia.

Raios de sol

Os resultados dos casinos no mês passado não passaram ao lado da análise divulgada ontem. Os casinos arrecadaram receitas brutas de 21,19 mil milhões de patacas em Maio, o valor mais elevado desde a pandemia, ou seja, desde Janeiro de 2020 quando foram apurados 22,13 mil milhões de patacas.

“O robusto registo de visitantes durante os cinco dias de feriados do 1º de Maio”, que suportaram as receitas brutas de Maio foram encarados como um sinal positivo, uma vez que graças ao mês passado a média mensal de receitas brutas subiu para 19,5 mil milhões de patacas, 500 milhões de patacas acima das receitas brutas mensais da nova estimativa do Governo.

É também mencionado que o crescimento do número de visitantes ajudou a compensar a redução do montante das apostas. Como tal, os analistas alertam que “o sector do jogo pode ainda correr o risco de não cumprir a nova meta para as receitas se o número de turistas mostrar sinais de enfraquecimento”.

Em termos de receita acumulada, nos primeiros cinco meses deste ano registou-se um aumento de 1,7 por cento em relação ao ano anterior, com um total de 97,71 mil milhões de patacas face aos 96,06 mil milhões de patacas registados entre Janeiro e Maio do ano passado. No entanto, o valor ainda está muito longe de 2019 e antes da campanha contra os junkets, quando as receitas entre Janeiro e Maio foram de 125,69 mil milhões de patacas.

6 Jun 2025

Burlas | Mais de 1.800 detidos em operação asiática alargada

Mais de 1.800 pessoas foram detidas numa operação contra redes dedicadas a burlas montadas na Ásia, envolvendo autoridades da RAEM, Hong Kong, Coreia do Sul, Tailândia, Singapura, Malásia e Maldivas. Em Macau, a Polícia Judiciária revelou a detenção de nove suspeitos, que terão desfalcado 84 vítimas em cerca de 4 milhões de patacas

 

Uma operação, que atravessou sete jurisdições na Ásia, resultou na detenção de 1.858 pessoas ligadas a redes de fraudes e burlas. A operação, que envolveu autoridades de Hong Kong, Macau, Coreia do Sul, Tailândia, Singapura, Malásia e Maldivas, interceptou verbas com origem nos esquemas das redes no valor de 150 milhões de dólares de Hong Kong, disse o superintendente-chefe do departamento de crimes comerciais da polícia de Hong Kong, Wong Chun-yue.

Em Macau, de acordo com a Polícia Judiciária (PJ), foram detidas nove pessoas, incluindo três que se fizeram passar por funcionários de atendimento ao cliente da Alipay, indicou o Macau Daily Times. O responsável do Centro de Coordenação de Combate às Burlas da PJ, Cheong Um Hong, revelou que o esquema terá começado em Abril com mais de 400 mil chamadas fraudulentas todas a partir de Macau.

Localmente, 84 vítimas foram desfalcadas em cerca de 4 milhões de patacas no esquema da burla do Alipay. A operação da PJ culminou com buscas a dois locais, incluindo um quarto de hotel, onde foram encontrados 16 aparelhos que permitem ocultar a origem das chamadas.

Mas, no total, a PJ investigou 78 casos que terão resultado em perdas de cerca de 12 milhões de patacas, no congelamento de oito contas bancárias e em 67 mil patacas confiscadas por suspeitas de terem sido angariadas através de crimes.

Abrindo o ângulo

A operação conjunta envolveu 9.268 casos de fraude, incluindo compras online, burlas telefónicas, burlas de investimento e fraudes de emprego, com um prejuízo total de 225 milhões de dólares, segundo dados avançados pela polícia de Hong Kong, citada pelo Global Times. No total, foram congeladas 32.607 contas bancárias e interceptados cerca de 20 milhões de dólares em fundos fraudulentos. Os detidos têm entre 14 e 81 anos.

Em Março, um director financeiro em Singapura foi enganado através de vídeos falsos, por alguém que se fez passar pelo director executivo de uma multinacional. A vítima transferiu 499 mil dólares para Hong Kong, disse a directora assistente do comando antifraude da polícia de Singapura, Aileen Yap, acrescentando que, através da cooperação transfronteiriça, o dinheiro foi recuperado.

Um relatório das Nações Unidas de Abril constatou que os grupos transnacionais de crime organizado no leste e sudeste asiático estão a espalhar operações fraudulentas por todo o mundo.

De acordo com o relatório emitido pelo Gabinete das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, durante vários anos os grupos proliferaram no sudeste do continente asiático, especialmente nas fronteiras do Camboja, Laos e Myanmar, assim como nas Filipinas, transferindo operações de um local para outro, de forma a escaparem da polícia. Os centros dos esquemas montados em Myanmar, Camboja e Laos são conhecidos por atraírem pessoas para trabalhar, utilizando falsos argumentos.

As vítimas de burlas e fraudes ‘online’ incluem também os trabalhadores utilizados nas operações, que enfrentam ameaças, violência e más condições de trabalho. Os funcionários são frequentemente forçados a explorar financeiramente pessoas em todo o mundo, sendo que muitos se encontram presos numa escravidão virtual.

4 Jun 2025

DST | Turismo da RAEM vai a Banguecoque promover a Grande Baía

Entre amanhã e domingo, o Governo da RAEM irá realizar uma “promoção de grande escala”, intitulada “Sentir Macau”, na capital da Tailândia, para dar “continuidade à ofensiva promocional nos mercados internacionais do Sudeste Asiático”.

Segundo a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), a campanha arranca hoje com um seminário preliminar para mostrar novos produtos do “turismo + convenções e exposições” de Macau, que irá contar também com uma bolsa de contactos.

Entre sexta-feira e domingo, a campanha irá desenvolver no centro comercial Siam Paragon, iniciativas que vão incluir “ofertas especiais para promover viagens multi-destinos de visitantes internacionais na Grande Baía”. Os descontos incluem viagens em promoção para quem compre bilhetes de avião com um determinado cartão de crédito de um banco tailandês, com descontos em bilhetes de regresso à Tailândia em voos que partam das cidades da Grande Baía.

No esforço para promover a Grande Baía, o Governo de Macau irá financiar actuações em palco de “estrelas tailandesas” e a participação de influenciadores digitais.

Foram também instalados na zona comercial do centro de Banguecoque, em estações de metro e canais multimédia, um total de 128 ecrãs electrónicos de publicidade. Entre Janeiro e Abril, a Tailândia ocupava o oitavo lugar entre os 10 principais mercados de visitantes e o quinto lugar entre os mercados de visitantes internacionais de Macau.

4 Jun 2025

Literatura | Projecto de Macau para a infância chega a Portugal

O objectivo da associação Sílaba – Associação Educativa e Literária (Sílaba – AEL) passa por partir de Macau e levar o projecto literário “Dinis Caixapiz” até ao universo dos países de língua portuguesa

 

A responsável pelo projecto literário “Dinis Caixapiz”, nascido em Macau para incentivar a leitura entre os mais pequenos sem esquecer a responsabilidade ambiental, disse ontem à Lusa que a segunda edição tem o mérito de chegar também a Portugal. “Conseguirmos lançar em Lisboa, esse para mim é o grande destaque”, declarou à Lusa Susana Diniz, presidente da Sílaba – Associação Educativa e Literária (Sílaba – AEL), autora da iniciativa.

Apesar do ponto de partida deste projecto literário “ser sempre Macau”, porque foi na região chinesa “que foi pensado e criado, com o objectivo de dar uma alternativa de leitura a alunos que aprendem português”, o “Dinis Caixapiz” teve logo desde o início (2024) o objectivo de alcançar o universo dos países de língua portuguesa.

Agora, o convite da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), para lançar o projecto, no próximo dia 7 de Junho, na 95.ª Feira do Livro de Lisboa, aproxima a Sílaba – AEL desse propósito.

“A ideia é transportar [a iniciativa] para Portugal e depois para as comunidades. Tem de partir de algum lado. Saindo de Lisboa, as portas abrem-se com mais facilidade”, reforçou a presidente da associação. Também a 7 de Junho, a 2.ª edição vai ser lançada em Macau, no Jardim do Consulado-Geral de Portugal, evento integrado nas comemorações de Junho – Mês de Portugal em Macau.

Despertar as mentes

O “Dinis Caixapiz”, que se propõe a despertar a “curiosidade intelectual e o conhecimento sobre a história e a cultura de Macau e Portugal, através de elementos físicos e conteúdos digitais”, contempla a assinatura trimestral de uma caixa reutilizável com um livro infantil e uma revista produzida pela associação e crianças, de acordo com um comunicado da Sílaba – AEL.

Jogos de raciocínio e trava-línguas “para estimular o pensamento crítico”, páginas plantáveis e um áudio-livro, “narrado por vozes conhecidas do mundo literário” são outros conteúdos agregados.

“Além disso, a embalagem transforma-se em jogos educativos, com elementos recortáveis, promovendo reutilização e consciência ambiental”, refere ainda o comunicado, indicando dirigir-se a crianças falantes de português ou em aprendizagem, com idades entre os 5 e os 12 anos, a escolas bilingues de Macau e professores de português.

Cada edição vai contar com o apoio de um conjunto de curadores responsáveis pela selecção dos livros apresentados, sendo que este ano, a Sílaba-AEL trabalhou com Elisabete Rosa-Machado, da editora independente Poets and Dragons, Helena Alves, gestora no Grupo Leya, e Maria Elisa Vilaça, educadora e artista plástica.

4 Jun 2025

Supermercados | Queixas de desafios sem precedentes

O encerramento de alguns supermercados em Macau são um sintoma dos problemas que o sector está a atravessar. O presidente da Supermarket and Livelihood Food Association of Macau aponta a mudança de padrões de consumo e o aumento de produtos chineses nas prateleiras das superfícies locais, devido aos preços mais caros dos bens importados

 

Depois de terem passado por entre os pingos da chuva durante a pandemia, e mesmo aumentado a facturação, as grandes superfícies de supermercados de Macau atravessam agora um período de fracos negócios e “desafios sem precedentes”. O panorama de dificuldades foi descrito pelo presidente da Supermarket and Livelihood Food Association of Macau, Wong Man Wai.

Recentemente, alguns supermercados encerraram, incluindo da cadeia Royal e Tai Fung, em locais como o Jardim Camões e na Areia Preta, com outras lojas a lançarem campanhas de descontos de liquidação total, dando a entender que podem também vir a encerrar. Na óptica de Wong Man Wai, este cenário irá obrigar as cadeias a pensar em fazer ajustes às suas operações para se adaptarem à mudança dos hábitos de consumo da população.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o dirigente associativo explicou que os consumidores não só compram menos, como são mais selectivos na escolha dos bens face ao “custo-benefício”. “No passado, as pessoas compravam mais produtos importados do estrangeiro, que eram mais caros, mas agora optam por mais produtos diversos do Interior da China”, indicou o dirigente, acrescentando que os preços de bens comprados ao estrangeiro torna-os “invendáveis”. Por essa razão, “as cadeias de supermercado não ousam importar em grande quantidade”.

Os dois gumes

Com o desaparecimento de produtos estrangeiros e proliferação de produtos nas prateleiras dos supermercados locais, Wong Man Wai refere que os consumidores podem ver esse ajuste como um incentivo a fazer compras em Zhuhai, já que vão comprar de qualquer das formas os mesmos produtos. O responsável salientou também o facto de as grandes cadeias de supermercado terem ficado de fora da campanha Grande Prémio do Consumo.

Porém, nem só as lojas estão a sofrer o impacto da pouca confiança dos consumidores, também os fornecedores, especialmente os que operam fora das zonas mais turísticas, estão a sofrer com a redução de 30 por cento. Mas quem está a sofrer mais, segundo Wong Man Wai, são os pequenos e médios fornecedores, que enfrentam riscos de sobrevivência e quebras acentuadas de encomendas.

Os custos elevados com recursos humanos e logística dos supermercados desde que começou a corrida aos serviços de entrega ao domicílio foram outros elementos destacados por Wong Man Wai, que coloca os supermercados numa posição difícil para competirem com plataformas de comércio electrónico do Interior da China.

O dirigente mencionou também a possibilidade, que foi avançada por vários meios de comunicação, de abertura de um grande supermercado em Gongbei como a “gota d’água” para muitas superfícies em Macau, que podem fechar dentro de um ano.

4 Jun 2025

Fronteiras | Mais de 390 mil visitaram Macau no fim-de-semana

No passado fim-de-semana prolongado, devido ao feriado do Dia do Barco Dragão, entraram em Macau 390.442 visitantes, de acordo com dados divulgados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), total que representou um aumento de quase 14 por cento face ao mesmo período do ano passado.

Entre os dias 31 de Maio e 2 de Junho, o posto fronteiriço das Portas do Cerco voltou a ser o local de entrada de mais pessoas, com 45,5 por cento das travessias de Zhuhai para Macau, o equivalente a 177.765 turistas.

Nos três dias do fim-de-semana, quase 75 mil turistas chegaram à RAEM através da fronteira da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e 62.366 entraram pelo posto fronteiriço de Hengqin. No somatório de todos os postos fronteiriços, ao longo dos três dias, o CPSP contou mais de 2.05 milhões de travessias, entre entradas e saídas.

As autoridades contabilizaram o maior número de travessias de turistas para Macau no sábado e domingo, com ambos os dias a superarem a fasquia das 151 mil entradas, com o sábado a aproximar-se das 152 mil. A segunda-feira, foi o dia do fim-de-semana prolongado em que entraram mais turistas em Macau, 86.847 no total.

4 Jun 2025

TNR | Mais 31.700 pessoas desde fim de ‘covid zero’

No final de Abril, havia quase 183.600 trabalhadores não-residentes no território, o que significa um aumento de 31.700 desde o fim da pandemia. A hotelaria, e a restauração são os sectores que mais recorrem a este tipo de mão-de-obra

 

Macau empregava no final de Abril deste ano quase 183.600 trabalhadores não-residentes, um aumento de 31.700 desde o fim da política ‘zero covid’, em Janeiro de 2023, foi ontem anunciado. Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), divulgados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, o território tinha 183.568 trabalhadores sem estatuto de residente.

Este número representa um aumento de 20,9 por cento desde Janeiro de 2023, quando terminou a política de ‘covid zero’, que esteve em vigor durante cerca de três anos. Nesse mês, os trabalhadores migrantes em Macau, incluindo aqueles vindos da China continental, eram menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014.

Macau, que à semelhança da China seguia a política de ‘covid zero, reabriu as fronteiras a todos os estrangeiros, incluindo trabalhadores não-residentes, a partir de 8 de Janeiro de 2023, depois de quase três anos de rigorosas restrições.

O sector da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou desde Janeiro de 2023, ganhando 17.424 trabalhadores não-residentes, seguido dos empregados domésticos (mais 4.780) e dos casinos (mais 2.895). A área da hotelaria e restauração foi precisamente a mais atingida pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, tendo sido despedidos mais de 17.600 funcionários não-residentes desde Dezembro de 2019.

A reboque do turismo

A RAEM acolheu, nos primeiros quatro meses de 2025, 13 milhões de visitantes, mais 12,9 por cento do que no mesmo período de 2024 e o segundo valor mais elevado de sempre para um arranque de ano.

A crise económica criada pela pandemia levou a taxa de desemprego a atingir 4 por cento no terceiro trimestre de 2022, o valor mais alto desde 2006. Apesar da subida do número de trabalhadores não residentes, a taxa de desemprego manteve-se em 1,9 por cento no período entre Fevereiro e Abril.

A economia de Macau encolheu 1,3 por cento entre Janeiro e Março, sobretudo devido à “alteração do padrão de consumo dos visitantes”, segundo a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos. Foi a primeira vez que o Produto Interno Bruto do território encolheu, em termos homólogos, desde o final de 2022, quando a região começou a levantar as restrições devido à pandemia de covid-19.

4 Jun 2025

Broadway | Francis Lui aponta para possível renovação

O presidente da Galaxy, Francis Lui, revelou que o grupo que lidera está a encarar a possibilidade de renovar o resort integrado Broadway no futuro, mas que, para já, a prioridade continua a ser a construção da 4.ª fase do Galaxy Macau, que terá um parque temático.

Citado pelo jornal de Hong Kong Ming Pao, o líder da Galaxy comenta que um dos principais desafios que Macau enfrenta é a falta de quartos com preços abaixo de mil patacas por noite, reiterando a ideia de que o mercado está carente de, pelo menos, 10 mil quartos para orçamentos mais curtos. Recorde-se que o grupo abriu recentemente o Capella at Galaxy Macau, que oferece 36 vilas luxuosas.

Francis Lui acrescentou que a lacuna no mercado faz com que os milhares de turistas que vêm do Interior da China assistir a espectáculos em Macau acabam por não pernoitar no território devido aos preços elevados da acomodação, lacuna que não poderá ser colmatada mesmo com um renovado Broadway que só oferece 300 quartos.

4 Jun 2025

Gripe | Casos colectivos afectam 24 crianças

Os Serviços de Saúde indicaram ontem ter detectado dois casos colectivos de gripe em escolas. O primeiro caso, encontrado, na passada sexta-feira, afectou duas turmas, do pré-escolar e do 1.º ano do ensino básico, da Escola Secundária Pui Ching, na Avenida de Horta e Costa, totalizando 17 crianças infectadas.

O segundo caso, foi registado na segunda-feira, numa turma do pré-escolar da Escola Secundária Ilha Verde da Associação Comercial de Macau, na Avenida do Conselheiro Borja, onde foram infectadas sete crianças. As autoridades indicaram que alguns alunos tiveram de ser submetidos a tratamentos médicos, mas que “as condições clínicas dos doentes são consideradas ligeiras, e não foram registados casos graves e internamento”.

Covid-19 | Sete infectados em lar de Seac Pai Van

Os Serviços de Saúde anunciaram ontem que foram notificados para um caso colectivo de infecção de covid-19 num lar para pessoas portadoras de deficiência, o Vila da Harmonia, na Avenida de Vale das Borboletas de Seac Pai Van.

No total, foram diagnosticados sete utentes do lar depois de os sintomas se terem começado a manifestar no dia 27 de Maio. De acordo com as autoridades de saúde, as condições clínicas dos doentes são consideradas estáveis, não foram registados casos graves ou outras complicações.

Como é usual nestas circunstâncias, foram aplicadas medidas de controlo da infecção no estabelecimento, como o reforço na desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das instalações, bem como a aplicação rigorosa das normas de isolamento para as pessoas infectadas.

4 Jun 2025

Educação | Aumentados subsídios do ensino recorrente

A medida foi anunciada através do Boletim Oficial e, de acordo com os dados mais recentes sobre o número de turmas, acarreta um custo extra de cerca de 1,79 milhões de patacas. É a primeira vez, desde 2020, que estes subsídios são actualizados

 

A partir de Setembro, os subsídios atribuídos às escolas com turmas do ensino recorrente vão ser todos aumentados em 3 por cento. A informação foi divulgada ontem através do Boletim Oficial, naquele que é o primeiro aumento deste apoio desde 2020, durante o período da pandemia.

Segundo os aumentos decididos pelo Chefe do Executivo, o subsídio atribuído a cada turma do ensino primário vai subir de 899.600 patacas para 926.600 patacas, uma diferença de 27 mil patacas.

Em relação às turmas do ensino secundário geral, o valor vai crescer de 1.073.800 patacas para 1.106.000 patacas, um aumento de 32,2 mil patacas. Por fim, no ensino secundário complementar o subsídio vai subir de 1.210.600 patacas para 1.246.900 patacas, uma diferença de 36,3 mil patacas.

Os dados da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) mais recentes em relação ao número de turmas são relativos ao ano lectivo de 2023/2024 e indicam que nesse ano havia um total de 56 turmas de ensino recorrente. Entre estas, três turmas eram do ensino primário, enquanto as restantes 53 enquadravam-se no ensino secundário, embora não seja possível fazer a distinção entre turmas do ensino geral ou complementar.

Tendo em conta estes dados, a actualização dos subsídios teria um custo extra a nível do ensino primário de mais 81 mil patacas, de 2.698.800 patacas para 2.779.800 patacas. Quanto às 53 turmas do ensino secundário, e assumindo que todas as turmas são do ensino geral, dado que é o valor mais reduzido, a actualização do subsídio vai ter um custo extra de pelo menos 1,71 milhões de patacas, de 56.911.400 patacas para 58.911.400 patacas.

Custo de 1,79 milhões

Com base nos cálculos apresentados, a medida vai ter assim um custo extra total, considerando o ensino primário e secundário, de 1,79 milhões de patacas.

De acordo com as estatísticas da DSEDJ, no ano lectivo de 2024/2025, quando ainda não estavam em vigor os aumentos, existiam cinco escolas a disponibilizar turmas do ensino recorrente no território em diferentes níveis: Escola Primária Oficial Luso-Chinesa Sir Robert Ho Tung, Escola Secundário Luso-Chinesa de Luíz Gonzaga Gomes, Escola Secundária Millennium, Escola Secundária Nocturna Xin Hua, Escola Seong Fan da Associação Comercial de Macau e Escola São João de Brito. Estas escolas eram frequentadas por 976 alunos, um aumento de 10 alunos em relação ao ano lectivo de 2023/2024.

O ensino recorrente destina-se às pessoas que por algum motivo não concluíram os estudos e se encontram fora da “idade normal de frequência do ensino regular”.

Outras actualizações

Além do ensino recorrente, o Executivo apresentou também uma actualização dos subsídios por turma no ensino geral. O aumento foi igualmente de 3 por cento.

Como consequência dos ajustamentos, no ensino infantil cada turma passa a ser subsidiada com 1.095.700 patacas, um aumento face às 1.063.800 anteriores. No ensino primário o aumento é para as 1.193.900 patacas, quando até agora o subsídio era de 1.159.100 patacas. Em termos do ensino secundário geral, o subsídio sobe para 1.438.700 patacas das 1.396.000 patacas e no ensino secundário complementar cresce para 1.631.800 patacas, quando antes era de 1.584.300 patacas.

4 Jun 2025

Jogo | Receitas com o valor mais alto desde a pandemia

Maio é um mês de época alta, devido à Semana Dourada, e este ano não foi diferente com as receitas a crescerem 5 por cento face ao ano passado. O facto de haver mais um dia de fim-de-semana também terá contribuído para os números acima do esperado

 

Os casinos registaram receitas brutas do jogo de 21,19 mil milhões de patacas em Maio, o valor mais elevado desde a pandemia. Os dados foram anunciados no domingo pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Em Janeiro de 2020, antes da pandemia, as receitas foram de 22,13 mil milhões de patacas. Depois desse período, o recorde anterior foi estabelecido em Outubro do ano passado, quando as receitas se fixaram nos 20,79 mil milhões de patacas.

O valor mais recente de 21,19 mil milhões de patacas significa um aumento de 5 por cento em relação a Maio do ano passado, quando as receitas atingiram 20,19 mil milhões de patacas. Em termos mensais, o crescimento das receitas de jogo foi de 12,4 por cento, dado que em Abril as receitas foram contabilizadas 18,86 mil milhões de patacas.

Em termos de receita acumulada, nos primeiros cinco meses deste ano registou-se um aumento de 1,7 por cento em relação ao ano anterior, com um total de 97,71 mil milhões de patacas face aos 96,06 mil milhões de patacas registados entre Janeiro e Maio do ano passado. No entanto, o valor ainda está muito longe de 2019, o período pré-pandemia e antes da campanha contra os junkets, quando as receitas entre Janeiro e Maio foram de 125,69 mil milhões de patacas.

Melhor do que o esperado

Após serem conhecidos os resultados, o banco de investimento JP Morgan Securities (Asia Pacific) considerou que o valor de 21,19 mil milhões de patacas ultrapassou “confortavelmente” a generalidade das previsões dos analistas, que previam um crescimento de 2 por cento face a Maio do ano passado.

“Recorde-se que a fasquia não era baixa, ou seja, as expectativas dos analistas já tinham sido ajustadas em alta – de um valor inicial de menos 1 por cento em termos anuais para mais 2 por cento – para reflectir a forte Semana Dourada e este crescimento é impressionante, tendo em conta as adversidades em curso”, escreveram os analistas DS Kim e Selina Li, da JP Morgan Securities (Asia Pacific), citados pelo portal GGR Asia. “Este resultado traduz-se numa taxa de recuperação de 82 por cento em relação ao período pré-Covid, a melhor taxa desde o fim das restrições pandémicas”, foi acrescentado.

Por sua vez, Vitaly Umansky, analista na Seaport Research Partners, explicou que este aumento se deve ao facto do mês ter tido mais um dia de fim-de-semana, face ao ano anterior ou seja, dias em que existe tendência para as receitas serem mais elevadas. De acordo com o relatório da Seaport Research Partners, citado pelo portal GGR Asia, Umansky explicou que “em comparação com os dias da semana”, os dias do fim-de-semana geram receitas 20 por cento mais elevadas. “O Festival dos Barcos-Dragão foi mais cedo este ano, começou a 31 de Maio, em vez de acontecer em meados de Junho, como no ano passado”, acrescentou.

3 Jun 2025

Plástico | Cotonetes e outros objectos na lista de restrições

O Governo está a planear alargar as restrições à importação de produtos de plástico no próximo ano, incluindo na lista de produtos cotonetes, varetas de plástico para balões e bastões insufláveis de plástico (usados em concertos).

A medida foi anunciada pelo director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), Ip Kuong Lam, que acrescentou que o Executivo está a trabalhar no regulamento administrativo que irá alargar as restrições ao uso de plástico em Macau, com o objectivo de que entre em vigor no início de 2026.

O director da DSPA revelou que todos os anos são importados para Macau 2,4 milhões de pacotes de cotonetes com haste de plástico, 100 mil varetas de plástico para balões e 500 mil bastões insufláveis, de acordo com Canal Macau da TDM.

Ip Kuong Lam falou à margem do “Festival para comemorar o Dia Mundial do Ambiente 2025 entre a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, que se realizou no sábado na Praça da Amizade.

O responsável salientou ainda os resultados das restrições à importação e uso de outros produtos de plástico. Recorde-se que em 2019, o Executivo implementou a cobrança de uma pataca por cada saco de plástico. Entre 2021 e 2024, a lista negra de produtos com importação restringida passou a incluir caixas e recipientes de esferovite, palhinhas, agitadores de bebidas e talheres de plástico.

As medidas resultaram na redução anual do uso de 23 milhões de recipientes e embalagens de esferovite, redução de 40 milhões de talheres de plástico e menos 300 mil copos de plástico.

3 Jun 2025

IIICF | Fórum divulga índice de infra-estruturas na lusofonia

Um fórum internacional, que irá decorrer em Macau entre 10 e 12 de Junho, vai divulgar o Índice de Desenvolvimento de Infra-estruturas nos Países de Língua Portuguesa. No ano passado, foram realçadas as reformas implementadas por Portugal para melhorar o ambiente de negócios

 

Vem aí mais uma edição do Fórum e Exposição Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas (IIICF, na sigla em inglês), que se realiza entre 10 e 12 de Junho na Cotai Expo do The Venetian Macao, de acordo com um comunicado do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM). Durante o evento será divulgado, pelo terceiro ano consecutivo, a versão integral do Índice de Desenvolvimento de Infra-estruturas nos Países de Língua Portuguesa.

Em 2024, o Brasil e Angola foram os países de língua portuguesa com a cotação mais alta no índice, que avalia o ambiente, a procura, a receptividade e os custos para o desenvolvimento de infra-estruturas.

Quanto mais alta for a pontuação, melhor será a perspectiva da indústria de infra-estruturas de um país e maior será o grau de atractividade para as empresas se empenharem no investimento, construção e operações nesta área naqueles territórios.

Portugal e Guiné Equatorial foram em 2024, entre os países lusófonos, na perspectiva do relatório chinês, aqueles com a melhor pontuação no subíndice de desenvolvimento relacionado com os custos operacionais e de financiamento.

O documento destacou “a série de reformas implementadas pelo Governo português para melhorar o ambiente de negócios” e a aprovação, em Dezembro de 2023, do Programa Nacional de Investimentos até 2030 como factores que deram “um novo impulso” às infra-estruturas.

Estradas do futuro

O Brasil foi o país que mais se destacou nos subíndices da procura, que junta factores como procura e mercado potencial, e da receptividade local e entusiasmo de curto prazo no investimento de infra-estruturas, calculado, por exemplo, com base no valor dos novos contratos.

Já Moçambique, liderou entre os lusófonos no subíndice associado ao ambiente, que agrega factores políticos, económicos, soberania, factores de impacto no mercado, bem como os cenários empresariais e industriais.

O relatório de 2024 assinalou “uma subida moderada” nos custos de construção nos mercados de língua portuguesa e alertou para os “consideráveis obstáculos” que os países enfrentam no “desenvolvimento sustentável de infra-estruturas de elevada qualidade”.

A última edição do IIICF terminou com a assinatura de 38 acordos, os maiores dos quais envolveram projectos em Angola e Brasil.

O ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação de Angola, Carlos dos Santos, disse na altura à Lusa que chegou a acordo com a empresa estatal chinesa China Road and Bridge Corporation para construir a primeira autoestrada do país, com as obras estimadas em 2,5 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros).

Também no IIICF de 2024, o grupo brasileiro de concessão de infra-estrutura, transportes e serviços CCR assinou um acordo com uma empresa chinesa para o projecto de engenharia da extensão de uma linha de caminhos-de-ferro em São Paulo, no sudeste do Brasil, avaliado em cinco mil milhões de yuan (611 milhões de euros).

3 Jun 2025

Turismo | Excursões da Coreia aumentam 24%

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) relativos ao número de turistas e excursões nos primeiros quatro meses deste ano mostram como Macau recebeu 38 mil excursionistas da Coreia do Sul, um aumento anual de 24,6 por cento face aos primeiros quatro meses de 2024.

Em termos gerais, Macau recebeu 757 mil excursionistas em quatro meses, mais 10,2 por cento em termos anuais, com os turistas do Interior da China a dominar: 662.000 eram de visitantes, um aumento de 8,9 por cento. Por sua vez, 76 mil eram excursionistas internacionais, um aumento de 9,3 por cento.

Nos quatro primeiros meses deste ano, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros foi de 89,6 por cento, mais 5,1 pontos percentuais, em termos anuais. Os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 4.779.000 indivíduos, menos 3,2 por cento, face a idêntico período de 2024 e o período médio de permanência dos hóspedes manteve-se em 1,7 noites.

30 Mai 2025

DSAT | Carreira para Praia de Hac Sá aos fins-de-semana

A Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou ontem o ajuste de carreiras de autocarro para disponibilizar mais frequências com destino à Praia de Hac Sá. A partir de domingo, e até 31 de Agosto, a carreira nocturna N3 terá o seu percurso estendido até à Praia de Hac Sá e, entre 14 de Junho e 24 de Agosto, aos sábados e domingos, entrará em funcionamento a carreira sazonal 26AT.

Apesar de a DSAT não ter especificado o trajecto da carreira, em anos anteriores o autocarro 26AT ligava a Bacia Norte do Patane à Praia de Hac Sá. Por outro lado, considerando que a Universidade de Macau (UM) estará em período de férias de Verão desde o início de Junho até ao início de Agosto, prevê-se uma redução no fluxo de passageiros com destino à UM.

Como tal, e tendo em conta o uso racional dos recursos públicos, as carreiras 71 e 72 vão passar a ter intervalos ajustados para 15 a 20 minutos entre 9 de Junho e 3 de Agosto. Durante o mesmo período, a carreira 701XS será temporariamente suspensa.

30 Mai 2025

Nuclear | “Ocorrência” em Taishan sem fugas radioactivas

Os Serviços de Polícia Unitários foram ontem notificados de “uma ocorrência na Central Nuclear de Taishan” que aconteceu na terça-feira, quatro dias depois de uma comitiva da RAEM, liderada pelo secretário para a Segurança, ter visitado a central que fica a cerca de 70 quilómetros de Macau. O incidente foi classificado de nível 0, numa escala de 1 a 7

 

O Gabinete da Comissão de Gestão de Emergência Nuclear da Província de Guangdong notificou ontem os Serviços de Polícia Unitários (SPU) de uma “ocorrência na Central Nuclear de Taishan” que aconteceu na passada terça-feira. O incidente ocorreu quatro dias depois de o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, ter liderado uma comitiva de representantes de serviços da RAEM numa reunião com responsáveis da Central Nuclear de Taishan e uma visita às instalações da central que fica a cerca de 70 quilómetros de Macau.

De acordo com a comunicação enviada aos SPU, a “ocorrência foi classificada como incidente operacional de nível 0”, na Escala Internacional de Acidentes Nucleares (INES) que vai de 1 a 7. As autoridades esclarecem que as ocorrências entre os níveis 1 e 3 são qualificados como incidentes, os entre 4 e 7 são acidentes, enquanto o nível 0 é “considerado como um desvio que não se inclui na INES e serve essencialmente para a correcção de desvios e retorno de experiências”.

Motor de arranque

De acordo com os SPU, na terça feira, quando a unidade 1 da Central Nuclear de Taishan mudou do transformador assistido por painel (transformador secundário) para o transformador de fábrica (transformador fabril), o motor a diesel de emergência foi activado automaticamente devido a uma falha de ligação que atrasou a junção do portão. Após a detecção da falha, foi efectuada uma inspecção ao local, que confirmou “que tudo estava correcto”, o funcionamento do motor a diesel foi suspenso e o fornecimento de energia eléctrica retomado.

As autoridades garantem que “a unidade manteve o funcionamento seguro e estável, com três barreiras de segurança intactas e nenhuma substância radioactiva libertada para o exterior, não tendo afectado a segurança da central, do seu pessoal operacional, da população vizinha e o ambiente adjacente à central”.

A Empresa Conjunta de Energia Nuclear de Taishan comunicou atempadamente o sucedido à entidade nacional de supervisão e controlo e iniciará o feedback das experiências internas.

Num comunicado divulgado na quarta-feira pelos SPU, o comandante-geral Leong Man Cheong realçou “o sentido de responsabilidade da parte de Guangdong nos trabalhos de resposta a emergências nucleares e a atitude científica e rigorosa no trabalho baseado na segurança”.

30 Mai 2025

Cooperação | Universidade Amílcar Cabral quer ajuda para formação

O reitor da Universidade Amílcar Cabral (UAC) disse ontem que a instituição da Guiné-Bissau quer a ajuda da Universidade de Macau (UM) para ter mais professores com mestrado ou doutoramento.

A UAC tem a ambição de, até 2030, ter pelo menos 50 por cento dos docentes com mestrado e 30 por cento com doutoramento, disse Herculano Arlindo Mendes. “Como é que vamos fazer isso se, mesmo na Guiné-Bissau, ainda não temos os programas de mestrado nem de doutoramento?” questionou o reitor. “É através da parceria com os nossos parceiros, que podemos realizar essa ambição”, explicou Arlindo Mendes.

O académico falava à margem de um fórum de grupos de reflexão entre a China e os países de língua portuguesa, que está a decorrer até amanhã na UM.

“Nós estamos aqui disponíveis para explorar as possibilidades de parcerias que possam surgir”, disse Arlindo Mendes. O reitor da UAC indicou que já havia negociações em curso com a UM e demonstrou esperança em assinar um acordo de parceria com a instituição de Macau durante o fórum.

Além da formação de professores e da realização conjunta de conferências internacionais e projectos de investigação académica e científica, a universidade da Guiné-Bissau pretende também enviar estudantes para a UM.

“Vamos tentar solicitar o apoio da Universidade de Macau, ou seja, através da cooperação entre a China e a Guiné-Bissau, para que possamos ter um número significativo de bolseiros”, referiu Arlindo Mendes. Isto porque, admitiu o reitor, “do ponto de vista financeiro, o país, a Guiné-Bissau, e a universidade em particular tem muita dificuldade nesse sentido”.

30 Mai 2025

Indústria | Moçambique quer aprender com a China

O reitor da Universidade Joaquim Chissano (UJC) disse ontem que a instituição de Moçambique vai assinar uma parceria com a Universidade de Tecnologia do Sul da China para formar professores em políticas industriais. João Gabriel de Barros indicou que o acordo com o Instituto de Políticas Públicas da universidade chinesa resultou de uma visita ao campus em Guangzhou, capital da província de Guangdong.

“É diferente daquilo que nós temos ensinado nos cursos de políticas públicas. São políticas públicas industriais, que visam a industrialização, (…) que visam mesmo o desenvolvimento de uma forma concreta e directa”, explicou o reitor.

Barros lamentou que nos países africanos, incluindo em Moçambique, as universidades ainda “vão muito atrasadas” em áreas com a inteligência artificial e “outras que são formações de futuro”. “Isto tudo cria uma pressão positiva e necessária. Temos que aprender e adaptar tudo isto aos nossos contextos e não irmos sempre a reboque daquilo que a globalização traz”, defendeu o investigador.

Barros explicou que a parceria com o Instituto de Políticas Públicas irá prever o envio de docentes da UJC para receberem formação em políticas industriais. Além disso, a UJC assinou ontem um outro memorando de entendimento com a Universidade de Macau, que alarga a cooperação já existente na formação de professores e no intercâmbio de docentes e estudantes.

30 Mai 2025

IA | Coimbra e Macau lançam laboratório sobre nutrição

Nutrição, saúde e longevidade serão os focos de estudo do laboratório que será criado pela Universidade Politécnica de Macau e a Universidade de Coimbra. Gestão e saúde e prevenção de doenças crónicas serão prioridades para o laboratório que irá recorrer a ferramentas de inteligência artificial

 

A Universidade Politécnica de Macau anunciou a criação de um laboratório conjunto com a Universidade de Coimbra que irá usar inteligência artificial (IA) para estudar a ligação entre a nutrição e a “longevidade saudável”.

Num comunicado divulgado na quarta-feira, a Universidade Politécnica de Macau disse que o laboratório dedicado à nutracêutica vai concentrar-se em aplicar a IA nos “cuidados de saúde, nutrição de precisão, prevenção de doenças crónicas e gestão da saúde”. A nutracêutica é uma combinação de nutrição e farmacêutica e estuda os potenciais efeitos positivos para a saúde dos componentes presentes em alimentos.

O novo laboratório vai “aproveitar ao máximo as vantagens das duas universidades nas áreas da inteligência artificial, ciências da saúde e tecnologia nutricional”, defendeu a Politécnica.

O acordo prevê a investigação interdisciplinar com especialistas das duas universidades para transformar os resultados em “soluções técnicas de ponta” e “aplicações inovadoras”, sublinha no comunicado. A Politécnica garantiu ainda que o laboratório vai “formar talentos de alto nível para a indústria da saúde de Macau [e] promover o desenvolvimento de tecnologia através da cooperação com a indústria”.

Sementes a germinar

A área da saúde e bem-estar foi apontada como um dos quatro sectores em que o Governo de Macau quer apostar para diversificar a economia, altamente dependente dos casinos e turismo.

Por outro lado, a Politécnica defendeu que a criação do laboratório representa “um novo marco na cooperação educacional entre a China e os países de língua portuguesa”. A nova instituição vai promover “a investigação científica e a inovação na área da saúde inteligente em Macau e em Portugal e apoiar a cooperação científica e tecnológica entre a China e Portugal”, referiu.

O acordo para a criação do laboratório foi assinado, em Macau, pelo reitor da Politécnica, Marcus Im Sio Kei, e pelo reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão.

Em Junho de 2024, Falcão disse à Lusa, numa visita a Macau, que a instituição portuguesa e a Politécnica tinham lançado um duplo doutoramento em tecnologias de informação. O doutoramento nasceu no anterior ano lectivo e “está a começar a dar os primeiros resultados”, com 18 estudantes, “divididos entre portugueses e chineses”, disse então o reitor da Universidade de Coimbra.

30 Mai 2025

Balança Comercial | Défice de 9,4 mil milhões em Abril

Em Abril, o défice da balança comercial foi de 9,4 mil milhões de patacas, de acordo com os dados publicados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Para este valor, contribuíram exportações de mercadorias de 1,12 mil milhões de patacas e importações de mercadorias de 10,53 mil milhões de patacas.

Estes números significam que, em comparação com Abril do ano passado, as exportações caíram 7,7 por cento e 4 por cento. Em relação a Abril, o valor da reexportação desceu 7,8 por cento, para 1,01 mil milhões de patacas. O valor da reexportação de joalharia diminuiu 48,9 por cento, embora o valor das reexportações de bebidas alcoólicas e o de produtos de beleza, de maquilhagem e de cuidados da pele tenham crescido 58,8 por cento e 46,6 por cento.

Em relação aos primeiros quatro meses do ano, o défice da balança comercial cifrou-se em 36,16 mil milhões de patacas, menos 2,42 mil milhões de patacas, face ao período homólogo, quando o défice da balança foi de 38,58 mil milhões de patacas.

29 Mai 2025

Hotelaria | Mais trabalhadores, mas salários sem aumentos

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), relativos ao primeiro trimestre deste ano e saídos do Inquérito às Necessidades de Mão-de-obra e às Remunerações apontam para um aumento de 7,2 por cento no número de trabalhadores em hotéis, um total de 60.482 pessoas, face a igual período de 2024.

Porém, em matéria salarial, as remunerações médias dos trabalhadores a tempo completo na hotelaria foram de 20.090 patacas, menos 1,9 por cento, enquanto que no sector da restauração um trabalhador ganhava, em Março, uma média de 10.540 patacas, menos 0,7 por cento face a 2024.

No fim do trimestre em análise, a taxa de vagas em hotelaria baixou apenas 1,1 por cento face ao primeiro trimestre do ano passado devido ao facto de “as vagas deste ramo terem sido preenchidas e a procura de mão-de-obra ter voltado a estabilizar gradualmente”. Assim, o número de vagas existentes no referido trimestre, nos hotéis, foram 839.

29 Mai 2025