João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | Definidas lideranças das comissões de trabalho José Chui Sai Peng vai assumir a presidência da Comissão de Regimento e Mandatos, uma das comissões mais importantes. O português José Pereira Coutinho é o deputado mais experiente, mais velho e foi o “rei dos votos” no sufrágio directo, mas nem assim foi escolhido para qualquer cargo de liderança Os deputados escolheram na terça-feira as composições e presidências das comissões de trabalho da Assembleia Legislativa. O legislador e empresário José Chui Sai Peng vai assumir a presidência da Comissão de Regimento e Mandatos, que assume especial importância por ter o poder para sugerir as alterações às regras de funcionamento do órgão legislativo. Para o primo do ex-Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, a presidência de uma comissão não é novidade, dado que na Legislatura anterior liderava a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas. Em relação ao secretário da Comissão de Regimento e Mandatos, a escolha dos deputados recaiu sobre o advogado e académico Iau Teng Pio. No que diz respeito às comissões permanentes de trabalho, a 1.ª Comissão vai ser liderada por Wong Kit Cheng, enfermeira de formação e deputada das Mulheres. O secretário vai ser Nick Lei Leong Wong. Wong também tem experiência na condução dos trabalhos de comissões, dado que na Legislatura anterior liderava a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas. Na 2.ª Comissão, a presidência foi entregue a Ip Sio Kai, vice-presidente do Banco da China (Macau), enquanto a vice-presidência ficou para Lam Lon Wai, dos Operários. Na 3.ª Comissão, o escolhido para presidente foi Leong Sun Iok, igualmente deputado dos Operários, enquanto o secretário vai ser Leong Hong Sai, ligado aos Moradores. Muito acompanhamento Quanto às comissões de acompanhamento, sofreram também várias alterações. Na Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas, a presidência foi atribuída a Ella Lei Cheng I. Na Legislatura anterior a deputada dos Operários era a presidente da 1.ª Comissão Permanente. O secretário vai ser Joey Lao Chi Ngai, regressado ao hemiciclo, depois de ter sido preterido como legislador nomeado pelo Chefe do Executivo por Ho Iat Seng. Na Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, Song Pek Kei vai assumir a presidência, enquanto Ngan Iek Hang fica com as funções de vice. Finalmente, a nível da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública, o empresário Ma Chi Seng vai ficar responsável pela presidência, sendo Kou Kam Fai o secretário. A presidência do Conselho Administrativo da Assembleia Legislativa, que trata de assuntos como o orçamento do hemiciclo, foi entregue a Ângela Leong On Kei. As escolhas das comissões confirmam também que José Pereira Coutinho foi excluído de qualquer posição de liderança apesar de ser o deputado mais experiente do hemiciclo, o mais velho e também aquele que foi o “rei dos votos” no sufrágio directo.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMetro Ligeiro | Apenas dois em cada 100 jovens utilizam transporte A fraca cobertura da rede e a distância para as áreas residenciais faz com que os jovens pouco utilizem o metro. Entre os utilizadores, o principal motivo prende-se com a vontade de ter uma experiência diferente Apenas 1,5 por cento dos jovens de Macau afirma utilizar o Metro Ligeiro como o principal meio de transporte, ou seja, menos de dois em cada 100 jovens. A conclusão faz parte do estudo elaborado pela Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau, cujos resultados foram apresentados ontem. Com base num inquérito em que foram questionados 647 jovens residentes, com idades entre os 18 e os 44 anos, a associação concluiu que o Metro Ligeiro é o meio de transporte menos utilizado de todos os disponíveis no território. Quando convidados a responder sobre o principal meio de transporte em Macau, cerca de 36,6 por cento dos inquiridos admitiu recorrer maioritariamente aos autocarros. Os veículos particulares, como carros ou motos, foram indicados como o principal meio de deslocação de 31,9 por cento dos jovens, enquanto 26,3 por cento responderam deslocarem-se principalmente a pé. Apenas, 1,5 por cento dos questionados indicou o metro como o seu principal meio de transporte. Apesar de não ser o meio de transporte principal, 58,7 por cento respondeu ter utilizado o metro pelo menos uma vez no último ano. Todavia, quase sete em cada dez (68,4 por cento) desses inquiridos eram utilizadores pouco frequentes, com uma utilização a cada três meses, ou com uma regularidade inferior a essa. O Metro Ligeiro é ainda considerado pelos utilizadores como “uma experiência” mais do que uma forma de transporte que responde a necessidades quotidianas. Sobre o motivo que levou os jovens a optarem pelo metro, 33,9 por cento afirmou que a utilização se justificou “apenas pela experiência”, ao mesmo tempo que 22,1 por cento indicou deslocar-se para uma fronteira, e 21,3 por cento disseram deslocarem-se para os grandes hotéis. Não aquece, nem arrefece Sobre a qualidade do serviço, o maior grupo de jovens utilizadores mostram-se indiferente, com 39,3 por cento a responderem que “nem é boa nem má”. Em sentido contrário, 39,1 por cento afirmaram que a satisfação é “boa ou muito boa”. Os resultados apresentados pela associação não permitem conhecer o grau total da insatisfação, no entanto, houve também 14,2 por cento dos inquiridos a indicar que a experiência no metro “não satisfaz” ou “não satisfaz muito” Entre os jovens que não utilizam o metro, 46,1 por cento apontaram como principal razão o facto de as “estações estarem muito longo das residências”, enquanto 35,6 por cento justificaram a não utilização com a limitada cobertura da rede e 33,3 por cento indicaram que o metro não fornece acesso directo aos locais que mais frequentam. Um dos factores que também contribui par afastar os jovens é o facto de não se aceitarem pagamentos efectuados por aplicações que recorrem à tecnologia QR. Cerca de 61,7 por cento afirmou que devido a esse motivo sente menos vontade de recorrer a este transporte. Actualmente, o Metro Ligeiro pode ser utilizado através da compra de bilhete nas máquinas de venda, que não aceitam tecnologia QR Code, mas também nas bilheteiras físicas. Os interessados podem também utilizar o Macau Pass, passando directamente nos torniquetes de acesso.
Hoje Macau Manchete SociedadeTribunais | Saída de juiz português confirmada O juiz Rui Ribeiro vai deixar os tribunais da RAEM a partir do próximo mês. A informação tinha sido tornada pública pela Lusa, que citava o próprio juiz como fonte, e foi confirmada ontem através de um despacho, publicado no Boletim Oficial. “É exonerado, a seu pedido, o juiz Rui Carlos dos Santos Pereira Ribeiro, do cargo de juiz do Tribunal de Segunda Instância da Região Administrativa Especial de Macau […] a partir do dia 1 de Novembro de 2025”, pode ler-se no documento. De acordo com a agência de notícias, Rui Ribeiro pediu para regressar a Portugal, devido à incerteza sobre a autorização por parte do Conselho Superior de Magistratura (CSM) de Portugal para continuar na RAEM. O juiz está em Macau desde 1 de Setembro de 2008, e em Portugal está integrado na Secção Cível do Tribunal da Relação de Guimarães. Na semana passada, o presidente do CSM, João Cura Mariano, mostrou disponibilidade para enviar mais juízes para Macau, apesar de admitir que também faltam recursos humanos em Portugal Com a saída de Rui Ribeiro fica apenas um juiz português em Macau, Jerónimo Alberto Gonçalves Santos, que desempenha as funções de presidente de tribunal colectivo no Tribunal Judicial de Base (TJB). Jerónimo Santos está nos tribunais da RAEM desde 1 de Setembro de 2005, integrando em Portugal a secção de Propriedade Intelectual, Concorrência, Regulação e Supervisão do Tribunal da Relação de Lisboa.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeGrande Baía | Projecção de aumentos salariais de 3% em Macau No mais recente Relatório de Inquérito às Remunerações e Benefícios da Grande Baía 2025, 15,4 por cento de 39 empresas de Macau apontam para um aumento salarial na ordem dos 3 por cento para 2026. A área da tecnologia é a que paga mais a um recém-licenciado, com um salário de 19 mil patacas Já são conhecidos alguns dados do panorama salarial e benefícios concedidos a trabalhadores no contexto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau 2025, graças a um novo inquérito divulgado na sexta-feira. Segundo um comunicado oficial, Macau faz-se representar com 39 empresas inquiridas, sendo que, destas, 15,4 por cento prevê um aumento salarial de três por cento para o próximo ano. Enquanto isso, há “33 organizações que ainda não decidiram a previsão de aumento salarial”, e “nenhuma organização indicou um congelamento salarial”. As previsões para 2026 apontam para um ajuste salarial de 3,1 por cento em posições de gestão ou cargos séniores, posições de supervisão ou funcionários gerais, enquanto que os funcionários em funções operativas ou de atendimento podem receber aumentos de 3 por cento. Trata-se de números mais simpáticos face a este ano, cujas percentagens de aumento rondam os 1,3 por cento e os 2,9 por cento consoante as diversas posições profissionais. Em 2022, ano da pandemia, os ajustes salariais não foram além de 1 por cento, sendo que nas posições séniores ou de pessoal de gestão houve até uma quebra de 0,1 por cento. Entre os meses de Julho de 2024 e Junho de 2025, registou-se um aumento salarial médio de 1,6 por cento nas 39 empresas inquiridas em Macau, enquanto 24 relataram um panorama de congelamento salarial. Excluindo estas empresas que não subiram valores, “o aumento salarial médio real foi, em termos gerais, nas restantes organizações, de 3,4 por cento”. Estes dados dizem respeito ao Relatório do Inquérito sobre Remunerações e Benefícios da Grande Baía 2025, que no caso de Macau inclui empresas ligadas a seis sectores de actividade, nomedamente hotelaria e restauração, banca, seguros, finanças, cultura e entretenimento, ou ainda comércio e engenharia. O inquérito abrangeu, em Macau, um total de 54.195 funcionários. Quem paga mais? A apresentação do Inquérito decorreu na última sexta-feira na Faculdade de Administração de Empresas da Universidade de Macau (UM), tendo sido realizado por esta universidade, a Associação de Recursos Humanos da Grande Baía de Macau e diversas instituições do ensino superior da região da Grande Baía, incluindo o Centro de Estratégia e Desenvolvimento de Recursos Humanos da Faculdade de Administração da Universidade Baptista de Hong Kong, entre outras. Ainda no caso de Macau, é destacado que os licenciados na área das tecnologias de informação são aqueles com o salário mais elevado em início de carreira, na ordem das 19 mil patacas, enquanto que na província de Guangdong, para o mesmo tipo de trabalho, um recém-licenciado ganha cerca de 6 mil renminbis. Caso possua estudos mais avançados, como pós-graduação ou mestrado, o salário passa a 8,500 renminbis. Na província de Guangdong, os salários mais elevados para um recém-graduado são na área de “R&D”, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, com 6,500 renminbis. Quem tem estudos mais avançados do que a licenciatura pode chegar a um salário de 9,500 renimbis. No caso de Hong Kong, os salários para quem acaba de sair da universidade são mais elevados na área da engenharia, pagando-se uma média de 21,500 dólares de Hong Kong actualmente. O inquérito foi realizado em Junho deste ano a mais de três mil empresas da Grande Baía, sendo que entre os meses de Julho e Setembro foram recebidos 258 questionários válidos: 39 da RAEM, 141 da província de Guangdong e 78 de Hong Kong. No total, abrangem 244 mil funcionários que participaram através de um sistema de painel individualizado com recurso a inteligência artificial, intitulado “My AI Salary Consultant”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaKiang Wu | Associação recebeu 234,14 milhões de patacas A Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu recebeu quase 9 em cada 10 patacas distribuídas em apoios pelos Serviços de Saúde no terceiro trimestre. No total, foram atribuídos 270,35 milhões de patacas em subsídios A Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu recebeu 234,14 milhões de patacas em subsídios pagos pelos Serviços de Saúde, que no terceiro trimestre deste ano totalizaram 270,35 milhões de patacas. Os dados foram revelados na semana passada, e significam que por cada 10 patacas distribuídas pelos SS em apoios, praticamente nove acabam depositadas nas contas do hospital privado. Os principais apoios foram declarados como “subsídio para o serviço de internamento”, referentes a diferentes meses do ano, num total de quatro subsídios. Todos estes apoios para o serviço de internamento foram superiores a 40 milhões de patacas, com o montante mais elevado a ser alcançado em Maio, com uma tranche de 43,04 milhões de patacas. Em Março, o montante foi de 41,74 milhões de patacas, em Julho baixou para 41,36 milhões de patacas e em Abril foi de 40,21 milhões de patacas. Estas transferências representaram 166,35 milhões de patacas do total de 234,14 milhões recebidos pela instituição. O segundo maior tipo de apoios atribuídos pelos Serviços de Saúde ao Kiang Wu deveu-se ao “subsídio protocolar para financiamento das despesas médicas dos doentes do foro cardíaco”. No âmbito deste apoio, registou-se o pagamento de quatro tranches monetárias, correspondentes a quatro meses. Em Março, o financiamento das despesas médicas dos doentes do foro cardíaco atingiu o valor elevado mais alto, com um total de 12,70 milhões de patacas. Em Maio, o valor tinha sido de 9,87 milhões de patacas, enquanto em Abril foi de 7,68 milhões de patacas e em Junho de 7,48 milhões de patacas. Outros apoios de dimensão mais reduzida, envolveram o subsídio do funcionamento do Centro Hong Ling, despesas com serviços de exame para o rastreio do cancro do colo do útero, consultas externas para vacinação e subsídio das despesas de auditoria da Escola de Enfermagem de Kiang Wu do ano de 2023. Clientes habituais Quanto às associações apoiadas pelos SS, a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) recebeu 18,37 milhões de patacas, com a grande fatia dos subsídios a visar os serviços de enfermagem de reabilitação do Centro de Recuperação. Os SS atribuíram ao centro três tranches de 4,57 milhões patacas, pelo funcionamento do centro nos meses de Julho, Agosto e Setembro. Outros apoios à FAOM, visaram a “prestação de serviços de consulta externa”, cujos apoios mensais ficaram pouco acima de 1 milhão de patacas. No pódio das instituições mais apoiadas, surge também a Associação de Beneficência Tong Sin Tong, ao receber 9,48 milhões de patacas. Entre estes apoios, a maior fatia foi justificada com a “prestação de serviços de consulta externa e tratamento” nos meses de Setembro, Agosto e Julho. Em todos os períodos houve um subsídio fixo de 3,08 milhões de patacas. No entanto, registaram-se ainda outros apoios menores, com subsídios de cerca de 50 mil patacas justificados oficialmente com um “programa de selantes de fissura”. Lista de instituições A distribuição pelos SS dos 270,35 milhões de patacas abrangeu 12 instituições locais. Na lista, é possível encontrar outras associações como a Santa Casa da Misericórdia de Macau, que recebeu cerca de 103 mil patacas, e a Cáritas de Macau, a quem foram distribuídas 315 mil patacas. No caso destas duas instituições, os apoios deveram-se à prestação de cuidados médicos em asilos locais. Entre os nomes das instituições apoiadas surge também a Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau que recebeu 5,17 milhões de patacas, para apoiar o centro de recuperação a prestação de consultas externas ou o rastreio do cancro. Esta associação recebeu também um subsídio de 160 patacas, o mais baixo dos atribuídos, relacionado com testes de despistagem do vírus do HIV.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaWaldo e Emperor | Governo coordena mudanças de 182 trabalhadores Os casinos-satélite Waldo e Emperor Palace, ligados à Galaxy e Sociedade de Jogos de Macau, respectivamente, encerram esta semana o que vai obrigar a mudanças nas mesas de jogo e nas funções de 182 trabalhadores. A Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos diz estar a coordenar a situação com as operadoras Os casinos Waldo e Emperor Palace fecham definitivamente portas esta semana. No caso do Waldo, ligado ao grupo Galaxy, o fecho está marcado para sexta-feira, 31, às 23h59, enquanto que o casino Emperor, ligado à Sociedade de Jogos de Macau (SJM), o encerramento acontece na quinta-feira, 30. O fecho destes dois espaços de jogo ocorre no contexto do fim dos casinos-satélite até ao final do ano, 31 de Dezembro. Em comunicado, a Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) promete “supervisionar de forma rigorosa os procedimentos de encerramento dos referidos casinos, de forma a assegurar que decorram de forma estável e ordenada e que todos os procedimentos legais estejam a ser devidamente cumpridos”. Em causa, estão mudanças nas mesas de jogo e nas funções de 182 trabalhadores, 71 do casino Emperor Palace e 111 do Waldo. Em comunicado, a Galaxy determinou que as mesas de jogo do Waldo “serão realocadas para outros casinos” sob operação do grupo, estando “empenhada em salvaguardar o emprego local”. Em termos concretos, “os membros que actualmente trabalham no Waldo Casino serão transferidos para outros casinos ou funções não relacionadas com o jogo, com base nas necessidades operacionais, mantendo-se inalterados todos os termos contratuais de emprego”. A Galaxy promete ainda disponibilizar a estes trabalhadores “uma série de programas de formação profissional para apoiar a sua transição para novos ambientes de trabalho e garantir a continuidade da estabilidade profissional”. Já no que diz respeito ao Emperor Palace, fica também a mesma promessa da “protecção do emprego local”. Todos os funcionários “permanecerão empregados, sendo transferidos para outros casinos da empresa para desempenhar funções relacionadas com jogos, de acordo com as necessidades operacionais”, destaca a SJM numa nota. No caso dos residentes que trabalham para o Emperor e que não são directamente contratados pela SJM Resorts, “serão convidados a candidatar-se a vagas relacionadas dentro do grupo, com prioridade na contratação em circunstâncias iguais, e receberão o apoio necessário, dependendo da situação real, para facilitar uma transição suave”, é referido. A DICJ promete, com conjugação com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, “assegurar o cumprimento rigoroso dos compromissos assumidos pela SJM e Galaxy, no que respeita à recolocação dos mesmos trabalhadores, bem como às garantias efectivas quanto à remuneração, regalias e condições de trabalho”. Dinheiro por traçar No que diz respeito ao resgate de fichas de jogo, a partir do dia 1 de Novembro, sábado, “as fichas válidas com o logótipo Galaxy Waldo poderão ser resgatadas nos balcões designados no Galaxy Macau Casino ou no StarWorld Casino”. No caso do casino Emperor Palace, a SJM descreve que todas as máquinas e mesas de jogo “serão transferidas para outros casinos da empresa, a fim de continuar a servir os nossos estimados clientes”, enquanto que “os clientes que possuírem fichas, depósitos ou descontos em dinheiro acumulados no casino Emperor Palace, e que não tenham sido resgatados após o seu encerramento, poderão visitar outros casinos operados pela SJM Resorts a partir de 31 de Outubro para acordos de acompanhamento”, pode ler-se. Sobre este aspecto, a DICJ promete “designar funcionários para fiscalizar, ‘in loco’, o processo formal de encerramento, assegurando a conformidade dos procedimentos no que respeita ao tratamento adequado dos numerários e fichas de jogo guardados na tesouraria”, entre outras matérias.
Hoje Macau Manchete SociedadeTurismo | Melhor Setembro de sempre desde que há registos Apesar do registo do mês passado, quando são considerados os nove meses do ano, o número de visitantes ainda está abaixo do que aconteceu entre Janeiro e Setembro de 2019, antes da pandemia Macau recebeu quase 2,8 milhões de visitantes em Setembro, mais 9,8 por cento do que no mesmo período de 2024 e o valor mais elevado de sempre para este mês, foi sexta-feira anunciado. O número de turistas que passou pelo território foi o mais elevado para qualquer mês de Setembro desde que a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC) começou a compilar dados mensais, em 1998, ainda durante a administração portuguesa. No entanto, mais de 56 por cento dos visitantes (1,56 milhões) chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia na RAEM. Em 2024, o Governo Central divulgou uma série de medidas de apoio a Macau, como o aumento do limite de isenção fiscal de bens para uso pessoal adquiridos por visitantes da China. Ao mesmo tempo, as autoridades chinesas alargaram a mais 10 cidades da China a lista de locais com “vistos individuais” para visitar Hong Kong e Macau. Além disso, desde 1 de Janeiro que os residentes da vizinha cidade de Zhuhai podem visitar Macau uma vez por semana e ficar até sete dias. Em resultado, a esmagadora maioria (90,6 por cento) dos turistas que chegaram a Macau em Setembro vieram da China continental ou Hong Kong, enquanto menos de 260.400 foram visitantes internacionais. A cidade recebeu no total quase 29,7 milhões de visitantes nos primeiros dez meses, mais 14,5 por cento do que no mesmo período de 2024 e o segundo valor mais elevado de sempre para um arranque de ano. Números excepcionais De acordo com dados oficiais, o número de turistas que passou por Macau só foi superado entre Janeiro e Setembro de 2019 – antes da pandemia de covid-19 -, período em que registou mais de 30,2 milhões de visitantes. Em 17 de Janeiro, a directora dos Serviços de Turismo de Macau disse esperar entre 38 e 39 milhões de visitantes este ano. Em Agosto, Maria Helena de Senna Fernandes apontou como meta mais de três milhões de visitantes internacionais em 2025. Nos primeiros nove meses do ano, Macau recebeu quase 1,9 milhões de turistas vindos do estrangeiro, mais 12,4 por cento do que no mesmo período de 2024. Cidadãos da Arábia Saudita, Qatar, Kuwait, Barém e Omã passaram a estar dispensados de visto para entrar na cidade a partir de 16 de Julho. Apesar do aumento no número de turistas, o consumo médio de cada visitante em Macau, excluindo nos casinos, caiu 12,3 por cento no segundo trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2024. No início de Maio, a DSEC apontou a “alteração do padrão de consumo dos visitantes” como uma das principais razões para a queda de 1,3 por cento da economia de Macau entre Janeiro e Março. Foi a primeira vez que o Produto Interno Bruto do território encolheu, em termos homólogos, desde o final de 2022, quando a região começou a levantar as restrições devido à pandemia de covid-19. Macau recebeu no ano passado 34,9 milhões de visitantes, mais 23,8 por cento do que no ano anterior, mas ainda longe do recorde, 39,4 milhões, fixado em 2019, antes da pandemia.
Hoje Macau Manchete SociedadeInquérito | Jovens defendem aposta no Metro Ligeiro Um inquérito realizado pela Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau, junto de 647 jovens, mostra que 70,5 por cento considera que este meio de transporte deve continuar a ser desenvolvido. Os resultados do estudo vão ser apresentados esta manhã, mas a associação divulgou já algumas das conclusões. Além disso, 75,6 por cento dos inquiridos mostrou apoiar a construção da Linha Leste, que já está a ser desenvolvida, e vai fazer a ligação entre as Portas do Cerco e o Pac On, atravessando a Zona A dos Novos Aterros de Macau. No entanto, os resultados apresentados mostram que a maior parte dos jovens utiliza com muito pouca preferência o metro, que actualmente apenas faz as ligações de Seac Pai Van e da Ilha da Montanha, através da Taipa, com a Estação da Barra, na Península de Macau. Ainda assim, no último ano, 58,7 por cento afirmou ter feito pelo menos uma viagem de metro.
Hoje Macau Manchete SociedadeEconomia | Alimentos, rendas e hipotecas cada vez mais caros A inflação acelerou em Setembro pelo terceiro mês consecutivo, com aumentos em vários bens e serviços de primeira necessidade que se estendem aos combustíveis e à educação A inflação acelerou em Setembro, pelo terceiro mês consecutivo, ao mesmo tempo que o índice de preços no consumidor (IPC) voltou a cair no Interior, foi anunciado na sexta-feira. O índice em Macau subiu 0,47 por cento em Setembro, em termos homólogos, mais 0,2 pontos percentuais do que o registado em Agosto (0,27 por cento), e o valor mais elevado desde Janeiro (0,57 por cento), segundo dados oficiais. De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, a aceleração da inflação deveu-se sobretudo aos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (mais 0,56 por cento). Já o custo das refeições adquiridas fora de casa, subiu 1,56 por cento. Os gastos com rendas ou hipotecas de apartamentos cresceram 0,85 por cento e 0,63 por cento, respectivamente, após a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) ter aprovado, em 18 de Setembro, a primeira descida da taxa de juros desde o final de 2024. A Assembleia Legislativa do território aprovou, em Abril de 2024, o fim de vários impostos sobre a aquisição de habitações, para “aumentar a liquidez” no mercado imobiliário, defendeu na altura o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. Com a recuperação no número de visitantes, a região registou uma subida de 20,2 por cento no preço da joalharia, ourivesaria e relógios, produtos populares entre os turistas da China continental. Viagens mais caras Também o custo das excursões e hotéis para viagens ao exterior de residentes de Macau aumentou 7,94 por cento, enquanto os gastos com educação e combustíveis para veículos subiram 1,67 por cento e 2,21 por cento, respectivamente. Na China continental, de longe o maior parceiro comercial de Macau, o IPC voltou a cair 0,3 porcento em Setembro, em termos homólogos, o segundo mês consecutivo de deflação (queda anual nos preços no consumidor) e o sexto nos nove meses do ano. A deflação reflecte debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravosa, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. O valor registado em Setembro surpreendeu os analistas, que previam uma contracção menor dos preços, a rondar 0,1 por cento. A segunda maior economia mundial continua sob pressão deflacionista, devido à combinação entre a fraca procura interna e o excesso de capacidade industrial, agravada pela guerra comercial com os Estados Unidos, que tem dificultado o escoamento de inventários acumulados pelas empresas. Em Hong Kong, a inflação manteve-se inalterada, em 1,1 por cento, em Setembro.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | Mulher suspeita de roubar estátuas em templos Uma residente é suspeita de ter entrado em quatro templos na Taipa e em Coloane e levado pelo menos três estátuas do deus Tou Tei. O Instituto Cultural apela às pessoas para respeitarem os lugares e objectos de culto Uma residente local foi detida e está indiciada pelo roubo de pelo menos três estátuas de Tou Tei em templos na Taipa e em Coloane. O caso foi divulgado na sexta-feira pela Polícia Judiciária (PJ) e, além das estátuas roubadas, na habitação da mulher com 38 anos foram encontradas outras 50 estátuas. As autoridades foram alertadas para o caso após terem recebido queixas sobre o desaparecimento de nove estátuas de Tou Tei em quatro tempos na Taipa e Coloane, com os valores dos objectos de cultural a variarem entre centenas de patacas e as 3 mil patacas. O deus “To Tei Kong”, também conhecido como “Foc Tac Cheng San” ou “Tai Pak Kong” é uma das figuras de culto mais populares entre a comunidade chinesa e é visto como protector de alguns aspectos como a vida, a saúde e a riqueza. Na sequência das investigações, as autoridades apuraram que a mulher, desempregada, conduziu para os templos em causa, entre os dias 21 e 23 de Outubro, tendo sido vista a entrar e sair dos lugares de culto. Quando foi abordada pelas autoridades, optou por manter-se em silêncio, mas as buscas a sua casa e ao carro levaram a que fossem encontradas três estátuas, que correspondem à descrição dos objectos de culto desaparecidos. No entanto, as autoridades foram surpreendidas com a descoberta de outras 50 estátuas, igualmente ligadas a objectos de culto. A PJ não conseguiu apurar a proveniência das estátuas, mas não afastou a hipótese de terem sido igualmente roubadas. Por isso, foi deixado um alerta aos templos locais para verificarem se têm objectos em falta. IC mostra preocupação Após o caso ter sido tornado público, o Instituto Cultural (IC) emitiu um comunicado a manifestar a “elevada preocupação” e a apelar “ao público para que valorize e respeite a cultura e as tradições religiosas em Macau, abstendo-se de práticas susceptíveis de causar danos ao valor dos bens culturais, evitando, assim, infringir a lei”. “Os templos com os respectivos costumes e crenças constituem um património cultural importante para Macau, sendo que as estátuas, as placas horizontais com inscrições e demais componentes fazem parte integrante desse património”, foi acrescentado. O IC defendeu ainda que “tem vindo a realizar inspecções regulares em diversos templos locais, mantendo uma comunicação directa e constante” com os responsáveis dos templos sobre “o estado de conservação das edificações e dos objectos”, havendo inclusive um registo. O organismo liderado por Deland Leong Wai Man apontou ainda que as pessoas não devem retirar “quaisquer objectos ou componentes importantes por iniciativa própria” dos templos e igrejas, porque arriscam-se a serem acusados de cometer crimes.
Hoje Macau Manchete PolíticaSalários | Proposto aumento de uma pataca por hora Em cima da mesa, estava a discussão de um aumento do salário mínimo entre uma e três patacas por hora. O Executivo liderado por Sam Hou Fai optou pelo montante mais reduzido. A decisão foi justificada com “o equilíbrio de um conjunto de factores” Após a discussão do Conselho Executivo, o Governo propõe um aumento de uma pataca por hora do salário mínimo. Em cima da mesa, estava a possibilidade de aumentar entre uma e três patacas, e os governantes optaram pelo crescimento mais reduzido. A proposta foi revelada na sexta-feira, através de uma conferência de imprensa do Conselho Executivo, que tem como novo porta-voz Wong Sio Chak, agora secretário para a Administração e Justiça. De acordo com a proposta, o salário por hora vai subir das 34 patacas para 35 patacas, o que representa um crescimento de 2,9 por cento. No que diz respeito ao cálculo diário, Conselho Executivo apresentou o aumento como um crescimento de 272 patacas para 280 patacas, tendo em conta oito horas de trabalho. Em termos semanais, o actual salário de 1.632 patacas vai aumentar para 1.680 patacas, enquanto a nível mensal o crescimento é de 7.072 patacas para 7.280 patacas. Segundo o Executivo, a proposta teve por base “o equilíbrio de um conjunto de factores, designadamente o ambiente de negócios dos empregadores, a garantia dos direitos e interesses dos trabalhadores e a capacidade de aceitação dos consumidores”. As estimativas oficiais apontam para que o aumento vá abranger “cerca de 18.200 pessoas”, o que significa 4,4 por cento do total dos trabalhadores, excluindo os trabalhadores domésticos. Exclusão defendida Na conferência de imprensa, o Governo de Sam Hou Fai defendeu também a necessidade de os trabalhadores domésticos terem um ordenado abaixo do salário mínimo. A posição mostra que Sam não vai alterar esta política, mantendo as opções de Ho Iat Seng. A posição foi explicada pelo director dos Serviços para os Assuntos do Trabalho (DSAL), Chan Un Tong: “Quando a lei foi estabelecida, a principal premissa foi a ‘natureza única’ do trabalho doméstico e a necessidade de o trabalhador se ‘integrar’ na vida familiar do empregador”, justificou Chan Un Tong. “No entanto, mesmo que esta legislação não se lhes aplique, isso não significa que os seus direitos não estejam protegidos”, defendeu. Actualmente, a DSAL permite a contratação de trabalhadores não-residentes como trabalhadores domésticos, desde que haja um ordenado mínimo de 3.200 patacas. No entanto, Chan apontou que o salário mediano ronda as 3.800 patacas. Face a este valor, o director da DSAL considerou que a prática mostra que mesmo para estes trabalhadores “existem mecanismos que garantem uma remuneração razoável”. JSF / Lusa
Hoje Macau Manchete SociedadeCrime | Mulher extorquiu 200 mil patacas a homem surdo mudo Uma residente foi detida depois de alegadamente ter extorquido a um homem surdo e mudo mais de 200 mil patacas. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária (PJ), que apresentou a residente local como prostituta. Segundo o relato da PJ, citado pelo jornal Ou Mun, o homem mantinha um relacionamento com a prostituta há mais de 10 anos, ao ponto de ela saber onde ele morava. No entanto, desde o final do ano passado, que a mulher começou a visitar a casa do homem para lhe exigir dinheiro que ele recebia em apoio sociais. Com ameaças de violência, a vítima aceitou pagar todos os meses quantias de valor variável, entre 5 mil patacas e 10 mil patacas. O caso foi descoberto quando uma assistente social ajudou o homem a abrir uma conta bancária e verificou que havia levantamentos de dinheiro sem qualquer explicação. A assistente confrontou o homem com os levantamentos, e este contou que estava a ser alvo de extorsão, pelo que acabou por apresentar queixa na PJ. A mulher acabou detida na quarta-feira, quando regressou a Macau, vinda do Interior, através das Portas do Cerco. Interrogada pelas autoridades, confessou o crime e indicou que precisava do dinheiro para pagar dívidas de jogo. A detida tem cerca de 50 anos e afirmou estar desempregada, apesar de ter sido apresentada pelas autoridades como prostituta. O caso foi encaminhado para o Ministério Público e a mulher está indiciada do crime de extorsão, que implica uma pena de 2 a 8 anos de prisão.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeHengqin | Morador queixa-se da qualidade das habitações Infiltrações e janelas de má qualidade. Estes são alguns dos problemas apontados por um dos moradores do Novo Bairro de Macau na ilha de Hengqin sobre as casas do complexo residencial. Ao participar no programa matinal Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, o homem, de apelido Sou, diz que já houve queixas e espera melhorias Um morador do Novo Bairro de Macau na ilha de Hengqin queixou-se ontem da má qualidade das casas, ao participar no programa matinal Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. O homem, de apelido Sou, afirmou que reside no complexo habitacional há cerca de um ano e já encontrou alguns problemas na construção recente, sendo que outros proprietários também se queixam da má qualidade de algumas infra-estruturas. “A qualidade das janelas nos quartos é muito má, e temos proprietários a partilhar fotografias em grupos de chat em que se vê infilitrações em casa através das janelas. Eu próprio já resolvi esse problema, tendo pedido a uma empresa para mudar as janelas”, confessou Sou no programa. O cidadão afirmou também que outros proprietários se queixam, nos referidos grupos de conversação, de casos ainda mais graves, como janelas das casas de banho que também causam infiltrações nos apartamentos ou que já apresentam ferrugem. Sou disse que apesar dos donos das casas irem fazendo a manutenção, retirando a ferrugem, ela volta a aparecer. Há também problemas com os sistemas de ar condicionado. “A estrutura exterior do ar condicionado da sala de estar está colocada num suporte colocado na varanda da cozinha, no andar de cima. Este design não é razoável e foi feito apenas para se poupar nos materiais”, acusou. Queixas e mais queixas São ainda poucos os residentes no Novo Bairro de Macau, mas a verdade é que já foram apresentadas queixas por parte deste grupo de proprietários, onde se inclui o próprio ouvinte do programa Fórum Macau. Porém, segundo o seu relato à rádio, o Departamento Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural de Zhuhai, responsável por este complexo habitacional, respondeu que é necessária uma coordenação com o condomínio para alterar o sistema de instalação do ar condicionado. O ouvinte explicou que não foram ainda criados condomínios no Novo Bairro de Macau porque só foram vendidos 1.500 apartamentos até à data, sendo que a proporção não é muito elevada para a constituição de um condomínio. De acordo com o relatório anual de 2024 da Macau Renovação Urbana, empresa responsável pela construção do Novo Bairro, até 31 de Dezembro tinham sido vendidas 1.388 fracções e residiam no local 2.500 residentes. O projecto foi construído com cerca de 4.000 habitações. Em Setembro, iniciou-se o processo de venda de casas para uma das torres do Novo Bairro.
João Santos Filipe Manchete PolíticaTDM | Inês Chan deixa empresa ao fim de três meses Depois de cinco anos como directora do Gabinete de Comunicação Social, Inês Chan assumiu o cargo de administradora na TDM. Passados três meses, o mandato chegou agora ao fim. Vários administradores da TDM têm os mandatos expirados desde o final de Agosto Cerca de três meses após ter assumido as funções de membro do Conselho de Administração da TDM – Teledifusão de Macau, Inês Chan Lou deixou a empresa. De acordo com o apurado pelo HM, a saída deve-se ao facto de a funcionária pública ter optado por se reformar. Nomeada em Julho deste ano para a TDM, depois sair do Gabinete de Comunicação Social (GCS), onde era directora e onde ainda não tem substituto, Inês Chan deixou agora de constar como administradora da empresa no portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP). Este é o portal que divulga as informações sobre as empresas com capitais da RAEM. Anteriormente, Inês surgia na lista com as remunerações dos membros dos órgãos nomeados pelo Chefe do Executivo, com um salário de 1,36 milhões de patacas por ano, o segundo mais elevado da empresa, apenas atrás de Lo Song Man, vice-presidente da empresa que tem um salário de 1,40 milhões de patacas. Inês Chan tinha contrato até Agosto de 2026. No entanto, esta não foi a única alteração, o nome de Inês Chan Lou deixou igualmente de estar presente no portal da TDM, na zona dedicada aos contactos dos administradores que integravam a Comissão Executiva. O HM contactou Lo Song Man para obter esclarecimentos sobre a saída de Chan, mas até ao fecho da edição não recebeu uma resposta ao email enviado. O Gabinete de Comunicação Social também foi contactado, uma vez que Inês Chan tinha sido nomeada por Chefe do Executivo, para perceber os contornos de uma saída que acontece cerca de três meses após a nomeação, mas também não recebeu uma resposta antes da hora do fecho. Por renovar Em relação às nomeações para a TDM – Teledifusão de Macau, o portal da DSSGAP mostra que os mandatos de vários membros do Conselho de Administração chegaram ao fim em Agosto deste ano. Os mandatos do presidente, António José de Freitas, vice-presidente, Lo Song Man, e dos administradores Cristina Ho Hoi Leng, Vong Hin Fai, Ma Kam Keong, Un Weng Kuai, Vong Vai Hung e Cheang Kong Pou expiraram no final de Agosto. No entanto, os membros do Conselho de Administração podem continuar a exercer funções, porque de acordo com os estatutos da empresa quando não há uma nova nomeação, ou os administradores podem optar por manter-se no cargo. Além de administradores, Lo Song Man, Ma Kam Keong, Un Weng Kuai, Vong Vai Hung e Cheang Kong Pou são igualmente membros da Comissão Executiva. O HM questionou o Gabinete de Comunicação Social sobre as razões que fizeram com que o Chefe do Executivo ainda não tivesse renovado os mandatos dos membros, ou nomeados novos membros, mas até á hora do fecho também não recebeu uma resposta.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | Deputados indirectos dominam Comissão de Regimento e Mandatos A proposta de deliberação para distribuir os deputados pelas diferentes comissões da Assembleia Legislativa foi divulgada ontem. Entre os sete deputados propostos para a comissão responsável pelas regras do hemiciclo, quatro são eleitos pela via indirecta Os deputados eleitos pela via indirecta estão em maioria entre os nomes da lista sugerida para a Comissão de Regimento e Mandatos, divulgada ontem no portal da Assembleia Legislativa. A proposta de deliberação vai ser votada na terça-feira pelo Plenário do hemiciclo. José Chui Sai Peng, Iau Teng Pio, Leong On Kei e Ip Sio Kei são os deputados eleitos pela via indirecta sugeridos para a comissão que tem o poder de propor as alterações às regras do hemiciclo. Entre os sete, constam ainda dois deputados eleitos pela via directa, Wong Kit Cheng e Song Pek Kei, e um deputado nomeado, Lei Wun Kong. Este último legislador, advogado de profissão, é o único membro da comissão sem experiência parlamentar. Embora com uma actividade mais reduzida, a Comissão de Regimento e Mandatos assume especial importância por ter o poder para sugerir as alterações às regras de funcionamento da Assembleia Legislativa. No entanto, o deputado mais votado no sufrágio directo, José Pereira Coutinho, é deixado de fora da proposta. Também nenhum membro da sua lista é incluído. Os lugares de deputados directos são assim atribuídos às associações de Fujian e das Mulheres. À imagem das Legislaturas anteriores, a oitava Legislatura Assembleia Legislativa vai manter três comissões de acompanhamento. Para a Comissão para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas está proposta uma constituição com 10 deputados: Ella Lei Cheng I, Joey Lao Chi Ngai, José Chui Sai Peng, Lam Fai Iam, Lei Wun Kong, Che Sai Wang, Wong Chon Kit, Kevin Ho King Lun, Wong Kit Cheng e Nick Lei Leong Wong. A Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas deverá ter 10 deputados: Song Pek Kei, Ngan Iek Hang, Vou Hou Piu, Kou Ngon Seng, Lee Koi Ian, Chao Ka Chon, Chan Hao Weng, Wong Ka Lon, Ip Sio Kai e Lam Lon Wai. A Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública terá 11 membros: Ma Chi Seng, Kou Kam Fai, Si Ka Lon, Leong On Kei, José Pereira Coutinho, Leong Pou U, Iau Teng Pio, Chan La Kei, Loi I Weng, Leong Sun Iok e Leong Hong Sai. Novas presidências Em relação às comissões permanentes, a proposta divulgada no portal da Assembleia Legislativa permite saber que, pelo menos, em duas comissões haverá mudança de presidente. A escolha é feita na primeira reunião das respectivas comissões. Após a longa presidência do ex-deputado Chan Chak Mo, a 2.ª Comissão apresenta uma constituição diferente. Ip Sio Kai, Lam Lon Wai, Vong Hou Piu, Kou Ngon Seng, Lee Koi Ian, Chao Ka Chon, Chan Hao Weng, Wong Ka Lon, Song Pek Kei e Ngan Iek Hang são os deputados propostos para este grupo. A 3.ª Comissão também vai mudar, dado que Vong Hin Fai não surge entre os nomes propostos. Este grupo de deputados vai assim incluir: Leong Sun Iok, Leong Hong Sai, Si Ka Lon, Leong On Kei, José Pereira Coutinho, Leong Pou U, Iau Teng Pio, Chan Lai Kei, Loi I Weng, Ma Chi Seng e Kou Kam Fai. Finalmente, a 1.ª Comissão tem como nomes propostos: Wong Kit Cheng, Nick Lei Leong Wong, José Chui Sai Peng, Lam Fat Iam, Lei Wun Kong, Che Sai Wang, Wong Chon Kit, Kevin Ho King Lun, Ella Lei Cheng I e Joey Lai Chi Ngai.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP | Mercedes continua consciente do valor de Macau A ausência da Mercedes-AMG da lista de inscritos da Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA é provavelmente a maior desilusão da 72.ª edição do Grande Prémio de Macau. O construtor germânico, que venceu pela primeira vez em Macau em 1956, citou os novos sensores de binário como razão para a sua ausência, mas há indícios de que outros factores também pesaram na decisão Pela primeira vez desde a criação da Taça do Mundo de GT da FIA em 2015, a Mercedes-AMG não estará representada na prova. A razão, oficialmente, é a alteração no regulamento técnico, com a imposição dos sensores de binário, uma exigência que a Mercedes-AMG e as suas equipas clientes afirmam não terem conseguido preparar adequadamente para competirem de forma competitiva. Pelo menos, as equipas de Hong Kong, GruppeM Racing e Craft-Bamboo Racing, tinham intenções de regressar à prova da RAEM este ano. “Esta decisão foi tomada em conjunto com as nossas equipas”, explicou Stefan Wendl, responsável pela Mercedes-AMG Customer Racing, numa declaração partilhada com a imprensa. “Os custos técnicos e orçamentais adicionais associados aos sensores de binário recentemente introduzidos são, infelizmente, inacessíveis para nós. Juntamente com as equipas que normalmente competem em Macau, avaliámos cuidadosamente todas as opções disponíveis. No final, chegámos à conclusão de que, dadas as condições actuais, não seria possível garantir um nível de preparação suficiente para assegurar um pacote global competitivo.” Nenhuma das duas equipas sediadas em Hong Kong tem qualquer experiência com sensores de binário, a Mercedes-AMG sabia desde Março que teria que resolver este problema se quisesse regressar ao Circuito da Guia. Contudo, não terá feito nada nesse sentido. Por outro lado, a equipa da Mercedes-AMG que este ano compete no Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC), a Iron Lynx, enfrentou dificuldades quando os sensores MagCanica não se integraram correctamente com o software ECU da Magneti Marelli. Mas esta não é toda a história, Outros “obstáculos” A Mercedes-AMG encontra-se numa fase de transição, afastando-se da sua antiga parceira de longa data, a HWA, para estabelecer a sua própria divisão de competição interna, chamada Affalterbach Racing GmbH. Contudo, nesta fase de transição, a marca continua a recorrer a engenheiros da HWA, apesar de muitos quadros desta empresa já terem passado para a nova estrutura oficial da marca, e ao apoio na venda de material aos clientes da mesma, o que é vista por muitos como uma situação desconfortável. Por outro lado, o Mercedes-AMG GT3 está a chegar ao fim de vida, estando a marca de Estugarda a desenvolver outro carro para a categoria, cujos detalhes permanecem em segredo, com base no Concept AMG GT Track Sport, e cuja chegada ao mercado se prevê para 2027. Apesar da Mercedes-AMG continuar a investir energia, dinheiro e recursos nos seus projectos na categoria GT3 nesta fase de transição, a realidade é que a aposta da marca está no futuro e não no presente. O elevado custo da introdução destes sensores de binário, sem garantias de fiabilidade, teria obrigado a Mercedes-AMG Customer Racing a grandes compromissos numa fase em que tem obstáculos internos para ultrapassar. Regresso garantido Esta ausência da marca germânica marca o fim de uma série de vitórias dos Mercedes-AMG GT3. Nas ruas de Macau, o carro que já vai na sua segunda evolução, após o seu lançamento em 2015, conquistou cinco vitórias na Taça do Mundo, em sete possíveis, sendo a mais recente em 2024 com o alemão Maro Engel. Nos anos de pandemia, de 2020 a 2022, em que a FIA não realizou a Taça do Mundo, a marca da estrela de três pontas venceu todas as três edições da Taça GT Macau. Por isso, não é surpresa que “a Taça do Mundo de GT da FIA continua a ser um evento atractivo para a Mercedes-AMG, tanto do ponto de vista desportivo como estratégico, e olhamos para trás e vemos uma longa e bem-sucedida história em Macau”, esclareceu Stefan Wendl, aproveitando para desejar “a todos os participantes em Macau um fim‑de‑semana de corridas emocionante e bem-sucedido”. Apesar da ausência da Mercedes-AMG, a lista de inscritos da Taça do Mundo de GT da FIA, que decorrerá de 13 a 16 de Novembro, contará com dezasseis carros de seis gigantes da indústria automóvel: Audi, BMW, Ferrari, Lamborghini, McLaren e Porsche.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | Setembro com mais transacções e ligeira valorização No mês passado, registaram-se um total de 247 transacções de habitação, um crescimento de 28 por cento face ao ano transacto. Em Macau e na Taipa o preço do metro quadrado apresenta uma valorização, ao contrário do que acontece em Coloane Em Setembro, o número de compra e venda de habitação apresentou um crescimento anual de 28,0 por cento, de acordo com os dados mais recentes divulgados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). No mês passado, registaram-se 247 transacções, quando em Setembro de 2024 se contabilizaram 193 transacções, uma diferença de 54 movimentos. O mercado mais activo foi o da Península de Macau com 185 transacções, mais 66 do que no ano passado, o que representou um crescimento de 55,5 por cento. Na Taipa, foram registadas 52 vendas de habitação, mais 13 do que no ano passado, quando fse registadas 39. Finalmente, em Coloane foram registaram 10 transacções, uma redução de 25 vendas em relação ao período homólogo. Em Agosto de 2024, o registo de transacções de habitação em Coloane foi anormalmente alto para a média habitual. Em termos dos preços da habitação, o mês de Setembro ficou marcado por uma redução no metro quadrado, em relação ao mesmo mês de 2024, de 80.384 patacas para 75.655 patacas. Esta foi uma diferença anual de 4.729 patacas ou 5,9 por cento. A redução média resultou do mercado de Coloane, com o preço médio do metro quadrado a cair de 121.190 patacas para 72.180 patacas, uma diferença de 40,4 por cento por cento. No entanto, na Península e na Taipa os preços apresentaram um aumento. Em Macau, o metro quadrado valorizou no espaço de um ano de 68.187 patacas para 74.127 patacas. Na Taipa, o aumento foi de 70.242 patacas para 80.454 patacas, uma valorização anual de 14,5 por cento. Mais baratas Quando a comparação é feita entre Agosto e Setembro, o número de transacções apresentou um aumento de 12 movimentos, dado que em Agosto tinham sido registadas 235 transacções, uma diferença de 5,1 por cento. A comparação mensal mostra que a Taipa e Coloane apresentaram aumento das transacções, enquanto na Península de Macau houve uma redução. Na Taipa, o número de compras e vendas aumentaram de 37 transacções para 52 transacções, enquanto em Coloane houve um aumento de 6 para 10 transacções. Na Península a redução foi de 185 transacções para 192 transacções. Em termos da variação mensal do preço, Setembro apresentou uma desvalorização do preço médio do metro quadrado de 5,9 por cento, dado que em Agosto o valor registado era de 80.370 patacas por metro quadrado, uma diferença de 4.715 patacas. Em Agosto, na Península de Macau o preço médio do metro quadrado era de 82.976 patacas, na Taipa 71.897 patacas e em Coloane 80.370 patacas por metro quadrado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDSSCU | Condenada instalação de gaiolas metálicas Em reacção a vários anúncios online a oferecer serviços de instalação das gaiolas, os Serviços de Solos e Construção Urbana emitiram um comunicado a alertar que se tratam de obras ilegais que devem ser evitadas A Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) alerta a população para não recorrer à instalação de gaiolas metálicas, por constituírem uma prática ilegal. O alerta foi deixado ontem, através de um comunicado, na sequência de anúncios publicitários o oferecer o serviço. De acordo com a DSSCU “nos últimos dias, têm sido divulgados, em diversas redes sociais e plataformas audiovisuais online anúncios publicitários que promovem a prestação de serviços de instalação de gaiolas metálicas” considerados “actos manifestamente ilegais”. Por este motivo a DSSCU “manifesta a sua elevada preocupação e repúdio por tais práticas, reiterando que o Governo tem vindo a combater de forma contínua as obras ilegais, incluindo as gaiolas metálicas”. A nota de imprensa do organismo liderado por Lai Weng Leong promete também combater de forma prioritária as obras ilegais de instalação de gaiolas, renovações ilegais, construções em estado ruína, assim como as obras ilegais em edifícios com licença de utilização. “A DSSCU apela aos cidadãos para não incorrerem em infracções legais e para se absterem de recorrer a tais serviços de instalação de gaiolas metálicas”, foi pedido. Ao mesmo tempo, a DSSCU mostra-se preocupada com a “proliferação, em diversas plataformas audiovisuais e redes sociais online, de anúncios que, através de vídeos curtos, promovem activamente a prestação de serviços de instalação de gaiolas metálicas, com o objectivo de angariar clientes e induzir os cidadãos à realização de obras ilegais, colocando em risco a segurança pública”. O organismo pede assim aos cidadãos para contribuírem activamente na eliminação das construções ilegais de forma a auxiliarem na garantia da segurança pública. Multas de 240 mil patacas Em relação à punição para a instalação de gaiolas metálicas, a DSSCU avisa que pode levar a multas de 240 mil patacas, e que houve pelo menos um caso anterior em que uma multa com este valor foi aplicada. “Entre os casos tratados pela DSSCU nos últimos anos, merecem especial atenção as obras ilegais, nomeadamente gaiolas metálicas vulgarmente designadas por ‘varandas corridas’, tendo sido aplicadas multas que atingiram os montantes de 180.000 patacas num caso e de 240.000 patacas noutro, relativo à instalação de várias gaiolas metálicas numa única fracção”, foi relatado. O Governo aponta também que vai investigar os anúncios publicitários e que caso se confirme a instalação das gaiolas em edifícios locais vai tomar as medidas legalmente exigidas. “Relativamente às obras ilegais identificadas nos anúncios publicitários supracitados, a DSSCU procederá a acções de fiscalização e investigação, caso se confirme a veracidade dos factos, será aberto processo para acompanhamento imediato”, foi apontado. No comunicado de ontem, a DSSCU indica igualmente que as últimas alterações a regime jurídico da construção urbana permitem adoptar penas adicionais aos infractores, principalmente em caso de recusa de demolição de obras ilegais, como a possibilidade de suspensão do fornecimento de água e de energia eléctrica
Hoje Macau Manchete PolíticaMIF / Portugal | Dificuldades na venda de produtos agrícolas à China João Moura, secretário de Estado da Agricultura de Portugal, fala em “muitas” dificuldades na altura de Portugal vender produtos agrícolas na China. No sentido inverso, reconhece que há muito interesse dos empresários chineses em investir no sector agrícola português O secretário de Estado da Agricultura indicou ontem, em Macau, que Portugal tem produtos de excelência e um “interesse muito significativo” no mercado chinês, embora enfrente adversidades que limitam a entrada no país asiático. “As dificuldades são muitas, e tantas vezes, ao nível das relações diplomáticas, das exportações, das importações – alguns acertos que é necessário fazer”, admitiu aos jornalistas João Moura, que se encontra em Macau em representação do Governo na 30.ª Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em inglês) e na 2.ª Exposição Económica e Comercial China–Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), que decorrem simultaneamente. Em paralelo, é organizada, pela primeira vez, a Expo Internacional Agrícola China-Países de Língua Portuguesa. Estes eventos, salientou o responsável, são “uma grande janela de oportunidades” para se limarem “algumas arestas”. “Estamos numa interpretação tantas vezes diferenciada entre mercados tão distintos como Portugal e China, em que a análise e o controlo alimentar têm as suas diferenças, têm as suas valências e, portanto, nada melhor do que conversarmos, sentarmos à mesa para tentar aqui esgrimir algumas dessas dificuldades e adversidades”, acrescentou. Portugal, referiu o secretário de Estado, tem “várias ideias” e “vários produtos com grande potencial”, nomeadamente frutos secos, carne de porco, azeite e vinho. “Temos muita oportunidade de produtos portugueses com grande aceitação na China”, adiantou. “Temos produtos com grande capacidade de exportação, com grande aceitação mundial e, portanto, o mercado da China é um mercado que tem para nós um interesse muito significativo, afirmou. Interesse sínico No sentido inverso, declarou que sentiu em Macau “um grande interesse da China” em Portugal, não apenas ao nível das exportações, mas também no que diz respeito à “internacionalização de algumas empresas” chinesas. Empresas do ramo da tecnologia, maquinaria ou equipamento na área da agricultura, referiu João Moura, sem fornecer detalhes adicionais sobre estas empresas. “Estão muito interessadas no desenvolvimento de alguns sectores da nossa agricultura e nós estamos de braços abertos para receber”, concluiu. Num discurso proferido durante a Mesa Redonda das Pequenas e Médias Empresas da China e dos Países de Língua Portuguesa, o representante português sublinhou o “papel crucial” de Macau como plataforma de ligação, notando que a posição geográfica e cultural do território o torna “um ponto de convergência entre o Oriente e o Ocidente”, facilitando comércio e investimento. “Por sua vez, Portugal possui, no contexto global, uma posição estratégica que interliga o mundo oriental e o continente americano, sem esquecer o continente africano. Estas plataformas mais ágeis e integradoras fomentam e proporcionam trocas comerciais e o crescimento de novas empresas”, disse.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaLam Lon Wai pede mais apoios depois de alerta da presidente do TUI O deputado Lam Lon Wai considerou que devem ser reforçados os apoios às famílias para que possam lidar com os problemas comportamentais e desviantes dos jovens. O deputado reagiu, assim, ao jornal Ou Mun, depois do discurso de Song Man Lei, presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), apresentado esta terça-feira na abertura do ano judiciário 2025/2026. Lam Lon Wai, recentemente reeleito e ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), salientou que o aumento da criminalidade associada a menores de idade envolve vários factores, como mudanças do foro social ou o desenvolvimento tecnológico, sendo cada vez mais fácil os jovens terem acesso a informações que possam trazer complicações ou levar a comportamentos desviantes. O também subdirector da Escola Secundária para Filhos e Irmãos dos Operários falou também do facto de a família ter pouca capacidade de supervisão do comportamento dos jovens, enquanto as escolas têm falta de educação jurídica e não existe uma grande abrangência de medidas na área da saúde mental. Lam Lon Wai entende que deve haver um reforço em todas estas áreas, sugerindo uma reforma do regime tutelar educativo dos jovens infractores, a fim de responder ao panorama actual. Esforço colectivo No discurso desta terça-feira, Song Man Lei lembrou que “pelo segundo ano consecutivo registou-se um aumento do número de processos cíveis entrados nos Juízos Cíveis do Tribunal Judicial de Base (TJB)”, sendo “cada vez mais graves os problemas de desvio de comportamento de menores e de ofensas “. “No ano judiciário transacto, os processos relativos ao regime de protecção social geral e ao regime tutelar educativo, entrados no Juízo de Família e de Menores do TJB, aumentaram de 45 e 54 para 72 e 85, respectivamente, registando aumentos de 60 e 57 por cento”, lembrou. Song Man Lei descreveu que estes dados “evidenciam a tendência ascendente de situações em que os menores se encontram em risco ou em ambientes desfavoráveis para o seu crescimento e da situação de delinquência juvenil”. Trata-se de processos “intimamente relacionadas com o ambiente familiar, e o aumento simultâneo dos números demonstra que algumas famílias apresentam disfunções em termos de educação, comunicação e apoio emocional”, onde “os pais não conseguem exercer eficazmente as suas responsabilidades parentais por estarem ocupados com o trabalho, por não possuírem conhecimentos na área da educação ou por enfrentarem pressões emocionais e económicas”.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaCCPPC | Visita a Portugal com pedido a chineses ultramarinos Iniciou-se a 14 de Outubro uma visita a Portugal do Comité de Ligação com Hong Kong, Macau, Taiwan e Chineses Ultramarinos da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Num colóquio, Liu Cigui, director do Comité, defendeu um maior trabalho dos chineses que vivem fora do país na defesa da unificação do país O Comité de Ligação com Hong Kong, Macau, Taiwan e Chineses Ultramarinos da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) está em Portugal em visita oficial, iniciada a 14 de Outubro. Segundo o jornal Ou Mun, Liu Cigui, director do referido Comité, defendeu, num colóquio, que os chineses a residir em Portugal devem defender de forma firme a unificação do país, opondo-se a todas as ideias de independência. Liu Cigui, também chefe da delegação, participou no colóquio juntamente com representantes das empresas portuguesas com capital chinês investido, da Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chinesa e dos chineses ultramarinos. O responsável disse ainda no colóquio que a união e uma ligação alargada com os chineses a residir no estrangeiro são trabalhos essenciais do Comité da CCPPC, esperando-se que estes chineses se unam para construir uma comunidade harmoniosa fora do país, promovendo o crescimento de novas gerações de chineses. Ponte cultural O director desejou ainda que os chineses ultramarinos recorram à cultura como ponte de ligação ao país, divulgando as vozes positivas da China. Liu Cigui lembrou que este ano se celebram os 20 anos de estabelecimento, entre a China e Portugal, de uma parceria estratégica abrangente, sendo que ao longo desse tempo ambos os países têm reforçado a confiança política mútua. Para Liu Cigui, há resultados profícuos dessa cooperação em várias áreas. Em relação ao futuro da relação bilateral, o responsável disse esperar que a China e Portugal continuem a manter os laços tradicionais de amizade e possam reforçar o alinhamento de estratégias de desenvolvimento, expandido a cooperação em áreas como a inovação, economia verde, oceanos e medicina, entre outras. Liu Cigui falou também sobre o papel de Macau nesta relação. Segundo noticiou o Ou Mun, este considerou que a RAEM pode ter um papel único como ponte de ligação entre os dois países, devendo aproveitar bem o mecanismo do Fórum Macau e incentivar o intercâmbio cultural, educativo, turístico e da investigação científica. Liu Cigui deixou também o desejo de que as empresas com capital chinês em Portugal e a comunidade chinesa assumam as vantagens que possuem e dêm um contributo reforçado à cooperação e amizade entre os dois países. No âmbito desta visita a Portugal, a delegação deslocou-se ainda à Quinta da Marmeleira, situada em Alenquer, um projecto de produção vinícola com investimento do empresário de Macau já falecido, Wu Zhiwei. Liu Cigui deixou elogios ao projecto e lembrou que, nos últimos anos, tem desempenhado um papel de ponte entre Macau, China e Portugal, participando de forma activa nos projectos da Grande Baía e desenvolvimento de Hengqin. Trata-se, para o responsável, de um bom exemplo de uma empresa de Macau que se integra no desenvolvimento nacional e chega ao exterior através da RAEM.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeUM / Direito | Estudo destaca “sucesso” da licenciatura bilingue Um estudo desenvolvido por três docentes da Faculdade de Direito da Universidade de Macau fala do “sucesso” da licenciatura bilingue nessa área, defendendo que pode servir como um “modelo”. Outra conclusão, é a de que quase metade dos alunos do curso conseguiu um melhor nível de português com um período de estudos em Portugal face aos que ficaram em Macau A licenciatura em Direito Chinês-Português da Universidade de Macau (UM) é tida como um caso de sucesso e um exemplo a ser tido em conta na academia local. Esta é uma das conclusões do estudo “Experiences in Bilingual Legal Education: The Case of Macau SAR’s Chinese–Portuguese Bachelor of Law” [Experiências na Educação Jurídica Bilingue: O caso da Licenciatura em Direito Chinês-Português da RAEM], da autoria dos docentes Teresa Lancry Robalo, Cheng Hang Leong e João Ilhão Moreira, da Faculdade de Direito da UM. Os autores falam do “sucesso” deste programa de licenciatura, que “combina a formação jurídica rigorosa com imersão linguística estratégica”, consistindo num “modelo para a educação jurídica bilingue”. É ainda defendido que esta licenciatura constitui “um modelo para outras jurisdições que procuram desenvolver uma educação jurídica bilingue ou multilingue, independentemente de operarem em sistemas bilingues”. O estudo analisa uma década de dados, de 2014 a 2024, e um universo de 333 estudantes. Em dez anos “o programa formou 99 estudantes bilingues, com flexibilidade que permite transferências para um curso apenas em chinês se os padrões de referência linguísticos não forem atingidos”. O facto de 99 alunos do curso terem concluído o curso “demonstra a capacidade do programa para formar profissionais do direito tanto em chinês como em português”, defendem os autores. Além disso, houve “67 estudantes considerados como não tendo alcançado proficiência bilingue suficiente”, e que passaram “para o Bacharelato em Direito em Chinês, formando-se nesse programa”, é referido. Desta forma, considera-se que, “após uma década de implementação e cinco turmas de formandos a entrar no mercado de trabalho, o programa provou que pode cumprir os objectivos ambiciosos e demonstrou que é possível uma educação jurídica bilingue eficaz, mesmo em jurisdições onde uma das línguas jurídicas não é amplamente falada pela população”, lê-se. Questão de línguas Outra conclusão do estudo, prende-se com os maiores benefícios obtidos pelos alunos que optam por estudar português em Portugal. Isto porque “48,77 por cento dos estudantes que estudaram em Portugal alcançaram a proficiência B2” em língua portuguesa, que no Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas significa um “usuário independente”, alguém capaz de compreender as ideias essenciais de um texto mais complexo, e ter diálogo com alguma espontaneidade com falantes nativos. Enquanto isso, apenas 20,83 por cento dos alunos que permaneceram em Macau atingiram esse nível de proficiência em português. O estudo destaca que “a pandemia da covid-19 interrompeu a mobilidade internacional, reduzindo drasticamente os ganhos de proficiência nas turmas afectadas”. A análise feita no estudo demonstra que a taxa de graduação mais alta “foi registada no ano inaugural do programa (2014-2015), com 96,43 por cento dos estudantes inscritos a formarem-se”. Trata-se, para os autores, de um “resultado excepcional”, que “pode ser atribuído à utilização de uma definição mais flexível de proficiência bilingue durante a implementação inicial do programa”. Pelo contrário, “a taxa de graduação mais baixa ocorreu no ano lectivo de 2019-2020, com apenas 13,64 por cento dos alunos matriculados a concluírem o programa”. O estudo descreve que “uma razão provável para este declínio são as restrições impostas durante a covid-19”. Mas há um “desafio” no meio do sucesso: o facto de “alguns licenciados apresentarem níveis variados de proficiência em português, o que prova a necessidade de um aperfeiçoamento contínuo dos métodos de ensino”, devendo pensar-se a “incorporação de novas abordagens tecnológicas, que podem ajudar a superar estes obstáculos”. Na licenciatura em Direito Chinês-Português o primeiro ano é composto por disciplinas básicas como Introdução ao Direito ou História do Direito, sendo que logo aí os alunos “iniciam uma formação linguística intensiva, com um currículo destinado a desenvolver a proficiência oral e escrita”, com foco na compreensão oral e escrita. No segundo ano, há uma concentração na aprendizagem da língua, quer em Macau ou Portugal, e nos três anos seguintes “os alunos continuam os seus estudos com uma combinação de disciplinas de Direito ministradas em ambas as línguas”, sendo que os alunos do curso bilingue “não frequentam aulas separadas, mas sim aulas dos programas de bacharelato em Direito em chinês e de bacharelato em Direito em português”. Os autores do estudo deixam várias sugestões, como a ideia de as “instituições poderem introduzir um programa bilingue adicional com custos de incremento mínimos, melhorando a sua oferta académica e atraindo um grupo mais amplo de potenciais estudantes”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJardim de Camões | Passadeira desapareceu em horas Horas depois das fotos da nova passadeira na Calçada do Botelho terem começado a circular nas redes sociais, e com vários internautas a ridicularizarem a travessia, a DSAT admitiu ter recuado na intenção original Algumas horas chegaram para que o Governo criasse e eliminasse uma passadeira temporária na ladeira da Calçada do Botelho. O caso aconteceu na segunda-feira, gerou polémica nas redes sociais, e foi suficiente para que a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) recuasse na intenção de instalar uma passadeira perto do Jardim de Camões. O caso surgiu na manhã de segunda-feira, nas redes sociais, quando começaram a surgir fotografias de trabalhadores a instalarem uma nova passadeira no topo da subida de quem circula da Calçada do Botelho, no sentido Porto Interior-Jardim de Camões. No entanto, as imagens tornaram-se virais nas redes sociais, com vários internautas a criticarem a localização da nova passadeira, por considerarem que ao ser colocada no topo de uma ladeira, para quem circula vindo do Porto Interior, coloca dificuldades extra para os condutores. Entre as críticas, houve também internautas a indicar que circulam vários autocarros naquela zona, muitas vezes totalmente cheios, pelo que seria contraproducente obrigar os condutores das viaturas a ter de parar naquele local, para ceder a passagem aos peões. Além das críticas em forma de comentário, começaram também a surgir várias imagens satíricas. Numa das publicações era possível ver a sugestão para se instalarem pórticos com portagens no local. Esta foi uma forma de criticar a recente proposta de Leong Chi Hang, conselheiro do Governo em assuntos de trânsito, que defendeu a instalação de portagens em todas as pontes do território. Houve também quem recorresse à inteligência artificial para colocar as imagens do metro a circular na Calçada do Botelho. Resposta rápida Horas depois das críticas, a passadeira foi removida do local, e a DSAT emitiu um comunicado a explicar o sucedido e a admitir que a clarificação era feita face aos vários comentários que surgiram online. De acordo com a DSAT, desde ontem que começaram as obras junto da Praça de Camões para a instalação de condutas para cabos de electricidade, telecomunicações e passagem de tubos com água. Por esse motivo, houve a necessidade de modificar temporariamente as passadeiras no local, o que fez com que fosse instalada a travessia na Calçada do Botelho. Todavia, a DSAT admitiu que após os comentários, foi realizada no local uma inspecção in loco, em coordenação com a polícia e o empreiteiro, que levou a que a passadeira fosse removida, horas depois de ser instalada. A passadeira temporária passou assim a ser colocada nas proximidades da Igreja de Santo António.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaAAM | Parca publicação de acórdãos é pouco transparente Na abertura de mais um Ano Judiciário, Vong Hin Fai, presidente da Associação dos Advogados de Macau, lamentou que haja uma “publicação parcial e limitada” de acórdãos judiciais, o que traz problemas quanto à “transparência judicial”. Quanto à advocacia, o panorama é de estabilidade O presidente da Associação de Advogados de Macau (AAM), Vong Hin Fai, alertou para a parca publicação de alguns acórdãos judiciais, o que, no seu entender, levanta questões de falta de transparência. Esta ideia foi deixada no discurso proferido em mais uma abertura do Ano Judiciário. Há, no seu entender, “uma publicação parcial e limitada a algumas instâncias, estando longe das expectativas do público em relação à transparência judicial”. O responsável dá o exemplo “das decisões do Tribunal Judicial de Base, nomeadamente aquelas decisões da primeira instância irrecorríveis, que não são publicadas de forma sistemática e regular, o que poderá levar a uma falta de uniformidade das opiniões jurídicas em diferentes casos”. Tal resulta também em “limitações à investigação e educação jurídicas devido à falta de material prático suficiente”. Publicar mais acórdãos levaria ao aumento “da transparência das decisões judiciais finais” e permitiria “uma maior revelação da justiça judicial”, além de permitir “ao público compreender melhor as consequências jurídicas para cada tipo de actos”. “Desenvolvimento estável” No que concerne à advocacia, Sam Hou Fai referiu números que dão um sinal de estabilidade: actualmente, a AAM sextuplicou o número de advogados inscritos face “aos 74 advogados inscritos em 1991”. Há, portanto, um “desenvolvimento estável”, com 449 advogados inscritos, o que, ainda assim, “representa uma diminuição de 15 advogados inscritos, cerca de 3,2 por cento, em comparação com os 464 advogados inscritos no mesmo período do ano anterior”. Há ainda 142 advogados estagiários. No seu discurso, Vong Hin Fai não deixou de salientar que “a AAM enfrenta alguns desafios”, tendo em conta o “desenvolvimento contínuo dos nossos trabalhos”, nomeadamente a falta de espaço. “O espaço actual da Associação é muito limitado e insuficiente para a instalação de salas dos tribunais arbitrais, salas de mediação, equipamentos e instalações conexos, o que dificulta o cumprimento das suas funções atribuídas”. O dirigente destacou ainda a existência de mais 602 processos pendentes em relação ao Ano Judiciário anterior (2024/2025), um aumento de 4,9 por cento, tendo em conta que no ano passado houve 12.379 casos pendentes. “Isto demonstra que o número de processos judiciais continua a crescer e que a carga do sistema judicial continua a aumentar”, alertou.