Concessionárias | Leong Hong Sai quer mais eventos desportivos e culturais

O deputado ligado aos Moradores está em linha com os objectivos do Governo, e pretende que as futuras concessionárias de jogo invistam e organizem mais eventos desportivos e culturais que impulsionem a economia

 

O deputado Leong Hong Sai considera que as concessionárias de jogo têm de organizar mais eventos culturais e desportivos no território, para atrair turistas e fomentar a economia local. A opinião foi publicada ontem no jornal Cheng Pou e o legislador apresentou-se como vice-presidente Centro da Política da Sabedoria Colectiva.

Segundo Leong, ao apostar na organização de eventos desportivos e actividades culturais, em cooperação com o Interior, o território vai criar mais elementos para atrair turistas.

Ao mesmo tempo, na perspectiva do deputado ligado à União Geral das Associações dos Moradores de Macau, com mais atracções o território pode finalmente conseguir atingir reputação internacional, virada para eventos culturais e não apenas para os casinos.

Como exemplo de eventos marcantes que já se realizam no território e que podem atrair mais visitantes internacionais, o deputado apontou o Grande Prémio de Macau, a Maratona Internacional de Macau, o Torneio de Ténis de Mesa e ainda o torneio da Grande Baía de 3×3 de Basquetebol. “São todos eventos muito populares em Macau, e os residentes e turistas participam neles de forma muito entusiástica”, apontou.

Por outro lado, Leong Hong Sai indicou que estes eventos promovem a economia local, porque através dos participantes e turistas contribuem para aumentar a procura nos restaurantes e as dormidas nos hotéis.

Microfone do Governo

As exigências do deputado Leong Hong Sai foram tornadas públicas, numa altura em que se sabe que o Governo pediu às futuras concessionárias para organizarem mais eventos desportivos e culturais. No âmbito das negociações para a atribuição das futuras concessões do jogo, como revelado pela TDM – Rádio Macau na quarta-feira, foi pedido às concessionárias que invistam no principal museu de arte do território, criem um plano anual de espectáculos e convenções, recintos para concertos, espectáculos e obras de arte ao ar livre.

Na parte cultural, o Governo pediu um plano e calendário para a criação do principal museu de arte, recintos para concertos e respectivos programas. Um dos objectivos do Executivo passa por garantir que no futuro são apresentados, pelo menos, dois espectáculos internacionais por semana.

Houve também quem tivesse apresentado planos para um recinto de patinagem no gelo ou um ringue para a prática de skate ou patins em linha. Por sua vez, a Melco terá garantido que vai trazer de volta o espectáculo The House of Dancing Water.

25 Nov 2022

Maló de Abreu, deputado do PSD pelo círculo Fora da Europa: “Macau merece uma atenção redobrada”

António Maló de Abreu já visitou muitas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, mas Macau continua a não constar do roteiro devido à imposição da quarentena. O deputado social-democrata pelo círculo Fora da Europa na Assembleia da República está, no entanto, muito atento ao ensino da língua portuguesa, à falta de apoios às associações e à pouca atenção das autoridades portuguesas face ao território

 

O seu objectivo é ir a Macau duas vezes por ano. Ainda não lhe foi possível. Neste momento não sabe ainda quando visitará o território.

Tenho visitado as maiores comunidades portuguesas ou aquelas onde há mais dificuldades, como é o caso dos EUA, África do Sul, Venezuela. Espero que o mais rapidamente possível a situação da pandemia permita que a quarentena não seja tão extensa. Tenho feito alguns contactos, esperando que a situação melhore.

As dificuldades de que fala prendem-se com as dificuldades no voto, no funcionamento dos consulados e embaixadas?

Há de tudo um pouco. Temos locais em que as nossas comunidades estão muito envelhecidas, com questões sociais graves. Falo de dois casos, pelo envelhecimento e da situação política que se vive, que é o da Venezuela e África do Sul. O Estado português tem de estar muito atento a estas comunidades, sobretudo pelas questões sociais. Tem havido grande fuga de portugueses dessas comunidades. Mas há outras que também são importantes, como a dos EUA, onde a situação é mais estável, ou a do Canadá. Também dou especial atenção às comunidades que estão nos países de língua portuguesa. Estive em Timor-Leste, mas quero ir a Macau para conhecer melhor a comunidade portuguesa.

Dos contactos que tem tido quais são as grandes problemáticas endereçadas à comunidade de Macau?

No geral há um grande enfraquecimento dos consulados, sobretudo devido à perda de recursos humanos, não podendo dar resposta da melhor forma às solicitações que são feitas pelas pessoas. Anuncia-se até uma greve dos funcionários da rede consular e é a primeira vez na história que isto acontece. Seria grave para Portugal e está em causa o prestígio da própria instituição [Ministério dos Negócios Estrangeiros]. Tanto mais que já houve reuniões do ministro com os sindicatos e pareceu-me que tudo estava a ser resolvido. Mas percebi, pelo Orçamento de Estado, que nada está a ser resolvido, porque não existem verbas para a actualização dos salários ou a contratação de novos funcionários. Os consulados são o braço armado de Portugal junto das comunidades portuguesas. Não podem ser muito burocratizados nem muito formais, devem ser verdadeiras casas de Portugal. Infelizmente, a nossa rede consular tem sido depauperada e abandonada, e está hoje numa situação muito grave. Há promessas de que se irão resolver estes assuntos, mas não vejo solução à vista com a política que tem sido seguida.

O que pensa do ensino do português no estrangeiro, sendo esta uma questão das comunidades que também tem sido muito abordada?

Também está muito abandonado. É preciso um reforço, porque a língua é algo que nos deve unir a todos. O ensino do português é fundamental no estrangeiro e Macau terá especificidades que preciso de conhecer in loco. Admito que haja em Macau dificuldades acrescidas e penso que deveríamos marcar muito bem a nossa posição em Macau para não chegarmos um dia destes, pacientemente, ao fim da nossa presença em Macau, que é o que eu, infelizmente, acho que vai acontecer, em função de uma falta de política de apoio à nossa língua, cultura, associações, instituições e até à nossa comunicação social. No geral, na diáspora, a comunicação social é muito importante para manter a ligação entre as pessoas, há um investimento que deveria ser feito e que não se tem realizado.

Temos a Escola Portuguesa de Macau (EPM) que é totalmente financiada pelas autoridades locais. Também tem sido um dossier esquecido pelo Ministério da Educação em Portugal?

Interpelei, durante a discussão sobre o Orçamento de Estado, o ministro da Educação, sobre isso. Há duas escolas, Macau e Bissau, estão a zeros no Orçamento de Estado. Isso é muito estranho, e revela, no fundo, um afastamento do Estado relativamente à necessidade de reforço da nossa presença nessa área específica. Em Luanda há um grande reforço de verbas, e muito bem. Temos de ter uma rede pública em sítios estratégicos, capitais dos países de língua portuguesa ou sítios onde haja uma grande comunidade portuguesa deve haver, pelo menos, uma rede de escolas públicas financiada pelo Estado português. Temos de investir fortemente em Macau para que se aprenda o português nas condições necessárias. Não basta a EPM, penso que deveria haver uma grande plataforma do ensino do português, e essa é uma das falhas que existe.

O Instituto Camões tem falhado?

Tem sido absolutamente insuficiente. Deveria ser criada uma grande plataforma para o ensino da língua, numa espécie de telescola em que havia aulas, cursos e um canal dedicado exclusivamente ao ensino do português. Seria um canal difundido internacionalmente com conteúdos disponíveis em qualquer lugar, 24 horas por dia.

As associações de matriz portuguesa que existem em Macau vivem hoje com mais dificuldades financeiras. O Estado português tem de dar mais atenção a este ponto?

O apoio ao associativismo é fundamental e deve ser fortalecido. Estas são casas onde se mantém a cultura portuguesa que, de outra forma, morrerá, como tem morrido onde não se tem feito investimentos. Macau merece uma atenção redobrada, ainda para mais se quisermos manter ou intensificar as nossas relações com a China, que é um parceiro com quem temos de estabelecer laços mais fortes. O nosso local de eleição para estabelecermos as nossas plataformas de movimentos é a partir de Macau. É com portugueses em Macau, sentindo-se bem, com um conjunto de garantias, como a escola ou as associações, é fundamental.

O papel de Macau como plataforma está muito presente no discurso político, mas há vozes que dizem que essa função não está ainda devidamente aproveitada. Os empresários portugueses continuam a não desfrutar dessa plataforma como deveriam?

O nosso passado histórico em Macau é tão forte e intenso que a nossa presença naquela zona do mundo deveria passar por uma plataforma “logística” com base em Macau. Seria a partir dali que os nossos interesses seriam defendidos, incluindo para Pequim. Desvalorizar Macau como tem sido desvalorizado… não direi ainda abandonado. Mas é um grave erro de estratégia política se mudarmos a nossa direcção para Pequim em vez de instalarmos o nosso porta-aviões em Macau.

A integração regional de Macau no país acontecerá, a seu ver, ainda antes de 2049?

Espero que se cumpra o prometido, mas é uma questão que se prende com a nossa presença. Se os portugueses que vivem em Macau forem lentamente deixando o território, diria que é natural que antes dessa data não tenhamos nada a ver com Macau, o que é absolutamente lamentável. É como hoje não termos já nada na Índia, quando temos fortes raízes em Goa, onde deveríamos ter um consulado forte. Ou reforçamos fortemente a nossa presença em Macau, ou então é natural que os portugueses se sintam desiludidos e abandonem progressivamente o território, o que terá custos.

Macau terá um novo cônsul em breve, Alexandre Leitão, embora a confirmação oficial ainda não tenha chegado. Que expectativas deposita neste nome?

Se se confirmar, julgo que Macau terá um excelente cônsul-geral, com quem tenho afinidades pessoais. Espero que ele possa ajudar, trabalhando com a comunidade e com as autoridades locais. Será um excelente representante de Portugal e terá de lutar para melhorar as funções do seu consulado, motivando os portugueses que lá permanecem a manterem a sua presença.

Apresentou uma proposta para a retirada do termo “cidadão nacional” do projecto do Governo português que dá apenas o complemento excepcional de pensão apenas aos reformados que vivem em Portugal.

Vamos defendê-la publicamente em plenário amanhã de manhã [esta entrevista realizou-se um dia antes da sessão plenária de apresentação]. É a nossa grande proposta sobre as comunidades portuguesas, pois entendemos que não há portuguesas de primeira e de segunda, todos são iguais nos seus deveres, mas também o devem ser nos seus direitos. Não faz sentido que haja um suplemento de apoio às famílias em Portugal que não seja estendido aos portugueses que estão lá fora. É uma questão de igualdade de tratamento e de direitos.

Uma outra proposta feita pelo PSD prende-se com a alteração da lei do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP). O que está a falhar neste campo?

Apresentaremos essa proposta até final deste mês. O CCP já ultrapassou largamente o seu prazo de eleição. Esperamos muitos meses pela proposta de alteração da parte do Partido Socialista, mas isso não aconteceu. Essa proposta tem muito a ver com as propostas já feitas pelos conselheiros, que estão no terreno e conhecem a realidade das comunidades portuguesas. Uma das ideias é alargar o Conselho, haver mais reuniões periódicas, fazer-se a experiência da eleição com o voto electrónico, serem mais ouvidos e ser obrigatório um parecer do CCP em algumas matérias. É também importante terem uma estrutura própria. Queremos que o CCP passe a ser escutado e tenha a dignidade que merece. Temos de acolher muitas das suas preocupações.

A ideia do projecto piloto do voto electrónico é para que depois se possa estender às restantes eleições.

Sou a favor do voto electrónico e acho que um dia destes todas as eleições decorrerão desse modo. É inevitável. Não vejo da parte do Governo vontade em trabalhar nesse sentido. Sabemos que a participação eleitoral da diáspora é lamentável, as cartas não chegam, há países onde os votos nem saem do correio. Também estamos muito disponíveis a alterar a lei eleitoral. Somos 1.500 milhões de portugueses na diáspora com direito de voto. Somos, no PSD, a uma maior representação de deputados no círculo da emigração, mas isso passa por uma maior participação dessas pessoas. Não temos de ter medo de encontrar as fórmulas necessárias para que haja uma maior participação nas eleições.

AR | Proposta votada

Foi esta quarta-feira que o deputado António Maló de Abreu apresentou a proposta do Partido Social Democrata de alteração do decreto-lei sobre o apoio extraordinário concedido aos pensionistas, no sentido da inclusão dos reformados que não residem em Portugal. A apresentação foi feita no âmbito da discussão, na especialidade, do Orçamento de Estado para o próximo ano. Na sua intervenção, o deputado disse que o Partido Socialista, no poder, “fez publicar um decreto-lei que abrange apenas os pensionistas residentes em território nacional”, acabando “por excluir liminarmente os que se encontram emigrados, tratando-se de uma manifesta injustiça, desprezando os mais velhos da nossa diáspora”. Disse ainda Maló de Abreu: “não pode haver portugueses de primeira e de segunda”. A proposta foi votada ontem na Assembleia da República, já depois do fecho da edição, não tendo sido possível saber de antemão o resultado.

25 Nov 2022

IAS | Governo diz que existem 53 toxicodependentes em Macau

O Instituto de Acção Social considera que o número de consumidores de drogas em Macau diminuiu 42,4 por cento na primeira metade de 2022, para um total de 53 consumidores. A estatística não reflecte a realidade porque contabiliza quem cumpre pena por consumo ou quem está em reabilitação

 

O Instituto de Acção Social (IAS) revelou na terça-feira que durante os primeiros seis meses de 2022 o número de toxicodependentes em Macau desceu 42,4 por cento. A estatística divulgada apenas em chinês, revela ainda que o consumo de estupefacientes entre os mais jovens diminuiu 66,7 por cento.

Os números apresentados pela Comissão de Luta Contra à Droga são baseados no Sistema do Registo Central dos Toxicodependentes de Macau, onde são registadas as pessoas que entram no sistema correccional e cumprem penas de prisão por consumo de drogas e quem está em processo de reabilitação.

Além deste universo de pessoas, as autoridades esperam que os consumidores de drogas se registem no sistema, uma perspectiva optimista face à criminalização do consumo na RAEM. Recorde-se o caso do residente de Macau na casa dos 20 anos que foi detido no ano passado pela prática do crime de consumo ilegal de estupefacientes, após se ter dirigido aos serviços de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, alegando que não se estava a sentir bem.

Para fazer o registo, os residentes precisam de carregar “apenas o apelido, o sexo e a data de nascimento, de modo a que se possa, por um lado, proteger a privacidade dos indivíduos e, por outro, identificar com exactidão os toxicodependentes para evitar a duplicação do registo de casos”, é referido no website do sistema.

É também referida a recolha de dados referente ao “local de nascimento, estado civil, com ou sem filhos, zona onde habita, habilitações literárias, situação de emprego, registo criminal, etc., a fim de se inteirar do seu background social”. Dados que podem resultar na identificação da pessoa.

Coisa pouca

Face a esta situação, nos primeiros seis meses do ano, apenas 53 indivíduos entraram no sistema, três deles eram jovens. Por substância, as três drogas mais consumidas pela pouco mais de meia centena de consumidores registados foram o ice (28,8 por cento), benzodiazepinas (23,1 por cento) e canábis (19,2 por cento).

Em relação ao local do consumo, mais de 80 por cento dos indivíduos registados no sistema afirmaram consumir droga em casa, casa de amigos ou hotel.

O IAS adianta ainda que a “Comissão de Luta Contra à Droga discutiu um plano para no próximo ano usar mega-dados para endereçar o problema do consumo clandestino e construir estratégias de intervenção”, para prevenir e controlar a toxicodependência. O comunicado do IAS não especifica de que forma será usada a tecnologia para “responder” ao consumo clandestino.

Os membros da comissão aproveitaram a reunião para elogiar os esforços do Governo na promoção de campanhas anti-droga, e na legislação que incide sobre o consumo de cigarros electrónicos e de bebidas alcoólicas por menores de idade.

24 Nov 2022

Orçamento | Au Kam San questiona estimativas de receitas do jogo

O ex-deputado considera “muito baixas” as hipóteses das receitas do jogo atingirem os estimados 130 mil milhões de patacas, devido ao novo ambiente no Interior, crise económica e o valor elevado do imposto do jogo

 

O ex-deputado Au Kam San considera que as previsões do Governo sobre as receitas do jogo para o próximo ano levantam muitas dúvidas e que as hipóteses de se concretizarem são muito baixas. A posição foi tomada na terça-feira e ontem, através de duas publicações nas redes sociais.

Desde que Ho Iat Seng está no cargo de Chefe do Executivo o Governo tem estimado todos os anos que as receitas brutas do jogo vão ser de 130 mil milhões de patacas. O valor tem sido mantido ao longo dos diferentes orçamentos, apesar de nunca corresponder à realidade. Com os efeitos das medidas de combate à pandemia a fazerem-se sentir, o melhor registo foi obtido no ano passado com 86,86 mil milhões de patacas. Também este ano, até Outubro, as receitas brutas não foram além dos 35,72 mil milhões de patacas, naquele que vai ser o pior ano desde o surgimento da covid-19.

No seguimento destes dados, o ex-deputado acha difícil conseguir entender as bases para uma estimativa que se apresenta como optimista, até pela mudança do contexto político no Interior face ao jogo em Macau.

“Desde que fomos atingidos pela pandemia, as receitas do jogo caíram para 60,4 mil milhões de patacas, em 2020, e nos anos mais recentes têm ficado pelas dezenas de milhões de patacas”, apontou. “Mas, mesmo que os efeitos da pandemia terminem quantos milhares de milhões a indústria do jogo pode valer?”, questionou.

Au justificou as suas dúvidas: “Na verdade, temos de ter em conta que o cenário anterior mudou, devido à revisão do artigo 303 da Lei Criminal do Interior, que tornou impossível trazer jogadores VIP do Interior a Macau para jogar”, afirmou. “E os casinos de Macau tinham uma grande dependência deste tipo de jogadores, que contribuíam com cerca de metade das receitas do jogo”, adicionou.

A falácia internacional

Au Kam Sam considerou ainda pouco provável que a indústria de Macau tenha as condições necessárias para atrair jogadores vindos dos mercados internacionais, como Europa e Médio Oriente.

“Para sermos realistas temos de entender a lógica dos proprietários dos casinos ou empresas do jogo. Será que essas pessoas preferem trazer um grande apostador do Médio Oriente para Macau, ou preferem levá-lo para jogar em Las Vegas ou Monte Carlo?”, questionou. “Não nos podemos esquecer que em Macau o imposto sobre o jogo é 35 por cento, o mais alto do mundo. Se um grande apostador perder 10 milhões de patacas, o Governo fica logo com 3,5 milhões de patacas”, respondeu. “Em termos puramente empresariais, faz sentido que prefiram não trazer os jogadores para Macau”, acrescentou.

Por outro lado, Au Kam San considera também que os efeitos das medidas de covid zero se vão prolongar durante o próximo ano, ao mesmo tempo, que a economia chinesa atravessa uma das piores crises dos últimos anos.

Estes dois factores em conjunto vão contribuir para afectar o jogo de massas, que deverá continuar em valores reduzidos, face aos períodos pré-pandémicos, quando as receitas totais do jogo, incluindo o segmento de apostares VIP e de massas, era de 290 mil milhões de patacas.

24 Nov 2022

Concessões | Governo exige museu e plano de espectáculos a operadoras

A Melco prometeu trazer de volta o espectáculo The House of Dancing Water. Para corresponder às exigências do Executivo em relação aos componentes não-jogo, as propostas apresentadas incluíram um recinto de patinagem no gelo e um ringue para skate e patins em linha

 

O Governo pediu às futuras concessionárias do jogo que criem o principal museu de arte do território, um plano anual de espectáculos e convenções, recintos para concertos, espectáculos e obras de arte ao ar livre. Alguns dos pedidos que surgiram no âmbito das negociações entre o Executivo e as empresas candidatas às concessões foram revelados ontem, pela TDM-Rádio Macau.

De acordo com a emissora pública, os representantes das concessionárias reuniram pela última vez com os membros da comissão do jogo na segunda-feira, e agora vão aguardar pela atribuição provisória das concessões. Segundo os prazos apresentados anteriormente pelo Governo, as novas concessões entram em vigor no início do próximo ano.

Na parte cultural, o Governo pediu um plano e calendário para a criação do principal museu de arte, recintos para concertos e respectivos programas. Um dos objectivos do Executivo passa por garantir que no futuro são apresentados, pelo menos, dois espectáculos internacionais por semana.

Houve também quem tivesse apresentado planos para um recinto de patinagem no gelo ou um ringue para a prática de skate ou patins em linha. Por sua vez, a Melco terá garantido que vai trazer de volta o espectáculo The House of Dancing Water.

A apresentação de diversões temáticas de nível internacional e organização de passeios marítimos temáticos, foi outro dos pedidos feitos pelo Governo liderado por Ho Iat Seng.

Investimento de 100 mil milhões

Anteriormente, foi revelado que o plano de investimentos das futuras concessionárias deve rondar os 100 mil milhões de patacas divididos por todas as concessionárias. Porém, o valor pode ser superior, uma vez que a comissão, durante as negociações, pediu às candidatas que aumentassem os valores.

A Galaxy e a Venetian chegaram a acordo com valores que devem ultrapassar 50 mil milhões de patacas, os outros concorrentes podem atingir valor idêntico.

Concluídas as negociações, a comissão do concurso elabora um relatório em que apresenta a selecção das propostas que considera mais vantajosas para a RAEM. Só depois o Chefe do Executivo decide se adjudica todas as concessões ou se opta por fazer as adjudicações em número mais reduzido.

Todas as empresas do jogo actualmente a operar em Macau apresentaram propostas, ou seja, Sands China, SJM, Wynn Macau, Galaxy, MGM China e Melco. A estas juntou-se a GMM Limitada, uma empresa ligada a Lim Kok Thay, presidente do grupo Genting.

24 Nov 2022

LAG 2023 | Executivo diz haver condições para baixar taxa de desemprego

Numa altura em que o território enfrenta uma crise económica e o desemprego cresce devido à pandemia, o Governo afirma ser possível baixar a taxa de desemprego dos actuais 5,4 por cento para 5 por cento.

“Temos, em princípio, condições para baixar a taxa de desemprego dos 5,4 para 5 por cento, mas claro que continua a ser um número considerável. Entre Janeiro e Novembro ajudámos 5.700 desempregados a encontrar trabalho e penso que conseguimos bater o recorde. Assegurámos oportunidades de trabalho aos locais”, referiu o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, no debate sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para a área da Economia e Finanças.

A elevada taxa de desemprego que o território enfrenta actualmente foi um dos grandes temas do debate de ontem. O secretário apresentou ainda dados sobre o apoio dado aos jovens, por parte da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), na procura de emprego. “Este ano oferecemos estágios a 1.780 jovens recém-graduados, houve 900 inscritos, mas só 400 compareceram.”

A deputada Ella Lei disse conhecer casos de jovens até aos 30 anos que estão desempregados há mais de seis meses, mesmo com experiência. “Só este ano o sector do jogo perdeu 20 mil postos de trabalho. O Chefe do Executivo disse que as novas concessões vão assegurar os empregos, mas os trabalhadores continuam preocupados. Queremos que o Governo dê respostas concretas, incluindo sobre os casinos-satélite, mesmo que não seja hoje.” E, de facto, o secretário não deu uma resposta detalhada sobre este ponto.

Lei Wai Nong referiu que “a saída dos trabalhadores não residentes (TNR) é muito fácil, mas o mais difícil é o emparelhamento [dos residentes nas vagas de emprego]. Todas as semanas realizamos três actividades [de apoio ao recrutamento]. Há sempre muitas dificuldades e acredito que os sectores laborais sabem quais são”.

O secretário espera “um entendimento mútuo” na bitola residentes-TNR. “O Governo só pode dar condições de escolha. A pessoa pode escolher se, por exemplo, quer ser contratada por um salário de cerca de seis mil patacas. Se determinada empresa conseguir contratar locais, claro que não vamos autorizar vagas para TNR.”

Direitos em baixa

O deputado Lei Chan U abordou a questão dos direitos laborais e das lacunas que considera existirem no relatório das LAG. “O relatório não aborda muito a questão da protecção dos direitos laborais e isso ficou aquém das minhas expectativas. O padrão da protecção dos direitos laborais está atrasado”, acusou o deputado, que pediu mais dias de licença de maternidade.

O secretário ripostou afirmando que o Governo tem em consideração “os direitos dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, o ambiente de negócios”. “Há que atingir um equilíbrio. Após elaborarmos os diplomas vamos avançar para os trabalhos, mas isso não significa que nos inclinemos mais para um lado ou para o outro”, rematou Lei Wai Nong.

24 Nov 2022

Casinos | Governo quer “mudar a imagem de Macau”

No dia em que foram tornadas públicas algumas das exigências feitas às concessionárias para a atribuição de novas licenças de jogo, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, garantiu que os próximos dez anos servirão para “mudar a imagem de Macau” e promover os elementos não jogo, num esforço dividido entre Executivo e empresas

 

A redução do espaço do jogo na economia será mesmo uma realidade nos próximos dez anos. No debate de ontem sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para a área da Economia e Finanças para 2023 o secretário, Lei Wai Nong, deixou claro que o Governo pretende “mudar a imagem de Macau” e que o novo concurso público passará por uma crescente aposta nos elementos não jogo.

“O desenvolvimento do sector dos casinos faz com que muitas pessoas e turistas pensem que Macau só tem jogo. Este sector é ainda primordial em Macau, mas isso prejudica a diversificação económica e é por isso que temos de concretizar a política de ‘1+4’. Nos próximos dez anos teremos de promover os elementos não jogo.”

Ontem, foram tornadas públicas algumas das exigências feitas às concessionárias a propósito do concurso público para a atribuição de novas licenças de jogo (ver texto página 4) e, na Assembleia Legislativa (AL), Lei Wai Nong adicionou outros comentários.

“Só quando conseguirmos promover os elementos não jogo é que teremos mais turistas. Para já, a nossa fonte de turistas é única e é difícil de competir com as cidades vizinhas. Temos de ter muitas actividades, espectáculos, compras, exposições e convenções. As empresas deverão promover uma economia comunitária. A política do Governo não é apenas promover a zona do Cotai em detrimento dos bairros antigos”, disse.

50-50

Neste jogo, o secretário deixou claro como serão lançadas as cartas: caberá também às empresas uma quota parte da responsabilidade nesta matéria. “O desenvolvimento dos elementos não jogo não deve ser feito apenas pelas concessionárias; o Governo deve fazer metade e a restante parte deve ser feita pelo mercado.”

Lei Wai Nong deu o exemplo do que o Executivo já fez nos bairros antigos de Coloane, na maioria trabalho promocional. “Foram acrescentados elementos digitais nos bairros antigos e promovidas as lojas com características próprias. Fizemos episódios sobre gastronomia com a CCTV [canal de televisão da China].”

O governante adiantou também que “a maior parte dos turistas de Macau, agora, são jovens. Temos de ter um novo pensamento. Nos contratos de concessão acrescentamos os elementos não jogo e o essencial é que toda a sociedade se ajuste também, além das empresas”, rematou.

O futuro do sector do jogo, a par com as medidas para a tão esperada revitalização da economia, foram dois temas marcantes no debate sectorial das LAG de ontem. O deputado José Pereira Coutinho lembrou, no entanto, que basta um novo surto epidémico para que tudo caia por terra.

“Não é fácil transformar a nossa economia quando o jogo é dominante. O que podemos oferecer aos turistas? Espectáculos com drones e bandas? Impossível!”

Ironizando sobre a política de “1+4” para revitalizar a economia, Coutinho disse que actualmente “temos cinco indústrias e não quatro, é que a dos testes de ácido nucleico”. “Basta um surto epidémico para que todas as medidas e a sua eficácia, deixem de ser relevantes”, afirmou.

24 Nov 2022

Zhuhai | Novo caso positivo com trabalhador em Macau

Um homem de 60 anos, que vive no Interior e trabalha em Macau, foi diagnosticado com covid-19. O empregado de uma empresa de limpeza tinha estado a trabalhar nos hotéis MGM Macau e Galaxy

 

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou que foi detectado mais um caso de covid-19 em Zhuhai, relacionado com Macau. De acordo com o relato divulgado ontem, trata-se de um residente do Interior que esteve a trabalhar nos casinos MGM Macau e Galaxy, no Cotai.

A informação foi transmitida às autoridades de Macau pelas congéneres de Zhuhai, local onde o homem de 52 anos vive e testou positivo. Segundo os dados apresentados, o homem foi testado nos dias 18, 19 e 20 de Novembro, com os três testes a registarem resultados negativos. Contudo, na segunda-feira, já depois de ter estado em Macau a trabalhar, fez mais um teste para poder atravessar a fronteira e o resultado foi positivo.

Em Macau, o homem, que trabalha para Companhia de Serviços de Ying Nong, esteve no dia 20 de Novembro no Lion Club, no segundo andar do casino MGM Macau, na Península, a fazer limpezas. No dia seguinte, o local de trabalho foi a terceira fase do casino Galaxy, segundo o comunicado, de dois parágrafos, que demorou mais de cinco horas a ser traduzido do chinês para português.

Segundo o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, os dois locais estão encerrados ao público, pelo que as medidas adequadas estão ainda a ser equacionadas.

Além destes locais de trabalho, o homem limitou-se a apanhar os transportes públicos para de deslocar entre a fronteira e os dois casinos.

Testes negativos

Também ontem, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus revelou que os testes relacionados com o caso de covid-19, ligado a uma turista do Interior, diagnosticado a 19 de Novembro, foram todos negativos.

“Ontem (dia 21), durante as 24 horas, foram recolhidas amostras de um total de 107.405 pessoas nas zonas-alvo e nos postos regulares de testes de ácido nucleico, tendo todos os resultados sido negativos”, pode ler-se no comunicado.

Depois do diagnóstico do caso de 19 de Novembro, o Governo ordenou às pessoas que estiveram mais de meia hora nos mesmos locais que a turista que realizassem quatro testes em cinco dias.

Caso os indivíduos não realizem os testes, conforme as exigências, os seus códigos de saúde serão convertidos na cor amarela no dia seguinte. O código verde só pode ser restabelecido após a realização de teste com o resultado negativo. Quem não apresentar código de cor verde, pode ser proibído de frequentar espaços públicos e forçado a ficar em Macau, mesmo contra a sua vontade. Esta medida tem sido justificada com a missão do Executivo de evitar infecções em outros países.

23 Nov 2022

MP | Li Canfeng e familiares adquiriram 18 propriedades em sete anos

O ex-director das Obras Públicas Li Canfeng irá responder em tribunal às acusações de que terá recebido propriedades, dinheiro, vinhos caros e até favores para conseguir residência, via IPIM, através de investimento. O ex-dirigente começa a ser julgado na sexta-feira num processo onde é acusado de mais de 20 crimes

 

Entre os anos de 2011 e 2018, o ex-director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) Li Canfeng comprou cinco imóveis por um total de 48,9 milhões de patacas, enquanto que familiares seus compraram, entre 2007 e o ano passado, 11 imóveis no Interior da China a troco de 44,6 milhões de renminbis. Além disso, o filho do ex-dirigente adquiriu dois imóveis em Sidney, na Austrália, por 20,9 milhões de patacas, indicou ontem a Macau Business, com base na acusação do Ministério Público (MP).

Segundo os argumentos da acusação, o portfolio imobiliário de Li Canfeng e da sua família cresceu consideravelmente graças ao esquema criminoso que envolve o seu antecessor Jaime Carion, e os empresários Sio Tak Hong, William Kuan e Ng Lap Seng.

Recorde-se que Li Canfeng foi vice-presidente da DSSOPT entre 1998 e 2008, substituindo Jaime Carion à frente do organismo entre 2014 e 2019.

Além da aquisição de imóveis, o MP alega que os benefícios recebidos por Li se estenderam à sua família. Ainda assim, o ex-dirigente irá responder em tribunal por 11 crimes de corrupção passiva, 10 crimes de branqueamento de capitais agravado, um crime de falsificação de documentos e quatro crimes de prestações de declarações falsas.

Um dos pontos curiosos da acusação é a descoberta de inúmeros “vinhos luxuosos” por agentes da Comissão contra a Corrupção na residência de Li Canfeng na Avenida da República. As garrafas avaliadas em, pelo menos, 512,8 mil patacas, terão sido contrapartidas ilícitas de actos de corrupção.

Furar barreiras

Um dos aspectos da acusação que melhor representa a proximidade entre os arguidos é a alegação de que Li Canfeng terá estabelecido com o empresário Sio Tak Hong, e Si Tit Sang (também arguido no processo), uma empresa de desenvolvimento imobiliário chamada Kou Fong – Construção Civil e Consultoria, Lda.

Segundo a acusação, citada pela Macau Business, Li Canfeng pertencia ao conselho de administração e era detentor de 40 por cento do capital social da empresa, que tinha sede no FIT Center, perto do Lago Nam Van.

O MP alega ainda que o ex-director da DSSOPT terá trabalhado também numa empresa chamada Nagn Kuai Golf (Jiangmin City), Ltd, entre 2013 e 2014, dirigida também por Sio Tak Hong.

A proximidade entre o dirigente das Obras Públicas e Sio Tak Hong ganhou contornos de familiaridade quando o empresário foi instrumental no processo de obtenção de residência da RAEM para a esposa de Li Canfeng, através do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

Participações divinas

Segundo a tese do MP, Li Canfeng, um ano antes de ascender à liderança da DSSOPT, terá pedido à secretária de Sio Tak Hong a transferência de 1 por cento do capital da Gestão de Empresas Tin Fok, S.A.R.L., a empresa-mãe do Hotel Fortuna.

A acusação refere que, à altura, a unidade hoteleira estava avaliada em 1,67 mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD), e que, ao valor de mercado, 1 por cento do capital detido pela mulher de Li Canfeng representaria aproximadamente 14 milhões de HKD.

A quantia seria suficiente para que a esposa de Li, cujo estado matrimonial nunca teria sido reconhecido em Macau, adquirisse o estatuto de residente não-permanente da RAEM em Fevereiro de 2015.

Porém, a “parceira de Li Canfeng nunca transferiu os 14 milhões de HKD, nem qualquer valor aproximado, em troca da participação social para uma conta bancária de Sio Tak Hong, ou para qualquer outra conta bancária associada à empresa”, lê-se na acusação.

Ainda assim, a esposa do ex-director da DSSOPT recebeu dividendos enquanto accionista da empresa, entre 2017 e 2019, num valor de quase 390 mil HKD.

23 Nov 2022

Jogo | Morgan Stanley revê em baixa previsão de receitas

A Morgan Stanley Asia reconsiderou as estimativas de resultados da indústria do jogo para este ano e 2023. A revisão mais significativa, 15 por cento, diz respeito aos resultados esperados até ao final de 2022, empurrada pelos surtos de covid-19 no Interior e as consequências na emissão de vistos electrónicos

 

Na segunda-feira, as autoridades de Guangzhou confinaram o distrito de Baiyun, onde residem mais de 3,7 milhões de pessoas, interromperam o trânsito e cancelaram aulas, em resposta ao surto que afecta a capital da província vizinha de Guangdong, o maior mercado de turistas e jogadores que alimentam tradicionalmente os casinos de Macau.

Desde o final de Outubro que algumas zonas de Guangzhou têm sido alvo de confinamentos, situação que inclusive originou protestos da população.

Com os surtos de covid-19 a espalharem-se pelo Interior da China, a corretora Morgan Stanley anunciou na segunda-feira que revira em baixa as previsões que havia feito em relação aos resultados dos casinos de Macau para este ano e 2023.

A revisão mais substancial diz respeito aos resultados de 2022, com um corte de 15 por cento nas receitas brutas esperadas, para um total de 5,6 mil milhões de dólares, valor que se situa em cerca de 15 por cento das receitas brutas apuradas em 2019.

Em relação às perspectivas para 2023, os analistas da Morgan Stanley baixaram a estimativa em 3 por cento, para um total de 16 mil milhões de dólares em receitas brutas, uma fasquia que significa cerca de 43 por cento dos resultados de 2019. “Estamos em linha com as estimativas do Governo da RAEM para 2023”, indicaram os analistas Praveen Choudhary e Gareth Leung.

A Morgan Stanley frisa que as suas estimativas para este ano e 2023 são, respectivamente, abaixo do “consenso do mercado” 10 e 15 por cento.

Retorno em pausa

Importa recordar que o Executivo de Ho Iat Seng estimou que as receitas brutas dos casinos para o ano fiscal de 2023 se fixe em 16,08 mil milhões de dólares (130 mil milhões de patacas), de acordo com a proposta de orçamento do próximo ano.

Um dos destaques dos analistas é a forma como o número crescente de casos positivos de covid-19 na China “não ajuda à retoma dos vistos electrónicos”, cuja emissão supostamente começaria no início deste mês.

“Ainda estamos a aguardar o retorno gradual, a curto-prazo, da emissão de vistos electrónicos, mas prevemos alguma normalização de viagens a partir do próximo ano”, acrescentam os analistas.

Em relação aos resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações [EBITDA], a Morgan Stanley estima que os casinos de Macau acumulem no fim deste ano prejuízos combinados de 1,28 mil milhões de dólares, valor que contrasta com os lucros de 577 milhões de dólares registados no ano passado.

“Estimamos que em 2022, as perdas líquidas da indústria do jogo de Macau se agravem em 7 por cento” para cerca de 5,10 mil milhões de dólares, indicam os analistas.

23 Nov 2022

Saúde | Ron Lam pede esclarecimentos ao Governo devido a cortes

Ron Lam considera que o Executivo irá proceder a cortes na saúde e educação e não ficou convencido com as explicações dadas por Ho Iat Seng durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa. Assim sendo, o deputado pediu informações adicionais ao Executivo

 

O deputado Ron Lam ficou insatisfeito com as informações prestadas por Ho Iat Seng, durante a sessão de perguntas e respostas relativas às Linhas de Acção Governativa, e exigiu mais esclarecimentos ao Governo. Em causa está o que o deputado considera como cortes na despesa com a saúde e a educação.

Na área educativa, o legislador apontou que analisando o orçamento para o próximo ano, em comparação com os últimos três anos, os apoios sociais para alunos do ensino não superior estão congelados.

Este é um cenário que o deputado considera incompreensível, ao sublinhar que nos últimos 14 anos o valor aumentou sempre, mesmo no período da crise financeira de 2008 e durante a campanha anti-corrupção do Interior de 2015, que afectou um terço das receitas do jogo. Por isso, Ron Lam indicou que o “recorde” da Administração de Ho Iat Seng passa por ter sido o primeiro Governo, nos últimos 14 anos, a congelar os apoios sociais na área da educação.

Ao mesmo tempo, e para criticar o que encara também como um desinvestimento, o deputado destacou que o número de estudantes por turma aumentou nos últimos anos de 25 para 35, o que no seu entender mostra que há cada vez menos recursos disponíveis por aluno.

Face a estes dois cenários, Ron Lam pediu esclarecimentos adicionais ao Governo, e pediu as estatísticas detalhadas sobre o número de alunos, gastos, proporção de professores e alunos, entre outras, que considerou não ter recebido nas respostas de Ho Iat Seng

Questão de saúde

Ainda segundo a análise do deputado, a proposta de orçamento da RAEM para o próximo ano faz com que as despesas com a saúde dos residentes tenham um corte de 14 mil milhões para 12,3 mil milhões, cerca de 12 por cento.

Também na sessão de perguntas e respostas, Ho Iat Seng recusou que iria proceder a cortes na saúde. De acordo com as palavras do Chefe do Executivo, a diminuição do orçamento prende-se com a conclusão das obras do Edifício da Especialidade, no Hospital Conde São Januário. Como o prédio ficou concluído no ano passado, houve despesas que deixaram de ser incluídas no PIDDA (Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração) e foram transferidas, este ano, para o orçamento dos Serviços de Saúde.

Agora, como o edifício está concluído e preparado, deixa de haver necessidade de continuar o investimento, pelo que as despesas foram eliminadas. Por isso, Ho recusou a tese que aponta a redução do dinheiro gasto com a saúde dos cidadãos, e argumentou que tal não terá impacto na vida da população.

Também em relação à saúde, Ron Lam não ficou convencido e pediu mais dados, uma vez que considera que o investimento até devia ser aumentado, face ao envelhecimento populacional registado em Macau.

23 Nov 2022

Jogo ilícito | Advogados consideram revisão “necessária”, mas deixam alertas

Uma das novidades legislativas do relatório das Linhas de Acção Governativa para o próximo ano é a revisão do regime do jogo ilícito, em vigor desde 1996. Pouco se sabe o que sairá dessa reforma, que dois advogados entendem ser necessária. Carlos Lobo defende que deve haver uma coordenação com outras leis, nomeadamente com o diploma que regula os junkets, ainda em discussão no hemiciclo

 

Data de 1996 o regime do jogo ilícito em vigor, ainda o sector não tinha sido liberalizado e Macau era governado pela administração portuguesa. Mais de duas décadas depois, as autoridades pretendem rever o diploma, tendo sido esta uma das medidas anunciadas no relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano.

O HM contactou dois advogados para perceber o que poderemos esperar desta proposta de lei, numa altura em que o Governo pouco ou nada adiantou sobre o assunto.

“Concordo que seja necessária a revisão desta legislação juntamente com a restante. Seria importante que todo o regime jurídico do jogo pudesse estar mais próximo da realidade, porque na verdade a maior parte da legislação já tem mais de duas décadas”, começou por dizer Óscar Madureira.

Ainda que Macau “não tenha propriamente operações de jogo ilegais, o que seria uma actividade muito fácil de detectar, muitas vezes o que acontece é que existem actividades de jogo paralelas, e apostas ilegais decorrentes disso, praticadas em casinos legalizados”.

Nesse sentido, “essa é uma realidade para a qual a legislação não estava actualizada”, aponta o causídico, que dá alguns exemplos de novidades em matéria de apostas que devem estar contempladas no novo diploma.

“Seria importante que ficasse determinada qual a moldura penal para as apostas paralelas e o tratamento que é dado ao regime do chamado ‘proxy betting’ [apostas feitas por alguém designado]. Se a proposta de lei tiver esses elementos penso que será muito útil”, adiantou Óscar Madureira.

Lei anacrónica

Para Carlos Lobo, também advogado e especialista nesta área, o regime de jogo ilícito de 1996 está “desfasado do tempo” mesmo com todas as alterações legislativas que já tiveram lugar, nomeadamente em 2001 e as mais recentes.

“É aceitável e será necessária a sua actualização. Resta saber em que termos vai acontecer e o que se quer, se engloba aquelas que devem ser consideradas como actividades ilícitas.”

Carlos Lobo pede também uma discussão mais ampla e abrangente, nomeadamente através de uma consulta pública, pois “falamos de limitações graves às vidas das pessoas, em muitos casos em penas de prisão”. “A revisão deve ser feita de forma ponderada e cuidada”, defendeu.

Na visão do advogado, os casos da Suncity e Tak Chun, que colocaram atrás das grades os outrora grandes empresários do sector das apostas VIP, agora acusados de branqueamento de capitais e outros crimes, serviram de “chamada de atenção”.

“A lei já deveria ter sido revista há mais tempo, e o Governo e as autoridades judiciais provavelmente perceberam, pelas investigações que fizeram ao caso da Suncity e da Tak Chun, que pode ter havido actividades que são sujeitas a moldura penal. Perceberam que há muitas actividades que não estão penalizadas e que deveriam estar. Penso que estes casos foram um ‘wake-up call’ para as autoridades e esta acção só peca por tardia.”

Carlos Lobo não deixa de frisar ainda outro ponto, que é o facto de estar ainda a ser discutida na especialidade, na Assembleia Legislativa, o regime da actividade de exploração de jogos de fortuna ou azar em casino, que regula a actividade junket.

Trata-se de um diploma “que aparentemente também tem normais penais”, sendo “crucial coordenar uma revisão do jogo ilícito com esta lei, para que não seja legislada de forma autónoma, mas de uma maneira integrada, juntamente com a nova lei do jogo”.

Olhar as dificuldades

Aquando da apresentação do relatório das LAG, Ho Iat Seng era um homem optimista em relação à recuperação do sector do jogo em relação à actual crise económica, lembrando que a possível falência das operadoras é uma carta fora do baralho. O governante não deixou de lembrar que, durante vários anos, as concessionárias ganharam milhões.

Para Carlos Lobo, a equação não é assim tão simples. “Não duvido da capacidade financeira das operadoras, mas julgo que tem de haver da parte do Governo [uma compreensão] das enormes dificuldades que as operadoras têm passado nos últimos três anos, incluindo as que ainda estão por vir, porque não vão recuperar desta crise em seis meses.”

Isto porque “os montantes a serem investidos são feitos com base em perspectivas concretas e hoje ainda não sabemos como vai ser a política de covid zero no futuro ou como se podem diversificar as fontes de jogadores. Ainda há imensas incertezas, e exigir enormes investimentos com base em pouca informação é algo complicado.

Compreendo que o Chefe do Executivo queira mostrar uma posição mais positiva, mas há que reconhecer as dificuldades e não dizer apenas que as operadoras ganharam muito dinheiro”, acrescentou.

O advogado deixa ainda uma crítica à forma sigilosa como o concurso público de atribuição de novas licenças está a ser conduzido. “Uma das minhas críticas a este concurso é o facto de o Governo estar a determinar que é quase tudo sigiloso e ninguém sabe o que se passa. Não conhecemos nenhuma proposta em concreto. Deveria haver uma maior comunicação por parte das autoridades e, em especial, da comissão de concurso para sabermos o que vem aí, sobretudo sabendo que cinco concessões serão renovadas”, rematou.

23 Nov 2022

Comboios de alta velocidade vão ligar China e Tailândia

O projecto ferroviário China-Tailândia, que foi assinado e lançado em 2021, é uma construção conjunta e um projecto emblemático da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, entre a China e a Tailândia. O caminho-de-ferro é o primeiro de alta velocidade da Tailândia e um dos primeiros projectos ferroviários de alta velocidade fora da China que utiliza normas chinesas de con-cepção de caminhos-de-ferro de alta velocidade, sendo financiado pelo próprio país anfitrião.
Segundo o plano de construção, o projecto ferroviário está dividido em duas fases. A primeira fase do projecto liga Bangkok e Nakhon Ratchasima, uma porta de entrada para o nordeste da Tailândia, com cerca de 252,3 quilómetros. A segunda fase, com cerca de 356 quilómetros, estender-se-á até Nong Khai, uma importante cidade de comércio fronteiriço no nordeste da Tailândia, do outro lado do rio a partir de Vientiane, a capital do Laos, para realizar a ligação com a linha férrea China-Laos.
A empresa que gere os caminhos-de-ferro estatais da Tailândia disse recentemente aos me-dia que a primeira fase deste projecto ferroviário China-Tailândia está a progredir rapidamente, e cerca de 12% já foi concluído e espera-se que complete 20% este ano.
O Ministério dos Transportes tailandês atribui grande importância ao projecto ferroviário, porque o projecto pode trazer vários benefícios, tais como o turismo e o desenvolvimento económico, diz o relatório.

Despoletar novo potencial

Após a abertura da nova linha férrea, serão necessários apenas 90 minutos de Banguecoque a Nakhon Ratchasima, em comparação com as actuais 4,5 horas e meia. Contudo, como quaisquer outros grandes projectos de infra-estruturas, existem desafios.
Os contratos de construção ferroviária podem exigir renegociação, informou o Bangkok Post, citando uma fonte dentro do Ministério dos Transportes tailandês, uma vez que a construção da primeira fase do projecto entre Bangkok e Nakhon Ratchasima está atrasada em relação ao previsto.
O atraso relatado foi largamente atribuído a restrições pandémicas da COVID-19, a atrasos significativos no processo de expropriação de terras, e à relocalização de linhas de serviços públicos em redor do estaleiro de construção, segundo o relatório.
Apesar de certas dificuldades, os peritos acreditam que as questões são controláveis e que o projecto será concluído como amplamente esperado. “Qualquer projecto de infra-estruturas de grande escala exige um aperfeiçoamento contínuo quando for tentado no estrangeiro, para não mencionar que a construção do caminho-de-ferro é a primeira do seu género na área lo-cal… acredito que as questões são controláveis, e com os esforços conjuntos de ambas as partes, o projecto global será concluído com sucesso”, disse Zhao Gancheng, um investiga-dor do Instituto de Estudos Internacionais de Xangai.
O caminho-de-ferro também chamou a atenção de alguns dos meios de comunicação ociden-tais que olham para o projecto com parcialidade, afirmando que a linha ferroviária poderia suscitar “alguma forma de preocupação por parte de certos governos da região, mas tam-bém o QUAD, do ponto de vista da segurança”, informou o VOA News.
“Como um projecto de investimento em grande escala, o custo do caminho-de-ferro não pode ser recuperado a curto prazo, e deve ser considerado que desempenha um papel de apoio em áreas como a indústria, comércio e emprego ao longo da linha… de facto, a cooperação em projectos de infra-estruturas entre a China e os membros da ASEAN não conduzirá a uma chamada “armadilha da dívida”, mas pode efectivamente promover o desenvolvimento das economias e da sociedade locais”, disse Gu Xiaosong.
As obras civis actualmente em curso incluem pontes, leitos de estradas, túneis, e edifícios de estações, e a primeira fase do projecto ferroviário China-Tailândia deverá estar concluída em 2027, disse Ma Shengshuang, director-geral do China Railway Design Group Co’s Thailand Branch.

Ao mesmo tempo, tendo já passado uma avaliação de impacto ambiental, espera-se que a segunda fase esteja concluída cerca de 3-4 anos após a primeira fase, ou entre 2029 e 2030, de acordo com outro relatório publicado pelo Bangkok Post.

China e Laos já estão ligadas por alta velocidade

O caminho-de-ferro China-Tailândia fornecerá conectividade entre os países do sudeste asiático e a China, e trará benefícios tangíveis a toda a região, ao mesmo tempo que injectará um novo ímpeto no desenvolvimento regional, afirmaram peritos e representantes empresar-iais.
A Yunnan Easy Trans International Freight Forwarder Co, a empresa de logística e comércio com negócios relacionados com a China-Laos Railway, está entusiasmada com o futuro lan-çamento da actualização da ligação ferroviária na região.
Yang Yuepeng, director-geral da empresa, disse que após a conclusão do caminho-de-ferro China-Tailândia, o transporte será mais conveniente e o custo do transporte será grandemen-te reduzido. “Até lá, mais empresas irão expandir os seus projectos na Tailândia, e mais tailandeses irão acreditar no ‘Made in China'”, disse Yang.
Desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, que vai de Kunming a Vientiane, a inte-gração do transporte e comércio tem acelerado grandemente o crescimento do comércio fronteiriço, com cada vez mais projectos de intercâmbio e categorias comerciais, disse Yang. Nos 11 meses desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, os dados financeiros da empresa de Yang para 2022 aumentaram 15,8% numa base anual em comparação com os dados financeiros para 2021.
“Embora o caminho-de-ferro China-Tailândia ainda esteja em construção, a Tailândia, a China e o Laos estão ligados por caminho-de-ferro, o que reflecte o conceito do caminho-de-ferro Trans-Asiático”, disse Zhao.
Após a conclusão do caminho-de-ferro, pode melhorar consideravelmente a construção do moderno sistema ferroviário da Tailândia, e se puder ser efectivamente ligado ao caminho-de-ferro China-Laos no futuro, irá definitivamente ajudar o desenvolvimento económico de toda a região, disse Zhao.
“O nosso objectivo final é construir o caminho-de-ferro Trans-Asiático, um caminho-de-ferro que atravessa a Península da Indochina e liga o Laos, Tailândia, Malásia e Singapura… Quando este caminho-de-ferro estiver concluído, ligará estreitamente as áreas interiores da ASEAN e da China, e será benéfico para toda a região terrestre sob a comunidade de um futuro co-mum”, disse o perito.

22 Nov 2022

Taiwan | Tsai criticada por indiferença à morte de panda

Cidadãos de ambos os lados do Estreito de Taiwan criticaram o líder de Taiwan Tsai Ing-wen pela sua indiferença, porque ela nada disse sobre a morte do panda Tuan Tuan, em contraste com as condolências oferecidas a Joe Biden pela perda do seu cão Champ em 2021. Pequim enviou Tuan Tuan e o seu parceiro Yuan Yuan para Taiwan após uma visita do então presidente do partido Kuomintang (KMT) Lien Chan ao continente em 2005, e os pandas finalmente chegaram em 2008.

Os dois pandas inauguraram “um período de próspero intercâmbio e uma comunicação sincera entre as pessoas dos dois lados”, disse o gabinete do antigo líder de Taiwan Ma Ying-jeou num comunicado divulgado no sábado.

“Esperamos que mais animais como Tuan Tuan apareçam no futuro para promover a integração e o intercâmbio interpessoal dos dois lados. Esperamos também que Tsai Ing-wen possa promover o intercâmbio civil e esclarecer as contradições entre os dois lados”, disse o gabinete. O gabinete de Lien também expressou o seu pesar pela morte de Tuan Tuan, dizendo que mais pandas deviam vir para a ilha para viver e multiplicar-se, e que os laços entre as duas partes pudessem também acolher uma Primavera florescente e uma comunicação pacífica.

As redes sociais de ambos os lados foram inundadas com condolências sobre Tuan Tuan e criticaram Tsai pela sua indiferença, ao contrário das suas condolências a Biden pela perda do seu cão.

Tuan Tuan lutou contra convulsões desde Agosto e os recentes exames médicos confirmaram que sofria de necrose no cérebro. A doença progrediu rapidamente, de acordo com os resultados dos exames de ressonância magnética que o panda efectuou em 18 de Setembro e novamente em 22 de Outubro. Sofreu três convulsões no sábado e foi fortemente medicado, mas sem resultado. Os veterinários do zoológico decidiram finalmente deixar o animal morrer, de acordo com a Xinhua.

22 Nov 2022

Covid-19 | Pessoas vindas do Interior forçadas a fazer teste de ácido nucleico

A exigência de realização de um teste ao segundo dia de permanência no território aplica-se às pessoas que entraram na semana passada. O Governo pede também às pessoas que vão ao Festival de Gastronomia que não tirem a comida, talheres e temperos das bancas, e esperem para ser servidas pelos funcionários

 

As pessoas que cheguem a Macau vindas do Interior estão obrigadas a fazer um teste de ácido nucleico no segundo dia após a entrada, numa medida que se aplica a quem entrou desde o dia 17 de Novembro. A exigência foi anunciada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, depois do surgimento de vários casos de infecção por covid-19 no território, importados de Cantão.

Face a esta exigência, as pessoas que entrem vindas do Interior e que não façam o teste de ácido nucleico no segundo dia, após a entrada, arriscam-se a ficar com o código de saúde com a cor amarela ou a vermelha.

Segundo o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, se as pessoas não tiverem feito o teste, ao terceiro dia o código fica com a cor amarela. A partir do quarto dia, a cor muda para vermelho, o que impede essas pessoas terem acesso a qualquer tipo de bem de primeira necessidade, uma vez que não podem entrar em qualquer espaço.

Apesar de ter entrado ontem em vigor, a medida aplica-se a quem entrou em Macau a partir de 17 de Novembro, ou seja, quinta-feira da semana passada. As pessoas que tiverem realizado qualquer tipo de teste de ácido nucleico desde a entrada em Macau, e garantido que passaram dois dias após essa entrada, não precisam de repetir o procedimento.

Apelos gastronómicos

Também o Gabinete de Comunicação Social (GCS) emitiu ontem material publicitário com “instruções” para as pessoas interessadas em participar no Festival Internacional de Gastronomia, que decorre até 4 Dezembro. O material de publicidade tem como título “não esquecer a prevenção epidémica ao apreciar a gastronomia”.

Entre as recomendações, consta que as pessoas devem “evitar as horas de maior afluência nos espaços de gastronomia”, “efectuar a medição de temperatura corporal, a leitura do código QR do local e exibir o Código de Saúde à entrada”, e “manter frequentemente a distância mínima de 1 metro entre pessoas”.

Além disso, o GCS pediu aos cidadãos para usarem “a máscara durante a permanência no local, excepto durante as refeições” e que se “evite tirar a comida, temperos e talheres, recomenda-se que sejam os funcionários a fornecer”.

Vacinas | Lotes para crianças chegam ainda este mês

Os Serviços de Saúde garantiram ontem vão chegar a Macau ainda este mês as vacinas bivalentes contra a covid-19 e as vacinas para crianças com idades entre 6 meses e 4 anos de idade. As vacinas bivalentes são compostas por dois componentes, alargando a capacidade imunológica e protecção contra as variantes mais recentes do novo tipo de coronavírus.

“Em resposta à situação epidémica da variante Ómicron da covid-19, o Governo da RAEM já adquiriu vacinas bivalentes de mRNA (BioNTech) contra as variantes BA.4 e BA.5 da Ómicron. De acordo com as informações, este tipo de vacina é aprovado temporariamente para utilização de indivíduos com idade igual ou superior a 12 anos, como dose de reforço”, referiu o organismo liderado por Alvis Lo.

Por enquanto, os Serviços de Saúde não recomendam a utilização do novo lote para “o esquema vacinal completo da série de vacinação inicial”.

Em relação à vacina da mRNA, para crianças entre 6 meses e 4 anos, as autoridades de saúde indicam que tem a mesma “forma farmacêutica” da dos adultos, ou seja, é uma “vacina monovalente de mRNA da estirpe original, mas a dose da inoculação para crianças é inferior à usada nos adultos”.

Infecção | Familiar de turista testa positivo

Uma mulher de 58 anos, familiar da turista que testou positivo no fim-de-semana, foi diagnosticada ontem com covid-19. Segundo avançou ontem à tarde o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, a turista proveniente da província de Jiangsu havia sido classificada como pessoa de contacto próximo e estava em quarentena desde a madrugada de sábado.

Situação que levou as autoridades a concluir que “o risco de transmissão comunitária decorrente deste caso positivo é relativamente baixo”. De acordo com o valor do CT, que mede a carga viral, as autoridades declararam que a infecção estará na fase inicial e acrescentaram que a paciente não manifestou sintomas. A turista foi encaminhada para isolamento e tratamento médico no Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane.

Dez casos de Covid-19 em Zhuhai e Zhongshan

No último domingo, Zhuhai e Zhongshan registaram em conjunto dez casos de covid-19. Segundo os comunicados das autoridades de saúde das zonas vizinhas, ambos lados tiveram quatro casos assintomáticos, e ainda um caso com sintomas. Além disso, o distrito Doumen, de Zhuhai, lançou testes nas zonas-alvo ontem. A vila Tanzhou, em Zhongshan, começou ontem de manhã o controlo de transporte temporário, proibindo a saída das pessoas da vila, a não ser que tinham assuntos urgentes para saírem. A restrição em Tanzhou tinha uma duração planeada de um dia.

Macau regista mais quatro casos importados do estrangeiro

No Domingo foram registados quatro casos de covid-19 importados, de pessoas que vieram com idades entre os 32 e 63 anos, provenientes da Austrália e do Canadá. A informação foi revelada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. Todos os infectados negaram ter histórico de infecções em situações anteriores. Até ao final de domingo, tinham sido registados 2.694 casos de covid-19 em Macau, entre os quais 796 casos confirmados e 1.898 casos de infecção assintomática.

22 Nov 2022

Carion terá aprovado Alto de Coloane e Windsor Arch em troca de benefícios

Os ex-directores da DSSOPT Jaime Carion, Li Canfeng e os empresários Sio Tak Hong, William Kuan e Ng Lap Seng são acusados de montar um esquema de aprovação de projectos imobiliários em troca de lucros ilícitos. O plano terá alegadamente envolvido familiares dos arguidos e atenções especiais para a aprovação de projectos imobiliário do Alto de Coloane e Windsor Arch

 

Com a aproximação do início de um dos mais mediáticos julgamentos de ex-dirigentes da administração da RAEM, que irá julgar a conduta de Jaime Carion e Li Canfeng enquanto directores dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), ficou ontem a conhecer-se parte da acusação do Ministério Público (MP).

No julgamento, cujo início está marcado para a próxima sexta-feira, a acusação irá tentar provar a ligação entre os ex-dirigentes e os empresários do ramo imobiliário Sio Tak Hong, William Kuan e Ng Lap Seng, num megaprocesso onde estão acusados 21 arguidos.

Segundo a Macau Business, que teve acesso à acusação do MP, Jaime Carion e membros da sua família foram recompensados com elevados ganhos ilícitos por facilitar a aprovação de vários projectos imobiliários dos empresários Sio Tak Hong, William Kuan Vai Lam e Ng Lap Seng. Entre os projectos que o MP elenca como alvo de “atenções especiais”, constam os polémicos projectos imobiliários do Alto de Coloane, que envolve a empresa de Sio Tak Hong, e o mega-projecto Windsor Arch promovido por William Kwan Wai Lam e Ng Lap Seng.

O MP argumenta que os dirigentes da DSSOPT e os empresários envolvidos formaram um “grupo de crime organizado estável e duradoiro” que esteve no activo desde 2003.

A associação criminosa alegadamente incluiu membros das famílias dos arguidos com o objectivo de ocultar a transferência de ganhos ilícitos, incluindo a aquisição de imóveis para habitação, lojas, parques de estacionamento e vários bens de luxo.

De acordo com a acusação, o grupo terá sido liderado por Jaime Carion, que terá sido substituído pelo seu nº2, Li Canfeng, quando este assumiu em 2014 o cargo de director da DSSOPT. Recorde-se que durante mais de duas décadas os dois homens dividiram a liderança da direcção de serviços responsável pela aprovação de projectos de construção.

Tudo em família

De acordo com a acusação a que a Macau Business teve acesso, o MP alega o envolvimento no esquema da esposa, enteada e genro de Jaime Carion, assim como da esposa e um primo de Li Canfeng. Em tribunal, os procuradores vão tentar demonstrar a ligação entre as 35 propriedades adquiridas pela família de Carion enquanto foi director da DSSOPT e o andamento de processos de aprovação de projectos imobiliários.

Em relação ao projecto imobiliário do Alto de Coloane, promovido pela empresa de Sio Tak Hong, a acusação argumenta que o projecto ultrapassava a altura estabelecida para a zona segundo os requisitos de desenvolvimento urbano fixados pelo próprio Jaime Carion, que não podia ultrapassar sete andares.

O projecto da empresa do ex-membro do Comité Central da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês da província de Guangdong acabaria por implicar a construção de nove residências e nove blocos de apartamentos com 37 andares, e uma altura quase seis vezes superior à exigida.

Apesar das flagrantes violações das regras de desenvolvimento urbano, o MP alega que o ex-director da DSSOPT pressionou subordinados a relegar para segundo plano o interesse público, abusando do poder do cargo que ocupava, e a aprovar o projecto apresentado pelo empresário.

Jaime Carion terá mesmo atribuído a apreciação do processo do projecto de Alto de Coloane a um jovem arquitecto com o objectivo de controlar melhor o processo, assim como ignorado pareceres da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental e do Instituto para os Assuntos Municipais que se opuseram à construção de edifícios de altura considerável numa área protegida.

Coçar as costas

Em troca da “facilitação”, o MP indica que entre 2009 e 2014, Sio Tak Hong terá simulado o arrendamento de uma propriedade a Jaime Carion a um preço muito abaixo do praticado no mercado. O ex-director está acusado também de receber vantagens ilícitas de Sio Tak Hong através da venda de um apartamento no Edifício Dynasty Garden.

Além disso, o MP aponta que Carion e membros da sua família viajaram frequentemente com o empresário na companhia de jactos privados de que Sio Tak Hong era dono.

A acusação menciona também o envolvimento de Jaime Carion no projecto Windsor Arch, na Estrada Governador Albano de Oliveira, na Taipa, promovido pelos empresários William Kwan Wai Lam e Ng Lap Seng.
Mais uma vez, o ex-dirigente da DSSOPT, que se encontra em parte incerta, terá facilitado a aprovação do projecto, cujas características, dimensões e altura diferiam do estipulado no contrato de concessão e nos planos urbanísticos para a área. Neste caso, o MP alega que Carion agiu de forma concertada com o seu, à altura, nº2 na DSSOPT Li Canfeng, pressionando técnicos dos serviços que dirigiam para dar luz verde a várias propostas de alterações ao projecto.

Estas propostas viriam mais tarde a ser submetidas e aprovadas pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Ao Man Long. O MP argumenta ainda que Jaime Carion foi além das suas competências e aprovou uma alteração, que seria da competência do secretário.

Entre 2008 e 2010, Jaime Carion terá beneficiado com a transferência de duas propriedades, uma na Travessa dos Lírios e outra na Rua da São Roque, através da venda a familiares do dirigente a preços bastante abaixo dos praticados no mercado.

O MP argumenta que após deixar a liderança da DSSOPT, as mesmas práticas foram seguidas por Li Canfeng no “tratamento preferencial” a William Kwan Wai Lam e Ng Lap Seng.

22 Nov 2022

Portugal | Conselho das Comunidades reúne com Presidente da República

O Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas reuniu com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Os assuntos abordados incluíram o complemento excepcional de pensões, a situação da comunidade portuguesa em Macau e dos interesses comerciais das empresas portuguesas e a alteração à lei de segurança nacional

 

O Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas teve um encontro oficial com o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, para fazer uma actualização das questões relativas aos portugueses que vivem em Macau e à facilitação de trocas comerciais entre empresas lusas e chinesas, através de Macau.

Segundo um comunicado do conselho, a presidente “Rita Santos mencionou que o Conselho das Comunidades Portuguesas de Macau apoia a alteração do projecto de Lei da Segurança Nacional na RAEM”. A conselheira indicou que durante a consulta pública foram levantadas algumas preocupações, mas que o Governo da RAEM garantiu que para os “funcionários públicos de nacionalidade portuguesa os termos da tomada de posse serão feitos à luz do preceituado na Lei Básica da Região enquanto que os cidadãos chineses (funcionários públicos) terão de jurar à defesa da pátria (China)”.

Outra questão que tem estado em cima da mesa, e que foi discutida no jantar com o Presidente português diz respeito ao complemento excepcional de pensões. À semelhança da acção tomada pela Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), também o Conselho das Comunidades Portuguesas enviou uma carta a Marcelo Rebelo de Sousa a reivindicar os direitos dos aposentados portugueses que vivem em Macau, e que se viram afastados do benefício.

Marcelo Rebelo de Sousa confirmou a recepção da missiva, adiantando que “canalizou o respectivo expediente ao gabinete de António Costa para acompanhamento e devida resolução”. O Presidente português referiu ainda que se a situação da meia pensão não for resolvida pelo Governo de António Costa, Rita Santos deve enviar uma nova missiva “para reforçar a solução do problema”.

Paz e harmonia

A Presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia Rita Santos discorreu também sobre a importância da manutenção da estabilidade, paz e harmonia para os portugueses residentes em Macau e para o esforço da promoção económica e cultural de Portugal junto dos empresários e residentes do Interior da China, Macau e Hong Kong.

Os assuntos económicos também foram discutidos, nomeadamente o objectivo de diversificar a economia da RAEM. Segundo a presidente do conselho, Marcelo Rebelo de Sousa disse “contar com a comunidade portuguesa (a nível empresarial ou através de associações de matriz portuguesa) na concretização e estreitamento das relações económicas, comerciais e culturais entre Portugal, China e Macau”.

Rita Santos fez ainda uma explanação ao Presidente português sobre a importância de manter a estabilidade, paz e harmonia entre os portugueses residentes em Macau, assim como a necessidade de manter a aposta na “promoção económica e cultural de Portugal junto dos empresários e residentes do interior da China, Macau e Hong Kong”. As associações de matriz portuguesa e o próprio Conselho da Comunidades Portuguesas em Macau foram apontadas como organismos ideais para alcançar tais fins.

22 Nov 2022

LAG 2023 | Governo não avança detalhes sobre revisão da lei eleitoral

Foram muitas as intervenções ontem sobre o processo de revisão da lei eleitoral da Assembleia Legislativa (AL) e até sugestões concretas, mas o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong fechou-se em copas. Nem mesmo quando o deputado Kou Kam Fai sugeriu a criação de um conselho ou comissão “para avaliar a qualidade dos candidatos” a deputados, à semelhança de Hong Kong, houve novidades sobre o que aí vem.

“Vamos alterar alguns procedimentos práticos da lei eleitoral”, disse apenas. Em resposta a um outro deputado, o governante referiu que “os trabalhos com a lei eleitoral foram desenvolvidos tendo em conta a evolução dos tempos e vamos ter em conta o trabalho feito nas últimas eleições”.

Para Kam Kou Fai, deputado nomeado, “aperfeiçoar a lei eleitoral vai permitir um maior respeito pelos princípios elencados no relatório do XX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC)”. Sobre a revisão da lei da segurança também não houve novidades, tendo o secretário confirmado que “serão introduzidas alterações para a prestação de juramento” por parte dos funcionários públicos.

Lam U Tou adiantou que a actual legislação está, de facto, “obsoleta”, tal como o formato de apresentação de candidatura às eleições. “Porque não pode ser feita de forma electrónica? Temos um regime velho e qualquer pessoa, mesmo que faça um donativo de uma pataca, tem de fornecer os seus dados pessoais”, exemplificou.

Mais patriotas precisa-se

Os deputados Song Pek Kei e Pang Chuan fizeram intervenções de apelo a um maior patriotismo por parte dos trabalhadores do Governo. Este último disse mesmo que o Governo “tem de concretizar as ideias introduzidas no regulamento do PCC, a fim de reforçar a consciência dos cidadãos e dos jovens para amarem Macau e a pátria. Haverá alguma avaliação sobre se os funcionários públicos amam Macau e a pátria? Como vão avaliar isso nos novos concursos de recrutamento?”, questionou ainda.

No caso de Song Pek Kei, foi pedida a realização de mais acções de formação para reforço do patriotismo. “Os trabalhadores da Função Pública são um forte apoio do Governo e devem ser reforçadas as acções de formação. Estes devem saber bem os assuntos relacionados com a segurança e devem ser reforçadas as acções de formação na área da segurança nacional”, defendeu.

22 Nov 2022

BIR | Nova geração chega em 2023, mas não será totalmente digital

No debate sobre as Linhas de Acção Governativa para a área da Administração e Justiça ficou garantido que a terceira geração do Bilhete de Identidade de Residente chega no próximo ano, mas não será exclusivamente digital. Governo quer, também em 2023, digitalizar serviços de notariado

 

O Executivo pretende, já no próximo ano, implementar a terceira fase do Bilhete de Identidade de Residente (BIR), que promete ter mais funcionalidades integradas no sistema de Conta Única, mas que não será ainda totalmente digital. André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, adiantou que as funcionalidades do BIR na Conta Única podem ser usadas para abrir uma conta num banco, por exemplo, mas não ainda para passar a fronteira.

“Não será um BIR electrónico ou digital, mas sim físico com chips”, disse ontem o secretário no debate sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para a área da Administração e Justiça. “Todos os residentes terão de ter consigo o cartão, mas no sistema da Conta Única haverá uma funcionalidade ligada ao cartão físico. Funciona como actualmente a carta de condução”, disse.

A ideia da implementação de uma nova versão do BIR tem em vista o reforço “da aplicação da digitalização e a sua função de anti-falsificação”. Além disso, o Governo entende que “a segunda geração do BIR de Macau já conta com cerca de dez anos de utilização”.

Sobre o sistema de Conta Única, que já permite o pagamento do imposto de circulação de veículos ou de multas de trânsito, entre outras funções, disponibiliza um total de 165 serviços. André Cheong adiantou que já conta com 418 mil utilizadores, um número cerca de seis vezes superior face ao período anterior da lei da governação electrónica.

Este serviço destina-se a facilitar a vida da população na hora de resolver problemas burocráticos, mas o secretário disse que existe a ideia de criar uma nova aplicação para a gestão dos funcionários públicos e assuntos financeiros da Administração.

“Para os assuntos da vida da população temos uma conta, mas estamos a pensar criar um outro sistema, que ainda não sei o nome, para que diversas entidades, como sociedades comerciais ou o Governo, tenham uma conta própria.”

Notários digitais

Outro projecto da tutela de André Cheong para o próximo ano passa pela total digitalização dos serviços de notariado. “Teremos um projecto piloto com serviços de notariado da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça, e depois será o Instituto para os Assuntos Municipais, que tem a função de emitir licenças.”

“No próximo ano queremos desenvolver a digitalização dos serviços de notariado, cooperando com o grupo Alibaba. Por exemplo, para registar um recém-nascido os pais têm de se deslocar a muitos serviços. Queremos uma total digitalização do serviço para evitar que os pais passem por diversos balcões de atendimento. No caso dos casamentos ou divórcios é mais complexo, mas há ainda uma margem de melhoria”, acrescentou o secretário.

Muitos deputados aplaudiram este projecto e questionaram o Governo sobre o andamento da cooperação com o grupo Alibaba para o desenvolvimento do serviço de armazenamento de dados em nuvem. André Cheong garantiu que a parceria “nunca parou”, apesar de Macau “continuar numa posição atrasada face à ideia de cidade inteligente”. “Temos ainda de aprender com outras jurisdições”, rematou.

22 Nov 2022

Fórmula 4 | Andy Chang surpreende com ritmo demolidor e vence o 69.º Grande Prémio de Macau

Num ritmo muito acima de todos os outros. É desta forma que se pode descrever a prestação de Andy Chang, piloto local que teve uma prestação notável e venceu pela primeira vez o Grande Prémio de Macau, em Fórmula 4

 

Andy Chang foi o vencedor da 69.ª edição do Grande Prémio de Macau ao demorar 35:41.871 a percorrer as 12 voltas ao circuito na Guia. Na repetição do duelo das últimas duas edições, que este ano também contou com a participação de Gerrard Xie, Chang conseguiu desforrar-se das derrotas impostas por Charles Leong.

“Estou muito feliz com esta vitória”, afirmou o piloto, que triunfou naquela que foi porventura a prova com mais emoção ao longo de todo o fim-de-semana. Gerrard Xie, piloto de Hong Kong com 16 anos, foi a grande surpresa do fim-de-semana, ao vencer a corrida de qualificação, após uma luta aguerrida com Charles Leong.

Ontem, o cenário de sábado voltou a repetir-se, e mais uma vez o jovem de Hong Kong soube defender-se na primeira volta e segurar uma liderança, que durou até à quinta volta, já depois da única entrada do Safety Car.

Após o recomeço da corrida, que aconteceu à quarta volta, Xie alargou a liderança para Charles e parecia pronto para fugir para uma vitória. Porém, Andy, que nesta altura circulava em terceiro, conseguiu ultrapassar Charles Leong e colocar-se em situação de atacar o líder.

A manobra da vitória aconteceu na volta seguinte. Com um ritmo mais elevado, Andy foi “comendo” segundos ao líder, até que a seguir à curva do Mandarim ultrapassou o rival. Por sua vez, Xie não ficou de braços cruzados, tentou responder no final da mesma recta, antes da Curva do Hotel Lisboa, mas Andy fechou bem a “porta”.

A partir desse momento, o vencedor lançou-se para uma corrida solitária, onde foi somando consecutivamente a volta mais rápida até abrir uma vantagem de 5,958 segundos para o segundo classificado.

“O momento-chave foi a manobra na segunda curva do circuito, quando consegui consumar a ultrapassagem, após o recomeço. Depois defendi-me, e como tinha um bom ritmo consegui alcançar a vitória”, explicou Andy Chang.

O outro lado

Por sua vez, Charles Leong era um homem menos feliz com o resultado e mostrou a frustração no final: “Tivemos problemas de velocidade todo o fim-de-semana. Quando chegava à última curva sentia que o carro estava no limite, que não dava para mais”, desabafou. “Foi um dos fins-de-semana mais difíceis para mim. Quando fui ultrapassado pelo Andy nem dei luta, porque não fazia sentido, só ia perder mais tempo”, reconheceu.

No segundo lugar da geral, Gerrard Xie aparentava alguma apatia face ao pódio: “Foi um fim-de-semana que serviu para aprender a pista. Mas, claro que estava a competir com dois pilotos muito experientes nesta pista, e por isso, só tinha que dar o meu melhor em todas as curvas”, afirmou após a corrida.

1º Andy Chang 35:41.871
2º Gerrard Xie a 5.958
3º Charles Leong a 14.086

Alto: Gerrard Xie e Charles Leong

O duelo entre Gerrard Xie e Charles Leong na primeira corrida da Fórmula 4 foi um dos momentos mais entusiasmantes do fim-de-semana. Apesar de estreante, Xie mostrou uma grande maturidade e soube defender-se dos ataques do piloto de Macau, sem cometer excessos, mas também sem “abrir a porta”. No final, o piloto de 16 anos foi recompensado com uma ida ao pódio no Circuito da Guia.

Baixo: carros pouco impressionantes

Para quem se desloca ao Circuito da Guia para assistir às corridas, a Fórmula 4 sabe sempre a muito pouco, mesmo que os pilotos sejam destemidos e o espectáculo bom. Com os F4 a correrem depois dos GT, a diferença de andamentos, barulho e dimensão é demasiado evidente, com claro prejuízo para os fórmulas.

Liang Jia Tong conquistou Corrida da Grande Baía

Liang Jia Tong (BMW M4 GT4) venceu a corrida da Grande Baía, na frente de Luo Kai Luo (Mercedes AMG GT4), que foi segundo, e de Chris Chia (Mercedes AMG GT4), que terminou no lugar mais baixo do pódio. Numa prova em que os pilotos do Interior foram os mais fortes, Liang manteve um duelo interessante com Luo, mas no final acabou por ser o mais rápido. Por sua vez, Delfim Mendonça Choi (Audi R8 LMS Cup) não foi além de um 17.º lugar, a uma volta do vencedor.

21 Nov 2022

Filipe de Souza é o primeiro piloto de Macau a vencer a Corrida da Guia

Após vários anos a tentar vencer em Macau, Filipe de Souza (Audi RS3 LMS TCR) conquistou a Corrida da Guia, uma prova que foi interrompida devido ao grave acidente com Lo Sze Ho (Hyundai i30 N TCR). No final, Souza estava radiante, com uma vitória que demorou 20 anos a ser alcançada e que foi a primeira na Corrida da Guia de um piloto de Macau, em 50 anos.

“Sinto que é um momento histórico porque é a primeira vez que um piloto de Macau vence a Corrida da Guia!”, afirmou Souza, no final de uma prova com muitos acidentes e duas entradas de Safety Car. “Hoje foi um dia em que tive sorte”, acrescentou.

Depois de ter vencido a corrida de sábado, para a qual arrancou mal, Souza manteve-se sempre na frente no domingo. Todavia, foi sempre seguido de muito perto pelos pilotos de Hong Kong Lo Sze Ho e Andy Yan (Honda FK7 TCR).

A situação parecia controlada para Souza, até que um acidente entre adversários mais atrasados, levou à entrada do safety car, que voltou a juntar os participantes. No recomeço, Souza manteve-se calmo e conseguiu aguentar a primeira posição e abrir uma nova vantagem.

Mas surgiu um novo acidente e nova entrada de Safety Car. Desta vez, devido à complexidade dos trabalhos de limpeza da pista, o Safety Car só saiu para dar tempo de cumprir uma última volta. Num final de cortar a respiração, Lo Sze Ho e Andy Yan foram com tudo para cima do macaense. Contudo, Lo, vítima de um asfalto escorregadio na Curva do Mandarim Oriental, perdeu o controlo e bateu violentamente nas barreiras.

Piso escorregadio

A corrida foi imediatamente dada por terminada, e Souza declarado vencedor de uma prova com poucas voltas cumpridas. Apesar disso, no final, o piloto estava muito satisfeito. História estava a ser feita.

“Depois do último safety car, houve logo um acidente porque os pneus não estavam a conseguir aquecer e a pista estava muito escorregadia”, contou Filipe de Souza. “Também senti o carro a escorregar muito na curva do Mandarim, e tive de corrigir duas vezes. Sabia que se travasse bruscamente era muito mais perigoso, porque tinha dois carros colados atrás”, lembrou sobre o momento decisivo. “Depois vi a pancada de Lo, e espero que esteja tudo bem com ele, e percebi que tinha vencido, porque com um acidente daqueles a corrida já não seria retomada”, acrescentou.

Andy Yan destacou a boa luta, mas lamentou o acidente final, que precipitou o fim da corrida. Também este piloto de Hong Kong se queixou do asfalto escorregadio.

Quanto a Lo, ontem à noite sabia-se que tinha sido transferido para o hospital e que estava consciente. O piloto saiu pelo próprio pé do carro e não corria perigo de vida.

1º Filipe de Souza (Audi) 23:58.130
2º Lo Sze Ho (Hyundai) a 2.558
3º Andy Yan (Honda) a 24.432

Alto: a vitória de Souza

A vitória de Filipe de Souza (Audi) foi o ponto alto de um dia de competição muito acidentado. Depois de muitos anos a tentar, e de muitos azares, o macaense conseguiu cumprir um dos seus sonhos e foi o primeiro piloto de Macau a vencer a Corrida da Guia. Teve a sorte que faltou em anos anteriores.

Baixo: corrida acidentada

A Corrida da Guia é uma prova com um prestígio difícil de igualar e que muito contribuiu para promover o Grande Prémio e Macau. Não deixa por isso de ser uma desilusão que a prova tenha tido tantos acidentes, devido a uma escolha de participantes que em muitos casos tem uma qualidade muito distante daquela de outros pilotos que fizeram a História desta corrida.

21 Nov 2022

Taça GT | Maro Engel bate concorrência e vence pela terceira vez no Circuito da Guia

Numa corrida reduzida e com a maior parte das voltas atrás do Safety Car, o piloto alemão da Mercedes bateu toda a concorrência e juntou mais um triunfo aos conquistados em 2014 e 2015

 

Maro Engel (Mercedes AMG GT3 Evo) foi o grande vencedor do Grande Prémio de Macau na categoria GTs, naquela que era a prova mais antecipada e com os nomes internacionais mais conhecidos. No final, o piloto reconheceu que o início da prova foi mais complicado do que esperava… devido ao colega de equipa.

“Foi decididamente mais difícil do que esperava devido ao início do Raffaele Marciello, mas sabia que tinha tudo para fazer um bom resultado” disse Maro Engel. “É fantástico ganhar depois de esperar sete anos e sinto-me muito feliz”, acrescentou.

Após conquistar a corrida de sábado, Engel arrancou do primeiro lugar da grelha de partida. Porém, o seu colega de equipa Raffaele Marciello (Mercedes AMG GT3 Evo) estava determinado a vender cara a derrota. O suíço pressionou sempre bastante Engel e chegou à liderança na primeira curva, com os dois carros a tocarem-se mais tarde, na Curva do Mandarim.

“Depois de perder a liderança acho que pela minha cabeça só passaram alguns sons que se podem explicar como pi… pi…. pi… (palavrões)”, relatou Engel, em tom divertido, sobre o único momento em que a vitória esteve em causa. “Mas também tive um bom arranque… Acho que nos chegámos a tocar na segunda curva do circuito, mas é normal porque a pista tem muito sobressaltos”, justificou.

Engel acabaria por herdar o primeiro lugar, ainda antes do final da primeira volta, quando Marciello seguiu em frente na curva da Melco. Também nessa altura, entrou o Safety Car em pista e só saiu a duas voltas do fim. Com tão pouco tempo corrido, Edoardo Mortara (Audi R8 LMS GT3 Evo III), mais não conseguiu do que ameaçar a ultrapassagem a Engel, na última passagem pela Curva do Hotel Lisboa.

Erro caro

Edoardo Mortara, também conhecido como Senhor Macau, terminou em segundo lugar. O piloto da Audi pagou caro o erro de sábado, quando à partida da corrida de qualificação arrancou demasiado cedo, fez abortar a partida e como penalização teve de partir nessa prova do final da grelha.

“Acho que estávamos mais rápidos e que provámos isso ao longo do fim-de-semana, mas não fez diferença, porque o que interessa é o resultado… E nisto tenho de ter em conta que também contribui para o resultado com o meu erro”, admitiu.

Ao mesmo tempo, Mortara lamentou que só tivessem sido corridas três voltas. “Estou feliz com a experiência. É sempre bom vir a Macau, gosto dos fãs e de sentir a atmosfera nesta pista. Acho que o espectáculo para os fãs foi bom, mas gostava que tivesse sido mais longo, porque a corrida foi curta”, apontou.

No mesmo sentido, o piloto da Audi falou de um fim-de-semana “perigoso”. “Sinto que foi um fim-de-semana perigoso com decisões que perante as mesmas regras nem sempre foram as mesmas, por isso, também estou feliz que tenha acabado”, desabafou. Além da redução da duração da prova de 12 para 8 voltas, Mortara não concretizou as outras queixas. Ainda assim, mostrou-se feliz por regressar: “É sempre bom vir a Macau”, apontou.

Mais queixas

No lugar mais baixo do pódio terminou Alex Imperatori (Porsche GT3 R), que apesar de um bom ritmo nunca teve hipótese de lutar por algo mais. E no final, o piloto suíço, que corre com uma licença de Hong Kong, queixou-se da curta duração da corrida.

“É frustrante ter tão poucas voltas de corrida, todos gostávamos de ter mais. É uma pena, porque queremos sempre dar mais espectáculo para os fãs e ter boas lutas na pista”, afirmou Imperatori, durante a conferência de imprensa.

“Acho que recuperámos bem de uma qualificação pouco conseguida, mas com o Safety Car tanto tempo em pista, percebi que não ia fazer muito nesta prova, apesar de achar que tinha um bom ritmo”, frisou.

1º Maro Engel (Mercedes) 23:21.084
2º Edoardo Mortara (Audi) a 0.760
3.º Alexandre Imperatori a 2.041

Alto: a qualificação de Mortara

Não venceu a corrida e cometeu um erro tremendo na corrida de sábado, quando se precipitou na partida. Foi penalizado. Porém, na sexta-feira, durante a qualificação, fez várias voltas rápidas de grande nível no traçado da Guia, a mostrar claramente a difereça que faz trazer pilotos internacionais de topo.

Baixo: mau planeamento

A Taça GT foi a corrida com mais qualidade, a nível de pilotos e carros, de todo o fim-de-semana. Com nomes internacionais de topo torna-se incompreensível que apenas tenham sido planeadas oito voltas para o dia de ontem. Com as tradicionais entradas do safety car, correram-se três. É muito pouco.

21 Nov 2022

Covid-19 | Turista que testou positivo obriga a testes nas zonas por onde passou

A descoberta de um caso positivo relativo a uma turista levou a obrigatoriedade de fazer quatro testes até quarta-feira em várias zonas da cidade. Passou a ser exigido teste rápido antigénio para entrar em hospitais, centros de saúde, lares de idosos e de reabilitação

 

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus está a desdobrar-se em esforços para tentar encontrar possíveis infecções ligadas a um caso positivo de uma turista chinesa que, até testar positivo, passeou por várias zonas da península.

Desde sábado até quarta-feira, quem resida, trabalhe ou tenha passado por mais de 30 minutos numa lista larga de locais tem de fazer quatro testes de ácido nucleico até à próxima quarta-feira, com intervalo de pelo menos 12 horas entre cada um.

Os primeiros locais dizem respeito à zona onde a turista de 60 anos ficou hospedada. Assim sendo, quem tenha estado na “Doca dos Pescadores de Macau entre 15 e 18 de Novembro, nomeadamente hóspedes e trabalhadores do Hotel Harbourview ou indivíduos que tenham permanecido naquela área por um período de tempo superior a 30 minutos”, tem de se submeter à bateria de testes consecutivos.

O mesmo acontece a quem tenha ficado hospedado, trabalhe ou tenha passado por mais de meia hora no Hotel Sands na sexta-feira.

As autoridades relevaram uma vasta lista de locais visitados pela turista na sexta-feira, que obrigam à testagem, que inclui a Rua de Dom Belchior Carneiro, Rua dos Artilheiros, Caminho dos Artilheiros, Calçada do Monte, Calçada das Verdades, Travessa do Penedo, Calçada da Rocha, Rua do Monte, Rua da Palha, Rua das Estalagens, Rua de Nossa Senhora do Amparo, Calçada do Amparo, Rua de S. Paulo, Calçada de S. Francisco Xavier.

O centro de coordenação de contingência obriga também a quatro testes em cinco dias quem resida, trabalhe ou tenham permanecido mais de meia hora na sexta-feira passada na “Rua do Almirante Sérgio, Pátio da Papaia, Rua do Barão, Rua de Inácio Baptista, Rua de S. José, Rua da Prata, Largo de Santo Agostinho, Rua da Imprensa Nacional, Travessa do Paiva, Rua de S. Lourenço, Travessa do Padre Narciso, Rua de Álvaro de Melo Machado, Rua da Penha, Rua do Lilau, Travessa da Penha, Rampa da Barra, Rua de S. Tiago da Barra, Beco do Marinheiro, Travessa do Petróleo e Largo do Pagode da Barra”.

As autoridades de saúde alertam que se “o teste de ácido nucleico não for efectuado de acordo com os regulamentos, o Código de Saúde de Macau irá ser convertido para a cor amarela no dia seguinte”. A situação só se resolve, regressando a código de saúde verde, após resultado negativo no teste.

“De acordo com as respectivas disposições, pode ser-lhes recusada a entrada em estabelecimentos públicos, a utilização de transportes públicos, bem como a saída da RAEM” a portadores de código de saúde amarelo, recordam as autoridades.

Grande galo

A turista que testou positivo no sábado, estava em Macau desde a passada segunda-feira, dia 14, à noite. Nesse dia, 14 de Novembro, as autoridades nacionais anunciaram que a província de Jiangsu registara 52 novos casos assintomáticos, 24 casos locais e um caso importado. Importa referir que a província de Jiangsu tem uma população de quase 85 milhões de pessoas.

Nos dias 13 e 14 deste mês, a turista de 60 anos testou negativo à covid-19, antes de embarcar num voo, na companhia de dois familiares, no aeroporto de Suzhou com destino a Zhuhai. Nessa noite, a família entrou em Macau através do posto fronteiriço das Portas do Cerco e deu entrada no Hotel Harbourview, que viria a ser encerrado na sequência do teste positivo, tendo os hóspedes e funcionários sido sujeitos a testes de ácido nucleico e observação médica no hotel.

Segundo as autoridades locais, na manhã da passada terça-feira, a paciente começou a tossir e na quarta-feira sentiu-se fatigada e ficou com febre.

Ainda assim, entre terça-feira e sábado, quando foi detectada a infecção, a turista visitou várias zonas de Macau, como seria expectável, até acusar positivo num teste feito no posto da Sands.

Os Serviços de Saúde entraram em contacto com a turista, que foi encaminhada para o Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane para tratamento e isolamento, e os seus dois familiares foram submetidos em observação médica em isolamento. Importa referir que os testes realizados no sábado aos familiares da paciente deram negativo.

Uma fonte passada

Na madrugada de sexta-feira, as autoridades de saúde decretaram mais uma zona vermelha referente ao edifício The Residencia Macau (Torre 3), na Avenida da Ponte da Amizade no norte da península de Macau. A área foi delimitada devido à descoberta de um caso positivo que envolve uma residente de 25 anos de idade. Segundo o centro de coordenação de contingência, a infectada tomou refeições no restaurante VISTA38 do Grande Suítes do Four Seasons, nos dias 12 e 13 de Novembro”. Porém, como “não estava sob controlo” o seu “nome não consta da lista fornecida pelo hotel sobre pessoas” que comeram no restaurante onde trabalha uma jovem que havia acusado positivo na semana passada.

As autoridades indicaram ainda que nos dias 16 e 17 de Novembro a residente só saiu de casa para fazer testes de ácido nucleico na noite de 16. Como é habitual, a residente em questão foi enviada para o Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane.

Teste à porta

Passou a ser obrigatório para utentes e visitantes apresentar resultado negativo do teste rápido do antigénio realizado no próprio dia à entrada do “Centro Hospitalar Conde de São Januário e Centros de Saúde subordinados aos Serviços de Saúde”. O Hospital Kiang Wu aplicou a mesma medida. Caso não apresente o carregamento de resultado de teste rápido no código de saúde, a testagem pode ser feita no local.

O Instituto de Acção Social (IAS) implementou a mesma medida para a entrada de visitantes, trabalhadores e outras pessoas em lares de idosos e de reabilitação. A obrigação foi justificada “tendo em conta a evolução epidémica em Macau” e com a necessidade de “reforçar a protecção de saúde e segurança das pessoas idosas e deficientes em lares”.

Os utentes que tenham estado fora de lares e regressado no mesmo dia, são obrigados a submeter-se a testes rápidos de antigénio por cinco dias consecutivos. Já os utentes que estiveram fora das instalações por mais de um dia são obrigados a mostrar teste de ácido nucleico realizado no prazo de 24 horas e submeter-se a testes rápidos de antigénio por cinco dias seguidos.

Zhuhai | 13 casos no sábado e testes mais baratos

O Departamento de Saúde de Zhuhai anunciou ontem ter detectado no sábado 13 casos positivos de covid-19, 11 destes assintomáticos. De acordo com as autoridades da cidade vizinha, a maioria dos infectados são moradores dos distritos de Doumen e Gaoxin e os seus percursos nos últimos quatro dias incluíram o piso -1 do Posto Fronteiriço de Qingmao. Entretanto, os preços de teste de ácido nucleico baixaram em Zhuhai. Um teste singular, num único tubo e de recolha de amostra, passou a custar 13,5 renminbis, enquanto um teste num tubo de ensaio que recebe várias amostras passou para 2,8 renmenbis.

Justiça | Testes rápidos para entrar nos tribunais

Entre hoje e sábado, para entrar nas instalações dos tribunais das três instâncias é preciso um teste rápido de antigénio e carregar o resultado no código de saúde. A medida anunciada ontem pelo gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância foi justificada pelos sucessivos novos casos positivos detectados em Macau nos últimos dias e para “assegurar o normal funcionamento dos tribunais das várias instâncias e a realização ordenada das audiências de julgamento”. Quem não apresentar resultado de teste pode fazê-lo à entrada dos tribunais. Além disso, é obrigatório fazer código de local, medir temperatura corporal e usar máscara.

IC | Pontos turísticos encerrados para desinfecção

Tendo em conta as visitas feitas pela turista que testou positivo à covid-19, o Instituto Cultural (IC) encerrou ontem a Casa do Mandarim, o Teatro Dom Pedro V e o Tesouro de Arte Sacra do Seminário de S. José. As instalações foram sujeitas a limpeza e desinfecção. O mesmo ocorreu no sábado, quando o IC encerrou pelos mesmos motivos o Museu de Macau e a Biblioteca Sir Robert Ho Tung, que reabriram ontem ao público.

Massa pode esperar

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura afastou ontem possibilidade de ser realizada mais uma ronda de testes a toda a população de Macau. Em declarações prestadas à margem do Grande Prémio de Macau, Elsie Ao Ieong U, afastou a hipótese a não ser que o número de infecções suba, principalmente em resultado dos testes feitos em zonas-chave por onde passou a turista infectada. Para já, as cadeias de transmissão seguidas pelas autoridades são claras, sem casos ocultos, apesar da importação recente de alguns casos. Para já, a governante entende que o risco de surto comunitário é relativamente baixo. “Espero que a população persista na sua colaboração com as autoridades mais uns dias, para alcançar o resultado desejado pela política dinâmica de zero casos”, indicou.

95 mil testes negativos

No sábado foram testadas 95.447 pessoas em zonas-chave coincidentes com o itinerário da turista infectada por covid-19. As autoridades de saúde anunciaram ontem que todos os testes realizados deram negativo, no primeiro de quatro testes que todas estas pessoas têm de fazer até à quarta-feira. Depois de ter sido anunciada a necessidade de fazer testes, longas filas formaram-se nos postos de recolha de amostras. As autoridades indicaram ontem que é necessário marcar o teste e esperar no local para evitar ajuntamentos.

IAM | Destruídos 126 quilos de peixe congelado vindo do Vietname

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) destruiu 126 quilogramas de peixe congelado importado, depois de encontrar vestígios do novo coronavírus responsável pela covid-19 no interior de uma embalagem, foi anunciado na sexta-feira.

A testagem do peixe foi realizada na noite de quinta-feira, durante uma inspecção regular de importação de alimentos, que não detectou o SARS-CoV-2 nos invólucros de plástico exteriores e interiores, acrescentou o IAM.

O IAM “lançou imediatamente um plano de emergência, selando e destruindo todas as 20 caixas” de peixe congelado, que “não chegaram ao mercado”, de acordo com um comunicado.

O instituto desinfectou “de forma minuciosa” o local onde o peixe estava armazenado e suspendeu temporariamente a licença de importação da empresa envolvida.

Todos os trabalhadores do sector alimentar da cadeia de frio que tiveram contacto com as caixas de peixe serão acompanhados pelos Serviços de Saúde (SSM), acrescentou.

Em Agosto, o director dos SSM, Alvis Lo Iek Long, tinha dito que o pior surto de covid-19 a atingir Macau desde o início da pandemia foi causado por “objectos ou produtos vindos do estrangeiro”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) sublinhou “não existirem provas até ao momento de vírus que causam doenças respiratórias serem transmitidos através de comida ou embalagens de comida”. “Os coronavírus não conseguem multiplicar-se em comida; precisam de um hospedeiro animal ou humano para se multiplicar”, referiu a OMS, na página online.

21 Nov 2022

Treinos Livres | Alexandre Imperatori foi o mais rápido no primeiro dia de prova

O senhor Macau está de regresso e em grande nível, mas Alexandre Imperatori foi o mais rápido no dia em que os principais concorrentes dos GTs estiveram a esconder o jogo. Na F4, Bei Siling proporcionou o acidente do dia

 

Edoardo Mortara (Audi R8 LMS) regressou a Macau em grande ritmo, foi o mais rápido na primeira sessão de treinos livres e dominou grande parte da segunda sessão. No entanto, quando tudo apontava para que ficasse no topo da tabela dos tempos, acabou por ser suplantado pelo compatriota Alexandre Imperatori (Porsche 911 GT3 R), que corre com uma licença de Hong Kong.

Em todas as categorias, o dia serviu principalmente para tirar as medidas ao traçado e tratar das afinações dos carros e motos, a pensar nas qualificações, agendadas para o dia de hoje.

A Taça GT, que promete as corridas mais interessantes do fim-de-semana, não foi excepção e os pilotos até conseguiram rodar durante longos períodos, sem interrupções. No duelo entre os construtores germânicos, Mortara com um tempo de 2:19.841 foi o mais rápido na parte da manhã. À tarde o cenário aparentava repetir-se, mas Alexandre Imperatori (Mercedes AMG GT3) fez uma volta com o tempo de 2:18.760 e bateu Mortara por 31 centésimos.

No entanto, o primeiro dia também mostrou que tanto Maro Engel (Mercedes AMG GT3) como Raffaele Marciello (Mercedes AMG GT3) estão a rodar perto do tempo dos pilotos da frente.

Os resultados devem ser encarados com cautela, uma vez que os pilotos tendem a esconder o jogo, para evitar serem prejudicados pelo BoP (Balance of Performance), ou seja, as restrições aplicadas para a organização para nivelar os diferentes carros.

Acidente do dia

Sem a emoção das outras provas, a Fórmula 4 destacou-se pelo acidente do dia, ainda na parte da manhã. Numa primeira sessão de treinos livres marcada pelo facto de a maioria dos pilotos não terem conseguido realizar uma volta rápida, o protagonista foi Bei Siling.

Logo na primeira volta rápida, o chinês perdeu o controlo do Mygale SARL M14-F4, na curva do Mandarim, e embateu forte no muro. O piloto saiu ileso do impacto, mas o carro ficou muito danificado, pelo que não é certo que seja possível repará-lo a tempo de participar no restante fim-de-semana.

Na parte da tarde, o local Andy Chang foi o mais rápido, ao rodar em 2:30.188, com Charles Leong, que tenta chegar à terceira vitória nesta categoria, a quedar-se pelo terceiro lugar com um tempo de 2:30.338.

Huff a melhorar

Em relação à Taça de Carros de Turismo, a grande estrela presente é Rob Huff (MG5 XPower TCR) e o britânico fez um dia em crescendo. Depois de uma primeira sessão em que não conseguiu fazer uma volta lançada, na parte da tarde subiu para segundo, a 97 centésimos de Zhang Zhi Qiang (Lynk & Co 03 TCR), piloto que dominou o dia e fez o tempo de 2:35.822.

Por sua vez, Rodolfo Ávila (MG5 XPower TCR) fez o sexto melhor tempo na parte da manhã e apesar de ter melhorado em quase dois segundos o registo na parte da tarde, não conseguiu melhor do que o 10.º posto, a quase três segundos da frente. Ontem, os pilotos da MG depararam-se com problemas na direcção assistida, que tem falhado.

Kostamo foi o mais rápido nas motas

Erno Kostamo (BMW S1000RR) foi ontem o piloto mais rápido na única sessão do dia do Grande Prémio de Motos, com um tempo de 2:31.069. Numa sessão em que os pilotos puderam realizar várias voltas, o finlandês ficou à frente de Robert Hodson (Kawasaki ZX10RR), com uma diferença de 3,529 segundos, e de David Datzer (BMW S1000RR), com uma vantagem de 5,504 segundos.

Numa sessão que ficou marcada pelo facto de não haver acidentes, o português André Pires (Honda CBR 1000 RR SP) conseguiu o sexto melhor tempo, ainda assim a quase 7 segundos do mais rápido. Hoje, as motos são a primeira categoria a sair para a pista, com a primeira sessão de qualificação agendada para as 7h30. A segunda sessão está agendada para as 12h30.

Testes todos os dias para equipas e pilotos

Desde ontem, com o surgimento de mais casos em Zhuhai, que os pilotos e as equipas que participam o Grande Prémio estão obrigadas a fazer um teste diário de covid-19. A informação foi revelada às 9h ontem pelos organizadores às equipas, e implica uma redução da validade do resultado dos testes de 48 horas para 24 horas. No entanto, ao contrário de outras pessoas envolvidas no evento, os pilotos e as equipas têm um centro de testes que podem utilizar.

O centro está localizado no segundo andar do Terminal Marítimo do Porto Exterior, funciona até sábado e abre às 5h da manhã. Na parte da manhã, o horário de funcionamento prolonga-se até às 10h. Depois da pausa de almoço, o centro funciona entre as 15h e as 20h. Os pilotos e as equipas não precisam de pagar os testes, ao contrário dos cidadãos normais fora dos grupos chave, que pagam até 45 patacas.

18 Nov 2022