Teatro | Realizador local cria revivalismo de Woody Allen

[dropcap style=’circle’]“[/dropcap]Riverside Drive” é uma obra teatral do aclamado escritor e realizador cinematográfico, Woody Allen, que vai ser recriada pelo realizador local Kai Leong. Esta passagem da sétima arte para o teatro vai ser apresentada entre os dias 25 e 27 de Setembro, no Teatro Black Box do edifício do Antigo Tribunal. Os espectáculos têm lugar às 20h00 de cada dia, com uma actuação extra às 15h00 de domingo.
“Ser sábio porque se é vulgar e ser amargo devido ao humor” é o slogan desta comédia teatral, que conta a história de um dramaturgo que queria acabar a relação que mantinha com a sua amante Barbara. Os dois sentam-se então à beira-rio, onde encontra um doente mental chamado Fred. Os três dão então início a um debate sobre loucura, racionalidade, amor e casamento. O trio de actores reside em Macau, com o licenciado em Comunicação da Universidade de Macau (UM), Perry Fok, o realizador de peças infantis, Nip Neng Fong, e a protagonista dos filmes locais, ‘City Maze’ e ‘Fig’, Eliz Lao. Nip produziu a peça “My Little Prince” com a Escola Pui Ching e Fok realizou e protagonizou uma série de curtas-metragens em Macau. A peça é inteiramente falada em cantonês.

26 Ago 2015

Bilhetes para a Orquestra Chinesa de Macau à venda

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s bilhetes para a temporada de concertos da Orquestra Chinesa de Macau (OCHM) 2015-2016 já estão disponíveis na Bilheteira Online de Macau. “A rota da sede – Macau e Chang’an” acontece às 20h00 de 11 de Setembro no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau, abrindo assim as hostes da presente temporada do certame. É o maestro Pang Ka Pang quem vai coordenar a OCHM numa produção musical conjunto com a Orquestra Chinesa de Shaanxi, “apresentando as obras A Rota da Seda, Paixão por Qin Chuan, Dança ao Luar, Sombras Dançantes ao Luar, Festival, Quatro Quadros de Costumes de Yunnan e Música orquestral chinesa Qinquiang, entre outros”, refere a organização.
Sob a égide do Instituto Cultural (IC) também se assinala o 110º aniversário de Xian Xinghai, sem esquecer o 120º de Lu Tianhua. “Esta edição conta ainda com a participação dos famosos directores de arte, proporcionando concertos de friccionados, dedilhados, de sopro e percussão”, acrescenta o IC. Há ainda direito a descontos de 50% e 40% para diferentes situações, nomeadamente na compra de oito ou mais bilhetes.
A OCHM foi fundada pelo IC em 1987 e é constituída por 34 músicos, tendo feito a sua primeira incursão a Portugal em 1988. Desde então têm vindo a aperfeiçoar o repertório e a qualidade do colectivo e das interpretações, dando especial atenção a artistas chineses com influência no mundo da música clássica.

26 Ago 2015

Exposição | Takara Leong apresenta “início do caminho” na DSEJ

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] “Início do caminho” é o que a jovem local Takara Leong quer mostrar com a sua mais recente exposição no Pavilhão da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude para o efeito. A mostra tem lugar entre 4 e 13 do próximo mês e integra peças de escultura e pintura da recém-licenciada na Escola Superior de Artes do Instituto Politécnico de Macau (IPM). As obras fazem uso de aguarelas, tintas de óleo instalações e desenho digital, de forma a recriar a estrutura criativa da artista. Takara espera com esta mostra conseguir aproximar-se mais dos visitantes.

26 Ago 2015

Fotografia | Artista paquistanês em galeria de Hong Kong

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] artista de fotografia paquistanês Mo Shah expõe uma série dos seus mais recentes trabalhos na galeria Fabrik de Hong Kong. “Test Pattern” é inaugurada hoje e fecha portas a 21 de Setembro, com oportunidade para conhecer o artista às 18h30 desta tarde. Actualmente a viver na RAE vizinha, tem desenvolvido obras com conceitos alicerçados na adoração, na fé, em fragmentos da cultura pop e simbolismo obscuro. De acordo com a organização, esta trata-se de uma exposição de “composições que consolidam um sem número de interesses do artista nas narrativas que exploram a procura desesperada pela beleza”.

Vida errática

Mo Shah nasceu na cidade da Karachi, no Paquistão, mas cedo começou a sua jornada interior e artística, tendo estado na Coreia do Norte, no Bangladesh e vivido em Nova Iorque, Bruxelas, Londres e Hong Kong.Mo Shah O fotógrafo e artista visual licenciou-se na Universidade de Nova Iorque e foi nessa cidade que começou a fazer as suas experiências na área. “O extenso arquivo de viagens de Shah está bastante presente na sua arte, que explora a relação entre indivíduos e instituições enquanto representações da sociedade”, esclarece a organização. Há, ainda, uma clara adoração pelo mundo do cinema nos trabalho do paquistanês, com várias homenagens à sétima arte a tomarem forma junto de locais icónicos. “No seu trabalho prevalecem o fascínio pelo cinema, história, existencialismo, surrealismo, iconografia e o oculto”, frisa.

Técnicas televisivas

“Transmission Eternal” foi a primeira exposição a solo do artista e teve lugar em 2013 na sua terra-natal, na cidade de Lahore. Foi no mesmo ano que venceu o Prémio de Escolha dos Críticos na Exposição Nacional de Arte Fotográfica. Mais recentemente, Shah esteve presente para integrar a Exposição de Arte Contemporânea da Ásia, incluindo na edição deste ano. Três das suas produções podem ainda ser apreciadas no Museu de Arte Contemporânea de Seul, na Coreia do Sul. O museu adquiriu recentemente estas três peças para a sua exposição permanente.
A mostra que estreia amanhã deve o seu nome a uma técnica utilizada nos primórdios da televisão para testar a qualidade do sinal de transmissão, graficamente conhecido como uma série de risco paralelos de diferentes cores primárias. “A minha mais recente colecção de trabalhos vai buscar esta relíquia à história e transmite um mundo de possibilidades e realidades infinitas”, explica o próprio autor.

26 Ago 2015

Bollywood e homenagem a Michael Jackson num só palco

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ão 75 os artistas que vão envergar o maior espectáculo subordinado ao tema: “Bollywood”. O momento vai acontecer já no próximo dia 20 de Setembro, no palco do teatro Brito Clementina Ho, no terceiro andar do Centro Comercial Jardim da Cidade. A organização é da assinatura de Victor Kumar, o responsável pelo centro de dança VStudio, academia de dança profundamente ligada às modalidades de relaxamento, yoga e, por sua vez, à cultura indiana. Bollywood
Apaixonado pela dança e honrando as suas raízes, o dançarino e coreógrafo mistura o que melhor sabe fazer com o que mais gosta de fazer: dançar.
No total, os 75 artistas, segundo conta o coreógrafo, são provenientes de Macau, Hong Kong e da Índia, vão apresentar mais de 150 indumentárias tradicionais das cultura de Bollywood num espectáculo que promete ser memorável. O responsável, indica que é através deste tipo de dança que serão demonstrados elementos clássicos e espirituais, em que, diz, os espectadores poderão sentir o esforço dos próprios dançarinos durante os 90 minutos do espectáculo.

Outras danças

Mas não é só de Bollywood que se fala. O espectáculo será ainda marcado com actuações de outros tipos de dança. “Hip Hop, dança chinesa, dança clássica indiana, kathak, bharatnatyam e bhangra”, conta, são outros dos géneros de dança que serão apresentados.
Não fique espantado se a meio do espectáculo algo lhe soar ao Michael Jackson. Homenageando aquele que é a sua fonte de inspiração, Victor Kumar irá conduzir uma dança dedicada ao artista considerado o rei da música pop. “Foi quem inspirou a minha vida profissional de dança ao longo deste tempo”, sublinha o dançarino.
Luzes, cores e brilho é o que o director artístico pretende trazer com a iniciativa “A viagem aos sonhos de Bollywood” no terceiro andar do Centro Comercial Jardim da Cidade. Com início marcado para as 19horas, os lugares são limitados, por isso os interessados devem entrar em contacto com a organização através do número de telemóvel: 63932002.

26 Ago 2015

Documentário “Nuclear Empire” exibido no Canadá e EUA

O documentário produzido por Patrícia Neves e Carolina Rodrigues sobre o desastre nuclear de Fukushima vai ser exibido no Montreal World Film Festival de 4 a 7 de Setembro, com paragem em Nova Iorque. O trabalho já foi distinguido com dois prémios em Jakarta e Ohio

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] película que conta as histórias das vítimas de um dos desastres nucleares mais graves dos últimos tempos não pára de correr mundo. O documentário “Nuclear Empire”, com argumento de Patrícia Neves e realização de Carolina Rodrigues, vai ser exibido de 4 a 7 de Setembro no Montreal World Film Festival, no Canadá, no Cinema Quartier Latin. Mais tarde, a 16 de Outubro, o documentário irá ser exibido no NYC Independent Film Festival, em Nova Iorque, Estados Unidos.
O documentário vai continuar por terras norte-americanas, onde será exibido já no próximo dia 30 de Agosto em Hudson, Ohio, depois de ter ganho o primeiro prémio na categoria de documentário estrangeiro. Em Jakarta, Indonésia, “Nuclear Empire” venceu o prémio de mérito nos World Filme Awards.

No terreno

“Nuclear Empire” é resultado do trabalho jornalístico que Patrícia Neves fez na cidade japonesa aquando do acidente. As histórias de vida de quem sobreviveu e viu a catástrofe resultaram não só neste documentário mas também num livro, “Império Nuclear – A era pós-Fukushima”. Ambos os projectos tiveram lançamento em Macau e Portugal e contaram com o apoio da Fundação Macau.
O projecto de Patrícia Neves e Carolina Rodrigues mostra imagens recolhidas junto à central nuclear de Fukushima Daiichi, onde a explosão acabou por deixar tudo destruído à sua passagem, tal como aconteceu em Chernobyl, Ucrânia, em 1986. O primeiro desastre nuclear do século XXI ocorreu em Março de 2011 e aconteceu depois do sismo e tsunami que abalaram o Japão e causaram milhares de vítimas. O HM tentou chegar à fala com Patrícia Neves para obter um comentário sobre os prémios obtidos, mas até ao fecho desta edição não foi possível contactar a autora.

25 Ago 2015

Exposição | Pakeong inaugura ‘Blademark’ no Albergue

Fortes Pakeong apresenta mais uma exposição a solo, desta vez inspirada na banda da qual é vocalista, os Blademark. É no Albergue que estreia, já esta quarta-feira

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] músico, desenhador e pintor local, Fortes Pakeong apresenta uma exposição de pintura na próxima quarta-feira, no Albergue SCM. As peças da mostra são inspiradas nos Blademark, banda de rock da qual Pakeong é vocalista. O artista tem agora 37 anos e, além de trabalhar a tempo inteiro como artista, faz digressões com a sua banda de tempos a tempos, sem nunca esquecer o local onde nasceu: Macau.
Além disso, participou já em várias exposições mundiais, incluindo “Alquimia do Desejo” e “Lub Dub”, que teve peças no território e em Pequim. Esta, em especial, é uma exposição que não vai só beber à musicalidade dos Blademark, mas também serve como dedicatória à banda, onde mais de metade dos trabalhos foram criados para cada uma das músicas do colectivo local. Os Blademark ganharam vida em 2005 e a sua notoriedade tem vindo a crescer exponencialmente, tanto dentro como fora do território, com visibilidade em Hong Kong, Taiwan e no continente. Foi também em 2005 que o residente local trabalhou no Museu de Arte de Macau no departamento de Restauro de Antiguidades. Além disso, tirou Design na Escola de Arte do Instituto Politécnico de Macau. A par da sua arte pintada e musical, Pakeong trabalho como designer gráfico em regime de freelance.

Longa história

A mostra está patente a partir da próxima quarta-feira até 12 de Setembro e tem entrada livre. O currículo de Fortes Pakeong é extenso e conta com mais de 13 exposições a solo e outras 51 colectivas por vários cantos do mundo, incluindo Macau, Hong Kong, China e Austrália. Uma das mais recentes mostras do artista teve como foco a Coca-cola, conhecida marca de refrigerante mundial. Foi no novo espaço do Galaxy, a Broadway, que Pakeong expôs, juntamente com outros artistas locais, as suas pinturas em grandes reproduções de garrafas daquela bebida. As esculturas mediam mais do que 1,5 metros e pretendiam não só promover o aniversário da marca, mas também o talento de pessoal local. Pakeong utilizou as cores preto e vermelho para decorar a sua garrafa, tonalidades que representam a Coca-cola, mas que também são usualmente empregues pelo autor nas suas obras do dia-a-dia.

24 Ago 2015

Filme de acção rodado em Macau por realizador de Hong Kong

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “Macau Holidays”. O nome dá uma ideia romântica, e a produtora do filme, Esther Lim – também directora da Companhia de Promoção Cannan – explica ao HM que é mais do que uma simples ideia romantizada. “Os filmes realizados em Macau são únicos”, diz, e por isso, espera poder apresentar uma conceito novo, “uma nova ideia aos espectadores de Macau”.
“O filme conta a história de três colegas de uma escola em Macau que não se viam há muito tempo. Dois desses mudaram-se para Hong Kong e quando voltam a visitar o território encontram o antigo colega. Este está às portas do casamento com a protagonista. Entretanto, numa festa num casino, o dono do espaço quis vingar-se do noivo, levando a uma disputa e a um salvamento”, contou a produtora, levantando um pouco o véu da trama.
A ideia de gravar o filme começou há três anos, depois de Esther Lim ter ganho a possibilidade de produzir a história. Com uma equipa de realização e o realizador de Hong Kong, Kevin Chu Ga Wang, Esther Lim pretende colocar a produção do filme em acção.

Em busca de parceiros

O orçamento está previsto em cinco milhões de patacas e Esther Lim, também vice-presidente da Associação Criativa e Cultural Star Rise, revelou que ainda não tem essa quantia. Sem saber se irá concorrer a um plano de pedido de apoio financeiro do Governo, Esther pretende encontrar mais parceiros para realizar o filme.
A produtora do filme espera poder gravar várias cenas em Macau, conseguindo promover de forma paralela o património cultural e histórico, que muitas vezes são esquecidos. Os papéis principais do filme devem ser assumidos por pessoas locais, tendo sido convidada a representante de Macau na competição da beleza internacional de 2013, Adela Sou. A modelo aceitou e explicou, ao HM, que já participou na realização de vários filmes locais e espera desenvolver-se mais como actriz. Um dos representantes da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau, Carlos Koo, a dar os primeiro passos como actor em Hong Kong, vai também assumir um dos papéis principais desta produção.

24 Ago 2015

Exposição | Pakeong inaugura ‘Blademark’ no Albergue

Fortes Pakeong apresenta mais uma exposição a solo, desta vez inspirada na banda da qual é vocalista, os Blademark. É no Albergue que estreia, já esta quarta-feira

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] músico, desenhador e pintor local, Fortes Pakeong apresenta uma exposição de pintura na próxima quarta-feira, no Albergue SCM. As peças da mostra são inspiradas nos Blademark, banda de rock da qual Pakeong é vocalista. O artista tem agora 37 anos e, além de trabalhar a tempo inteiro como artista, faz digressões com a sua banda de tempos a tempos, sem nunca esquecer o local onde nasceu: Macau.
Além disso, participou já em várias exposições mundiais, incluindo “Alquimia do Desejo” e “Lub Dub”, que teve peças no território e em Pequim. Esta, em especial, é uma exposição que não vai só beber à musicalidade dos Blademark, mas também serve como dedicatória à banda, onde mais de metade dos trabalhos foram criados para cada uma das músicas do colectivo local. Os Blademark ganharam vida em 2005 e a sua notoriedade tem vindo a crescer exponencialmente, tanto dentro como fora do território, com visibilidade em Hong Kong, Taiwan e no continente.Pakeong Foi também em 2005 que o residente local trabalhou no Museu de Arte de Macau no departamento de Restauro de Antiguidades. Além disso, tirou Design na Escola de Arte do Instituto Politécnico de Macau. A par da sua arte pintada e musical, Pakeong trabalho como designer gráfico em regime de freelance.

Longa história

A mostra está patente a partir da próxima quarta-feira até 12 de Setembro e tem entrada livre. O currículo de Fortes Pakeong é extenso e conta com mais de 13 exposições a solo e outras 51 colectivas por vários cantos do mundo, incluindo Macau, Hong Kong, China e Austrália. Uma das mais recentes mostras do artista teve como foco a Coca-cola, conhecida marca de refrigerante mundial. Foi no novo espaço do Galaxy, a Broadway, que Pakeong expôs, juntamente com outros artistas locais, as suas pinturas em grandes reproduções de garrafas daquela bebida. As esculturas mediam mais do que 1,5 metros e pretendiam não só promover o aniversário da marca, mas também o talento de pessoal local. Pakeong utilizou as cores preto e vermelho para decorar a sua garrafa, tonalidades que representam a Coca-cola, mas que também são usualmente empregues pelo autor nas suas obras do dia-a-dia.

24 Ago 2015

Bruno Saavedra expõe fotografias em Portugal

O brasileiro, ex-residente em Macau, apresenta pela primeira vez em Portugal uma mostra do seu trabalho com a máquina fotográfica. “Flavors” chega à zona de Almeirim em Setembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] fotógrafo luso-brasileiro Bruno Saavedra, ex-residente de Macau, expõe pela primeira vez em Portugal, em Setembro, apresentando fotografias de corpos envolvidos em ingredientes culinários. A mostra, constituída por 30 fotografias, intitula-se “Flavors” (Sabores), e é inaugurada no dia 5 de Setembro, na Galeria Municipal de Almeirim, no Ribatejo, ficando patente até ao final o mês.
Em declarações à Lusa, Bruno Saavedra afirmou que apresenta “fotografias de corpos envolvidos em ingredientes culinários, que se movem em torno do universo que cada modelo escolheu, naquele momento, para o tempero da sua carne”. “O seu olhar, a expressão do rosto, das mãos, do corpo são a apresentação de um ser feito alimento”, reforçou o artista.
“Num espaço branco como uma janela de luz, cada um e cada uma sente a sua pele – toca-lhe, cheira-a, prova-a. Com ela combina odores, texturas, sabores que a temperam e a transformam num objecto novo, sedutor ou apenas provocador, manchado ou abjecto, mas sempre sensual”, explicou o fotógrafo, de 28 anos.
A exposição desenvolve-se em torno dos sabores e alimentos do dia-a-dia, procurando “chamar à atenção, de uma forma artística, para todos desperdícios alimentares no mundo”. Na composição das fotografais foram utilizados alimentos como leite condensado, caldo verde, borras de café, mostarda ou puré de batata.

Fora de prazo

Todos “os alimentos utilizados estavam fora do prazo de validade”, realçou o fotógrafo à Lusa. “O projecto ‘Flavors’ começou a ser desenvolvido em Janeiro com pessoas de vivência comum que se mostraram disponíveis para fazer algumas experiências”, disse o fotógrafo.
“Numa tentativa de quebrar barreiras, convidei duas pessoas com deficiência auditiva para fazer parte do projecto – para mim foi um desafio e uma experiência inesquecível poder fotografar essas pessoas e perceber que a arte pode ultrapassar qualquer forma de linguagem”, contou Saavedra.
Questionado sobre a escolha de Almeirim para a sua primeira exposição, o fotógrafo, natural de Itamaraju, no Estado brasileiro da Bahia, afirmou que foi a primeira localidade que o acolheu quando chegou a Portugal, em 2004, e “daí fazia todo o sentido apresentar ali a primeira exposição”.
Para a cerimónia de inauguração, o fotógrafo afirmou que se realizará uma “performance” surpresa, “envolvendo sensações sabores e sons”. Em 2010, a convite da Casa de Portugal em Macau, Bruno Saavedra colaborou com a instituição nas programações cultural e artística, e, no ano seguinte, começou a estudar fotografia com o fotógrafo António-Mil-Homens.
Regressado a Portugal em 2014, e depois de uma formação em maquilhagem, na Make Up School, começou a desenvolver vários projectos artísticos. Em Maio último desenvolveu o projecto artístico para o espectáculo de homenagem à fadista Argentina Santos, “Gosto da Parreirinha”, levado à cena no Centro Cultural de Belém.

21 Ago 2015

Concerto | LMA acolhe Jeffrey Lewis em Setembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] cantor norte-americano Jeffrey Lewis vem a Macau para um concerto na Live Music Association (LMA), às 21h00 do próximo dia 5 de Setembro. Lewis toca na LMA com os The Jrams. No entanto, foi a solo que deu a conhecer ao mundo o seu estilo musical, actualmente classificado dentro do género anti-folk. O próprio autor confessa que, embora ninguém – nem ele mesmo – saiba exactamente o que encaixa ou significa tocar música ‘anti-folk’, não desgosta da nomenclatura criada para tipificar aquilo que mais gosta de fazer: cantar e tocar. Este estilo musical tenta ir contra o tão globalizado movimento ‘folk’, que ganhou furor nos anos 60 por ter uma forte carga política. A música do cantor norte-americano assemelha-se ao álbum da banda sonora de Juno, um filme que explora a procura constante do ser humano pelo sentido na vida.

Deixem-me sonhar

Entre 2000 e 2002, Lewis deambulou pelo Texas, de sessão em sessão musical em cafés numa tentativa de singrar, até que o seu sonho ganhou vida. Actualmente tem mais de 20 álbuns lançados e uns quantos outros singles, mas desta vez não actua a solo, mas sim acompanhado de dois outros artistas, prometendo um bom momento ao público local no início do mês. Os bilhetes estão à venda e custam 120 patacas. De acordo com a organização do concerto, a banda parece-se “com Woody Guthrie a defrontar os Sonic Youth”, sem esquecer que Lewis começou a gravar os seus primeiros êxitos em cassetes, numa garagem dos EUA, ainda os anos 90 pairavam sobre as nossas cabeças. Além de fazer música, o autor dedica-se à publicação da sua própria banda desenhada, a série Fuff.

20 Ago 2015

Lisboa acolhe a primeira Festa do Cinema Chinês

Os espaços Cinema Ideal e Cinemateca Portuguesa vão receber a primeira Festa do Cinema Chinês na capital portuguesa, entre os dias 10 e 30 de Setembro. 12 filmes actuais e cerca de vinte clássicos vão ser transmitidos numa festa que será repetida em 2016 na China, mas com filmes portugueses

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap] mais uma tentativa de aproximação de dois países distantes que querem ser mais próximos. Entre os dias 10 a 30 de Setembro será organizada em Lisboa a primeira edição da “Festa do Cinema Chinês”, a qual irá mostrar ao público cerca de 12 filmes produzidos por realizadores chineses na actualidade, incluindo mais vinte películas clássicas.
Segundo um comunicado difundido nas redes sociais, a “Festa do Cinema Chinês” é o “resultado de uma nova colaboração a nível cultural e cinematográfico entre os dois países e que no próximo ano dará lugar a uma Festa do Cinema Português na China”. Com este evento, “o cinema chinês e de expressão chinesa terá uma grande celebração pública em Portugal, naquele que será o primeiro grande acontecimento da rentrée cinematográfica”.
A abertura do evento far-se-á com a presença de uma delegação oficial dos responsáveis de cinema da China, incluindo membros da Cinemateca Chinesa e do Xiao Xiang Film Group.

Locais com carisma

Os filmes irão passar em dois lugares de eleição para ver cinema na capital portuguesa, o Cinema Ideal e a Cinemateca Portuguesa. O festival começa dia 10 no Cinema Ideal, com a exibição do filme “Mountains May Depart – Se as montanhas se afastam”, do cineasta Jia Zhang-ke. Até ao dia 16, o Cinema Ideal continuará a receber mais filmes contemporâneos, incluindo a ante-estreia do mais recente filme de Hou Hsiao-Hsien, “A Assassina”, que ganhou o prémio de Melhor Realização do Festival de Cinema de Cannes deste ano. Vão também ser exibidas películas de Lou Ye, Ann Hui e Tsui Hark, incluindo mais seis filmes produzidos pelo XiaoXiang Film Group.
Cabe à Cinemateca Portuguesa exibir os vinte clássicos chineses, entre os dias 17 e 30. O programa de filmes intitula-se “Cinema Chinês: Panorama Histórico e Retrospectiva Xie Jin” e procura “traçar um panorama histórico dos filmes realizados entre 1933 e 1997, exemplificando as quatro grandes etapas da cinematografia chinesa”.
Estas etapas dizem respeito ao cinema de Xangai produzido antes do ano de 1949, o cinema feito entre 1949 e a Revolução Cultural, as películas feitas no período da “quinta geração” e todo o período até à “sexta geração”. Na Cinemateca Portuguesa “dedica-se uma retrospectiva de Xie Jin, um dos maiores realizadores chineses, cuja obra foi reconhecida antes e depois da Revolução Cultural” e o período de transição entre a “quinta” e a “sexta geração”. Por outro lado, dedica-se uma retrospectiva a Xie Jin, um dos maiores realizadores chineses, cuja obra foi reconhecida antes e depois da Revolução Cultural.” Segundo a apresentação publicada no website da Cinemateca, este ciclo dedicado ao cinema chinês antigo “visa antes de mais proporcionar a quem a desconheça um primeiro contacto com as várias etapas dessa história”.

A bem do intercâmbio

A Festa do Cinema Chinês é uma iniciativa das cinematecas Portuguesa e Chinesa, com o apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), do departamento do cinema da Administração de Estado da Imprensa, da Edição, da Rádio, do Cinema e da Televisão da China, da embaixada da China em Portugal e da congénere de Portugal na China.
O evento resulta da colaboração estabelecida, a nível cultural e cinematográfico, entre Portugal e Pequim, e decorre na sequência da visita oficial à China do secretário de Estado português da Cultura, Jorge Barreto Xavier, em Novembro de 2014. Em 2016, a I Festa do Cinema Chinês em Lisboa terá a correspondente Festa do Cinema Português, na China, segundo o comunicado do ICA.
“Favorecer o intercâmbio cinematográfico através do diálogo entre autoridades, responsáveis e profissionais dos cinemas chinês e português, e dar a conhecer na China a riqueza do património cinematográfico e da cultura de Portugal” são objectivos do certame, lê-se no comunicado.

20 Ago 2015

Magia | Artista Cyril traz truques de rua à Broadway do Galaxy

O mágico norte-americano Cyril vai ocupar o palco da Broadway Macau nos dias 5 e 6 de Dezembro. O espectáculo integra-se numa digressão mundial e promete trazer a palco truques dignos de televisão

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] mestre de magia Cyril nasceu e cresceu em Los Angeles, mas agora a viver em Tóquio, aproveita a proximidade e o seu talento para apresentar dois espectáculos no recém-inaugurado Broadway, no Galaxy. O palco deste espaço de entretenimento abre-se para Cyril nos dias 5 e 6 de Dezembro, a convidar miúdos e graúdos a deslocarem-se até lá para dar início às hostes natalícias. O espectáculo “Magia de perto e pessoalmente” foi desenhado pelo próprio autor, que conta com uma forte base de talento de magia de rua, estando agora em digressão mundial. “Tido como um dos mais inovadores e influentes mágico, Cyril é conhecido pela sua capacidade de contar histórias e actuar, sem esquecer vários anos de shows de magia na televisão”, anuncia a organização em comunicado. Cyril assegura, segundo a Broadway, que os efeitos especiais e de câmara se tornam desnecessários quando o talento permite desenvolver truques absolutamente impossíveis. [quote_box_right]”Tido como um dos mais inovadores e influentes mágico, Cyril é conhecido pela sua capacidade de contar histórias e actuar, sem esquecer vários anos de shows de magia na televisão”[/quote_box_right]
A ideia de trazer Cyril aos palcos locais teve início quando o artista mostrou os seus dotes num show apenas para clientes VIP, em Dezembro passado. O feedback foi tão positivo, que a Broadway parece nem ter pensado duas vezes antes de trazer Cyril a Macau novamente. Os dois espectáculos deverão demorar cerca de duas horas, incluindo alguns dos truques que Cyril já mostrou na televisão, assim surpreendendo espectadores “dos oito aos 88 anos”. Cyril confessou estar muito feliz por voltar a Macau, sendo a estreia da sua digressão no território. “O Galaxy Macau é líder no entretenimento ao vivo e a magia é uma linguagem universal, pelo que todos os tipos de audiência vão poder apreciá-la”, esclareceu o artista.

Conta-me histórias

Cyril é considerado “um dos pioneiros” da magia de rua e reconhecido como um bom contador de histórias, tendo aparecido em 16 programas televisivos do Japão e duas séries. Em termos globais, a sua presença foi sentida em 26 países, sem esquecer os locais até onde já viajou e encantou: Brasil, Índia, China, Indonésia, Austrália ou Itália. Os bilhetes para os espectáculos começam nas 280 patacas, estando à venda a partir de 15 do próximo mês. Em 2007, o mágico foi reconhecido pelos seus pares durante a entrega de prémios da Academia Anual de Artes Mágicas, sendo votado como ‘Mágico do Ano’ e assim ficando ao mesmo nível de estrelas como David Copperfield ou Siegfreid & Roy.
Um dos programas televisivos de culto do artista teve a sua família como foco. No entanto, estes foram reinterpretados pelo autor, que personalizou a sua avó, tio e primo. Mas nem tudo era ilusão: Cyril andou mascarado pelas ruas de Oahu, no Havai, entretendo os turistas que passavam. Estas sessões de improviso foram gravadas e passadas na televisão, no programa “A família de Cyril em Férias”. A série, explica o website oficial do artista, ajudou a redefinir a forma como a magia é passada para a televisão e entendida pelos espectadores.

19 Ago 2015

Pedro Jóia actua pela primeira vez na China

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] músico Pedro Jóia estreia-se na China, na próxima semana, onde actua no 8.º Festival Juvenil de Artes, em Pequim, anunciou a Fundação Oriente. O guitarrista Pedro Jóia apresenta-se em trio, com o baixista Norton Daiello e o acordeonista João Frade, nos dias 21 e 22 de Agosto.
“Com uma carreira profundamente marcada pela música popular ibérica, Pedro Jóia apresenta uma abordagem inovadora que conjuga fado e flamenco, combinada com a tradição do folclore português”, afirma em comunicado a Fundação.
Segundo a mesma fonte, “além de apresentar composições próprias, o alinhamento destes concertos inclui alguns dos mais reconhecidos compositores de fado e música tradicional portuguesa e latina, como Armandinho, Paco de Lucia e Carlos Gardel”.
O guitarrista Pedro Jóia actua na capital chinesa, no âmbito de um protocolo estabelecido entre a Fundação Oriente e a China International Culture Association. O programa que será apresentado pelo músico inclui, entre outras, as peças “Tríptico Carlos Paredes”, de Carlos Paredes, “Variações em fado menor”, de Pedro Jóia, “Maldito fado”, de Armandinho, “Ícaro”, de Jóia, “Meditando/Fado Lopes”, de Armandinho, “Entre dos águas”, de Paco de Lucia.

Outras músicas

Pedro Jóia, distinguido em 2008 com o Prémio Carlos Paredes, tem editados, entre outros, os álbuns “Guadiano” (1996), “Sueste” (1999), “Variações sobre Paredes” (2001), “Jacarandá” (2003), disco em que reuniu artistas brasileiros como Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Daniela Mercury, Zeca Baleiro e Zélia Duncan, entre outros, e “À espera de Armandinho”, que lhe valeu o galardão.
Do currículo de Pedro Jóia, desde o início da sua formação em guitarra flamenca, destaca-se a direcção musical de projectos diversificados, a composição para teatro e a participação em festivais de música e concertos em várias partes do globo – Cabo Verde, Macau, Marrocos, República Checa, Índia, Brasil, Moçambique, Angola, Costa do Marfim, Finlândia, Holanda, Estados Unidos, Andorra. Recentemente, realizou um projecto com o fadista Ricardo Ribeiro, que incluiu a interpretação de fados, temas do folclore raiano, tangos e canções flamencas. O músico é um dos compositores que fazem parte do novo trabalho de Mariza, “Mundo”, a editar no próximo dia 9 de Outubro.

18 Ago 2015

MAM | Ciclo de exposições engorda cultura local com arte contemporânea

O Museu de Arte de Macau apresenta uma série de exposições que abarcam fotografia, pintura a óleo, multimédia, caligrafia e pintura chinesas. É até Setembro que inauguram, mas muitas podem ser vistas ainda em 2016. A ideia é dar aos visitantes várias opções

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Museu de Arte de Macau (MAM) acolhe uma série de exposições, algumas já inauguradas e outras por estrear. Em destaque está certamente a arte contemporânea, à qual o MAM parece estar a dedicar grande parte do seu tempo e orçamento. Neste momento, estão em exposição duas mostras de fotografias de autores locais que, de algum modo, retratam a história de Macau. A primeira, intitulada “Chuvadas e Cheias” compreende uma série de fotografias da autoria de Choi Vun Tim, que fez mais com os dias chuvosos da cidade do que apenas calçar as galochas e correr de casa para o trabalho. As películas revelam intensidade de movimento das pessoas e das próprias gotas gordas. “Chuvadas e Cheias” inaugurou em Maio passado e está aberta ao público até 8 do próximo mês. “Até há relativamente pouco tempo, as fortes chuvadas de estação causavam frequentes inundações em Macau. Nas décadas de 1969 e 1970, devido à sua localização ribeirinha, quando havia tempestades, infiltração de água salgada ou a forte pluviosidade típica dos tufões, as zonas da Rua do Visconde Paço de Arcos, Rua de Cinco de Outubro, Avenida de Almeida Ribeiro e o bairro San Kiu ficavam rapidamente inundadas, com o nível das águas a chegar aos joelhos”, explicou o director do MAM, Chan Hou Seng, na apresentação da mostra. Em jeito de agradecimento, Chan refere que as fotografias do autor servem para partilhar memórias, nomeadamente entre os mais idosos, que viveram estas questões, e os mais novos, que pouco sabem sobre eles. A segunda mostra foca-se na história dos templos de Macau, monumentos típicos da cidade. A mostra “Templos de Macau” fica no MAM até final deste ano e abriu em Junho, mas não se centra apenas nos edifícios em si, mas sim em rituais, vontades e tradições, algumas delas existentes há mais de 400 anos.

Vai muito além da vista

Além de se dedicar à fotografia, o MAM guardou espaço para a pintura, neste caso moderna. Desta vez, expõe numa galeria 26 retratos a óleo dos séculos XIX e XX, do artista chinês Lam Qua e outros 14 também nacionais e estrangeiros. A grande maioria, de acordo com nota da curadora da mostra, Weng Chiao, são realistas, mas há também impressionistas, expressionistas e da era moderna. Lam Qua é de Cantão e especializava-se em pinturas de estilo ocidental, sobretudo encomendadas por estrangeiros. As suas obras estão espalhadas um pouco por todo o mundo, desde galerias na China até à Universidade de Yale ou espaços artísticos em Londres. Entre 1836 e 1855, o autor dedicou-se à pintura de retratos de pacientes do médico missionário norte-americano, Peter Parker. A mostra começou no início deste ano e encerra em Dezembro.
Por último, seguem-se duas exposições distintas relacionadas com caligrafia e pintura chinesa. “Artefactos de Excelência” estreou-se no passado fim de semana e prolonga-se até 28 de Fevereiro de 2016, compreendendo obras de Luo Shuzhong, famoso calígrafo e gravador de sinetes. “Shuzhong criou uma nova técnicas de gravação, o corte da escola Zhe, que combina as técnicas amadurecidas pela Escola de Yishan e a técnica de corte da Escola Zhe. Para ele, a estética da gravação de sinetes residia na simplicidade e contenção”, adianta uma nota de apresentação da organização. Por outro lado, “A Tensão do Talento” tem inauguração marcada para 11 do próximo mês e inclui pinturas e caligrafias de Wu Rangzhi e Zhao Zhiqian. Em exposição estão 220 peças da época da Dinastia Qing. Finalmente, Gigi Lee apresenta “Atonal”, uma peça que prioriza o elemento multimédia, ao qual se juntam imagens e música para dar sentido a uma exposição que se estreia a 10 de Setembro. Lee pretende, com esta peça abstracta, explorar o conceito de atonalidade, ou seja, de um tom “desfocado” e que “desafia a técnica tradicional”.

18 Ago 2015

Cinema | Cheong Kin Man com obra sobre a RAEM na Califórnia

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] curta-metragem “Uma Ficção Inútil”, de Cheong Kin Man, foi apresentada sábado na Califórnia, no Festival de Cinema de Macau de San Leandro, depois de dois prémios no Canadá e Espanha e da exibição em Cannes. “Uma Ficção Inútil” resulta de um trabalho de mestrado em Antropologia Visual e Media na Freie Universität Berlin, em 2014, e nos últimos meses conquistou o “2015 Rising Star Award”, na categoria de cinema experimental do Festival Internacional de Cinema do Canadá (Vancouver), e a “Distinción Amarilla” do prémio “La Lupa y el Imán” do Festival Cinemística, em Espanha (Granada). A curta-metragem de 31 minutos mistura viagens e influências do jovem de 28 anos desde Macau, onde nasceu e cresceu, até Portugal – primeiro país europeu onde se fixou para estudar –, evidenciando também marcas da cultura asiática, nomeadamente japonesa.

Em camadas

Inspirado pelas obras cinematográficas e literárias dos japoneses Kon Ichikawa e Michio Takeyama, o mais recente filme de Cheong Kin Man tem, segundo o autor, “múltiplas camadas”, desde a identidade macaense ao multiculturalismo que constatou em Singapura, onde passou dois meses em estágio na Nanyang Technological University, enquanto bolseiro de uma investigação sociológica. Numa sucessão de “atropelos” visuais, a obra mistura ruído, rostos e paisagens, e uma colecção de línguas que Cheong Kin Man se desafiou a aprender. Em grandes porções de texto sobrepostas sobre imagens de Macau, e de outros sítios por onde andou, ouvem-se e lêem-se línguas asiáticas e europeias. A língua de Camões surge na tela, por breves momentos, através de Sophia de Mello Breyner Andresen, porque, durante o processo criativo da curta-metragem, Cheong Kin Man “tropeçou por acaso” num artigo publicado duas vezes – em 1975 e 2014 – no Expresso. Originalmente dado à estampa no período revolucionário, o texto da poetisa “Em defesa da cultura” foi a forma de o jovem autor dizer no filme que “é muito importante a democratização” da mesma. Licenciado em Estudos Portugueses pela Universidade de Macau, Cheong Kin Man trocou o emprego de tradutor na Administração Pública por um mestrado no estrangeiro, pelas viagens e pelo conhecimento do outro. Fala e traduz inglês, francês e alemão, além das duas línguas oficiais da região: o chinês e português. “Continuo muito interessado em aprender línguas, porque para mim elas são muito importantes para compreender o mundo”, afirmou à agência Lusa.Cheong Kin Man
O Festival de Cinema de Macau da cidade de San Leandro integra outros dois trabalhos da autoria e com a participação de Cheong Kin Man: “Ou Mun Ian, Macaenses – 35 Entrevistados, 35 Identidades” (2009) – documentário sobre a cultura e identidade macaense – e “As Fontes de Água de Macau” (2008), sobre a Fonte do Lilau. Os dois filmes são em cantonense e português, com legendas em inglês. Depois da cidade californiana de San Leandro, o jovem autor quer apresentar “Uma Ficção Inútil” em Portugal, ainda este ano, e no próximo em Macau.

Momentos marcantes

Para trás ficam as apresentações oficiais da curta-metragem no Canadá, Espanha, Eslovénia e no “Short Film Corner” do Festival de Cannes: “A experiência em Cannes foi interessante, mas é uma plataforma mais para ficção. Eu diria que o que mais me marcou foi sobretudo em Espanha, onde contactei com filósofos e recebi muitos comentários interessantes”. Actualmente a residir em Bruxelas a maior parte do tempo, Cheong Kin Man falou à Lusa via Skype a partir dos Estados Unidos, onde na semana passada apresentou “Uma Ficção Inútil” no Columbia River Film Festival, em Washington. Em San Leandro – cidade onde é visível a presença da comunidade macaense e é destacada a ligação entre os Estados Unidos e a China –, o jovem já não teve que explicar o que é Macau, uma missão que, não obstante, abraça com prazer. “Há muita gente que não sabe onde é Macau: é normal, é uma terra pequena. Do meu ponto de vista muito pessoal, eu explico a Macau que eu entendo. Explico muito”, contou.

17 Ago 2015

Descobrir Manuel Vicente: Uma exposição arquitectónica

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]em qualquer outra actividade na agenda, a exposição, que abre as portas no dia 10 de Setembro, no Centro de Design de Macau, talvez feche o ciclo a uma lista de actividades dedicada àquele que é considerado o “arquitecto de Macau”, Manuel Vicente.
“Já tivemos várias iniciativas à volta do trabalho de Manuel Vicente, de celebração da vida e da obra do arquitecto, tais como, conferências que aconteceram ao longo do ano passado e, agora com a exposição, em principio encerramos este capítulo dedicado ao Manuel Vicente. Não quer dizer que no futuro não possam existir”, começa por explicar a organização da mostra.
Ao contrário da exposição que aconteceu o ano passado, a edição deste ano, “Descobrir Manuel Vicente”, não é uma exposição documental, não é a imagem do trabalho do arquitecto tal como aconteceu, mas sim uma exposição de interpretação e reflexão do seu contributo, sobretudo à cidade de Macau.
Assim, a mostra irá incluir “vários desenhos originais, um ponto de vista de um fotógrafo convidado – Nuno Assis – e tem um olhar dos colaboradores do próprio arquitecto, num total de 13 colaboradores que contribuíram com um painel original”, explica ao HM, a arquitecta Francesca Carlota Bruni, membro da Docomomo Macau, associação responsável pela mostra. Manuel Vicente
Para além dos desenhos, irão estar expostos painéis gráficos, fotografias e existirá ainda uma sala com modelos de arquitectura, que fugindo aos modelos tradicionais têm a função de reinterpretação e explicação da obra de Manuel Vicente, através da forma que o próprio fazia os desenhos técnicos.
“Estamos a fazer uma espécie de homenagem, transformando este desenhos técnicos em versões tridimencionalizadas”, explica a organização, sublinhando que o que “se procura nesta exposição é que não sendo tão documental como as anteriores, seja um pouco pedagógica. No sentido de para além de mostrar, explicar e dar a conhecer através dos olhos de quem com ele trabalhou directamente”.

Trabalhar com o melhor

É esta visão íntima que a organização pretende trazer para o público. Manuel Vicente que veio para Macau “em busca de uma liberdade criativa, de linguagem e daquele mundo português pós salazarista”, veio encontrar aqui aquilo que procurava.
Os membros da Docomomo, organizadores de exposição, que trabalharam directamente com o arquitecto, explicam que o processo era sempre “muito intenso”. “Intenso a nível de tempo, consumido pelo trabalho. Não havia ninguém que trabalhasse com o Manuel Vicente que não tivesse uma profissão das 9 às 17h00. Nunca foi um emprego, foi sempre uma paixão. E essa paixão que ele tinha, conseguia ser transmitida com a enorme força, com o entusiasmo que passava a todas as pessoas que o envolviam. Portanto nós naturalmente embarcávamos nesta grande festa que era fazer arquitectura com ele [Manuel Vicente]. Prestava-se um serviço às pessoas, à cidade”, explicam.
Em curso, pela mão da organização, estão ainda outros projectos, o próximo já no final de Outubro, os seminários Docomomo, em que marcará presença a presidente da associação internacional. A par com esta iniciativa está ainda prevista uma primeira exposição sobre o modernismo na zona do sudoeste asiático e ainda uma mostra subordinada ao tema “Modernismo Macaense”.
“Descobrir Manuel Vicente” tem entrada livre e a duração de um mês, sendo passível de marcação para visitas guiadas com os membros da Docomomo.

17 Ago 2015

Música | FIIM deste ano conta com Pedro Moutinho e divas do Jazz

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) celebra a seu 29ª edição com um programa “muito semelhante” ao de anos passados, mas com novos workshops e um concerto com Pedro Moutinho e os Danças Ocultas. O tema desta ano é “Somtástico”, na tentativa de reproduzir o sentimento fantástico que a música traz.
Centrado na melodia de uma concertina, o espectáculo de dia 16 quer faz jus à música portuguesa folk e conta com o grupo de fado de Pedro Moutinho e os Danças Ocultas, constituído por quatro membros. O fim de semana de 30 de Outubro a 1 de Novembro será inteiramente dedicado à representação de Fausto, uma peça musical de cinco actos, por Charles Goudon. A organização refere que o autor “criou uma fusão extraordinária de melodia sublime, desafio vocal e poder dramático”, fazendo com que o grupo tenha ficado internacionalmente conhecido com origem em França. Juntos estarão a Academia de Teatro de Xangai, o Estúdio de Ópera Cénica de San Diego, a Ópera de Chicago e vários outros artistas.
Os bilhetes vão das 200 às 600 patacas para os três concertos agendados para as 19h30 de sexta-feira, sábado e domingo. Além do programa geral, o FIMM oferece um vasto conjunto de workshops e conversas com artistas. Entre eles está um curso de música para deficientes auditivos e outro com Janis Siegel e Elisa Chan.
O programa tem uma base sólida de ópera e música clássica, no entanto, não foge muito ao que se tem assistido em anos passados, com uma série de concertos de música clássica. Para abrir as festividades, entram no palco do Centro Cultural de Macau (CCM), a mezzo-soprano Charlotte Hellekant, que acompanha a Orquestra de Macau através da condução do maestro chinês, Lu Jia. Os bilhetes para este concerto de dia 4 de Outubro, às 20h00 custam entre 200 e 300 patacas. É com a Sinfonia nº3 de Gustav Mahler que o grupo espera encher aquele auditório. Segue-se um concerto da Orquestra Chinesa de Hong Kong, cuja existência remonta a 1977, tendo já pisado vários palcos mundiais com um grupo de 85 músicos no total. São descritos pela organização do FIMM como “líderes da música étnica chinesa” e sobem ao palco do Grande Auditório do CCM a 6 de Outubro, com bilhetes entre as 100 e as 200 patacas. A Orquestra é conduzida pelo maestro Yan Huichang e tem feito uma série de parcerias com outros músicas internacionais, no sentido de aliar a música chinesa à ocidental. Os interessados poderão assistir a um concerto baseado nos conceitos de Bem e Mal, Ying e Yang.
No dia seguinte, o mesmo auditório dá lugar à orquestra de música clássica Mahler Chamber, grupo formado em 1997. Com residência permanente em Itália, conta com músicos de vários países, 28 discos lançados e uma média de 60 a 70 concertos anuais. Nos dias seguintes e até 1 de Novembro vão subir ao palco a Filarmónica BBC, o grupo acapella Chanticleer, da cidade norte-americana de São Francisco, Rimsky Karkasov, entre vários outros artistas. A esmagadora maioria dos concertos acontecem no Grande Auditório do CCM e no Teatro D. Pedro V, com actuações a terem lugar também na Igreja de S. Domingos e na Fortaleza do Monte.

14 Ago 2015

CCM | Kayhan Kalhor e amigos com concerto marcado para Setembro

É conhecido como o rei da música persa e um mestre na arte de improvisar e chega agora a Macau, para um concerto único. Kayhan Kalhor actua no Centro Cultural de Macau a 4 de Setembro e não vem sozinho

[dropcap style=’circle’]K[/dropcap]ayhan Kalhor apresenta-se no próximo mês no Centro Cultural de Macau (CCM) para um concerto e o “rei da música persa” não vem sozinho. Kalhor atravessa terra e mar até Macau trazendo amigos do Irão e da Índia, para um único espectáculo no grande auditório, a 4 de Setembro pelas 20h00.
Do santur à tabla e à cítara, o ensemble que Kalhor reuniu para viajar até ao território inclui o mestre Ali Bahrami Fard. Nascido em Shiraz, no sudoeste do Irão, Fard estudou santur com o mestre Ostad Faramarz Payvar. Como explica Joana C. Lee, investigadora honorária no Centro de Estudos Asiáticos de Universidade de Hong Kong, numa nota enviada ao HM, este instrumento tem mais semelhanças com os equipamentos musicais chineses do que se pode pensar.
“O santur é um saltério forjado com origem na Babilónia. É um primo não muito distante do yangqin chinês, muito provavelmente trazido através da rota da seda da dinastia Tang.”
Kalhor também convidou Sandeep Das, seu colaborador de longa data e companheiro do Silk Road Ensemble. Nascido na Índia, Das é mestre da tabla, um instrumento composto por dois tambores que é tocado apenas com as mãos e pontas dos dedos. “Enquanto o par de tambores é afinado para tons específicos, a parte inferior da mão exerce força na pele do tambor para mudar de tom, criando um canto melódico à medida que o som se desvanece”, explica a investigadora.
A completar o ensemble, como indica a organização ao HM, estará ainda a cítara dedilhada pelo indiano Narenda Mishra. A cítara ficou célebre no mundo ocidental nos anos 60 graças ao viajante virtuoso Ravi Shankar – pai da conhecida cantora Norah Jones. Mas não só. “A cítara aparece em vários temas clássicos dos Beatles, como ‘Norwegian Wood’”, explica Joana Lee.

Kayhan Kalhor e o kamancheh

Nascido no seio de uma família curda, Kalhor obteve quatro nomeações para os prémios Grammy e tem sido um dos artistas com mais participações noutros projectos. Faz parte do Silk Road Ensemble de Yo-Yo Ma e também compôs música para bandas sonoras de filmes, tendo trabalhado com Osvaldo Golijov na banda sonora do filme “Uma Segunda Juventude” (2007) de Francis Ford Coppola. “Graças à sua envolvência em múltiplas frentes, Kalhor foi aplaudido nas mais prestigiadas salas de espectáculos do mundo”, indica ainda o CCM na nota enviada ao HM.
Kalhor é considerado como um importante divulgador do kamancheh – uma espécie de pequeno violino persa – e da música curda e persa, sendo ainda um “mestre da improvisação”.
O cantor faz frequentes digressões pelo mundo, tanto como solista como com a sua própria banda.
Na nota enviada ao HM, a investigadora Joana C. Lee explica que, na cultura tradicional persa, a música funciona como uma ferramenta espiritual, sendo um meio para a mente explorar, meditar e para exaltar “a alegria de viver”. A música persa está ainda ligada à literatura pela forma como capta a atmosfera e a poesia do momento, tal como a improvisação e a composição, algo que Kalhor domina.
“Como ele lidera um ensemble que abrange as tradições indiana e persa, os seus companheiros musicais vão responder às suas improvisações com os seus próprios rasgos, assim contribuindo para esta extraordinária viagem musical asiática”, explica o CCM.

Mais do que guerra

O Irão, país natal de Kayhan Kalhor e berço cultural de muitas das grandes tradições mundiais, tem sido fonte de destaque na imprensa internacional desde que a revolução de 1979 depôs o Xá Mohammed Reza Pahlavi. Com a vinda deste músico a Macau, o CCM quer mostrar mais de um país onde os desafios políticos e religiosos “nublaram” a percepção da cultura em si mesma.
“As pessoas têm de ser elucidadas sobre tradições artísticas seculares que transcendem fronteiras nacionais e até conotações religiosas: a Pérsia (no termo mais genérico e histórico que se refere à região e à sua cultura) há muito que exerce a sua influência no mundo, tendo estabelecido trocas de bens com a China através da rota da seda desde o período da Dinastia Tang. O seu design e artes manuais desempenharam um papel crucial no desenvolvimento da arte chinesa. Refira-se ainda que, na Pérsia antiga, o Islão não era a religião dominante”, explica a investigadora.
Os bilhetes para o espectáculo já estão à venda, com preços que vão desde as 150 patacas às 300 patacas.

14 Ago 2015

Venetian | Exposição New Art Wave com curadores e galeristas internacionais

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap] no Hall D do Cotai Expo que acontece a New Art Wave, uma exposição que pretende dar a conhecer e explorar “o trabalho de artistas contemporâneos, ajudando-os a estabelecer-se enquanto isso mesmo”, como explica a organização. A mostra tem lugar entre os dias 28 e 30 deste mês e destina-se à partilha de ideias e experiências entre alunos licenciados ou interessados nas Artes.
Entre estes dias, vão ser entregues prémios de várias categorias, mas trata-se também de uma oportunidade que os mais jovens têm de conhecer uma série de galeristas, autores de trabalhos conhecidos e influentes, coleccionadores, críticos de arte e curadores, assim encurtando a ponte que é normalmente necessária entre artista e vendedor. De acordo com a organização, a exposição é também uma “boa ocasião para potenciais investidores encontrarem potenciais talentos artísticos, não esquecendo que se trata de uma oportunidade para a compra de novos trabalhos”.
Os visitantes podem esperar ver uma série de novos trabalhos desenvolvidos recentemente por autores de várias idades, desde os recém-licenciados em cursos de Arte, até aos criadores mais maduros.
Envolvidos no planeamento deste evento estão uma série de personalidades do mundo das Artes, como são a curadora e crítica de arte Sandra Walters, o director e professor do Museu de Arte da Academia Central de Belas Artes de Pequim Wang Huangsheng, ou Chan Kam-shing, parte integrante do Conselho para o Desenvolvimento das Artes de Hong Kong. venetian
Na ocasião vão ainda ser seleccionados cem finalistas que apresentaram obras e todos eles vão ter a oportunidade de ter uma cabine de nove metros para a sua própria exposição e vendas, juntamente com reconhecimento, no catálogo da exposição, das suas obras vencedoras. Os três melhores trabalhos vão receber 50 mil, 80 mil e 100 mil patacas, respectivamente.

Seminários não faltam

A New Art Wave vai compreender uma outra parte dedicada aos seminários e conversas colectivas. Estas acontecem a 29 e 30, todo o dia. O primeiro seminário tem Homer Lee, fundador da galeria de arte taiwanesa Lee, como orador. A sessão acontece das 11h30 às 12h30. Segue-se uma palestra sobre como as academias e organizações artísticas fomentam e cultivam os artistas, liderada por quatro professores de Pequim, Hong Kong, Taiwan e Macau. Esta tem lugar das 14h00 às 15h30 e vai ser moderada por Chan Yuk Keung, professor do departamento de Belas Artes da Universidade de Hong Kong.
O dia encerra com a sessão das 16h00 às 17h30, “No berço do artista”, onde quatro membros de conceituadas instituições asiáticas relacionadas com as artes sobem a palco para falar sobre espaços alternativos e locais de inspiração. O dia seguinte começa às 11h30, com a sessão “Mercado das Artes comercializada online”, com a Associação de Indústrias das Artes Visuais de Macau a servir de moderadora para uma conversa com Deng Bin, director geral do Distrito Sudoeste da China e da Artron.net.
O círculo de conversas fecha com uma conversa entre três gestores de galerias e associações e que se prolonga das 14h30 às 16h00, moderada por Chang Tsong-zung, fundador da galeria Hanart TZ. A entrada para o espaço de mais de três mil metros quadrados é livre.

13 Ago 2015

Cinema | Realizador de Macau vence prémio Kodak Student Gold Award 2015

“Trycicle Thief” soma e segue com menções positivas, desta vez tendo vencido o prémio Kodak mais importante para estudantes. O filme de Maxim Bessmertny, realizador de Macau, retrata a ganância e as necessidades do ser humano

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]axim Bessmertny venceu o prémio Kodak Student Gold Award 2015, com o filme “Trycicle Thief”. Feito em Macau e pelo russo radicado no território, o filme retrata a vida de um condutor de riquexós e do que acontece quando o seu triciclo é furtado por um homem de negócios.
A Kodak, com sede em Nova Iorque, nomeou cinco estudantes como vencedores dos prémios Kodak Scholarship Program 2015, uma competição mundial que acontece anualmente em colaboração com a Universidade de Filme e Vídeo, em Chicago. Este ano, as candidaturas atingiram “um número recorde”, como indica a organização, com mais de 55 instituições de ensino de Cinema a participar. As universidades escolheram os alunos que consideraram mais aptos a receber o prémio, que consiste em bolsas de estudo e prémios monetários.
A estudar em Singapura, na New York University’s Tisch School of the Arts Asia, Max Bessmertny foi o vencedor do primeiro prémio, que lhe valeu dez mil dólares em bolsas de estudo. O realizador admitiu ao HM que nem acreditava quando soube que tinha vencido.
“A minha primeira reacção foi ‘não me acredito’. Pensei que estavam a brincar comigo”, diz, sorrindo. Mas, depois, caiu em si.
“Depois, senti-me honrado por muitas razões. Não é por mim, é pela natureza do prémio, a natureza dos filmes. Não necessariamente o ‘Trycicle Thief’, mas a combinação das coisas. Primeiro, porque me lembro de ver filmes como ‘Tarkovsky’s Stalker’ e ‘La Dolce Vita’, porque o meu pai e os amigos adoravam estes filmes. Lembro-me que, das primeiras vezes, nunca me senti inspirado com isto. Era um adolescente, ignorante, que não sabia muito de coisa nenhuma. Mas eu adorava já trabalhar com pessoas do mundo do teatro, da música… Aos poucos, comecei a identificar-me com os filmes que me estavam a ser mostrados”, explica Max Bessmertny ao HM.
Foi depois de longas noites e diversão na sua adolescência, aos vinte, que Max se apercebeu do que realmente queria fazer. “Vi o fime ‘Citizen Kane’, que estava escondido numa misteriosa caixa de DVDs em minha casa.” E foi aí que o clique aconteceu. Ou que, pelo menos, chegou a certeza de que o Cinema era o futuro do jovem realizador.
“Trycicle Thief” é a mais recente curta-metragem de Max Bessmertny, tendo passado já em diversos locais no território e na região vizinha. Em Novembro do ano passado, o realizador dizia ao HM que o destino do filme “se faria por ele próprio”, algo que acabou por acontecer este mês. Um filme sobretudo da “ganância e necessidade humanas”, que tem Macau como pano de fundo.
Max Bessmertny veio para o território com cinco anos, tendo estudado em Londres, Tailândia e Singapura, mas mantendo sempre uma forte ligação à Macau que a viu crescer e onde quer, diz, desenvolver a sua carreira.
Por agora, o realizador mantém-se em filmagens para a sua próxima produção, tendo realizado recentemente campanhas publicitárias para diversos empreendimentos de Macau.
O segundo prémio Kodak 2015 foi entregue a Paulina Skibinska da National Film School em Lodz, na Polónia, com o filme “Object”. Matvey Fiks da School of Visual Arts em Nova Iorque venceu o terceiro prémio com “Babushka”.
Estes prémios são atribuídos anualmente e a Kodak promete continuar a fazê-lo. “A Kodak é fervorosamente devotada à próxima geração de cineastas”, disse Andrew Evenski, presidente da Kodak’s Entertainment & Commercial Films, citado num comunicado da organização. “Ter uma parceria com a Universidade de Filme e Vídeo tem-nos mantido constantemente ligados às instituições que ensinam estes novos artistas.”

13 Ago 2015

Centro UNESCO | Exposição de porcelana chinesa “Junci” abriu ontem

Foi produzida num dos fornos mais famosos do mundo e chega agora a Macau. Até sexta-feira, o Centro UNESCO vai receber a exposição de porcelana chinesa “Junci”

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]briu ontem a mais recente exposição do Centro UNESCO de Macau. “Porcelana Chinesa Junci” é o tema da mostra, que apresenta porcelanas produzidas no Forno Oficial da Cidade de Yuzhou, localizado em Henan.
As peças foram criadas originalmente durante a Dinastia Tang e tornaram-se muito prestigiadas durante a Dinastia Song. A qualidade da porcelana produzida levou ao topo este Forno entre os cinco mais famosos Fornos daquela época, nomeadamente os Fornos de Junyao, de Ruyao, de Guanyao, de Geyao e de Dingyao (“Yao” significa o forno). O Forno Oficial da Cidade de Yuzhou é um produto exclusivo de Yuzhou, onde existiu o Altar com o nome “Jun”, cuja criação foi concebida para a realização da Cerimónia de fundação da Dinastia Xia que remonta ao período entre o sec. XXI e o sec. XVI A.C. porcelana3_FM
“Desde a fundação da China que a Arte de Junci quase tinha desaparecido, o que chamou a atenção do Governo e, por isso, decidiu-se fazê-la renascer, sobretudo sob a orientação do então Primeiro-Ministro Zhou Enlai. Foram constituídas quatro grandes fábricas de porcelana em Yuxian (Henan) e assim a Arte de Junci nasceu de novo em Shenhou, Yuzhou, isto é, no local da sua produção original”, explica a organização, em comunicado. “A exposição reunirá várias dezenas de obras de Junci seleccionadas, muito representativas das obras artísticas desta nova era. No intuito de divulgar a esplêndida cultura chinesa e desenvolver a Arte Moderna de Junci, e com a organização da Associação Internacional de Estudos de Caligrafia, Pintura e Artes da China e a Associação de Estudos da Cultura de Junci da Província de Henan, vai-se realizar esta mostra.”
A primeira apresentação desta exposição aconteceu no Museu Nacional em Beijing, no ano passado. Em Macau, a mostra estará patente até 14 de Agosto, todos os dias até às 19h00, no Centro UNESCO de Macau, tendo sido organizada pela Fundação Macau. A entrada é gratuita.

12 Ago 2015

Música | SJM assina acordo com MACA para proteger direitos de autores locais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) assinou com a Associação de Compositores e Autores de Macau (MACA, na sigla inglesa) um acordo de performances ao vivo. A cerimónia decorreu no Grand Lisboa e vai permitir a salvaguarda dos direitos de autor de músicas que passem nos hotéis e casinos da operadora.
A MACA tem levado a cabo acordos destes, depois de ter inscritos na Associação músicas de cantores locais e estrangeiros. Ontem, foi a vez da SJM, que assegura, contudo, ser pioneira ao passar apenas música local.
“O acordo tem como objectivo proteger os direitos de autor das músicas que passem nas propriedades da SJM, como o Grand Lisboa, o Lisboa, o Oceanus e o Ponte 16”, começa por indicar um comunicado da empresa. “Mais ainda, tal como foi anunciado nesta cerimónia, o Casino Lisboa será o primeiro em Macau a comprometer-se a tocar apenas música de locais nas suas instalações.” sjm maca
O acordo foi assinado por Angela Leong, directora-executiva da SJM, e Ung Kuok Iang, presidente da MACA, sendo que estiveram ainda presentes na cerimónia representantes da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).
“Como uma empresa responsável, a SJM quer apoiar as iniciativas que beneficiem a comunidade e economia de Macau e, ao apoiar a protecção dos direitos de autor iniciados pela MACA, esperamos servir de exemplo para outros”, disse Leong, que acredita que “tocar música de locais 24 horas nos casinos poderá servir como uma plataforma para os músicos profissionais de Macau mostrarem o seu talento”.
Já Ung Kuoc Iang, presidente da MACA, considera que o facto de a SJM ter confirmado que vai utilizar música local demonstra que “a música local tem cada vez uma melhor marca no mercado”.

11 Ago 2015

IC | Lançado apoio financeiro para actividades culturais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]briram as candidaturas para os programas de Apoio Financeiro para Actividades e/ou Projectos Culturais, Formação de Recursos Humanos na Gestão Cultural e das Artes e de Subsídios à Arte da Comunidade do Instituto Cultural (IC). Estas irão estar abertas dias 9, 11 e 14 de Setembro a todas as associações locais registadas e sem fins lucrativos que estejam interessadas em realizar todos os tipos de actividades culturais e artísticas. Numa nota à imprensa o IC explica que os programas pretendem “promover o desenvolvimento do pluralismo cultural e de fomentar talentos locais nas áreas artística e cultural”.
O Programa de Apoio Financeiro para Actividades/Projectos Culturais é direccionado para as artes visuais, dança, música, ópera, património cultural, criação e estudos literários, estudos académicos, filmes e arte multimédia e indústrias culturais e criativas, entre outros. Enquanto o programa de Formação de Recursos Humanos na Gestão Cultural e das Artes pretende contribuir para o “desenvolvimento estável e sustentável dos grupos artísticos e culturais locais e do estímulo da formação de gestores profissionais nesta áreas, pretendendo-se criar uma reserva destes talentos, a fim de promover o desenvolvimento saudável e integrado no domínio artístico e cultura em Macau”, fomentando talentos nas áreas do planeamento, coordenação, gestão de eventos e gestão técnica nos domínios da arte e cultura. dinheiro fundos subsídios
Por fim, o programa de Subsídios à Arte da Comunidade está focado no incentivo às associações artísticas locais para que estas entrem nas comunidades ou em determinados grupos, convidando-os à produção e à participação colectiva. O programa pretende assim evidenciar características comunitárias e revelar obras através de técnicas artísticas diversificadas, gerando mais oportunidades de comunicação ao longo do processo de produção artística, assim como criar laços entre as comunidades e aproximar as artes e a comunidade.
Os interessados deverão entregar os formulários de inscrição, disponíveis no site do IC, no edifício do instituto, entre as 9h30 e as 19h30 horas, dos dias 9 a 11 e 14 de Setembro.

11 Ago 2015