Cinema | Seleccionados projectos portugueses para Feira de Investimento

Das oito candidaturas submetidas, sete foram seleccionadas para participar em mais uma Feira de Investimento do Cinema que reúne Macau, Hong Kong e Guangdong. O caminho ainda agora começou, mas os autores mostram contentamento e esperança

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]axim Bessmertnyi, António José Caetano de Faria, Ho Fei, Hoi Kuok Meng, Lou Ka Hou, Fernando Eloy e Wong Kong Po são os escolhidos para estar na Feira de Investimento de Produção Cinematográfica Guangdong-Hong Kong-Macau 2016. Terminou mais um processo de selecção de candidaturas para participar na Feira, que este ano decorre a 16 e 17 de Agosto, e de Macau foram escolhidos sete de oito projectos cinematográficos para serem apresentados a investidores e produtores das três regiões.
Maxim Bessmertnyi diz ao HM que “está feliz”, salientando contudo que ainda é cedo para aprofundar comentários acerca do que aí vem. “Ainda são os primeiros passos de uma longa jornada”, refere o jovem cineasta radicado em Macau há mais de uma década. “O guião apresentado está numa fase muito inicial”, adianta. Para já sabe-se que versa “num estudo de carácter de quatro jovens de uma pequena cidade num período crucial de mudança nas suas vidas”. O filme é inspirado em Macau, sem descurar pequenas cidades de Portugal ou da Rússia, como frisa o realizador, que frequentou a Escola Portuguesa de Macau, ao HM.
Já Fernando Eloy foi selecionado com o guião para uma longa-metragem chamada “China Beat”. O filme “absolutamente contemporâneo” retrata a juventude chinesa através de “um grupo de jovens que anda à procura do sonho”. Por outro lado, representa também uma “plataforma de ligação com os países de Língua Portuguesa em que uma das personagens volta para a China depois de quatro anos a trabalhar para uma multinacional chinesa no Brasil”, facto crucial na mudança que sofre no que respeita à “sua percepção acerca do mundo e das pessoas, incluindo as preferências musicais.”
“Estes jovens percebem, aqui em Macau, que têm que fazer alguma coisa da vida deles e também pela China”, adianta Fernando Eloy.
Para o cineasta, este processo de abertura da China tem sido essencialmente de absorção, mas “cada vez mais a tendência é inversa”.
O filme é uma mensagem de esperança para o mundo e de esclarecimento do que é ser chinês, sendo que “os jovens chineses são mais parecidos do que diferentes relativamente aos seus pares no mundo.”
Para o realizador, os “filmes hoje em dia são uma indústria” e o papel do Governo é fundamental não só para a credibilização do processo mas para dar a conhecer aos investidores este mercado. “E por se estar a falar de indústria, será também obrigação do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) integrar este processo”, admite.
O HM tentou contactar António Caetano de Faria, o outro único português nomeado, mas o realizador não estava disponível.

Plataforma de comunicação

A iniciativa promovida pelo Instituto Cultural contou com oito candidaturas. Segundo a organização, a selecção decorreu após análise realizada pelo júri e baseada nos critérios de criatividade do argumento, experiência e capacidade de execução do candidato, experiência e capacidade de execução do produtor e da empresa produtora, bem como racionalidade orçamental.
A iniciativa tem como objectivo descobrir potenciais projectos regionais para o grande ecrã, de modo a ampliar os canais de comunicação para os cineastas locais.
O evento que se realiza anualmente desde 2014 pretende proporcionar uma plataforma “de alta qualidade e de facilitação” de contactos aos produtores e investidores de cinema das três regiões, criar oportunidades para investimento e cooperação na área do cinema e estimular os talentos neste campo, bem como promover o desenvolvimento da indústria cinematográfica nas três regiões, afirma a organização.

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