Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | Pequim critica cooperação entre Japão e EUA A China criticou ontem o acordo anunciado entre Estados Unidos e Japão para fortalecer a sua aliança de defesa e acusou Washington de coagir e “prejudicar os interesses de terceiros” através da cooperação militar. “Em resposta a este acordo, que fala de ‘coerção da China’, a realidade é que quem coage não é a China, são os Estados Unidos”, reagiu a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa. Mao acrescentou que a China sempre defendeu que a cooperação militar entre países deve “servir para manter a paz e a estabilidade regional”, em vez de “ter outros como alvo ou prejudicar os interesses de terceiros”. As declarações foram feitas depois de o ministro da Defesa japonês, Katsuhiro Hamada, e o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, terem concordado em “aprofundar a cooperação bilateral” e explorar “maneiras de fortalecer as capacidades da aliança entre o Japão e os Estados Unidos para deter e responder”, face a possíveis conflitos. O secretário de Defesa dos EUA destacou que as forças armadas de ambos os países “estão a operar e treinar juntas como nunca antes”, para responder a ameaças comuns, como o desenvolvimento de armas pela Coreia do Norte, a agressão russa contra a Ucrânia e “os desafios suscitados pela China”. O acordo também ocorre depois de Austin ter considerado “infeliz” a recusa do seu homólogo chinês, Li Shangfu, ao convite feito pelo lado norte-americano para se encontrarem, em Singapura, à margem do Diálogo de Shangri-La.
Hoje Macau China / ÁsiaJulgamento de português em Hong Kong adiado para Agosto Um tribunal de Hong Kong adiou ontem para 15 de Agosto o início do julgamento do cidadão português Joseph John, acusado de incitação à subversão, crime com uma pena máxima de 10 anos de prisão. Numa sessão no tribunal do distrito de Wanchai, o juiz Stanley Chan Kwong-chi aceitou o pedido da defesa do arguido por mais tempo para analisar a acusação, adiando pela terceira vez o arranque do julgamento. O novo advogado do arguido, Randy Shek Shu Ming, sublinhou que o Departamento de Justiça de Hong Kong só no final de Maio aceitou um pedido de apoio judiciário para Joseph John. O juiz Stanley Chan aceitou o pedido do advogado do português, mas defendeu tratar-se de “um caso muito simples, em que é somente necessário analisar o conteúdo das mensagens electrónicas”. De acordo com a acusação, Joseph John era administrador do perfil na rede social Facebook do Partido para a Independência de Hong Kong. A organização foi fundada no Reino Unido em 2015, mas a comissão eleitoral britânica revogou o estatuto de partido político em 2018. O suspeito, funcionário do Royal College of Music no Reino Unido, terá usado o perfil para, desde Setembro de 2019, “lançar uma campanha de angariação de fundos para despesas militares, enviar petições para páginas de governos estrangeiros e apelar ao apoio de tropas estrangeiras”. O homem terá apelado a Londres para declarar que a China estaria a “ocupar ilegalmente” Hong Kong, assim como pediu ao Reino Unido e aos Estados Unidos para enviarem tropas para a antiga colónia britânica, cujo controlo passou para Pequim em 1997. Stanley Chan, um dos juízes nomeados pelo governo de Hong Kong para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional, já tinha adiado o início do julgamento, primeiro a 9 de Março e depois a 28 de Março. A somar No dia 9 de Março, o Ministério Público adicionou o crime de incitação à subversão à acusação, com uma pena mínima de cinco anos de prisão e uma pena máxima de 10 anos. Este crime foi criado pela lei de segurança nacional promulgada em 2020 por Pequim. O novo advogado de Joseph John é conhecido em Hong Kong por defender arguidos ligados aos protestos pró-democracia de 2019, um dos maiores desafios às autoridades de Pequim desde a transferência de poder. O português, também conhecido como Wong Kin Chung, está detido desde o final de Outubro, inicialmente acusado do crime de sedição, ao abrigo de uma outra lei, da era colonial britânica, cuja pena máxima é de dois anos de prisão. Joseph John, nascido em Hong Kong e com estatuto de residente permanente na região administrativa especial chinesa, terá pedido um salvo-conduto para deslocação ao interior da China. A China, cujo regime jurídico chinês não reconhece a dupla nacionalidade, só atribui o salvo-conduto a pessoas de etnia chinesa e considera que o documento serve como reconhecimento da nacionalidade chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaSingapura | China e EUA recusam diálogo no principal fórum asiático sobre segurança A reunião de líderes ligados à segurança no continente asiático, Diálogo de Shangri-La, decorre este fim-de-semana em Singapura. O encontro, ou desencontro, entre representantes chineses e norte-americanos centra as atenções do evento O mais importante fórum sobre segurança na Ásia arranca hoje, marcado pela ausência de diálogo entre China e Estados Unidos, numa altura em que a tensão entre as duas potências suscita preocupações na região. Iniciado em 2002 pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), que tem sede em Londres, o Diálogo de Shangri-La reúne todos os anos líderes políticos, militares e especialistas em segurança da região Ásia – Pacífico. O fórum decorre este ano entre os dias 2 e 4 de Junho, em Singapura, sede desde a sua fundação. O ‘prato forte’ do evento é tradicionalmente o encontro entre altas patentes militares da China e dos EUA, visando procurar respostas para a principal preocupação na região: a possibilidade de um conflito em larga escala entre as duas maiores forças armadas do mundo, motivado pelas reivindicações territoriais de Pequim sobre Taiwan ou a quase totalidade do Mar do Sul da China. Pequim descartou já essa possibilidade para este ano: segundo um comunicado difundido esta semana pelo Pentágono, a China rejeitou uma proposta dos Estados Unidos para organizar uma reunião entre o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, e o seu homólogo chinês, Li Shangfu. O ministério da Defesa da China disse mais tarde que os obstáculos à comunicação entre os dois exércitos “são da total responsabilidade” dos EUA. Num comunicado separado, a embaixada da China nos EUA questionou a sinceridade e o significado do convite, apontando para as sanções impostas pelos EUA a autoridades, instituições e empresas chinesas. Em causa, estão as sanções impostas por Washington a Li Shangfu, por ter supervisionado a transferência de armamento oriundo da Rússia. Ilustrando as dificuldades em apaziguar as tensões, um caça chinês realizou na semana passada manobras de interceção de um avião de vigilância norte-americano, consideradas “desnecessárias e agressivas” pelo Pentágono. Nos vídeos difundidos pelo Comando para o Indo-Pacífico dos Estados Unidos, o piloto chinês é visto a posicionar-se bem à frente do avião norte-americano, que foi forçado a voar através da turbulência provocada pelo caça chinês, um J-16. Os Estados Unidos defendem as suas acções no Pacífico e no Mar do Sul da China como “operações de liberdade de navegação”, realizadas de acordo com o direito internacional. A China afirma que as manobras norte-americanas violam a sua soberania e comprometem a paz e a estabilidade na região. A velha questão Os dois países também têm subido de tom na questão de Taiwan. Washington intensificou a venda de armamento e o intercâmbio com as autoridades da ilha. Em retaliação, o Exército de Libertação Popular passou a enviar navios e aviões de guerra com frequência quase diária para perto do território. A presença de Li Shangfu é, ainda assim, vista por analistas como um sinal de boa vontade de Pequim, face aos comentários recentes do Presidente dos EUA, Joe Biden, que disse esperar uma melhoria nas relações com a China em breve. Pequim nem sempre enviou ministros da Defesa para o Diálogo de Shangri-La e procurou, no passado, minimizar a importância do evento – visto como uma plataforma dominada por Washington e pelos seus aliados –, enviando sobretudo oficiais de baixo escalão do Exército de Libertação Popular. Essa abordagem mudou em 2011, quando enviou uma delegação de alto nível liderada pelo então ministro da Defesa, o general Liang Guanglie. Analistas prevêem ainda que a delegação chinesa vai usar o fórum este ano para explicar a posição da China sobre a guerra na Ucrânia, à medida que a proximidade entre Pequim e Moscovo é alvo de crescente escrutínio.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno português deve retomar visitas com “máxima urgência” O presidente de um grupo empresarial luso-chinês considerou ontem que o Governo português deve retomar com “máxima urgência” as visitas à China, visando impulsionar o comércio, investimento e turismo com a segunda maior economia mundial. “Noto que está a faltar um maior envolvimento do Governo português, uma maior atenção por parte das autoridades portuguesas, para que possamos dar o salto para um novo estágio de desenvolvimento das relações bilaterais”, disse à agência Lusa o presidente da PorCham, João Pedro Pereira, no final de uma visita de duas semanas à China. “Eu acho que isso é um tema urgentíssimo e eu próprio, depois de ter estado na China, entrei em contacto não só com o gabinete do primeiro-ministro, António Costa, como também com o gabinete do secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz”, realçou o responsável. João Pedro Pereira destacou o potencial da China no sector da mobilidade eléctrica, à medida que o país asiático assume a dianteira no sector automóvel. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. O domínio chinês alarga-se também à indústria de baterias: as chinesas CATL e BYD são as maiores fabricantes mundiais. “Portugal tem de facto de fazer um trabalho muito intenso junto dos decisores dessas empresas”, explicou Pedro Pereira, acrescentando que a angariação de turistas chineses e as exportações portuguesas para a China continuam “aquém do seu potencial”. Mensagem mal passada Segundo dados facultados à Lusa por Tiago Brito, o representante permanente do Turismo de Portugal na China, mais de 385 mil chineses visitaram Portugal em 2019, o ano antes da pandemia. Os turistas oriundos da China gastaram, no total, 224 milhões de euros no país, um crescimento de 20 por cento face a 2018. João Pedro Pereira, que reuniu na China com 175 empresários e investidores, em quatro cidades diferentes, apontou ainda para a necessidade de “desmistificar” a decisão do Governo português de pôr fim ao programa dos vistos ‘gold’, as autorizações de residência atribuídas para actividade de investimento. A China é o país de origem da maioria dos investidores. “Houve muitas perguntas sobre se Portugal continua a acolher bem o investimento estrangeiro e o investimento chinês, porque o fim dos ‘golden visa’ passou a ideia de que Portugal deixou de estar tão acolhedor do investimento chinês como estava até então”, explicou. “É preciso cuidar da forma como a mensagem é passada”, acrescentou. Os eventos de promoção na China foram organizados em parceria com a Cedrus Capital e a World Trust Investments, dois fundos de capital de risco, vocacionados para os setores imobiliário, empresarial e industrial. “Sabemos que o mercado chinês tem muita liquidez e que há um grande desenvolvimento no mercado dos fundos de investimento”, apontou Pedro Pereira. “Isso é fundamental para um país como Portugal, que tem um desígnio empresarial maioritariamente composto por pequenas e médias empresas, que têm muitas dificuldades no acesso ao crédito”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente diz que novo Governo timorense deve tomar posse a 18 de Junho O Presidente timorense disse ontem que gostaria que o IX Governo constitucional tome posse a 18 de junho, considerando “natural” a aliança entre o CNRT e o PD, terceira força, para a formação de uma maioria parlamentar. “A aliança entre o CNRT [Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT)] e o PD [Partido Democrático )PD)] era de esperar. É uma coligação natural, uma aliança natural”, disse José Ramos-Horta em declarações à Lusa em Jeju, na Coreia do Sul, onde está em visita. “Não via alguma outra opção para o CNRT, dado o historial das relações entre o CNRT e os outros partidos no parlamento”, disse. O chefe de Estado referia-se à aliança entre o CNRT, que conquistou 31 cadeiras nas eleições legislativas de 21 de Maio, e o PD, que conquistou seis, formando uma ampla maioria de 37 dos 65 lugares do parlamento nacional. Na oposição, nesse cenário, ficam as outras três forças com assento parlamentar, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), o Partido Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), que sustentam o actual executivo. Ramos-Horta destacou o facto do PD ter já “grande experiência acumulada” ao longo dos últimos 20 anos, tanto em vários Governos, como no parlamento, referindo-se aos laços entre os quadros médios e superiores dos dois partidos. “Os quadros superiores e médios do PD são praticamente da mesma geração que os do CNRT. Cresceram no tempo indonésio, estudaram na Indonésia, alguns fizeram parte da Renetil [ala juvenil da resistência] e da rede clandestina”, notou. Antes que o processo de formação do Governo seja concluído, é ainda necessária a validação dos resultados eleitorais pelo Tribunal de Recurso, processo que pode estar concluído ainda esta semana e, posteriormente, a tomada de posse dos novos deputados. Este último processo tem estado a causar alguma polémica com as bancadas do actual executivo Governo a defenderem que os novos deputados só deveriam tomar posse em Setembro, data que marcaria o final da actual legislatura. Em causa estão diferentes interpretações da Constituição, de outros diplomas e do regimento do Parlamento Nacional, documento que não tem a força de lei. Ramos-Horta rejeita a posição da actual maioria de que os deputados só poderão tomar posse em Setembro e remete para as eleições de 2018, notando que as eleições decorreram a 12 Maio e a legislatura começou a 12 de Junho. “O presidente do Parlamento é uma pessoa com sentido de estado e responsabilidade. Sabe que é necessário a nova legislatura começar o mais rapidamente possível e haver uma transição, para que o parlamento possa começar o seu trabalho o mais rapidamente possível. Uma transição com dignidade, sobretudo face à mensagem muito clara do eleitorado. Não se pode esperar mais”, disse ontem Ramos-Horta à Lusa. Tudo a postos “A expectativa é que a tomada de posse do governo ocorra muito rapidamente. Logo a seguir à tomada de posse dos deputados, tenho que receber o líder do partido mais votado, ou da maioria parlamentar. E logo a seguir quero o governo formado”, afirmou. “Antes de 18 de junho temos o Governo formado”, disse. O chefe de Estado manteve na semana passada uma reunião preliminar com o líder do CNRT e próximo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que disse estar já “preparado”, incluindo com “muito trabalho de várias semanas no programa do Governo, que começou antes mesmo das eleições”. “Que eu saiba, não quer um Governo grande. Talvez com um máximo 30 pessoas entre ministros e vices e secretários de Estado. E está seriamente comprometido a fazer transformações positivas. Está animado para dialogar com todos”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria transformadora | Actividade voltou a contrair em Maio A actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair em Maio, de acordo com dados oficiais divulgados ontem, ilustrando a recuperação débil da segunda maior economia mundial, após o fim da estratégia ‘zero covid’. O índice de gestores de compras, elaborado pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) da China, fixou-se nos 48,4 pontos, em Maio. Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo. Trata-se da segunda vez este ano que aquele indicador regista uma contração da actividade, depois de se ter fixado nos 49,2 pontos em Abril. A indústria chinesa foi prejudicada pela queda na procura global, depois de os bancos centrais dos Estados Unidos, Europa e países asiáticos terem subido as taxas de juro, visando travar a inflação galopante. O GNE publicou ainda o índice de gestores de compras para o sector não transformador, incluindo construção e serviços. Os gastos dos consumidores chineses recuperaram em Maio, impulsionados pelos três dias de feriado, por ocasião do Dia do Trabalhador. Os subsectores dos transportes ferroviário e aéreo, alojamento e restauração mantiveram-se em expansão, enquanto a actividade no mercado imobiliário caiu. A recuperação do consumo foi impulsionada pelo fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou ao longo de quase três anos na China. Mas a recuperação do consumo foi mais fraca do que o esperado e os analistas estão a rever em baixa as suas expectativas para a economia. Os bancos de investimento Nomura e Barclays cortaram já as previsões de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da China em 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Pequim vai manter “medidas necessárias” após manobras com caça A China vai continuar a tomar as “medidas necessárias” para “salvaguardar a sua segurança”, após o Pentágono ter revelado que um caça chinês realizou manobras consideradas desnecessárias e agressivas para interceptar um avião de reconhecimento norte-americano. “As operações de reconhecimento dos EUA acontecem há muito tempo e violam a segurança e a soberania da China. Estas acções são a fonte dos problemas de segurança marítima”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Mao Ning, em conferência de imprensa. Mao acrescentou que a China vai continuar a “tomar todas as medidas necessárias” para “salvaguardar resolutamente a sua soberania e segurança”. Nos vídeos difundidos pelo Comando para o Indo-Pacífico dos Estados Unidos, o avião chinês, um J-16, é visto a voar nas proximidades do avião norte-americano, um RC-135, modelo normalmente utilizado para vigilância. O evento ocorreu no dia 26 de Maio, quando o piloto chinês se posicionou bem à frente do RC-135, que foi forçado a voar através da turbulência provocada pelo caça chinês. Segundo os EUA, o seu avião “estava a realizar operações seguras e de rotina no espaço aéreo internacional sobre o Mar do Sul da China, de acordo com o direito internacional”. Na mesma nota, o Comando para o Indo-Pacífico dos Estados Unidos assegurou que os EUA “vão continuar a voar, navegar e operar com segurança e responsabilidade onde quer que os regulamentos internacionais o permitam”, incluindo na região do Indo-Pacífico.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC alerta para riscos da inteligência artificial O Partido Comunista Chinês (PCC) alertou ontem para os riscos inerentes aos avanços na inteligência artificial (IA) e pediu um reforço das medidas de segurança nacional. Durante uma reunião com altos quadros do Partido, o secretário-geral, Xi Jinping, pediu “esforços dedicados para salvaguardar a segurança política e melhorar a governação da segurança dos dados da Internet e da inteligência artificial”, de acordo com um despacho difundido pela agência noticiosa oficial Xinhua. Xi, que é também o chefe de Estado da China, o comandante das Forças Armadas e o líder da Comissão de Segurança Nacional do PCC, pediu às autoridades chinesas que se “mantenham profundamente cientes das complexas circunstâncias e dos desafios que a segurança nacional enfrenta”. A China precisa de um “novo padrão de desenvolvimento, com uma nova arquitectura de segurança”, afirmou Xi, citado pela Xinhua. As declarações do líder chinês surgem um dia depois de um alerta feito por cientistas e líderes da indústria tecnológica nos EUA, incluindo executivos da Microsoft e Google, sobre os perigos que a inteligência artificial representa para a humanidade. “Mitigar o risco de extinção pela IA deve ser uma prioridade global, em conjunto com outros riscos, como pandemias e guerra nuclear”, afirmou o comunicado. Mantendo o controlo O Governo chinês lançou também uma campanha regulatória, visando reafirmar o controlo político sobre o sector tecnológico, mas, como outros países, está a ter dificuldades em encontrar formas de regular novas tecnologias em rápido desenvolvimento. A reunião do PCC enfatizou a necessidade de “avaliar riscos potenciais, tomar precauções, salvaguardar os interesses do povo e a segurança nacional e garantir a segurança, fiabilidade e capacidade de controlo da IA”, noticiou o jornal oficial Beijing Youth Daily. As preocupações suscitadas pela perda de controlo sobre sistemas de inteligência artificial intensificaram-se com o surgir de uma nova geração de programas projectados para simular conversas humanas, como o ChatGPT. Sam Altman, director executivo da OpenAI, que desenvolveu o ChatGPT, e Geoffrey Hinton, um cientista da computação conhecido como o padrinho da inteligência artificial, estão entre as centenas de figuras importantes que assinaram a declaração emitida na terça-feira. A China alertou já em 2018 sobre a necessidade de regular a IA, mas mesmo assim financiou uma vasta expansão do sector como parte dos esforços para desenvolver as indústrias do futuro.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Ministro da Indústria e Musk falam sobre futuro Jin Zhuanglong e Elon Musk estiveram à conversa, ontem em Pequim, para abordar em conjunto o desenvolvimento do sector de veículos eléctricos com ligação a redes inteligentes O ministro da indústria da China, Jin Zhuanglong, e o director executivo da Tesla, Elon Musk, “trocaram opiniões” sobre o desenvolvimento de veículos eléctricos e conectados a “redes inteligentes”, durante um encontro realizado ontem em Pequim. A reunião decorreu numa altura em que o Partido Comunista Chinês está a tentar reavivar o interesse dos investidores estrangeiros no país, face à recuperação da economia chinesa, após o fim da estratégia ‘zero covid’. As empresas estrangeiras dizem estar preocupadas com a falta de clareza, depois de a polícia ter realizado incursões aos escritórios de consultoras, e com a crescente tensão entre Pequim e Washington. Um inquérito da Câmara de Comércio Britânica na China revelou que cerca de 70 por cento das empresas “estão à espera para ver” como a situação política no país se desenvolve antes de tomarem decisões sobre novos investimentos. Jin Zhuanglong e Musk “trocaram opiniões sobre o desenvolvimento de novos veículos movidos a energia eléctrica e veículos inteligentes conectados em rede”, de acordo com um comunicado difundido pelo ministério da Indústria e Tecnologia de Informação da China. O comunicado não adiantou mais detalhes. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos – mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. A China foi também o local da primeira fábrica da Tesla fora dos Estados Unidos. Gémeos siameses Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, disse a Musk que o mercado de veículos eléctricos da China “tem amplas perspectivas de desenvolvimento”, de acordo com um comunicado do ministério. “A modernização da China traz potencial de crescimento e procura sem precedentes, e isso inclui a indústria de veículos movidos a nova energia. A China vai continuar a promover a abertura de alto nível e permanecerá comprometida em criar um ambiente de negócios internacional, com base na lei e orientado para o mercado, para empresas de todo o mundo, incluindo a Tesla”, acrescentou Qin Gang. A Tesla abriu a primeira fábrica de automóveis de propriedade totalmente estrangeira na China em 2019, depois de Pequim ter levantado algumas restrições à propriedade, visando impulsionar a concorrência e acelerar o desenvolvimento da indústria. Segundo o comunicado do ministério, Musk disse que a Tesla está disposta a expandir os seus negócios na China e que “se opõe à desassociação”, numa referência aos receios de que o mundo se divida em vários mercados, com produtos incompatíveis, como resultado das crescentes fricções entre Pequim e Washington. “Os interesses dos EUA e da China estão entrelaçados como gémeos siameses”, disse Musk, durante o encontro com Qin Gang. A fábrica da Tesla em Xangai produziu mais de 710 mil veículos, em 2022, representando pouco mais de metade das vendas globais da empresa. Em Abril, a Tesla anunciou que ia abrir uma nova fábrica em Xangai para produzir os seus “Megapacks”, as baterias de armazenamento de energia usadas para estabilizar redes eléctricas e evitar apagões.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Lançamento de satélite espião em Junho confirmado A Coreia do Norte vai lançar um satélite de reconhecimento militar em Junho, para “enfrentar as perigosas acções militares dos Estados Unidos”, divulgou na segunda-feira a agência de notícias estatal KCNA. O “satélite de reconhecimento militar n.º 1” será “lançado em Junho” para “lidar com as perigosas acções militares dos Estados Unidos e dos seus vassalos”, referiu Ri Pyong Chol, vice-presidente da comissão militar central do partido, citado pela agência de notícias estatal. O Japão anunciou na segunda-feira que foi informado pela Coreia do Norte sobre o próximo lançamento de um satélite, um projecto que o governo japonês considera que irá ocultar o lançamento de um míssil balístico. De acordo com Tóquio, Pyongyang disse à Guarda Costeira japonesa que lançaria um foguete entre 31 de Maio e 11 de Junho e que este deveria pousar numa área próxima ao Mar Amarelo, Mar da China Oriental e leste da China, Ilha de Luzon, nas Filipinas. A Coreia do Norte já testou mísseis balísticos em 2012 e depois em 2016, que qualificou como lançamentos de satélites e que sobrevoaram o departamento insular de Okinawa, no sul do Japão. Em meados de Maio o líder norte-coreano inspeccionou o satélite de reconhecimento militar que o regime já tinha anunciado que iria lançar este ano, referindo que estava “pronto a ser instalado”. Kim Jong-un visitou com a filha o comité criado na capital do país, Pyongyang, para o lançamento do aparelho, de acordo com imagens divulgadas a 17 de Maio pela agência de notícias estatal KCNA. As imagens divulgadas mostravam o satélite deliberadamente desfocado, colocado numa plataforma e ligado a cabos, enquanto Kim e a filha, de toucas, batas brancas e com umas capas a cobrir os sapatos para evitar a entrada de sujidade no recinto, recebem explicações de cientistas. Têm surgido dúvidas quanto à capacidade deste satélite, com alguns analistas sul-coreanos a afirmarem que nas fotografias que vieram a público este parece demasiado pequeno e mal concebido para suportar imagens de alta resolução. As fotografias que meios de comunicação norte-coreanos divulgaram de lançamentos de mísseis anteriores eram de baixa resolução. Autodefesa e soberania Kim aprovou na altura “o futuro plano de acção do comité preparatório”, referindo que “o lançamento bem-sucedido do satélite de reconhecimento militar é uma exigência urgente, dado o actual ambiente de segurança no país” e acrescentou que seria também “um claro passo em frente” no “campo da investigação espacial” para a Coreia do Norte, notou a agência. O líder norte-coreano afirmou ainda na altura que, “à medida que os imperialistas norte-americanos e os bandidos fantoches sul-coreanos intensificam desesperadamente a campanha de confrontação com a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte], esta exercerá de forma mais digna e ofensiva a sua soberania e direito de autodefesa para os impedir resolutamente e defender o Estado”. No final do ano passado, o regime norte-coreano lançou, a bordo de um projéctil desconhecido, um dispositivo de teste que terá supostamente tirado fotos da capital sul-coreana, Seul, e da cidade portuária vizinha de Incheon, e afirmou que o objectivo era ter o satélite concluído até Abril. Recentemente, foram retomados os trabalhos de modernização da base de lançamento espacial de Sohae, no noroeste do país, embora os peritos considerem que ainda há muito trabalho a fazer antes de poder ser lançado um satélite a partir do local. Alguns peritos, citados pela agência de notícias Efe, não excluem a possibilidade de o regime optar por lançar este satélite de reconhecimento a partir de uma plataforma móvel.
Hoje Macau China / ÁsiaSaúde | Equipas de apoio médico chinesas premiadas no estrangeiro A China continuará a prestar assistência aos países em desenvolvimento e a melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas em todo o mundo, com equipas de assistência médica em 115 locais de 56 países em todo o mundo, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, esta segunda-feira, indica a Xinhua. Mao fez as observações numa conferência de imprensa quando solicitada a comentar as equipas de assistência médica chinesas no exterior. Recentemente, muitos países elogiaram o trabalho das equipas médicas chinesas. Uma delas foi agraciada com a Medalha da Ordem Nacional de Mérito, Cooperação e Desenvolvimento pelo presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo. Já uma equipa de medicina tradicional chinesa (MTC) anti-COVID recebeu a Medalha de Cavaleiro do Reino do Camboja do Ministério da Saúde do Camboja. “A China enviou a sua primeira equipa de assistência médica ao exterior há 60 anos”, disse Mao, acrescentando que, desde então, um total de 30.000 profissionais da área médica tratou mais de 290 milhões de pacientes locais em 76 países e regiões, incluindo África e Ásia, com conquistas amplamente reconhecidas. Mao disse que, como um país em desenvolvimento, a China sempre compartilhou momentos bons e maus com outros países em desenvolvimento. “Os 60 anos de assistência médica internacional demonstram que o povo chinês ama a paz, valoriza a vida e tem a aspiração original de ajuda mútua e busca comum da felicidade com outros países em desenvolvimento”, disse ela.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Pequim enviou primeiro astronauta civil para estação Tiangong A missão chefiada por um veterano de 56 anos que efectua a sua quarta viagem espacial, acolhe o professor de 36 anos, Gui Haichao, especialista em ciências e engenharia espacial que se torna no primeiro civil chinês no espaço A China enviou ontem três novos astronautas para a sua estação espacial Tiangong, incluindo, pela primeira vez, um astronauta civil, procurando reforçar a sua posição face aos Estados Unidos e à Rússia. O trio de astronautas partiu a bordo de um foguetão pouco depois das 09:30 locais do centro de lançamento de Jiuquan, no deserto de Gobi, no noroeste do país, segundo a agência espacial chinesa responsável pelos voos espaciais tripulados (CMSA). A viagem insere-se na estratégia de enviar um astronauta chinês à Lua até 2030, um dos principais objectivos de um programa espacial no qual o país já investiu milhares de milhões de euros. O comandante da missão, o veterano Jing Haipeng, realiza o seu quarto voo espacial e é acompanhado pelo engenheiro Zhu Yangzhu, e por Gui Haichao, professor e primeiro civil chinês no espaço, ambos com 36 anos. Especialista em ciências e engenharia espaciais, Haichao será o responsável pelas experiências na estação e não vem das Forças Armadas, como sempre aconteceu até agora. Representantes do programa espacial chinês garantiram na segunda-feira que a mudança de requisitos se deve “à nova fase em que entrou a estação espacial de Tiangong, durante a qual vai albergar um grande número de experiências científicas”. A estação irá acolher investigação sobre o cultivo de plantas, criação de peixes, testes de comportamento de fluidos em gravidade zero e estudos de células animais e vegetais, bem como a instalação do relógio atómico mais preciso de sempre. Os três astronautas são os primeiros a chegar à Tiangong, onde irão passar os próximos cinco meses, depois da conclusão da construção da estação espacial chinesa, no final de 2022. O vice-director da CMSA, Lin Xiqiang, disse na segunda-feira que o país “espera e dá as boas-vindas” à participação de astronautas estrangeiros em missões chinesas. Feitos e afazeres A China já tem actualmente projectos de cooperação com a Agência Espacial Europeia e o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Espaciais Exteriores, que podem vir a aumentar, tendo em conta que a Tiangong pode em breve tornar-se a única estação espacial operacional. Em 2019, o país pousou uma nave espacial no lado mais distante da Lua, tornando-se a primeira nação do mundo a fazê-lo, e em 2020, trouxe de volta amostras lunares e finalizou o Beidou, o seu sistema de navegação por satélite. Em 2021, a China fez aterrar um pequeno robô em Marte, e o próximo passo é garantir o lançamento de duas missões espaciais tripuladas por ano, segundo a CMSA. A próxima será a Shenzhou-17, cujo lançamento está previsto para Outubro. O país quer ainda lançar em 2030 a missão espacial Tianwen-3, para recolher e trazer de volta para a Terra amostras do solo de Marte, disse à Lusa no início do mês o cientista português André Antunes, responsável pela unidade de astrobiologia do Laboratório de Referência do Estado para a Ciência Lunar e Planetária da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST).
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Arranca julgamento de 13 alegados envolvidos em ataque a parlamento O julgamento de 13 pessoas alegadamente envolvidas no ataque ao parlamento de Hong Kong, em 2019, começou ontem, na região administrativa chinesa. O episódio foi o mais violento dos primeiros dias dos protestos que abalaram Hong Kong nesse ano, com milhões de manifestantes a organizarem marchas e concentrações durante várias semanas. Na noite de 1 de Julho de 2019, quando se assinalava o 22.º aniversário da transferência de Hong Kong do Reino Unido para a China, manifestantes atacaram o Conselho Legislativo (LegCo), o parlamento de Hong Kong, depois de forçarem a entrada e exibirem a bandeira da era colonial britânica. Os manifestantes partiram janelas e pintaram as paredes com graffiti. As 13 pessoas que estão a ser julgadas enfrentam acusações de participarem num motim, um crime punível com uma pena de prisão de até dez anos. Sete dos suspeitos declararam-se culpados no início da audiência, em troca da retirada de outras acusações. “Nunca me arrependi da minha luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia”, disse Althea Suen, que se declarou culpada, numa mensagem publicada na rede social Facebook, no início do julgamento. “Os meus pensamentos continuarão a ser livres quando estiver na prisão”. Os seis arguidos que não se declararam culpados de participarem num motim enfrentam outras acusações, como entrada ilegal no parlamento e “danos criminais”, crimes que podem implicar uma pena de prisão perpétua. O julgamento deverá ter uma duração de 44 dias. Mais de dez mil pessoas foram detidas na sequência dos protestos de 2019, um dos maiores desafios às autoridades de Pequim desde a transferência de poder em 1997, que levou a China a impor na região, em 2020, uma lei de segurança nacional. Cerca de 2.900 pessoas foram acusadas por crimes relacionados com os protestos.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio | Pyongyang alerta para lançamento de satélite A Coreia do Norte informou o Japão que planeia lançar um satélite nos próximos dias, disseram ontem as autoridades nipónicas, informando que o projecto deverá implicar o lançamento de um míssil balístico. A guarda costeira do Japão disse que o aviso das autoridades marítimas norte-coreanas aponta para o período entre 31 de Maio e 11 de Junho e que o lançamento pode afectar as águas do Mar Amarelo, Mar da China Oriental e leste da ilha Luzon, nas Filipinas. Por isso, as autoridades nipónicas já emitiram um alerta de segurança para os navios que passem pela área marítima afetada. O gabinete do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, afirmou na rede social Twitter que deu instruções relativamente à “notificação da Coreia do Norte sobre o lançamento de um míssil balístico descrito como um satélite”. Kishida instruiu as autoridades para fazerem o possível para recolherem e analisarem informações relacionadas com o lançamento, apelando à vigilância e à cooperação com os aliados do Japão, nomeadamente os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Pyongyang disse no início do mês que o primeiro satélite espião militar estava pronto para ser lançado. Este lançamento implicaria o uso de tecnologia proibida por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Hoje Macau China / ÁsiaAviação | Primeiro avião de construção chinesa fez voo inaugural entre Xangai e Pequim A primeira viagem de uma aeronave completamente fabricada no país foi coroada de êxito. O voo entre Xangai e Pequim, com 128 passageiros a bordo, durou duas horas O avião C919, de fabrico chinês, completou no domingo com sucesso o seu primeiro voo comercial entre as cidades de Xangai e a capital, Pequim, numa rota operada pela companhia China Eastern. O voo, designado MU9191, descolou do Aeroporto Shanghai Hongqiao às 10:32, horário local, e pousou no Terminal 2 do Aeroporto Internacional da Capital de Pequim após uma viagem de duas horas às 12:31, quase 40 minutos antes do horário anunciado anteriormente. De acordo com as autoridades aeronáuticas chinesas, a aeronave, desenvolvida pela Commercial Aviation Corporation of China (COMAC), foi certificada pela Civil Aviation Administration of China (CAAC) após mais de 14 anos de desenvolvimento. No seu primeiro voo comercial, o C919, transportou 128 passageiros. “Este voo marca uma cerimónia de maioridade para a nova aeronave e o C919 vai melhorar se passar no teste de mercado”, disse Zhang Xiaoguang, director do departamento de marketing e vendas da COMAC, em declarações à agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Com capacidade para 164 passageiros, o C919 pretende concorrer com os modelos Airbus A320 Neo e Boeing 737 MAX. Conquista aérea A China Eastern, que assinou um acordo de compra para cinco C919, pretende operar os voos com estes aviões principalmente na metrópole de Xangai. Segundo Zhang Xiaoguang, a companhia aérea tem programado introduzir gradualmente os C919 na sua frota nos próximos dois anos, com possibilidade de expansão com base no desempenho e na procura das suas rotas. O lançamento do C919 reflecte a ambição da China de fortalecer sua posição no mercado de aviação comercial, com o Governo chinês a ter como objectivo atingir 10 por cento de participação no mercado doméstico com este modelo até 2025. A companhia aérea realizou programas de treino para o seu pessoal e voos experimentais para garantir a segurança e a operação do C919. A companhia aérea recebeu sua primeira aeronave C919 no final de 2022 e, posteriormente, iniciou uma série de voos de teste, num total de 100 horas. A COMAC recebeu mais de 1.200 pedidos para o C919 e pretende atingir uma capacidade de produção anual de 150 aeronaves nos próximos cinco anos, adiantam as fontes. O C919 representa o esforço da China para reduzir a sua dependência dos fabricantes ocidentais em termos de tecnologia de aeronaves. Embora use alguns componentes ocidentais, o objectivo de longo prazo é desenvolver uma cadeia de componentes totalmente chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaUnionPay ultrapassa Visa em percentagem de transações globais com cartão de débito A UnionPay, a maior empresa de cartões de pagamento da China, ultrapassou o Visa pela primeira vez, em 2022, assegurando 40,03% das transações globais com cartões de débito. Os cartões de débito da UnionPay somaram uma participação de mercado de 40,03%, ultrapassando o sistema de pagamentos Visa, que se fixou em 38,78%, de acordo com um relatório do Nilson Report, citado pelo jornal oficial chinês Global Times. As transações com cartões de débito representaram 63,88% de todas as transações de compra realizadas em 2022, refletindo a crescente preferência dos consumidores por essa forma de pagamento. A UnionPay, cujos cartões em Portugal são emitidos pelo banco Millennium BCP, manteve a sua posição como líder em gastos com bens e serviços por meio de cartões de débito por dez anos consecutivos. A participação de mercado do Visa em transações com cartões de débito tem diminuído constantemente, caindo de 80%, em 2011, para 39,53%, em 2021, de acordo com os dados do relatório, em contraste com o aumento de quase zero para 38,68% da UnionPay, no mesmo período de tempo. A subsidiária da UnionPay, a UnionPay International, estabeleceu parcerias estratégicas com mais de 2.500 instituições financeiras em todo o mundo, permitindo que a empresa expandisse a utilização dos seus cartões em 181 países e regiões. A moeda chinesa, o yuan, passou também por um processo gradual de internacionalização, tornando-se a quinta moeda de pagamento mais utilizada, a terceira mais usada em liquidações comerciais e a quinta maior moeda de reserva. No mês passado, o yuan superou o dólar norte-americano nas transações transfronteiriças da China pela primeira vez, atingindo a sua maior participação histórica, de 48%, enquanto o uso do dólar caiu para 47%. Em 2010, a China dependia quase exclusivamente do dólar para esse tipo de operação, com um uso de 83%. A China quer aumentar o uso do yuan em transações transfronteiriças e estabeleceu acordos com Brasil, Chile, Argentina, Arábia Saudita e Rússia para promover a participação da sua moeda no comércio mundial, que atualmente está em 2,3%, de acordo com o sistema Swift.
Hoje Macau China / ÁsiaPrimeiro carregamento de lítio brasileiro chega à China O primeiro carregamento de lítio vindo do Brasil, um metal raro vital para o fabrico de baterias para automóveis elétricos, chegou à China, anunciou hoje a imprensa chinesa. A primeira remessa, com 55 mil toneladas de carbonato de lítio, chegou ao porto de Quanzhou, na província de Fujian, no sudeste da China, avançou o Quanzhou Business News. O jornal financeiro sublinhou que dada a escassez de lítio, a alfândega de Quanzhou “permitiu de imediato” o desalfandegamento do minério, “para garantir que pode ser colocada em produção o mais depressa possível”. “A abertura deste canal internacional de comércio criou uma sólida base para a chegada futura de mais matérias-primas, incluindo carbonato de lítio, em Quanzhou”, disse um porta-voz do armador chinês que transportou o minério do Brasil. Este que foi também o primeiro carregamento de lítio importado pela China este ano chegou a Quanzhou a 15 de maio após mais um mês de viagem, disse o chefe da alfândega do porto chinês, He Jiaqing. Em fevereiro, o jornal brasileiro Globo avançou que a primeira remessa de carbonato de lítio brasileiro, estimada em 15 mil toneladas, deveria partir de Ilhéus, no estado da Bahia, no nordeste do Brasil, com destino à China em abril. O lítio foi extraído pela empresa Sigma Lithium nas áreas de Araçuaí e Itinga, na região do Vale do rio Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do Brasil, situado no estado de Minas Gerais, no sudeste do país. A Sigma pretende extrair 766 mil toneladas de lítio por ano na região, onde se encontram as maiores reservas minerais de lítio do Brasil. Minerais como o lítio são considerados essenciais para a concretização da designada “transição energética” das economias mundiais dependentes de combustíveis fósseis para sistemas de produção e de consumo menos poluentes e baseados em fontes renováveis. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros elétricos, mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. Em 2014, o líder chinês, Xi Jinping, afirmou que o desenvolvimento de carros elétricos era a única forma de a China se converter numa “potência do setor automóvel”. O país estabeleceu então como meta que os carros elétricos deviam representar 20% do total das vendas até 2025. Esse valor foi ultrapassado no ano passado, quando um em cada quatro veículos vendidos na China era elétrico.
Hoje Macau China / ÁsiaMilhares de pessoas retiradas de localidades nas Filipinas devido à aproximação do tufão Mawar As autoridades filipinas começaram hoje a evacuar localidades, com a retirada de milhares de pessoas, a encerrar escolas e escritórios e a proibir a navegação devido à aproximação do tufão Mawar às províncias do norte do país. De acordo com as autoridades, o tufão está com ventos de 155 quilómetros por hora e rajadas até 190 quilómetros por hora, mas os dados apontam para que a região montanhosa seja poupada de um “impacto direto”. As projeções atuais mostram que o tufão está a dirigir-se para nordeste, em direção a Taiwan ou ao sul do Japão. Embora se espere uma desaceleração considerável, as autoridades filipinas alertaram para as perigosas marés, inundações repentinas e deslizamentos de terra à passagem do tufão pela província de Batanes, no extremo norte, de terça a quarta-feira, refere a agência noticiosa Associated Press. Exército, polícias, bombeiros e grupos de voluntários estão de prontidão para operações de busca e resgate nas províncias do norte e mais de um milhão de pacotes de alimentos foram preparados para qualquer contingência, segundo as autoridades. Mais de 4.800 pessoas foram retiradas para abrigos de emergência em Cagayan, Batanes e outras províncias. O Mawar, localmente denominado de Betty, aproximou-se no sábado da costa filipina, com o Governo a prever chuvas fortes, inundações e deslizamentos de terra no norte do arquipélago. Perante estas previsões meteorológicas, a Unicef preposicionou material e equipamentos de emergência para quase 10.000 famílias, destinados a responder às necessidades das pessoas afetadas por estragos com impacto em água potável, saneamento, higiene, nutrição, educação e proteção infantil. Este é o segundo ciclone tropical na zona das Filipinas em 2023 e o primeiro supertufão, com o arquipélago a esperar até dez fenómenos do género este ano, devido ao El Niño, que aquece as águas do Pacífico e provoca a formação de mais ciclones. A tempestade atingiu, na noite de quarta-feira, a ilha de Guam, território norte-americano não incorporado na Micronésia, onde deixou um rasto de destruição, embora não tenham sido registadas vítimas mortais ou feridos graves.
Hoje Macau China / ÁsiaTurquia/Eleições: Pequim felicita Erdogan pela sua reeleição A China felicitou hoje Recep Tayyip Erdogan pela vitória na eleição presidencial da Turquia, no domingo, e o seu novo mandato de cinco anos como chefe de Estado do país. “A China felicita o presidente Erdogan pela sua reeleição”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning. “Encorajamos a Turquia a seguir o caminho de desenvolvimento que se adapte às suas circunstâncias nacionais e esperamos que a Turquia continue a avançar no seu desenvolvimento sob a liderança do presidente Erdogan”, acrescentou a porta-voz. Mao Ning acrescentou que Pequim “atribui grande importância às suas relações com a Turquia”. “Nos últimos anos, sob a liderança dos dois chefes de Estado, os dois países desenvolveram uma cooperação que tem dado frutos em várias áreas, em benefício dos nossos dois povos”, continuou. “A China está disposta a trabalhar com a Turquia para elevar o relacionamento estratégico para novos patamares”, acrescentou o porta-voz.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai registou dia de Maio mais quente em 100 anos Xangai registou hoje a temperatura mais alta atingida durante o mês de Maio, no espaço de cem anos, anunciou hoje o departamento meteorológico da cidade, situada no leste da China. “Às 13:09, a temperatura na estação Xujiahui atingiu os 36,1 graus, quebrando um recorde de 100 anos para a temperatura mais alta registada em maio”, informou o serviço meteorológico oficial. Algumas horas depois, a estação meteorológica no centro de Xangai atingiu 36,7°C, segundo a mesma fonte. A temperatura bateu assim em um grau o recorde anterior que tinha sido registado quatro vezes, em 1876, 1903, 1915 e 2018. Em meados de Maio, a ONU alertou que o período 2023-2027 será quase certamente o mais quente de sempre registado na Terra, sob o efeito combinado dos gases de efeito estufa e do fenómeno climático El Niño. Espera-se que as temperaturas globais ultrapassem em breve a meta mais ambiciosa dos acordos climáticos de Paris, alertou a Organização Meteorológica Mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaJuventude na China abraça frugalidade face a desemprego Uma taxa de desemprego jovem com máximos históricos e a recusa de muitos recém-licenciados de aceitar empregos abaixo das suas qualificações está a popularizar a ideia de viver com pouco dinheiro entre jovens chineses Reportagem de João Pimenta, agência Lusa Nas redes sociais, os ‘influenciadores’ mais populares do país, outrora incitadores do consumo, passaram a cultivar um estilo de vida minimalista: como preparar uma refeição por menos de 10 yuan ou sobreviver nas grandes cidades do país com salários baixos. Lajiang, de 20 anos e residente em Hangzhou, na costa leste da China, somou centenas de milhares de seguidores na rede social Xiaohongshu, após difundir dezenas de vídeos, nos quais ensina a preparar jantares com apenas 10 yuans. Num dos vídeos, com quase 400.000 visualizações, ela frita um prato composto por um filé de peixe-gato de 4 yuans, 5 yuans de camarão congelado e 2 yuans de vegetais. Noutros casos, os internautas lançam desafios como “viver com 1.600 yuan por mês” em Xangai, uma das cidades mais caras da China. Este interesse recente pela frugalidade reflecte o aumento da taxa oficial de desemprego jovem (entre os 16 e 24 anos), para um novo máximo histórico. Segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) da China, aquele indicador fixou-se em Abril passado nos 20,4 por cento, muito acima do valor de 13 por cento registado em 2019, antes da pandemia. “Tive que aprender a apreciar outras coisas na vida”, disse Alice Li, natural de Chengdu, à agência Lusa, depois de as restrições impostas na China durante o ano passado, no âmbito da estratégia ‘zero covid’, terem resultado na falência da sua empresa. Continua a guiar um Porsche descapotável, oferecido pelo pai, mas os tempos em que “procurava conforto” no consumo de marcas de luxo acabaram, indicou. Natural de Jilin, província do nordeste da China, Zhang Lifei, de 24 anos, contou à Lusa que em 2019 terminou uma licenciatura em língua inglesa e encontrou logo emprego numa das maiores firmas do país, o grupo Wanda. Agora, quase um ano após concluir mestrado, continua à procura de trabalho. “Antes, era só enviar o CV [‘curriculum vitae’] e recebia logo uma chamada”, descreveu. “Agora, ando há meses a enviar CV e não obtenho resposta”. Vários chineses na casa dos 20 anos ouvidos pela Lusa contam histórias semelhantes: após anos de ‘boom’ económico e mobilidade social ascendente, que geraram expectativas renovadas, a economia chinesa passou a crescer ao ritmo mais lento desde a década de 70. Em 2022, o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto chinês caiu para o segundo nível mais baixo em pelo menos quatro décadas, reflectindo o impacto da política de ‘zero covid’ e uma crise no sector imobiliário. Entretanto, a concorrência continua a aumentar: 11,58 milhões de novos licenciados vão ingressar no mercado de trabalho da China este Verão, um valor recorde e um acréscimo de 820 mil face ao ano passado. “A alta taxa de desemprego jovem da China não é transitória, mas estrutural”, apontou num relatório o economista para a China do banco Credit Suisse, David Wang. “Existe uma incompatibilidade entre as qualificações que os jovens têm e as qualificações exigidas pelos empregos existentes disponíveis”, explicou. Contrato ameaçado Para o Partido Comunista Chinês, o novo paradigma ameaça uma das suas principais fontes de legitimidade. O contrato social selado com o povo chinês é claro: o partido mantém uma autoridade indisputada e os privilégios da elite dominante e, em troca, assegura uma melhoria dos padrões de vida e estabilidade social. As altas taxas de desemprego jovem comprometem também os objectivos de Pequim de construir um modelo económico assente no consumo interno. As autoridades chinesas estão a experimentar diferentes medidas para resolver o problema, incluindo exigir que as empresas estatais contratem mais licenciados, ao mesmo tempo em que incentivam os jovens a trabalhar como operários ou a mudarem-se para o interior do país. Reportagens recentes difundidas pela imprensa estatal invocaram as lições de um personagem de um romance chinês do início do século XX que era um intelectual pobre, orgulhoso demais para assumir um trabalho manual. Muitos jovens, no entanto, recusam aquela possibilidade. “Quando era adolescente, a mensagem oficial era que tínhamos que estudar, estudar, estudar, para permitir a modernização da China”, contou Yang Zifei, de 23 anos. “Passados dez anos, dizem que afinal não era preciso, que o mercado requer baixas qualificações”. O porta-voz do GNE, Fu Linghui, prometeu “medidas concretas e específicas” para aumentar as taxas de emprego jovem, e adiantou que os números vão melhorar “gradualmente”, à medida que a economia continua a recuperar, após o país ter desmantelado a política de ‘zero casos’ de covid-19. No caso de Zhang, as poupanças que fez nos últimos anos estão a evaporar-se, consumidas pelas rendas exorbitantes e crescente custo de vida no país. Mas Alice está pior: a falência da sua empresa deixou-a com uma dívida de 500 mil yuan.
Hoje Macau China / ÁsiaRelógio de último imperador bate recorde em leilão Um relógio Patek Philippe, usado pelo último imperador da China, foi leiloado na terça-feira pelo valor recorde de 48,8 milhões de dólares de Hong Kong, na região semi-autónoma chinesa. Um coleccionador asiático, residente no território chinês, comprou a peça exclusiva por telefone, ao fim de seis minutos de intensa licitação, batendo a anterior estimativa de venda por três milhões de dólares, informou a casa de leilões Phillips. O Patek Imperial, como é conhecido, foi um presente de Aisin-Gioro Pu Yi ao intérprete russo que o acompanhou enquanto esteve detido na União Soviética, e é uma das únicas oito peças exclusivas conhecidas do Patek Philippe Reference 96 Quantieme Lune. Thomas Perazzi, director da divisão de relógios da Phillips Asia, afirmou que este foi o preço mais elevado alguma vez alcançado por um relógio de pulso de um imperador. Outros modelos comprados em leilão que pertenceram a imperadores incluem um Patek Philippe que foi propriedade do último monarca etíope, Haile Selassie, e que rendeu 2,9 milhões de dólares em 2017. Um Rolex do último imperador do Vietname, Bao Dai, foi vendido por cinco milhões de dólares. Este modelo imperial em platina, com 2,5 centímetros de diâmetro, apresenta um mostrador com algarismos árabes, ponteiros a ouro rosa e uma função que mostra a visibilidade da lua a partir da Terra num momento preciso. Parte do mecanismo interno data de 1929, embora a marca suíça não tenha comercializado o modelo até 1937. O coleccionador Pu Yi coleccionava vários relógios, sendo o mais notável o Patek Philippe Calatrava 96 Quantieme Lune, que guardou durante o tempo que esteve encarcerado na cidade russa de Khabarovsk, no leste do país, já que lhe tinha sido permitido ter um compartimento secreto na sua mala, onde alegadamente transportava ouro, joias e este Patek. Mais tarde, o objecto foi oferecido a Georgy Permyakov, especialista em mandarim que serviu de tutor e tradutor durante o período que passou na prisão, no final da ocupação japonesa da Manchúria, após a Segunda Guerra Mundial. Pu Yi ascendeu ao trono em 1908, com apenas 2 anos de idade, e menos de quatro anos depois foi forçado a abdicar quando uma revolta republicana derrubou a dinastia Qing, embora tenha continuado a residir no palácio imperial em Pequim. Mais tarde, o Japão instalou-o como imperador de Manchukuo, na região da Manchúria, no nordeste da China. Na Segunda Guerra Mundial e depois da derrota do Japão, foi capturado pelas forças soviéticas e mantido como prisioneiro de guerra. De acordo com o relato da Phillips, Pu Yi terá dado o relógio a Permyakov em 1950, pouco antes de regressar à China como prisioneiro para ser julgado por crimes de guerra. A vida do antigo soberano inspirou o filme “O Último Imperador” (1987), de Bernardo Bertolucci.
Hoje Macau China / Ásia MancheteDiplomacia | Novo embaixador nos EUA pede mais diálogo entre os dois países O novo embaixador chinês em Washington, Xie Feng, pediu ontem “mais diálogo” entre China e Estados Unidos e prometeu assumir a “pesada responsabilidade” de gerir os “sérios desafios” que a relação bilateral enfrenta. Xie, um diplomata de carreira com longa experiência em Washington, aterrou em Nova Iorque na terça-feira, anunciou a embaixada chinesa, em comunicado. Vai substituir Qin Gang, que foi nomeado este ano ministro dos Negócios Estrangeiros. “As relações China-EUA estão a atravessar grandes dificuldades e enfrentam desafios sérios”, disse Xie, segundo a mesma nota. “Sinto um glorioso sentido de dever e uma pesada responsabilidade. Os meus colegas e eu vamos enfrentar as dificuldades, assumir as nossas responsabilidades e cumprir a nossa missão”, acrescentou. O embaixador dos EUA na China, Nicholas Burns, afirmou, na rede social Twitter, ter oferecido um “jantar de despedida” a Xie antes da partida, num período de “difícil relação entre os Estados Unidos e a China”. “Estou ansioso para trabalhar com Xie na nova função”, acrescentou o diplomata. O Departamento de Estado norte-americano deu também as boas-vindas ao novo representante chinês no país e destacou o compromisso em manter canais de comunicação com Pequim. “Queremos trabalhar com o embaixador designado e a sua equipa”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em conferência de imprensa. Diplomata veterano Antes de poder iniciar oficialmente o seu trabalho, Xie deve apresentar credenciais ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, processo cuja data é definida pela Casa Branca. Segundo a biografia oficial, Xie, de 59 anos, é oriundo da província de Jiangsu, uma das mais prósperas do país. Desempenhou anteriormente o cargo de vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e de representante do Ministério em Hong Kong. Engenheiro de formação, Xie entrou para o corpo diplomático chinês em 1986, passando um longo período no gabinete para os assuntos norte-americanos do Ministério. Esteve colocado duas vezes em Washington, no início dos anos 2000, antes de se tornar embaixador na Indonésia.
Hoje Macau China / ÁsiaChina: Sobem pensões mais baixas e anunciada “distribuição mais justa” Pequim anunciou ontem um aumento das pensões mais baixas em até 3,8 por cento, em relação a 2022, e a implementação de um “sistema de distribuição mais justo e equilibrado”, à medida que a sociedade chinesa envelhece Um comunicado emitido em conjunto pelos ministérios dos Recursos Humanos e das Finanças explicou que vão ser adoptados incentivos para que os contribuintes do sistema de pensões “paguem mais para receber mais” e “contribuam mais tempo para obterem uma pensão mais elevada”. Os ministérios instaram as autoridades locais a “tomarem medidas práticas para reforçar a gestão das receitas e despesas do fundo de pensões”, ao mesmo tempo que fazem “ajustes financeiros antecipadamente para garantir que a pensão de base é paga integralmente e sem atrasos”. Citado pelo Global Times, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o professor da Academia Chinesa de Estudos de Economia Aberta da Universidade de Economia e Negócios Internacionais, Li Changan, indicou que o aumento vai “impulsionar o nível de consumo dos idosos”. O jornal destacou que, no final de 2022, havia 280 milhões de pessoas com mais de 60 anos na China, representando 19,8 por cento da população. As autoridades estimam que até 2035 vai haver mais de 400 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o que representará cerca de 30 por cento da população chinesa. Especialistas locais asseguram que o envelhecimento da população do país apresenta vários “desafios para a prestação de serviços públicos e a sustentabilidade da segurança social”. Geração sem frutos Em 2022, a China registou um decréscimo oficial de 850 mil habitantes, o primeiro declínio populacional em mais de meio século. O país encerrou o ano passado com 1.411,75 milhões de habitantes, tendo registado 9,56 milhões de nascimentos e 10,41 milhões de mortes, segundo dados oficiais. Desde que, em 2016, abandonou a política do filho único, que vigorou ao longo de mais de 30 anos, a China tem procurado encorajar as famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com pouco sucesso, face ao alto custo de vida, nomeadamente com a saúde e educação das crianças, e uma mudança nas atitudes culturais, que privilegiam famílias menores. No mês passado, a China foi ultrapassada pela Índia como a nação mais populosa do mundo, segundo projeções da ONU.