Japão | Aprovada lei anti-tabágica para vigorar antes de Jogos Olímpicos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] parlamento japonês aprovou ontem uma emenda à lei anti-tabágica que vai proibir pela primeira vez que se fume em bares, restaurantes e instalações públicas e que entrará plenamente em vigor em Abril de 2020, antes dos Jogos Olímpicos de Verão em Tóquio.

A proibição, que será colocada em prática por etapas, procura ampliar as áreas livres de fumo num dos países mais permissivos nas políticas antitabágicas segundo a Organização Mundial de Saúde. Actualmente, é permitido fumar em bares e restaurantes, sem separação para não-fumadores, embora seja proibido fazê-lo na rua, excepto em alguns locais autorizados. A emenda aprovada, no entanto, está longe da proposta original do Ministério da Saúde e isenta mais da metade dos restaurantes e hotéis.

A legislação nacional é mais permissiva do que aquela aprovada por Tóquio no final de Junho. As regulamentações na capital proíbem o fumo em todos os bares e restaurantes que possuem funcionários, independentemente de seu tamanho, o que afecta 84 por cento das instalações em Tóquio.

A nova lei nacional proíbe que se fume em hospitais, escolas e espaços governamentais, excepto em áreas designadas ao ar livre, introduzindo pela primeira vez multas até 300.000 ienes (2.280 euros) para infractores.

A lei, inicialmente mais rigorosa, teve a resistência do Partido Liberal Democrático, do primeiro-ministro Shinzo Abe, da indústria do tabaco e hoteleira.

19 Jul 2018

Cimeira | China celebra melhoria das relações entre Rússia e EUA

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China celebrou ontem a melhoria das relações entre Estados Unidos e Rússia, afirmando que a cimeira entre os líderes dos dois países, em Helsínquia, ajudará a unir a comunidade internacional. Rússia e EUA “têm uma grande responsabilidade na cena internacional, e na paz e segurança mundiais”, disse a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

Após uma cimeira de cerca de quatro horas, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que a relação do seu país com a Rússia “mudou” e que se deram os “primeiros passos” de um “largo processo”, que visa melhorar as relações bilaterais. “Esperamos que ajude ao diálogo e cooperação entre ambos os países” e à “união da comunidade internacional para enfrentar desafios comuns”, disse Hua, sobre a cimeira.

A porta-voz negou que a aproximação entre Trump e Vladimir Putin afecte as relações entre Moscovo e Pequim, mostrando “plena confiança” nos laços bilaterais.

O Presidente russo visitou em Junho a China, onde foi galardoado com a primeira medalha da amizade atribuída por Pequim, ilustrando a prestígio do chefe de Estado russo no país asiático. O próprio Presidente chinês, Xi Jinping admitiu já que ele e Putin têm “personalidades semelhantes”. Já o líder russo considerou Xi um “parceiro agradável” e “um amigo de confiança”.

A Rússia e a China alinharam posições nas Nações Unidas, ao oporem-se a uma intervenção na Síria e anularem tentativas de criticar as violações dos direitos humanos pelos dois países.

Moscovo apoia a oposição de Pequim à navegação da marinha norte-americana no Mar do Sul da China. Ambos os países, que são considerados por Washington as principais ameaças à segurança nacional dos EUA, realizaram já exercícios militares conjuntos, incluindo no Báltico.

A Rússia partilhou também com a China alguma da sua tecnologia militar mais avançada.

18 Jul 2018

Diplomacia | Xi Jinping encontra-se com a directora-geral da UNESCO

O presidente chinês e a dirigente da UNESCO, Andrey Azoulay, encontraram-se em Pequim na segunda-feira. Xi Jinping reforçou o compromisso de diálogo entre civilizações de forma a fomentar o progresso humano. O líder chinês reiterou que a via da cooperação internacional é o caminho para a paz e prosperidade

 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a segunda-feira, o presidente chinês Xi Jinping reuniu-se com a directora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, em Pequim. Ao receber a directora-geral da UNESCO, Azoulay, na sua primeira visita à China, Xi disse que o futuro e o destino das pessoas em todo o mundo estão cada vez mais intimamente ligados. “Na nova era, a China adere à autoconfiança cultural, desenvolve vigorosamente empreendimentos educacionais, científicos, tecnológicos e culturais, e melhora a qualidade da civilidade”, disse Xi. “A China também defende o conceito de ‘um mundo de grande harmonia’ e coexistência harmoniosa, e defende o respeito mútuo, maior comunicação e maior compreensão mútua para diferentes culturas.”

A China está disposta a dar maiores contribuições para o avanço do diálogo entre civilizações, desenvolvimento e progresso humanos, disse Xi. “Como a maior organização de cooperação intelectual do mundo, a UNESCO pode desempenhar um papel importante na construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade”, acrescentou.

Uma faixa cultural

Destacando que o desenvolvimento sustentado e estável das relações da China com a UNESCO foi favorável à paz e prosperidade globais, Xi afirmou que Pequim sempre atribuiu grande importância à UNESCO e apoiou firmemente o importante papel que a organização internacional desempenhou na promoção do desenvolvimento global. “A China está disposta a aprofundar a cooperação com a UNESCO, trabalhar em conjunto pelos benefícios dos povos de todos os países, especialmente para ajudar os países em desenvolvimento a avançar na educação, ciência e tecnologia e cultura”, disse.

Azoulay agradeceu a China pelo seu firme apoio à UNESCO e elogiou a cooperação entre os dois lados, dizendo que aprecia o compromisso chinês com o multilateralismo.

Há um ressurgimento do isolacionismo e unilateralismo no mundo de hoje, disse a líder da UNESCO, sugerindo que a comunidade internacional siga a abertura e a inclusão, apoie o multilateralismo e defenda o diálogo e a comunicação que fazem parte importante da governação global.

Observando que a UNESCO é altamente compatível com os conceitos chineses, Azoulay disse que a organização concordou com a proposta de Xi de “construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade”. “A UNESCO está disposta a participar activamente da cooperação associada à iniciativa Uma Faixa, Uma Rota e a contribuir para a paz, segurança e cooperação internacional”, finalizou Azoulay.

18 Jul 2018

Economia | UE e Japão assinam acordo de comércio livre contra proteccionismo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] União Europeia (UE) e o Japão assinaram ontem, em Tóquio, um acordo de comércio livre que o presidente do Conselho Europeu considerou ser uma “mensagem clara” contra o proteccionismo.

“Enviamos uma mensagem clara de que fazemos uma frente comum contra o proteccionismo”, disse Donald Tusk, em conferência de imprensa após a assinatura do acordo. A UE e o Japão assinaram ontem um Acordo de Associação Económica que, segundo uma declaração conjunta dos três líderes signatários, “envia uma mensagem poderosa de promoção do comércio livre, justo e regrado, e contra o proteccionismo”. Este é o maior acordo comercial negociado pela UE e que liberaliza a maior parte das trocas comerciais com o Japão.

O documento foi assinado por Donald Tusk, pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, concluindo um processo negocial que se iniciou em 2013.

18 Jul 2018

Japão | Renovado acordo que permite reciclar combustível nuclear

O pacto entre o Japão e os Estados Unidos que permite àquele país asiático ser a única potência sem armas nucleares autorizada a reciclar combustível nuclear foi ontem automaticamente renovado

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] acordo entre os dois países entrou em vigor em Julho de 1988 e permitiu ao Japão, nas últimas três décadas, reciclar combustível nuclear, extrair plutónio e enriquecer urânio.

A renovação ocorreu ontem, 30 anos depois. O futuro, contudo, permanece incerto, num momento em que Washington olha desconfiada para as reservas de plutónio de Tóquio. O acordo pode ser cancelado a qualquer momento, através de uma notificação de uma das partes com uma antecedência de seis meses. De acordo com o Governo nipónico, o Japão tem cerca de 47 toneladas de plutónio – 10 armazenadas no território, o restante no Reino Unido e em França. Apesar da quantidade ser suficiente para produzir cerca de 6.000 ogivas nucleares, o Japão alega que limitou a pesquisa, o desenvolvimento e o uso da energia nuclear para fins pacíficos.

Não proliferar

No seu mais recente plano energético, aprovado no início do mês, o executivo japonês prometeu tentar reduzir as reservas de plutónio. “O Japão fará o possível para manter o regime de não-proliferação, mantendo o pacto nuclear [com os EUA]”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Taro Kono, citado pela agência Kyodo.

O Japão, país com uma dependência energética superior a 90 por cento, fez altos investimentos em energia nuclear, mas o desastre em Fukushima, em 2011, provocou um ‘apagão’ atómico de dois anos. Actualmente, apenas sete dos 42 reactores estão a funcionar. A administração do primeiro-ministro, Shinzo Abe, mantém uma política pró-nuclear e estima que a dependência energética do país não ultrapasse os 22 por cento já em 2030.

18 Jul 2018

Cinema | Filme chinês mais caro de sempre sai dos cinemas após estreia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] produção cinematográfica mais cara de sempre na China, intitulada “Asura”, com um custo de 750 milhões de yuan, foi retirada dos cinemas após uma decepcionante estreia comercial no fim de semana.

O filme épico, baseado na mitologia budista, arrecadou 49 milhões de yuan no fim-de-semana de estreia, nos cinemas chineses, apesar de uma forte campanha publicitária. Os produtores anunciaram a retirada dos cinemas através das redes sociais, mas sem detalhar quais os motivos.

Mais de 2500 pessoas trabalharam na produção de “Asura”, filme produzido na China e cuja pós-produção foi feita ao longo de mais de um ano nos Estados Unidos. Num artigo publicado antes da estreia, Yang Hongtao, presidente do grupo Ningxia Film Group, um dos produtores, considerou o filme “muito imaginativo”. “Queremos que o filme aumente a confiança na nossa própria cultura e capacite os nossos talentos domésticos”, afirmou.

18 Jul 2018

Índia | Governo ordena inspecção a centros da congregação da Madre Teresa de Calcutá

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo da Índia ordenou uma inspecção a todos os centros para crianças geridos pela congregação católica da Madre Teresa no país, após a detenção de uma das suas freiras por alegadamente vender bebés.

A ministra das Mulheres e do Desenvolvimento da Criança, Maneka Gandhi, instou as autoridades locais “a inspeccionarem imediatamente os centros para crianças geridos pelas Missionárias da Caridade”, a congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, indica um comunicado divulgado na segunda-feira à noite.

No início do mês, a polícia indiana deteve uma freira e um empregado de um daqueles centros, que dava assistência a grávidas e mães solteiras em Ranchi, capital do estado de Jharkhand (leste), e que teriam vendido crianças.

A adopção ilegal é um negócio importante na Índia, onde perto de 90.000 crianças desaparecem anualmente, segundo os dados oficiais. Algumas são dadas por pais pobres, outras são raptadas no hospital ou em estações de comboios.

A superiora geral da ordem, irmã Mary Prema, lamentou o assunto e dissociou a congregação das acções de uma pessoa. “Cooperamos com as investigações e estamos abertos a qualquer inquérito livre e justo”, declarou num comunicado.

As Missionárias da Caridade foram fundadas em Calcutá em 1950 pela Madre Teresa, uma religiosa albanesa que se tornou um ícone mundial da compaixão. Recebeu o prémio Nobel da Paz em 1979 e morreu em 1997, tendo sido declarada santa pela Igreja católica em 2016. A congregação conta com mais de 5.000 religiosas em 130 países.

 

18 Jul 2018

Governo de Hong Kong inicia processo para proibir partido político

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Hong Kong iniciou ontem o processo para proibir um partido político pró-independência. O secretário de Segurança do Governo regional, John Lee, anunciou numa conferência de imprensa que o Partido Nacional de Hong Kong tem o prazo de 21 dias para apresentar “alegações escritas sobre porque acreditam que não se deva dar a ordem” de proibição.

Lee reconheceu que em Hong Kong há liberdade de associação, mas argumentou que “esse direito não está isento de restrições”. O secretário de Segurança especificou que essas restrições referem-se à legislação regional, aos “interesses de segurança nacional, à segurança pública, à ordem pública, à protecção da saúde pública e à moral e protecção dos direitos e liberdades de outros”. No entanto, Lee não detalhou o que esse partido político fez para merecer a tentativa de proibição por parte das autoridades e limitou-se a dizer que todos devem agir “dentro dos limites da lei”.

Por outro lado

Um dos cofundadores do partido, Andy Chan, disse ao South China Morning Post que agentes entregaram-lhe ontem um documento oficial que referia que o funcionário responsável pela supervisão das associações havia recomendado a proibição do partido. O documento referiu o artigo 8º. da lei da associação, que inclui as alegações citadas por John Lee na sua conferência de imprensa, como base para a proibição de uma organização política.

O anúncio “pode ter consequências a longo prazo”, disse Patrick Poon, um investigador da Amnistia Internacional, num comunicado. Para Poon, “usar referências muito amplas de ‘segurança nacional’ para silenciar as vozes dissidentes é uma táctica usada pelos governos repressivos”. A tentativa de banir esse partido político “soa o alarme sobre o que o Governo tentará restringir da próxima vez em nome da segurança nacional”, acrescentou Poon.

O Partido Nacional de Hong Kong foi fundado em Março de 2016, no âmbito da efervescência política que gerou os protestos democráticos, em finais de 2014, contra o sistema eleitoral supervisionado que o Governo de Pequim tentou implementar na antiga colónia britânica.

Outro partido pró-independência, criado após os protestos, é o Demosisto, fundado em Abril de 2016 por Nathan Law e Joshua Wong, dois dos jovens líderes dos protestos de 2014, que passaram um período na prisão devido ao seu papel nesse movimento.

18 Jul 2018

Filipinas elevam alerta de inundações por causa de tempestade tropical

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] tempestade tropical Son-Tinh intensificou-se hoje depois de passar pela ilha de Luzon, no norte das Filipinas, onde as autoridades elevaram o alerta de inundações por causa das novas chuvas das monções. O tufão vai passar por Macau, prevendo-se o levantamento do sinal 3 até às 19h00 de hoje.

A Agência Meteorológica das Filipinas (PAGASA) declarou o alerta laranja nas províncias de Metro Manila, Bulacan, Bataan e Batangas, onde as águas subiram.

Em Manila, as áreas mais baixas sofreram inundações durante a manhã, causando engarrafamentos de trânsito.

Por isso, o governo filipino decretou a suspensão das aulas em todas as escolas públicas nas áreas de alerta de laranja, bem como o trabalho nos escritórios do governo.

O nível da água no rio Marikina atingiu 15,8 metros acima do nível do mar. Se atingir os 17 metros, as autoridades vão retirar as pessoas que moram juntam ao rio.

As inundações e as chuvas fortes também causaram atrasos e cancelamentos nos comboios e nos voos domésticos.

Além disso, as províncias de Rizal, Cavite, Pampanga e Zambales – também localizadas na ilha de Luzón – estão sob alerta amarelo, onde choveu muito e há risco de inundações.

As monções também afetam as ilhas de Mindoro, Palawan e as Visayas ocidentais, na região central do arquipélago.

17 Jul 2018

Acções da Xiaomi recuam 1,9% devido a decisão das bolsas chinesas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s acções da Xiaomi caíram ontem 1,9% para 21 dólares de Hong Kong, na bolsa de Hong Kong, após as praças financeiras de Xangai e Shenzhen terem anunciado que os investidores chineses não poderão comprar títulos da empresa.

As ações do fabricante chinês de ‘smartphones’ chegaram a recuar 8%, após a abertura, depois de terem subido 11%, na passada sexta-feira. Durante a sessão acabaram por estabilizar e minimizar as perdas.

A queda ocorreu depois de as principais bolsas da China anunciarem, no sábado, que investidores na parte continental não poderão utilizar a conexão à bolsa de Hong Kong para comprar títulos de empresas com direito a super voto.

Esta decisão constitui um revés para a Xiaomi, que se estreou em bolsa há uma semana e queria beneficiar da ligação de Hong Kong às praças financeiras do continente.

Xangai e Shenzhen justificaram a decisão com a pouca familiaridade dos investidores para com empresas com dois tipos de ações com direito de voto.

A Xiaomi, que se estreou em bolsa na semana passada, foi a primeira empresa a ser cotada na bolsa de Hong Kong sob as novas normas, que permitem empresas com super voto.

Os títulos do fabricante chinês tiveram uma estreia discreta, mas a notícia de que se seriam incluídos no índice de Hang Seng contribuiu para que subissem 26%, devido à expectativa de que haveria forte procura por parte dos investidores da China continental, através da “Stock Connect”, que liga as praças financeiras.

A empresa, com sede em Pequim, é a quarta maior fabricante do mundo de ‘smartphones’ (telemóveis inteligentes) por quantidade de produção, segundo a unidade de pesquisa International Data Corp. A marca chinesa é já comercializada em Portugal em várias lojas e também em espaços de venda próprios.

17 Jul 2018

China | Censura tenta controlar narrativa sobre guerra comercial

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] censura chinesa está a tentar controlar a narrativa sobre a guerra comercial com Washington, através de uma lista enviada à imprensa doméstica sobre o que pode ou não escrever, revelou um jornal de Hong Kong.

O jornal South China Morning Post (SCMP), que cita quatro jornalistas chineses não identificados, diz que as autoridades pediram à imprensa que seja “extremamente cuidadosa” para não relacionar a guerra comercial com a queda nas praças financeiras chinesas, a desvalorização do yuan ou o abrandamento da economia, visando evitar o pânico.

No espaço de um mês, a bolsa de Xangai caiu já mais de 9 por cento, enquanto o yuan, a moeda chinesa, tem desvalorizando continuamente, reflectindo o nervosismo dos investidores, face às disputas comerciais entre Pequim e Washington. “Quando reportamos uma queda na bolsa ou a desvalorização do yuan não podemos escrever ‘guerra comercial’ na manchete”, contou ao SCMP um dos jornalistas. Outro jornalista contou que “diferentes organizações terão margens distintas na cobertura”.

A imprensa estatal com maior posicionamento político está autorizada a publicar notícias e editoriais sobre a guerra comercial, enquanto a imprensa local e portais electrónicos podem apenas republicar conteúdo dos órgãos oficiais, e sem dar muita relevância ao tema.

É também proibido publicar uma tradução imediata de afirmações do Presidente norte-americano, Donald Trump, no Twitter, rede social que está bloqueada na China.

17 Jul 2018

Coreia do Norte | Amnistia para condenados por crimes contra o país

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]yongyang anunciou ontem que vai amnistiar aqueles que foram “condenados por crimes contra o país e outras pessoas”, por ocasião da comemoração do 70.º aniversário da fundação daquele país asiático, que terá lugar em Setembro.

A amnistia entrará em vigor a partir de 1 de Agosto, revelou o regime de Pyongyang através da agência estatal de notícias KCNA, garantindo que serão tomadas “medidas práticas para ajudar as pessoas libertadas a reintegrarem-se na vida normal de trabalho”.

A Assembleia Popular Suprema (Parlamento) emitiu um decreto a 12 de Julho, informou a KCNA, sem dar mais detalhes sobre quantas pessoas estão envolvidas na amnistia. “Proteger a vida independente e criativa das massas populares e servir o povo com total disponibilidade para materializar plenamente a ideia de dar primazia às massas populares” é “a exigência essencial do sistema socialista coreano e o princípio invariável das actividades estatais”, citou a agência estatal.

A Coreia do Norte vai comemorar a 9 de Setembro o aniversário da fundação do país, evento que nos últimos anos tem usado para recuperar seu arsenal nuclear e balístico e que é esperado com grande expectativa após a reaproximação do país à Coreia do Sul e a mudança diplomática na relação com os Estados Unidos.

17 Jul 2018

China | Crescimento económico de 6,7 por cento no segundo trimestre

A economia chinesa cresceu 6,7 por cento, no segundo trimestre de 2018, duas décimas acima da meta definida pelo Governo para este ano e uma décima menos do que no primeiro trimestre

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s previsões apontavam já para um ritmo de crescimento menor no segundo trimestre, depois de Pequim ter restringindo o crédito bancário, visando travar o aumento da dívida, e ainda antes do início das disputas comerciais com os Estados Unidos. A actividade económica deverá continuar a abrandar, à medida que a procura global pelas exportações chinesas recua e as restrições ao crédito atingem o sector da construção e o investimento, importantes motores de crescimento.

Pequim reagiu anteriormente a reduções no ritmo de crescimento económico com um aumento do crédito para o sector estatal, mas o subida dos níveis de endividamento levou já as agências de ‘rating’ internacionais a reduzir a nota da dívida do Governo chinês.

Os líderes chineses estão a preparar uma transição no modelo económico, com o objectivo de transformar o consumo interno no principal motor de crescimento, em detrimento das exportações e investimento. Em Junho, as vendas a retalho subiram 9 por cento, em termos homólogos, impulsionadas por um rápido aumento do consumo de produtos de alta qualidade, incluindo cosméticos e equipamento de vídeo.

O investimento em activos fixos, como fábricas ou imobiliário, cresceu 6 por cento na primeira metade do ano, face ao mesmo período de 2017, mas com o ritmo dos últimos três meses ficaram 1,5 por cento abaixo da média do semestre.

Guerra e tarifas

As disputas comerciais com Washington ameaçam também atingir a economia chinesa. Este mês, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias de 25 por cento sobre 34 mil milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico. A China retaliou com o aumento dos impostos sobre o mesmo valor de importações oriundas dos EUA. Trump ameaçou impor mais taxas alfandegárias, de 10 por cento, sobre um total de 200 mil milhões de dólares de produtos chineses e, caso Pequim volte a retaliar e recuse aceder às exigências norte-americanas, subirá para 500 mil milhões, cerca da totalidade das importações norte-americanas oriundas do país asiático.

Analistas preveem que aquelas medidas, case se concretizem, levariam a um abrandamento de mais de 0,3 por cento no ritmo de crescimento da economia chinesa.

17 Jul 2018

Guerra Comercial | União Europeia pede cooperação dos EUA, Rússia e China

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou ontem ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Rússia e à China para que cooperem com a Europa a fim de evitar uma guerra comercial

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] isolacionismo norte-americano vendido por Donald Trump na campanha eleitoral está a ser cumprida, tanto do lado de Washington, como agora por parte de vários blocos de antigos aliados dos Estados Unidos. “Estamos todos conscientes do facto de que a arquitectura do mundo está a mudar diante dos nossos olhos e é nossa responsabilidade comum tornar esta mudança para melhor”, afirmou Donald Tusk, em Pequim, na abertura da 20.ª cimeira anual China-UE.

Estas declarações foram feitas poucas horas antes do encontro entre Trump e o Presidente russo, Vladimir Putin, que se realiza na residência oficial do chefe de Estado da Finlândia.

Na semana passada, Tusk recriminou as críticas de Trump aos aliados europeus, instando-o a lembrar-se de quem são os seus amigos quando reunir com Putin.

Em Pequim, Tusk afirmou que a Europa, China, EUA e Rússia têm a “obrigação comum” de não destruir a ordem global, mas antes melhorá-la, ao reformar as regras internacionais de comércio. “Por isso apelo aos meus anfitriões chineses, mas também aos presidentes Trump e Putin, que comecemos em conjunto este processo a partir de uma ampla reforma da OMC [Organização Mundial do Comércio]”, afirmou. “Ainda vamos a tempo de evitar o conflito e o caos”, acrescentou.

A cimeira anual China-UE ocorre numa altura em que entram em vigor nos EUA taxas alfandegárias sobre 34.000 milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que Washington considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico. A China retaliou com um aumento dos impostos sobre o mesmo valor de importações oriundas dos EUA.

Trump impôs também taxas sobre o aço e alumínio importados da UE, que retaliou com taxas sobre um total de 3,25 mil milhões de dólares de importações oriundas dos EUA.

Fortaleza Europa

Durante a cimeira, Xi Jinping vai oferecer um jantar ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que vão reunir-se com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.

Ambos os lados esperam “trabalhar em conjunto” para “proteger o multilateralismo, promover o comércio e facilitação do investimento”, afirmou Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Pequim e Bruxelas deverão expressar o seu apoio a um sistema de comércio multilateral baseado em regras e confirmar o seu compromisso com a modernização da Organização Mundial do Comércio, segundo o portal oficial do Conselho Europeu, numa altura em que China e UE se deparam com políticas comerciais protecionistas nos EUA.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, prometeu que a China vai continuar o processo de abertura da sua economia aos investimentos e exportações europeias. “A China aumentará de forma significativa o acesso ao seu mercado e reduzirá as taxas alfandegárias” sobre produtos necessários aos seus consumidores e empresas, disse Li, numa conferência de imprensa.

Pequim e Bruxelas avançaram para uma “nova fase” nas negociações de um tratado bilateral de investimentos, que se desenvolvem há já quatro anos, afirmou. Li Keqiang apoiou ainda os esforços para actualizar as regras da OMC, que Washington considera estarem desactualizadas e complexas.

Questionado se a China usou a cimeira de ontem para forjar uma aliança com a UE contra as políticas comerciais de Trump, o primeiro-ministro chinês afirmou que as disputas com Washington são uma questão bilateral. “A nossa cimeira não é dirigida a um terceiro país”, disse.

A China tem tentado recrutar o apoio da UE para fazer frente às políticas comerciais dos EUA, mas há muito que os governos europeus partilham das mesmas queixas de Trump em relação a Pequim, nomeadamente a falta de acesso a vários sectores da economia chinesa. “Nós partilhamos das mesmas preocupações que os EUA. Mas há formas melhores e menos arriscadas de lidar com os problemas”, afirmou na semana passada Mats Harborn, presidente da Câmara de Comércio da UE na China.

Em 2017, a UE registou um défice de 176.000 milhões de euros nas trocas comerciais com a China. “Pensamos que a China se pode abrir ainda mais”, disse Juncker, reafirmando o desejo da UE de que o país asiático melhore ainda mais as oportunidades para as firmas estrangeiras.

Um relatório recente da UE afirmou que Pequim impôs mais obstáculos às importações e investimentos, em 2017, do que qualquer outro Governo.

17 Jul 2018

Militantes de Hong Kong assinalam 1.º aniversário da morte de dissidente Liu Xiaobo

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ilitantes pró-democracia de Hong Kong ataram na sexta-feira faixas negras nas grades que rodeiam o edifício do gabinete de ligação do Governo chinês no território para marcar o primeiro aniversário da morte do dissidente Liu Xiaobo.

Figura das manifestações pró-democracia em Tiananmen, em 1989, Liu Xiabo, primeiro chinês a ser distinguido com o Nobel da Paz (2010), morreu a 13 de julho de 2017 num hospital de Shenyang, no nordeste da China, vítima de cancro do fígado.

O dissidente, que cumpria há mais de oito anos uma pena de 11 anos por subversão, foi libertado condicionalmente no final de maio da prisão, dias depois de lhe ter sido diagnosticado o cancro em fase terminal, e transferido para o hospital.

Dezenas de manifestações concentraram-se em frente do gabinete de ligação chinês em Hong Kong, antes de uma outra ação mais importante ao fim da tarde.

Este aniversário assinala-se alguns dias depois da partida para Berlim da viúva de Liu Xiaobo, a poetisa e pintora Liu Xia, após oito anos passados sob residência vigiada.

Os manifestantes, que também colocaram um retrato do primeiro prémio Nobel da Paz chinês numa parede, exigiram ainda a libertação de Qing Yongmin, veterano da dissidência, condenado na quarta-feira, na China, a 13 anos de prisão. Qing Yongmin passou já 22 anos em detenção.

O Governo chinês “libertou Liu Xia na terça-feira e prendeu Qin Yongmin na quarta-feira”, declarou Leung Kwok-hung, veterano da luta pela democracia na região administrativa especial chinesa. “A libertação de Liu Xia foi uma forma de enganar as pessoas”, sublinhou.

O advogado democrata Kwok Ka-ki reclamou eleições livres na China e considerou a libertação de Liu uma forma de tentar obter o apoio de países europeus em plena guerra comercial com os Estados Unidos.

Liu Xia, que não foi acusada de qualquer crime, estava sob residência vigiada, desde 2010, quando o marido foi distinguido com o Nobel da Paz.

Liu Xiaobo foi o primeiro prémio Nobel a morrer privado de liberdade desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que morreu em 1938, num hospital, detido pelos nazis.

16 Jul 2018

Japão | Cerca de 18 mil voluntários nas operações de limpeza e reconstrução

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]erca de 18 mil voluntários de todo o Japão participam no fim-de-semana em tarefas de limpeza e reconstrução das áreas oeste do país devastadas pelas fortes chuvas da passada semana, que causaram mais de 200 mortes e dezenas de desaparecidos.

O Governo lançou um programa de voluntariado em colaboração com as autoridades locais para organizar os movimentos de voluntários e distribuir o trabalho, explicou o Conselho de Assistência Social do executivo. Quarenta centros de voluntários foram estabelecidos nas prefeituras de Ehime, Okayama e Hiroshima, localizadas no oeste do país e onde as chuvas causaram o maior dano, para gerir as tarefas de cerca de 18 mil pessoas que participam no programa de ajuda. “As autoridades locais estão demasiado ocupadas com as operações de assistência e evacuação, pelo que precisamos da ajuda necessária para as tarefas de reconstrução”, disse um porta-voz do Governo de Hiroshima à agência de notícias Kyodo.

As chuvas fortes registadas desde 6 de Julho em quase metade do arquipélago japonês causaram 204 mortes e cerca de 40 desaparecidos, de acordo com os dados mais recentes fornecidos pelo Executivo. Cerca de 160 casas foram destruídas e outras 700 sofreram danos significativos, como resultado de inundações e deslizamentos de terra provocados pelas chuvas, enquanto cerca de 5.800 pessoas permanecem desalojadas.

O acesso rodoviário a muitas das localidades continua a ser um problema para as autoridades, o que complica tanto as tarefas de encontrar pessoas desaparecidas como as tarefas de assistência aos desalojados.

16 Jul 2018

Coreia do Norte | Pequim vinca compromisso com desnuclearização

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m responsável chinês reafirmou ontem o compromisso de Pequim com a desnuclearização da península coreana, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter sugerido que a China poderá interferir nas conversações entre Pyongyang e Washington.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Kong Xuanyou, disse em conferência de imprensa que a China e os EUA têm “mantido uma comunicação e coordenação próximas” na questão da península coreana.

Ao reconhecer que “não vai ser um processo fácil”, Kong disse acreditar que se o diálogo for sincero e feito com base no respeito mútuo e igualdade, “todas as questões encontrarão resposta”.

Na segunda-feira, Trump escreveu na rede social Twitter que a China “talvez esteja a exercer pressão negativa” sobre a Coreia do Norte, devido às crescentes disputas comerciais com os EUA, acrescentando: “espero que não!”.

Entretanto, o porta-voz da Administração-Geral das Alfândegas da China, Huang Songping, garantiu que Pequim “está a implementar consistentemente” as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte, relativamente ao programa nuclear e de mísseis.

De acordo com os últimos dados oficiais, as importações chinesas oriundas da Coreia do Norte caíram 92,6 por cento, em Junho, em relação ao mesmo mês do ano passado. As exportações de petróleo e de outros bens, da China para a Coreia do Norte, recuaram 40,6 por cento, durante o mesmo período. As alfândegas chinesas não indicaram os valores envolvidos nas trocas comerciais entre os dois países em Junho, e divulgaram apenas as variações homólogas.

Nos primeiros seis meses do ano, as importações chinesas da Coreia do Norte caíram 88,7 por cento, relativamente ao mesmo período de 2017, para 690 milhões de yuan. As exportações recuaram 43,1 por cento, para 6,4 mil milhões de yuan.

16 Jul 2018

Taiwan | Xi Jinping diz que reunificação é imparável

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que a reunificação de Taiwan com a China faz parte do “imparável rumo da história”, levando o Governo taiwanês a apelar a este que respeite a vontade popular

 

[dropcap style≠’circle’]X[/dropcap]i reuniu-se com Lien Chan, o antigo vice-Presidente taiwanês, que dirige agora o partido de oposição e pró-Pequim Kuomintang, e a quem reafirmou a sua confiança numa reunificação pacífica.

“Enquanto corrigimos as coordenadas históricas e agarramos com firmeza o leme, o rumo do desenvolvimento pacífico e da reunificação pacífica seguirá vitorioso”, afirmou o líder chinês, citado pela imprensa oficial.

O Governo taiwanês reagiu com um apelo a Xi para que aceite a realidade e respeite a vontade popular da ilha. Taipé vai manter a actual situação pacífica e não deixará de defender a soberania taiwanesa, assegurou Qiu Chui-zheng, porta-voz do Conselho para os Assuntos da China Continental. Qiu afirmou que a China deve reduzir as suas “acções negativas” contra Taiwan, que estão a afectar as relações, e resolver as suas diferenças com Taipé por via da comunicação e sem intimidações.

Ponto de viragem

Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen do Partido Democrático Progressista, pró-independência, em 2016, e só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China.

Lien fez, em 2005, uma histórica visita a Pequim, num período de tensão entre o regime comunista e o governo pró-independência de Chen Shui-bian, e conseguiu vários acordos com o então Presidente chinês, Hu Jintao, que foram implementados após o Kuomintang regressar ao poder, em 2008.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana.

Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que decorreu em Outubro passado, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan.

16 Jul 2018

China | Número de nascimentos diminuiu entre 2016 e 2017

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] número de nascimentos na China diminuiu 3,2 por cento entre 2016 e 2017, segundo dados divulgados ontem pela Comissão Nacional de Saúde citados pela imprensa estatal. Em 2016, o primeiro após o fim da política do filho único, os números apontavam para 18,46 milhões de nascimentos, com um aumento de 11,5 por cento em relação a 2015.

Agora, em 2017, registou-se o nascimento de 17,58 milhões de bebés, sendo que 51 por cento não eram filhos únicos. O Governo chinês eliminou a política do filho único a 1 de Janeiro de 2016 para combater o envelhecimento demográfico e permitiu que as famílias tivessem dois filhos.

No entanto, apesar do aumento inicial no primeiro ano, a desaceleração em 2017 e os números relativos ao primeiro semestre de 2018 estão a levar as autoridades a ponderar eliminar todos os limites de nascimento, de acordo com notícias publicadas pelos ‘media’ chineses, algo que pode acontecer já este ano.

Após o fim da política do filho único, que foi introduzida em 1979, os nascimentos não aumentaram como o esperado pelas autoridades devido ao alto custo para as famílias com a habitação nas grandes cidades e serviços relacionados com a educação ou a saúde.

16 Jul 2018

Air China | Copiloto suspeito de fumar causou queda de mais de 7.500 metros

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] queda a pique do avião num voo da Air China, durante dez minutos, esta semana, deveu-se a um erro do copiloto, que estava a fumar um cigarro electrónico, divulgaram as autoridades.

Investigações preliminares revelam que o copiloto tentou, sem avisar o piloto, desligar o ventilador de circulação do ar, para evitar que o fumo chegasse à cabine. “No entanto, terá por engano desligado o aparelho de ar condicionado que estava ao lado, resultando em oxigénio insuficiente na cabine e um alerta de altitude”, afirmou um responsável da Administração Civil da China, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

“Estamos a investigar as causas em pormenor. Caso se confirmem as suspeitas, vamos actuar de acordo com a lei e as regulações e lidar com esta questão de forma rigorosa”, acrescentou.

Fumar é expressamente proibido em voos comerciais, incluindo cigarros electrónicos.

Na terça-feira, meia hora depois do voo CA106 ter partido de Hong Kong, com 153 passageiros a bordo, as máscaras de oxigénio caíram do tecto do avião, que imediatamente desceu mais de 7.500 metros em dez minutos. O avião, um Boeing 737, recuperou depois a altitude e voou em segurança até ao destino final, a cidade de Dalian, no nordeste da China. Não foram reportados feridos entre os passageiros ou danos no avião.

16 Jul 2018

Cultura | Entretenimento chinês chega a milhões de africanos

Com uma indústria de cinema que ultrapassa já o número de espectadores que os filmes de Hollywood atraem, a China aumenta a exportação de produtos de entretenimento para África, desafiando as narrativas tipicamente ocidentais

 

Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a nova zona de desenvolvimento de Daxing, a quase 30 quilómetros do centro de Pequim, um grupo de nigerianos, tanzanianos e togoleses, envergando trajes tradicionais, acorrem pela manhã a um moderno complexo de edifícios envidraçados. Inaugurado em 2012, o complexo é composto por quatro prédios administrativos, um bloco de dormitórios e um pátio tradicional chinês, ligado por um extenso sistema de corredores que abre para diferentes jardins. Trata-se da sede da StarTimes, empresa de telecomunicações privada chinesa que ao longo dos últimos 15 anos apoiou dezenas de países africanos na transição de televisão analógica para digital, garantido o acesso das casas do continente a conteúdo audiovisual chinês.

“Já temos 50 milhões de utilizadores em África”, diz à agência Lusa Lily Meng, vice-directora-geral do departamento de média do grupo, que está encarregue da dobragem de conteúdos audiovisuais para português, inglês, francês, mas também línguas regionais como haúça, suaíli ou iorubá.

Em Moçambique, o único país de língua oficial portuguesa onde está presente, o grupo estabeleceu a StarTimes Media, uma ‘joint-venture’ com a Focus 21, empresa controlada pela família do ex-Presidente moçambicano Armando Guebuza.

“Para trabalhar em África é preciso ter boas ligações”, admite Lily Meng. “Ou então é muito difícil obter licença para transmitir”.

No seu portal electrónico oficial, o grupo StarTimes compromete-se a “fazer com que todas as famílias africanas desfrutem de televisão digital por um custo acessível”. Meng explica que os objectivos da empresa passam por “divulgar a cultura chinesa” enquanto assegura um modelo de negócio sustentável. “Temos apoio político para transmitir conteúdo chinês em África, mas não somos uma empresa estatal”, clarifica. “Fazemos estudos de medição de audiências e escolhemos os conteúdos em conjunto com os colegas africanos. Precisamos de garantir que os nossos clientes estão satisfeitos e continuam a pagar pelo nosso serviço”, descreve a responsável.

Carga ideológica

O português Samuel Gomes, que desde há um ano trabalha na dobragem e revisão de conteúdos da StarTimes, define as séries, filmes e documentários difundidos pelo grupo como “propaganda cultural”. “Noto muito a vontade da StarTimes em difundir a cultura chinesa em África e estabelecer uma ponte para negócios”, resume.

Dani Madrid-Morales, um pós-doutorado pela City University, de Hong Kong, que fez pesquisa sobre a StarTimes, considera, porém, que o grupo “tem uma enorme componente ideológica”. “Os conteúdos seleccionados mostram uma China urbana, próspera: uma China não controversa”, diz.

Pequim, que há muito se queixa que as empresas ocidentais dominam o discurso global e alimentam preconceitos contra o país, investiu nos últimos anos milhares de milhões de dólares para convencer o mundo de que a China é um sucesso político e cultural.

A agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, por exemplo, conta já com 180 delegações além-fronteiras.

Criado em 2004, o departamento de português da agência emprega, só em Pequim, 16 pessoas, incluindo quatro brasileiros. Também a versão digital do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês, tem um serviço em língua portuguesa.

No entanto, o mais antigo serviço noticioso em português da República Popular arrancou em 1960 na Rádio Internacional da China.

Naquela altura, a política externa chinesa era guiada pela defesa do internacionalismo proletário e Pequim “apoiava os países africanos na luta contra o imperialismo”, nomeadamente Angola e Moçambique. Hoje, o país asiático é o maior parceiro comercial de África. Só em 2015, as trocas comerciais somaram 145 mil milhões de euros.

16 Jul 2018

Jovens resgatados na Tailândia têm alta na quinta-feira

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s 12 jovens da equipa de futebol Wild Boars e o seu treinador, que ficaram presos durante mais de duas semanas numa gruta no norte da Tailândia, vão ter alta do hospital na quinta-feira, foi ontem anunciado.

De acordo com o ministro da Saúde da Tailândia, Piyasakol Sakolsatayadorn, os 12 jovens com idades entre os 11 e os 16 anos, e o seu treinador, de 25 anos, vão sair do hospital no mesmo dia.

Anteriormente, os médicos que trataram os primeiros quatro jovens resgatados disseram que estes poderiam sair do hospital neste domingo.

O anúncio acontece no mesmo dia em que foram divulgados vídeos com os jovens resgatados, sentados nas camas do hospital, a agradecer às equipas de resgate.

Os jovens ficaram encurralados durante mais de duas semanas numa gruta em Tham Luang, situada na província de Chiang Rai, norte da Tailândia, depois de o espaço, que fica junto à fronteira com Myanmar (antiga Birmânia) e o Laos, ter ficado inundado pelas chuvas.

A operação de resgate, que envolveu centenas de pessoas, incluindo mergulhadores, foi concluída na terça-feira com a saída das últimas quatro crianças e do treinador.

As restantes crianças já tinham sido resgatadas no domingo e na segunda-feira.

O grupo de 12 rapazes e o treinador foram explorar a área depois de um jogo de futebol no dia 23 de junho.

Na altura, as inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída e impediram que as equipas de resgate os encontrassem durante nove dias, uma vez que o acesso ao local só é possível via mergulho através de túneis escuros e estreitos, cheios de água turva e correntes fortes.

O local onde os jovens ficaram presos situa-se a cerca de quatro quilómetros da entrada da gruta, num complexo de túneis com zonas muito estreitas e alagadas pelas chuvas da monção que afetam a zona, o que obriga a que parte do percurso tenha de ser feito debaixo de água e sem visibilidade.

15 Jul 2018

ONGs exigem libertação do activista Qin Yongmin

Organizações não-governamentais exigiram ontem às autoridades chinesas a libertação “imediata e incondicional” do veterano dissidente chinês Qin Yongmin, condenado na quarta-feira a 13 anos de prisão por subversão

 

“O único ‘crime’ de Qin Yongmin foi criar um grupo de supervisão de direitos humanos para impulsionar reformas pacíficas na China”, afirmou, em comunicado, a directora da Human Rights Watch (HRW) na China, Sophie Richardson.

Na quarta-feira, um tribunal da cidade de Wuhan, no centro da China, considerou Yongmin culpado do crime de “subversão do poder do Estado”, frequentemente usado pelo Governo chinês para prender dissidentes. A HRW pediu às autoridades chinesas a libertação “imediata e incondicional” porque a acusação “é injusta” e a sentença “terrivelmente dura”, que mostra “o desapreço do Governo chinês pelos direitos humanos”, segundo o comunicado.

Qin foi um dos fundadores do Partido Democrático Chinês, banido pelo regime comunista logo após ter sido criado. Durante a sua extensiva luta pela defesa dos direitos humanos, 22 anos foram passados em prisões ou com privação parcial de liberdade.

A organização chinesa Defensores dos Direitos Humanos (CHRD) também criticou a condenação de Qin, que considerou “injusta e arbitrária”, e apelou aos especialistas das Nações Unidas que tomem medidas para exigir a libertação de Yongmin ao regime comunista. “O Governo chinês mais uma vez profanou os padrões internacionais dos direitos humanos, que a China tem a obrigação de defender como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU”, frisou a organização, em comunicado.

 

Processo kafkiano

Durante o julgamento, as autoridades negaram os “direitos básicos” a Yongmin, incluindo o direito a um advogado sem “interferência política”, indicou.

“Ao punir Qin Yongmin com tanta força, o Governo de Xi Jinping [Presidente chinês] reforça os sinais de que está determinado a esmagar as ONG de defesa dos direitos humanos e da sociedade civil no país”, alertou a mesma organização.

Qin, de 64 anos, é considerado um dos dissidentes mais veteranos da China, desde 1979 participou de movimentos pró-democracia na sua cidade, Wuhan, e liderou uma publicação com ideias reformistas chamada “Campana”.

Na quarta-feira, a Amnistia Internacional (AI) considerou a sentença “chocante e dura” contra um activista veterano que “simplesmente exerceu a liberdade de expressão”, logo depois de a libertação de Liu Xia “ter dado alguma esperança”. Um dia antes, a poeta e viúva do dissidente chinês e Nobel da Paz Liu Xiaobo, que morreu em Julho de 2017, foi autorizada a deixar a China depois de oito anos em detenção domiciliária em Pequim.

13 Jul 2018

China | Cadeia Luckin Coffee avaliada em mais de mil milhões de dólares

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] chinesa Luckin Coffee tornou-se a primeira ‘startup’ do país no ramo do café a ser avaliada em mais de mil milhões de dólares, ilustrando o ‘boom’ do consumo de café no antigo “império do chá”.

A cadeia de cafés conseguiu angariar 200 milhões de dólares numa rodada de financiamento, numa altura em que tenta desafiar a posição dominante da multinacional norte-americana Starbucks no país asiático. Fundada em 2017, a Luckin diz ter aberto mais de 500 lojas na China, nos últimos cinco meses, com preços 30 por cento inferiores aos praticados pela cadeia norte-americana e entregas em escritórios.

Segundo contas do sector, as cadeias de café geraram 22 mil milhões de yuan em receitas, no ano passado, na China. Até 2020, aquele valor deve aumentar para 28 milhões de yuan. O Starbucks tem 3.300 estabelecimentos na China e os britânicos do Costa Coffee 420. O grupo português Delta Cafés, presente há alguns anos em Macau, também já está estabelecido em Xangai, desde o final de 2013, através de uma parceria com um distribuidor local de produtos alimentares.

12 Jul 2018