Negócios | Fosun cria filial de turismo e pede a sua cotação em Hong Kong

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo chinês Fosun, que detém várias empresas em Portugal, anunciou ontem a constituição de uma filial para o sector do turismo, e solicitou a sua entrada na bolsa de Hong Kong.

Num comunicado enviado à praça financeira de Hong Kong, o grupo informa que recebeu aprovação dos reguladores para constituir uma nova filial, e que iniciou o processo para a sua cotação na bolsa, uma decisão que não depende da aprovação dos accionistas.

A empresa, que tem sede em Xangai, tem múltiplos investimentos nos sectores da saúde, turismo, moda, imobiliário e banca. Em Portugal, o grupo detém já a seguradora Fidelidade e a Luz Saúde, a maior participação no banco Millennium BCP e cerca de 5 por cento da REN (Redes Energéticas Nacionais).

A sua nova filial, designada Fosun Tourism and Culture Group (FTC), é constituída a partir de uma divisão da empresa dedicada a “oferecer aos clientes experiências de turismo e lazer” e “está comprometida sobretudo com o desenvolvimento, gestão e oferta de produtos de viagem, entretenimento e outros serviços culturais”, lê-se no comunicado. A filial estará ainda encarregue da gestão e operação de hotéis, resorts e destinos turísticos.

6 Jul 2018

Xi Jinping promete tornar o PCC mais forte com um “grande novo projecto”

[dropcap style≠’circle’]X[/dropcap]i Jinping pediu que todos implementem a linha organizacional do partido para a nova época de forma a tornar o PCC mais forte. A posição do presidente da China e presidente da Comissão Militar Central foi expressa na conferência nacional sobre trabalho organizacional, que aconteceu em Pequim entre terça e quarta-feira, escreve a Xinhua.

Xi pediu um maior esforço aos membros do PCC de forma a abrir novos caminhos no “grande novo projecto de construção do partido”. “Com a finalidade de sustentar e desenvolver o socialismo com características chinesas na nova época, o nosso Partido deve ter a coragem de realizar sua própria reforma para tornar-se mais forte”, indicou Xi. O presidente chinês sublinhou a importância de promover funcionários competentes que sejam leais ao partido, que tenham integridade moral e demonstrem um grande sentido de responsabilidade.

Além disso, Xi Jinping defende que devem ser tomadas medidas para atrair pessoas excelentes, patriotas e dedicadas, sublinhando a adesão ao princípio de seleccionar funcionários com base na integridade moral e competência profissional com prioridade conferida à integridade, e com base no respeito aos méritos. De acordo com as declarações de Xi, citado pela agência Xinhua, estes esforços visam assegurar uma forte garantia organizacional para sustentar e fortalecer a liderança integral do partido, e assim apoiar e desenvolver o socialismo com características chinesas.

“A capacidade de inovação, o poder de união e a energia de luta do partido foram fortalecidos significativamente, e o aumentou em muito o compromisso com o povo”, acrescentou o líder chinês.

Xi Jinping acrescentou ainda que devem ser feitos esforços “para construir um partido vibrante, com características marxistas, que esteja sempre à frente dos tempos, que goze do sincero apoio do povo, que tenha a coragem de realizar uma revolução interna e que seja capaz de superar todos os testes” do futuro.

No que toca ao poder do Comité Central do PCC, o presidente chinês entende que este deve ter a autoridade de ter a última palavra a respeito da tarefa fundamental das organizações locais do partido. Xinhua

6 Jul 2018

Resgate de equipa de futebol presa em gruta na Tailândia ameaçada pelas chuvas

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]quipes de resgate tailandesas estão a correr contra o tempo para bombear água de uma gruta inundada para extrair 12 crianças e seu técnico de futebol com risco mínimo, disseram hoje as autoridades, quando se espera mais chuvas fortes.

Um bombeiro que trabalha na drenagem da água disse que algumas partes de uma passagem que leva a uma câmara onde os meninos e o técnico foram encontrados na segunda-feira, continuam inundadas até o teto, fazendo do mergulho a única saída possível.

“O que mais nos preocupa é o clima”, disse aos repórteres o governador da província de Chiang Rai, Narongsak Osatanakorn.

“Não podemos correr o risco da termos uma outra inundação na gruta”, acrescentou.

Chiang Rai informou ainda que pediu à marinha tailandesa responsável pelos planos de extração para estimar o risco da operação.

A ideia passa por analisar o “tipo de prontidão [que] podemos ter hoje e decidir se podemos aproveitar essa oportunidade”, concluiu.

5 Jul 2018

Fukushima | Aprovada reactivação de central nuclear depois do tsunami de 2011

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] regulador nuclear japonês iniciou ontem o primeiro passo para a reactivação de uma central nuclear com quase 40 anos no Japão, afectada pelo terramoto e ‘tsunami’ de 2011 que desencadeou a crise nuclear de Fukushima.

A Autoridade de Regulação Nuclear do Japão deu ontem ‘luz verde’ para aumentar a vida útil da central nuclear de Tokai Daini, situada a 130 quilómetros a nordeste de Tóquio, na prefeitura de Ibaraki, contudo esta ainda terá de passar as próximas duas avaliações do regulador e obter as autorizações necessárias das autoridades locais.

Em 11 de Março de 2011, um terramoto de magnitude 9 na escala aberta de Ritcher e o posterior ‘tsunami’ arrasaram a região de Tohoku e causaram também na central de Fukushima Daiichi o pior acidente nuclear desde Chernobil (Ucrânia), em 1986. A central de Tokai Daini sofreu um apagão automático de emergência depois do tsunami que causou mais de 18 mil mortos e desaparecidos.

Dois dos três geradores de energia de emergência da central de Tokai Daini mantiveram-se operacionais e permitiram o arrefecimento do reactor nos dias a seguir ao desastre. A central, que foi desactivada depois do acidente, fez parte do apagão nuclear do Japão que se prolongou durante os anos seguintes à crise de Fukushima. Depois do acidente, o regulador nuclear japonês reforçou as regras e procedimentos de segurança, que em princípio proíbem o funcionamento de reactores com mais de 40 anos.

Segundo o regulador nuclear, entre as medidas apresentadas pela proprietária da central, a Japan Atomic Power, encontra-se o reforço das fontes de energia e a construção de diques costeiros, de modo a prevenir possíveis tsunamis com ondas de cerca de 17 metros.

A companhia proprietária da central não apresentou nenhum plano de evacuação em caso de emergência, o que afectaria cerca de 960.000 habitantes da área metropolitana japonesa.

A central recebeu ontem a primeira autorização, mas terá ainda de obter as aprovações seguintes nas duas avaliações a realizar pelo regulador em Novembro, quando a central completar 40 anos.

Tokai Daini também necessita de receber a autorização das autoridades municipais para iniciar as operações, o que não irá acontecer até 2021, ano em que se estima que as novas medidas de segurança estejam implementadas na sua totalidade.

5 Jul 2018

Malásia | Ex-governante vai responder por abuso de confiança

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ex-primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, vai responder por três acusações de abuso de confiança, decidiu ontem um tribunal de primeira instância da Malásia, num caso de corrupção que envolve o desvio de um fundo de investimento estatal.

O ex-primeiro-ministro arrisca uma pena máxima de 20 anos de prisão por cada acusação. O procurador decidiu transferir o processo para o Supremo Tribunal de Justiça, devido à gravidade do caso. Najib Razak chegou ontem a um tribunal de Kuala Lumpur para enfrentar acusações decorrentes de uma investigação de corrupção, dois meses depois do escândalo que levou à sua derrota eleitoral.

Najib foi preso na terça-feira por uma transferência suspeita de 42 milhões de ringgit (8,1 milhões de euros) para as suas contas bancárias a partir da SRC International, uma antiga unidade do fundo de investimento estatal que, segundo investigadores norte-americanos, foi desviado por associados de Najib. O ex-primeiro-ministro arrisca uma pena máxima de 20 anos de prisão por cada acusação. Najib, de 64 anos, nega qualquer irregularidade e acusou o novo Governo de procurar “vingança política”.

5 Jul 2018

Baidu anuncia produção em massa do primeiro autocarro autónomo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] gigante tecnológico chinês Baidu anunciou ontem que começou a produção em massa do primeiro autocarro totalmente autónomo e em operação comercial da China. Equipado com o Apollo 3.0, a mais recente versão da plataforma aberta do Baidu para condução autónoma, o Apolong vai circular na China e no exterior, disse o presidente e CEO Robin Li no Baidu Create 2018, a conferência anual da companhia para pesquisa de inteligência artificial (IA).

O veículo tem capacidade para fazer manobras sem motorista O autocarro será inicialmente usado em situações de last-mile (última etapa do transporte) em lugares turísticos, aeroportos e outras áreas fechadas.

O Apolong é desenvolvido em parceria com a fabricante de autocarros chinesa King Long e começará a operação comercial em diversas cidades como Pequim, Shenzhen, Xiongan, Wuhan e Pingtan. A produção dos veículos atingiu as 100 unidades na fábrica em Xiamen, na província de Fujian, segundo Li.

“Este ano marca o primeiro ano da comercialização para a condução autónoma. A partir da produção em massa do Apolong, podemos ver verdadeiramente que a condução autónoma está a dar grandes passos, levando a indústria de zero a um (de algo totalmente novo a um crescimento intensivo)”, disse Li.

O Baidu também está também atento aos mercados do exterior. A companhia fez uma parceria com a King Long e SB Drive, subsidiária em condução autónoma da japonesa SoftBank, para levar o Apolong para cidades nipónicas como Tóquio no início de 2019.

A gigante tecnológica também apresentou o Kunlun, o primeiro chip chinês de IA em nuvem, projectado para acomodar requisitos de alto desempenho de uma ampla variedade de cenários da IA, como centros de dados, nuvens públicas e veículos autónomos.

5 Jul 2018

Comércio | Batalha tecnológica com os EUA prossegue a todo o vapor

As autoridades norte-americanas afirmaram ontem que vão permitir à gigante de telecomunicações chinesa ZTE que retome alguns dos seus negócios nos Estados Unidos. Por seu lado, um tribunal chinês proibiu a empresa norte-americana Micron Technology de vender 26 tipos de chips no país

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] anúncio do Departamento de Comércio norte-americano faz parte de um acordo no qual a ZTE teve de pagar uma multa de mil milhões de dólares (860 milhões de euros) e substituir os seus executivos, depois de ter proibido as exportações de componentes destinados ao grupo.

Com sede em Shenzhen, no sul da China, a ZTE é responsável pelo desenvolvimento da infra-estrutura 5G no país asiático e umas das maiores fabricantes de ‘smartphones’ do mundo, mas depende de tecnologia norte-americana, como microchips e o sistema operacional Android.

A empresa chinesa pode a partir de agora fazer negócios com empresas norte-americanas, conseguindo assim assegurar o fabrico de telemóveis e dispositivos de segurança.

Em Abril passado, A ZTE suspendeu a maior parte das suas operações, face à decisão de Washington de proibir as exportações de componentes para a empresa, devido a declarações fraudulentas num inquérito sobre a investigação ao embargo imposto ao Irão e à Coreia do Norte.

A empresa paga a fornecedores norte-americanos cerca de 1,8 mil milhões de dólares anualmente.

A suspensão, em Abril, surgiu numa altura de crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington, suscitadas pela ambição chinesa no sector tecnológico. Washington acusou Pequim de obrigar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia em troca de acesso ao mercado chinês e ameaçou subir os impostos sobre 90 por cento das exportações chinesas para o país.

Macro-problema

Um tribunal chinês proibiu a empresa norte-americana Micron Technology de vender 26 tipos de chips no país, devido à infracção de patentes denunciada pela sua competidora taiwanesa United Microelectronis Corp (UMC), anunciou ontem a última.

A UMC, o segundo maior fabricante mundial de semicondutores, apresentou em Janeiro queixa conta as filiais da Micron na China por violação dos direitos de patentes dos seus chips DRAM (Memória Dinâmica de Acesso Aleatório) e de memória flash NAND.

Segundo um comunicado emitido ontem pela empresa, o Tribunal Popular Intermédio de Fuzhou, na província de Fujian, proibiu a Micron de vender aqueles dois produtos na China.

A firma norte-americana, cuja parte importante das receitas é oriunda da China, afirmou em comunicado que não recebeu “a ordem judicial preliminar mencionada nas declarações emitidas pela UMC” e que não faz comentários até receber o documento. Em Dezembro passado, a Micron processou a UMC nos EUA por violação dos direitos de propriedade intelectual dos seus chips DRAM.

O caso ocorre numa altura de crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington, suscitadas pela ambição chinesa no sector tecnológico.

5 Jul 2018

Transportes | Accionista chinês da TAP diz que presidente morreu após queda

[dropcap style≠’circle’]W[/dropcap]ang Jian, presidente e cofundador do grupo chinês HNA, accionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway, morreu após uma queda, durante uma viagem de negócios a França, divulgou ontem a empresa.

O empresário de 57 anos foi uma das figuras-chave na expansão do HNA, um dos maiores grupos privados chineses e um dos principais visados das advertências das autoridades chinesas sobre “investimentos irracionais” no estrangeiro, que podem “acarretar riscos” para o sistema financeiro do país.

Em Portugal, a empresa tem uma participação na Atlantic Gateway, consórcio que detém 45 por cento da TAP. Uma das suas subsidiárias, a Capital Airlines, inaugurou em Julho de 2017 o primeiro voo directo entre a China e Portugal.

O grupo tem ainda importantes participações em firmas como a Swissport ou o Deutsche Bank.

A morte de Wang surge numa altura em que a empresa se está a desfazer de activos, visando resolver os seus problemas de liquidez e altos custos de financiamento. Só este ano, o HNA vendeu mais de 14 mil milhões de dólares (12 mil milhões de euros) em activos.

Com uma participação de cerca de 15 por cento, Wang era um dos maiores accionistas do grupo. O outro cofundador, Chen Feng, também detém 15 por cento da empresa.

5 Jul 2018

Tailândia | Retirar equipa de futebol de caverna pode levar semanas

Os responsáveis pelas operações de resgate da equipa de futebol encontrada numa gruta no norte da Tailândia têm agora de decidir como retirar os meninos e o treinador da caverna parcialmente inundada, uma tarefa que pode levar semanas

 

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esfigurados e famintos, os meninos (entre 11 e 16 anos) piscaram os olhos com a chegada do facho de luz transportado pela primeira equipa de mergulhadores a encontrá-los, depois de 10 dias nas profundezas escuras de uma caverna parcialmente inundada na Tailândia. A caverna Tham Luang Nang Non fica na província de Chiang Rai e estende-se sob uma montanha por cerca de 10 quilómetros. Grande parte dela tem uma série de passagens estreitas que levam a amplas câmaras. O solo rochoso e lamacento faz várias mudanças na elevação ao longo do caminho.

O vídeo da descoberta destes meninos e do seu treinador (de 25 anos) pelos socorristas já foi visto milhões de vezes na internet. Nele, os 12 meninos e o treinador trocam breves palavras com o mergulhador britânico que os encontrou na noite de segunda-feira. A troca começa com um obrigado em uníssono pelas crianças tailandesas em inglês e prossegue com o aparecimento das equipas de resgate, que emergem das águas turvas da caverna. “Quantos são vocês?”, pergunta o britânico em voz alta, com a luz varrendo a escarpa lamacenta onde o grupo encontrou refúgio, longe dos meandros da rede subterrânea. “Treze”, responde em inglês um dos pequenos tailandeses, ao mesmo tempo que a lâmpada ilumina os meninos um por um, como se o mergulhador os contasse.

Alguns dos “javalis selvagens”, como se chama a equipa de futebol, colocaram as suas camisas vermelhas nos joelhos para tentar proteger-se do frio. Parecem abatidos, mas aqueles que se expressam parecem lúcidos, apesar dos longos dias sem comida.

O vídeo publicado na noite de segunda-feira na página oficial do Facebook da Marinha da Tailândia já foi visto 14 milhões de vezes. A conversa continua com murmúrios em tailandês, pontuados pelas palavras do mergulhador que os quer tranquilizar.

Um dos garotos pergunta em inglês hesitante se eles vão “sair”. “Não, não hoje (…) Somos dois, temos de mergulhar (…) Estamos a chegar, há muita gente a chegar, muita gente, nós somos os primeiros”. O mergulhador levanta as mãos para dizer ao grupo que está no subsolo há dez dias, acrescentando: “vocês são muitos forte”. Então, dá uma lâmpada ao grupo. A câmara de filmar treme e o som desaparece, mas o vídeo estabiliza. “Estou muito feliz”, disse um dos adolescentes. “Estamos felizes também”, responde o elemento das equipas de resgate. “Muito obrigado”, respondem os garotos.

Nas profundezas

Os mergulhadores britânicos Robert Harper, Richard Stanton e John Volanthen chegaram às crianças antes dos especialistas da marinha tailandesa. O Conselho Britânico de Resgate de Cavernas, que tem membros envolvidos na operação, estima que os garotos tenham percorrido cerca de dois quilómetros de caverna e estejam entre 800 metros e um quilómetro abaixo da superfície. Outras estimativas colocam os meninos até quatro quilómetros para dentro da gruta.

As autoridades tailandesas dizem que estão comprometidas a 100 por cento com a segurança destas crianças na altura de decidir como as retirar. Os meninos não parecem precisar de sair urgentemente da gruta por razões médicas.

De acordo com o coordenador nacional da Comissão Nacional de Resgate em Cavernas nos EUA e editora do Manual das Técnicas de Salvamento em Cavernas, a principal decisão agora é retirar as crianças ou alimentá-las ainda no interior.

Depois de uma pausa nos últimos dias, mais chuvas estão a caminho nesta época de monções. A previsão do Departamento Meteorológico da Tailândia para Chiang Rai indica chuva leve até sexta-feira, seguida por fortes chuvas a partir de sábado e pelo menos até dia 10 de julho. Essas tempestades podem elevar os níveis de água na caverna novamente e complicar qualquer possibilidade de retirada dos meninos.

Junto com os esforços de busca dentro da caverna, equipas de resgate têm procurado na montanha por outros caminhos possíveis para as cavernas.

As autoridades disseram que estes esforços continuarão e que retroescavadoras e equipamentos de perfuração foram enviados para a montanha, adiantando que criar um eixo grande o suficiente para extrair os meninos seria extremamente complicado e poderia levar muito tempo. O Conselho Britânico de Resgate de Cavernas disse que os garotos estão “localizados num espaço relativamente pequeno” e que “isso tornaria qualquer potencial tentativa de perfuração como um meio de resgate muito difícil”.

Enquanto isso, na web tailandesa, é a explosão de alegria. “Estou quase a chorar, vocês são tão corajosos e persistentes”, dizem os comentários dos internautas tailandeses na página do Facebook da Marinha.

4 Jul 2018

Japão | Universidade para mulheres vai aceitar transexuais em 2020

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma universidade só para mulheres no Japão anunciou que vai aceitar alunos transexuais a partir de 2020, uma decisão rara no país, onde os direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) estão ainda aquém de outros países desenvolvidos.

“É importante criar um ambiente no qual a sociedade, como um todo, aceite a diversidade e seja solidária com as pessoas transexuais”, declarou na ontem o ministro da Educação japonês, Yoshimasa Hayashi, em conferência de imprensa.

A decisão da Universidade Ochanomiz, em Tóquio, é uma abertura “provavelmente sem precedentes”, disse fonte do mesmo Ministério à agência France-Press (AFP). “As universidades precisam de tomar medidas para melhor compreender as necessidades das minorias sexuais, mesmo que depois a decisão pertença a cada estabelecimento”, acrescentou.

De acordo com o porta-voz da Universidade, a medida entra em vigor em Abril de 2020 e dirige-se a futuros estudantes nascidos homens, mas que se identificam como mulheres.

A secretária-geral da Aliança do Japão para a legislação LGBT, Akane Tsunashima, saudou a iniciativa, que considerou “um passo positivo em direcção a um ambiente de aceitação geral das minorias sexuais nas universidades”.

Os direitos dos LGBT no Japão são relativamente progressistas para os padrões asiáticos, mas continuam a não ter a mesma igualdade jurídica. De acordo com o instituto japonês de pesquisa LGBT, 8 por cento dos japoneses pertencem a minorias sexuais.

4 Jul 2018

Economia | Pequim pede aos Estados Unidos que não bloqueie as suas empresas

A China pediu ontem aos Estados Unidos que não especule com as empresas chinesas nem trave as suas operações, depois de Washington ter recomendado que seja negada uma licença à China Mobile para operar no país

 

[dropcap style≠’circle’]”A[/dropcap]pelamos aos EUA que abandonem a mentalidade da Guerra Fria e o jogo de soma nula, deveriam ver este assunto de forma correcta”, afirmou Lu Kang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa, em Pequim. Washington deve “oferecer um trato igualitário e um ambiente favorável para as empresas chinesas e fazer mais para promover a confiança mútua e cooperação”, algo que “serve o interesse de ambos os países”, acrescentou. Lu apelou às empresas chinesas que invistam nos EUA com respeito pelas leis chinesas, as regras internacionais e locais.

O comentário do porta-voz chinês surge depois de a Administração Nacional de Informação e Telecomunicações dos EUA, que está sob a tutela do Departamento do Comércio, ter apontado motivos de “segurança nacional”, para recomendar à Comissão Federal de Comunicações, uma agência independente, que trave a entrada no país da estatal chinesa China Mobile, a maior operadora de telecomunicações do mundo.

Segurança nacional

“Depois de uma significativa interacção com a China Mobile, as preocupações sobre o aumento de riscos para a ordem pública e segurança nacional não foram dissipadas”, afirmou em comunicado David J. Redl, o vice-secretário para as Comunicações e Informação do Departamento de Comércio.

Com cerca de 900 milhões de usuários, a China Mobile pediu em 2011 uma licença para operar nos EUA.

A Administração de Donald Trump anunciou, no mês passado, taxas alfandegárias de 25 por cento sobre um total de 34.000 milhões de dólares de importações oriundas da China, numa retaliação contra a falta de protecção dos direitos de propriedade intelectual das empresas norte-americanas no país asiático.

Washington acusa Pequim de exigir às empresas estrangeiras que transfiram tecnologia para potenciais concorrentes chinesas, em troca de acesso ao mercado chinês. Trump ameaça ainda limitar os investimentos chineses nos EUA.

4 Jul 2018

Equipas de basquetebol da Coreia do Sul em Pyongyang para jogo amigáveis

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s equipas feminina e masculina de basquetebol da Coreia do Sul estão a caminho da Coreia do Norte para jogarem uma série de jogos amigáveis, em mais uma demonstração do estreitamento das relações entre os dois países vizinhos.

Uma delegação sul-coreana, composta por jogadores, autoridades governamentais e jornalistas saiu ontem em dois aviões da base aérea de Seongnam com destino a Pyongyang por volta das 20h, de acordo com os órgãos de comunicação social presentes na delegação.

O ministro da Unificação sul-coreano, Cho Myoung-gyon, que lidera a delegação, afirmou esperar que ambas as partes “caminhem em direcção à paz”. O ministro preferiu não revelar pormenores sobre o itinerário que a delegação vai fazer enquanto estiver na Coreia do Norte, não confirmando também se vai ou não encontrar-se com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

As equipas masculinas e femininas dos dois países vão disputar quatro partidas, amanhã e quinta-feira, sendo que em duas destas partidas as equipas vão-se misturar com atletas dos dois países.

No dia 18 de Junho, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul reuniram-se na fronteira para discutirem colaborações no âmbito desportivo. A deslocação das equipas de basquetebol à Coreia do Norte foi uma das consequências desta reunião.

A outra, foi divulgada na semana passada, quando foi anunciado que as duas Coreias vão competir com uma equipa conjunta nas modalidades de canoagem, remo e basquetebol feminino nos Jogos Asiáticos que decorrem no final de Agosto na Indonésia.

Em mais um passo rumo ao desanuviamento das relações entre os dois países vizinhos, atletas das duas Coreias vão desfilar juntos na cerimónia de abertura dos Jogos que decorrem entre 18 de Agosto e 2 de Setembro.

O desporto tem sido um ‘trampolim’ para a reconciliação entre o sul e o norte. Os Jogos Olímpicos de Inverno que decorreram em Fevereiro na Coreia do Sul serviram de ponto de partida para o ambiente de apaziguamento que se vive actualmente.

4 Jul 2018

Um quinto dos jovens chineses é viciado em videojogos online

Cerca de 18 por cento dos jovens chineses dedicam-se a jogos online pelo menos quatro a cinco horas por dia, uma média que é considerada patológica. A conclusão é revelada por um estudo da Academia Chinesa de Ciências Sociais

 

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap] e acordo com um artigo publicado no jornal China Youth Daily nesta segunda-feira, um estudo sobre o comportamento online dos jovens chineses mostrou que 41,3 por cento consideram que o tempo que gastam em jogos online não é saudável mas é algo que não conseguem controlar. “O vício na internet é relevante para as nossas vidas. Quase um em cada cinco jovens já foi ou é susceptível a se tornar viciado em videojogos”, disse Zhou Huazhen, investigadora da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS, na sigla em inglês) e encarregada pela pesquisa. Zhou acredita que o estudo trouxe à tona resultados muito mais amplos e directos no estudo do vício na internet da China em comparação com casos individuais relatados pelos meios de comunicação social.

O estudo revela que cerca de 23,6 por cento dos jovens chineses jogam videojogos online pelo menos quatro dias por semana e 17,7 por cento o fazem todos os dias.

Outra das tendências demonstradas no estudo é que a percentagem dos estudantes que jogam online pelo menos quatro dias por semana cresce com a idade. 16,9 por cento para alunos do ensino básico, 21,3 por cento para estudantes da primeira fase do ensino secundário e 31,8 por cento para os da segunda.

 

Por sua conta

A facilidade de acesso a produtos digitais e a falta de supervisão dos pais são dois factores principais que impulsionam o aumento, de acordo com a investigadora que dirigiu o estudo. As crianças mais velhas precisam usar a internet com mais frequência do que as mais jovens, tanto para estudo como para a vida diária, bem como para satisfazer suas necessidades sociais, e os professores e os pais geralmente reduzem a supervisão do tempo que os filhos passam online à medida que as crianças crescem, acrescentou Zhou.

Zhang Shuhui, vice-presidente da CASS, fez uma pesquisa semelhante em 2010 na qual Zhou também colaborou, que mostrou que apenas 6,7 por cento dos alunos passavam mais de seis horas online de segunda a sexta-feira.

Zhang disse que, mesmo com pequenas diferenças nos parâmetros entre as pesquisas, os resultados de ambas as investigações mostram um vício crescente na internet dos jovens chineses.

No início de 2018, o vício em videojogos foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como uma desordem da saúde mental.

3 Jul 2018

China | Gang condenado por simular acidente laboral e pedir compensação

Um tribunal chinês condenou à prisão sete membros de um grupo criminoso por vários crimes, incluindo o homicídio de dois trabalhadores simulado como acidente de trabalho, visando extorquirem uma compensação monetária ao dono da empresa

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s crimes ocorreram em Abril passado, num local de construção na província de Fujian, sudeste da China, quando o encarregado de obra, Li Shi, mandou os trabalhadores abandonarem o local, para que os seus cúmplices executassem os homicídios, descreve o jornal oficial Global Times. No mesmo dia, um dos membros do grupo, Li Lei, trouxe dois novos trabalhadores e agrediu-os com uma barra de ferro. Os homens tiveram morte imediata.

Outros dois criminosos, Zhang Bin e Zhu Yang , fizeram-se então passar por familiares das vítimas e exigiram 1,6 milhão de yuan (206 mil euros) como compensação ao empregador. Os dois homens foram condenados a quatro anos de prisão por fraude. O Global Times não detalha as penas de prisão de Li Shi e Li Lei, mas o homicídio é punido na China com pena de morte.

 

Tendência homicida

Nos últimos anos, vários assassínios do género ocorreram no país asiático, sobretudo em minas, onde os donos tentam ocultar os acidentes, de forma a evitar investigações pelas autoridades de segurança.

Em Dezembro de 2015, quatro pessoas foram condenadas à pena capital após terem sido declaradas culpadas pela morte de vários mineiros e de extorquirem dinheiro aos empregadores, ao fazerem-se passar por familiares das vítimas.

Em 2016, um tribunal de Pequim condenou dois homens à morte pelo homicídio de um colega de trabalho, atirado do 13.º andar de um prédio em construção na capital chinesa, após ter sido agredido com um tubo de metal, num esquema semelhante.

O enredo do filme “Blind Shaft”, do realizador chinês Yang Li, que em 2003 ganhou o Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim, é inspirado nestes casos.

3 Jul 2018

Índia | Centenas exigem pena de morte para alegados violadores de menina

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]entenas de pessoas saíram à rua no sábado, em várias localidades no centro da Índia, para exigir a pena de morte para dois suspeitos da violação de uma menina de 7 anos, foi ontem noticiado.

A polícia deteve os dois suspeitos de violação da menina, que tentaram matar, na terça-feira em Mandsaur, uma cidade do estado de Madhya Pradesh. A cidade fica a 685 quilómetros a sudoeste de Nova Deli. A menina foi hospitalizada e o seu estado é estável, disse um responsável da polícia local Manoj Kumar Singh.

A vítima esperava os pais à saída da escola, quando foi alegadamente raptada pelos dois suspeitos, indicou. Na Índia, os crimes contra as mulheres têm registado um aumento, apesar de leis mais severas. O país foi abalado por uma série de crimes sexuais desde 2012, quando uma estudante foi violada e assassinada por vários homens num autocarro em Nova Deli.

O Governo aprovou legislação que agrava a pena pelo crime de violação de um adulto para 20 anos de prisão, e recentemente decidiu impor a pena de morte aos condenados por violação de crianças com menos de 12 anos.

2 Jul 2018

Diplomacia | Kim Jong-un reforça laços com Pequim em segunda visita à fronteira

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder norte-coreano sublinhou o reforço dos laços económicos com Pequim, ao realizar uma segunda visita em apenas dois dias à fronteira com a China, informou ontem a agência estatal norte-coreana KCNA.

Kim Jong-un visitou uma fábrica de cosméticos na cidade de Sinuiju, capital da província de Pyongan do Norte, situada na margem sul do rio Yalu, na fronteira entre os dois países. Sinuiju foi designada em 2002 zona económica especial por Kim Jong-il, pai do actual líder, para desenvolver projetos económicos conjuntos com Pequim.

A execução em 2013 do responsável norte-coreano Jang Song-thaek, figura próxima de Pequim, implicou o congelamento destes projetos de cooperação.

Kim fez a visita na companhia da mulher, Ri Sol-ju, e de Kim Song-nam, vice-director do departamento internacional do Partido dos Trabalhadores e considerado encarregado das relações com a China do partido único norte-coreano.

Depois do aumento da tensão, no ano passado, na sequência de vários testes de armas efectuados por Pyongyang, Pequim impôs as sanções económicas aprovadas pela ONU contra o regime norte-coreano.

Desde o início do ano, Kim reuniu-se duas vezes com o chefe de Estado da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e realizou uma cimeira histórica com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nestes encontros, o líder norte-coreano assinou declarações nas quais se comprometeu a trabalhar para alcançar a “total desnuclearização” da península coreana.

Por outro lado, as duas Coreias normalizaram ontem a comunicação entre navios de guerra, no âmbito de acordos para facilitar a aproximação e a desnuclearização da península, anunciou o Ministério da Defesa sul-coreano.

2 Jul 2018

Economia | China reduz sectores fechados ao investimento estrangeiro

A China reduziu as barreiras ao investimento estrangeiro nos sectores de construção automóvel, seguros e outros, parte de um compromisso de maior abertura económica, face às crescentes disputas comerciais com Washington

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] documento emitido pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo chinês de planificação económica, anuncia ainda a redução ou eliminação dos limites de propriedade estrangeira em empresas na área de construção aeronáutica e naval ou de redes eléctricas.

No total, Pequim reduz de 63 para 48 os sectores fechados ao investimento externo.

Bruxelas e Washington acusam a China de bloquear a aquisição de activos no país, enquanto as empresas chinesas, nomeadamente estatais, têm adquirido negócios além-fronteiras em diversos sectores.

O anúncio segue-se à ameaça feita pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor limites ao investimento chinês no país, mas que, entretanto, não cumpriu.

Muitas das alterações “foram abordadas antes pela liderança chinesa”, afirmou Jake Parker, vice-presidente do Conselho Empresarial EUA – China. “Mas continuam a representar, em teoria, uma abertura significativa, que temos vindo a pedir há muito tempo”, acrescentou, citado pela agência Associated Press.

Não houve alterações que abordem directamente as acusações de Washington de que Pequim pressiona empresas estrangeiras a transferirem tecnologia em troca de acesso ao mercado.

Sectores intocáveis

Trump ameaçou impor taxas alfandegárias de 25 por cento sobre um total de 450 mil milhões de dólares de exportações chinesas para o país. Pequim prometeu retaliar, suscitando receios de uma guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais.

Pequim mantém fechado ao investimento externo os sectores editorial, serviços noticiosos ‘online’, cinema ou televisão e restrições na exploração de gás e petróleo e nas telecomunicações. O plano prevê um aumento gradual da participação estrangeira permitida, primeiro para 51 por cento e depois 100 por cento.

2 Jul 2018

Economia | Pequim pede a Seul que coopere na proteção do livre comércio

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, apelou no fim-de-semana aos empresários sul-coreanos que ajudem a “proteger o livre comércio”, num esforço para procurar aliados, face às crescentes disputas comerciais com os Estados Unidos.

Pequim está disposto a “abrir-se mais”, afirmou Li, num encontro em Zhongnanhai, a sede do poder chinês, onde vive a liderança do país. O grupo incluía o vice-presidente do grupo Samsung Electronics, Yoon Boo-keun, e o presidente do SK Group, um dos maiores conglomerados da Coreia do Sul.

“A China está disposta a trabalhar em conjunto com a Coreia do Sul para proteger o livre comércio, o multilateralismo, a paz global e a estabilidade globais”, afirmou Li Keqiang.

A Coreia do Sul é o último de vários países com que a China se tem tentado aliar, face à imposição de taxas alfandegárias pelo Presidente norte-americano sobre produtos importados da China, em retaliação contra a política de Pequim para o setor tecnológico.

Washington acusa Pequim de pressionar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia em troca de acesso ao mercado chinês.

As relações entre Seul e Pequim foram, no entanto, abaladas, após a Coreia do Sul ter instalado o sistema antimíssil norte-americano THAAD, no ano passado, que a China considera constituir uma ameaça ao seu território. Em retaliação, quase todos os supermercados da firma sul-coreana Lotte na China foram encerrados, por violar algum tipo de norma local, num boicote promovido por Pequim. Os terrenos para a instalação do THAAD foram trespassados ao Governo sul-coreano pela Lotte.

2 Jul 2018

Manifestantes impedidos de se aproximarem de comemorações em Hong Kong

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] polícia de Hong Kong impediu hoje cerca de 20 manifestantes pró-democracia de se aproximarem do local onde decorria uma cerimónia comemorativa do aniversário da transferência de soberania do território do Reino Unido para a China.

Os manifestantes transportavam um caixão, símbolo da morte da democracia, e gritaram palavras de ordem contra o regime de partido único na China, exigiram o sufrágio universal em Hong Kong e no país, bem como a libertação de Liu Xia, viúva do prémio Nobel da Paz Liu Xiaobo.

A cerimónia, junto ao porto Vitória, decorreu sem interrupções, na presença da chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam. Mais tarde, numa receção, Lam manifestou confiança no futuro da Região Administrativa Especial chinesa.

A transferência da soberania britânica de Hong Kong para a China ocorreu a 01 de julho de 1997. Pequim garantiu, ao abrigo do princípio “um país, dois sistemas”, um período de transição de 50 anos, durante o qual o território manterá uma autonomia alargada, com sistemas legal e financeiro próprio.

No entanto, a China deixou claro que as liberdades de Hong Kong não podem pôr em causa a soberania chinesa sobre o território.

No discurso proferido nas cerimónias do 20.º aniversário da transferência em 2017, o Presidente chinês, Xi Jinping, advertiu que quaisquer atividades em Hong Kong no território vistas como uma ameaça para a soberania da China e a estabilidade do país serão inadmissíveis.

“Qualquer tentativa que ponha em perigo a soberania e segurança da China, desafie o poder do Governo central e a autoridade da Lei Básica de Hong Kong (…) é absolutamente inadmissível”, declarou há um ano.

Na ocasião, Xi sublinhou que Pequim vai garantir a aplicação “com firmeza” do princípio “um país, dois sistemas”, enquanto o Governo de Hong Kong “deve manter-se fiel a esta direção e respeitar integralmente” aquele princípio.

Este conceito foi criado para defender a unidade do país e qualquer desafio à soberania ou apoio à oposição representa uma rutura do princípio “um país, dois sistemas”, acrescentou.

O respeito e aplicação do princípio “um país, dois sistemas” responde às necessidades da população de Hong Kong, de manter a prosperidade e estabilidade de Hong Kong, serve os interesses fundamentais da nação e as aspirações partilhadas de todos os chineses, disse.

1 Jul 2018

Economia | Filipinas pedem ajuda financeira a Pequim para reduzir pobreza

[dropcap style=’circle’] A [/dropcp] s Filipinas solicitaram ajuda financeira à China para baixar para os 14 por cento o índice de pobreza naquele país até 2022, quando termina o mandato do Presidente Rodrigo Duterte, informou a Comissão Nacional Contra a Pobreza. A ajuda deve materializar-se este ano com um memorando de entendimento a firmar durante a provável visita do Presidente chinês, Xi Jinping às Filipinas em Novembro, após uma cimeira de Cooperação Económica Ásia-Pacífico agendada para a Papua Nova Guiné. Os últimos dados oficiais disponíveis dão conta que o índice de pobreza passou de 25,2 por cento em 2012 para 21,6 por cento em 2015, o que significa que cerca de 22 milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza nas Filipinas. Desde que chegou ao poder, o Presidente filipino apostou na aproximação à China, conseguindo milhões de dólares em empréstimos bonificados e investimentos milionários que beneficiaram todo o programa de infra-estruturas de Rodrigo Duterte intitulado de “Construir, Construir, Construir”.

29 Jun 2018

Economia | Pequim defende o seu comércio externo como benéfico

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] China defendeu ontem o seu historial no comércio externo como sendo benéfico para o mundo, face à pressão de Washington e Bruxelas sobre o acesso ao mercado chinês e política do país para a tecnologia.
O relatório do Governo chinês repete os compromissos em reduzir taxas alfandegárias e abrir mais o país ao investimento externo, mas não refere novas medidas concretas.
O documento também não aborda as reclamações dos Estados Unidos e Europa de que a China bloqueia o acesso a várias indústrias e de que o plano do país para desenvolver empresas capazes de competir nos sectores de alto valor agregado viola os seus compromissos com o livre comércio.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaça subir as taxas alfandegárias sobre um total de 450 mil milhões de dólares (389 mil milhões de euros) de produtos chineses, o equivalente a 90 por cento das exportações da China para os EUA, como retaliação pela fraca protecção da propriedade intelectual na China. Washington acusa o país asiático de pressionar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia, em troca de acesso ao mercado.
A China tentou aliar-se à Europa contra a posição norte-americana, mas enfrenta queixas da Alemanha e outros governos, de que bloqueia aquisições de activos no país, enquanto as suas empresas, nomeadamente estatais, têm adquirido negócios além-fronteiras em diversos sectores. “A China tem cumprido com a sua responsabilidade como grande potência”, lê-se no relatório, que afirma que o crescimento económico do país tem contribuído para a “paz e desenvolvimento mundiais”.
Pequim comprometeu-se a reduzir o seu superavit comercial com os Estados Unidos, mas resiste a alterar a sua política para o sector tecnológico, principal fonte de tensões com Washington.
A China fabrica 90 por cento dos telemóveis e 80 por cento dos computadores do mundo, mas depende de tecnologia e componentes oriundos dos EUA, Europa e Japão, que ficam com a maior margem de lucro. Mas as autoridades chinesas estão a encetar um plano designado “Made in China 2025”, para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
Washington reclama, no entanto, que Pequim subsidia as empresas nacionais, enquanto as protege de competição externa.

29 Jun 2018

Crime | Duas crianças mortas em ataque com faca em Xangai

[dropcap style=’circle’] U [/dropcap] m homem de 29 anos atacou com uma faca três crianças e uma mulher, nas imediações de uma escola em Xangai, a “capital” financeira da China, tendo matado dois rapazes, informou ontem a polícia local. O suspeito cometeu o ataque às 11h30 da manhã e foi apanhado pela polícia com a ajuda de transeuntes, segundo o comunicado do gabinete de segurança pública do distrito de Xuhui, difundido ‘online’. Um terceiro rapaz e a mulher sobreviveram e não correm risco de vida.
A polícia revelou que o homem, identificado como Huang, chegou a Xangai no início deste mês e estava desempregado. O ataque terá sido uma forma de “se vingar da sociedade”, lê-se na mesma nota.
A lei chinesa proíbe rigorosamente a venda e posse de armas de fogo, pelo que atentados como este são geralmente feitos com facas ou explosivos de fabrico artesanal.
O país tem registado vários incidentes do género, normalmente ligados a pessoas com problemas psicológicos ou com ressentimentos com vizinhos ou com a sociedade no geral.
Em Fevereiro passado, um homem matou uma mulher e feriu 123 pessoas num centro comercial em Pequim, num ataque com faca. No ano passado, um homem explodiu deliberadamente um cilindro de gás à porta de um jardim de infância e causou oito mortos. Em Outubro de 2016, um homem assassinou 16 pessoas, membros de cinco famílias diferentes, numa zona rural da província de Yunnan, no sudoeste do país.

29 Jun 2018

Uma Só China | Taiwan quer negociar “em igualdade e sem condições prévias”

[dropcap style=’circle’] T [/dropcap] aiwan quer negociar com a China “em igualdade e sem condições prévias”, afirmou ontem o Conselho para os Assuntos da China Continental taiwanês, rejeitando a exigência de Pequim para que adira ao princípio de “uma só China”.

As declarações surgem depois de a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, ter proposto uma cimeira com o Presidente chinês, Xi Jinping, levando um porta-voz de Pequim a afirmar que a “bola está do lado de Taiwan”.
Taipé “sabe qual é a senha para retomar a comunicação”, afirmou Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, numa referência ao “Consenso de 1992”. Trata-se de um entendimento tácito alcançado em 1992 entre a China e Taiwan, na altura com um Governo liderado pelo Kuomintang (partido nacionalista), de que só existe uma China, deixando aos dois lados uma interpretação livre sobre o que isso significa. O porta-voz lembrou que aquele acordo define a natureza fundamental das relações através do Estreito de Taiwan, afirmando que a aceitação prévia deste é necessária a qualquer tipo de diálogo.
Em resposta, o Gabinete taiwanês afirmou em comunicado que o “princípio de uma só China” é inaceitável, visto que nega a posição fundamental da ilha “como um país soberano e independente”, sob o nome oficial de República da China.
O conselho taiwanês criticou ainda a “intimidação militar” chinesa, a “supressão do espaço internacional” de Taiwan, o ataque à sua democracia, e a ocultação da “hegemonia e controlo” interno e externo, exercidos pela China, sob o pretexto da segurança nacional.
Taiwan rejeitou ainda a oferta chinesa de reunificação sobre os princípios de “um país, dois sistemas”, já que a “sociedade taiwanesa nunca o aceitaria” e “a democracia e o autoritarismo não são compatíveis”.
A postura taiwanesa é de “defesa da soberania e do direito do povo de Taiwan de eleger” os seus líderes, lê-se no comunicado, que insta a China a abandonar a sua “atitude inflexível, reconhecer a realidade e não adoptar uma atitude irracional”.
A China cortou todas as comunicações oficiais com Taiwan após a vitória de Tsai Ing-wen, que venceu as eleições pelo Partido Democrático Progressista (PDP), que tradicionalmente defende a independência da ilha e o afastamento da China comunista.

Que expansionismo?
Por outro lado, as declarações de Xi Jinping durante um encontro com uma delegação do Pentágono também se fez ouvir em Taipé. O Presidente chinês reiterou perante o secretário da Defesa norte-americano, Jim Mattis, que a China não vai seguir “a via do expansionismo” mas não abandonará o seu território histórico. “Não seguiremos a via do expansionismo nem do colonialismo”, mas não “podemos abandonar nem um centímetro do território que nos deixaram os nossos antepassados”, declarou Xi após um encontro na capital chinesa com o chefe do Pentágono, segundo a agência estatal Nova China (Xinhua).
Pequim reclama soberania sobre a quase totalidade do mar do Sul da China, tendo colocado instalações militares em algumas ilhas, o que choca com as pretensões rivais de outros países marítimos da região e alimenta a tensão com Washington, que considera as águas internacionais.
Xi reuniu-se com Mattis no Grande Palácio do Povo, num cenário de agravamento das tensões militares e comerciais entre as duas potências. O Presidente chinês realçou que as questões que unem os dois países “superam em muito” as suas diferenças, classificando a relação entre os Estados Unidos e China como uma das mais importantes do mundo, apelando as que se mantenha “o impulso positivo” na cooperação militar.
O responsável norte-americano, por seu lado, salientou a importância que os Estados Unidos atribuem à relação bilateral, segundo o Ministério da Defesa chinês, já que a embaixada norte-americana não forneceu informações sobre a reunião.
Mattis, que realiza um périplo asiático que inclui escalas na Coreia do Sul e Japão, também se encontrou com o ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, na que é a primeira visita oficial a Pequim de um chefe do Pentágono desde 2014.

29 Jun 2018

Timor-Leste | Presidente na Indonésia para primeira visita externa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente de Timor-Leste, Francisco Guterres Lu-Olo, chegou ontem à Indonésia no arranque de uma visita de Estado de dois dias para reforço das relações bilaterais, durante a qual se reúne com o seu homólogo Joko Widodo.

Lu-Olo lidera uma delegação de cerca de 50 elementos, entre os quais o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dionísio Babo, o comandante das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), Lere Anan Timur e um grupo de empresários timorenses. Taur Matan Ruak, primeiro-ministro, e vários membros do Governo, despediram-se da comitiva presidencial no aeroporto Nicolau Lobato antes do voo até à ilha de Bali onde, depois de uma escala de algumas horas, segue para a capital indonésia, Jakarta.

A delegação do chefe de Estado timorense é esperada pelo ministro da Investigação, Tecnologia e Ensino Superior indonésio, para além de elementos da embaixada de Timor-Leste em Jakarta.

Na quinta-feira, Francisco Guterres Lu-Olo deverá reunir-se com o chefe de Estado indonésio, Joko Widodo, no palácio presidencial de Bogor. Antes, o Presidente timorense desloca-se ao cemitério dos heróis de Kalibata, em Jacarta.

O programa da visita de Estado de Lu-Olo à Indonésia, que ocupou Timor-Leste entre 1975 e 2002, inclui um encontro entre as delegações dos dois países para debater “assuntos de relevância para o reforço das relações bilaterais” e a assinatura de um acordo sobre dupla tributação, de acordo com a nota da Presidência timorense enviada à Lusa.

Na sexta-feira, Lu-Olo visita a Assembleia Consultiva Popular, o parlamento indonésio, sendo recebido pelo presidente Bambang Soesatyo.

28 Jun 2018