Corrupção| Lançada “Sky Net 2019” para capturar funcionários fugitivos

[dropcap]A[/dropcap] China lançou a campanha deste ano para capturar funcionários corruptos que fugiram do país.

A campanha, “Sky Net 2019”, pretende capturar suspeitos fugitivos e prevenir a fuga de mais funcionários corruptos, segundo o departamento de busca de fugitivos e activos roubados em países estrangeiros, sob o comando do gabinete anticorrupção, informa o Diário do Povo.

A campanha será executada por diversos órgãos. A Comissão Nacional de Supervisão (CNS) será encarregada de procurar e capturar funcionários suspeitos de crimes relacionados com o trabalho, o Supremo Tribunal Popular será encarregado de procurar bens ilícitos e o Ministério da Segurança Pública (MSP), de realizar a operação “Caça à Raposa” que visa os suspeitos em crimes económicos que fugiram para o exterior, acrescenta a publicação estatal.

O Banco Popular da China e o MSP prevenirão e combaterão a transferência de dinheiro roubado, e o Departamento de Organização do Comité Central do Partido Comunista da China e o MSP vão lidar com a aquisição ilegal de documentos de viagem.

O vice-secretário da Comissão Central de Inspecção Disciplinar do PCC e subchefe da CNS, Li Shulei, apontou que mais esforços devem ser feitos para aprofundar a cooperação em assistência judicial e prática de lei internacional para combater os casos de corrupção e melhorar o sistema que previne a fuga de mais suspeitos.

A China lançou a primeira operação “Sky Net” em Abril de 2015

 

1 Fev 2019

Economia | Actividade manufactureira volta a contrair em Janeiro

Apesar da ligeira subida do índice de gerentes de compra, 49,5 pontos no mês passado, contra 49,4 em Dezembro, o gigante asiático não evitou uma segunda contracção consecutiva da indústria manufactureira, com as pequenas e médias empresas a serem as principais vítimas da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos

[dropcap]A[/dropcap]actividade da indústria manufactureira da China contraiu-se, em Janeiro, pela segunda vez consecutiva, segundo dados oficiais ontem divulgados, numa altura de disputas comerciais com os Estados Unidos e desaceleração da economia do país.

O índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) subiu para 49,5 pontos, no mês passado, uma melhoria de 0,1 ponto, face a Dezembro, mas que não evita uma contracção.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O índice é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo.

Os principais afectados foram as pequenas e médias empresas (47,2 e 47,3 pontos, respectivamente), enquanto as grandes empresas resistiram à desaceleração económica e à guerra comercial com Washington, registando uma expansão, de 51,3 pontos.

No entanto, outros sectores económicos apresentam dados positivos.

O PMI não manucfatureiro subiu para 54,7 pontos, depois de ter expandido, em Dezembro, 53,8 pontos.

Parte deste aumento deve-se ao crescimento do sector dos serviços, que representa já mais de metade do Produto Interno Bruto do país, e cuja expansão se fixou nos 53,6 pontos, mais 1,3 ponto do que no mês anterior.

Contudo, a contracção no setor manufatureiro é um resultado natural da quebra da procura doméstica e global.

Em 2018, por exemplo, as vendas de automóveis na China caíram 5,8 por cento, em termos homólogos, para 22,35 milhões de veículos, no primeiro declínio anual desde 1990.

As vendas de ‘smartphones’ caíram 8 por cento, no terceiro trimestre de 2018, em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a Counterpoint Research, unidade de investigação para o sector tecnológico. E, em Dezembro passado, as exportações chinesas caíram 4,4 por cento, face ao mesmo mês de 2017, segundo dados das alfandegas chinesas.

 

Ritmo brando

A economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,6 por cento, em 2018, ou seja, ao ritmo mais lento dos últimos 28 anos.

Analistas prevêem que a economia registe um declínio acentuado, ao longo da primeira metade do próximo ano, reflectindo o pleno efeito das taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos.

A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.

Os EUA temem perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes actores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

 

1 Fev 2019

Arábia Saudita executa filipina condenada por homicídio

[dropcap]U[/dropcap]ma filipina de 39 anos foi executada terça-feira na Arábia Saudita depois de ter sido considerada culpada de homicídio sob a ‘sharia’, ou lei islâmica, informou hoje o Departamento de Relações Exteriores das Filipinas.

“Lamentamos não termos conseguido salvar a vida desta filipina depois do Supremo Conselho Judicial ter classificado o seu caso como um em que não se aplica a fórmula do ‘dinheiro de sangue’ contemplado pela ‘sharia'”, pode ler-se numa nota.

De acordo com a lei islâmica, a fórmula conhecida como “dinheiro de sangue” permite a comutação de uma pena capital se a família da vítima for indemnizada.

A filipina trabalhava como trabalhadora doméstica na Arábia Saudita, onde há cerca de um milhão de trabalhadores migrantes filipinos que frequentemente sofrem exploração, abuso e assédio às mãos dos seus empregadores.

Durante o processo judicial, a embaixada filipina em Riade forneceu à ré assistência legal, enviou representantes para a visitarem em prisões e manteve a sua família regularmente informada sobre o andamento do caso.

O Departamento de Relações Exteriores não forneceu, contudo, informações sobre quem foi a vítima do homicídio, nem sobre as circunstâncias do crime, alegando o pedido de privacidade da família.

Em Novembro, as Filipinas repatriaram Jennifer Dalquez, que trabalhava como empregada doméstica nos Emirados Árabes Unidos (EAU), após ser absolvida da acusação de homicídio contra seu empregador, num julgamento em que arriscava também a pena de morte. Dalquez tinha matado o seu empregador em legítima defesa, quando este a tentou violar, ameaçando-a com uma arma branca. A filipina passou quatro anos na prisão.

De acordo com as autoridades, cerca de três mil filipinos saem do seu país todos os dias com contratos de trabalho temporários no exterior, muitos deles em países árabes, onde as mulheres geralmente trabalham como trabalhadoras domésticas e homens no setor de construção.

Cerca de dez milhões de filipinos são trabalhadores migrantes no exterior e o envio de contas de remessas contribuiu para mais de 10% do PIB filipino.

31 Jan 2019

Venda de porcos portugueses para a China deve atingir 100 milhões de euros

[dropcap]O[/dropcap]s produtores portugueses começam ontem a exportar carne de porco para a China, através de três matadouros, um negócio que deverá movimentar 100 milhões de euros, com cerca de dez mil animais abatidos por semana.

“Esta primeira encomenda é de dez contentores. Em termos anuais, estamos a falar de um volume de negócios de 100 milhões de euros e cerca de dez mil animais, por semana, abatidos e transformados”, disse à Lusa, na segunda-feira, um dos membros da direção da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), Nuno Correia.

No total, através do Porto de Sines, distrito de Setúbal, os dez contentores vão transportar 270 toneladas de carne, no valor de um milhão de euros, para província chinesa de Hunan.

Porém, “é muito provável que haja uma actualização destes valores, a partir de Setembro, já que a China está a dar indicações de querer antecipar os números em vista para 2020”, prevendo-se assim uma movimentação de 200 milhões de euros.

Inicialmente, o arranque das exportações estava previsto para Dezembro. No entanto, o tráfego de contentores provocado pela greve dos estivadores eventuais de Setúbal acabou por atrasar o processo.

“Foi um caminho difícil, mas, finalmente, vamos dar início à exportação de carne de porco portuguesa para a China. Portugal tem que exportar para crescer e para chegar à auto-suficiência e a China vai [contribuir] para esta estratégia de internacionalização do país”, vincou, na altura.

O acordo em causa foi celebrado com o ACME Group, ficando o ICM, a Agmeat e a Montalva responsáveis pela exportação.

“Para já, queremos também que estes matadouros possam exportar outras partes do porco, nomeadamente, as unhas, as orelhas e as miudezas”, acrescentou.

Adicionalmente, até Setembro, vai ocorrer uma nova vistoria para tentar homologar mais três matadouros em Alcanede, Montijo e Lisboa.

O bom mercado

O início das exportações de suínos portugueses para a China vai ser assinalado numa cerimónia oficial que vai contar com a presença do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, e do embaixador da China em Portugal, Cai Run.

Nuno Correia adiantou ainda à Lusa que, na sequência do recente encontro entre a FPAS e o Governo de Hunan, ficou acordado que Portugal vai ter um centro de demonstração e degustação dos produtos portugueses, como o vinho, a fruta e também a carne de porco.

“Tenho a certeza de que este é um passo de gigante. Dá alternativa aos produtores portugueses para venderem os seus produtos num mercado bastante apetecível, com volume e com preços muito interessantes de venda”, afirmou.

A conclusão deste centro está prevista até ao final de 2019, a partir daí, “a própria província dará todo o apoio ao desenvolvimento e promoção da entrada dos produtos portugueses”.

Fundada em 1981, a FPAS é uma associação sem fins lucrativos que visa o estudo e acompanhamento dos problemas relativos à suinicultura.

31 Jan 2019

Xangai | Polícia encerra clube privado de acompanhantes masculinos

O Perfect Space operava num dos bairros mais luxuosos da capital financeira chinesa. Oferecia serviços de acompanhantes masculinos a uma clientela exclusivamente feminina. Imagens, que se tornaram virais na internet, de uma festa de aniversário de um dos acompanhantes, levaram a polícia a encerrar o local

 

[dropcap]A[/dropcap] polícia chinesa encerrou um clube privado para mulheres em Xangai, depois de fotos de um dos acompanhantes masculinos, com prendas de luxo, se terem tornado virais nas redes sociais, avançou ontem a imprensa local.

“O clube foi encerrado pela polícia no sábado”, confirmou ontem a esquadra local, citada pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

O encerramento surge depois de uma mensagem, partilhada na conta oficial do clube, designado Perfect Space, se ter tornado viral na Internet chinesa.

A mensagem inclui fotos da celebração do 28.º aniversário de um dos acompanhantes, com 28 prendas, oferecidas por uma das mulheres que frequentam o clube. Entre as prendas, destaca-se um carro da Audi, um copo em ouro e 280.000 yuans em dinheiro.

A ostentação despertou a curiosidade de vários internautas, que acabaram por expor mais informações sobre o espaço, que no portal oficial se apresenta como um “clube privado para mulheres, localizado no bairro mais próspero do centro de Xangai”.

O portal detalha que o espaço tem 1.600 metros quadrados e 19 “quartos VIP”. “Prometemos estar ao nível do seu status”, pode ler-se na página electrónica.

Fotos no portal mostram a palavra “amor”, escrita em luzes de néon cor-de-rosa, num dos salões do clube, com balões e buquês, e uma estátua de um cavalo branco na entrada. Em chinês, o nome do clube significa “cavalo branco”. Em inglês, o espaço chama-se Perfect Space.

Junta-te à festa

Os internautas revelaram ainda um anúncio de recrutamento, publicado na conta oficial do clube, em 2016, para “modelos masculinos comerciais”.

O anúncio oferece 1.000 yuan em gorjetas sempre que um dos modelos “entretiver” uma mulher, para além de um salário base mensal de 80.000 yuan.

O salário mínimo em Xangai, a “capital” económica da China, está fixado em 2.420 yuan, o mais alto do país.
Para trabalhar no Perfect Space era preciso “ter mais de 180 centímetros de altura, ser bonito, elegante, limpo e bem-disposto”.

“O trabalho é fácil e relaxante, simplesmente consiste em acompanhar as convidadas a beber e conversar, sem nenhuma actividade ilegal envolvida”, lê-se num dos anúncios, difundidos nas redes sociais chinesas.
Uma foto com duas filas de homens em tronco nu, no corredor do clube, ilustra o anúncio.

Uma das mulheres citadas pelo SCMP explicou que “as pessoas frequentam aqueles clubes por necessidade emocional”. “Não é algo tão flagrante como sexo”, afirmou. Registos públicos revelam que o Perfect Space foi registado com o nome Shanghai Wangzhongde Dining Services, em 2012, com um capital social de 200.000 yuan.

O mesmo documento classifica o espaço como um “espaço de restauração” e para “karaoke”. O proprietário, Shen Jian, tem outras 10 empresas, incluindo um bar em Nanjing, sudeste da China, e um café na província de Shandong, no norte do país.

Citado pelo jornal Beijing Youth Daily, um homem chamado Bai, que afirmou ser um ex-funcionário, revelou que aquele aniversário não foi das festas mais ostensivas que se realizaram no clube.

Segundo a mesma fonte, todos os funcionários do clube eram homens e a clientela exclusivamente feminina.
O Perfect Space apagou a maioria das suas mensagens divulgadas anteriormente nas redes sociais chinesas Weibo e WeChat, desde que a história se tornou pública.

31 Jan 2019

Guerra comercial | Washington espera progressos significativos nas negociações com a China

[dropcap]O[/dropcap] secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, assegurou esta terça-feira que espera “progressos significativos” nas negociações comerciais com a China e considerou que as acusações dos Estados Unidos ao grupo tecnológico chinês Huawei estão “separadas” da disputa comercial.

“Os temas fundamentais de que temos falado são: acesso ao mercado, garantir que não há obrigação de empresas conjuntas, que não há transferência forçada de tecnologia e ter um mecanismo para controlar um acordo, quando houver um acordo”, indicou Mnuchin numa entrevista à Fox Business News.

“Espero que sejam alcançados progressos significativos esta semana nesses assuntos”, assinalou, numa altura em que uma delegação chinesa liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu He iniciou ontem dois dias de negociações com a administração norte-americana.

Questionado sobre as acusações do Departamento de Justiça ao grupo chinês Huawei, Mnuchin separou o assunto.

“Esse tema não faz parte das negociações comerciais (…) qualquer questão que esteja relacionada com a violação de leis dos Estados Unidos ou sanções norte-americanas segue um caminho separado”, afirmou.

31 Jan 2019

ANP | Projecto de lei sobre investimento estrangeiro vai a votos

[dropcap]O[/dropcap] Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP) aprovou ontem a votação, na próxima sessão, de um novo projecto de lei, que abolirá restrições ao investimento estrangeiro, noticiou ontem a imprensa estatal, numa altura de disputas comerciais com Washington.

O novo texto foi debatido, nos últimos dois dias, pelo órgão máximo legislativo da China, e será votado pelos cerca de três mil delegados, durante a próxima sessão, em Março.

Caso seja aprovado, os investidores estrangeiros passam a receber quase o mesmo tratamento que os concorrentes chineses.

As autoridades só poderão restringir o acesso ao mercado doméstico, de empresas estrangeiras, “em circunstâncias especiais” ou que envolvam o “interesse público”, indicou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

Os governos locais vão deixar também de poder confiscar propriedade estrangeira, sem que o processo passe pelas instâncias judiciais.

Uma das cláusulas exige ainda ao Estado chinês que dê tratamento igual, ao dado às firmas domésticas, às empresas estrangeiras que operem em sectores fora da lista negativa de acesso ao mercado por capital externo. E estipula igual acesso a políticas favoráveis às empresas.

O novo texto inclui ainda regras para fusões e aquisições por companhias estrangeiras, no âmbito do direito da concorrência, e multas, caso as empresas falhem em detalhar as informações sobre o investimento às autoridades.

O projecto de lei deverá substituir três leis para as ‘joint-ventures’ entre firmas estrangeiras e chinesas, ou empresas totalmente constituídas por capital estrangeiro.

31 Jan 2019

Filipinas | Morto membro de grupo suspeito da autoria do atentado de domingo

[dropcap]A[/dropcap]polícia das Filipinas abateu a tiro um membro do grupo extremista Abu Sayyaf e está a investigar as suas possíveis ligações com os autores do atentado de domingo na catedral de Jolo, segundo a imprensa local.

Adman Asilon, de 35 anos, morreu na segunda-feira num tiroteio com a polícia perto de sua casa, em Zamboanga, no sul das Filipinas, onde foram encontrados explosivos, uma granada de mão e um litro de um produto químico que ainda está a ser analisado.

Segundo a polícia, Asilon era um membro conhecido do Abu Sayyaf, que jurou lealdade ao grupo extremista Estado Islâmico, que reivindicou o ataque no domingo na província de Sulu, no sul, num território das Filipinas de maioria muçulmana.

Duas bombas explodiram com quinze segundos de diferença na catedral de Jolo, capital de Sulu, ataque em que morreram mais de 20 pessoas e 100 ficaram feridas, segundo o último balanço das autoridades.

A polícia está a investigar o possível envolvimento de Asilon com a milícia Ajang-Ajang, a facção de Abu Sayyaf em Sulu que cometeu o ataque reivindicado pelo Estado Islâmico.

“É muito cedo para dizer qualquer coisa. Zamboanga e Jolo estão longe, mas vamos investigar todas as hipóteses”, disse o porta-voz da Polícia Nacional, Bernard Banac, à CNN Filipinas.

Duas explosões destruíram no domingo durante a missa a catedral situada na ilha de Jolo, bastião do grupo extremista Abu Sayyaf que não está ligado ao processo de paz em curso.

Especializado em sequestros, o Abu Sayyaf também é acusado dos piores atentados no arquipélago, em particular o realizado contra um ‘ferry’ que causou mais de 100 mortos em 2004.

Os especialistas consideram que este ataque, um dos mais sangrentos dos últimos anos nas Filipinas, pode contrariar anos de esforços de paz que resultaram no referendo local da semana passada. O referendo validou a criação de uma nova região autónoma denominada Bangsamoro.

30 Jan 2019

Tailândia | Campanha para libertar futebolista detido

[dropcap]A[/dropcap]organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) lançou ontem uma campanha internacional para a imediata libertação do futebolista do Bahrein, Hakeem al-Araibi, com estatuto de refugiado na Austrália e que está detido pelas autoridades tailandesas.

A campanha online #SaveHakeem quer conquistar o apoio de atletas e personalidades do mundo do desporto para pressionar as autoridades tailandesas a libertarem Al-Araibi e permitir o regresso à Austrália.

Um responsável da HRW, Minky Worden, lamentou que a Tailândia mantenha o processo de extradição de Al-Araibi para o Bahrein, “onde enfrenta tortura ou pior”.

As autoridades australianas concederam, em 2017, o estatuto de refugiado ao futebolista, que chegou ao país em 2014, em fuga do Bahrein após ter sido condenado à revelia a dez anos de prisão por danos causados numa esquadra de polícia.

“Vários atletas, o Governo australiano, a FIFA e o Comité Olímpico Internacional pediram a libertação e a Tailândia deve permitir o regresso imediato” de Hakeem al-Araibi, indicou Worden, em comunicado.

A iniciativa surgiu depois de as autoridades do Bahrein terem descrito como inaceitáveis os pedidos de libertação por parte da FIFA, ou do ex-capitão da selecção australiana de futebol Craig Foster.

Hakeem chegou a Banguecoque, a 27 de Novembro, acompanhado pela mulher, vindo de Melbourne, para passar alguns dias de férias, quando foi detido no aeroporto tailandês, na sequência de uma notificação da Interpol.

Embora a Interpol tenha retirado a notificação a 4 de Dezembro, o jogador continua detido num centro de imigração na capital tailandesa.

A Tailândia não é signatária da Convenção das Nações Unidas sobre Refugiados, de 1951, e tem sido criticada por extraditar refugiados e requerentes de asilo para países onde são alvo de perseguição e de tortura.

30 Jan 2019

Condições de trabalho de correspondentes na China deterioraram-se em 2018

[dropcap]R[/dropcap]eceio de ter o telefone sob escuta, atraso na emissão do visto, vigilância ou detenções durante reportagens: as condições de trabalho dos jornalistas estrangeiros na China deterioraram-se ainda mais, em 2018, segundo um relatório divulgado ontem.

Um inquérito elaborado pelo Clube dos Correspondentes Estrangeiros da China (FCCC, na sigla em inglês), e a que responderam 109 jornalistas, “relata as piores condições para trabalhar na história recente da China”.

No total, 55% dos jornalistas inquiridos acreditam que as suas condições de trabalho se deterioraram, em 2018 – contra 40%, no ano anterior.

O receio de estar a ser monitorizado foi uma preocupação para quase metade dos que responderam à pesquisa, enquanto 91% estavam preocupados de que os seus telefones estivessem sob escuta pelas autoridades.

Zona dura

Na região do Xinjiang, onde se estima que cerca de um milhão de membros de minorias étnicas chinesas de origem muçulmana estejam detidos em campos de doutrinação política, 24 dos 27 jornalistas que viajaram até à região afirmam terem sido perturbados no seu trabalho.

Inicialmente, a China negou a existência daqueles centros, mas alega agora que estes visam combater o extremismo, oferecendo “treino vocacional” aos detidos.

Jornalistas estrangeiros que realizaram reportagens na região tiveram de apagar fotos ou gravações, interromper entrevistas e alguns foram detidos, segundo o inquérito.

“Fui seguido ao longo de quase 1.600 quilómetros, por pelo menos nove carros e 20 pessoas”, relatou Nathan VanderKlippe, correspondente do jornal canadiano Globe and Mail.

A China diz que os jornalistas estrangeiros têm o direito de entrevistar pessoas à sua escolha, desde que os entrevistados concordem, mas correspondentes denunciam a crescente pressão das autoridades.

Muitos dizem que tiveram dificuldades em renovar os seus vistos, segundo a investigação da FCCC, uma organização que Pequim considera “ilegal”. Segundo a pesquisa, os jornalistas chineses em órgãos estrangeiros também foram perseguidos ou intimidados.

30 Jan 2019

EUA/China | Negociações para travar escalada de taxas comerciais

[dropcap]A[/dropcap]visita do vice-primeiro-ministro da China, Liu He, a Washington, dá início hoje a uma nova ronda de negociações para tentar evitar mais uma escalada na dura guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.

Se os negociadores chineses e norte-americanos, que esta semana se reúnem em Washington, nada acordarem, a partir do próximo dia 2 de Março os EUA imporão um aumento de tarifas, de 10 por cento para 25 por cento, em cerca de 200 mil milhões de dólares de produtos importados da China.

O vice-primeiro-ministro da China vai sentar-se à mesa com o representante do Departamento de Estado do Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e com o secretário de Estado do Tesouro, Steven Mnuchin, durante uma ronda de negociações que durará apenas dois dias, mas que tem uma muito preenchida agenda de trabalhos.

A ronda de negociações que começa esta quarta-feira procura evitar que se concretize a ameaça dos EUA de aumentar significativamente as tarifas das importações vindas da China, em resposta a um aumento de impostos decretada pelo Governo chinês, no final de 2018, para as importações vindas dos EUA.

À margem da cimeira do G20 na Argentina, em Dezembro passado, o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o Presidente da China, Xi Jinping, concordaram avançar nas negociações sobre as questões estruturais desta disputa comercial, incluindo “transferências tecnológicas, protecção da propriedade intelectual, ciber intrusão, serviços e agricultura”, como ficou estipulado num comunicado após esse encontro informal.

Nas últimas semanas, Donald Trump tem manifestado optimismo relativamente ao desenlace desta nova ronda de negociações.

“Eu conheço bem o Presidente Xi e estou certo de que nos vamos entender muito bem, nesta questão”, afirmou Trump, aos jornalistas, na semana passada.

Em busca de equilíbrios

Mas os analistas são muito mais cépticos, sobretudo tendo em conta a posição dura adoptada pelo negociador norte-americano, Robert Lighthizer, que dificilmente cederá em algumas áreas sensíveis, nomeadamente no que diz respeito às questões de patentes e de propriedade intelectual, onde os chineses se queixam de intransigência por parte dos EUA.

Do lado dos EUA, Lighthizer levará um pedido para que a China se comprometa a aumentar o volume de compras aos EUA, para equilibrar uma balança comercial que Donald Trump já considerou “demasiado inclinada” para o lado chinês.

Do lado da China, o vice-primeiro-ministro deverá insistir numa posição mais flexível por parte dos norte-americanos relativamente às acusações sistemáticas de roubo de patentes.
Para o final destas negociações, não é esperado nenhuma declaração conjunta, mas espera-se que os negociadores consigam chegar a acordo sobre um pacote de propostas que serão depois apresentadas aos dois presidentes.

No final de uma ronda de negociações em Maio passado, mesmo com uma declaração conjunta, o Presidente Donald Trump acabou por rejeitar as conclusões do entendimento, levando a guerra comercial para o ponto inicial de divergências.

30 Jan 2019

Filipinas | Alerta de terrorismo para todo o país após ataque em Jolo

[dropcap]A[/dropcap] Polícia Nacional das Filipinas elevou ontem o nível de alerta de terrorismo para todo o país, após o ataque de domingo em Jolo reivindicado pelo grupo Estado Islâmico e que causou 20 mortos e 100 feridos.

“A ordem garantirá que planos semelhantes de grupos terroristas não sejam realizados em outras regiões”, disse o director-geral da Polícia Nacional, Oscar Albayalde, numa conferência de imprensa em Jolo.

O novo nível de alerta significa que a polícia vai aumentar os pontos de controlo e colocará sob maior vigilância a proibição de usar armas de fogo durante o período eleitoral, que terminará com as eleições legislativas e municipais de 13 de Maio.

Albayalde informou ainda que o encerramento de Jolo e a restrição de movimentos no seu interior foram ordenados como estratégia para cercar os responsáveis pelo ataque, ao mesmo tempo que foi reforçado o destacamento de agentes da Polícia, das Forças Armadas e das Forças Especiais.

O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou o duplo atentado de domingo contra a catedral católica de Jolo.

O ataque ocorreu uma semana depois de mais de dois milhões de filipinos da comunidade de maioria muçulmana no sul do país, onde se situa a ilha de Jolo, terem sido chamados a participar num referendo para tornar esta região mais autónoma e, assim, acabar com cinco décadas de conflito.

29 Jan 2019

China | Advogado condenado a quatro anos e meio de prisão

Wang Quanzhang foi condenado por “subversão contra o poder do Estado” e ainda privado de direitos políticos por cinco anos

 

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal no nordeste da China condenou ontem a quatro anos e meio de prisão o advogado especializado em casos de direitos humanos Wang Quanzhang, por “subversão contra o poder do Estado”.

Wang é um de mais de 250 advogados e activistas que foram detidos, em 2015, parte de uma campanha repressiva lançada pelo Governo chinês contra defensores dos direitos humanos no país.

Além de condenado à prisão, Wang foi também privado dos seus direitos políticos, por cinco anos, segundo um comunicado difundido no portal oficial do Tribunal Popular Intermédio de Tianjin.

“O veredicto de hoje (ontem) é uma grave injustiça. É escandaloso que Wang Quanzhang seja punido por defender pacificamente os direitos humanos na China. Ele deve ser libertado imediatamente e de forma incondicional”, afirmou num comunicado a Amnistia Internacional (AI), após ser conhecida a sentença.

Wang foi detido, em 2015, mas a sua família só recebeu notícias do seu paradeiro em Julho deste ano, depois de um advogado da sua confiança ter revelado que ele estava vivo e sob custódia da polícia, em Tianjin, a 120 quilómetros de Pequim, e que “provavelmente foi torturado”, segundo a AI.

“Até à pouco, a família de Wang, que continua a ser assediada pelas autoridades, nem sabia se ele estava vivo. A sua prisão contínua só prolonga o seu sofrimento”, acrescentou.

Acesso limitado

Em 26 de Dezembro passado, policias à paisana impediram familiares e simpatizantes de Wang de acederem ao julgamento, incluindo a sua mulher, Li Wenzu, que foi impedida de se deslocar até Tianjin. O acesso foi também vetado a diplomatas e jornalistas ocidentais.

A sociedade de advogados à qual Wang pertence, a Fengrui, esteve envolvida em vários casos politicamente sensíveis e representou críticos do Partido Comunista. Wang representou membros do culto religioso Falun Gong, que o PCC considera um culto maligno, e que baniu do país, em 1999.

Líderes daquele culto de prática espiritual foram condenados a longas penas de prisão e vários seguidores detidos, por alegadamente constituírem uma ameaça.

29 Jan 2019

Seul | Falhou primeiro teste para gerar chuva artificial

[dropcap]A[/dropcap] primeira experiência na Coreia do Sul para gerar chuva artificial e reduzir a concentração no ar de partículas poluentes da China falhou, anunciou ontem o Governo, que garantiu que vai prosseguir com os testes.

A experiência, realizada pela agência meteorológica da Coreia do Sul e pelo do Ministério do Meio Ambiente na sexta-feira, teve lugar sobre o mar Amarelo, com um avião coreano a espalhar iodeto de prata no ar, um composto químico que ajuda a concentrar vapor de água nas nuvens.

Registou-se um aumento das partículas de precipitação, mas não o suficiente para gerar chuva, segundo um comunicado do Ministério do Meio Ambiente.

No entanto, a agência indicou que este primeiro teste – cujos dados serão anunciados com detalhe no final de Fevereiro -, permite acumular experiência.

As autoridades planeiam realizar outros 14 testes como este ano para ajudar a reduzir a densidade do material particulado fino que afecta cada vez mais a Coreia do Sul.

O “pó fino” tem origem nos desertos do norte da China e da Mongólia e mistura-se com a poluição produzida pela actividade industrial.

A presença desta poeira na Coreia do Sul aumentou enormemente nos últimos anos e estudos locais sugerem que metade da poluição que contém é oriunda de fábricas e de centrais térmicas chinesas.

Em 14 de Janeiro, Seul e a sua região vizinha, onde vive metade dos 50 milhões de habitantes do país, registaram um nível recorde quando o índice PM 2,5 atingiu 188 microgramas por metro cúbico, mais de sete vezes o nível de 25 microgramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde.

29 Jan 2019

China | Indústria abranda em 2018. Lucros aumentam 10,3 por cento

[dropcap]O[/dropcap]s lucros da indústria chinesa registaram um aumento homólogo de 10,3 por cento, em 2018, uma desaceleração significativa, face ao ano anterior, quando cresceram 21 por cento, segundo dados oficiais ontem divulgados, num período de disputas comerciais com Washington.
Os lucros alcançaram 6,63 biliões de yuan.

Em termos nominais, trata-se de um abrandamento de cerca de 12 por cento, face a 2017, quando os lucros excederam 7,5 biliões de yuan -, embora o GNE afirme que o cálculo foi feito “segundo valores comparáveis, considerando o ajuste e a melhoria do sistema estatístico, a eliminação de dados duplicados e a venda de activos (derivados) da reforma corporativa “.

Para este indicador, as estatísticas chinesas consideram apenas empresas industriais com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan.

O GNE revelou ainda os resultados referentes apenas ao mês de Dezembro, que revelam uma queda homóloga de 1,9 por cento, no segundo resultado negativo em três anos, após o registado em Novembro.

Em termos anuais, 32 dos 41 sectores listados pelo GNE registaram um aumento nos lucros, incluindo extracção de petróleo e gás natural, indústria dos produtos minerais não metálicos, fundição e laminação de metais ferrosos ou matérias-primas químicas.

Em declínio

Em comunicado, o GNE afirma que a reforma da oferta “continuou a avançar, em profundidade”, e que o índice de endividamento das empresas industriais caiu 0,5%, em 2018, para 56,5%.

He Ping, estatístico do GNE, apontou que o rácio da dívida das empresas estatais – afectadas pela alavancagem – caiu 1,6 pontos percentuais, para 58,7%.

A economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,6 por cento, em 2018, ou seja, ao ritmo mais lento dos últimos 28 anos.

Analistas prevêem que a economia chinesa registe um declínio acentuado, ao longo da primeira metade do próximo ano, reflectindo o pleno efeito das taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos.

A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.
Os EUA temem perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes actores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

29 Jan 2019

Xi Jinping reúne-se com alto responsável norte-coreano

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano esteve na capital chinesa onde assistiu, com o Presidente chinês, a um espectáculo comemorativo do 70.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e a RPDC. A segunda cimeira entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos tem lugar no mês que vem

 

[dropcap]O[/dropcap] vice-presidente do Comité Central do Partido dos Trabalhadores norte-coreano, Ri Su-yong, reuniu-se, em Pequim, com o Presidente chinês, Xi Jinping, informou ontem a imprensa estatal, nas vésperas da cimeira entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano liderou uma delegação de funcionários do Governo e artistas da Coreia do Norte, numa visita à capital chinesa, como parte dos esforços para fortalecer as relações bilaterais.

No domingo, Ri Su-yong e Xi Jinping assistiram a um espectáculo artístico norte-coreano, detalhou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

“Esta visita é uma actividade de intercâmbio cultural importante para implementar o consenso alcançado por ambas as partes, bem como um evento significativo na celebração do 70.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e a RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia Norte)”, disse Xi, citado pela agência.

“A China está disposta a trabalhar com a RPDC para implementar o importante consenso alcançado pelas duas partes, a fim de beneficiar ainda mais os dois povos e contribuir para a paz mundial, estabilidade, desenvolvimento e prosperidade”, acrescentou Xi, que foi acompanhado pela mulher, Peng Liyuan.

Afinados

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, visitou este mês Pequim, num esforço para acertar estratégias com o único grande aliado, antes de uma segunda cimeira com o Presidente norte-americano, Donald Trump, no próximo mês.

Kim reafirmou o seu compromisso e disposição em compartilhar com a China a evolução das negociações com os EUA.

Kim e Trump reuniram-se, em Singapura, no ano passado, num encontro histórico que ocorreu depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), na sequência dos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.

No entanto, desde a cimeira em Singapura houve pouco progresso real no desarmamento nuclear.

Washington exige que Pyongyang apresente dados detalhados sobre o arsenal nuclear, enquanto Pyongyang diz que já fez o suficiente e que está na altura de os EUA aliviarem as pesadas sanções internacionais que isolaram a economia norte-coreana.
A China é o maior aliado diplomático e o principal parceiro comercial da Coreia do Norte.

29 Jan 2019

EUA acusam chinesa Huawei de fraude bancária e espionagem industrial

[dropcap]O[/dropcap] Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou ontem queixa-crime contra a gigante tecnológica chinesa Huawei por fraude bancária, roubo de tecnologia à rival norte-americana T-Mobile e violação de sanções internacionais.

Num processo apresentado num tribunal de Brooklyn, Nova Iorque, o Departamento de Justiça acusa a Huawei, a directora financeira Meng Wanzhou e duas companhias subsidiárias de 13 acusações de fraude bancária e conspiração para contornar as sanções impostas ao Irão.
Num outro processo, a companhia chinesa é acusada de roubo de segredos à tecnológica norte-americana T-Mobile.

A Huawei Technologies Co., o maior fabricante de ‘smartphones’ da China, foi alvo de uma ampla investigação pelas autoridades norte-americanas.

Meng Wanzhou foi detida em Dezembro no Canadá em cumprimento de um mandado das autoridades norte-americanas, que agora pedem a sua extradição.

A justiça norte-americana alega que a Huawei utilizou uma empresa de fachada de Hong Kong, a Skycom, para vender equipamentos ao Irão, violando as sanções impostas pelos Estados Unidos.
Os procuradores alegam também que Meng prestou falsas informações a bancos norte-americanos para os fazer crer que as duas empresas não tinham ligação.

No processo relativo a espionagem industrial, a Huawei é acusada de ter nomeado roubado um engenho robótico usado pela T-Mobile em testes a ‘smartphones’.

29 Jan 2019

O momento histórico em que os indonésios admitiram um referendo em Timor-Leste

[dropcap]O[/dropcap] terceiro presidente indonésio, Bacharuddin Jusuf Habibie, reservou para si um lugar na história de Timor-Leste quando, há exactamente 20 anos, admitiu pela primeira vez a possibilidade de um referendo aos timorenses.

Declarações depois de uma histórica reunião do Conselho de Ministros indonésio de 27 de Janeiro de 1999 que marcariam o arranque de um ano em que os timorenses puderam, pela primeira vez, escolher o seu destino.

José Ramos-Horta, principal rosto da frente diplomática da resistência timorense, recordou à Lusa que nessa altura estava nos escritórios da CNN em Atlanta, onde tinha previsto várias entrevistas sobre a questão de Timor.

“Estava a ser entrevistado quando alguém veio a correr dizer que o Habibie estava a dizer que queria ver resolvida a questão de Timor: aquilo só tem pedras, dizia ele”, recordou.

Horta recorda que aquele momento ocorreu num contexto muito particular, com a crise financeira dos tigres asiáticos – grupo constituído por Coreia do Sul, Singapura, Taiwan e Hong Kong -, que também fazia mossa na Indonésia.

A pressão crescente em torno à situação de Timor-Leste deixava Jacarta, que precisava de apoio financeiro internacional, numa situação complicada, que só se agravou com uma carta do então primeiro-ministro australiano John Howard, que empurrou o terceiro presidente indonésio para uma mudança histórica. E que ocorre depois de anos de pressão, incluindo com a atribuição do Nobel a Ramos-Horta e Ximenes Belo.

“Para um país super-orgulhoso como a Indonésia, superativo na comunidade internacional o Nobel foi tremendo”, recordou horta.

Em Novembro de 2015, numa entrevista alargada à Lusa, o antigo governador de Timor-Leste nomeado pela ocupante indonésia, Mário Carrascalão, também recordou esse momento, que ampliava a postura anterior de Habibie, já a favor de uma autonomia alargada.

Mário Carrascalão, na altura o governador de Timor-Leste nomeado por Jacarta e membro do Conselho Consultivo Nacional da Indonésia, tinha estado reunido com Habibie um dia antes, e a postura da autonomia mantinha-se.

Timor-Leste teve “sorte” com a conjuntura do momento mas Habibie, disse, actuou sempre em defesa dos interesses indonésios. “Não nos deu isto pelos nossos lindos olhos”, recordou.

Nessa tarde de há 20 anos, com os seus ministros, Habibie estava lívido, irritado com um relatório da sua principal assessora, Dewi Fortuna Anwar, que confirmava o que já suspeitava: as portas a que a Indonésia batia para pedir ajuda financeira não se estavam a abrir.

Ou melhor, as portas abriam-se mas, depois de muitos anos em que a comunidade internacional ignorava os abusos cometidos pela Indonésia em Timor-Leste, os pedidos de ajuda indonésios eram recebidos com uma pergunta sem precedentes.

Com o garrote financeiro ao pescoço, crescente instabilidade interna e a Indonésia a lidar com o furacão que implicou o fim da era Suharto – que tinha caído em 1998 – Timor-Leste consolidava-se como a tal “pedra no sapato”.

Irritado, Habibie mostra aos seus colegas no Governo uma carta que ajudou a verter o copo: John Howard escreveu em Dezembro para Jacarta a defender que, depois de um período de autonomia, deveria haver um acto de auto-determinação em Timor-Leste.

Richard Woolcott, embaixador da Austrália na Indonésia entre 1975 e 1978 – quando ocorreu a invasão – recorda os momentos históricos do início de 1999 e a evolução que abriria a porta à consulta de 30 de agosto aos timorenses e a primeira de várias guerras de Habibie com os generais indonésios.

Para Habibie, escreveu recentemente Woolcott, seria ilógico para a Indonésia continuar a financiar uma autonomia cara que poderia conduzir à independência mais tarde.

“’Porque temos este problema quando temos uma montanha de outros problemas? Recebemos petróleo? Recebemos ouro? Não. Só recebemos pedras. Se os timorenses são ingratos depois do que fizemos por eles, porque temos que manter isto”, escreveu Woolcott, citando Habibie.

Por isso anunciou aos ministros que a Indonésia avançaria já para uma consulta entre autonomia e independência e “surpreendentemente só encontrou uma voz dissidente”, a do seu chefe da diplomacia, Ali Alatas, que achava prematuro e perigoso dar independência quando os timorenses não estavam ainda preparados.

O anúncio histórico é feito por Ali Alatas finda a reunião do Conselho de Ministros, na tarde de 27 de Janeiro: a Indonésia admite a possibilidade de ser concedida a independência a Timor-Leste, se o povo timorense rejeitar um estatuto de autonomia.

Apesar da concessão de independência a Timor-Leste “não constituir política do governo”, será “a última alternativa se o povo de Timor-Leste continuar a rejeitar a (…) oferta de autonomia” do governo indonésio, disse.

A irritação e o desespero de Habibie abriram uma janela fechada, à força e com a morte de mais de 200 mil pessoas, durante mais de um quarto de século.

28 Jan 2019

Cerca de 5.000 voluntários e funcionários públicos limpam a poluída baía de Manila

[dropcap]C[/dropcap]erca de 5.000 pessoas, entre os voluntários e funcionários do Governo, participaram ontem no lançamento oficial dos trabalhos de reabilitação da baía de Manila, uma das águas mais poluídas das Filipinas.

Vários membros do gabinete do Presidente, Rodrigo Duterte, agentes das Forças Armadas e da Polícia juntaram-se aos voluntários que vieram limpar a área com vassouras e sacos de lixo.

“É uma batalha que não será vencida pela força, mas com a firme vontade de devolver a vida à baía de Manila, com o empenho e determinação de cada filipino de contribuir neste esforço”, afirmou o secretário de Estado do Meio Ambiente das Filipinas, Roy Cimatu.

O projecto tem um orçamento de 902 milhões de dólares e inclui ainda a realocação das mais de 220.000 famílias que vivem em casas ao longo da baía, entre lixo e água contaminada.

O nível de coliformes, uma bactéria fecal que reflecte a poluição da água, chega a 330 milhões por 100 mililitros na baía, quando os parâmetros apropriados estão entre 100 e 200.

A intenção do Governo é reduzir os coliformes a 270 por 100 mililitros até o final do ano e tornar a baía um local adequado para uso recreativo e turístico, embora admitam que a sua reabilitação deve demorar uma década.

Novas normas ambientais serão impostas nos hotéis, centros comerciais e nas instalações recreativas e turísticas na baía. Os estabelecimentos que não cumprirem serão encerrados, avisou Roy Cimatu.

Onda de limpeza

O Governo filipino pretende seguir o exemplo “bem-sucedido” da reabilitação da ilha de Boracay, o principal destino turístico do país, que reabriu aos visitantes em Outubro, após seis meses de encerramento, devido à massificação turística, poluição das águas e crescimento anárquico de hotéis.

Boracay, estância turística outrora com águas cristalinas, sofreu com a repercussão do desenvolvimento acelerado e foi apelidada de “fossa séptica”, pelo Presidente filipino, Rodrigo Duterte, que decidiu fechar a ilha a 26 de Abril de 2018.

Em 2017, Borocay recebeu mais de 2 milhões de turistas, mas após a reabertura tem menos hotéis e restaurantes, bem como uma quota de visitantes autorizados e novas regulamentações, como a proibição de tabaco e álcool nas praias, para trazer ordem ao litoral.

Para evitar uma nova onda maciça de turistas, a capacidade da ilha foi limitada a 19.200 turistas e por dia não podem entrar mais de 6.400.

Nas praias é agora proibido colocar redes e guarda-sóis, fazer fogueiras ou castelos de areia, venda ambulante ou serviços de massagem.

Além disso, desportos aquáticos só podem ser praticados a mais de 100 metros da costa e as famosas festas nocturnas na praia, que atraíram tantos visitantes, foram banidas.

Para monitorizar o cumprimento dos novos regulamentos, a presença policial foi reforçada com mais de 400 agentes na ilha e cinco esquadras de polícia.

Dos quase 600 hotéis que havia em Boracay, antes do encerramento, agora existem apenas 157 em funcionamento, totalizando 7.308 quartos.

28 Jan 2019

Cantão | Disputas comerciais com EUA exasperam província mais exportadora do país

Por João Pimenta, da agência Lusa

 

[dropcap]E[/dropcap]mpresários na mais exportadora província chinesa aguardam nervosos por um acordo que ponha fim à guerra comercial entre Pequim e Washington, mas outros desvalorizam o efeito das taxas alfandegárias, apontando o impacto para os consumidores norte-americanos.

“As taxas alfandegárias estão a destruir sobretudo pequenos exportadores, que trabalham com margens de lucro curtas, de 2%”, descreve à agência Lusa o empresário indiano Amu, radicado há treze anos em Cantão, a capital da província de Guangdong, sul da China.

“Para os Estados Unidos, não existe outro fornecedor tão bom como a China. Por isso, no final de contas, quem vai suportar o aumento das taxas são os consumidores norte-americanos”, ressalva o indiano, que, à semelhança de milhares de outros comerciantes, desembarcou em Guangdong em busca de fortuna, à medida que a província se convertia na fábrica do planeta.

“Quando cheguei, tinha pouco mais do que dinheiro para comer; hoje tenho muito dinheiro”, conta, na sua ‘penthouse’, situada no norte de Cantão.

Localizada na fronteira com Hong Kong e Macau, Guangdong é a mais exportadora província chinesa e a primeira a beneficiar da política de Reforma e Abertura, adoptada pela China, no final dos anos 1970.

Com uma economia assente na iniciativa privada e geradora do maior número de bilionários do país, Guangdong exportou, só em 2017, mais de 670 mil milhões de dólares em bens, e conta com dois dos dez portos mais movimentados do mundo.

Mas crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington prometem afectar uma província que concentra milhares de empresas de mão-de-obra intensiva, dependentes de margens de lucro curtas.

Relatos de “guerra”

Guangdong está na “primeira linha de fogo” na guerra comercial, descreve Jonas Short, director em Pequim do banco de investimento Everbright Sun Hung Kai.

He Zhuotao, um informático natural de Cantão, reconhece que o sector exportador está a passar um “mau bocado”, devido ao múltiplo impacto da guerra comercial, subida do custo da mão-de-obra e valorização da moeda chinesa. “Vejo muitos danos à minha volta”, diz.

Tong Quanqing, funcionário do Gabinete do Comércio do governo de Foshan, centro industrial adjacente a Cantão, explica à Lusa, no entanto, que a cidade “não está a ser muito afectada pelas disputas comerciais com os EUA”, apontando a diversificação dos destinos de exportação das empresas locais, “nomeadamente para África”.

Porém, em Outubro passado, Pequim ordenou às autoridades de Guangdong que parassem de publicar a actividade da indústria manufactureira da província, numa aparente tentativa de controlar informação sensível, à medida que as fricções com Washington se agravaram.

Num sinal negativo para a indústria, o valor das encomendas para os EUA, feitas em Novembro passado durante a maior feira comercial de Cantão, caiu 30,3%, em termos homólogos.

André Sobral Cordeiro, o cônsul-geral de Portugal em Cantão, lembra que o “volume de negócios que [Guangdong] tem com os EUA dificilmente é substituído por outro país, pelo menos de forma rápida”.

“O receio dos empresários chineses é grande, claramente grande, de que as coisas possam correr menos bem”, nota.

China e EUA aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.

Exigências mútuas

Os Presidentes norte-americano e chinês, Donald Trump e Xi Jinping, respetivamente, concordaram, entretanto, com uma trégua de 90 dias, que termina em 1 de Março, visando encontrar uma solução para as disputas comerciais.

Trump exige que a China ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as firmas do país em importantes actores em actividades de alto valor agregado, como inteligência artificial ou robótica, ameaçando o domínio norte-americano naquelas áreas.

Washington quer também mais acesso ao mercado, melhor protecção da propriedade intelectual e o fim da ciberespionagem sobre segredos comerciais de firmas norte-americanas.

Mas o Partido Comunista Chinês está relutante em abdicar dos seus planos, que considera cruciais para elevar o estatuto global do país.

28 Jan 2019

Bing | Motor de busca volta a estar acessível na China

[dropcap]O[/dropcap] motor de busca Bing, detido pela Microsoft, voltou sexta-feira a funcionar na China, depois de ter estado bloqueado, na quinta-feira.

“Confirmamos que o Bing esteve inacessível na China, mas que o serviço já foi restaurado”, afirmou um porta-voz da Microsoft, citado pela imprensa norte-americana.

Na quinta-feira, uma tentativa de abrir o Bing, a partir de um servidor na China continental, dava o resultado “A ligação expirou”, à semelhança do que acontece com outros portais bloqueados pelas autoridades chinesas, como o motor de busca da Google.

A interrupção temporária ilustra as dificuldades que as empresas estrangeiras enfrentam ao operar num sector altamente controlado.

O país com mais internautas no mundo (cerca de 700 milhões) é também um dos Estados que mais censuram o conteúdo ‘online’. Facebook, Twitter ou WhatsApp estão bloqueados, mas o país tem as suas próprias redes sociais – o Wechat ou o Weibo -, que contam com centenas de milhões de utilizadores.

As autoridades chinesas não revelaram qual o motivo que levou a bloquear o Bing, e mais tarde desbloquear, ou se, no futuro, aquele motor de busca continuará acessível no país.

O presidente da Microsoft, Brad Smith, que participa no Fórum Económico Mundial, em Davos, admitiu na quinta-feira que há “momentos de divergência” com as autoridades chinesas.

“Há momentos em que há negociações difíceis com o Governo chinês; ainda estamos a tentar descobrir o que é que se passou”, disse.

Pequim argumenta que a “criação de uma Internet limpa e justa” e a noção de “soberania do ciber-espaço” são essenciais para a estabilidade política e segurança nacional.

28 Jan 2019

Hong Kong | FMI prevê abrandamento de crescimento em 2019

[dropcap]O[/dropcap] Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a economia da Região Administrativa Especial de Hong Kong deve crescer 3,5% em 2018, mas que deverá desacelerar para os 2,9% em 2019.

O resultado projectado para 2018 resulta de “uma forte recuperação cíclica no primeiro semestre do ano, da recuperação global continuada e do otimismo doméstico”.

Em 2019, o crescimento deverá diminuir para os 2,9%, segundo o FMI. No médio prazo, espera-se que a economia cresça em torno dos 3%, “próximo ao seu potencial”, sublinha o FMI na sua avaliação mais recente e divulgada na quinta-feira.

28 Jan 2019

Anunciado novo smartphone da Huawei com tecnologia própria

[dropcap]A[/dropcap] gigante chinesa de telecomunicações Huawei anunciou ontem que lançará um smartphone de próxima geração baseado em tecnologia própria, ao invés de usar componentes norte-americanos, ilustrando os esforços para reduzir a dependência de fornecedores dos Estados Unidos.

A Huawei Technologies Ltd., o maior fabricante global de equipamentos de rede, está a investir milhares de milhões de dólares no desenvolvimento da sua própria tecnologia de chips, área em que os fornecedores norte-americanos são líderes globais.

A empresa reduz assim os riscos de estar dependente da importação de componentes dos EUA, numa altura de crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington, suscitadas pela ambição chinesa para o sector tecnológico.

O aparelho, anunciado pela Huawei como o primeiro smartphone dobrável de quinta geração, vai ser exibido, no próximo mês, durante o maior evento anual do sector, o Mobile World Congress, em Barcelona, disse ontem Richard Yu, CEO da unidade de consumo da empresa.

O telefone usa o chipset Kirin 980, da Huawei, e o modem Balong 5000, em vez dos componentes de fornecedores tradicionais, como a Qualcomm, com sede nos EUA. As vendas de produtos da Huawei não foram afectadas pelos alertas de segurança, em alguns países ocidentais, e aumentaram mais de 50 por cento, no ano passado, afirmou Yu aos jornalistas.

O CEO afirmou que as vendas da sua unidade superaram os 52 mil milhões de dólares, ou mais de metade dos 100 mil milhões de receita anual, prevista para 2018. A Huawei ainda não divulgou os resultados financeiros de 2018. “Neste complicado ambiente político, mantivemos um crescimento forte”, disse Yu.

Encurtar distâncias

Como primeiro actor global chinês no sector tecnológico, a Huawei é politicamente importante, e tem sido alvo de crescente escrutínio, em vários países. A Austrália e a Nova Zelândia baniram as redes de Quinta Geração (5G) da Huawei por motivos de segurança nacional, após os Estados Unidos e Taiwan, que mantém restrições mais amplas à empresa, terem adoptado a mesma medida. Também o Japão, cuja agência para a segurança no ciberespaço classificou a firma chinesa como de “alto risco”, baniu as compras à Huawei por departamentos governamentais.

Mas durante a recente visita a Lisboa do Presidente chinês, Xi Jinping, foi assinado entre a Altice e a Huawei um acordo para o desenvolvimento da tecnologia 5G em Portugal, apesar de, também a União Europeia ter assumido “estar preocupada” com a empresa e com outras tecnológicas chinesas, devido aos riscos que estas colocam em termos de segurança.

As redes sem fio de Quinta Geração (5G) destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais elétricas, pelo que vários governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como activos estratégicos para a segurança nacional.

A empresa emprega 180 mil pessoas e as vendas superaram os 100 mil milhões de dólares, em 2018.

25 Jan 2019

Australiano detido na China por “ameaçar a segurança nacional”

[dropcap]U[/dropcap]m australiano de origem chinesa que foi detido esta semana na China é suspeito de “actividades criminosas” que “ameaçam a segurança nacional”, revelou ontem o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

O escritor e comentador Yang Hengjun, que serviu como diplomata da China, antes de se naturalizar cidadão australiano, e que é crítico do Partido Comunista Chinês, foi preso por agentes da Segurança do Estado, confirmou a porta-voz do ministério, Hua Chunying. A acusação de “ameaça à segurança nacional” é frequentemente usada na China contra críticos do PCC, e suportada com poucas evidências.

O ministro da Defesa da Austrália, Christopher Pyne, afirmou ontem que vai pressionar as autoridades chinesas para que tratem de Yang de forma “justa e transparente”, e forneçam toda a informação sobre o caso. Pyne revelou aos jornalistas, no início de uma visita oficial a Pequim, que o escritor está numa espécie de detenção domiciliária, em Pequim.

A detenção ocorre um mês depois de as autoridades chinesas terem detido Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá, e Michael Spavor, empresário que organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte, numa aparente retaliação pela detenção da executiva da Huawei Meng Wanzhou, no Canadá. Ambos foram também acusados de “ameaçarem a segurança nacional da China”.

Yang estava actualmente a residir nos Estados Unidos, com a mulher e a filha, de 14 anos, mas visitou a China, na semana passada.

25 Jan 2019