China ameaça Estados Unidos com tarifas sobre produtos que rondam 60 mil milhões 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China disse estar pronta para aplicar tarifas de 60 mil milhões de dólares aos Estados Unidos, caso aquele país avance com taxas alfandegárias aos produtos chineses.

Em causa estão 5.207 produtos norte-americanos – como café, mel e químicos industriais – aos quais serão aplicadas tarifas que rondam os 60 mil milhões de dólares, de acordo com um comunicado hoje divulgado pelo Ministério das Finanças chinês.

Esta é a reposta da República Popular da China à eventual imposição de taxas sobre produtos chineses, num valor que pode alcançar os 200 mil milhões de dólares.

Acusando a presidência norte-americana de Donald Trump de prejudicar a economia mundial com tais tarifas, a tutela das Finanças chinesa nota que “a China é forçada a apresentar contramedidas”.

O Ministério das Finanças chinês admite, por isso, “tarifas de retaliação de 25%, 20%, 10% ou 5%”, que avançam caso a administração dos Estados Unidos “persista em colocar as suas ideias em prática”.

Na quarta-feira, o Governo de Pequim vincou que as tentativas de chantagem e pressão dos Estados Unidos sobre a aplicação de taxas alfandegárias aos produtos chineses nunca “vão funcionar”.

“A chantagem e a pressão dos Estados Unidos nunca vão funcionar com a China e se foram tomadas medidas que piorem a situação nós iremos aplicar contramedidas para que possamos manter os nossos direitos e interesses”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Geng Shuang.

“Pensamos que os conflitos comerciais devem resolver-se com conversações e negociações. Os nossos esforços e a nossa sinceridade estão à vista de todos”, acrescentou.

Fontes próximas da administração norte-americana indicaram na terça-feira que os Estados Unidos pretendem estabelecer taxas alfandegárias de 25% sobre as exportações chinesas, o que pode vir a totalizar um valor correspondente aos 200 mil milhões de dólares.

“O diálogo deveria ter como base a confiança mútua e a igualdade, estabelecendo regras e credibilidade porque as ameaças unilaterais e a pressão são contraproducentes”, frisou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim.

5 Ago 2018

Filipinas | Rodrigo Duterte defende regresso da pena de morte, apesar das declarações do Papa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] governo de Rodrigo Duterte garantiu que manterá os planos para restabelecer a pena de morte nas Filipinas, apesar das declarações proferidas na quinta-feira pelo papa Francisco que classificou tal prática como “inadmissível” à luz do catolicismo. Nas Filipinas, mais de 85% da população é católica.

O porta-voz do Presidente filipino, Harry Roque, afirmou hoje que o executivo de Manila “vai tentar persuadir de modo gentil” os senadores para que estes aprovem a lei que visa restabelecer a pena capital nas Filipinas, proibida no país desde 2006.

“Continua a ser uma das prioridades do governo restaurar a pena de morte para os crimes mais graves relacionados com as drogas. Mas a decisão está agora nas mãos do Senado (câmara alta do congresso filipino)”, disse o porta-voz numa conferência de imprensa.

A Câmara dos Representantes (câmara baixa do congresso filipino) aprovou em março passado o projeto-lei relacionado com o restabelecimento da pena capital, que foi uma das grandes promessas eleitorais de Duterte, num âmbito de uma linha dura de combate contra o narcotráfico.

A Conferência Episcopal das Filipinas, que sempre se opôs à medida defendida por Rodrigo Duterte, assegurou hoje, num comunicado, que as declarações do papa Francisco esclarecem qualquer dúvida sobre a posição da Igreja Católica em relação à pena de morte.

Na quinta-feira, a Santa Sé anunciou que o papa Francisco mudou o catecismo católico para declarar a pena de morte inadmissível, assumindo igualmente o compromisso da Igreja para a abolir no mundo inteiro.

“À luz do Evangelho, a pena de morte é inadmissível porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa”, referiu o novo texto, cuja alteração foi anunciada em comunicado pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Luis Ladaria Ferrer.

As Filipinas aboliram a pena de morte em 2006 durante a presidência de Gloria Macapagal Arroyo, que desde o passado dia 23 de julho é a nova líder da Câmara dos Representantes e uma das principais aliadas políticas de Duterte.

Nesta matéria, Portugal assumiu uma posição de vanguarda e foi um dos primeiros Estados soberanos (e o primeiro europeu) a abolir a pena de morte, em 1867.

5 Ago 2018

Cem chineses distinguidos como “internautas jovens bons”

São jovens e comportam-se lindamente na Internet. O Comité Central da Liga da Juventude Comunista da China e a Administração do Ciberespaço da China, organizaram a campanha “internautas jovens bons”, que distinguiu uma centena de jovens cuja presença online foi considerada exemplar

[dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap]hi Yue, uma “xue ba” de 29 anos de idade, ou seja, uma aluna com notas máximas, possui diplomas das universidades mais importantes da China. No entanto, traçou o seu caminho para a fama na internet como apresentadora de um podcast dedicado à promoção de hábitos saudáveis na comunidade adepta dos jogos de vídeo Apelidada de “Nv Liu”, Shi começou a editar e narrar jogos na internet quando estudava arquitectura na Universidade Tsinghua e na Universidade de Pequim. Após a graduação, tornou-se apresentadora de transmissão ao vivo em tempo integral.
Shi foi seleccionada entre os cem “internautas jovens bons” e reconhecida como um modelo para jovens chineses por introduzir espectadores à indústria de jogos e à ciência, conhecimento, cultura e história, e por promover hábitos de jogo saudáveis. “Nv Liu passou muita energia positiva para seus 2,6 milhões de seguidores,” diz um comunicado emitido pelo Comité Central da Liga da Juventude Comunista da China e pela Administração do Ciberespaço da China, que organizaram a campanha “internautas jovens bons”.

Processo de escolha

Todos os cem escolhidos, com idades compreendidas entre 14 e 40 anos, foram seleccionados por internautas e jurados da campanha.
Li Ziqi, um blogger bem conhecido que fala sobre comida, também está entre os “internautas jovens bons”. Li postou mais de uma centena de vídeos online para ensinar sua audiência a cozinhar comida chinesa tradicional. As suas receitas culinárias obedecem escrupulosamente ao calendário, nomeadamente às estações do ano e aos festivais do calendário lunar chinês. O comunicado elogia seu trabalho que combina a cultura gastronómica chinesa com a apresentação de nos novos media e a promoção da cultura chinesa.
De acordo com a Xinhuau, a lista de internautas modelo também inclui activistas que defendem o interesse público, caricaturistas e editores que promovem conhecimento e generosidade, e cidadãos que combatem crimes na internet e conteúdo ilegal.

3 Ago 2018

Japão | Universidade manipulou exames para admitir menos mulheres

Uma universidade privada de medicina em Tóquio manipulou, supostamente durante vários anos, os resultados dos exames de acesso à instituição com o objectivo de admitir menos mulheres

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] caso está a ser investigado por um escritório jurídico contratado pela própria universidade, que aguarda nas próximas semanas por conclusões que esclareçam melhor a situação, disse ontem um porta-voz daquele estabelecimento do ensino superior à agência de notícias Efe.

O caso foi tornado público no momento em que o Ministério Público de Tóquio investiga a mesma universidade pela suposta pressão exercida por um alto funcionário do Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia para que esta admitisse o seu filho, sob a ameaça de retirar a ajuda pública.

A Universidade de Medicina de Tóquio começou a manipular os resultados obtidos pelos candidatos para estudar medicina em 2011, depois de ter registado um aumento no número de alunas no ano anterior. Naquele ano, 40 por cento dos novos alunos da universidade privada eram mulheres, o dobro do registado em 2009.

Mais adequados

Desde então, o conselho de administração da universidade aplicou critérios mais restritivos na avaliação de mulheres nos exames de admissão de forma a manter a percentagem de estudantes do sexo feminino em cerca de 30 por cento do total de novos alunos, segundo o jornal Yomiuri, que cita fontes ligadas ao processo, mas sem as identificar. Na base da manipulação estaria a ideia de que os homens são mais adequados à profissão médica, porque as mulheres japonesas frequentemente param de trabalhar depois de se casarem e de terem filhos, segundo o jornal japonês.

No Japão, aproximadamente metade das mulheres deixa definitivamente os seus empregos depois de se tornarem mães, devido a factores socioculturais e dificuldades em conciliar vida a familiar e profissional neste país asiático.

O Governo lançou a estratégia “Womenomics” para promover uma maior participação feminina no trabalho, mas o país continua a registar uma diferença salarial entre homens e mulheres, bem como uma diminuta presença do género feminino nas grandes empresas e na classe política.

3 Ago 2018

Guerra da Coreia | Restos mortais de soldados norte-americanos repatriados

O Comando das Nações Unidas (UNC), liderado pelo exército dos Estados Unidos, realizou ontem uma cerimónia solene para repatriar os restos mortais de 55 soldados norte-americanos mortos na Guerra da Coreia recentemente devolvidos pela Coreia do Norte

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] cerimónia foi realizada na base aérea de Osan, a 70 quilómetros ao sul de Seul, cinco dias após o regime de Pyongyang permitir que um avião norte-americano pousasse na localidade norte-coreana de Wonsan, recolhesse os restos mortais dos soldados e voltasse para a Coreia do Sul.

A entrega foi acordada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante a cimeira realizada a 12 de Junho, em Singapura, em que ambos assinaram uma declaração para melhorar as relações entre os dois países e para trabalhar sobre a desnuclearização da península.

“Os mortos da Guerra da Coreia (1950-1953) nunca foram esquecidos pelos Estados Unidos ou pelos outros 16 países que compunham o Comando das Nações Unidas (UNC), nações que apoiaram os norte-americanos durante esta guerra. O Comando nunca deixa soldados para trás, vivos ou mortos, e continuará a missão de repatriação até que cada soldado retorne para casa”, explicou a UNC num comunicado.

Cerca de 500 pessoas participaram na cerimónia, incluindo o comandante da UNC, Vicent Brooks, o embaixador dos Estados Unidos na Coreia do Sul, Harry Harris, e o ministro da Defesa sul-coreano, Song Young-moo.

Concluído o acto, espera-se que os restos mortais sejam enviados para o Havai, onde está a sede da Agência de Contabilização de Desaparecidos em Combate e Prisioneiros de Guerra do Departamento de Defesa (DPAA), que será responsável pela identificação das ossadas.

Quem é quem

O processo de identificação deve levar pelo menos alguns meses, segundo os especialistas. Entretanto, as primeiras avaliações sugerem que é “provavelmente espólio norte-americano”, disse John Byrd, director de análise científica da DPAA. “Os restos são consistentes com os restos mortais que já recuperámos na Coreia do Norte (…) no passado”, disse Byrd a jornalistas na base militar de Osan.

Desde 1990, os restos mortais de 629 americanos que morreram na Coreia do Norte foram devolvidos às suas famílias, segundo a UNC.

Mais de 36 mil militares dos Estados Unidos morreram na Guerra da Coreia e cerca de 7700 desapareceram, dos quais 5300 estavam supostamente a norte do 38.º paralelo.

Com este gesto simbólico, a Coreia do Norte procura convencer os Estados Unidos da necessidade de assinar um tratado de paz para substituir o cessar-fogo que pôs fim ao conflito, um documento que o regime de Kim considerada chave para a sua sobrevivência. No entanto, Washington mostrou dúvidas sobre este tratado de paz e parece estar a esperar primeiro por acções concretas de Pyongyang que apontem para um compromisso real de abandonar o seu programa nuclear.

2 Ago 2018

Taxas Alfandegárias | Pequim diz que não vai ceder às pressões dos EUA

O Governo chinês afirmou ontem que as tentativas de chantagem e pressão dos Estados Unidos sobre a aplicação de taxas alfandegárias aos produtos chineses “não vão funcionar”. Analistas da Moody’s mostram cepticismo quanto à vontade real de Donald Trump em impor tarifas de 25 por cento sobre as exportações chinesas

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] resposta da República Popular da China surge após informações acerca da eventual imposição de taxas sobre produtos chineses num valor que pode alcançar os 200 mil milhões de dólares. “A chantagem e a pressão dos Estados Unidos nunca vai funcionar com a China e se foram tomadas medidas que piorem a situação nós iremos aplicar contra-medidas para que possamos manter os nossos direitos e interesses”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Geng Shuang. “Nós pensamos que os conflitos comerciais devem resolver-se com conversações e negociações. Os nossos esforços e a nossa sinceridade estão à vista de todos”, acrescentou.

Fontes próximas da Administração norte-americana indicaram na terça-feira que os Estados Unidos pretendem estabelecer taxas alfandegárias de 25 por cento sobre as exportações chinesas, o que pode vir a totalizar um valor correspondente aos 200 mil milhões de dólares.

“O diálogo deveria ter como base a confiança mútua e a igualdade, estabelecendo regras e credibilidade porque as ameaças unilaterais e a pressão são contraproducentes”, frisou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim.

Muita parra

Segundo notícia veiculada na passada terça-feira pela agência Bloomberg, Pequim e Washington querem retomar o diálogo comercial, depois de semanas de impasse nas negociações para alívio das tensões comerciais. A agência cita fontes segundo as quais estão a ser mantidas conversações privadas entre representantes do Tesouro dos Estados Unidos e do Conselho de Estado chinês, ao mesmo tempo que decorrem negociações na Administração norte-americana para acertar a posição a ser agora adotada pela Casa Branca.

Segundo a Bloomberg, Washington estará a tentar obter concessões por parte de Pequim de modo a recuar no propósito. A Moody’s previu que conflito entre os dois países deverá continuar a somar barreiras ao comércio ao longo de todo o ano, antecipando que os EUA podem crescer por causa disso menos 0,25 por cento em 2019, e que a China se arrisca a perder até 0,5 por cento na actividade do próximo ano.

A agência de rating acredita que o presidente norte-americano, Donald Trump, não chegará a impor taxas adicionais de 25 por cento às importações de automóveis e partes dos seus parceiros, e que as negociações do tratado de livre comércio da América do Norte, o NAFTA, não resultarão no colapso do bloco. “Estamos à espera de que a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China e outros países seja prolongada, com novas medidas comerciais a serem implementadas ao longo de 2018”, indica Elena Duggar, presidente do conselho macroeconómico da Moody’s, em nota publicada esta terça-feira. “Actualmente, pensamos que a disputa comercial ficará aquém da plena implementação das medidas potenciais mais graves anunciadas até aqui, incluindo tarifas sobre todas as importações automóveis dos Estados Unidos ou o colapso do NAFTA”.

2 Ago 2018

Conversações ao mais alto nível entre Coreias foram significativas mas terminam sem acordo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s duas Coreias terminaram ontem conversações ao mais alto nível sem um acordo, mas Seul e Pyongyang indicaram que tiveram uma discussão significativa sobre o apaziguamento do impasse militar que dura há décadas na península coreana.

Esta é a segunda reunião entre altos representantes da Coreia do Sul e da Coreia do Norte desde que os líderes dos dois países, Moon Jae-in e Kim Jong-un, respetivamente, reuniram-se numa cimeira em abril passado e assumiram o compromisso de reduzir o clima de tensão e o perigo de um novo conflito naquela região.

O encontro de Abril foi a primeira cimeira entre as duas Coreias em 11 anos.

A reunião concluída hoje contou com a presença de altas patentes militares dos dois países e ocorreu em Panmunjom, aldeia localizada na zona desmilitarizada onde também foi assinado o armistício que suspendeu a Guerra da Coreia (1950-1953).

Em declarações citadas pelas agências internacionais, o chefe da delegação sul-coreana, o major-general Kim Do Gyun, referiu que os dois lados partilham uma visão comum sobre o princípio de desarmar a área conjunta controlada em Panmunjom, sobre a redução de alguns postos de guarda na zona desmilitarizada (faixa de quatro quilómetros de largura que divide os dois Estados) e sobre a suspensão de atos hostis ao longo de uma fronteira marítima fortemente disputada.

A realização de buscas conjuntas para encontrar soldados desaparecidos durante a Guerra da Coreia foi outro dos aspetos partilhados pelas duas delegações, referiu o mesmo representante sul-coreano, que adiantou que as duas Coreias vão prosseguir no futuro com as conversações sobre estes assuntos.

Kim Do Gyun descreveu ainda as conversações de hoje como “sinceras” e “francas”, concluindo que as chefias militares de Seul e de Pyongyang poderão contribuir para o estabelecimento de uma paz duradoura entre os dois países.

O seu homólogo norte-coreano, o tenente-general An Ik San, frisou que as conversações foram “produtivas”, afirmando ainda acreditar que muitas das questões militares pendentes entre os dois países podem ser resolvidas.

Durante a cimeira em abril e o encontro em junho com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, expressou o seu compromisso para uma “completa desnuclearização da península coreana”.

Mas ainda persiste um clima de preocupação e muitas interrogações sobre quais têm sido as medidas reais e concretas do regime de Pyongyang para um cenário de desarmamento.

Na segunda-feira, o jornal norte-americano The Washington Post noticiou que os serviços de informação dos Estados Unidos acreditam que a Coreia do Norte está a construir novos mísseis, apesar das negociações em curso.

Esta indicação dos serviços norte-americanos baseia-se em recentes imagens de satélite de uma fábrica que produziu o primeiro míssil alegadamente capaz de atingir a costa leste do território dos Estados Unidos, referiu o diário, que citou responsáveis dos serviços que falaram sob anonimato.

Segundo as mesmas fontes, as informações recolhidas apontam que o regime norte-coreano estará a trabalhar em pelo menos um e talvez até dois mísseis balísticos intercontinentais.

1 Ago 2018

China pede aos EUA que impeçam Presidente de Taiwan de fazer escalas no país

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês pediu ontem a Washington que impeça a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, de fazer escala no país a caminho do Belize e Paraguai, depois de Taipei anunciar paragens em Los Angeles e Houston.

“Enviamos um firme protesto formal à parte norte-americana e opomo-nos a qualquer tipo de escala nos Estados Unidos ou outros países que tenham laços diplomáticos com a China”, disse ontem em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang. “Apelamos aos EUA que respeitem o princípio de ‘uma só China’ (…) não permitindo esta escala e evitando enviar sinais errados às forças independentistas taiwanesas”, afirmou o porta-voz. Geng sublinhou que o princípio de uma só China, que implica não reconhecer Taiwan como Estado, “é um consenso universal da comunidade internacional”, e “qualquer tentativa de separar a China e criar ‘duas Chinas’ encontrará a oposição” do povo chinês.

O vice-ministro das Relações Exteriores de Taiwan, José Maria Liu, informou na segunda-feira que Tsai faria escalas em Los Angeles e Houston apesar da oposição chinesa, num quadro de tensões crescentes entre Pequim e Taipei.

Na sua quinta ronda diplomática desde que tomou posse, em Maio de 2016, Tsai visitará o Paraguai de 14 a 16 de Agosto para assistir à investidura do Presidente eleito do país, Mario Abdo Benítez, e de 16 a 18 visitará o Belize. Na ida faz escala em Los Angeles e no regresso em Houston, pelos dias 12 e 20 de Agosto, respetivamente.

Paraguai e Belize são dois dos 18 aliados diplomáticos de Taiwan no mundo. Dez dos 18 aliados de Taiwan encontram-se na América Latina e no Caribe.

Em pouco mais de um ano, Taiwan perdeu dois importantes aliados na América Latina, Panamá e República Dominicana, além de um africano (Burkina Faso), como consequência da estratégia chinesa de isolar internacionalmente o Governo independentista de Tsai.

1 Ago 2018

Ciência | Cantão vai ter sistema de simulação de ondas gravitacionais

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] universidade chinesa Sun Yat-sen, na província de Cantão, no sul do país, vai construir um sistema de simulação terrestre para observação de ondas gravitacionais, informou ontem a agência de notícias Xinhua. O sistema será construído na universidade da cidade de Shenzhen, fronteira com Hong Kong, e terá um investimento de mais de mil milhões de yuans.

Este sistema faz parte do projecto de pesquisa de ondas gravitacionais “Tianqin”, lançado em 2015 pelo Governo chinês. O programa, baptizado Tianqin, simbolizando a filosofia chinesa que refere a força que gere a partir do vazio (Wuji) as energias opostas complementares Yin e Yang, quer lançar satélites para a órbita da terra.

Com um custo estimado de 15.000 milhões de yuans, o projecto Tianqin vai demorar cerca de 17 anos a ser concluído e culminar com o lançamento de três satélites na órbita da Terra para detectar ondas gravitacionais.

O físico teórico alemão Albert Einstein (1879-1955) defendeu, na teoria da relatividade geral, que o celebrizou, que os objectos que se movem no Universo produzem ondulações no espaço-tempo e que estas se propagam pelo espaço.

1 Ago 2018

Coreias | Seul “acompanha de perto” suposto fabrico de novos mísseis pelo Norte

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo da Coreia do Sul disse ontem estar a “acompanhar de perto” a situação na Coreia do Norte na sequência das informações divulgadas nos Estados Unidos de que Pyongyang pode estar a construir novos mísseis intercontinentais. “O Governo acompanha de perto estes desenvolvimentos, em estreita colaboração com as autoridades dos Estados Unidos e da Coreia do Sul”, segundo um breve comunicado da presidência sul-coreana.

O texto refere também que, até ao momento, não está confirmada “nenhuma informação” sobre o assunto.

O jornal norte-americano Washington Post noticiou na segunda-feira, citando fontes dos serviços de informações norte-americanos que disseram basear-se em fotos de satélite, que o regime norte-coreano está a construir um ou dois mísseis intercontinentais nas instalações de Sanumdong, a sudoeste da capital. As instalações de Sanumdong têm sido utilizadas pelo regime norte-coreano para a produção de componentes essenciais para os mísseis intercontinentais. Em 2017 foi lá desenvolvido o míssil Hwasong-15, com capacidade para alcançar os Estados Unidos.

Porém, o registo de actividade em Sanumdong não implica necessariamente a expansão das capacidades de armamento, segundo especialistas, uma vez que os mísseis intercontinentais norte-coreanos funcionam com combustível líquido, o que obriga a que sejam carregados horas antes de serem disparados e os torna facilmente detectáveis pelos satélites norte-americanos.

1 Ago 2018

China | Indústria manufactureira desacelera em Junho

A actividade da indústria manufactureira (PMI, na sigla em inglês) da China caiu em Junho três décimas comparando com período homologo de 2017, indicam dados oficiais divulgados ontem

 

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]e acordo com Zhao Qinghe, analista do Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, a indústria manufactureira foi afectada por “tufões e altas temperaturas”, o que levou algumas empresas, especialmente de mineração, a parar a produção. Outras realidades também contribuíram para este cenário, acrescentou: “o alarme da tensão comercial internacional” e o facto de algumas empresas terem entrado “na tradicional época baixa de produção”.

Este mês, a administração norte-americana impôs taxas alfandegárias de 25 por cento sobre 29 mil milhões de euros de importações chinesas, contra o que considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico.

Esta descida ligeira na actividade industrial chinesa já era esperada pelos observadores económicos, desde que os reguladores começaram a impor mais restrições aos pedidos de empréstimos bancários para estancar a crescente dívida.

Apesar das restrições, os bancos chineses concederam um valor recorde em empréstimos durante o primeiro semestre do ano, num total de 9,03 mil milhões de yuan (1,16 mil milhões de euros), segundo dados divulgados pelo Banco do Povo chinês, no dia 13 de Julho.

Na semana passada o Fundo Monetário Internacional encorajou a China a acelerar as reformas estruturais e a prestar atenção ao “crescimento insustentável” do crédito, para manter o crescimento económico ao mesmo tempo que reduz a dívida.

Segundo as autoridades chinesas, o PMI de Junho fixou-se nos 51,2 pontos, face aos 51,5 pontos registados em Junho do ano passado. Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, pelo que abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade. O índice é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda economia mundial.

Mercado medicinal

As exportações de artigos de medicina tradicional chinesa subiram em 2017 para as 358 mil toneladas, de acordo com a Câmara de Comércio da China para Importação e Exportação de Medicamentos e Produtos de Saúde.

Em 2017, a China vendeu 358 mil toneladas de produtos ligados à medicina tradicional chinesa, um aumento de 0,7 por cento em relação ao ano anterior.

O valor das exportações foi de 3,07 mil milhões de euros, um aumento de 2,1 por cento, segundo o mesmo organismo.

No ano passado, registou-se um pico na procura do Vietname por canela, bagas de goji e coptis de ervas, disse o director do departamento de medicina tradicional chinesa daquela entidade, Yu Zhibin.

Países do sudeste da Ásia, como Vietname, Malásia e Tailândia são mercados tradicionais da medicina tradicional chinesa e a procura internacional tem vindo a aumentar, disse Yu.

No ano passado, a China importou 90.983 toneladas em artigos para a medicina tradicional chinesa, um aumento de 13,62 por cento.

O longan e o ginseng secos estavam entre os principais produtos importados. A procura interna da China nesta área também está a aumentar, explicou o mesmo responsável.

1 Ago 2018

Protesto | Pais manifestam-se em Pequim após escândalo na indústria farmacêutica

[dropcap style=’circle’] D [/dropcap] iversos pais manifestaram-se ontem em Pequim, frente ao Ministério da Saúde, após a polémica das vacinas falsificadas por um laboratório chinês, um facto raro na China.

Num país onde as manifestações de protesto são raras, os manifestantes conseguiram concentrar-se na porta do ministério, carregando faixas a pedir sanções por causa do escândalo que eclodiu em meados de Julho, quando foi descoberto um processo de fabricação ilegal de vacinas anti-rábicas.
De acordo com vídeos publicados nas redes sociais, os manifestantes exigiram legislação sobre as vacinas. “Deve haver uma lei sobre vacinas”, gritavam. Um jornalista da agência France Presse chegou ao local no final da manhã, mas já não viu nenhum manifestante. A polícia geralmente intervém muito rapidamente durante incidentes desse tipo, dispersando os manifestantes.
A descoberta, em Julho, de um processo de fabricação ilegal de vacinas anti-rábicas num laboratório no nordeste do país causou polémica na opinião pública, uma situação que as autoridades não conseguiram travar, apesar de seu rígido controlo da internet e do uso das redes sociais. Uma investigação à farmacêutica confirmou que a empresa falsificou dados e usou materiais com validade expirada na produção, segundo a agência de notícias oficial chinesa. Os responsáveis da farmacêutica tentaram destruir 60 discos rígidos com dados da empresa para eliminar provas, mas a polícia conseguiu recuperar o material informático, indicaram os investigadores. Quinze pessoas foram presas, incluindo o presidente da companhia.

Sol e peneira
A Changsheng Biotech terá falsificado dados relativos a 113 mil vacinas liofilizadas contra a raiva em humanos, embora o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China tenha estimado só terem sido afectados dois em cada 100 mil inoculados em todo o país. Até agora, não se registaram reacções adversas às vacinas.
As autoridades chinesas garantiram que as vacinas defeituosas não deixaram as fábricas de Changchun Changsheng, mas muitos pais dizem que não confiam nas várias vacinas administradas aos seus filhos.
O presidente Xi Jinping foi forçado a reagir denunciando as práticas “odiosas e chocantes” da empresa farmacêutica infractora. As autoridades avançaram ainda com uma inspecção nacional aos diversos laboratórios de produção.
Embora em muitos países, a raiva esteja erradicada, na China foram registados 516 casos, apesar da incidência da doença tenha diminuído gradualmente ao longo dos anos.

31 Jul 2018

Saúde | Medicamentos para hipertensão arterial retirados do mercado

[dropcap style=’circle’] U [/dropcap] ma importante fabricante chinesa de ingredientes de Valsartan interrompeu entregas e procedeu à retirada voluntária nos mercados doméstico e estrangeiro após a detecção do carcinogéneo NDMA em alguns lotes, referiu no domingo o regulador de medicamentos do país, de acordo com a Xinhua.
De acordo com a agência oficial que cita informações prestadas pela Administração Estatal de Medicamentos (AEM), a Zhejiang Huahai Pharmaceutical tomou as medidas necessárias de acordo com os regulamentos.
A empresa é fornecedora dos ingredientes activos para o Valsartan, medicamento usado para tratar hipertensão arterial e insuficiência cardíaca.
Em 6 de Julho, a Huahai relatou ao regulador a descoberta de vestígios de NDMA (N-nitrosodimetilamina) em lotes para exportação e publicou as informações.
Actualizada sobre as avaliações de riscos publicadas por homólogos globais, a AEM examinou todas as sete fornecedores de ingredientes do Valsartan no país, incluindo a Huahai, e aprovou os produtos das outras seis.
A NDMA é classificada como um cancerígeno 2A por reguladores internacionais, incluindo europeus, significando que há uma evidência limitada de que pode causar cancro. De acordo com a Xinhua, foram tomadas medidas de precaução, como a interrupção de vendas e retirada dos medicamentos dos mercados, apesar de ser afirmado que os fármacos que contém NDMA não acarretam riscos severos para a saúde.
A AEM aconselhou que os pacientes não parem de tomar o Valsartan, a menos que recebam indicação do médico.

31 Jul 2018

ONU | Pequim constrói primeiro local de demolição controlada no Líbano

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] 17.ª força chinesa de manutenção de paz no Líbano construiu o primeiro Local de Demolição Controlada de múltiplas funções para a Força Interina das Nações Unidas no Líbano, após quase dois meses de trabalho. O local serve, entre outros propósitos, a função de detonação de minas e explosivos expirados.

Na cerimónia de abertura do Local de Demolição Controlada (CDS, em inglês) na aldeia de Naqoura, no sul do Líbano, sexta-feira, o Brigadeiro-General Shivaram Kharel, vice-comandante da UNIFIL, elogiou a contribuição das forças chinesas na construção do local de demolição.
As forças chinesas de manutenção da paz demonstraram espírito profissional genuíno e o um grande entusiasmo ao longo dos dois meses após a transferência da autoridade em Maio, disse Kharel.
O Coronel Shi Honghui, comandante do 17º contingente chinês de manutenção da paz ao Líbano, destacou o objectivo pacífico da força chinesa no Líbano. “Estamos aqui para a paz. Cumpriremos melhor as nossas missões de desminagem, construção e manutenção de infra-estruturas, além de assistência médica e humanitária, para promover a paz no sul do Líbano”, disse Shi na cerimônia.

Fora do prazo
O CDS, o primeiro do tipo no sul do Líbano desde a distribuição da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, em inglês) há 40 anos, será principalmente usado para destruir a munição com peso inferior a 25 quilos cuja validade expirou, de acordo com a secção de engenharia da UNIFIL.
O Conselho de Segurança da ONU estabeleceu a UNIFIL em 19 de Março de 1978 para monitorizar a retirada das forças israelitas do sul do Líbano. O mandato da força internacional foi expandido após a Guerra do Líbano em 2006. A partir de 2006, a China manteve a força de manutenção da paz no sul do Líbano como uma parte da UNIFIL, responsável pelas missões como desminagem, construção de projectos, resgate médico e assistência humanitária.

31 Jul 2018

TAP cumpre requisito da China sobre referências a Macau e Hong Kong como China

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] pesar de não ter recebido a carta que a Autoridade de Aviação Civil da China enviou a uma série de companhias aéreas estrangeiras para referirem Taiwan, Macau e Hong Kong como parte integrante do país, a TAP optou por fazê-lo por livre iniciativa. Em declarações ao Jornal Económico, um porta-voz da transportadora indicou que “a TAP não recebeu a carta”, mas explicou que, apesar de a companhia não voar directamente para Macau e Hong Kong, tem “oferta comercial através de acordos de code-share com companhias parceiras” e que “já cumpria o requisito” imposto pela Administração de Aviação Civil da China.

Já no caso de Taiwan – o ponto mais sensível – a questão não se chega a colocar. “A TAP não tem qualquer oferta comercial de e para aquele destino, pelo que não é pesquisável no ‘site’ [da empresa], não se colocando, por isso, a questão”, afirmou o porta-voz à mesma publicação.

Na semana passada, a Cathay Pacific, com sede em Hong Kong, tornou-se na mais recente companhia aérea a identificar Taiwan como território chinês, uma decisão tomada após receber o referido pedido da China para o efeito, passando a mencionar no seu ‘site’, tanto em inglês como em chinês, “Taiwan, China”.

A American Airlines, a maior companhia aérea do mundo, e a Delta Air Lines, a número dois do ‘ranking’, alteraram os sites de reserva online para a retirar qualquer referência a Taiwan como território não chinês, numa decisão seguida também pela United Airlines, com as três grandes transportadoras dos Estados Unidos a juntarem-se assim às europeias Lufthansa e British Airways, ou à Air Canada, entre outras.

30 Jul 2018

Coreia do Norte | Pyongyang devolve aos EUA restos mortais de soldados

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] Coreia do Norte devolveu aos Estados Unidos 55 caixas com restos mortais de soldados norte-americanos que combateram na Guerra da Coreia (1950-1953), afirmou o comando da ONU na Coreia do Sul.

De acordo com o comando da ONU, está prevista a realização de uma cerimónia na próxima quarta-feira, na base aérea de Osan, na Coreia do Sul, em homenagem às vítimas.

Para os Estados Unidos, este é um passo significativo para o retomar das operações de recuperação dos restos mortais de milhares de soldados norte-americanos que morreram a combater na guerra da Coreia. “Os restos mortais dos soldados norte-americanos vão deixar finalmente a Coreia do Norte e regressar aos Estados Unidos, depois de tantos anos. Será um grande momento para muitas famílias. Obrigado Kim Jong-un [líder norte-coreano]”, escreveu Donald Trump, na conta oficial da rede social Twitter.

De acordo com imagens transmitidas em directo pela televisão sul-coreana, um avião militar dos Estados Unidos aterrou na base aérea de Osan, antes das 12h (11h em Macau), após ter recolhido, na Coreia do Norte, restos mortais de soldados norte-americanos que combateram na Guerra da Coreia.

Frutos colhidos

A transferência dos restos mortais de antigos combatentes norte-americanos é um dos primeiros resultados da cimeira entre os líderes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a 12 de Junho passado, em Singapura.

Cerca de 7.700 soldados norte-americanos foram dados como desaparecidos durante a Guerra da Coreia, e 5.300 restos mortais estariam ainda na Coreia do Norte. Quatro milhões de pessoas morreram na sequência da Guerra da Coreia, incluindo 36.000 soldados norte-americanos.

30 Jul 2018

China | Investigação determina que vacinas foram adulteradas

[dropcap style=’circle’] U [/dropcap] ma investigação das autoridades chinesas à farmacêutica Changsheng Biotech, suspeita de ter adulterado vacinas, confirmou que a empresa falsificou dados e usou materiais com validade expirada na produção, anunciou a agência de notícias oficial chinesa. A investigação, anunciada na sexta-feira e efectuada por uma equipa do Conselho de Estado [Executivo] chinês, determinou que para reduzir custos e melhorar a produção a empresa usou fluido com validade expirada na produção de alguns produtos, falsificou dados de fabrico e realizou testes irregulares, entre outras práticas ilegais, afirmou a Xinhua.

Os responsáveis da farmacêutica tentaram destruir 60 discos rígidos com dados da empresa para eliminar provas, mas a polícia conseguiu recuperar o material informático, indicaram os investigadores.

As autoridades detiveram já 16 dirigentes Changsheng Biotech, incluindo a presidente da companhia Gao Junfang.

De acordo com o relatório preliminar, a farmacêutica inventou “de forma sistemática” registos de produção e inspecção, falsificou facturas com datas incorrectas para cumprir as exigências dos inspectores.

O regulador chinês ordenou a suspensão da produção, na sequência de uma inspecção inicial, realizada entre 6 e 8 de Julho, na qual foram detectadas irregularidades, denunciadas por um funcionário anónimo nas redes sociais chinesas. O artigo foi posteriormente censurado, mas desencadeou grande polémica.

A Changsheng Biotech terá falsificado dados relativos a 113 mil vacinas liofilizadas contra a raiva em humanos, embora o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China tenha estimado só terem sido afectados dois em cada 100 mil inoculados em todo o país. Até agora, não se registaram reacções adversas às vacinas.

Já em Outubro passado, a firma tinha sido investigada por outras 250 mil vacinas contra a difteria, tosse convulsa e tétano terem mostrado pouca eficácia. As suspeitas sobre a farmacêutica voltaram a afectar todo o sector sanitário chinês, frequentemente acusado pelos doentes de preferir os lucros económicos à saúde da população.

30 Jul 2018

Li Keqiang | Tibete deve seguir estratégia de desenvolvimento de Pequim

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] primeiro-ministro chinês afirmou esperar que o Tibete “siga as estratégias e políticas do Partido Comunista da China para conseguir desenvolvimento e prosperidade”
Li Keqiang falava durante uma visita à região autónoma do Tibete, no sudoeste do país, entre quarta e sexta-feira passadas, mas só agora divulgada pela Xinhua. O primeiro-ministro chinês deslocou-se à capital do Tibete, Lassa, bem como ao rio Yarlung Tsangpo, e às localidades de Nyingchi e Shannan, destacou a agência.
Em Lassa, o chefe do Governo chinês manifestou confiança que o Tibete “siga as estratégias e políticas do Partido Comunista da China para conseguir desenvolvimento e prosperidade, salvaguardar a unidade nacional e fortalecer a solidariedade entre etnias”, sublinhou a Xinhua.
Li visitou o famoso palácio Potala, residência tradicional dos dalai-lamas na capital da região, onde garantiu que o Governo apoiará a protecção do património cultural. Organizações de defesa dos direitos humanos no exílio acusam Pequim de reprimir a religião e a cultura tibetanas.
Outro ponto da visita à capital tibetana foi o mosteiro Jokhang, um dos mais sagrados do Tibete, afectado este ano por um incêndio.

Torre aquática
Em Nyingchi, Li Keqiang esteve em contacto com várias comunidades alvo de programas governamentais de alívio da pobreza, reuniu-se com residentes e líderes da zona e sublinhou a necessidade de promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida dos tibetanos.
No rio Yarlung Tsangpo, o primeiro-ministro conheceu iniciativas de conservação dos recursos hídricos e do ecossistema local e afirmou que o planalto tibetano é “a torre aquática da China e da Ásia”, pelo que a conservação deve ser reforçada para garantir o desenvolvimento sustentável de todo o país.
A região do Tibete está fechada à imprensa estrangeira desde as revoltas em Lassa e em outras cidades da província em 2008, nas quais se registaram pelo menos 20 mortos.
Nesta década, os principais focos de protestos ocorreram em mosteiros tibetanos no oeste da China e já fora da região autónoma do Tibete, nos quais mais de uma centena de monges ou apoiantes da causa tibetana se tentaram imolar pelo fogo para denunciar a polícia repressiva de Pequim.

30 Jul 2018

Pelo menos 10 mortos e 40 feridos em sismo na Indonésia

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos dez pessoas morreram hoje e 40 ficaram feridas na ilha indonésia de Lombok, na sequência do sismo de magnitude 6,4, disseram as autoridades.

O distrito de Lombok leste foi o mais atingido com oito mortos, incluindo um cidadão da Malásia, disse um porta-voz da Agência de Mitigação de Desastres indonésia, Sutopo Purwo Mugroho.

O número de mortos pode ainda aumentar, uma vez que os dados de outras localidades ainda estão a ser recolhidos, acrescentou.

O sismo desencadeou um aluimento de terra no monte Rinjani e as autoridades ainda estão a avaliar o impacto.

O mesmo porta-voz tinha indicado anteriormente três mortos e 12 feridos, na sequência do sismo que abalou a ilha de Lombok, um destino turístico popular, próximo de Bali, na Indonésia, disseram as autoridades.

O arquipélago da Indonésia, com milhares de ilhas, situa-se no chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma zona de elevada atividade sísmica e vulcânica.

Em Dezembro de 2004, um sismo de magnitude 9,1, registado ao largo da ilha de Samatra, desencadeou um ‘tsunami’ que matou 230 mil pessoas em mais de dez países.

29 Jul 2018

Investigação oficial chinesa determina que vacinas foram adulteradas

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma investigação das autoridades chinesas à farmacêutica Changsheng Biotech, suspeita de ter adulterado vacinas, confirmou que a empresa falsificou dados e usou materiais com validade expirada na produção, anunciou a agência de notícias oficial chinesa.

A investigação, anunciada na sexta-feira e efetuada por uma equipa do Conselho de Estado [Executivo] chinês, determinou que para reduzir custos e melhorar a produção a empresa usou fluido com validade expirada na produção de alguns produtos, falsificou dados de fabrico e realizou testes irregulares, entre outras práticas ilegais, afirmou a Xinhua.

Os responsáveis da farmacêutica tentaram destruir 60 discos rígidos com dados da empresa para eliminar provas, mas a polícia conseguiu recuperar o material informático, indicaram os investigadores.

As autoridades detiveram já 16 dirigentes Changsheng Biotech, incluindo a presidente da companhia Gao Junfang.

De acordo com o relatório preliminar, a farmacêutica inventou “de forma sistemática” registou de produção e inspeção, falsificou faturas com datas incorretas para cumprir as exigências dos inspetores.

O regulador chinês ordenou a suspensão da produção, na sequência de uma inspeção inicial, realizada entre 06 e 08 de julho, na qual foram detetadas irregularidades, denunciadas por um funcionário anónimo nas redes sociais chinesas. O artigo foi posteriormente censurado, mas desencadeou grande polémica.

A Changsheng Biotech terá falsificado dados relativos a 113 mil vacinas liofilizadas contra a raiva em humanos, embora o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China tenha estimado só terem sido afetados dois em cada 100 mil inoculados em todo o país. Até agora, não se registaram reações adversas às vacinas.

Já em outubro passado, a firma tinha sido investigada por outras 250 mil vacinas contra a difteria, tosse convulsa e tétano terem mostrado pouca eficácia.

As suspeitas sobre a farmacêutica voltaram a afetar todo o setor sanitário chinês, frequentemente acusado pelos doentes de preferir os lucros económicos à saúde da população.

O Presidente chinês, Xi Jinping, repudiou de imediato as práticas “odiosas e chocantes” da empresa e exigiu uma investigação profunda do caso, para tentar recuperar a confiança da opinião pública.

Embora em muitos países, a raiva esteja erradicada, na China foram registados 516 casos, apesar da incidência da doença tenha diminuído gradualmente ao longo dos anos.

29 Jul 2018

Taiwan denuncia movimentos de Pequim para isolar a ilha

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s autoridades de Taiwan denunciaram ontem os últimos movimentos da China para aumentar, segundo as autoridades da ilha, o seu isolamento global. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Andrew Lee, disse ontem que nenhum taiwanês aceitaria medidas chinesas para “destruir a soberania de Taiwan”.

Os chineses têm forçado as companhias aéreas internacionais a deixarem de referir-se a Taiwan como um país separado da China nos seus portais na Internet. Um número crescente de empresas internacionais, como a australiana Qantas, a Cathay Pacific (Hong Kong) e a Singapore Airlines, já se refere a Taiwan como pertencente à China.

Washington denunciou recentemente como um “absurdo orwelliano” as exigências de Pequim, numa referência ao escritor britânico George Orwell, cujas obras denunciam o totalitarismo e a vigilância dos indivíduos.

Os chineses também teriam levado o Comité Olímpico da Ásia a retirar o direito da ilha de sediar uma competição de jovens. Tais movimentos visariam aumentar o isolamento de Taiwan e estimular o país a uma união política com a China.

Taiwan já foi excluído das Nações Unidas e de outras grandes organizações internacionais e a China vem progressivamente atraindo países que mantinham relações diplomáticas com Taiwan.

Além destes passos, Pequim intensificou as suas ameaças militares, combinadas com incentivos económicos destinados a atrair os jovens talentosos da área da alta tecnologia de Taiwan.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo Governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território e não uma entidade política soberana.

Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que decorreu em Outubro passado, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan.

27 Jul 2018

Emirados Árabes Unidos | Quase um milhar de filipinos repatriados

Cerca de um milhar de trabalhadores filipinos vítimas de abusos laborais e de exploração foram repatriados dos Emirados Árabes Unidos desde o início do ano, anunciou ontem o Departamento de Assuntos Exteriores das Filipinas

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]esde Janeiro regressaram ao arquipélago do Sudeste Asiático 969 filipinos, dos 777 que se refugiaram na embaixada do país em Abu Dhabi e no consulado no Dubai. “Condeno firmemente os abusos que estão a sofrer os nossos trabalhadores no exterior às mãos dos seus empregadores”, disse o secretário de Assuntos Exteriores filipino, Alan Peter Cayetano, em comunicado.

De acordo com dados oficiais, 643 mil filipinos trabalham nos Emirados Árabes Unidos, a maioria dos quais em Abu Dhabi e no Dubai. O número real deve ser mais elevado se forem tidos em conta milhares de trabalhadores em situação irregular.

Nesses países, as mulheres trabalham como empregadas domésticas e os homens na construção, em condições frequentemente precárias e sem garantias laborais. “Quando ocorrerem estes abusos, o Departamento de Assuntos Exteriores actuará de maneira decisiva para proteger os nossos cidadãos e para os trazer de volta a casa”, indicou Cayetano.

Na passada segunda-feira, no discurso anual sobre o Estado da Nação, o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, sublinhou que “o bem-estar dos filipinos no estrangeiro é a principal política externa” do Governo.

Falso emprego

A polémica sobre os abusos e maus-tratos sofridos pelas empregadas domésticas filipinas no estrangeiro subiu de tom em Fevereiro passado, quando se encontrou o cadáver de Joana Demafelis, de 29 anos, há já um ano desaparecida, no congelador da casa dos seus empregadores no Kuwait. O caso levou Duterte a proibir o envio de trabalhadores para o Kuwait, que retaliou com a expulsão do embaixador filipino. Em Maio, os dois países normalizaram a situação e a restrição foi levantada.

Para travar estes abusos e a proliferação de ofertas falsas de emprego, as autoridades filipinas lançaram agora uma plataforma ‘online’ para que cerca de três mil emigrantes, que saem diariamente do país possam classificar o tratamento das agências de emprego.

Cerca de dez milhões de filipinos são trabalhadores emigrantes e o envio das remessas é fundamental para a economia do arquipélago.

27 Jul 2018

Saúde | Ordenada inspecção geral às empresas produtoras de vacinas

A China ordenou uma inspecção geral às empresas que produzem vacinas, numa resposta ao recente escândalo de vacinas defeituosas contra a raiva fabricadas por um dos maiores laboratórios do país

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]e acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, várias equipas vão investigar minuciosamente todo o processo e toda a cadeia de produção de vacinas de todos os produtores chineses, na sequência de uma ordem emitida na quarta-feira à noite pela Administração de Alimentos e Medicamentos da China (CFDA).

Estas equipas “vão inspeccionar de alto a baixo todo o processo e a cadeia de produção de todos os fabricantes de vacinas”, garantiu a CFDA, em comunicado. Na semana passada, a CFDA acusou o laboratório farmacêutico Changchun Changsheng, um dos maiores produtores de vacinas do país, de falsificar registos de produção de cerca de 113 mil vacinas contra raiva, além de distribuir mais de 250 mil doses defeituosas contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa.

De acordo com as autoridades, os dados de fabrico da vacina contra a raiva foram falsificados e os parâmetros de produção alterados. O escândalo suscitou uma reacção imediata na China, onde numerosos pais manifestaram a sua preocupação através das redes sociais.

Garantia e desconfiança

O Presidente chinês, Xi Jinping, repudiou de imediato as práticas “odiosas e chocantes” da empresa e exigiu uma investigação profunda do caso. Na terça-feira, a polícia da cidade de Changchun (nordeste) deteve 15 pessoas, incluindo a directora da empresa, com sede no nordeste da China.

As autoridades garantiram que as vacinas adulteradas não saíram das fábricas da Changchun Changsheng. Mas o caso põe em causa o regulador e aumenta a desconfiança nos consumidores, já abalados com vários escândalos alimentares e sanitários ocorridos nos últimos anos.

27 Jul 2018

FMI diz que “não há provas” de manipulação de divisas pela China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Maurice Obstfeld, afirmou que “não há qualquer prova” de manipulação da sua divisa por parte da China.

Estas afirmações surgem depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter acusado na passada sexta-feira a União Europeia e a China de manipularem as suas divisas.

“A China, a União Europeia e outros manipulam as suas moedas baixando as taxas de juro, enquanto os Estados Unidos aumentam as taxas com o dólar a tornar-se mais forte todos os dias o que degrada a nossa competitividade”, afirmou Trump na rede social Twitter.

Em declarações ao canal televisivo CNBC, Obstfeld declarou que “não há provas de manipulação” nos movimentos de divisas constatados recentemente.

Maurice Obstfeld indicou que o relatório do departamento do Tesouro norte-americano chegou “à mesma conclusão”.

Em meados de abril, o departamento do Tesouro considerou que a China não manipulava a sua moeda, mas colocou sob vigilância o país.

26 Jul 2018