Hoje Macau China / ÁsiaVenezuela | Pequim apoia Maduro e condena “intromissão” americana A China expressou ontem apoio ao Governo venezuelano liderado por Nicolas Maduro e lamentou a “intromissão nos assuntos internos” do país pelos Estados Unidos, depois de Washington ter reconhecido o líder provisório auto-proclamado, Juan Guaidó [dropcap]”A[/dropcap] China apoia os esforços do Governo da Venezuela para manter a sua soberania, independência e estabilidade”, afirmou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. Questionada sobre se Pequim continua a apoiar Maduro, Hua lembrou que, “em 10 de Janeiro, a China, e muitos outros países e organizações internacionais, enviaram representantes à cerimónia de posse do Presidente”. A porta-voz lembrou ainda que Pequim “se opõe à interferência nos assuntos internos da Venezuela” e espera que a comunidade internacional faça “esforços nesse sentido”. Hua expressou o desejo de Pequim de que “as partes na Venezuela procedam de acordo com os interesses fundamentais da nação e do povo, sob a premissa do respeito pela Constituição, para resolver as diferenças políticas, através do diálogo e da consulta”. Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas. “Levantemos a mão: Hoje, 23 de Janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação [da Presidência da República], um Governo de transição e eleições livres”, declarou, num dia marcado por protestos contra Nicolás Maduro por todo o país que fizeram pelo menos sete mortos. O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 3 de Janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país. Tempo que foge Nicolás Maduro iniciou a 10 de Janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela maior parte da comunidade internacional. Em 15 de Janeiro, numa coluna de opinião publicada no diário norte-americano The Washington Post, Juan Guaidó invocou artigos da Constituição que instam os venezuelanos a rejeitar os regimes que não respeitem os valores democráticos, declarando-se “em condições e disposto a ocupar as funções de Presidente interino com o objectivo de organizar eleições livres e justas”. Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e quase toda a América Latina, à excepção de México, Bolívia e Cuba, e da Rússia – que se mantêm ao lado de Maduro, que consideram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela -, já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela. Por seu lado, a União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que “os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados” e instando à “abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional”. Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela “vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro “compreenda que o seu tempo acabou” e apelou para a realização de “eleições livres”. A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Hoje Macau China / ÁsiaFórum Davos | China e Estados Unidos “indispensáveis um ao outro”, disse Wang Qishan [dropcap]O[/dropcap] vice-presidente chinês, Wang Qishan, assegurou hoje, em Davos, que a China e os Estados Unidos são “indispensáveis um ao outro”, num momento em que as duas maiores potências económicas do mundo prosseguem negociações comerciais de elevado risco. Wang Qishan, que este ano lidera a delegação chinesa ao Fórum Económico Mundial, declarou que as duas primeiras economias mundiais “são indispensáveis uma à outra” e apelou a estabelecimento de uma relação “ganhador-ganhador”. “Qualquer confrontação é nefasta para os interesses das duas partes”, considerou ainda. Os mercados registaram na terça-feira uma actividade febril e relacionada com as discussões destinadas a pôr termo à guerra comercial. Em causa informações dos media, segundo as quais a administração norte-americana recusou promover esta semana, em Washington, reuniões com enviados chineses. A Casa Branca desmentiu. E ontem, a agência Bloomberg publicava pelo contrário uma informação mais encorajante, ao anunciar que a China poderá adquirir até sete milhões de toneladas de trigo norte-americano. O chefe da delegação de Pequim a Davos também considerou que o crescimento chinês, que em 2018 caiu para o nível mais baixo em quase 30 anos, não permanece menos “significativo”, com 6,6%. E considerou que o número “não é de todo baixo”. Os sinais contraditórios em torno da conjuntura chinesa têm dominado parte considerável das discussões em Davos e onde até ao fim de semana, à semelhança do que sucede anualmente, se reúne a elite da economia e da finança mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaMotor de busca Bing, da Microsoft, inacessível na China [dropcap]O[/dropcap] motor de busca Bing, detido pela Microsoft, deixou hoje de funcionar na China, num impedimento que a gigante tecnológica norte-americana está a analisar, enquanto as autoridades chinesas não confirmaram tratar-se de um bloqueio intencional. Uma tentativa de abrir o Bing, a partir de um servidor na China continental, dá o resultado “A ligação expirou”, à semelhança do que acontece com outros portais bloqueados pelas autoridades chinesas, como o motor de busca da Google. Nas redes sociais, o jornal oficial Global Times revelou que a empresa fundada por Bill Gates está a “procurar o motivo” para a súbita inacessibilidade. A China, o país com mais internautas no mundo (cerca de 700 milhões), é também um dos Estados que exercem maior controlo sobre o conteúdo ‘online’. Facebook, Twitter ou WhatsApp estão bloqueados na China, mas o país tem as suas próprias redes sociais – o Wechat ou o Weibo -, que contam com centenas de milhões de utilizadores. O Google e ferramentas relacionadas estão bloqueados desde 2010, quando a empresa norte-americana e o Governo chinês não conseguiram chegar a um acordo sobre como deveria o motor de busca operar no país. Mas segundo a imprensa norte-americana, o Google planeia relançar um motor de busca na China, com resultados censurados, para atender às exigências das autoridades. A revelação levou o CEO da marca, Sundar Pichai, a testemunhar perante o Congresso dos EUA, onde negou que a gigante tecnológica tenha planos para operar na China, e afirmou que a empresa apoia a “liberdade de expressão e os direitos humanos”. Pequim argumenta que a “criação de uma Internet limpa e justa” e a noção de “soberania do ciberespaço” são essenciais para a estabilidade política e segurança nacional. Num discurso proferido em 2013, o presidente chinês, Xi Jinping, acusou “as forças ocidentais hostis à China” de usar a Internet para atacar o país. “Ganhar a luta no campo de batalha da Internet é crucial para a segurança da ideologia e do regime do nosso país”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Detidos pelo menos 12 activistas envolvidos em questões laborais [dropcap]P[/dropcap]elo menos 12 militantes e activistas envolvidos na defesa dos direitos dos trabalhadores, incluindo estudantes, foram presos recentemente na China, de acordo com os dados de diversas ONG ontem recolhidas pela agência noticiosa AFP. Nos últimos anos reforçou-se um novo fenómeno de militância no país, em que os estudantes se juntam aos sindicatos, apesar das pressões da universidade e da polícia. O “Grupo de solidariedade dos trabalhadores da empresa Jasic”, uma organização de defesa dos assalariados e que inclui estudantes, revelou que pelo menos sete estudantes ou diplomados de duas universidades de Pequim foram “levados” pela polícia na segunda-feira. Foram detidos após terem publicado comunicados acusando as forças da ordem de terem filmado “confissões” de estudantes já detidos pela sua actividade militante. Por sua vez, cinco militantes defensores dos direitos dos trabalhadores foram presos no domingo pela polícia de Shenzhen, devido ao seu activismo sindical, assinalou o China Labour Bulletin, uma associação de defesa dos trabalhadores com sede em Hong Kong. Dois dos presos são acusados de “perturbação da ordem pública”, disse a mesma fonte. A AFP não obteve a confirmação imediata das informações destas duas organizações, nem a eventual ligação entre estas duas acções policiais. As universidades e a polícia das cidades referidas também não comentaram no imediato estas informações.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Eleições marcadas para 24 de Março [dropcap]A[/dropcap] Tailândia vai realizar eleições gerais em 24 de Março, as primeiras desde que os militares tomaram o poder num golpe de Estado em Maio de 2014, anunciou ontem a Comissão Eleitoral. “Um acordo foi alcançado para definir a data das eleições para o dia 24 de Março”, indicou a Comissão Eleitoral numa conferência de imprensa. O director do órgão eleitoral, Ittiporn Boonpracong, referiu que os partidos têm entre 4 e 8 de Fevereiro para registar os seus candidatos às eleições. Na votação, serão eleitos 500 membros do futuro parlamento da Tailândia, que por sua vez vão eleger o próximo primeiro-ministro. O Governo militar sugeriu ontem à Comissão Eleitoral para não escolher uma data próxima da coroação do rei, marcada de 4 a 6 de Maio, “um evento histórico extraordinário”. O anúncio das eleições acontece após a publicação do decreto, assinado pelo rei Vajiralongkorn e recolhido pelo Royal Gazette – o jornal oficial da Tailândia – que instou o órgão eleitoral a marcar uma data. O exército tailandês, liderado por Prayut Chan-ocha, actual primeiro-ministro, assumiu o poder em 22 de Maio de 2014 com a promessa de acabar com a corrupção, com a crise política no país e realizar eleições o mais rápido possível, uma promessa que foi adiada várias vezes.
Hoje Macau China / ÁsiaMcDonald’s pede desculpa na China após identificar Taiwan como país em anúncio [dropcap]A[/dropcap] cadeia de hambúrgueres norte-americana McDonald’s pediu hoje desculpa pelo seu mais recente anúncio publicitário, criticado por internautas chineses por retratar Taiwan como um país, em mais uma disputa com uma multinacional devido ao estatuto da ilha. Num anúncio publicitário, exibido em Taiwan pela primeira vez em 6 de Janeiro, um clipe de dois segundos mostra um cartão de identificação de um estudante, no qual Taiwan é identificado como um país. A imagem foi prontamente denunciada nas redes sociais chinesas, suscitando críticas pelos internautas. “A nacionalidade deveria ser China! O que é Taiwan? Uma província. Por favor, ponham-se no vosso lugar”, lê-se num comentário no WeChat, o Whatsapp chinês. “O McDonald’s difundiu isto claramente para 1,3 mil milhões de chineses verem. Qual é o significado? Apoiar a independência de Taiwan?”, questionou outro internauta. Esta semana, a empresa divulgou um pedido de desculpas no Weibo, o Twitter chinês, afirmando que o anúncio foi feito por uma agência taiwanesa e que foi já retirado. “A agência de publicidade não fez verificações rigorosas sobre as cenas e isso causou um mal-entendido, que lamentamos profundamente”, lê-se. “Sempre apoiaremos a política de ‘Uma só China’, e continuaremos a defender a soberania territorial do país”, acrescentou a multinacional norte-americana. O princípio ‘Uma só China’ é visto por Pequim como garantia de que Taiwan é parte do seu território, apesar de cada lado fazer a sua própria interpretação desse princípio. Pequim considera Taiwan uma província chinesa e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência. Já Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista (PCC) tomar o poder no continente, em 1949, assume-se como República da China. Pequim e Taipé concordam, no entanto, que existe uma só China. No ano passado, dezenas de companhias áreas passaram a referir-se a Taiwan como parte da República Popular da China, cumprindo com as exigências de Pequim. British Airways, Lufthansa e Air Canada foram algumas das companhias que passaram a referir-se a Taiwan como parte da China. A adopção de “Taiwan, China” ou “Taiwan, República Popular da China” nos portais electrónicos e mapas das companhias aéreas representa outra vitória nos esforços do PCC em forçar empresas estrangeiras a aderir à sua visão geopolítica, mesmo em operações fora do país. Também a japonesa Muji ou a espanhola Zara foram alvo de críticas de Pequim por identificaram Taiwan como país nas suas etiquetas ou portais electrónicos.
Diana do Mar China / ÁsiaComércio entre a China e os países de língua portuguesa subiu 25,27 por cento até Novembro [dropcap]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa atingiram 134,98 mil milhões de dólares nos primeiros 11 meses do ano passado, traduzindo um aumento de 25,27 por cento comparativamente ao período homólogo de 2017. Dados dos Serviços de Alfândega da China, publicados na segunda-feira no portal do Fórum Macau, indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 96,67 mil milhões de dólares – mais 29,31 por cento – e vendeu produtos no valor de 38,31 mil milhões de dólares – mais 16,10 por cento em termos anuais homólogos. O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 101,55 mil milhões de patacas, mais 26,89 por cento do que nos primeiros 11 meses de 2017. As exportações da China para o Brasil atingiram 30,88 mil milhões de dólares, reflectindo um aumento de 17,65 por cento; enquanto as importações totalizaram 70,66 mil milhões de dólares, mais 31,40 por cento em termos anuais homólogos. Com Angola, o segundo parceiro lusófono da China, as trocas comerciais cresceram 22,78 por cento, atingindo 25,36 mil milhões de dólares. Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 2,04 mil milhões de dólares – menos 2,36 por cento – e comprou mercadorias avaliadas em 23,31 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 25,62 por cento. Com Portugal, terceiro parceiro da China no universo dos países de língua portuguesa, o comércio bilateral entre Janeiro e Novembro do ano passado cifrou-se em 5,53 mil milhões de dólares – mais 7,49 por cento – numa balança comercial favorável a Pequim. A China vendeu a Lisboa bens na ordem de 3,44 mil milhões de dólares – mais 7,05 por cento – e comprou produtos avaliados em 2,08 mil milhões de dólares, mais 8,23 por cento face aos primeiros 11 meses de 2017. Nos primeiros 11 meses do ano passado, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa ultrapassaram já o apurado no cômputo de 2017, ano em que o comércio sino-lusófono foi de 117,58 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaONG diz que Hong Kong deve fazer mais para combater tráfico de animais [dropcap]U[/dropcap]ma organização não-governamental advertiu ontem as autoridades de Hong Kong a fazerem mais contra o tráfico de animais selvagens, num território que tem cerca de 25% do total de apreensões mundiais de marfim nos últimos dez anos. “Há falta de investigações policiais sobre crimes contra os animais selvagens”, disse a professora da Faculdade de Direito de Hong Kong, uma das autoras do relatório “A lei de Hong Kong não considera o tráfico de vida selvagem um crime”, divulgado pela Hong Kong Wildlife Trade Working Group (HKWTWG). De acordo com esta organização, uma coligação de associações do território, nos últimos dez anos um quinto das apreensões mundiais de marfim e quase metade das apreensões de pangolin registaram-se na antiga colónia britânica. Apesar dos números significativos, o contrabando de animais selvagens não é punível sob a legislação do crime organizado, como o tráfico de drogas ou tríades, e as multas impostas aos contrabandistas não são suficientemente pesadas, apontou a ONG. Tristes números De acordo com o relatório, desde 2013, com base nas apreensões feitas em Hong Kong, os investigadores estimam que três mil elefantes, 65 mil pangolins e 51 rinocerontes foram mortos por traficantes. Hong Kong tem desempenhado o papel de porta de entrada para a China continental, onde a procura órgãos de espécies ameaçadas é enorme. A China é já um dos principais destinos para partes de animais em risco de extinção, incluindo marfim e pele de elefante, ou carne e escamas de pangolim. Segundo os Serviços de Alfândega de Hong Kong, o tráfico de animais aumentou em 1.600% nos últimos dez anos. O número de espécies ameaçadas contrabandeadas aumentou em 57%. No final de 2017, a China proibiu as vendas de marfim. Já Hong Kong decidiu aboli-las um ano depois, progressivamente, até 2021. Hong Kong endureceu recentemente as penas para contrabando de animais selvagens, cuja moldura penal é até dez anos de prisão e dez milhões de dólares de Hong Kong em multa.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping | Alerta para imprevistos que podem prejudicar reformas [dropcap]O[/dropcap] Presidente da China, Xi Jinping, alertou para “cisnes negros” e “rinocerontes cinzentos”, susceptíveis de prejudicarem o processo de reformas estruturais encetado pela liderança do país, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. “Precisamos de manter um alto grau de vigilância, devemos estar atentos a qualquer ‘cisne negro’ e também adotar medidas para evitar os ‘rinocerontes cinzentos'”, afirmou Xi, num discurso feito durante a abertura de uma Sessão de Estudos na Escola do Partido Comunista Chinês (PCC). Um “cisne negro” refere-se a um evento imprevisto, que geralmente tem consequências extremas, enquanto “rinocerontes cinzentos” significam uma ameaça óbvia, mas ignorada. O líder chinês exortou os altos quadros do PCC a “fortalecerem a sua capacidade”, visando “prevenir e reduzir” esses riscos, para “garantir um desenvolvimento económico sustentável e saudável” e a “estabilidade social”. Xi considerou que o PCC deve “reconhecer plenamente” a “intensidade e gravidade” dos potenciais perigos, como a “falta de unidade, incompetência, distanciamento face ao povo, inação e corrupção”. “Há eventos imprevisíveis e um ambiente externo complicado e sensível. A nossa tarefa é manter a estabilidade, à medida que prosseguimos com as nossas reformas”, vincou.
Hoje Macau China / ÁsiaAcadémicos e diplomatas pedem à China libertação de canadianos O documento, assinado por mais de cem individualidades, enaltece o papel dos dois canadianos no desenvolvimento e criação de laços entre a China e o resto do mundo e deixa o aviso de que estas detenções vêm minar a confiança de quem tem a China como objecto de estudo e necessita de visitar o país [dropcap]M[/dropcap]ais de cem académicos e antigos diplomatas pediram à China que liberte dois canadianos, detidos numa aparente retaliação pela prisão da directora financeira da Huawei no Canadá, na sequência de um pedido dos Estados Unidos. De acordo com a petição, assinada por especialistas sobre a China e dirigida ao Presidente chinês, as detenções dos dois canadianos, por “prejudicarem a segurança nacional da China”, são um sinal preocupante para aqueles que fazem pesquisa sobre o país. Em Dezembro passado, Meng Wanzhou, directora financeira da Huawei, foi detida em Vancouver, a pedido dos EUA, por suspeita de que o grupo de telecomunicações chinês tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as leis norte-americanas. Após terem ameaçado o Canadá com “graves consequências”, caso não libertasse Meng, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig, antigo diplomata canadiano, e Michael Spavor, empresário que organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte. Um tribunal no norte da China anunciou ainda a repetição do julgamento do canadiano Robert Lloyd Schellenberg, condenado, em 2016, a 15 anos de prisão, por tráfico de droga. Na semana passada, no último veredicto, o tribunal condenou Schellenberg à pena de morte. Desconfiança geral Divulgada na segunda-feira, a carta lembrou que Kovrig é um ex-diplomata, a desenvolver pesquisas sobre a Ásia, na unidade de investigação do International Crisis Group, e que Spavor dedicou a vida a construir relacionamentos entre a Coreia do Norte, China, Canadá e os EUA. O documento enalteceu o papel de ambos na construção de pontes, entre a China e o mundo, e afirmou que as detenções vão levar os especialistas a avaliar com “mais cautela” se devem visitar o país. “Os encontros e os intercâmbios constituem as bases de uma pesquisa rigorosa e da diplomacia, em todo o mundo, inclusive para os académicos e diplomatas chineses”, segundo o texto. “As detenções de Kovrig e Spavor enviam a mensagem de que este tipo de trabalho construtivo não é bem-vindo e é mesmo arriscado na China”, apontou. A carta lembrou que as prisões vão dar origem a “menos diálogo e maior desconfiança, além de minarem os esforços para gerir desentendimentos e identificar pontos em comum”. Assim, “a China e o resto do mundo vão ficar em pior situação”. Altos signatários Mais de 20 diplomatas, oriundos de sete países, e mais de cem académicos e investigadores, oriundos de 19 países, assinaram a petição. O ex-embaixador do Canadá na China Guy Saint-Jacques assinou a carta, e afirmou que Otava está a trabalhar para obter apoio internacional neste caso. “Isso será notado em Pequim, e espero que fique claro para [os líderes chineses] que as prisões de Kovrig e Spavor não são apenas um problema entre a China e o Canadá, mas também têm um impacto na imagem e na reputação da China”, afirmou. Os signatários incluem ainda os ex-ministros dos Negócios Estrangeiros de Inglaterra e da Austrália Malcolm Rifkind e Gareth Evans, respectivamente, e o antigo governador britânico em Hong Kong Chris Patten. O ex-embaixador dos EUA na China Winston Lord e o antigo Secretário do Comércio norte-americano Gary Locke também assinaram o documento. Pequim | Liberdade para Meng Wanzhou A China pediu ontem aos Estados Unidos que não apresentem um pedido formal de extradição da directora financeira do grupo chinês de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, que permanece sob vigilância no Canadá. “Pedimos ao Canadá que a liberte imediatamente e que proteja os seus direitos e interesses legítimos, e aos EUA que cancelem o mandado de prisão e não apresentem qualquer pedido formal de extradição ao Canadá”, afirmou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. O embaixador canadiano nos EUA revelou a intenção de Washington de solicitar formalmente a extradição de Meng, processo cujo prazo expira em 30 de Janeiro, avançou ontem a imprensa canadiana. “Nós responderemos em consonância com qualquer acção adicional tomada pelo lado americano”, disse a porta-voz, alertando que “cada lado deve assumir responsabilidades pelo que faz”.
Hoje Macau China / Ásia“Alpinista de biquiní’ morre em Taiwan após queda em desfiladeiro [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Taiwan anunciaram hoje terem encontrado o corpo de uma montanhista que se tornou conhecida nas redes sociais por tirar fotos em biquíni no topo das montanhas e que tinha caído de um desfiladeiro no sábado. Gigi Wu, 36, apelidada de ‘alpinista de biquíni’ pelos seus seguidores, usou um telefone via satélite no sábado para avisar os amigos que tinha caído num desfiladeiro no Parque Nacional de Yushan em Taiwan e que se encontrava gravemente ferida. Segundo as autoridades, que encontraram Wu sem vida na segunda-feira, a montanhista disse aos seus amigos que caíra de uma altura de 20 a 30 metros e que não conseguiu mover a parte inferior do corpo, tendo morrido, aparentemente, de hipotermia. Taiwan tem muitas montanhas que frequentemente ultrapassam três mil metros. No inverno, as temperaturas caem regularmente abaixo de zero. Gigi Wu é o caso mais recente de uma série de aventureiros de redes sociais que conheceram um desfecho fatal. Em Outubro de 2018, o “Journal of Family Medicine e Primary Care” informou que cerca de 260 pessoas morreram no mundo nos últimos anos a tentarem tirar uma fotografia de si próprias, conhecida como uma ‘selfie’. A jovem formou um grande grupo de seguidores, publicando auto-retratos em biquíni quando chegava ao alto das montanhas, depois de subir em roupas de caminhada.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Shinzo Abe em Moscovo para discutir ilhas disputadas com Rússia [dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro do Japão viajou ontem para Moscovo, em visita oficial, para tentar resolver o impasse sobre as ilhas Curilas, no Pacífico, disputadas entre os dois países há mais de sete décadas. “As negociações com a Rússia estão pendentes há 70 anos e não serão fáceis”, disse Shinzo Abe aos jornalistas antes de embarcar no avião que o levará a Moscovo, onde se encontrará com o Presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira. Moscovo e Tóquio estão há mais de sete décadas sem assinar o tratado de paz depois do conflito armado devido ao contencioso territorial sobre quatro ilhas, retiradas ao Japão pela então União Soviética. “Quero falar honestamente com Putin para poder avançar o máximo possível na negociação do tratado de paz”, sublinhou o primeiro-ministro nipónico. As negociações não se adivinham nada fáceis. Na semana passada, O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, insistiu que o Japão deve reconhecer que as disputadas ilhas Curilas, no Pacífico, são parte do território russo como ponto de partida para as negociações. A declaração do ministro russo, depois de conversações com o seu homólogo japonês, Taro Kono, reflectem os esforços de Moscovo para moderar as expectativas japonesas de um acordo iminente.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinos muçulmanos em referendo que pode terminar com conflito separatista [dropcap]M[/dropcap]ais de dois milhões de filipinos da comunidade de maioria muçulmana no sul do país foram ontem chamados a participar num referendo para tornar esta região mais autónoma, como solução para acabar com cinco décadas de conflito. O porta-voz da comissão eleitoral James Jimenez afirmou que “o início do processo eleitoral parece estar a desenrolar-se bem”, logo após a abertura das mesas de voto, onde cerca de 2,1 milhões de filipinos podiam votar. A votação centrou-se nas províncias de Basilan, Lanao del Sur, Maguindanao, Sulu e Tawi-Tawi, que compõem a Região Autónoma Muçulmana de Mindanao (ARMM), que resultam do armistício de 1996 com a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI). No referendo é pedida aprovação da lei orgânica de Bangsamoro, assinada em Julho pelo Presidente filipino, Rodrigo Duterte, que vai pôr em prática o acordo de paz alcançado em 2014 com a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI). Maior grupo rebelde muçulmano do país, a FMLI vai governar Bangsamoro, depois de ter deposto as armas e renunciado às aspirações independentistas. Esta lei é vista como a solução para a paz no sul do arquipélago, que viveu cinco décadas de conflito armado e onde continuam a actuar milícias de grupos extremistas como o Abu Sayyaf, os Lutadores pela Libertação Islâmica de Bangsamoro, ou o Grupo Maute, opostos a qualquer acordo de paz. Fundado em 1991 por alguns ex-combatentes da guerra do Afeganistão contra a antiga União Soviética, são atribuídos ao Abu Sayyaf alguns dos mais sangrentos atentados dos últimos anos nas Filipinas e vários sequestros com os quais se financia. Em 6 de Fevereiro é a vez dos cerca de 600.000 habitantes de Lanao del Norte decidirem pela aprovação, ou não, da lei orgânica de Bangsamoro. Com 20 milhões de habitantes, cerca de 20% dos quais muçulmanos, Mindanao tem sido cenário, há décadas, de conflitos entre o Governo e grupos extremistas islâmicos, bem como a guerrilha comunista do Novo Exército do Povo.
Hoje Macau China / ÁsiaPopulação chinesa chega a 1.395 milhões de habitantes A China registou em 2018 o menor número de nascimentos desde o ano 2000. Apesar do fim da política do filho único, em 2016, e dos incentivos à natalidade, a população activa continua estagnada e o números de habitantes do sexo masculino traduzem ainda um excedente de 30 milhões [dropcap]A[/dropcap] população da China aumentou 15,23 milhões, para 1.395 milhões de habitantes, em 2018, segundo dados oficiais ontem divulgados, prolongando a contínua queda na taxa de natalidade do país mais populoso do mundo. Trata-se do número de nascimentos mais baixo desde 2000 e um abrandamento de 3,81%, face ao ano anterior, apesar de Pequim ter abolido a política de filho único, em 2016. O país onde vive cerca de 18% da humanidade, aboliu a 1 de Janeiro de 2016 a política de “um casal, um filho”, pondo fim a um rígido controlo da natalidade que durava desde 1980. Pelas contas do Governo, sem aquela política, a China teria hoje quase 1.700 milhões. Mas a população em idade activa estagnou, enquanto o rácio de dependência – o número de trabalhadores em relação à população que não trabalha (sobretudo crianças e reformados) – continua a aumentar. As autoridades chinesas estimam que a população do país atingirá o pico de 1,442 milhões, em 2029, e que entrará em declínio no ano seguinte. Entretanto, e fruto da tradição feudal que dá preferência a filhos do sexo masculino, a política de filho único gerou um excedente de 30 milhões de homens. Segundo a actual política de natalidade, que substituiu a de “um casal, um filho”, a maioria dos casais chineses pode ter apenas duas crianças. Em 2016, o primeiro ano desde a abolição da política de filho único, o número de nascimentos aumentou, de 16,55 milhões, no ano anterior, para 17,86 milhões. Desde então, a taxa de natalidade caiu sucessivamente, apesar de Pequim ter deixado de promover abortos forçados e multas, e passando a oferecer incentivos à natalidade. Em 2017, o número total de nascimentos fixou-se em 17,23 milhões, menos 630.000 do que no ano anterior. Índia a crescer O cuidado com os idosos passou a ser uma preocupação crescente do governo, já que a percentagem de população em idade activa continua a cair. Segundo especialistas, a queda no número de nascimentos deve-se sobretudo à redução no número de mulheres em idade fértil, um grupo que perde entre cinco e seis milhões de pessoas por ano, e aos altos custos e falta de tempo para criar uma criança. A actual restrição de dois filhos pode assim vir a ser também abolida, permitindo que as famílias tenham vários filhos, pela primeira vez em décadas. Mas apesar das projecções de declínio no país mais populoso do mundo, as Nações Unidas estimam que a população global continue a crescer. Um relatório de 2017 estima que, em 2030, chegue aos 8,6 mil milhões, e que, até ao final do século, alcance os 11,2 mil milhões. A Índia deve superar a China como o país mais populoso até 2024, segundo a ONU.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia chinesa cresceu 6,6% em 2018, o pior resultado desde 1990 [dropcap]A[/dropcap] economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,6%, em 2018, ou seja, ao ritmo mais lento dos últimos 28 anos, anunciou hoje o Gabinete Nacional de Estatísticas do país. Trata-se do menor crescimento desde 1990, quando se fixou em 3,7%, devido às sanções económicas internacionais impostas na sequência da sangrenta repressão do movimento de Tiananmen, em 1989. Representa também uma desaceleração de duas décimas face ao crescimento registado em 2017, mas dentro da meta definida pelo Governo, de “cerca de 6,5%”. No último trimestre do ano, a economia chinesa registou um crescimento homólogo de 6,4%, menos uma décima do que nos três meses anteriores. A liderança chinesa está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando uma maior preponderância do sector dos serviços e do consumo, em detrimento das exportações e construção de obras públicas. Mas a desaceleração tem sido mais acentuada do que o previsto, levando Pequim a reduzir as restrições no acesso ao crédito e a aumentar a despesa pública, visando evitar a destruição de empregos, o que poderia resultar em instabilidade social. A actividade económica permaneceu robusta durante a maior parte do ano, apesar de a guerra comercial que espoletou, no verão passado, com Washington, e suscitada pelas ambições chinesas para o sector tecnológico. No entanto, as exportações caíram em Dezembro, reflectindo os efeitos da entrada em vigor de uma segunda ronda de taxas alfandegárias nos Estados Unidos, sobre cerca de 200.000 milhões de dólares de bens oriundos da China. Em termos nominais, o valor do Produto Interno Bruto chinês ascendeu a 90,03 biliões de yuan.
Hoje Macau China / ÁsiaChina espera quase 3.000 milhões de viagens durante o Ano Novo Lunar [dropcap]A[/dropcap] China vive a partir da próxima semana a maior migração interna do planeta, com uma previsão de 2.990 milhões de viagens, ao longo dos 40 dias antes e após o Ano Novo Lunar. Por estrada ou por mar, de avião ou de comboio, milhões de chineses rumam à sua terra natal para festejar a passagem do Ano Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Entre 21 de Janeiro e 1 de Março, o país conta registar quase 3.000 milhões de deslocações internas, um aumento homólogo de 0,6 por cento, anunciou o vice-director da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, Lian Weiliang, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. Durante este período, o país terá em funcionamento cerca de 4.800 comboios, entre os quais 3.500 em linhas de alta velocidade, um aumento de 17 por cento, face ao ano anterior, reflectindo a rápida expansão da malha ferroviária de alta velocidade do país, que compõe já dois terços do total do mundo. O número de voos aumentará 10 por cento, com cerca de 532.000 travessias aéreas programadas durantes os quarenta dias. Citado pela Xinhua, Lian Weiliang explicou que os viajantes contarão com a ajuda de 230.000 voluntários, durante o pico das viagens. Dias de festa O feriado do Ano Novo Lunar começa este ano a 4 de Fevereiro, sob o signo do porco, um dos doze animais do milenar zodíaco chinês. Todas as escolas, do ensino primário ao superior, fecham durante um mês. Para muitos trabalhadores, as folgas e feriados concedidos nesta quadra pelo Governo e as empresas constituem as únicas férias do ano. É por isso também a única altura em que muitos das centenas de milhões de trabalhadores migrantes empregados nas prósperas cidades do litoral chinês regressam a casa e revêem os filhos. Na China, e em todas as ‘chinatown’ espalhadas pelo mundo, os edifícios são engalanados com lanternas vermelhas, enquanto nas ruas se lançam petardos e fogo-de-artifício para “afugentar os maus espíritos’. Com quase 1.400 milhões de habitantes, a China é o país mais populoso do mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Mulher do ex-presidente da Interpol pede asilo a França [dropcap]A[/dropcap] mulher do ex-presidente da Interpol o chinês Meng Hongwei, detido na China por corrupção depois de desaparecer de forma misteriosa quando viajava para Pequim em Setembro, vai pedir asilo a França porque se sente ameaçada. “Preciso que o Governo francês me proteja, me ajude, a mim e aos meus filhos”, disse sexta-feira a esposa de Meng, em declarações à France Info. Explicou que está “com medo de ser sequestrada”, que recebeu “telefonemas estranhos” e que foi seguida por um casal de chineses até ao hotel onde está hospedada. Nas imagens de vídeo-vigilância do hotel, vê-se um homem e uma mulher a entrar e a pedirem o número do quarto da esposa de Meng Hongwei com a desculpa – falsa – de que tinham um compromisso. Pouco depois, o mesmo homem é visto a correr atrás do carro da mulher de Meng para fotografar a matrícula. Por isso, a mulher do antigo presidente da Interpol diz que vai formalizar o pedido de asilo junto do escritório francês para a protecção de refugiados apátridas. Em parte incerta Meng era vice-ministro de Segurança Pública da China quando foi eleito presidente da Interpol, em 2016, perdeu o contacto com a família depois de embarcar num avião para a China no passado dia 25 de Setembro. Depois de vários dias de silêncio sem que a família recebesse notícias de Meng e face à pressão internacional, a Comissão Nacional de Supervisão da China confirmou a detenção. De acordo com o Ministério de Segurança Pública da China, a investigação a Meng foi aberta depois de as autoridades chinesas terem dito que detectaram que ele aceitou um suborno e violou a lei estadual com um comportamento que causou “sérios danos” ao partido e à segurança nacional. Em 21 de Novembro, a Assembleia Geral da Interpol decidiu substituir Meng pelo sul-coreano Kim Jong Yang. A organização policial internacional tinha recebido no dia 7 de Outubro uma carta de renúncia e uma comunicação de Pequim informando que Meng não seria o delegado da China naquele organismo.
Hoje Macau China / ÁsiaUniversidade de Oxford suspende financiamentos da Huawei [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Oxford anunciou sexta-feira a suspensão de bolsas de investigação e financiamentos provenientes da Huawei, perante as crescentes preocupações de segurança sobre o grupo chinês de telecomunicações. Em comunicado, a Universidade de Oxford, uma das mais importantes instituições de ensino do Reino Unido, indica que decidiu, em 8 de Janeiro, que “não vai procurar novas oportunidades de financiamento” com a Huawei ou com empresas relacionadas. A decisão, que se aplica tanto ao financiamento de contratos de investigação como a doações filantrópicas, foi tomada “à luz das preocupações do público levantadas nos últimos meses” em torno das parcerias do Reino Unido com a empresa. O comunicado da Universidade refere que dois projectos de investigação existentes no valor de 692.000 libras vão continuar. “Esperamos que estes assuntos possam ser resolvidos em breve e observamos a própria vontade da Huawei em tranquilizar os governos sobre o seu papel e as actividades”, salienta o comunicado. Por seu turno, o grupo chinês de telecomunicações Huawei disse que “não foi informado desta decisão” e aguarda a explicação completa da Universidade. Sob suspeita O secretário de defesa do Reino Unido e o seu responsável pelos serviços de informação expressaram preocupações no mês passado sobre o envolvimento da Huawei no lançamento de redes 5G no país. A Huawei esteve sob investigação pelo Congresso dos Estados Unidos, que num relatório de 2012 considerou que a empresa tem uma relação próxima com o Partido Comunista Chinês, e que facilita a espionagem chinesa. Fundada em 1987, por Ren Zhenfei, um ex-engenheiro das forças armadas chinesas, a Huawei é hoje o maior fabricante global de equipamentos de rede. As redes sem fios 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais eléctricas, pelo que vários governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como activos estratégicos para a segurança nacional. Na semana passada, a agência de contra espionagem da Polónia deteve o director de vendas da Huawei, por suspeitas de espionagem, depois de, no mês passado, a directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, ter sido detida em Vancouver, a pedido das autoridades dos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita de membros do partido de Bolsonaro à China gera polémica [dropcap]M[/dropcap]embros do Partido Social Liberal (PSL), do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, viajaram para a China para tomarem conhecimento sobre tecnologias de reconhecimento facial, o que está a provocar polémica nas redes sociais. A controvérsia prende-se com as relações do Estado brasileiro com a China, o primeiro parceiro comercial do país sul-americano, acusado durante a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro de querer “comprar o Brasil”. A polémica surgiu no seio da extrema-direita brasileira. Daniel Silveira, membro do PSL, publicou na noite de quinta-feira um vídeo no qual diz ter sido convidado pelo Governo chinês, a par de outros membros parlamentares, para se familiarizar com técnicas de reconhecimento facial, com o objectivo de as “aplicar no Brasil”. Olavo de Carvalho, um escritor brasileiro que vive exilado nos Estados Unidos da América, apresentado como o guru de Jair Bolsonaro, e que é responsável pela indicação de dois ministros do actual Governo, foi o primeiro a tecer críticas à viagem à China. Segundo a agência France-Presse, o escritor descreveu os membros parlamentares em causa como “camponeses”, “palhaços”, “semianalfabetos” e “idiotas”. “Vocês estão a cometer uma loucura, vocês estão a entregar o Brasil para a China (…). O Executivo vai deixar essas pessoas entregarem o Brasil para o sistema chinês dessa maneira?” questionou Olavo de Carvalho. Também os apoiantes do Presidente brasileiro usaram a internet para criticar a viagem dos deputados ao país.
Hoje Macau China / ÁsiaCamboja condena medidas sobre o arroz impostas pela UE [dropcap]O[/dropcap] Governo do Camboja acusou a União Europeia (UE) de violar as regras do comércio internacional, depois de Bruxelas ter anunciado que vai re-introduzir direitos de importação sobre o arroz proveniente daquele país e do Myanmar. A decisão tomada na quarta-feira pela Comissão Europeia tem como pano de fundo a protecção dos produtores europeus, uma medida solicitada por vários Estados-membros, entre os quais Portugal, e entra em vigor já esta semana. Contudo, o Ministério do Comércio do Camboja defende que a medida não está em conformidade com as regras do comércio internacional, nem reflecte uma boa cooperação entre o Camboja e a UE, tratando-se de “uma arma que matará” os produtores cambojanos endividados. “A decisão de introduzir medidas proteccionistas (…) vai privar os agricultores dos seus rendimentos e vai forçá-los à morte”, condenou o ministério, em comunicado. Neste sentido, o país asiático pediu às autoridades europeias para reverem a decisão que descreveu como “injustificável” e assegurou que está a estudar a legalidade da mesma. O Camboja e Myanmar (antiga Birmânia) são beneficiários do regime de comércio “Tudo Menos Armas” da UE, que concede unilateralmente acesso ao seu mercado, com isenção de direitos aduaneiros e sem limites quantitativos, aos países menos avançados do mundo (excepto para armas e munições). O pedido inicial de instituição de medidas de salvaguarda sobre as importações de arroz foi apresentado por Itália há quase um ano, em Fevereiro de 2018, com o apoio de todos os outros Estados-membros produtores de arroz: Portugal, Espanha, França, Grécia, Hungria, Roménia e Bulgária.
Hoje Macau China / ÁsiaDeputado cabo-verdiano critica qualidade de materiais chineses usados em furos [dropcap]O[/dropcap] deputado cabo-verdiano Damião Medina, do MdP, partido no poder no país, afirmou ontem, no parlamento, que os materiais chineses usados para equipar furos no concelho do Porto Novo, ilha de São Antão, são de má qualidade. “Furos foram equipados nas vésperas das campanhas eleitorais em Porto Novo, foram mal dimensionados, material de má qualidade, atrevemos até dizer material chinês, que hoje estamos a resolver. Essas são as intervenções que vocês fizeram durante esses 15 anos”, disse o deputado do Movimento para a Democracia (MpD), eleito pelo círculo eleitoral da ilha de Santo Antão. O deputado fazia referência às obras realizadas pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), agora na oposição, após perder as eleições em 2016, depois de 15 anos no poder. Damião Medina fazia uma intervenção no debate com o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, no arranque da sessão plenária de Janeiro no parlamento cabo-verdiano, precisamente num edifício construído e reabilitado pela China. Em resposta, o deputado do PAICV Carlos Delgado pediu um pronunciamento do presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, relativamente às declarações de Damião Medina, o que não chegou a acontecer. “Gostaria de ouvir o pronunciamento do presidente sobre essa afirmação infeliz do deputado, que acusou gravemente um país, que é a China, que tem uma cooperação histórica com este país”, afirmou Carlos Delgado, eleito também pelo círculo eleitoral de Santo Antão. Damião Medina voltou a intervir, dizendo que o seu colega não o vai colocar em problemas com a China. “Reconheço o que a China tem feito pelo país e não é o caso que referencia”, esclareceu. A China é um dos principais parceiros de Cabo Verde, em relações diplomáticas estabelecidas em 1976, um ano após a independência do país africano. Além da Assembleia Nacional, a China construiu vários outros edifícios emblemáticos em Cabo Verde, como a Biblioteca e o Auditório nacionais, a primeira barragem no país, e tem apoiado outros projectos e instituições no arquipélago.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang pede assinatura de tratado de paz antes de segunda cimeira com Trump [dropcap]A[/dropcap] imprensa norte-coreana pediu ontem a assinatura do tratado de paz inter-coreano, numa altura em que é esperado nos Estados Unidos um alto dirigente norte-coreano, no âmbito da preparação de uma segunda cimeira bilateral. “Transformar a península coreana numa zona de paz consistente é o caminho básico para iniciar uma era dourada de paz, prosperidade e reunificação”, afirmou, no editorial, o jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE. A Guerra da Coreia (1950-53), que teve como pano de fundo a disputa geopolítica entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz, pelo que os dois países continuam tecnicamente em guerra. “Só quando transformarmos a península numa zona de paz duradoura e consistente é que o nosso povo poderá desfrutar de uma vida pacífica e estável”, referiu. O artigo é publicado pouco antes da chegada à Washington de Kim Yong-chol, que já se devia ter reunido com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em Novembro, em Nova Iorque. Desde a primeira cimeira entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Singapura, em Junho de 2018, na qual os líderes concordaram em trabalhar para a “desnuclearização completa da península coreana”, poucos progressos têm sido feitos. O tratado de paz, exigido pelo líder norte-coreano para dar início à desnuclearização, continua a depender do ‘sinal verde’ dos Estados Unidos, país do qual Pyongyang espera também “medidas proporcionais” para avançar com o processo. Sobre a Coreia do Norte continua a pesar um forte regime de sanções económicas, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, que tem estrangulado a economia do regime.
Hoje Macau China / ÁsiaChina avisa EUA de que fará “o que for necessário” para reunificar Taiwan [dropcap]A[/dropcap] China advertiu hoje os Estados Unidos de que vai fazer “o que for necessário” para salvaguardar a “reunificação nacional” e a sua integridade territorial, durante uma reunião entre altas patentes militares dos dois países, em Pequim. Num diálogo com o almirante John Richardson, Chefe de Operações Navais da Marinha dos EUA, o general chinês Li Zuocheng, que chefia o Departamento de Estado-Maior Conjunto da Comissão Militar Central, reiterou que Taiwan é um “assunto interno” da China e que Pequim “não permitirá interferências do exterior”. “Se alguém tentar separar Taiwan da China, o exército chinês irá fazer o que for necessário para salvaguardar a reunificação nacional e a soberania e integridade territorial da China”, afirmou Li, citado hoje num comunicado do ministério chinês da Defesa. A advertência de Pequim surge após vários senadores e congressistas norte-americanos terem demonstrado o seu apoio a Taiwan, face à recusa do Presidente chinês, Xi Jinping, em renunciar ao uso da força para reunificar Taiwan com a China. Num discurso proferido no início deste ano, Xi propôs a Taiwan a reunificação sob o princípio “Um País, Dois Sistemas”, que é aplicado na governação de Macau e Hong Kong, mas que foi imediatamente rejeitado pela presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen. Pequim considera Taiwan uma província chinesa, e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência. Taiwan, ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista tomar o poder no continente em 1949, assume-se como República da China, e funciona como uma entidade política soberana. Para conseguir a reunificação, um objectivo reiterado em numerosas ocasiões por Xi, o presidente chinês disse: “Nós não prometemos renunciar ao uso da força e reservamo-nos a opção de tomar todas as medidas necessárias”. Também citado pelo ministério chinês da Defesa, Richardson afirmou que os EUA estão “dispostos” a trabalhar com a China para fortalecer o intercâmbio de alto nível entre os dois exércitos, a fim de “melhorar a compreensão mútua e reduzir mal-entendidos”. Nos últimos anos, Washington aprovou várias leis favoráveis a Taiwan, incluindo elevar o nível de contactos oficiais, acelerar a venda de armas para a ilha e intensificar os contactos militares. E em 2018, pela primeira vez, os EUA criticaram os países que recentemente romperam laços diplomáticos com Taiwan e passaram a reconhecer Pequim como o governo legítimo de toda a China.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePequim responde a Otava com alerta aos seus cidadãos em visita ao Canadá [dropcap]A[/dropcap] China alertou ontem os seus cidadãos para os riscos de visitarem o Canadá, numa retaliação por um comunicado semelhante difundido por Otava, após um tribunal chinês ter condenado um canadiano à pena de morte. “Recentemente, cidadãos chineses no Canadá foram arbitrariamente detidos por exigência de países terceiros”, lembra o Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros e a Embaixada da China em Otava, recomendando aos seus cidadãos que avaliem bem os riscos associados a visitarem aquele país. Trata-se de uma referência implícita à detenção de Meng Wanzhou, directora financeira do grupo chinês das telecomunicações Huawei. Meng foi detida em Vancouver a pedido dos Estados Unidos, por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis. Após terem ameaçado o Canadá com “graves consequências”, caso não libertasse Meng, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá, e Michael Spavor, empresário que organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte, ambos acusados de “prejudicarem a segurança nacional da China”, e anunciaram a repetição do julgamento de Robert Lloyd Schellenberg, um canadiano condenado, em 2016, a 15 anos de prisão por tráfico de droga. Na segunda-feira, a repetição do julgamento de Schellenberg ditou a sua condenação à pena de morte. Na sequência deste caso, o Canadá passou a avisar os seus cidadãos em visita à China para que tenham um “alto grau” de cautela devido ao “risco de aplicação arbitrária das leis locais”.