China | Crescimento económico de 6,7 por cento no segundo trimestre

A economia chinesa cresceu 6,7 por cento, no segundo trimestre de 2018, duas décimas acima da meta definida pelo Governo para este ano e uma décima menos do que no primeiro trimestre

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s previsões apontavam já para um ritmo de crescimento menor no segundo trimestre, depois de Pequim ter restringindo o crédito bancário, visando travar o aumento da dívida, e ainda antes do início das disputas comerciais com os Estados Unidos. A actividade económica deverá continuar a abrandar, à medida que a procura global pelas exportações chinesas recua e as restrições ao crédito atingem o sector da construção e o investimento, importantes motores de crescimento.

Pequim reagiu anteriormente a reduções no ritmo de crescimento económico com um aumento do crédito para o sector estatal, mas o subida dos níveis de endividamento levou já as agências de ‘rating’ internacionais a reduzir a nota da dívida do Governo chinês.

Os líderes chineses estão a preparar uma transição no modelo económico, com o objectivo de transformar o consumo interno no principal motor de crescimento, em detrimento das exportações e investimento. Em Junho, as vendas a retalho subiram 9 por cento, em termos homólogos, impulsionadas por um rápido aumento do consumo de produtos de alta qualidade, incluindo cosméticos e equipamento de vídeo.

O investimento em activos fixos, como fábricas ou imobiliário, cresceu 6 por cento na primeira metade do ano, face ao mesmo período de 2017, mas com o ritmo dos últimos três meses ficaram 1,5 por cento abaixo da média do semestre.

Guerra e tarifas

As disputas comerciais com Washington ameaçam também atingir a economia chinesa. Este mês, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias de 25 por cento sobre 34 mil milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico. A China retaliou com o aumento dos impostos sobre o mesmo valor de importações oriundas dos EUA. Trump ameaçou impor mais taxas alfandegárias, de 10 por cento, sobre um total de 200 mil milhões de dólares de produtos chineses e, caso Pequim volte a retaliar e recuse aceder às exigências norte-americanas, subirá para 500 mil milhões, cerca da totalidade das importações norte-americanas oriundas do país asiático.

Analistas preveem que aquelas medidas, case se concretizem, levariam a um abrandamento de mais de 0,3 por cento no ritmo de crescimento da economia chinesa.

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