Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Pequim confirma detenção de assistente da agência Bloomberg As autoridades chinesas confirmaram ontem a detenção de Haze Fan, assistente da agência Bloomberg, por motivos de segurança nacional. A funcionária do grupo de media, de nacionalidade chinesa, esteve incontactável desde 7 de Dezembro A China confirmou ontem que uma assistente da agência de notícias Bloomberg foi detida, por suspeita de “pôr em perigo a segurança nacional”, numa altura de crescente pressão sob os órgãos estrangeiros no país. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin disse que o caso de Haze Fan está actualmente sob investigação e que os seus “direitos e interesses legítimos estão totalmente garantidos”. A agência revelou na semana passada que Fan está incontactável desde 7 de Dezembro e que só foi informada da sua detenção depois de ter perguntando por várias vezes aos departamentos do Governo em Pequim e à embaixada chinesa em Washington. A União Europeia e a Clube de Correspondentes em Pequim emitiram declarações a expressar preocupação com a detenção de Fan. Wang disse que a UE deve “respeitar a soberania judicial da China e parar de fazer comentários irresponsáveis”. A China só permite que os cidadãos chineses trabalhem como tradutores, pesquisadores e assistentes para organizações de notícias estrangeiras, e não como jornalistas registados, com o direito de realizarem reportagens de forma independente. De acordo com a lei Os meios de comunicação chineses são quase inteiramente estatais e rigidamente controlados, e a China é dos países que mais jornalistas prende. “Pelo que sei, Fan é uma nacional chinesa suspeita de se envolver em actividades criminosas que colocaram em risco a segurança nacional da China”, disse Wang, em conferência de imprensa. “O caso está actualmente sob investigação de acordo com a lei”, acrescentou. Fan começou a trabalhar para a Bloomberg em 2017, após passar por uma série de outras organizações estrangeiras na China. A China deteve assistentes de notícias no passado por reportagens susceptíveis de danificar a imagem do Partido Comunista. As autoridades também têm punido a imprensa estrangeira de forma mais geral, limitando as suas operações, ao expulsar jornalistas, ou emitindo apenas vistos de curto prazo. A China expulsou este ano 17 jornalistas do The Washington Post, The Wall Street Journal e outros órgãos norte-americanos.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Cônsul de Portugal apela a interesse empresarial pelo sudeste da China O cônsul de Portugal em Cantão, a terceira maior cidade da China, lamentou ontem o “desconhecimento e desinteresse” dos empresários portugueses pela sua área de jurisdição, uma das mais prósperas e populosas do país asiático “Portugal está muito pouco representado na província de Guangdong e, particularmente, muito pouco representado na cidade de Shenzhen”, explicou André Sobral Cordeiro à agência Lusa. O diplomata falava à margem de um evento de promoção do vinho português realizado num hotel de luxo, situado no distrito financeiro de Cantão, a capital da província de Guangdong. “Alguns países europeus da nossa dimensão, e até mais pequenos, têm 30 ou 40 empresas em Shenzhen”, explicou Sobral Cordeiro. “Isto, economicamente, faz a diferença”, apontou. As declarações do diplomata português surgem numa altura em que a China é a única grande economia mundial a operar em pleno, após ter controlado com sucesso a pandemia de covid-19. O país está também a empreender uma campanha de erradicação da pobreza extrema, que inclui a transferência de grande parte da população rural para áreas urbanizadas, aumentando a necessidade de importar bens alimentares. “O que a China diz é que quer comprar e a China, de facto, precisa de comprar, no sector agroalimentar, onde é mais do que óbvio, mas não só”, afirmou o cônsul. Wolfgang, presidente da Associação de Importação de Alimentos de Guangdong, considerou que, na área dos vinhos, a China passou de um período em que a indústria era controlada por alguns grandes distribuidores, com monopólio nacional, para um período de fragmentação. “Os consumidores procuram agora a diferença, algo novo e com boa relação preço-qualidade”, explicou. Os alimentos embalados são outra área promissora, defendeu Wolfgang. “Há cada vez mais jovens chineses caseiros, que gostam de consumir ‘snacks’ enquanto assistem televisão ou jogam jogos de computador”, contou. Ser bom de boca O líder da Associação de Importadores de Alimentos de Guangdong lembrou que os cantoneses “adoram comer” e que Guangdong é uma província voltada para o comércio externo, com vários portos de grande dimensão. “Somos uma província muito populosa e temos uma função como centro de distribuição para toda a China”, descreveu. Na ausência de mais iniciativa por parte dos empresários portugueses, investidores chineses desenvolveram nos últimos anos propriedades vinícolas e marcas em Portugal, que são agora vendidas na China. É o caso do empresário de Macau Wu Zhiwei, proprietário da Quinta da Marmeleira, em Alenquer. Lançada em 2015, a Marmeleira produz mais de 200 mil garrafas de vinho, a cerca de 50 quilómetros a norte de Lisboa. Para Carmen Wu, assessora do presidente do conselho de administração da Quinta da Marmeleira, é preciso trazer mais produtos portugueses para a China e promover “vigorosamente” a cultura portuguesa no país asiático. A propriedade vinícola conta já com cem hectares de área de cultivo e pretende continuar a expandir, através da aquisição de terrenos anexos. “O nosso foco não é apenas na província de Guangdong ou Xangai” a “capital” económica do país, explicou. “Queremos vender em toda a China”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Negada fiança a Jimmy Lai após conhecer acusação judicial O pedido de fiança feito pelo dono do Apple Daily foi negado no sábado, num processo em que é acusado de violar a lei de segurança nacional de Hong Kong. O julgamento em que Jimmy Lai responde por conluio com forças estrangeiras foi adiado para Abril Jimmy Lai, magnata dos ‘media’ e defensor da democracia em Hong Kong, viu no sábado a sua fiança ser rejeitada após ter sido acusado por violar a nova lei de segurança nacional do território semiautónomo Lai conheceu na sexta-feira uma acusação de conluio com grupos estrangeiros para colocar em risco a segurança nacional de Hong Kong, por mensagens que colocou na rede social Twitter e comentários que fez em entrevista a meios de comunicação internacionais. O jornal Apple Daily – de que Jimmy Lai é proprietário e conhecido pelo seu comprometimento com o movimento pró-democracia – escreveu no fim-de-semana que Lai é acusado de ter pedido a países, organizações e pessoas estrangeiras para imporem sanções ou para se envolverem em actividades hostis contra Honk Kong ou contra a China. A análise do seu processo judicial foi adiada para 16 de Abril, a pedido dos procuradores, que alegaram que a polícia precisava de mais tempo para rever mais de mil ‘tweets’ e de comentários de Lai, segundo uma peça do Apple Daily. Lai, que se encontra detido por acusações de fraude, após uma busca da polícia às instalações dos seus meios de comunicação, foi visto algemado enquanto os guardas o levavam da cadeia ao tribunal. Reacção do Reino Unido Pequim impôs no início deste ano a lei de segurança nacional em Hong Kong, contestada pela comunidade internacional, após protestos do movimento pró-democracia na ex-colónia britânica. A nova lei proíbe a secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras para interferir nos assuntos de Hong Kong, restringindo a liberdade de expressão e de reunião. O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, usou a sua conta de Twitter para comentar que a lei de segurança em Hong Kong “brinca com a justiça”, pedindo a libertação de Lai, com quem reuniu no início deste ano, dizendo que o seu único crime foi falar a verdade sobre o Governo autoritário do Partido Comunista Chinês. Na sexta-feira, o Governo britânico mostrou preocupação com a situação de Jimmy Lai. “O Reino Unido continua muito preocupado com a disposição das autoridades de Hong Kong de continuar com procedimentos legais contra figuras pró-democracia, como Jimmy Lai”, disse um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Macron defende reforço das relações com a China O Presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou ontem ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, a vontade de renovar as relações entre a Europa e Pequim, de forma a ficarem “mais fortes e equilibradas” face aos desafios multilaterais e económicos. O Eliseu (Presidência francesa) divulgou que os dois líderes mantiveram ontem uma conversa telefónica, a poucos dias de ser assinalado o quinto aniversário da adopção do Acordo de Paris sobre o Clima, firmado na capital francesa em 12 de Dezembro de 2015. Para Macron, o diálogo mantido entre França e China foi “decisivo” para alcançar a assinatura, a preservação e a aplicação a nível internacional do documento. Num comunicado, a Presidência francesa indicou que Macron expressou a sua satisfação em relação ao anúncio da China (país responsável por mais de um quarto das emissões globais de gases com efeito de estufa) na última Assembleia-Geral das Nações Unidas sobre a meta de alcançar a neutralidade carbónica até 2060. Segundo o Eliseu, o chefe de Estado francês frisou a importância da cimeira virtual subordinada às questões climáticas que será coorganizada pela ONU, França e Reino Unido no próximo sábado (dia 12). A vontade de Macron, de acordo com a nota da Presidência francesa, é que esta cimeira sirva para conhecer as medidas a que se propõem os países para reduzir as emissões globais de gases com efeito de estufa. O líder europeu frisou também que este encontro vai servir para impulsionar as ambições da comunidade internacional antes da 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26). A COP26, que pretendia relançar o Acordo de Paris (após o anúncio da retirada norte-americana), estava prevista para este ano em Glasgow (Escócia, Reino Unido), mas por causa da pandemia da doença covid-19, e à semelhança de outras reuniões internacionais, foi adiada e está prevista para Novembro de 2021. Compromissos reforçados Na conversa com Xi Jinping, o político francês manifestou igualmente apoio à organização na cidade chinesa de Kunming da Convenção para a Biodiversidade Biológica (COP15), em Maio do próximo ano, sublinhando que a Europa e a China devem ser o motor para que 2021 seja “um ano de um voluntarismo internacional renovado, mais concreto e forte” a favor da acção climática. No plano bilateral, os dois governantes discutiram perspectivas de cooperação em sectores como energia nuclear, aeronáutica, inovação, agricultura, exploração espacial e cultura. Ao nível multilateral, Macron instou Xi Jinping a reforçar o seu compromisso, juntamente com os outros países do G20 para assegurar que as ferramentas de combate à pandemia do novo coronavírus sejam consideradas como um bem público a nível mundial. Exortou também ao envolvimento e ao compromisso de Pequim na cimeira dedicada ao financiamento da economia africana (nomeadamente sobre a moratória da dívida dos países mais pobres) que terá lugar em Paris em Maio do próximo ano, bem como insistiu na necessidade de renovar as conversações para assegurar a preservação do acordo nuclear com o Irão. Por último, concluiu o Eliseu, Emmanuel Macron partilhou com o homólogo chinês a “grande preocupação” de Paris, e dos restantes Estados-membros da União Europeia (UE), em relação à degradação dos direitos humanos na China, nomeadamente em Hong Kong e na província chinesa de Xinjiang (onde foram construídos campos para membros da minoria muçulmana uigur). A França irá assumir a presidência rotativa do Conselho da UE no primeiro semestre de 2022.
Hoje Macau China / Ásia MancheteFórum | Controlo da pandemia vai trazer rápida recuperação económica Um responsável chinês disse ontem que o Governo de Macau conseguiu responder de forma peremptória à pandemia e que o território vai conseguir uma rápida recuperação económica. Durante o Fórum Global de Economia Turística, organizado por Macau, o ministro da Cultura e do Turismo da República Popular da China, Hu Heping, afirmou que o Governo de Macau “respondeu à pandemia em tempo oportuno” e que por isso “conteve eficazmente a sua propagação”. As medidas sanitárias adoptadas pelo Governo da RAEM mostraram-se eficazes, e desde 26 de Junho que não é detectado qualquer caso. Por essa razão, Hu Heping acredita que “a economia de Macau vai recuperar rapidamente com o apoio do Governo Central” e “demonstrar melhor que nunca o seu papel de centro mundial de turismo assim como o seu papel de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa”. A China, por outro lado, frisou o responsável, foi o “primeiro país do mundo a controlar a pandemia e a primeira potência a recuperar a economia”. Também no Fórum, que está a decorrer presencialmente e online, o secretário-geral da Organização Mundial de Turismo, Zurab Pololikashvili, apontou que “Macau emergiu como um líder turístico”. Já a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau lembrou que “de acordo com os dados da Organização Mundial de Turismo, nos primeiros oito meses de 2020, o número de visitantes internacionais caiu 70 por cento, a indústria turística foi globalmente fortemente atingida”. “Enquanto destino internacional de turismo, os sectores predominantes de Macau do turismo e do jogo foram profundamente afectados este ano, com as receitas a registarem uma acentuada diminuição”, afirmou. Em 23 de Setembro, as autoridades chinesas retomaram a emissão de vistos individuais e de grupo para o território, suspensos desde o início da pandemia, o que tem resultado numa subida gradual dos visitantes na capital mundial do jogo, ainda que muito abaixo de uma média mensal de cerca de três milhões de visitantes, em 2019. Outras contas As incertezas no território ainda são muitas, com as operadoras de jogo a apresentarem centenas de milhões de euros em prejuízos no terceiro trimestre do corrente ano. Os casinos de Macau tinham fechado 2019 com receitas de 292,4 mil milhões de patacas. Para 2021, o Governo prevê arrecadar 45,5 mil milhões de patacas, o que, apesar de uma melhoria, está ainda muito longe das 112,71 mil milhões patacas arrecadadas em 2019.
Hoje Macau China / ÁsiaInflação | Preços ao consumidor caíram pela primeira vez desde 2009 O principal indicador de inflação na China, o índice de preços ao consumidor, registou uma contracção homóloga de 0,5 por cento em Novembro, na primeira queda desde Outubro de 2009, segundo dados oficiais ontem divulgados. Em Outubro, aquele indicador tinha já registado o menor crescimento homólogo dos últimos onze anos, sobretudo devido à queda do preço da carne de porco, que chegou a registar subidas homólogas acima dos 100 por cento, nos últimos 19 meses, devido a um surto de peste suína que devastou a produção doméstica. Em Outubro, o preço da carne de porco caiu 2,8 por cento, mas em Novembro a queda foi superior e fixou-se em 12,5 por cento. Dong Lijuan, estatístico do Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) da China, atribuiu a queda no preço à “recuperação contínua da produção de carne suína”. No conjunto, os preços dos alimentos caíram 2 por cento, em Novembro, a primeira queda desde Janeiro de 2018. No período de Janeiro a Novembro, a inflação ao consumidor da China aumentou 2,7 por cento, em relação ao mesmo período de 2019. O índice de preços ao produtor da China caiu, em Novembro, 1,5 por cento, em relação ao mesmo mês do ano anterior, depois de registar uma queda de 2,1 por cento em Outubro. O GNE disse que a produção industrial da China continuou a recuperar, enquanto a procura no mercado aumentou, elevando os preços dos bens industriais.
Hoje Macau China / ÁsiaSichuan | Dois milhões de pessoas vacinadas de urgência após novo surto A província chinesa de Sichuan, que diagnosticou sete casos de covid-19 nos últimos dias, iniciou um programa de vacinação de “emergência” que abrangerá até dois milhões de pessoas, avançou ontem a imprensa estatal. Segundo o jornal oficial Global Times, as autoridades esperam concluir esta campanha de vacinação antes do final deste ano. Sichuan declarou, nos últimos dias, o estado de alarme, reservado para tempos de guerra, e ordenou a execução de testes em massa num dos distritos da cidade, após ter detectado uma cadeia de transmissão do vírus cuja origem ainda é desconhecida. Os primeiros a receberem a vacina serão funcionários de saúde, professores, estivadores, estudantes ou funcionários que tenham que viajar para o estrangeiro, explicou o número dois da equipa de Sichuan encarregue de combater a pandemia, Luan Rongsheng. A partir do início de 2021, outros grupos, como idosos ou portadores de doenças crónicas, começarão a ser vacinados. Segundo Luan, a vacinação da população em geral começará em Fevereiro, após o Ano Novo chinês, mas dependerá de quantas vacinas estarão disponíveis. O responsável considerou que assim que a taxa de vacinação ultrapassar os 80 por cento, dificilmente o vírus reaparecerá. Embora as autoridades não tenham confirmado esta informação oficialmente, o jornal Sichuan Daily destacou que vão ser utilizadas vacinas à base de vírus inativados e que o seu preço se vai fixar em 400 yuans. Aprovação a caminho A vacinação será feita em duas doses inoculadas com intervalos entre 14 e 28 dias. As condições seriam idênticas às estabelecidas em algumas cidades da província de Zhejiang, na costa leste da China, onde a vacina começou a ser administrada a pessoas em grupos de risco em Outubro passado. A China ainda não concedeu licenças a nenhuma vacina candidata para comercialização, embora no final de Julho tenha aprovado o seu uso em alguns casos considerados urgentes. No entanto, o Conselho de Estado (executivo) anunciou que vai aprovar a comercialização de 600 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus – quatro delas já na última fase de testes – antes do final de 2020.
Hoje Macau China / ÁsiaBolsa | Plataforma ‘online’ JD Health sobe 50% na estreia As acções da maior plataforma de saúde ‘online’ da China dispararam 50 por cento na sua estreia em bolsa, reflectindo o entusiasmo dos investidores pela indústria, numa altura em que a China emerge da pandemia do novo coronavírus. A JD Health, uma subsidiária da JD.Com Inc., empresa líder no comércio electrónico na China, vende medicamentos, programas de cuidados hospitalares e consultas médicas via ‘online’. As gigantes chinesas da indústria da Internet oferecem cada vez mais serviços de saúde num país onde os hospitais estão sobrecarregados e a distribuição de remédios e suprimentos médicos fora das grandes cidades é desigual. As consultas pela Internet com médicos que falam chinês são também populares entre as famílias da China a viver fora do país. Outros concorrentes incluem o Alibaba Health, do gigante de comércio eletrónico Alibaba Group; o Baidu Health, administrado pelo motor de pesquisa líder na China Baidu.com Inc; e a WeDoctor, administrada pela Tencent Holding, operadora do popular serviço de mensagens instantâneas WeChat. A pandemia do novo coronavírus aumentou a procura por estas plataformas na China. Em expansão Os investidores têm “grandes esperanças de que este tipo de empresa se desenvolva na China”, disse Jackson Wong, director de gestão de ativos da Amber Hill Capital Ltd. em Hong Kong. “Este novo padrão de compromissos digitais provavelmente continuará e aumentará a frequência das consultas”, disse o analista da indústria Kevin Chang, da Bain & Co, num relatório. Os gastos dos consumidores e as actividades comerciais recuperaram para níveis acima do período anterior à pandemia, depois de a China, onde a pandemia começou em Dezembro, ter controlado a doença. As restrições para viajantes oriundos do exterior, no entanto, ainda estão em vigor. A JD Health arrecadou cerca de 3,8 mil milhões de dólares com a venda de 20 por cento da empresa na bolsa de Hong Kong. Trata-se da segunda maior oferta de acções em Hong Kong este ano, a seguir à empresa mãe, a JD.Com. O Partido Comunista está a incentivar o uso de serviços de saúde ‘online’ para reduzir a carga sobre os hospitais. A JD Health disse que planeia expandir a sua farmácia ‘online’ e desenvolver “soluções inteligentes de saúde”, apoiadas por inteligência artificial. A empresa diz que tinha 72,5 milhões de utilizadores activos em Junho, um aumento de 30 por cento, em relação ao ano anterior.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaRelatório | China diz-se disposta a cooperar e a dialogar com a NATO A NATO anunciou esta terça-feira a aprovação de um relatório que “analisa o desenvolvimento militar” da China e as implicações que o crescimento chinês terá para a organização. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês já reagiu e afirma estar disposto a cooperar e a dialogar com a NATO, sempre numa perspectiva de “desenvolvimento pacífico” e “cooperação com ganhos mútuos” [dropcap]O[/dropcap] secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou esta terça-feira que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança aprovaram um relatório que “analisa o desenvolvimento militar” da China e as implicações que terá para a NATO. “Concordámos num relatório abrangente, que analisa o desenvolvimento militar da China, a sua actividade crescente na nossa vizinhança e as implicações que tem para a resiliência da NATO, incluindo no que se refere à fusão de tecnologias e à nossa infraestrutura crítica”, referiu Stoltenberg em conferência de imprensa. As declarações foram feitas após uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) que contou também com a presença de parceiros do Japão, Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul, tendo o tema principal sido “a mudança global no equilíbrio de poder com a ascensão da China”. Também esta terça-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China reagiu a estas declarações numa conferência de imprensa protagonizada pela porta-voz Hua Chunying. “A China sempre aderiu ao desenvolvimento pacífico e uma cooperação com ganhos mútuos, por forma a garantir a visão comum, compreensiva, cooperativa e sustentável de segurança, e sempre defendeu uma estratégia que é defensiva na sua natureza”, lê-se numa transcrição publicada no website do MNE. A porta-voz declarou também que o “desenvolvimento da China tem promovido o progresso e a prosperidade do mundo, e não tem como objectivo ou não irá impor uma ameaça ou um desafio a nenhum país”. “Esperamos que a NATO possa olhar para o desenvolvimento da China de uma forma objectiva, aberta e positiva. O relatório diz que a NATO está aberta aos contactos e à cooperação com a China. A China também está disposta a levar a cabo um diálogo e cooperação com a NATO na base da igualdade e do respeito mútuo, por forma a fazer contribuições positivas para garantir a paz mundial e a estabilidade”, acrescentou Hua Chunying. Nova abordagem Na terça-feira, o secretário-geral da NATO disse também que a China “não é um adversário” da Aliança, e pode criar “novas oportunidades” no tema do comércio ou do clima, mas “cria desafios”. “A China tem o segundo maior orçamento de defesa no mundo e está a investir fortemente em novas capacidades [militares]. E a China não partilha os nossos valores, mina os direitos humanos, intimida outros países e está a envolver-se cada vez mais numa competição sistémica connosco”, sublinhou o secretário-geral. Stoltenberg instou assim a “comunidade de democracias com ideias semelhantes” a “trabalhar em conjunto” de maneira a “reforçar a resiliência das sociedades, economias, instituições” e “defender a ordem [mundial] baseada em regras”. Para tal, o secretário-geral referiu que foram discutidas novas medidas de cooperação com os parceiros da NATO que vão da “partilha de informações” à “promoção de abordagens comuns incluindo no ciberespaço ou no fortalecimento global de regras e normas sobre, por exemplo, no controlo de armas”. “Nos últimos anos, vimos uma mudança significativa na nossa compreensão da China e uma crescente convergência dos pontos de vista tanto dentro da NATO, como com os nossos parceiros”, frisou Stoltenberg. Frisando que a NATO tem de ter “uma abordagem mais global” no futuro, Stoltenberg sublinhou, ainda assim, que a Aliança se mantém disposta a cooperar com a China. “Mantemo-nos preparados para colaborarmos com a China – como, aliás, já o estamos a fazer – enquanto potência emergente. Mas, enquanto potência emergente, a China também tem de respeitar a ordem internacional baseada em regras”, afirmou o secretário-geral da Aliança. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO estiveram reunidos virtualmente esta terça tendo discutido, além da China, o fortalecimento da presença militar da Aliança no mar Negro. Da “resiliência” Além da questão chinesa, o relatório da NATO também fala da necessidade de reforçar a sua presença a oriente, nomeadamente na zona do Mar Negro e tendo em conta a presença militar russa na zona da Crimeia. Questionado sobre esta matéria, o secretário-geral da NATO assegurou que a organização sempre se pautou pela resiliência, algo “de grande importância”. “Uma das questões que discutimos hoje foi a importância de nos reforçarmos daqui para a frente, a nossa resiliência em proteger as nossas infra-estruturas mais importantes, telecomunicações, a continuação de Governos, porque sabemos que a única forma de ter uma defesa forte é ter sociedades fortes.” Jens Stoltenberg frisou também que “a importância da resiliência aumentou à luz do facto de que agora estamos a lidar com as consequências do crescimento da China”, um país que “está a investir bastante nas nossas infra-estruturas importantes”. Desta forma, “precisamos de assegurar as consequências disso em matéria de segurança e garantir que temos infra-estruturas seguras e que estamos dispostos a atingir os níveis necessários de resiliência”. O secretário-geral da NATO lembrou que a organização tem tido sempre a capacidade de adaptação num mundo em constante mudança. “Depois da anexação ilegal da Crimeia, decidimos aumentar a nossa presença militar no lado oriental da Aliança”, nomeadamente na Roménia, zona do mar Báltico e Polónia. “Um dos meus objectivos para a NATO de 2030 é garantir que a NATO mantém uma forte Aliança militar à luz das novas ameaças e desafios. Também dou as boas-vindas ao facto de os aliados estarem comprometidos em continuar a investir na Defesa”, frisou.
Hoje Macau China / ÁsiaJornal New York Times escreve que EUA vão restringir vistos para membros do Partido Comunista Chinês [dropcap]O[/dropcap] Governo dos Estados Unidos aprovou regras novas e mais rígidas visando restringir a entrada de membros do Partido Comunista Chinês (PCC) no seu território, informou hoje o jornal norte-americano The New York Times. As novas restrições, que entraram em vigor na quarta-feira, encurtam a duração dos vistos para membros do PCC e familiares diretos de dez anos para um mês, e só permitem uma entrada no país, segundo o jornal, que cita um porta-voz do departamento de Estado norte-americano. “Durante décadas, permitimos ao PCC ter acesso livre e desimpedido às instituições e negócios norte-americanos, enquanto esses mesmos privilégios nunca foram dados aos cidadãos norte-americanos na China”, disse o porta-voz. Os restantes cidadãos chineses podem continuar a requerer vistos de visita válidos por dez anos e com múltiplas entradas. Segundo o jornal, as novas restrições podem teoricamente abranger cerca de 270 milhões de pessoas, entre membros do PCC e os seus familiares próximos. O PCC tem 92 milhões de membros. A medida insere-se numa tendência mais ampla nos EUA para adotar uma postura mais assertiva em relação a Pequim, e que beneficia de consenso bipartidário. Os dois países travam já uma prolongada guerra comercial e tecnológica e disputas diplomáticas em tornos do estatuto de Hong Kong ou a soberania do mar do Sul da China. As autoridades chinesas expulsaram este ano cerca de quinze jornalistas norte-americanos de vários jornais importantes. Washington, por sua vez, reduziu o número de credenciais atribuídas a jornalistas chineses a trabalhar em órgãos estatais por se tratar de órgãos de “propaganda”. O governo de Donald Trump também revogou os vistos de mais de mil estudantes e pesquisadores chineses suspeitos de espionagem nos Estados Unidos. Milhões de membros do PCC juntam-se ao partido por motivos de carreira, não ocupando qualquer cargo dentro do aparelho partidário.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Tribunal nega fiança a magnata dos ‘media’ Jimmy Lai, acusado de fraude [dropcap]U[/dropcap]m tribunal de Hong Kong negou hoje a fiança ao magnata dos ‘media’ Jimmy Lai e activista, acusado de fraude, no momento em que se somam processos judiciais contra dissidentes e críticos de Pequim. Lai, de 73 anos, é o dono do jornal Apple Daily, conhecido pelo empenho na luta no campo pró-democracia e pelas duras críticas ao Executivo de Hong Kong. O magnata e dois dos seus principais quadros dirigentes, Royston Chow e Wong Wai-keung, foram hoje presentes a um juiz, acusados de fraude. Ao contrário do que sucedeu com Lai, o magistrado permitiu que os outros dois dirigentes saíssem em liberdade, mediante pagamento de fiança. O juiz justificou a decisão de não permitir a fiança a Lai por entender que existe o risco de fuga e podia reincidir no crime. A apreciação do caso em tribunal foi adiada para 16 de abril. De acordo com documentos do tribunal, o caso refere-se ao facto de a sede do jornal estar alegadamente a ser utilizada para fins não previstos no contrato de arrendamento do edifício. Centenas de polícias realizaram buscas no edifício em agosto, inclusive na redação do Apple Daily. Vários responsáveis do grupo de ‘media’ Next Digital, incluindo Lai, foram detidos por suspeita de “conluio com forças estrangeiras”, ao abrigo da nova lei de segurança nacional imposta por Pequim na região semi-autónoma chinesa no final de Junho. Então, ninguém foi formalmente acusado, mas a investigação está em curso. Lai saiu em liberdade, sob fiança, mas em outubro, após novas buscas, voltou a ser detido. O magnata está também a ser alvo de um processo pelo papel assumido nos protestos de 2019, num caso separado. Lai já tinha sido detido em fevereiro e abril sob a acusação de participar em protestos não autorizados. Por outro lado, enfrenta acusações de ter participado numa vigília não autorizada que assinalou o aniversário de 04 de junho de 1989, para lembrar a repressão dos protestos pró-democracia na Praça Tiananmen, em Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaJoe Biden pretende manter “de momento” a política dos EUA em relação à China [dropcap]J[/dropcap]oe Biden pretende manter “de momento” as tarifas impostas à República Popular da China pelos Estados Unidos, incrementadas pela administração de Donald Trump no quadro da guerra comercial entre Washington e Pequim. “Não vou tomar nenhuma ação imediata, e isso diz respeito igualmente às tarifas alfandegárias”, disse o presidente eleito ao jornal New York Times, numa entrevista publicada ontem. “Não vou comprometer as minhas opções”, acrescentou Joe Biden. As relações entre os dois países estão atualmente marcadas pela guerra comercial iniciada por Donald Trump, apesar das tréguas acordadas em janeiro entre Washington e Pequim. Por outro lado, Joe Biden mostrou-se bastante crítico contra Pequim em matérias relacionadas com direitos humanos. Após a vitória nas presidenciais de novembro, Biden deu a entender que a futura administração vai procurar a renovação da política comercial de Washington com a Europa e os países da Ásia Pacífico no sentido de formar uma unidade capaz de enfrentar a República Popular da China. No princípio do ano, Biden não poupou críticas ao Presidente chinês Xi Jinping. “É uma pessoa (Xi Jinping) que não tem um osso democrata em todo o esqueleto”, afirmou Joe Biden no princípio do ano. A equipa que liderou a campanha eleitoral do Partido Democrata qualificou de “genocida” a campanha das autoridades da República Popular da China contra a minoria muçulmana uigur da província de Xinjiang.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE da NATO aprovam relatório sobre implicações que China terá para a Aliança [dropcap]O[/dropcap] secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou ontem que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança aprovaram um relatório que “analisa o desenvolvimento militar” da China e as implicações que terá para a NATO. “Concordámos num relatório abrangente, que analisa o desenvolvimento militar da China, a sua atividade crescente na nossa vizinhança e as implicações que tem para a resiliência da NATO, incluindo no que se refere à fusão de tecnologias e à nossa infraestrutura crítica”, referiu Stoltenberg em conferência de imprensa. As declarações foram feitas após uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) que contou também com a presença de parceiros do Japão, Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul, tendo o tema principal sido “a mudança global no equílibrio de poder com a ascensão da China”. À saída, Stoltenberg referiu que a China “não é um adversário” da Aliança, e pode criar “novas oportunidades” no tema do comércio ou do clima, mas “cria desafios”. “A China tem o segundo maior orçamento de defesa no mundo e está a investir fortemente em novas capacidades [militares]. E a China não partilha os nossos valores, mina os direitos humanos, intimida outros países e está a envolver-se cada vez mais numa competição sistémica connosco”, sublinhou o secretário-geral. Stoltenberg instou assim a “comunidade de democracias com ideias semelhantes” a “trabalhar em conjunto” de maneira a “reforçar a resiliência das sociedades, economias, instituições” e “defender a ordem [mundial] baseada em regras”. Para tal, o secretário-geral referiu que foram discutidas novas medidas de cooperação com os parceiros da NATO que vão da “partilha de informações” à “promoção de abordagens comuns incluindo no ciberespaço ou no fortalecimento global de regras e normas sobre, por exemplo, no controlo de armas”. “Nos últimos anos, vimos uma mudança significativa na nossa compreensão da China e uma crescente convergência dos pontos de vista tanto dentro da NATO, como com os nossos parceiros”, frisou Stoltenberg. Frisando que a NATO tem de ter “uma abordagem mais global” no futuro, Stoltenberg sublinhou, ainda assim, que a Aliança se mantém disposta a cooperar com a China. “Mantemo-nos preparados para colaborarmos com a China – como, aliás, já o estamos a fazer – enquanto potência emergente. Mas, enquanto potência emergente, a China também tem de respeitar a ordem internacional baseada em regras”, afirmou o secretário-geral da Aliança. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO estiveram reunidos virtualmente esta terça e hoje tendo discutido, além da China, o fortalecimento da presença militar da Aliança no mar Negro.
Hoje Macau China / ÁsiaJoshua Wong diz que combate em Hong Kong continua após ter sido condenado [dropcap]O[/dropcap] dissidente político de Hong Kong Joshua Wong disse ontem, após ser condenado a 13 meses e meio de prisão, que a sentença “não é o fim do combate” pela democracia e a liberdade. O líder estudantil pró-democracia de Hong Kong foi condenado hoje a 13 meses e meio de prisão pelo envolvimento nas manifestações na região administrativa especial. “Não é o fim do combate (…) Pela frente temos outra batalha. Agora, vamos juntar-nos à luta na prisão ao lado dos numerosos e corajosos manifestantes, menos visíveis, mas essenciais à luta pela liberdade e democracia em Hong Kong”, declarou Joshua Wong. As mensagens do activista foram divulgadas através das redes sociais poucos minutos após ter sido conhecia a sentença de Joshua Wong e de outros dois membros do movimento pró democracia de Hong Kong, Agnes Chow e Ivan Lam, condenados a 10 e a sete meses, respetivamente. Antes de ser escoltado para fora do tribunal, Wong gritou aos apoiantes: “Sei que o caminho pela frente é difícil, mas vou aguentar-me”, com a multidão a gritar de volta palavras de apoio, descreveu a emissora pública de Hong Kong, a RTHK. Apesar da sua juventude, Wong, que iniciou o seu activismo político aos 13 anos de idade, já passou algum tempo atrás das grades. Tem sido descrito por vários ‘media’ como uma das pessoas mais influentes do mundo, encarnando a opinião internacional sobre a resistência a Pequim na antiga colónia britânica. Wong, de 24 anos, declarou-se culpado de organizar a manifestação e de incitar outros a juntarem-se. Chow, de 23 anos, também admitiu ter participado e incitado pessoas a juntarem-se à manifestação. Lam, de 26 anos, confessou-se culpado da acusação de incitamento. A admissão de culpa dos três permitiu que a sentença fosse reduzida, face aos três anos de pena que arriscavam. Os advogados dos três antigos líderes do agora dissolvido partido Demosisto tinham apelado a penas mais brandas, exortando o magistrado Wong Sze-lai a ter em conta a juventude do trio, o facto de Chow ter um registo sem mácula, e de nenhum deles ter participado em qualquer ato de violência durante o protesto. Wong e Lam já tinham sido presos no passado após condenações relacionadas com o seu activismo, ao contrário de Chow, que em agosto chegou a ser detida, ao abrigo da lei de segurança nacional, mas sem que tenha sido deduzida qualquer acusação. Milhares de pessoas cercaram o edifício em Wan Chai a 21 de junho do ano passado, exigindo a retirada da lei de extradição do Governo, reformas democráticas e que a polícia deixasse de descrever os protestos no início do movimento como motins. A multidão bloqueou entradas, com alguns manifestantes a vandalizarem muros e a destruírem câmaras de vigilância, mas sem que tenham existido confrontos graves com a polícia, algo que foi frequente nos protestos de 2019, que levaram milhões de pessoas para as ruas.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Activistas Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam condenados a penas de prisão [dropcap]O[/dropcap]s activistas pró-democracia Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam foram hoje condenados a penas de prisão por organizarem um protesto junto à sede da Polícia de Hong Kong, em Junho de 2019. Joshua Wong, uma das caras mais conhecidas dos protestos pró-democracia em Hong Kong, foi condenado a 13 meses e meio de prisão, e Agnes Chow e Ivan Lam a 10 e a sete meses, respectivamente. Antes de ser escoltado para fora do tribunal, Wong gritou aos apoiantes: “Sei que o caminho pela frente é difícil, mas vou aguentar-me”, com a multidão a gritar de volta palavras de apoio, descreveu a emissora pública de Hong Kong, a RTHK. “Os arguidos apelaram aos manifestantes para sitiarem a sede [da Polícia de Hong Kong] e entoaram ‘slogans’ anti-polícia”, disse a juíza Wong Sze-lai. “A detenção imediata é a opção mais apropriada”, defendeu. Agnes Chow explodiu em lágrimas ao ser condenada, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP). Apesar da sua juventude, Wong, que iniciou o seu activismo político aos 13 anos de idade, já passou algum tempo atrás das grades. Tem sido descrito por vários ‘media’ como uma das pessoas mais influentes do mundo, encarnando a opinião internacional sobre a resistência a Pequim na antiga colónia britânica. Wong, de 24 anos, declarou-se culpado de organizar a manifestação e de incitar outros a juntarem-se. Chow, de 23 anos, também admitiu ter participado e incitado pessoas a juntarem-se à manifestação. Lam, de 26 anos, confessou-se culpado da acusação de incitamento. A admissão de culpa dos três permitiu que a sentença fosse reduzida, face aos três anos de pena que arriscavam. Os advogados dos três antigos líderes do agora dissolvido partido Demosisto tinham apelado a penas mais brandas, exortando o magistrado Wong Sze-lai a ter em conta a juventude do trio, o facto de Chow ter um registo sem mácula, e de nenhum deles ter participado em qualquer ato de violência durante o protesto. Wong e Lam já tinham sido presos no passado após condenações relacionadas com o seu activismo, ao contrário de Chow, que em agosto chegou a ser detida, ao abrigo da lei de segurança nacional, mas sem que tenha sido deduzida qualquer acusação. Milhares de pessoas cercaram o edifício em Wan Chai a 21 de junho do ano passado, exigindo a retirada da lei de extradição do Governo, reformas democráticas e que a polícia deixasse de descrever os protestos no início do movimento como motins. A multidão bloqueou entradas, com alguns manifestantes a vandalizarem muros e a destruírem câmaras de vigilância, mas sem que tenham existido confrontos graves com a polícia, algo que foi frequente nos protestos de 2019, que levaram milhões de pessoas para as ruas.
Hoje Macau China / ÁsiaCNN | Documentos revelam falhas na gestão inicial do surto de Covid-19 [dropcap]A[/dropcap] China difundiu dados mais optimistas do que os estágios iniciais do surto do novo coronavírus sugeriam e tardou em confirmar casos já diagnosticados, segundo documentos internos das autoridades citados pela cadeia televisiva norte-americana CNN. As conclusões avançadas pela CNN têm como base a análise de documentos internos das autoridades de saúde do país asiático. No total, são 117 páginas vazadas do Centro para Controlo e Prevenção de Doenças da Província de Hubei, onde foram diagnosticados os primeiros casos de covid-19. Num relatório marcado com as palavras “documento interno, mantenham o sigilo”, as autoridades de saúde locais listam um total de 5.918 novos casos, detectados em 10 de Fevereiro, mais do que o dobro do número público oficial de casos confirmados nesse dia. Este número nunca foi revelado na altura, já que o sistema de contabilidade da China parecia, no caos das primeiras semanas da pandemia, minimizar a gravidade do surto. Um relatório produzido no início de Março apontou que as autoridades estavam a demorar, em média, 23 dias a confirmar o diagnóstico de pacientes que já apresentavam sintomas. Erros de teste significaram ainda que a maioria das pessoas infectadas recebeu resultados negativos em 10 de Janeiro. As primeiras medidas de contenção do surto foram prejudicadas pela falta de fundos e pessoal e uma burocracia complexa, que complicou o sistema de emergência da China, segundo as auditorias internas a que a CNN teve acesso. A CNN afirmou também que houve um grande surto de gripe, no início de Dezembro, na província de Hubei, que não foi divulgado anteriormente. Os documentos, que cobrem um período incompleto entre Outubro de 2019 e Abril deste ano, revelam o que parece ser um sistema de saúde “inflexível, limitado por uma burocracia organizada do cimo para baixo e procedimentos rígidos, inapropriados para lidar com a crise”, apontou a CNN. “Em vários momentos críticos da fase inicial da pandemia, os documentos apontam evidências de erros claros e um padrão de falhas institucionais”, acrescentou. Negação sínica O Governo chinês rejeitou veementemente as acusações dos Estados Unidos e de outros governos ocidentais de que deliberadamente reteve informações sobre o vírus. Em Junho passado, o Conselho de Estado da China defendeu que o Governo chinês sempre publicou informações sobre a epidemia de “forma oportuna, aberta e transparente”. “Ao fazer um esforço total para conter o vírus, a China também agiu com grande sentido de responsabilidade para com a humanidade, o seu povo, a posteridade e a comunidade internacional. Forneceu informações sobre a covid-19 de forma totalmente profissional e eficiente e divulgou informações confiáveis e detalhadas o mais cedo possível numa base regular”, acrescentou. Segundo a CNN, embora os documentos não ofereçam evidências de uma tentativa deliberada de ocultar informação, estes revelam várias inconsistências sobre o que as autoridades acreditavam que estava a acontecer e o que foi revelado publicamente. Ontem, fez um ano desde que o primeiro paciente conhecido apresentou sintomas da doença em Wuhan, a capital da província de Hubei, segundo um estudo publicado no jornal médico Lancet. As revelações ocorrem numa altura em que EUA e União Europeia pressionam a China a cooperar totalmente com uma investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre as origens do vírus, que infectou já mais de 60 milhões de pessoas e matou 1,46 milhões em todo o mundo. Até à data, no entanto, o acesso de especialistas internacionais aos registos médicos dos hospitais e dados em Hubei foi limitado. A OMS disse, na semana passada, que recebeu “garantias do Governo chinês de que uma viagem ao terreno” seria concedida como parte da sua investigação. Os arquivos foram apresentados à CNN por denunciantes que pediram anonimato, segundo a cadeia televisiva. As fontes disseram trabalhar no sistema de saúde chinês e serem patriotas que desejam expor factos que foram censurados e homenagear os colegas que falaram anteriormente. Os documentos foram verificados por seis especialistas independentes que examinaram a veracidade de seu conteúdo, segundo a CNN.
Hoje Macau China / ÁsiaShenzhen | AI apela ao respeito pelos direitos de detidos que incluem luso-chinês [dropcap]A[/dropcap] Amnistia Internacional (AI) apelou ontem a que os direitos dos doze jovens de Hong Kong, incluindo um luso-chinês, detidos na China, sejam respeitados, e lembrou que estes correm “risco iminente de tortura”. “A situação destes 12 jovens é extremamente preocupante. Nos últimos 100 dias, eles foram submetidos a algumas das tácticas mais comuns do manual da polícia chinesa”, apontou a organização de defesa dos Direitos Humanos. O grupo, que inclui o estudante universitário Tsz Lun Kok, detentor de passaporte português e chinês, tinha iniciado a viagem com destino a Taiwan, onde se pensa que procuravam asilo, quando a lancha em que seguiam foi interceptada, em 23 de Agosto, pela guarda costeira chinesa. Os 12, a maioria ligados aos protestos anti-governamentais do ano passado, em Hong Kong, estão detidos há quase dois meses em Shenzhen por “travessia ilegal” das águas continentais. Dois detidos são ainda suspeitos de organizar a passagem ilegal da fronteira. A Amnistia Internacional lembrou que os jovens “foram privados dos seus direitos básicos a um julgamento justo, incluindo a hipótese de escolher os seus próprios advogados”. “As suas famílias tiveram repetidamente o acesso negado e pelo menos seis advogados foram ameaçados pelas autoridades chinesas para que desistissem dos casos”, lê-se no comunicado da organização. A Amnistia Internacional documentou anteriormente vários casos em que indivíduos detidos na China continental, muitos deles defensores dos direitos humanos, foram privados do direito de consultar os advogados que eles ou as suas famílias escolheram. Em alguns casos, as autoridades nomearam advogados para os detidos sem o consentimento das famílias. Em outros casos, as autoridades ameaçaram advogados para que desistissem dos casos. “Tudo isto efectivamente equivale a privar os detidos do direito à representação legal. Indivíduos privados de representação legal frequentemente não têm acesso a informações sobre os seus direitos legais, tornando-os mais vulneráveis a procedimentos legais injustos”, apontou a organização. Segurança nacional O jovem de nacionalidade portuguesa tinha já sido detido em 18 em Novembro em Hong Kong, e mais tarde libertado, durante o cerco da polícia à Universidade Politécnica daquele território, sendo acusado de motim, por ter participado alegadamente numa manobra para desviar as atenções das forças de segurança com o objectivo de permitir a fuga de estudantes refugiados no interior. O grupo inclui ainda o activista pró-democracia Andy Li, de 29 anos, anteriormente detido na região ao abrigo da nova lei de segurança nacional, aprovada pelo regime chinês, no final de Junho. A lei de segurança nacional imposta por Pequim à região semi-autónoma de Hong Kong pune actividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua, e levou vários activistas pró-democracia a refugiarem-se no Reino Unido e Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Portugueses resgatados de Wuhan regressam à cidade agora “mais segura” do mundo [dropcap]P[/dropcap]ortugueses resgatados, em Fevereiro passado, de Wuhan, regressaram, entretanto, à cidade chinesa onde foram diagnosticados os primeiros casos da covid-19, e sentem-se agora “no sítio mais seguro do mundo”, após a China ter contido a epidemia. Volvido quase um ano desde que foram detectados os primeiros casos de uma misteriosa pneumonia, a vida retornou à normalidade em Wuhan, enquanto o Partido Comunista Chinês parece ter reforçado a sua legitimidade, abalada inicialmente pela epidemia. Situada no centro da China, a cidade, que permaneceu bloqueada durante mais de dois meses, obrigando ao resgate de milhares de estrangeiros, incluindo 20 portugueses, soma já meio ano sem novos casos. “Estamos no sítio mais seguro do mundo”, observa à agência Lusa o treinador de futebol Miguel Moreira, um dos 20 portugueses que, em Fevereiro passado, voou para Portugal, numa operação coordenada pelas autoridades europeias. Cerca de um mês e meio depois de Moreira ter sido resgatado, o continente europeu tornou-se o epicentro da epidemia, ultrapassando a China no número total de casos. No total, a Europa soma hoje mais de 17 milhões de casos e quase 390 mil mortes, segundo dados do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo da Doença. A China soma 86.495 infetados e 4.634 mortos desde o início da pandemia, de acordo com dados do Governo chinês. O antigo guarda-redes dos clubes Paços de Ferreira, Varzim e Mafra regressou, entretanto, a Wuhan, para prosseguir o seu trabalho numa academia de futebol da cidade. A preocupação em Wuhan, cujos cerca de onze milhões de habitantes estiveram durante mais de dois meses confinados em casa e proibidos de sair da cidade, é agora quem chega do exterior, à medida que a China regista sobretudo casos importados. “As velhinhas afastam os netos quando me veem; o segurança no meu condomínio faz sempre questão de verificar a minha temperatura antes de me deixar entrar”, descreve à Lusa António Rosa, professor de Design e Arte numa escola internacional de Wuhan, que foi também resgatado, mas acabou por voltar, em Maio passado. A China, onde os primeiros casos da doença foram diagnosticados, no final de 2019, foi alvo de críticas pela gestão das fases iniciais do surto. O Governo chinês recusou-se inicialmente a compartilhar amostras do vírus e resistiu a uma investigação transparente e independente. Na primeira quinzena de janeiro, as autoridades de Wuhan reportaram apenas 41 pacientes, e descartaram que a doença fosse transmissível entre seres humanos. Durante semanas, o número de pacientes manteve-se inalterado. Em 18 de janeiro, as autoridades de Wuhan permitiram ainda um banquete com 40.000 pessoas, com o objetivo de estabelecer um recorde mundial. No entanto, já no final de dezembro, vários médicos da cidade começaram a alertar para os perigos de uma doença desconhecida. As autoridades agiram de imediato, não para conter o surto, mas punindo os denunciantes: a polícia deteve oito médicos para os “educar” sobre os perigos associados a espalhar rumores. Várias evidências sugerem que o vírus quase certamente teve origem num animal, provavelmente um morcego, antes de evoluir e contagiar seres humanos. As autoridades chinesas baniram o comércio e consumo alimentar de animais selvagens, após o início do surto. No entanto, à medida que a doença se alastrou pelo mundo, as autoridades e a imprensa estatal chinesa passaram a sugerir que a doença não teve origem no país. Uma exposição temática sobre a luta de Wuhan contra o surto, no Centro de Exposições de Cultura da China, um pavilhão com 1.800.000 metros quadrados, no norte da cidade, exalta o papel do Partido Comunista Chinês, em particular do líder Xi Jinping, na luta contra a epidemia, mas não faz qualquer referência à origem da covid-19. A exposição enaltece antes o apoio prestado pela China a países estrangeiros, incluindo o envio de equipamento médico e funcionários de saúde, e a generosidade dos líderes chineses em partilharem a “solução chinesa” com “organizações e países estrangeiros”. Zhao Xiaosong, um estudante chinês, de 24 anos, que assiste à exposição, parece convencido. “Em dois meses conseguimos derrotar a doença. Um feito único a nível mundial”, explica. “O Partido Comunista desempenhou um papel crucial”, diz.
Hoje Macau China / ÁsiaConstrução civil | CCCC compra 23% da Mota-Engil por 169,4 milhões de euros [dropcap]A[/dropcap] chinesa Communications Construction Company (CCCC) adquiriu uma participação de 23 por cento na Mota-Engil por 169,4 milhões de euros, confirmou sexta-feira a construtora portuguesa, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa liderada por Gonçalo Moura Martins informou que a accionista Mota Gestão e Participações (MGP) vendeu à CCCC 55 milhões de acções a um preço de 3,08 euros por acção, escreve o Jornal Económico. “A efectividade do acordo está, porém, dependente da verificação de várias condições precedentes, de índole legal e contratual, entre as quais se incluem a aprovação ou o consentimento por parte de diversas Entidade Públicas e a confirmação por parte da CMVM de que o acordo e as operações nele previstas não impõem para a CCCC a obrigação de lançamento de uma oferta pública de aquisição”, salvaguardou a Mota-Engil. O grupo, que ontem informou ter ganho três novos contratos no Peru por 125 milhões de euros, vai convocar “em breve” uma assembleia geral para dar ‘luz verde’ ao conselho de administração para aprovar o aumento de capital, “nos termos e condições a decidir por este órgão no momento oportuno”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteLíngua portuguesa faz parte do plano de assistência de Macau a Congjiang para erradicação da pobreza [dropcap]A[/dropcap] Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) participa, desde 2018, no Plano de Erradicação da Pobreza do Conselho de Estado, centrando a sua acção na comarca de Congjiang, na província de Guizhou, um dos locais da China onde se tem verificado a existência dos níveis mais elevados de pobreza. Curiosamente, o ensino da língua portuguesa faz parte da ajuda prestada pela RAEM. Trata-se de um projecto organizado pela Direcção de Serviços de Educação e Juventude e passa pelo envio de professores de Macau que, durante três semanas, terão como objectivo despertar o interesse dos alunos de Congjiang pelo Português. A intervenção será efectuada em Maio de 2021, em quatro graus de ensino, do primário ao pré-universitário. Depois serão seleccionados os 30 melhores alunos, que receberão um convite para se deslocarem a Macau, para participarem num curso de Verão de língua e cultura portuguesa, com a duração de três semanas. No princípio, foi assim Claro que o ensino da língua portuguesa não passa de um pequeno aspecto no âmbito da ajuda que a RAEM tem prestado à comarca de Congjiang. Desde Maio de 2018, 27 acordos de assistência foram já assinados e implementados entre Macau e Congjiang, nas áreas da educação, saúde, turismo, indústria, trabalho, formação de quadros, etc. E, na verdade, a assistência prestada pela RAEM tem dado os seus frutos. Congjiang tem uma área de 3244 quilómetros quadrados e conta com 385.330 habitantes, sendo que 94,8% pertencem às minorias étnicas Miao e Dong. Em finais de 2017, o número de pessoas consideradas pobres ascendia a 72.316, ou seja, 21% da população. Ora, em 2019, a incidência de pobreza em Congjiang havia descido já para 3,6% e para isso muito contribuiu a assistência prestada pela RAEM, em coordenação com o Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau (GL). Só em 2018, na área educacional, a Fundação Macau proporcionou 30 milhões de yuans para a construção de uma escola primária, que viria a ser concluída em 2019 e que se encontra já em funcionamento. Na mesma área, também a Companhia de Construção Estatal da China doou 5 milhões de yuans para a edificação de uma escola primária, isto para além de outras 10 escolas e centros de saúde que contaram com a ajuda da Cruz Vermelha de Macau. Na área do emprego, foram recrutados 429 trabalhadores para exercerem a sua profissão na RAEM, cada um pertencente a um agregado familiar diferente, no sentido de proporcionar a cada família uma melhoria substancial do seu rendimento. Também o GL financiou a ajuda a 3000 estudantes de famílias carenciadas, por três anos consecutivos, num total de 1,5 milhão de yuans por ano; e a Fundação Macau criou um programa de bolsas de estudo, no valor de 100 mil patacas/ano cada, que permitiu a deslocação e permanência em Macau de estudantes do ensino superior originários de Congjiang. Na área económica, o Instituto de Promoção e Investimento de Macau (IPIM) convidou diversas empresas de Congjiang para participarem em feiras internacionais, tendo resultado na assinatura de 35 contratos. Na área do turismo, a China Travel Service e a China International Travel Service, sediadas em Macau, promoveram a deslocação a Congjiang de mais de cinco mil visitantes e foi também promovido o primeiro Festival de Arte de Luz e Sombras Macau-Congjiang, que atraiu mais de 30 mil pessoas. O ano das infra-estruturas 2019 foi um ano em que a assistência se centrou em infra-estruturas, de modo a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos de Congjiang. Sob a liderança do GL, foi custeada e implementada a colocação de 560 lâmpadas, no valor de 1,7 milhão de yuans, alimentadas a energia solar, em cinco das mais pobres aldeias da comarca. Além disso, o GL conseguiu obter da sociedade de Macau 6,64 milhões de yuans para a renovação de casas velhas em más condições, tendo recuperado um total de 715 habitações, em 10 aldeias de minorias étnicas. Também os casinos da RAEM contribuíram com cerca de dois milhões de yuans, aplicados na ajuda a camponeses, nomeadamente na renovação de estruturas como pátios, estradas e iluminação pública. Por seu lado, a Fundação Macau proporcionou consultas médicas e operações a 193 pessoas com cataratas e forneceu 450 aparelhos de audição a gente necessitada, além de doar sete ambulâncias. Já a DSEJ criou um programa de treino para mais de 300 professores do ensino pré-primário, o que implicou a deslocação a Congjiang de especialista e, posteriormente, convidou 40 professores a deslocarem-se a Macau para a frequência de cursos especializados. Também o Instituto Cultural da RAEM não quis ficar de fora destas iniciativas e convidou Congjiang para participar na Parada Internacional de Macau e no Festival de Artes de Macau o que, juntamente com a realização de um vídeo promocional em cantonês, feita pelos Serviços de Turismo, proporcionou um melhor conhecimento de Congjiang por parte da população de Macau. Apesar da pandemia Já neste ano, a ajuda a Congjiang foi reforçada pela realização de uma vídeo-conferência que juntou elementos do Gabinete de Ligação, do governo de Macau e do governo da província de Guizhou, no fim da qual foram assinados mais nove acordos de assistência. Assim, foi acordada uma recolha de fundos na RAEM para o estabelecimento de 320 postos de assistência social para famílias necessitadas e sem rendimento estável. O projecto, lançado em Junho deste ano, já recolheu, entre Junho e Setembro a soma de 512 mil yuans. Por outro lado, Macau comprou produtos agrícolas a Congjiang, como cogumelos secos, piri-piri e óleos, no valor de 2,5 milhões de yuans, beneficiando 2830 unidades familiares. O grupo Galaxy doou 1 milhão de yuans para a implementação de estações de tratamento sanitário em 21 aldeias, o que foi já realizado. Mais escolas têm igualmente sido construídas com fundos de Macau, bem como mais ajuda na área da saúde tem sido implementada, nomeadamente com a doação de 200 aparelhos auditivos e 100 cadeiras-de-rodas eléctricas. Além disso, só em Agosto, foram instalados, em casas familiares, mais de 1000 esquentadores eléctricos. Recentemente, o IPIM convidou oito empresas de Congjiang a participarem na Feira Internacional de Macau, onde assinaram vários acordos de exportação dos seus produtos. No total, desde 2018, a RAEM já disponibilizou, em dinheiro e materiais, cerca de 120 milhões de yuans, como forma de contribuir para a erradicação da pobreza em Congjiang, além de contribuir com assistência cultural e intelectual para a elevação das condições de vida na comarca. Guizhou, a província mais pobre da China A província de Guizhou tem sido um dos principais cenários da batalha do Governo Central para a erradicação da pobreza, tendo merecido a especial atenção do presidente Xi Jinping, que a referiu em numerosas ocasiões. Desde 2012, data da realização do 18º Congresso do Partido Comunista Chinês em que foi estabelecida como meta, o plano de erradicação da pobreza em Guizhou fez com que o número de 9,23 milhões de pobres tenha decrescido para cerca de 300 mil em 2019, ou seja, de 26,8% da população total da província para 0,85%. Em Guizhou, uma província montanhosa com acessos difíceis, habitada sobretudo por minorias étnicas, existiam 66 comarcas consideradas pobres. Em 2019, apenas 9 eram ainda classificadas como tal. Uma das estratégias passou pela construção de estradas que ligam comunidades rurais, dantes isoladas, numa geografia montanhosa que dificultava os acessos e a comunicação entre as diversas comunidades. No total foram construídos 77 mil quilómetros de estradas. Com o mesmo objectivo, foi também implementado um projecto de recolocação de cerca de 1,8 milhão de pessoas, a maior de toda a China, além de ter sido promovida a modernização agrícola e desenvolvidos novos métodos de trabalho, o que levou a um enorme crescimento da produção. Este ano, apesar da pandemia e de graves inundações, o plano continuou a as nove comarcas referidas conseguiram também ultrapassar, este Novembro, o nível de pobreza. Resta agora, segundo as autoridades, prosseguir na investigação de eventuais deficiências na execução dos planos, consolidar a produção de alta qualidade e assim eliminar desta província o estado de pobreza que há milhares de anos afligia a sua população.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Carrie Lam anuncia medidas acordadas com Pequim para resgatar a economia [dropcap]H[/dropcap]ong Kong anunciou ontem um pacote de estímulos, acordado com Pequim, para resgatar a região semi-autónoma, cuja economia vai sofrer uma contracção de 6,1 por cento, em 2020, devido aos “distúrbios civis, pandemia e situação política internacional”. Num longo discurso proferido perante o Conselho Legislativo, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, assegurou que a antiga colónia britânica recebeu “golpes sem precedentes”, nos últimos anos, que “minaram gravemente a estabilidade social”. Lam destacou o impacto económico da pandemia da covid-19, a “agitação social proveniente da oposição” e “actos que ameaçam a segurança nacional devido à interferência de forças externas”. “Devem ser encontrados meios para tirar Hong Kong do impasse e restaurar a confiança pública”, apontou. Lam defendeu as suas últimas visitas a Pequim, onde concordou em promover a integração no projeto Área da Grande Baía, que inclui Macau e várias cidades da província de Guangdong, e que visa transformar o sudeste da China numa mega metrópole de referência internacional no sector financeiro e tecnológico. A líder do governo da antiga colónia britânica anunciou também um plano para ligar as bolsas de valores da China e de Hong Kong, o que permitirá que mais empresas da China continental beneficiem da ligação de Hong Kong ao mundo enquanto praça financeira. “Hong Kong tem de aproveitar as oportunidades que a China lhe oferece”, acrescentou. Lam anunciou ainda que o seu Executivo vai apresentar um projecto de lei para “alterar os decretos sobre a tomada de posse de funcionários públicos”, bem como uma campanha educacional para “melhorar a compreensão sobre o Estado de Direito”.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA/Eleições | Xi Jinping deu os parabéns pela vitória ao democrata Joe Biden [dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, deu ontem os parabéns pela vitória ao Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, expressando esperança num espírito de cooperação entre os dois países, para que todos fiquem a ganhar. A China foi uma das últimas potências a dar os parabéns a Biden, que venceu este mês o republicano Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas. O Ministério dos Negócios Estrangeiros só o fez no dia 13 deste mês, quase uma semana semana depois de Biden ser anunciado como vencedor, no dia 7. Os analistas dizem que Pequim pode ter querido evitar tensões nas relações com o Presidente cessante, que ainda não reconheceu publicamente a derrota, alegando a existência de “fraude eleitoral” e pedindo a recontagem de votos. Na mensagem de parabéns, Xi disse a Joe Biden que relações “saudáveis e estáveis” são a “expectativa comum da comunidade internacional”, de acordo com um comunicado divulgado. “Esperamos que os dois lados mantenham o espírito de não-conflito e não-confronto, respeito mútuo e cooperação em que todos ganham, focando-se na cooperação, controlando as diferenças e promovendo o desenvolvimento saudável e estável das relações entre a China e os EUA”, pode ler-se no comunicado. As relações entre China e EUA deterioram-se rapidamente desde que Donald Trump assumiu a presidência. Os dois países enfrentam uma guerra comercial e tecnológica e disputas em torno da soberania do mar do Sul da China, a questão de Taiwan ou o estatuto de Hong Kong. Trump classificou a China como uma ameaça à segurança dos EUA e impôs restrições sob as exportações de tecnologia para o país asiático. Nos últimos meses, a insistência de Trump em apelidar a covid-19 de “vírus chinês” contribuiu para antagonizar as percepções sobre o líder norte-americano no país. Analistas políticos esperam, no entanto, poucas mudanças na relação bilateral, devido à frustração generalizada nos EUA em questões comerciais e de direitos humanos e a acusações de espionagem e usurpação de tecnologia pela China. A posse de Biden como 46.º Presidente dos Estados Unidos está marcada para 20 de Janeiro de 2021.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Novos protestos junto ao banco do qual o rei é o maior accionista [dropcap]A[/dropcap] sede do Banco Comercial do Sião (SCB), cujo maior accionista é o rei da Tailândia, vai ser hoje o centro de um novo protesto do movimento estudantil que exige reformas democráticas na política e na Casa Real. O protesto centra-se nas finanças do rei Vajiralongkorn, a quem foi concedido o poder de controlar pessoalmente uma fortuna real de pelo menos 35 mil milhões de dólares quando subiu ao trono. Inicialmente convocada para junto do gabinete das propriedades da coroa (Crown Property Office), a manifestação mudou de local, de acordo com um anúncio dos organizadores na terça-feira à noite, depois da instalação de cerca de seis mil barricadas de polícia e de arame farpado no local, e também para evitar protestos dos apoiantes do rei. Apesar de as manifestações pró-democracia lideradas por estudantes, que começaram regularmente em julho, serem pacíficas, as autoridades tailandesas utilizaram já canhões de água e granadas de gás lacrimogéneo para reprimir os manifestantes. “O recurso à violência, ou a medidas duras, para tentar pôr fim aos protestos só irá reforçar ainda mais a opinião de que o actual Governo não representa os ideais do povo”, disse Mu Sochua, representante do grupo parlamentar da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático] para os direitos humanos, numa declaração, apelando às autoridades para que adoptem um “tom conciliatório”. O protesto de hoje tem lugar na sede do banco SCB onde o rei Vajiralongkorn é o maior accionista com 23,38% das acções, de acordo com os últimos dados publicados no mercado de ações tailandês. Lideradas por grupos de estudantes, as manifestações tem sido realizadas quase diariamente, algumas delas em grande número, e desafiam publicamente o estatuto do rei e da Casa Real, protegidos por lei de insultos ou críticas, um crime punido com duras penas de prisão. Nos últimos dias, a polícia acusou vários ativistas pró-democracia de crimes de lesa-majestade, puníveis com 15 anos de prisão, e estão a considerar alargar a acusação a mais líderes dos protestos. O rei Vajiralongkorn, de 68 anos, ascendeu ao trono em 2016, sendo menos respeitado do que o falecido pai, o venerado Bhumibol Adulyadej. Uma das críticas do movimento pró-democracia são as longas estadas do monarca na Alemanha, onde vive habitualmente. Na sequência dos protestos, o monarca está na Tailândia desde meados de outubro. Vajiralongkorn aumentou o poder, depois de em 2017 ter assumido o controlo de várias unidades militares em Banguecoque e da fortuna real. A pedido do monarca, o parlamento tailandês eleito pela antiga junta militar (2014-2019) aprovou uma emenda à lei, em julho de 2017, para colocar o Crown Property Office, que gere a fortuna da família real, sob a autoridade única de Vajiralongkorn. A Casa Real da Tailândia é a mais rica do mundo, de acordo com um estudo publicado em 2011 pela revista Forbes, e tem uma grande carteira de investimentos em propriedades e empresas.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Duterte já despediu cerca de 800 funcionários por corrupção [dropcap]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, despediu cerca de 800 funcionários governamentais por actividades ilegais, desde que iniciou o mandato em 2016, no âmbito de uma campanha anti-corrupção. “Continuarei a perseguir todos os trabalhadores do governo envolvidos em casos de corrupção”, advertiu na segunda-feira à noite o chefe de Estado filipino, num discurso televisivo. Acusado por vozes da oposição de alegadamente esconder uma fortuna ilegal em contas estrangeiras, Duterte adiantou que, na próxima semana, vai identificar mais funcionários despedidos por terem cometido ilegalidades. Alfândegas, Imigração, Obras Públicas, Receita Federal ou Filhealth, empresa pública de Segurança Social, têm sido algumas das agências governamentais afetadas por casos de corrupção durante o mandato de Duterte. O Presidente filipino acrescentou que os funcionários despedidos foram punidos com multas administrativas e que o Provedor de Justiça é a figura encarregada de apresentar acusações criminais contra funcionários do Governo envolvidos em crimes como suborno ou corrupção. A guerra contra a corrupção, juntamente com a guerra antidroga e contra os rebeldes comunistas, é um dos pilares da política de Duterte. No mês passado, ordenou ao Departamento de Justiça, que atua como Ministério Público, que “investigasse todo o Governo por corrupção” até ao fim do mandato, em 2022. Duterte mostrou ainda uma lista da Comissão Presidencial Anticorrupção que inclui nomes de congressistas que alegadamente solicitaram comissões em troca da aprovação de projetos de lei, sem identificar os suspeitos. O chefe de Estado filipino sublinhou que o cargo não lhe confere jurisdição para acusar os congressistas suspeitos de corrupção, mas indicou que ia transmitir a lista ao Provedor de Justiça para que este tome medidas. “Segundo a lei política, não tenho o direito de investigar os congressistas, eles pertencem a um órgão governamental separado”, disse Duterte, instando o parlamento a abrir uma investigação interna.