Centros | Rejeitada existência de “esquadras ilegais” no estrangeiro

A China rejeitou acusações, feitas por uma organização não-governamental (ONG), de que terá criado meia centena de “centros de serviço policial” em vários países para controlar dissidentes, incluindo em Portugal.
Numa conferência de imprensa regular, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, defendeu na quarta-feira que as estruturas “são, na verdade, centros de serviços para chineses no estrangeiro”.
Os centros servem para apoiar “um elevado número de cidadãos chineses” que não conseguem regressar à China devido à pandemia de covid-19, por exemplo, na renovação de cartas de condução chinesas, disse Wang.
O porta-voz acrescentou que as autoridades chinesas estão “totalmente comprometidas com o combate aos crimes transnacionais de acordo com a lei, observando de forma rigorosa a lei internacional e respeitando plenamente a soberania judicial de outros países”.
Wang tinha sido questionado sobre uma investigação, anunciada horas antes pelo Governo dos Países Baixos, sobre a alegada criação de duas esquadras de polícia ilegais chinesas em Amesterdão e em Roterdão.
De acordo com notícias dos média neerlandeses, as duas alegadas “esquadras chinesas” afirmam oferecer assistência diplomática a cidadãos da China, mas não foram registadas no Governo dos Países Baixos.

Cada um por si
Num relatório divulgado em Setembro, a ONG Safeguard Defenders acusou Pequim de manter meia centena de “centros de serviço policial” em vários países. Três dessas “esquadras ilegais” funcionarão em Portugal, segundo a ONG, com sede em Madrid.
Já a Comissão Europeia, através das porta-voz para os Assuntos Internos, Anitta Hipper, disse ontem que cabe aos Estados-membros investigar a existência de alegadas esquadras chinesas na União Europeia (UE), nomeadamente em Portugal, vincando que, embora não tenha sido informada, pode mobilizar apoio para os países, se necessário. Falando na conferência de imprensa diária da Comissão, em Bruxelas, a responsável ressalvou que esta “é uma questão de soberania nacional”, pelo que “cabe aos Estados-membros investigar estas alegações”.

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