Hoje Macau China / ÁsiaChina | Condenados ataques terroristas e pedida contenção a Israel A China condenou ontem “ataques terroristas contra civis” em Jerusalém Oriental e manifestou oposição ao “uso excessivo da força”, ao mesmo tempo que apelava à contenção “de todos os lados e particularmente de Israel”. “A prioridade é evitar que a situação se agrave”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado, acrescentando que todas as partes devem mostrar “calma e contenção para evitar que a situação fique fora de controlo”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros expressou “tristeza” pelas recentes “baixas civis” devido à escalada da tensão na região e observou que o conflito israelo-palestiniano “se perpetua porque a solução de dois Estados não foi alcançada e ao povo palestiniano foi negada durante muito tempo a legítima aspiração de estabelecer um Estado independente”. Pequim apelou também a “acções urgentes para criar condições para o reinício das conversações israelo-palestinianas” e assegurou que a China “continuará a trabalhar para uma solução abrangente, justa e duradoura para a questão palestiniana”. Debaixo de fogo Jerusalém Oriental ocupada está em alerta máximo depois de ter sido alvo de dois ataques com tiros nos últimos dias, que causaram sete mortos e cinco feridos. Na quinta-feira, nove palestinianos foram mortos a tiro pelas forças israelitas durante os confrontos que eclodiram durante uma operação israelita no campo de refugiados de Jenin, um foco do movimento das milícias palestinianas na Cisjordânia.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Produção de ópio aumenta quase 90% em 2022 A produção de ópio em Myanmar (antiga Birmânia) cresceu 88 por cento em 2022, um aumento recorde explicado pela crise económica desde o golpe de Estado da junta militar em 2021, segundo um relatório das Nações Unidas. Os autores do estudo divulgado ontem estimam que a produção de ópio atingiu 790 toneladas no ano passado, contra as 420 toneladas de 2021 e quase o dobro da produção em 2020, quando atingiu o valor mais baixo desde que os relatórios começaram a ser realizados, com apenas 400 toneladas. “Agricultores em áreas remotas e propensas ao conflito tiveram pouca escolha senão voltar ao ópio. (…) Os agricultores vêem o ópio como uma garantia de rendimento sobre outras culturas”, disse Jeremy Douglas, representante do Sudeste Asiático e do Pacífico do Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime, durante uma apresentação em Banguecoque, na Tailândia. “O ópio representa uma oportunidade de emprego”, acrescentou Douglas, que associou o aumento da produção à queda do investimento estrangeiro desde o golpe de Estado e à crise económica, reforçada pela pandemia de covid-19 e pela elevada inflação no país. Os esforços para erradicar as plantações também parecem ter diminuído, com as autoridades a eliminarem menos 70 por cento a colheita do que no ano anterior. Douglas reconheceu que a corrupção das autoridades “aumenta as rodas do comércio do ópio”, mas evitou críticas directas à junta militar, dizendo que o comércio ocorre em territórios controlados pela junta ou por diferentes grupos étnicos e que “todos ganham dinheiro” com o negócio. O representante da ONU indicou que estes dados são preocupantes para a região porque significam um aumento na oferta de heroína. “Se a tendência continuar, terá um impacto significativo nas sociedades”, alertou.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Julgamento de português acusado de sedição adiado A primeira sessão do julgamento de um cidadão português de 40 anos, acusado do crime de sedição em Hong Kong, foi ontem adiada para 9 de Março, avançou a imprensa da região administrativa especial chinesa. Segundo o Immedia HK, um juiz do tribunal do distrito de West Kowloon, Peter Law Tak-chuen, concordou com o Ministério Público, que pediu mais tempo para transferir o caso para um outro tribunal de Hong Kong. O suspeito, detido desde o final de Outubro, voltou a não pedir fiança e irá continuar a aguardar julgamento na prisão, avançou o portal de notícias de língua chinesa. O homem, professor no Royal College of Music no Reino Unido, já tinha visto o mesmo tribunal negar-lhe fiança por duas vezes, primeiro a 4 de Novembro e depois a 11 de Novembro. Segundo a imprensa da região chinesa, o português não esteve presente na sessão de 11 de Novembro, dispensou o advogado de defesa e disse ao tribunal não precisar de um advogado oficioso. O juiz Peter Law é um dos juízes nomeados pelo governo de Hong Kong para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional promulgada em 2020. No entanto, o cidadão português foi acusado ao abrigo de uma outra lei, da era colonial britânica. As autoridades de Hong Kong acusam o homem de “trazer ódio e desprezo” e “estimular o descontentamento” contra o governo, promover a “desobediência” civil e “incitar à violência” através de publicações em redes sociais feitas entre 9 de Outubro e 1 de Novembro. Em resposta enviada à Lusa a 04 de Novembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português disse ter “conhecimento da detenção de um cidadão portador de passaporte português em Hong Kong”. “De momento, o MNE, através do consulado-geral de Portugal em Macau, está a diligenciar junto das autoridades de Hong Kong para apurar mais elementos sobre este caso, bem como informar em conformidade a família, da qual foi recebido contacto”, referiram as autoridades portuguesas.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Novas fotos do rover lunar divulgadas com bênçãos de Ano Novo A Administração Espacial Nacional da China (CNSA, sigla em inglês) divulgou no passado sábado um grupo de novas fotos do rover lunar do país, o Yutu-2, juntamente com os seus bons votos para todo o povo chinês antes do Ano Novo Chinês, o Ano do Coelho. As fotos mostraram a marca da roda deixada pelo rover, algumas rochas e uma pequena cratera de impacto na superfície lunar, indica o Diário do Povo. Yutu, ou Coelho de Jade, é conhecido como o animal de estimação da Deusa Lunar Chang’e na mitologia chinesa. A ligação comum do coelho com o único satélite natural da Terra levou a China a nomear seu primeiro rover lunar como “Yutu”. Em 2019, a China enviou outro visitante coelho para a Lua. O rover Yutu-2 e o pousador Chang’e-4, ambos parte da sonda Chang’e-4, pousaram suavemente no lado escuro da Lua pela primeira vez na história da humanidade. O rover Yutu-2 e o pousador Chang’e-4 acordaram do seu modo dormente a 15 de Janeiro e 16 de Janeiro, respectivamente, inaugurando seu 51.º dia lunar de trabalho. Um dia lunar é igual a 14 dias na Terra, e uma noite lunar tem a mesma duração. A sonda lunar muda para o modo dormente durante a noite lunar devido à falta de energia solar. Até agora, o Yutu-2 já trabalhou mais de quatro anos, percorreu quase 1,5 mil metros no total e enviou mais de 940,1 gigabytes (GB) de dados científicos.
Hoje Macau China / ÁsiaLula da Silva quer acelerar acordos com UE e China O Presidente do Brasil disse quarta-feira que a conclusão da negociação do acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul é uma prioridade e sinalizou disponibilidade do bloco em debater e firmar um eventual acordo de livre comércio com a China. “É urgente e necessário que o Mercosul [bloco formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai] faça um acordo final com a União Europeia. Vamos intensificar nossas discussões com a União Europeia para assinar esse acordo e para que possamos discutir imediatamente um possível acordo entre a China e o Mercosul”, disse Lula da Silva durante uma visita ao Uruguai. O chefe de Estado brasileiro disse que o seu país estaria disposto a conversar com o país asiático sobre essa iniciativa promovida pelo Uruguai, e que tem gerado posições divergentes entre os países do Mercosul com clara oposição da Argentina. Em declarações ao lado do Presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, o Presidente brasileiro defendeu a posição do Uruguai em promover esse possível acordo com os chineses e disse que é uma reivindicação mais que justa a intenção uruguaia de defender a sua economia e seu povo. “Os pleitos do Presidente Lacalle são mais do que justos. Primeiro porque o papel de um Presidente é defender os interesses do seu país. Segundo, que é justo querer produzir e vender mais”, afirmou Luiz Inácio Lula da Silva. União latina O Presidente brasileiro destacou que o seu país concorda com as ideias de inovação e abertura do Mercosul apresentadas pelo governante uruguaio, razão pela qual também se referiu ao Acordo de Livre Comércio entre a UE e aquele bloco, pois, na sua opinião, “é necessário renovar o que precisa ser renovado”. Já o Presidente uruguaio expressou na mesma conferência de imprensa a sua satisfação com o apoio do Brasil à melhoria do Mercosul e insistiu na necessidade do seu país se abrir ao mundo. “Tentar fazer com todo o Mercosul, basicamente. Acho que entendo perfeitamente que o Uruguai está com as suas negociações e não tem nenhum impedimento em informar o que vem fazendo e negociando”, afirmou Lacalle Pou. Os chefes de Estado informaram que Brasil e Uruguai vão criar equipas técnicas para ver o que querem e precisam na relação com a China. Além do Mercosul, os dois líderes discutiram questões de infraestrutura como a hidrovia Laguna Merín e Los Patos localizada entre a região do sul do Brasil e o nordeste do Uruguai, além da ponte binacional na cidade de Rio Branco e um aeroporto binacional em Rivera.
Hoje Macau China / ÁsiaCELAC | Xi Jinping discursa por vídeo na Cimeira de Estados Latino-Americanos e Caribenhos Num discurso por vídeo-conferência, o Presidente chinês reiterou a posição da China de cooperação com os países Latino-Americanos e Caribenhos na construção de uma nova era com mais inovação, abertura e benefícios para o povo A 7.ª Cimeira da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) foi realizada esta terça-feira na capital da Argentina, Buenos Aires. A convite do Presidente Alberto Fernández, da Argentina, e também presidente rotativo da CELAC, o Presidente chinês, Xi Jinping, fez um discurso via vídeo. O Presidente Xi observou que os países da América Latina e Caribe (ALC) são membros importantes do mundo em desenvolvimento e tomam parte activa na governação global, com contribuições importantes. A CELAC transformou-se numa força motriz indispensável por detrás da cooperação global Sul-Sul. A CELAC tem desempenhado um papel importante na salvaguarda da paz regional, na promoção do desenvolvimento comum e no avanço da integração regional. Xi, citado pelo Diário do Povo, enfatizou que a China sempre apoiou o processo de integração regional da América Latina e do Caribe. “Valorizamos muito nossas relações com a CELAC e tomamos a CELAC como nosso parceiro-chave para reforçar a solidariedade entre os países em desenvolvimento e promover a cooperação Sul-Sul. É por isso que a China tem trabalhado com os países da ALC para fortalecer firmemente o Fórum China-CELAC e levar o relacionamento China-LAC a uma nova era caracterizada pela igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e benefícios para o povo”, indicou. Novos desafios Xi apontou que cada vez mais países da região se têm engajado na cooperação de alta qualidade com a China no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, apoiado e participado da Iniciativa de Desenvolvimento Global e da Iniciativa de Segurança Global, e estão a trabalhar com a China na construção de uma comunidade China-CELAC com um futuro compartilhado. O líder chinês enfatizou que o mundo atravessa um novo período de turbulência e transformação. “Só podemos enfrentar os desafios e superar este período difícil através de uma maior solidariedade e de uma cooperação mais estreita”, manifestou. Xi acrescentou que a China está pronta para continuar a trabalhar com os países da ALC para se ajudarem mutuamente e fazer progressos conjuntos e defender “a paz, o desenvolvimento, a equidade, a justiça, a democracia e a liberdade” – os valores comuns da humanidade. A China está pronta para dar as mãos aos países da ALC para promover a paz e o desenvolvimento do mundo, construir uma comunidade com um futuro comum para a humanidade e abrir um futuro ainda mais brilhante para o mundo, anunciou Xi.
Hoje Macau China / ÁsiaCELAC | Xi Jinping apoia a integração da América Latina na cimeira O Presidente chinês expressou ontem o apoio do país à integração regional da América Latina e do Caribe, no âmbito da VII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CELAC, realizada em Buenos Aires. “A China atribui grande importância ao desenvolvimento das relações com a CELAC [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos], que considera um parceiro importante para consolidar a unidade entre os países em desenvolvimento e promover a cooperação Sul – Sul”, afirmou Xi Jinping, numa mensagem gravada dirigida aos países membros. O líder chinês observou que a China trabalhou activamente com a região para promover uma “nova era” nas relações entre os dois lados, caracterizada por “igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e bem-estar dos povos”. “Um número crescente de países da América Latina e Caribe (ALC) estabeleceu ou restabeleceu relações diplomáticas com a China e está a trabalhar em conjunto com a China na construção da comunidade China – ALC com um futuro partilhado”, afirmou Xi Jinping. O Presidente chinês também saudou a “construção conjunta” da iniciativa ‘uma faixa, uma rota’, o projecto internacional de infra-estruturas lançado por Pequim, e a participação da região na Iniciativa de Desenvolvimento Global e na Iniciativa para a Segurança Global, ambos promovidos pelo governo chinês. Os países latino-americanos e caribenhos “são uma parte importante do mundo em desenvolvimento” e são “participantes activos na governação dos assuntos globais”, algo necessário num mundo que entrou num “novo período de turbulências e transformações”, apontou Xi. “Estamos dispostos a manter a solidariedade com os países da região e a avançar juntos, valorizando os valores comuns da humanidade de paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade, e promover o desenvolvimento dos mercados mundiais”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaZâmbia | FMI confiante que credores internacionais cheguem a acordo A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse na terça-feira em Lusaca estar “confiante” que possa ser alcançado um acordo entre a Zâmbia e os seus credores, incluindo a China. Em 2020, a Zâmbia, um dos maiores produtores mundiais de cobre, foi o primeiro país africano a entrar em incumprimento no pagamento da sua dívida externa – estimada em 17,3 mil milhões de dólares – desde o início da pandemia de covid-19. “Estou confiante de que os credores chegarão a um acordo” com o país, disse Georgieva numa conferência de imprensa em Lusaca, no decorrer de uma visita à Zâmbia. “Ficou claro para mim durante esta visita que a Zâmbia está a fazer o que deve, por isso encorajo fortemente os credores a seguir em frente”, acrescentou. Washington fez pressões para obter da parte dos credores, particularmente da China, “a redução da dívida da Zâmbia”, disse na segunda-feira a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, também em Lusaca no decurso da visita que está a efetuar a vários países africanos. A Zâmbia melhorou as relações com os seus credores internacionais desde a eleição em 2021 do Presidente Hakainde Hichilema, um antigo empresário, que prometeu erradicar a corrupção e ressuscitar a economia. A dívida explodiu sob a Presidência de Edgar Lungu, que fez empréstimos maciços para financiar uma série de projectos de infraestrutura durante os seus seis anos na chefia do Estado.
Hoje Macau China / ÁsiaNigéria | Investimento de 1,3 mil milhões em porto financiado pela China O investimento chinês no continente africano continua em alta com apoios financeiros em projectos de desenvolvimento de infra-estruturas O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, anunciou na terça-feira a abertura de um porto marítimo em Lagos, um investimento de 1,5 mil milhões de dólares, financiado pela China, que ajudará ao crescimento da economia do país. O Porto Lekki Deep Sea é um dos maiores da África Ocidental e criará centenas de milhares de empregos, além de aliviar o congestionamento de cargas que custa milhares de milhões de dólares em receitas anuais ao país, disse o governador de Lagos, Babajide Sanwo-Olu, na segunda-feira. O porto, cujo terminal de contentores terá capacidade para movimentar pelo menos 2,5 milhões de unidades padrão de 20 pés por ano, será operado e gerido por uma ‘joint-venture’ (sociedade em parceria) criada entre o Governo nigeriano, o estado de Lagos, o Tolaram Group, com sede em Singapura, e a estatal China Harbor Engineering Company, em que as duas empresas estrangeiras têm uma participação maioritária de 75 por cento. A Nigéria é a maior economia da África, mas o crescimento está estagnado há muitos anos por causa de infraestruturas precárias e má gestão. Embora tenha seis grandes portos marítimos, mais de 80 por cento das importações do país são movimentadas por apenas dois dos portos de Lagos, onde o congestionamento levou a uma enorme perda de receitas, já que as cargas são muitas vezes desviadas para outras nações da África Ocidental. As autoridades do país dizem que o novo porto marítimo profundo na zona leste de Lagos desviará o tráfego dos portos congestionados e aumentará os ganhos, com benefícios económicos esperados de mais de 360 mil milhões de dólares para a economia nigeriana. Mas alguns especialistas argumentam que trará uma “diferença mínima” se os obstáculos existentes não forem ultrapassados, incluindo a garantia de conexões entre portos e áreas interiores. “Há uma rede ferroviária pobre e com pouco investimento e as estradas não estão em boas condições”, afirmou Ayotunde Abiodun, analista económico da empresa SBM Intelligence, com sede em Lagos. Catapulta económica O porto começa a operar com a chegada do primeiro navio comercial, no domingo, e o governador de Lagos disse que os barcos que atracam no porto “podem ter até quatro vezes o tamanho dos navios que actualmente atracam nos portos de Tin Can e Apapa”, os outros dois portos em Lagos. O projecto impulsionará o desenvolvimento económico não apenas de Lagos, mas de todo o país, de acordo com Cui Jianchun, embaixador chinês na Nigéria. “Este é (o) motor da economia não apenas para (o) governo de Lagos, mas também para a República Federal da Nigéria”, disse Jianchun. “Isso é capital de investimento. Não é um empréstimo”, frisou o diplomata. O porto tem um “potencial imenso” para a economia da Nigéria, que luta contra uma taxa de desemprego de 33 por cento e uma economia em crise, disse Abiodun.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Coreia do Norte ordena confinamento em Pyongyang por cinco dias As autoridades norte-coreanas ordenaram um confinamento de cinco dias a partir de hoje em Pyongyang, após o aumento das infeções de uma doença respiratória não especificada, divulgou hoje o meio de comunicação especializado NK News. A decisão determinou que os cidadãos devem permanecer nas suas casas até ao próximo domingo e ainda enviar às autoridades a temperatura corporal várias vezes ao dia, de acordo com o NK News, que teve acesso à comunicação oficial do Governo norte-coreano. As autoridades norte-coreanas indicaram que tais medidas foram tomadas devido ao “aumento” de casos de doenças respiratórias, como o resfriado comum, embora não tenham mencionado a covid-19. No momento, não se sabe se há outras áreas do país sujeitas ao confinamento, que é semelhante a outro que ocorreu em maio de 2022, quando o regime reconheceu a propagação do SARS-CoV-2 no país. A Coreia do Norte anunciou em agosto passado que havia erradicado completamente o vírus do seu território, uma afirmação que foi colocada em dúvida por muitos especialistas devido às condições do sistema de saúde do país e pela falta de vacinas e testes, entre outros fatores. O líder norte-coreano, Kim Jong-un, declarou a “vitória” sobre a covid-19 e ordenou o levantamento das medidas de restrição mais graves, apenas três meses depois de o país ter detetado oficialmente o seu primeiro caso do novo coronavírus. O regime disse que, naquele período, cerca de 4,7 milhões de pessoas – ou 20% da população do país – tiveram a doença e que mais de 20 morreram, dados que não se encaixam na evolução da pandemia em outros países e que leva os especialistas a pensar que muitos dos casos contabilizados como suspeitos poderiam ser de febre tifoide. Da mesma forma, na segunda-feira, a televisão estatal norte-coreana transmitiu um documentário exaltando a forma como foi tratada a covid-19 no país, um “evento sem precedentes” que levou o país a um encerramento total das suas fronteiras.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Hong Kong cancela quarentenas para infectados a partir de 30 de Janeiro O Governo de Hong Kong anunciou hoje que, a partir de 30 de Janeiro, os infectados com covid-19 não são mais obrigados a cumprir quarentena, pondo fim a uma medida em vigor há quase três anos. Actualmente, quem tem covid-19 é obrigado a estar isolado cinco dias em casa ou instalações designadas pelo Executivo. “O Governo adoptará um sistema de gestão que permite aos cidadãos tomar a decisão e assumir as suas próprias responsabilidades”, disse aos deputados do território o chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. O líder da região administrativa chinesa destacou que a decisão “baseia-se na ciência e na avaliação de riscos”, acrescentando ainda que esta “é uma fase necessária para todos os países a caminho da normalidade”. Lee citou a “alta taxa de vacinação” em Hong Kong como um dos fatores responsáveis pela decisão e observou que a situação epidémica na cidade “não piorou” desde a reabertura, este mês, da fronteira terrestre com a China continental. Hong Kong anunciou, em Dezembro, o fim da quarentena de três dias para quem chegasse do estrangeiro, três meses depois das quarentenas em hotel deixarem de ser obrigatórias. A observação médica numa unidade hoteleira chegou a ser de 21 dias. Atualmente, continua em vigor a obrigatoriedade do uso de máscara em todos os locais públicos. Hong Kong, que aplicou rigorosas restrições contra a covid-19 – embora mais relaxadas que o interior da China e Macau – registou até ao momento 2,84 milhões de casos e 12.965 mortes, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
Hoje Macau China / ÁsiaRelações Moscovo-Pequim “atravessam o melhor momento da história”, diz MNE russo O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, disse ontem que as relações de Moscovo com a China atravessam “o melhor momento da sua história”, apesar de alegadas tentativas do ocidente em distanciar os dois países. “Perguntam-nos se temos provas de que o ocidente tenta de alguma forma gerar discórdias nas nossas relações. Não é sequer necessário procurar essas provas porque são de acesso livre”, afirmou o chefe da diplomacia russa no decurso da sua conferência de início do ano onde efetuou um balanço do ano findo e assinalou os objetivos para 2023. Lavrov proclamou que estão votadas ao fracasso as aspirações do ocidente de vencer a Rússia na Ucrânia e, em consequência, “permitir” que Moscovo se torne num aliado na sua luta contra a China. “As nossas relações com a República Popular da China atravessam o melhor momento da sua história”, disse. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo recordou que os presidentes da Rússia e da China, Vladimir Putin e Xi Jinping, assinalaram os termos desta relação em fevereiro de 2022, quanto o líder russo visitou o seu vizinho asiático. “Recordam como em dado momento os nossos amigos chineses descreveram esta relação, ao indicaram que não é uma aliança, não é uma união, mas em muitos sentidos é muito mais que uma união”, disse. O chefe da diplomacia russa assinalou que “as estratégias aprovadas pelos Estados Unidos, as doutrinas de segurança e as declarações conjuntas da NATO e da UE mencionam quer a Rússia quer a China”. “Um pequeno detalhe: a nós consideram-nos uma ameaça imediata que é necessário acabar de imediato, enquanto consideram a China um desafio a longo prazo, o mais importante e grave, de caráter sistémico”, acrescentou. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo assinalou que os Estados Unidos “não conseguem apenas com as suas próprias forças” impor o objetivo de dominação global e a contenção da Rússia e da China, “e por isso o que agora fazem é uma mobilização parcial, ou mesmo total, do ocidente”. “É mais uma confirmação de que compreendem estar a perder as suas forças para enfrentar a tendência objetiva e histórica da emergência de um mundo multipolar”, argumentou. Por esse motivo, adiantou que o ocidente continuará a procurar situações destinadas a irritar Pequim. “A China compreende perfeitamente a doutrina ocidental de ‘primeiro a Rússia e depois a China’ e sabe que não é uma invenção”, disse, após recordar que no ocidente “já marcaram as suas posições em relação a Taiwan, totalmente inaceitáveis para a China e para o direito internacional”. Lavrov indicou que o ocidente “procura novas possibilidades concretas para “irritar” a China também no Tibete, em Xinjiang, em Hong Kong, e por isso a China percebe que continuar a fazer parte do sistema ocidental, depender totalmente do ocidente, representa riscos muito graves”. Em simultâneo, e no decurso da conferência de imprensa anual, Lavrov também sublinhou que as relações entre a Rússia e os países da América Latina estão no auge e que Moscovo valoriza a história bilateral com muitos Estados e a sua solidariedade em iniciativas internacionais. “As relações com a América Latina estão no auge. Criámos mecanismos de coordenação de orientações”, disse Lavrov, numa referência particular à interação no formato Rússia-CELAC, a comunidade de Estados latino-americanos e caribenhos. Nesse sentido, acrescentou que representantes de Moscovo e de quatro países desta comunidade se reuniram por diversas ocasiões no passado, apesar de o surto da pandemia de covid-19 ter prejudicado esse fluxo. “Renovaremos em breve essa cooperação”, prometeu. O chefe da diplomacia russa sublinhou ainda que na região latino-americana existem países com que a Rússia coopera “há muito tempo”. Em particular, destacou os laços com Cuba, Venezuela e Nicarágua, e acrescentou que Moscovo valoriza as relações bilaterais com esses e outros países e a sua solidariedade nos fóruns internacionais. “Argentina, México, Bolívia, Peru… estamos interessados em cooperar”, prosseguiu o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, ao destacar que as exportações para a América Latina aumentaram 10% em 2022.
Hoje Macau China / ÁsiaJustiça japonesa confirma absolvição de antigos executivos da operadora da central de Fukushima Um tribunal japonês confirmou hoje a absolvição, decidida em 2019, de três antigos executivos da operadora da central de Fukushima, na acusação de negligência no acidente nuclear, na sequência do tsunami de março de 2011. A decisão foi anunciada fora do Supremo Tribunal de Tóquio por ativistas e apoiantes dos deslocados pela catástrofe no nordeste do Japão, o pior acidente nuclear civil desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. O tribunal de recurso recusou confirmar a decisão imediatamente, uma vez que a audiência ainda estava a decorrer. Em setembro de 2019, o Tribunal Distrital de Tóquio absolveu o antigo presidente do conselho de administração da Tepco Tsunehisa Katsumata, de 82 anos, e os antigos vice-presidentes Sakae Muto (72) e Ichiro Takekuro (76), acusados de negligência no acidente nuclear. De acordo com os queixosos, que recorreram da decisão, os administradores da Tepco deviam ter parado o funcionamento da central Fukushima Daiichi muito antes do desastre de 2011, com base na informação de que o risco de um tsunami ia exceder a capacidade de resistência. Os três ex-funcionários da Tepco, os únicos indivíduos a enfrentarem acusações criminais relacionadas com a catástrofe, podiam ser condenados a cinco anos de prisão. O caso foi construído a partir da morte de 44 doentes num hospital localizado a poucos quilómetros da fábrica durante a evacuação de emergência das instalações, em condições extremas, a 11 de março de 2011, depois do tsunami causado por um sismo de magnitude 9. Enquanto o sismo e o tsunami causaram 18.500 vítimas, entre mortos e desaparecidos, o desastre nuclear em si não causou quaisquer baixas imediatas. No entanto, foi indiretamente responsável por vários milhares de “mortes relacionadas”, que as autoridades japonesas reconheceram como causadas pela deterioração das condições de vida das muitas pessoas retiradas da região. Os três antigos executivos da Tepco e um quarto antigo funcionário foram também condenados, no verão passado, numa ação separada lançada pelos acionistas do grupo, a pagar indemnizações de 13,3 mil milhões de ienes (95 mil milhões de euros, ao câmbio atual). Este montante está muito além dos meios pessoais, mas o tribunal explicou ser correspondente ao que a Tepco pagou em custos de desmantelamento da central, descontaminação do solo e armazenamento de resíduos radioativos e detritos, bem como em indemnizações a pagar aos habitantes afetados pelo acidente nuclear.
Hoje Macau China / ÁsiaMoody’s diz que abrandamento da economia chinesa seria punitivo para mercados emergentes A agência de notação Moody’s prevê que a economia chinesa se fortaleça este ano e em 2024, mas antecipa que a médio prazo “as perspectivas de crescimento deverão continuar a abrandar devido a fatores estruturais”, impactando mercados emergentes. “A médio e longo prazo, no entanto, as perspectivas de crescimento da China deverão continuar a abrandar devido a fatores estruturais como a população envelhecida e a redução da produtividade. Neste cenário, haveria consequências negativas para outros mercados emergentes além da Ásia e Pacífico”, refere a Moody’s num relatório ontem divulgado. O documento regista que a relação comercial da China com vários destes mercados tem passado pela compra de matérias-primas e pela venda destas processadas, exportando os produtos finais para o resto do mundo. A América Latina exporta para a China, principalmente, soja, cobre e petróleo, a Rússia e a Arábia Saudita petróleo e petroquímicos e a África do Sul pedras preciosas e metais. “A China ultrapassou os Estados Unidos da América como principal parceiro económico de Brasil, Chile, Peru e Uruguai, mas esta relação também destaca as vulnerabilidades destas economias a um abrandamento estrutural com centro na China”, refere o documento. Por sua vez, o México, mais próximo dos EUA, apresenta “menor exposição comercial à China que os seus vizinhos regionais”. Além disso, a Moody’s aborda o investimento estrangeiro direto, mais concentrado em algumas economias na América do Sul – como Argentina (24%), Equador (29%) ou Peru (15%) –, que assim ficam expostas a um abrandamento chinês. Também o investimento de contratos por entidades chinesas no âmbito da Nova Rota da Seda abrandou na Ásia, ainda que tenha havido um menor abrandamento que na América Latina e na África Subsaariana. “Vemos a iniciativa da Nova Rota da Seda como uma estratégia significativa a longo prazo em termos económicos e geopolíticos para o Governo chinês e esperamos um reinício dos investimentos diretos no exterior e na deslocalização de indústrias com excesso de capacidade, criando assim emprego para trabalhadores chineses no estrangeiro”, sublinha a Moody’s. Entre 2014 e 2022, os investimentos acumulados referentes a esta iniciativa somaram 125 mil milhões de dólares na América Latina, com Argentina, Brasil, Chile, Equador, Peru e Venezuela a totalizarem mais de 80% do valor. Já na África Subsaariana, o investimento no seguimento da Nova Rota da Seda foi de 123 mil milhões de dólares, destacando-se a dependência de certas economias no financiamento chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaChina – EUA | Anthony Blinken, chefe da diplomacia americana, visita China em Fevereiro O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visitará a China de 05 a 06 de fevereiro, para tentar aliviar as tensões entre os dois países. Blinken deverá chegar no dia 05 e também manterá conversações no dia 06 durante esta viagem destinada a tentar aliviar as tensões com o principal rival diplomático e económico dos EUA. A viagem de Blinken – que será a primeira a este nível desde 2018 – foi anunciada em novembro pela Casa Branca, mas as datas não tinham sido ainda comunicadas oficialmente. Durante uma conferência de imprensa diária, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, deu hoje as boas-vindas à próxima visita de Blinken à China, acrescentando que “os Estados Unidos e a China estão a tratar os pormenores da visita”. “A China procura relações EUA-China com base nos três princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação benéfica para ambas as partes”, explicou o porta-voz, dizendo que espera que os dois países “regressem a um relacionamento saudável e estável”. Taiwan, Coreia do Norte, Mar da China Meridional, semicondutores: eis algumas das questões que deverão constar da agenda de trabalhos. No final de dezembro, o chefe da diplomacia norte-americana disse que iria pedir a Pequim que pressionasse a Coreia do Norte a participar nas negociações.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia chinesa deteve suspeito de corrupção que passou 26 anos em fuga A polícia chinesa deteve um ex-funcionário de uma empresa estatal de tabaco suspeito de corrupção, que estava foragido há 26 anos, informou hoje a Comissão Nacional de Supervisão, o principal braço anticorrupção do Estado chinês. O suspeito, Wang Hanming, era gestor de vendas de uma empresa de tabaco na província de Yunnan, no sul da China, uma das principais produtoras de tabaco em folha do país. Em 1996, “fugiu para escapar da punição”, diz uma nota publicada na conta oficial do órgão anticorrupçãoda rede social Wechat, que não forneceu mais informações sobre a natureza dos crimes alegadamente cometidos pelo ex-funcionário. Três anos depois, a China pediu à polícia internacional Interpol que emitisse um “aviso vermelho” contra Wang. As forças de segurança encontraram recentemente “pistas importantes” de que o fugitivo estava na China, a viver sob um pseudónimo. Ele foi detido na cidade de Chengdu, sudoeste do país, disse a Comissão. Citado pela imprensa local, o Escritório Provincial de Repatriação de Fugitivos de Yunnan disse que mantém “uma atitude de tolerância zero contra a corrupção” e que “vai trabalhar para perseguir todos os suspeitos em fuga”.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Jornalista e prémio Nobel da Paz Maria Ressa absolvida de evasão fiscal A prémio Nobel da Paz filipina Maria Ressa e a plataforma de notícias ‘online’ Rappler, que cofundou, foram hoje absolvidos de evasão fiscal. “A verdade prevaleceu”, disse Ressa, de 59 anos, à imprensa, depois de ser conhecida a decisão do tribunal de recurso de Manila. A antiga jornalista da CNN e o Rappler foram acusados de fornecer informações falsas numa declaração fiscal, na sequência de uma venda de obrigações a investidores estrangeiros em 2015. “Estas acusações foram politicamente motivadas”, disse Ressa. “Conseguimos provar que o Rappler não fez qualquer evasão fiscal”. Ressa, a quem foi atribuído o Nobel da Paz em 2021 juntamente com o jornalista russo Dmitry Muratov pela defesa da liberdade de expressão, enfrenta mais três processos, incluindo uma condenação por cibercrime, já em fase de recurso. Neste processo, a jornalista pode ser condenada a quase sete anos de prisão. A jornalista, também cidadã norte-americana, tem sido uma das vozes mais críticas da política contra o tráfico de droga do ex-Presidente das Filipinas Rodrigo Duterte (2016-2022), sob a qual morreram milhares de pessoas. Apesar da decisão, o futuro do Rappler, fundado há uma década, permanece incerto, continuando a travar uma batalha legal contra uma ordem da comissão de valores filipina. Em junho, poucos dias antes do fim da presidência de Duterte, a comissão ordenou o encerramento da plataforma por violação das “restrições constitucionais e legais sobre a propriedade estrangeira dos meios de comunicação social”. O Rappler, ainda a funcionar, é acusado de permitir que estrangeiros assumam o controlo do ‘site’ através da empresa-mãe Rappler Holdings. De acordo com a Constituição, os investimentos nos meios de comunicação social são reservados aos filipinos ou entidades controladas por filipinos. A acusação baseia-se num investimento no Rappler, em 2015, pela firma norte-americana Omidyar Network, criada pelo fundador da plataforma eBay Pierre Omidyar. Em setembro, o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos, disse que não ia interferir em questões relacionadas com os processos de Ressa, citando a separação de poderes. Em outubro, alguns meses depois da posse de Marcos, Maria Ressa foi condenada por difamação ‘online’.
Hoje Macau China / ÁsiaChina regista primeiro declínio populacional em mais de meio século A China anunciou hoje o primeiro declínio populacional em mais de meio século, numa altura em que a queda na taxa de natalidade ameaça causar uma crise demográfica no país mais populoso do mundo. O Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês informou que o país perdeu 850 mil pessoas em 2022, numa contagem que exclui as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong e residentes estrangeiros. A China encerrou assim o ano passado com 1.411,75 milhões de habitantes, tendo registado 9,56 milhões de nascimentos e 10,41 milhões de mortes, detalhou a mesma fonte. A sociedade chinesa continuou a ter um excedente de 33 milhões de homens no final de 2022, de acordo com o GNE. Este número foi causado pela política de filho único, que vigorou no país entre 1980 e 2016. De acordo com dados oficiais chineses, desde 1971, os hospitais do país executaram 336 milhões de abortos e 196 milhões de esterilizações. Fruto da tradição feudal que dá preferência a filhos do sexo masculino, a maioria dos abortos ocorreu quando o feto era do sexo feminino. Desde que abandonou a política do filho único, a China tem procurado encorajar as famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com pouco sucesso. O maior custo de vida e com a saúde e educação das crianças e uma mudança nas atitudes culturais que privilegia famílias menores estão entre os motivos citados para o declínio nos nascimentos. Os especialistas consideram que a China vai ser ultrapassada em breve pela Índia como a nação mais populosa do planeta. A última vez que a China registou um declínio populacional foi durante o Grande Salto em Frente, uma campanha lançada no final dos anos 1950 por Mao Zedong, para “acelerar a transição para o comunismo”, através da coletivização dos meios de produção. O GNE informou ainda que a população chinesa em idade activa – entre os 16 e 59 anos -, ascendeu a 875,56 milhões, representando 62% da população nacional. A população com 65 anos ou mais ascendeu a 209,78 milhões, representando 14,9% do total. O país mais populoso do planeta pode assim enfrentar uma crise demográfica, com a força de trabalho a envelhecer, uma economia em desaceleração e o primeiro declínio populacional em décadas. As estatísticas também revelaram o aumento da urbanização num país que, até há menos de dez anos, era em grande parte rural. Ao longo de 2022, a população urbana permanente aumentou 6,46 milhões para 920,71 milhões, ou 65,22% do total, enquanto a população rural caiu 7,31 milhões. Nenhum comentário foi feito sobre o possível efeito nos dados demográficos do fim da política de ‘zero covid’, que resultou numa vaga de casos do novo coronavírus sem precedentes no país no mês passado, causando uma crise de saúde pública. As Nações Unidas estimaram no ano passado que a população mundial atingiu oito mil milhões de habitantes em 15 de novembro e que a Índia substituirá a China como a nação mais populosa do mundo em 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia da China cresceu em 2022 ao segundo menor ritmo dos últimos 40 anos O ritmo de crescimento da economia chinesa caiu para o segundo nível mais baixo em pelo menos quatro décadas, no ano passado, refletindo o impacto da política de ‘zero covid’ e uma crise no setor imobiliário. Os dados divulgados hoje pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) sugerem, no entanto, que a atividade económica está a recuperar, depois de Pequim ter posto fim às medidas de prevenção epidémica que resultaram no bloqueio de cidades inteiras, culminando com protestos em larga escala. A segunda maior economia do mundo cresceu 3%, em 2022, menos de metade da taxa de crescimento de 8,1%, alcançada no ano anterior. Trata-se da taxa de crescimento económico mais baixa desde pelo menos a década de 1970. Em 2020, no início da pandemia da covid-19, o país asiático cresceu 2,4%, devido à imposição de bloqueios em várias partes do país, após o vírus ter sido detetado na cidade de Wuhan, no centro do país. O consumo está a recuperar depois de o Partido Comunista Chinês (PCC) ter posto subitamente fim à política de ‘zero casos’ de covid-19, em dezembro passado. No entanto, os consumidores continuam cautelosos, à medida que a China lida com uma vaga de casos sem precedentes, que causou uma crise de saúde pública no país. As autoridades dizem que o pico dessa vaga parece ter passado. O abrandamento da economia chinesa tem forte impacto no mercado das matérias-primas, afetando países como Angola ou Brasil, ao reduzir a procura por petróleo, minério de ferro e bens agrícolas. O impacto é também sentido pelas economias mais desenvolvidas, já que a China é um dos maiores mercados do mundo para automóveis e outros bens com valor acrescentado. Uma recuperação da economia chinesa constituiria um impulso para fornecedores globais que enfrentam um risco crescente de recessão nas economias ocidentais. O Fundo Monetário Internacional e analistas do setor privado esperam que o crescimento melhore este ano, para cerca de 5%. Estes apontam para a debilidade no setor imobiliário da China, um importante motor económico, e a queda nas exportações, à medida que a procura por produtos chineses nos Estados Unidos e na Europa abranda, após o aumento das taxas de juros para combater altas taxas de inflação. As vendas a retalho caíram 1,8% em dezembro, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, mas isso representou uma melhoria em relação à contração homóloga de 5,9% registada em novembro. A produção industrial em 2022 aumentou 3,6%, em termos homólogos, sugerindo que a atividade caiu, depois de atingir 4,8%, no terceiro trimestre do ano, com a procura nos EUA e na Europa por produtos chineses a enfraquecer. Para impulsionar a economia, o PCC recuou em algumas das principais políticas financeiras e industriais. Pequim pôs fim a uma campanha lançada contra os grandes grupos de tecnologia, que resultou em fortes quedas na cotação das empresas, incluindo do grupo de comércio eletrónico Alibaba, a empresa de jogos para computador Tencent ou o serviço de transporte compartilhado Didi. Pequim também reduziu as restrições no acesso ao crédito pelos grandes grupos de imobiliário. Uma campanha para reduzir o nível de endividamento das empresas causou uma crise de liquidez no setor, que é um importante motor de crescimento económico no país. No sábado passado, o Conselho de Estado chinês prometeu cortar impostos, facilitar empréstimos bancários e oferecer outros apoios aos empresários, para “promover um crescimento estável”. “A reabertura deve resultar numa explosão de crescimento no próximo ano”, disse Andrew Tilton, economista do banco de investimento Goldman Sachs, num relatório publicado na sexta-feira. O banco norte-americano elevou a perspetiva de crescimento da economia chinesa este ano de 4,5% para 5,2%. O Banco Mundial, no entanto, reduziu este mês a perspetiva de crescimento para 4,3%, face à previsão de 5,2%, publicada em junho passado.
Hoje Macau China / ÁsiaExplosão em petroleiro na Tailândia causa pelo menos um morto e quatro feridos Pelo menos uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas, devido a uma explosão hoje num petroleiro na província de Samut Songkhram, no oeste da Tailândia, que deixou ainda sete pessoas desaparecidas, informaram fontes oficiais. Fontes do Departamento de Prevenção e Mitigação de Desastres de Samut Songkhram disseram à agência noticiosa EFE que são ainda desconhecidas as causas da explosão no navio Smooth Sea. Os tanques do petroleiro, com capacidade para 6.500 toneladas de crude, estavam vazios porque o navio estava em manutenção no porto do rio Mae Klong. A explosão, que danificou várias casas próximas do porto, situado a cerca de 85 quilómetros a sudoeste da capital Banguecoque, começou num camião-cisterna às 09:17, segundo o jornal Bangkok Post. O departamento da Marinha tailandesa disse que as equipas de emergência conseguiram controlar as chamas no espaço de uma hora e que teve início uma investigação para determinar a causa do incêndio. Em julho de 2021, uma pessoa morreu e outras 33 ficaram feridas devido a uma explosão numa fábrica de produtos químicos perto de Banguecoque, forçando a retirada de mais de 1.800 pessoas. Duas pessoas ficaram feridas em 2014 depois de um petroleiro ter explodido, causando um incêndio que se espalhou para um outro navio num porto no rio Mekong, que separa a província de Chiang Rai, no norte da Tailândia, do vizinho Laos.
Hoje Macau China / ÁsiaAcidente | Recuperadas caixas negras do avião que caiu no Nepal As autoridades nepalesas declararam ontem que um gravador de dados de voo e um gravador de voz de cabine foram recuperados do local da queda do avião no domingo em Pokhara, no Nepal, que provocou 68 mortos. O porta-voz da Autoridade da Aviação Civil nepalesa, Jagannath Niraula, disse que as caixas foram encontradas ontem, um dia após a queda da aeronave ATR-72, que matou 68 das 72 pessoas a bordo. Niraula disse que tudo que foi encontrado será entregue aos investigadores. Pemba Sherpa, porta-voz da Yeti Airlines, também confirmou que os dados do voo e os gravadores de voz da cabine foram encontrados. Mais dois corpos foram encontrados na manhã desta segunda-feira, dia de luto nacional decretado pelas autoridades no país. “Até agora encontramos 68 corpos. Estamos a procurar mais quatro corpos (…). Estamos a rezar para que um milagre aconteça. Mas, a esperança de encontrar alguém vivo é nula”, disse Tek Bahadur KC, responsável pelo distrito de Taksi, onde o avião caiu. Ainda não está claro quais foram as causas do acidente, o mais mortal do país em três décadas. O tempo estava ameno e sem vento no dia da queda da aeronave, segundo as autoridades locais. Cenário surreal Uma testemunha, que filmou a aterragem do avião a partir da varanda de sua casa, disse ter visto a aeronave voar baixo antes de virar repentinamente para a esquerda. “Fiquei chocado”, disse Diwas Bohora, citado pela agência de notícias Associated Press. A Autoridade de Aviação Civil do Nepal disse que a aeronave estabeleceu contacto com o aeroporto pela última vez perto do desfiladeiro de Seti, no centro do país, às 10:50 antes de cair. O avião tinha saído da capital Katmandu com destino a Pokhara, por volta das 10:30, e caiu durante a manobra de aproximação ao aeroporto internacional de Pokhara, no vale do rio Seti.
Hoje Macau China / ÁsiaZonas rurais da China devem ter testes e medicação disponíveis, diz Conselho de Estado As autoridades locais chinesas devem assegurar que medicação e testes de deteção da covid-19 estão “prontamente disponíveis” nas áreas rurais do país, de acordo com uma diretriz do Conselho de Estado (Executivo) citada hoje pela imprensa oficial. A diretriz detalha que as clínicas de saúde das aldeias “devem assegurar” o fornecimento de medicação para um período mínimo de pelo menos duas semanas. Grupos vulneráveis ou com dificuldades financeiras devem ter acesso prioritário, frisa o documento, citado pelo jornal oficial em língua inglesa China Daily. A diretriz foi emitida nas vésperas do Ano Novo Lunar, quando centenas de milhões de trabalhadores chineses migrados nas cidades regressam à terra natal. Trata-se da maior migração interna do planeta e coincide, este ano, com o fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, que durante quase três anos restringiu o fluxo interno de pessoas no país asiático. O fim das restrições, após protestos ocorridos em várias cidades da China, lançou uma vaga de infeções sem precedentes nas zonas urbanas, que deve agora alastrar-se ao interior do país, onde os recursos de saúde são considerados insuficientes. A diretriz emitida pelo Executivo chinês indica que as autoridades locais têm também a “tarefa de realizar inspeções regulares, entregar medicação, transportar pacientes para hospitais maiores e aumentar a consciencialização sobre formas de prevenir contágios”. Devem ainda ser feitos esforços para orientar os moradores a vacinarem-se, usarem máscara e evitarem contactos com familiares idosos que sofram de doenças crónicas. Relatos sobre o uso indiscriminado de antibióticos e medicamentos hormonais no tratamento de pacientes no interior do país “enfatizaram a importância” das orientações oficiais, aponta o China Daily. No mês passado, o Executivo chinês alertou para o impacto da doença no interior do país, que descreveu como “vasto, populoso e com poucos recursos”. Em particular, as autoridades apontaram para a migração em massa durante o período do Ano Novo Lunar e destacaram a falta de preparação dos funcionários de saúde locais e o “uso indiscriminado” de antibióticos e medicamentos hormonais no tratamento de pacientes com febre, que “podem causar efeitos colaterais prejudiciais e até fatais”. Parte do sistema de saúde no interior da China depende ainda de camponeses com treino médico e paramédico básico, conhecidos como “médicos de pés descalços”, uma herança das campanhas lançadas após a fundação da República Popular, em 1949, para fornecer serviços básicos de saúde nas zonas rurais. De acordo com dados oficiais divulgados no domingo passado, a China registou quase 60 mil mortes nos hospitais ligadas à pandemia da covid-19, desde o levantamento das medidas de prevenção no início de dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaLigações ferroviárias entre Hong Kong e China retomadas após quase três anos A ligação ferroviária de alta velocidade entre Hong Kong e a China continental foi retomada no domingo, depois de ter estado suspensa durante quase três anos, devido à pandemia da covid-19. Até às 18:00 de domingo, cerca de 6.500 pessoas utilizaram as ligações ferroviárias, segundo as autoridades chinesas citadas pelo jornal oficial em língua inglesa China Daily. As restrições quanto ao número de passageiros continuam a existir: são permitidos no máximo cinco mil viajantes, em cada direção, por dia. Quem atravessa a fronteira de comboio não tem de reservar lugar com antecedência, ao contrário dos que atravessam os postos fronteiriços da cidade por via terrestre, onde é aplicado um limite de 50 mil pessoas por dia. Os lugares diários para fazer a travessia são difíceis de reservar, porque esgotam rapidamente, segundo testemunhos recolhidos nas redes sociais do país. As ligações ferroviárias de alta velocidade retomadas no domingo ligam Hong Kong a cidades vizinhas da província de Guangdong, no sudeste da China, como Shenzhen, Dongguan ou Cantão. Não se sabe quando é que as ligações diretas com cidades mais distantes como Pequim vão ser retomadas. Esta quarta-feira, pouco antes do início do período festivo do Ano Novo Lunar, a quota diária de passagens pela via terrestre vai passar de 50 mil para 65 mil, explicaram as autoridades. As fronteiras terrestres entre a China continental e Hong Kong permaneceram praticamente fechadas durante quase três anos. Apenas um pequeno número de voos e navios ligavam a ex-colónia britânica ao resto do país. Ambos os territórios aplicaram uma política de tolerância zero contra a covid-19. Hong Kong começou a abrir as fronteiras em meados de 2022 e suspendeu o isolamento obrigatório em hotéis para passageiros que chegavam ao território em setembro passado. Em 08 de janeiro, a China reabriu as fronteiras, cancelando os limites impostos ao tráfego aéreo internacional e a exigência de quarentena para os passageiros que chegam ao país.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Epidemiologista chinês desaconselha viagens a quem ainda não contraiu infeção O epidemiologista chinês Fang Houmin aconselhou hoje as pessoas que ainda não contraíram covid-19 a evitarem viagens durante o feriado do Ano Novo Lunar, que deve suscitar uma nova vaga de casos no país. “Não é recomendado que essas pessoas façam viagens de longa distância, porque as probabilidades de ficarem infectadas vão aumentar”, disse Fang, citado pelo jornal especializado Health Times. O especialista aconselhou a quem ainda não foi infetado que “evite ir a locais públicos, se notar sintomas como dor de garganta ou tosse” e “procure atendimento médico”. As declarações do especialista surgem nas vésperas do Ano Novo Lunar, quando centenas de milhões de trabalhadores chineses migrados nas cidades regressam às respetivas terras natais. Trata-se da maior migração interna do planeta e coincide, este ano, com o fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, que durante quase três anos restringiu o fluxo interno de pessoas no país asiático. O fim das restrições, após protestos ocorridos em várias cidades da China, lançou uma vaga de infeções sem precedentes nas zonas urbanas, que deve agora alastrar-se ao interior do país, onde os recursos de saúde são considerados insuficientes. As recomendações do especialista foram alvo de debate nas redes sociais do país. “Este ano só quero finalmente ir a casa”, afirmou um internauta na rede social Weibo, embora outros também tenham manifestado o seu receio de infectar familiares. De acordo com um estudo da Universidade de Pequim, cerca de 900 milhões de pessoas já contraíram infeção pelo novo coronavírus na China, depois de o país ter desmantelado a política de ‘zero covid’. Cerca de 60 mil pessoas morreram da doença entre 08 de dezembro, quando as restrições começaram a ser relaxadas, e 12 de janeiro deste ano, segundo dados oficiais. O Conselho de Estado (Executivo) pediu, em meados do mês passado, às autoridades locais que dêem prioridade aos serviços de saúde nas zonas rurais “para proteger a população”, apontando “a relativa escassez de recursos de saúde” e a proximidade da época festiva. Em 08 de janeiro, a covid-19 deixou de ser gerida na China como uma doença de categoria A – nível de perigo máximo e para cuja contenção são necessárias as medidas mais severas – para se tornar uma doença de categoria B, que contempla menos controlos, marcando assim na prática o fim da política de ‘zero covid’.