Saúde | Autoridades chinesas negam que doença em Wuhan seja pneumonia atípica Hoje Macau - 7 Jan 2020 As autoridades chinesas negaram ontem que a doença respiratória que infectou dezenas de pessoas numa cidade no centro da China seja pneumonia atípica, que causou centenas de mortes na China no início do século [dropcap]R[/dropcap]eceios de uma recorrência do vírus, que matou mais de 700 pessoas no continente chinês, surgiram este mês, após vários doentes terem sido hospitalizados com uma pneumonia desconhecida em Wuhan, a capital da província de Hubei. A epidemia da pneumonia atípica, ou síndrome respiratória aguda grave (SARS), começou no sul da China e matou globalmente mais oito mil pessoas, entre 2002 e 2003. No domingo, 59 pessoas foram diagnosticadas com a doença e isoladas enquanto recebem tratamento, indicou a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan. Sete dos pacientes encontram-se em estado crítico e os restantes em condição estável. Em comunicado, a comissão informou que as investigações iniciais descartaram a hipótese de se tratar da síndrome respiratória aguda grave ou influenza, gripe aviária e adenovírus. A mesma entidade detalhou anteriormente que o sintoma mais comum da doença é febre e falta de ar, enquanto as infecções pulmonares surgiram num “pequeno número” de casos. Não há indicações claras de que a doença seja transmissível entre seres humanos. Vários pacientes trabalhavam num mercado de alimentos nos subúrbios de Wuhan. A Comissão disse que o mercado foi encerrado e está sob investigação. Para este lado O director dos Serviços de Saúde de Macau anunciou no domingo que o nível de alerta de emergência foi elevado para três para reforçar a prevenção e coordenação na resposta à pneumonia viral de Wuhan. Lei Chin Ion sublinhou não ter sido registada qualquer ocorrência em Macau, que tem duas ligações aéreas diárias com Wuhan. A legislação de Macau define cinco níveis de alerta, sendo o primeiro “especialmente grave” e o quinto “normal”. O nível de alerta três é um grau de risco médio que exige um acompanhamento mais apertado. Também no domingo, a Autoridade Hospitalar de Hong Kong disse que um total de 15 pacientes estão a ser tratados na região semiautónoma chinesa, devido a sintomas como febre e infecção respiratória, após terem visitado Wuhan recentemente. As autoridades ordenaram hospitais e médicos a relatar às autoridades casos de febre entre pacientes que tenham viajado para Wuhan nos últimos 14 dias, informou a secretária para a Saúde de Hong Kong, Sophia Chan. A região activou um nível de “resposta séria” para conter a propagação da infecção. Chan apelou aos moradores de Hong Kong para que evitem visitar mercados ou consumam carne de caça selvagem na China continental. A Organização Mundial da Saúde disse que está a monitorizar de perto a situação e que mantém contacto com as autoridades chinesas, mas descartou a necessidade, para já, de impor restrições a viagens ou comércio.
“1917” de Sam Mendes ganha Globos de Ouro para melhor filme e realizador Hoje Macau - 7 Jan 2020 [dropcap]O[/dropcap]s filmes “1917”, de Sam Mendes, e “Era uma Vez… em Hollywood”, de Quentin Tarantino, foram os grandes vencedores da 77.ª edição dos Globos de Ouro, que trouxe várias surpresas na cerimónia desta madrugada em Los Angeles. O filme “1917” foi coroado com o Globo de Ouro para melhor Drama, batendo “Joker”, “Marriage Story”, “O Irlandês” e “Os Dois Papas”, uma escolha inesperada da Associação da Crítica Estrangeira em Hollywood. “1917” deu ainda a Sam Mendes a estatueta de Melhor Realizador, numa categoria onde estavam também nomeados Martin Scorsese com “O Irlandês” e Quentin Tarantino. “É difícil fazer filmes sem grandes estrelas e espero que as pessoas o vão ver no grande ecrã, onde foi feito para ver”, disse Sam Mendes ao aceitar o galardão. “1917” é protagonizado por dois actores britânicos pouco conhecidos, George MacKay e Dean-Charles Chapman. Já “Era Uma Vez… em Hollywood” confirmou o favoritismo vencendo o globo na categoria de Comédia ou Musical e dando ainda a Brad Pitt o galardão de Melhor Actor Secundário em Comédia ou Musical e a Quentin Tarantino a estatueta para Melhor Argumento. De cinco nomeações o filme venceu três, o melhor resultado entre os títulos mais nomeados. “Joker”, de Todd Phillips, deu a Joaquin Phoenix o Globo de Melhor Actor em filme dramático e ainda venceu na categoria de melhor banda sonora original, premiando a compositora islandesa Hildur Guönadóttir. Da lista de surpresas consta a vitória do filme de animação “Missing Link”, da Laika Entertainment, superando os pesos-pesados da Disney – “Frozen 2″, Toy Story 4” e “O Rei Leão” – e “Como Treinares o Teu Dragão: O Mundo Secreto”, da Universal, o que gerou grande comoção na cerimónia. No sentido inverso, “O Irlandês” de Martin Scorsese e com Al Pacino não recebeu qualquer dos Globos de Ouro entre as cinco nomeações que tinha. Também o filme com mais nomeações (seis), “Marriage Story”, de Noah Baumbach, saiu da cerimónia apenas com uma estatueta, entregue a Laura Dern na categoria de Actriz Secundária. Ambos os títulos são da plataforma Netflix, que não confirmou as expectativas geradas pelo elevado número de nomeações que recebeu para esta edição dos Globos de Ouro: de um total de 17, venceu apenas dois. Na televisão, foi a HBO, Hulu e Amazon Prime que dominaram. A série “Succession” da HBO levou para casa o Globo mais cobiçado de melhor série dramática e o seu protagonista Brian Cox, que interpreta o magnata Logan Roy, recebeu o galardão de melhor actor em série dramática. “Chernobyl”, também da HBO, foi considerada a melhor série limitada e Stellan Skarsgård venceu o globo para actor secundário em série, série limitada ou filme para televisão. Na comédia, e tal como aconteceu nos prémios Emmy, em Setembro de 2019, “Fleabag” da Amazon Prime foi a melhor série e Phoebe Waller-Bridge recebeu o Globo de melhor actriz em Comédia ou Musical. Olivia Colman foi premiada pelo desempenho em “The Crown”, da Netflix, levando o Globo para Melhor Actriz em Série Dramática, Patricia Arquette foi a Melhor Actriz em Série Limitada por “The Act” (Hulu) e Renée Zellweger Melhor Actriz em Filme Dramático, por “Judy”. Entre os títulos que não conseguiram qualquer estatueta estão “Os Dois Papas”, “Knives Out” e “The Marvelous Ms. Maisel”. “Parasitas”, do sul-coreano Bong Joon-ho, venceu na categoria de Filme em Língua Estrangeira, tal como esperado.
Festival Fringe | Os poemas musicados que contam como foi e é Macau Andreia Sofia Silva - 7 Jan 2020 A Casa de Portugal em Macau apresenta nos dias 11 e 12 deste mês o espectáculo “Era uma vez em Macau”, com poemas musicados da autoria de Diana Soeiro. A ideia é que o público presente na Fortaleza do Monte e no Jardim Camões possa descobrir mais sobre o passado e o presente de Macau num espectáculo que junta música e animação [dropcap]T[/dropcap]udo começou em Setembro do ano passado, quando a Casa de Portugal em Macau (CPM) levou aos palcos do teatro D. Pedro V o espectáculo “Era uma vez em Macau”, a pensar nos mais pequenos. O mesmo projecto integra agora o cartaz da edição deste ano do Festival Fringe, com o espectáculo a voltar a ser mostrado ao público nos dias 11 e 12 deste mês na Fortaleza do Monte e Jardim Camões. O espectáculo tem como conceitos principais a poesia musicada e animação infantil. Diana Soeiro, coordenadora da CPM e autora dos poemas, contou ao HM o que o público pode esperar de um projecto que, inicialmente, era pessoal. “Foi pensado para celebrar os 20 anos de Macau, mas com o objectivo de sensibilizar os mais pequenos para a história e cultura de Macau, para que ganhassem consciência daquilo que os rodeia. Eu fiz os poemas e a nossa equipa de músicos da CPM fez a parte da composição musical.” A possibilidade de participação no Fringe surgiu depois, com a decisão do Instituto Cultural (IC) em integrar o espectáculo “Era uma vez em Macau” no cartaz da 19ª edição do evento. “É um concerto onde vão ser apresentadas 13 músicas e vai ter animadores. Pensámos em criar personagens porque os poemas falam de personagens que podem estar relacionadas com o imaginário das crianças sobre Macau. Vamos ter um dragão a interagir com os mais pequenos, por exemplo. Vamos ter mais coisas, mas tem de ser surpresa. Também vamos ter um número de marionetas para interagir com o público.” Entre o D. Pedro V e o Fringe foram necessárias adaptações. “Quando apresentámos o projecto em Setembro foi em formato de auditório, mas adaptámos o cenário e a experiência dos animadores para o conceito de um espectáculo ao ar livre.” Diana Soeiro, mãe de três crianças, cresceu em Macau e pretende manter a memória de uma terra que sente sua. “Os poemas que escrevi são dirigidos às crianças, falam de alguns aspectos da história de Macau. O desafio foi pesquisar e tentar transmitir esses aspectos da história e cultura de Macau com uma linguagem acessível às crianças.” O disco que serve de mote ao espectáculo tem, assim, canções sobre o Farol da Guia, Jardim Camões, o Cotai ou o Jetfoil entre Macau e Hong Kong. “A ideia era conciliar aspectos do passado com Macau mais actual para que através das músicas tenham mais vontade de conhecer e perceber melhor o que os rodeia.” Ir além da comunidade Para esta edição do Fringe, Diana Soeiro tem expectativas elevadas, uma vez que no último ano “o espectáculo da CPM contou com um público muito participativo”. “Há uma diferença em relação aos anos anteriores, que é o facto de termos dois dias de espectáculo. Um deles é na Fortaleza do Monte e aí estamos a contar com menos público português, será um espectáculo mais direccionado para os turistas. Vamos ter de apostar mais na animação porque terão mais dificuldade em perceber as letras. No Jardim Camões estamos à espera de um público português.” Para a coordenadora da CPM, estes espectáculos ajudam a associação a expandir-se a toda a sociedade e a chegar a um público mais vasto. “Sentimos que através destes projectos conseguimos concretizar esta parte do entretenimento dos residentes, mas que também divulgamos o português. O nosso objectivo é divulgar a língua e a cultura portuguesas e Macau. Através destes projectos conseguimos chegar a um público muitíssimo variado e divulgar o trabalho das casas. Os turistas e a comunidade chinesa aderem com enorme entusiasmo.”
Festival Fringe | Os poemas musicados que contam como foi e é Macau Andreia Sofia Silva - 7 Jan 2020 A Casa de Portugal em Macau apresenta nos dias 11 e 12 deste mês o espectáculo “Era uma vez em Macau”, com poemas musicados da autoria de Diana Soeiro. A ideia é que o público presente na Fortaleza do Monte e no Jardim Camões possa descobrir mais sobre o passado e o presente de Macau num espectáculo que junta música e animação [dropcap]T[/dropcap]udo começou em Setembro do ano passado, quando a Casa de Portugal em Macau (CPM) levou aos palcos do teatro D. Pedro V o espectáculo “Era uma vez em Macau”, a pensar nos mais pequenos. O mesmo projecto integra agora o cartaz da edição deste ano do Festival Fringe, com o espectáculo a voltar a ser mostrado ao público nos dias 11 e 12 deste mês na Fortaleza do Monte e Jardim Camões. O espectáculo tem como conceitos principais a poesia musicada e animação infantil. Diana Soeiro, coordenadora da CPM e autora dos poemas, contou ao HM o que o público pode esperar de um projecto que, inicialmente, era pessoal. “Foi pensado para celebrar os 20 anos de Macau, mas com o objectivo de sensibilizar os mais pequenos para a história e cultura de Macau, para que ganhassem consciência daquilo que os rodeia. Eu fiz os poemas e a nossa equipa de músicos da CPM fez a parte da composição musical.” A possibilidade de participação no Fringe surgiu depois, com a decisão do Instituto Cultural (IC) em integrar o espectáculo “Era uma vez em Macau” no cartaz da 19ª edição do evento. “É um concerto onde vão ser apresentadas 13 músicas e vai ter animadores. Pensámos em criar personagens porque os poemas falam de personagens que podem estar relacionadas com o imaginário das crianças sobre Macau. Vamos ter um dragão a interagir com os mais pequenos, por exemplo. Vamos ter mais coisas, mas tem de ser surpresa. Também vamos ter um número de marionetas para interagir com o público.” Entre o D. Pedro V e o Fringe foram necessárias adaptações. “Quando apresentámos o projecto em Setembro foi em formato de auditório, mas adaptámos o cenário e a experiência dos animadores para o conceito de um espectáculo ao ar livre.” Diana Soeiro, mãe de três crianças, cresceu em Macau e pretende manter a memória de uma terra que sente sua. “Os poemas que escrevi são dirigidos às crianças, falam de alguns aspectos da história de Macau. O desafio foi pesquisar e tentar transmitir esses aspectos da história e cultura de Macau com uma linguagem acessível às crianças.” O disco que serve de mote ao espectáculo tem, assim, canções sobre o Farol da Guia, Jardim Camões, o Cotai ou o Jetfoil entre Macau e Hong Kong. “A ideia era conciliar aspectos do passado com Macau mais actual para que através das músicas tenham mais vontade de conhecer e perceber melhor o que os rodeia.” Ir além da comunidade Para esta edição do Fringe, Diana Soeiro tem expectativas elevadas, uma vez que no último ano “o espectáculo da CPM contou com um público muito participativo”. “Há uma diferença em relação aos anos anteriores, que é o facto de termos dois dias de espectáculo. Um deles é na Fortaleza do Monte e aí estamos a contar com menos público português, será um espectáculo mais direccionado para os turistas. Vamos ter de apostar mais na animação porque terão mais dificuldade em perceber as letras. No Jardim Camões estamos à espera de um público português.” Para a coordenadora da CPM, estes espectáculos ajudam a associação a expandir-se a toda a sociedade e a chegar a um público mais vasto. “Sentimos que através destes projectos conseguimos concretizar esta parte do entretenimento dos residentes, mas que também divulgamos o português. O nosso objectivo é divulgar a língua e a cultura portuguesas e Macau. Através destes projectos conseguimos chegar a um público muitíssimo variado e divulgar o trabalho das casas. Os turistas e a comunidade chinesa aderem com enorme entusiasmo.”
IAM | O Lam toma posse como vice do Conselho de Administração Hoje Macau - 7 Jan 20207 Mar 2024 [dropcap]D[/dropcap]ecorreu ontem, no salão nobre do edifício do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), a tomada de posse de O Lam como vice-presidente do Conselho de Administração do IAM. A cerimónia foi presidida pelo secretário para a Administração e Justiça, André Cheong. O Lam agradeceu a confiança em si depositada pelo Chefe do Executivo e pelo secretário e comprometeu-se em auscultar os diversos sectores, para melhor servir a população de Macau. Também André Cheong aproveitou a ocasião para traçar as prioridades da secretaria que passou a liderar desde que o novo Governo tomou posse. Como tal, o secretário para a Administração e Justiça comprometeu-se com a implementação da reforma da Administração Pública, a optimização do sistema jurídico e a prestação de serviços municipais que facilitem a vida dos residentes. André Cheong dirigiu-se ainda a O Lam, afirmando que a nova vice-presidente tem vasta capacidade na área da Administração Pública, tendo vindo a trabalhar de forma cautelosa e a tomar decisões com determinação. Acrescentou ainda que, com a adesão desta à equipa do IAM, os serviços municipais irão entrar num novo patamar. O Lam é licenciada em Economia e Finanças Internacionais pela Universidade de Jinan e possui mestrado em Gestão de Empresas Internacionais pela The American Graduate School of Business, na Suíça. Ingressou na Administração Pública em 2000, ao serviço do Instituto do Desporto. Entre os anos de 2009 e 2019, foi assessora e de chefe do gabinete do Chefe do Executivo, além de secretária-geral do Conselho Executivo, em regime de acumulação.
IAM | O Lam toma posse como vice do Conselho de Administração Hoje Macau - 7 Jan 2020 [dropcap]D[/dropcap]ecorreu ontem, no salão nobre do edifício do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), a tomada de posse de O Lam como vice-presidente do Conselho de Administração do IAM. A cerimónia foi presidida pelo secretário para a Administração e Justiça, André Cheong. O Lam agradeceu a confiança em si depositada pelo Chefe do Executivo e pelo secretário e comprometeu-se em auscultar os diversos sectores, para melhor servir a população de Macau. Também André Cheong aproveitou a ocasião para traçar as prioridades da secretaria que passou a liderar desde que o novo Governo tomou posse. Como tal, o secretário para a Administração e Justiça comprometeu-se com a implementação da reforma da Administração Pública, a optimização do sistema jurídico e a prestação de serviços municipais que facilitem a vida dos residentes. André Cheong dirigiu-se ainda a O Lam, afirmando que a nova vice-presidente tem vasta capacidade na área da Administração Pública, tendo vindo a trabalhar de forma cautelosa e a tomar decisões com determinação. Acrescentou ainda que, com a adesão desta à equipa do IAM, os serviços municipais irão entrar num novo patamar. O Lam é licenciada em Economia e Finanças Internacionais pela Universidade de Jinan e possui mestrado em Gestão de Empresas Internacionais pela The American Graduate School of Business, na Suíça. Ingressou na Administração Pública em 2000, ao serviço do Instituto do Desporto. Entre os anos de 2009 e 2019, foi assessora e de chefe do gabinete do Chefe do Executivo, além de secretária-geral do Conselho Executivo, em regime de acumulação.
MacauPass | Parquímetros não aceitam cartões antigos, o que gera críticas Andreia Sofia Silva e Inam Ng - 7 Jan 2020 O facto de os modelos mais antigos do MacauPass não estar a ser aceite pelos parquímetros geridos pela Forehap Parking Management gerou um mar de críticas nas redes sociais. A MacauPass SA prometeu resolver o problema, mas os utentes queixam-se da necessidade de apresentar documento de identificação [dropcap]A[/dropcap] página de Facebook Macau Buses and Public Transport Enthusiatic, destinada a partilhar notícias e informações sobre autocarros e outros meios de transporte público, tem sido o lugar escolhido por dezenas de condutores para criticarem o facto de os cartões antigos da MacauPass não serem aceites nos parquímetros geridos pela empresa Forehap Parking Management. De acordo com a mesma página, para actualizar o cartão é necessário apresentar documento de identificação, um requisito que não é pedido a quem compra o cartão normalmente. Caso a pessoa não tivesse consigo este documento teria de adquirir um novo MacauPass em vez de actualizar o seu cartão antigo, o que motivou críticas. De acordo com o jornal Cheng Pou, a MacauPass SA emitiu um comunicado no sábado a prometer melhorias no sistema. “Verificou-se recentemente que os cartões mais antigos da Macau Pass não funcionam normalmente. Vamos colaborar com os responsáveis pela gestão dos parquímetros para que tudo volte à normalidade”, lê-se no comunicado citado pelo jornal. No entanto, um dia depois das explicações da empresa, a Forehap Parking Management colocou em todos os parquímetros um anúncio onde se lê que deve ser usado o novo cartão da MacauPass, o cartão Quickpass ou proceder ao pagamento com moedas. Duas opções Os anúncios colocados nos parquímetros levaram à corrida às lojas da MacauPass, onde, segundo relatos dos cibernautas, constavam as mesmas informações avançadas pelo comunicado de sábado. Nas redes sociais, as questões foram várias. “Isto viola ou não a lei de protecção de dados pessoais?”, “Não é o cartão que precisa de ser actualizado, mas sim a empresa” ou “Os parquímetros têm problemas, mas pede-se a actualização dos cartões? Ridículo”, são algumas reacções publicadas na página Macau Buses and Public Transport Enthusiatic. Na manhã de ontem, a MacauPass divulgou um novo comunicado onde garante que há, afinal, duas soluções para o problema. A empresa assegura que os utilizadores podem mudar de forma gratuita para um novo cartão, com a transferência do montante existente, ou actualizar o cartão antigo para que volte a funcionar nos parquímetros. Ao jornal Cheng Pou, responsáveis da MacauPass garantiram que não é necessária a apresentação de um documento de identificação para obter um novo cartão.
MacauPass | Parquímetros não aceitam cartões antigos, o que gera críticas Andreia Sofia Silva e Inam Ng - 7 Jan 2020 O facto de os modelos mais antigos do MacauPass não estar a ser aceite pelos parquímetros geridos pela Forehap Parking Management gerou um mar de críticas nas redes sociais. A MacauPass SA prometeu resolver o problema, mas os utentes queixam-se da necessidade de apresentar documento de identificação [dropcap]A[/dropcap] página de Facebook Macau Buses and Public Transport Enthusiatic, destinada a partilhar notícias e informações sobre autocarros e outros meios de transporte público, tem sido o lugar escolhido por dezenas de condutores para criticarem o facto de os cartões antigos da MacauPass não serem aceites nos parquímetros geridos pela empresa Forehap Parking Management. De acordo com a mesma página, para actualizar o cartão é necessário apresentar documento de identificação, um requisito que não é pedido a quem compra o cartão normalmente. Caso a pessoa não tivesse consigo este documento teria de adquirir um novo MacauPass em vez de actualizar o seu cartão antigo, o que motivou críticas. De acordo com o jornal Cheng Pou, a MacauPass SA emitiu um comunicado no sábado a prometer melhorias no sistema. “Verificou-se recentemente que os cartões mais antigos da Macau Pass não funcionam normalmente. Vamos colaborar com os responsáveis pela gestão dos parquímetros para que tudo volte à normalidade”, lê-se no comunicado citado pelo jornal. No entanto, um dia depois das explicações da empresa, a Forehap Parking Management colocou em todos os parquímetros um anúncio onde se lê que deve ser usado o novo cartão da MacauPass, o cartão Quickpass ou proceder ao pagamento com moedas. Duas opções Os anúncios colocados nos parquímetros levaram à corrida às lojas da MacauPass, onde, segundo relatos dos cibernautas, constavam as mesmas informações avançadas pelo comunicado de sábado. Nas redes sociais, as questões foram várias. “Isto viola ou não a lei de protecção de dados pessoais?”, “Não é o cartão que precisa de ser actualizado, mas sim a empresa” ou “Os parquímetros têm problemas, mas pede-se a actualização dos cartões? Ridículo”, são algumas reacções publicadas na página Macau Buses and Public Transport Enthusiatic. Na manhã de ontem, a MacauPass divulgou um novo comunicado onde garante que há, afinal, duas soluções para o problema. A empresa assegura que os utilizadores podem mudar de forma gratuita para um novo cartão, com a transferência do montante existente, ou actualizar o cartão antigo para que volte a funcionar nos parquímetros. Ao jornal Cheng Pou, responsáveis da MacauPass garantiram que não é necessária a apresentação de um documento de identificação para obter um novo cartão.
Fronteiras | Seis iranianos com passaportes falsos detidos em Macau Hoje Macau - 7 Jan 2020 [dropcap]I[/dropcap]nformação divulgada pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) dá conta da detenção de seis iranianos em Macau devido à posse de passaportes falsos. De acordo com a TDM Rádio Macau, estes cidadãos estariam a tentar fugir para a Europa para escapar à instabilidade que se vive no país desde que o general Qassem Soleimani foi morto por tropas norte-americanas. A intenção dos seis iranianos seria pedir o estatuto de refugiado aquando da chegada ao destino final. Os seis iranianos, dois deles um casal, chegaram a Macau no sábado, com três a chegarem de um voo oriundo da Malásia e outros três de Pequim. Os detidos terão pago entre oito a dez mil euros para obter os passaportes e ajuda de passadores no processo de fuga. Foram apresentados passaportes da Suécia, Espanha, Itália e Israel, o que levou a que fossem ontem entregues ao Ministério Público suspeitos do crime de falsificação de documentos.
Fronteiras | Seis iranianos com passaportes falsos detidos em Macau Hoje Macau - 7 Jan 2020 [dropcap]I[/dropcap]nformação divulgada pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) dá conta da detenção de seis iranianos em Macau devido à posse de passaportes falsos. De acordo com a TDM Rádio Macau, estes cidadãos estariam a tentar fugir para a Europa para escapar à instabilidade que se vive no país desde que o general Qassem Soleimani foi morto por tropas norte-americanas. A intenção dos seis iranianos seria pedir o estatuto de refugiado aquando da chegada ao destino final. Os seis iranianos, dois deles um casal, chegaram a Macau no sábado, com três a chegarem de um voo oriundo da Malásia e outros três de Pequim. Os detidos terão pago entre oito a dez mil euros para obter os passaportes e ajuda de passadores no processo de fuga. Foram apresentados passaportes da Suécia, Espanha, Itália e Israel, o que levou a que fossem ontem entregues ao Ministério Público suspeitos do crime de falsificação de documentos.
Táxis | Infrações cometidas por taxistas caem 48,2% em 2019 Pedro Arede - 7 Jan 2020 Desde 3 de Junho com a aplicação da nova lei dos táxis, e até ao final de 2019, as infrações cometidas por taxistas caíram drasticamente. Segundo dados da PSP, o número de casos de cobranças excessivas caiu mesmo 96 por cento comparando com o mesmo período de 2018 [dropcap]D[/dropcap]epois da entrada em vigor do “regime jurídico do transporte de passageiros em automóveis ligeiros de aluguer”, a chamada lei dos táxis, o número de infrações cometidas pelos taxistas diminuiu quase para metade (48,2 por cento) em termos anuais, em relação a 2018, revelou na passada sexta-feira, a Polícia de Segurança Pública (PSP). Assim, em 2019 foram registados, no total, 3,172 casos, uma descida de 2,954 casos em relação a 2018, ano em que se registaram 6,126 infrações de taxistas. Já quando confrontado o período compreendido entre 3 de Junho e 31 de Dezembro de 2019 e o mesmo período do ano anterior, os números divulgados da PSP, citados pelo Macau News, mostram uma descida de infrações ainda mais notória, fixando-se nos 85,1 por cento. Segundo a mesma fonte, durante esta janela temporal foram registados 475 casos, uma descida de 2,708 infrações em relação a 2018, quando a polícia registou um total de 3,183 ocorrências. Segundo a PSP, dos 475 casos, 73 disseram respeito a cobranças excessivas, 121 a situações de recusa de serviço e 281 a outras situações. Especificando o impacto da nova lei por tipo de irregularidade, o relatório da PSP refere que o número de casos de cobranças excessivas desceu 96,4 por cento de um ano para o outro, quando comparado o período visado entre Junho e Dezembro. Já o número de casos referentes à recusa de serviço caiu 81,8 por cento, face ao mesmo período de sete meses entre 2018 e 2019. Vida nova O aumento significativo das multas terá estado assim na base da diminuição do número de ocorrências. Com a entrada em vigor da nova lei dos táxis, a multa para a cobrança excessiva subiu de mil patacas para um valor entre as 6 mil e as 15 mil patacas, dependendo do dinheiro cobrado. Já em relação à recusa do serviço, está actualmente em vigor uma multa de 3 mil patacas, que representa um aumento de mil patacas. Segundo informações citadas pelo Macau Post Daily, a PSP registou ainda uma diminuição de 26 por cento nos casos de taxistas sem licença, passando assim de 165 (2018) para 122 (2019). De acordo com a nova lei os casos de táxis a operar sem licença incorrem num multa de 90 mil patacas, ao passo que antes a multa era de 25 mil patacas.
Táxis | Infrações cometidas por taxistas caem 48,2% em 2019 Pedro Arede - 7 Jan 2020 Desde 3 de Junho com a aplicação da nova lei dos táxis, e até ao final de 2019, as infrações cometidas por taxistas caíram drasticamente. Segundo dados da PSP, o número de casos de cobranças excessivas caiu mesmo 96 por cento comparando com o mesmo período de 2018 [dropcap]D[/dropcap]epois da entrada em vigor do “regime jurídico do transporte de passageiros em automóveis ligeiros de aluguer”, a chamada lei dos táxis, o número de infrações cometidas pelos taxistas diminuiu quase para metade (48,2 por cento) em termos anuais, em relação a 2018, revelou na passada sexta-feira, a Polícia de Segurança Pública (PSP). Assim, em 2019 foram registados, no total, 3,172 casos, uma descida de 2,954 casos em relação a 2018, ano em que se registaram 6,126 infrações de taxistas. Já quando confrontado o período compreendido entre 3 de Junho e 31 de Dezembro de 2019 e o mesmo período do ano anterior, os números divulgados da PSP, citados pelo Macau News, mostram uma descida de infrações ainda mais notória, fixando-se nos 85,1 por cento. Segundo a mesma fonte, durante esta janela temporal foram registados 475 casos, uma descida de 2,708 infrações em relação a 2018, quando a polícia registou um total de 3,183 ocorrências. Segundo a PSP, dos 475 casos, 73 disseram respeito a cobranças excessivas, 121 a situações de recusa de serviço e 281 a outras situações. Especificando o impacto da nova lei por tipo de irregularidade, o relatório da PSP refere que o número de casos de cobranças excessivas desceu 96,4 por cento de um ano para o outro, quando comparado o período visado entre Junho e Dezembro. Já o número de casos referentes à recusa de serviço caiu 81,8 por cento, face ao mesmo período de sete meses entre 2018 e 2019. Vida nova O aumento significativo das multas terá estado assim na base da diminuição do número de ocorrências. Com a entrada em vigor da nova lei dos táxis, a multa para a cobrança excessiva subiu de mil patacas para um valor entre as 6 mil e as 15 mil patacas, dependendo do dinheiro cobrado. Já em relação à recusa do serviço, está actualmente em vigor uma multa de 3 mil patacas, que representa um aumento de mil patacas. Segundo informações citadas pelo Macau Post Daily, a PSP registou ainda uma diminuição de 26 por cento nos casos de taxistas sem licença, passando assim de 165 (2018) para 122 (2019). De acordo com a nova lei os casos de táxis a operar sem licença incorrem num multa de 90 mil patacas, ao passo que antes a multa era de 25 mil patacas.
Sacos de plástico | Coutinho pede aperfeiçoamento do regime legal Pedro Arede - 7 Jan 2020 [dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho interpelou o Governo sobre a necessidade de melhorar a legislação que restringe o fornecimento gratuito de sacos de plástico por lojas ou outros estabelecimentos comerciais, que entrou em vigor no passado dia 28 de Novembro. Afirmando que a legislação “está ainda repleta de deficiências”, o que leva os residentes a sentir que “o Governo quer despachar o assunto”, o deputado lembrou na interpelação escrita que, em 2018, Macau “utilizou mais de 100 toneladas de sacos de plástico”, ultrapassando o número registado em cidades como Pequim ou Xangai, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). José Pereira Coutinho aponta ainda que existem empresários que se estão a aproveitar da situação para “ganhar mais”, obrigando os clientes a adquirir sacos de plástico, mesmo quando não há necessidade e que a lei deixa de fora outros objectos como “palhinhas de plástico, caixas de esferovite e talheres de plástico”. Além disso, para o deputado, o dinheiro cobrado deveria ser aplicado “noutras medidas de protecção ambiental”. Acusando o Governo de não ter avançado com “medidas concretas para reduzir, na fonte, a utilização de objectos de plástico”, o deputado sugere que seja regulamentada a disponibilização por parte de empresários de sacos ecológicos e de papel e a “redução do uso de películas aderentes para embrulhar frutas (…) milho, cebola e outros vegetais”.
Sacos de plástico | Coutinho pede aperfeiçoamento do regime legal Pedro Arede - 7 Jan 2020 [dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho interpelou o Governo sobre a necessidade de melhorar a legislação que restringe o fornecimento gratuito de sacos de plástico por lojas ou outros estabelecimentos comerciais, que entrou em vigor no passado dia 28 de Novembro. Afirmando que a legislação “está ainda repleta de deficiências”, o que leva os residentes a sentir que “o Governo quer despachar o assunto”, o deputado lembrou na interpelação escrita que, em 2018, Macau “utilizou mais de 100 toneladas de sacos de plástico”, ultrapassando o número registado em cidades como Pequim ou Xangai, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). José Pereira Coutinho aponta ainda que existem empresários que se estão a aproveitar da situação para “ganhar mais”, obrigando os clientes a adquirir sacos de plástico, mesmo quando não há necessidade e que a lei deixa de fora outros objectos como “palhinhas de plástico, caixas de esferovite e talheres de plástico”. Além disso, para o deputado, o dinheiro cobrado deveria ser aplicado “noutras medidas de protecção ambiental”. Acusando o Governo de não ter avançado com “medidas concretas para reduzir, na fonte, a utilização de objectos de plástico”, o deputado sugere que seja regulamentada a disponibilização por parte de empresários de sacos ecológicos e de papel e a “redução do uso de películas aderentes para embrulhar frutas (…) milho, cebola e outros vegetais”.
Vítor Sereno ganha prémio de diplomata económico do ano em Portugal Hoje Macau - 7 Jan 20207 Jan 2020 Vítor Sereno, ex-cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, actualmente a desempenhar funções de embaixador no Senegal, ganhou o prémio de diplomata económico do ano de 2019. Para Sereno, o prémio representa “uma mudança de paradigma geracional” [dropcap]O[/dropcap] embaixador Vitor Sereno recebeu ontem o Prémio da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) para o diplomata económico do ano, premiando o trabalho em sete países da África Ocidental, incluindo Costa do Marfim e Senegal. “É uma honra e uma responsabilidade, sou o mais novo de sempre a receber este prémio, é uma responsabilidade acrescida receber o Prémio Francisco de Melo e Torres enquanto embaixador responsável pelo Senegal, Gâmbia, Guiné-Conacri, Serra Leoa, Burkina Faso e Libéria”, disse Vítor Sereno, em declarações à Lusa. Para o diplomata, a entrega do prémio mostra “uma mudança de paradigma geracional” e o reconhecimento do trabalho de “lóbi” feito pela embaixada. “Nós trabalhamos o lóbi institucional, nós, representações internacionais de Portugal, não temos de ter medo de dizer que fazemos lóbi todos os dias pelas empresas portuguesas na região”, defendeu Vítor Sereno, que antes de ir para Dacar, em Setembro de 2018, já esteve destacado nas missões portuguesas em Roterdão, Macau e Hong Kong e Estugarda, entre outras. A relação comercial entre Portugal e estes países africanos aumentou significativamente nos últimos anos, segundo o diplomata, que destaca as “enormes oportunidades para as empresas portuguesas” que queiram apostar na região. “Entre 2018 e 2019, o investimento directo português nestes países passou de 74 milhões de euros para 180 milhões de euros, representando um aumento de 143 por cento, e o volume de negócios aumentou de 80 milhões de euros em 2018 para 190 milhões no ano passado, ou seja, subiu 237 por cento”, destacou o diplomata. Os riscos Apesar de destacar as oportunidades, Vítor Sereno não esconde os riscos existentes nos países para onde foi destacado. “Há quatro grandes riscos na minha zona, desde logo a presença em força de grandes economias, como a China, a Turquia e a França, que é incontornável, as dificuldades aduaneiras em certos produtos, como o vinho, o elevado preço do crédito bancário e um desconhecimento generalizado destes mercados pelas empresas portuguesas.” Vítor Sereno pretende melhorar este aspecto com a organização de missões empresariais e a presença em feiras e exposições de carácter comercial. Sobre o Senegal, país onde reside, o embaixador destaca que é um país muito apetecível, sendo uma das economias em mais rápido crescimento e com estabilidade política e segurança jurídica. “A Costa do Marfim e o Senegal são das economias mais fortes do continente, o Senegal em 2019 foi a quinta maior a crescer em África e vai entrar no top 3 de certeza”, disse, destacando que “como diz o ministro dos Negócios Estrangeiros local, no Senegal vota-se ao domingo e trabalha-se normalmente à segunda-feira”. Além da estabilidade política, Vítor Sereno salienta ainda os 12 mil milhões de euros em investimentos ao abrigo do plano Senegal Emergente, “que são oportunidades para os empresários portugueses na construção e obras públicas, agro-indústria, metalomecânica, energia e infra-estruturas logísticas”.
Metro ligeiro | Sulu Sou acusa DSAT de não seguir a lei Pedro Arede e Inam Ng - 7 Jan 2020 [dropcap]E[/dropcap]m relação às avarias verificadas desde o início da operação do sistema de Metro Ligeiro, o deputado Sulu Sou acredita que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) não reagiu de acordo com a “lei do sistema de transporte de metro ligeiro”. “Considero inaceitável quando o director substituto da DSAT, Lo Seng Chi inventou um novo termo, descrevendo os três casos como ‘problemas menores’ dado que, de acordo a Lei, só existem duas hipóteses: acidente ou incidente”, apontou o deputado. Assim sendo, Sulu Sou considerou que a DSAT deve começar por esclarecer qual a natureza dos três casos. “Caso sejam incidentes, então a DSAT tem de esclarecer dois pontos: a necessidade de investigação técnica e a divulgação do relatório de investigação. No entanto, caso não haja necessidade de realizar uma investigação técnica, a DSAT também precisa de produzir um relatório que fundamente essa decisão”, explicou Sulu Sou. Questionado sobre a resposta do Corpo de Bombeiros (CB) e facto de o organismo não ter notificado a comunicação social acerca da mais recente avaria do Metro Ligeiro, Sulu Sou afirmou que este tipo de informações deve ser divulgadas apenas por uma entidade. “Pelo que conheço, o CB tem um mecanismo muito eficaz para notificar os órgãos de comunicação social, por isso, não considero que o Metro Ligeiro seja um caso especial. O CB não deve criar excepções porque isso pode causar confusões entre departamentos e até ter consequências na opinião pública”, respondeu Sulu Sou.
Metro ligeiro | Sulu Sou acusa DSAT de não seguir a lei Pedro Arede e Inam Ng - 7 Jan 2020 [dropcap]E[/dropcap]m relação às avarias verificadas desde o início da operação do sistema de Metro Ligeiro, o deputado Sulu Sou acredita que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) não reagiu de acordo com a “lei do sistema de transporte de metro ligeiro”. “Considero inaceitável quando o director substituto da DSAT, Lo Seng Chi inventou um novo termo, descrevendo os três casos como ‘problemas menores’ dado que, de acordo a Lei, só existem duas hipóteses: acidente ou incidente”, apontou o deputado. Assim sendo, Sulu Sou considerou que a DSAT deve começar por esclarecer qual a natureza dos três casos. “Caso sejam incidentes, então a DSAT tem de esclarecer dois pontos: a necessidade de investigação técnica e a divulgação do relatório de investigação. No entanto, caso não haja necessidade de realizar uma investigação técnica, a DSAT também precisa de produzir um relatório que fundamente essa decisão”, explicou Sulu Sou. Questionado sobre a resposta do Corpo de Bombeiros (CB) e facto de o organismo não ter notificado a comunicação social acerca da mais recente avaria do Metro Ligeiro, Sulu Sou afirmou que este tipo de informações deve ser divulgadas apenas por uma entidade. “Pelo que conheço, o CB tem um mecanismo muito eficaz para notificar os órgãos de comunicação social, por isso, não considero que o Metro Ligeiro seja um caso especial. O CB não deve criar excepções porque isso pode causar confusões entre departamentos e até ter consequências na opinião pública”, respondeu Sulu Sou.
Saúde | Sulu Sou: “as informações de Wuhan têm demorado a chegar” Pedro Arede - 7 Jan 2020 [dropcap]À[/dropcap] margem da entrega da petição Sulu Sou comentou ainda as medidas tomadas pelo Governo no seguimento do aumento do número de casos da doença respiratória não identificada em Wuhan, no Interior da China. Segundo o deputado, apesar de considerar que “a principal responsabilidade está agora nos ombros das autoridades da China continental, pois são quem está a recolher a informação em primeira mão sobre os casos em Wuhan”, os Serviços de Saúde (SS) de Macau “têm a obrigação de obter essa informação”. “Pedi aos SS que considerem o envio de representantes à região para contactar directamente com o problema, pois as informações de Wuhan têm demorado a chegar e acho que deveriam existir actualizações diárias sobre o assunto”, explicou o deputado. Sulu Sou referiu ainda que, por ser uma região pequena, a situação pode ser muito perigosa para Macau se não for controlada. “Ninguém quer assistir a uma situação como a que já tivemos de lidar com a SARS, lembrou.”
Saúde | Sulu Sou: “as informações de Wuhan têm demorado a chegar” Pedro Arede - 7 Jan 2020 [dropcap]À[/dropcap] margem da entrega da petição Sulu Sou comentou ainda as medidas tomadas pelo Governo no seguimento do aumento do número de casos da doença respiratória não identificada em Wuhan, no Interior da China. Segundo o deputado, apesar de considerar que “a principal responsabilidade está agora nos ombros das autoridades da China continental, pois são quem está a recolher a informação em primeira mão sobre os casos em Wuhan”, os Serviços de Saúde (SS) de Macau “têm a obrigação de obter essa informação”. “Pedi aos SS que considerem o envio de representantes à região para contactar directamente com o problema, pois as informações de Wuhan têm demorado a chegar e acho que deveriam existir actualizações diárias sobre o assunto”, explicou o deputado. Sulu Sou referiu ainda que, por ser uma região pequena, a situação pode ser muito perigosa para Macau se não for controlada. “Ninguém quer assistir a uma situação como a que já tivemos de lidar com a SARS, lembrou.”
Associação Novo Macau volta a pedir lei para regular capitais públicos Pedro Arede - 7 Jan 2020 Na primeira petição submetida pela Novo Macau ao novo Governo, Sulu Sou pediu a Ho Iat Seng que cumpra o que foi dito sobre a utilização cautelosa do erário público e que sejam dadas explicações sobre o novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos [dropcap]A[/dropcap] Associação Novo Macau (ANM) entregou ontem uma petição endereçada ao novo Governo a pedir legislação destinada a controlar e regular os gastos das empresas de capitais públicos e de fundos com autonomia administrativa e financeira. Com o objectivo de optimizar a “eficácia e a gestão” destas empresas, Sulu Sou, deputado e vice-presidente da associação, recordou as palavras de Ho Iat Seng quando venceu as eleições e mais tarde, no primeiro dia em funções (26 de Dezembro), quando se referiu à necessidade “de controlar as despesas da Admininstração”, e deu o exemplo “despesista” do ex-secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. “Acho que o novo Chefe do Executivo deve ter presente o que disse quando venceu as eleições. Na altura, disse que devemos usar os recursos financeiros do Governo de forma cautelosa porque além do caso de Singapura não há mais casos de sucesso referentes à criação de fundos de investimentos”, explicou o deputado. Para justificar a necessidade de fiscalização das empresas de capitais públicos, Sulu Sou fez ainda referência à polémica proposta do anterior Governo, entretanto retirada, que previa transferir 60 mil milhões de patacas para um fundo soberano sem divulgar qualquer informação acerca do assunto. “O nosso pedido é muito simples: queremos supervisionar a questão relativa às empresas de capital público. Isto porque em Agosto do ano passado o Governo foi forçado a retirar a lei que previa o financiamento de um fundo de investimento no valor de 60 mil milhões de patacas”, esclareceu Sulu Sou. Sulu Sou defendeu ainda que, nesta fase, antes de avançar para a criação do Fundo de Investimento e Desenvolvimento, o Governo deve interromper a criação de outras empresas de capital público enquanto não for criada a devida legislação específica. “É importante ter a legislação pronta o quanto antes porque o Governo tem vindo a criar desde 2011 inúmeras empresas de capital público e, até hoje, não existe nenhuma lei específica para as monitorizar. Estas são empresas que consomem todos os anos uma enorme quantidade de dinheiro ao erário público. Acho que esta é uma oportunidade para o novo Governo resolver a questão rapidamente”, explicou Sulu Sou. Sobre a legislação específica dedicada a empresas de capital público, Sulu Sou lembrou ainda que até hoje a sua criação continua a ser uma “promessa por cumprir” feita em 2019 pelo ex-secretário para a Economia e Finanças Lionel Leong. “Eu e outros deputados pedimos esta legislação mais de três vezes, na Assembleia Legislativa – mas ainda não obtivemos resposta”, sublinhou. Gabinete levanta dúvidas O vice-presidente da ANM referiu ainda que a petição entregue na manhã de ontem visava também apelar à maior transparência do novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos anunciado pelo Governo de Ho Iat Seng no passado dia 20 de Dezembro. Coordenado pela ex-secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, o novo organismo visa precisamente fiscalizar as empresas de capitais públicos e de fundos com autonomia administrativa e financeira, mas, segundo Sulu Sou, carece ainda de muitos esclarecimentos, nomeadamente sobre os seus poderes e âmbito de actuação. “Esperamos que o novo Chefe do Executivo possa dar mais explicações assim que possível sobre os princípios e a missão do novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos”, referiu.
Irão-EUA | As lágrimas no funeral de Qassem Soleimani e a urgente reunião da NATO Andreia Sofia Silva e Pedro Arede - 7 Jan 2020 Ali Khamenei, o líder supremo do Irão, chorou e rezou ontem no funeral do general Qassem Soleimani, em Teerão. A morte causada pelas tropas norte-americanas está a provocar uma verdadeira tensão a nível mundial, que obrigou a NATO a reunir ontem de emergência. A China pede “calma e razão” no que diz respeito ao acordo nuclear, que os EUA já abandonaram Com agências [dropcap]A[/dropcap] situação política no Médio Oriente está num limbo difícil de decifrar depois da morte do general Qassem Soleimani por parte de tropas norte-americanas. O líder supremo do Irão, ‘ayatollah’ Ali Khamenei, orou e chorou ontem próximo dos caixões do general Qassem Soleimani e de outros mortos no ataque norte-americano em Bagdad na sexta-feira, durante as cerimónias fúnebres em Teerão. O sucessor de Soleimani na força de elite iraniana Al-Quds, Esmail Ghaani, ficou ao lado de Ali Khamenei, assim como o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, e outros líderes da República Islâmica durante as cerimónias fúnebres. Centenas de milhares de pessoas presentes no acto fúnebre também choraram a morte do general iraniano. A filha de Qassem Soleimani, Zeinab, ameaçou directamente um ataque às forças armadas dos EUA no Médio Oriente enquanto falava diante de multidão em Teerão. “As famílias dos soldados norte-americanos no oeste da Ásia (…) passam o dia esperando a morte de seus filhos”, disse Zeinab. A TV estatal iraniana falou numa multidão de “milhões” de pessoas, embora esse número não possa ser verificado. O líder do grupo militante palestino Hamas, Ismail Haniyeh, está em Teerão e assistiu também às cerimónias fúnebres de Soleimani. Ismail Haniyeh, num discurso aos iranianos, descreveu o general Qassem Soleimani, como “o mártir de Jerusalém”. O responsável do Hamas prometeu que grupos militantes palestinianos – incluindo o seu grupo, que controla a Faixa de Gaza -, seguirão o caminho de Soleimani “para confrontar o projeto sionista e a influência norte-americana”. A reunião da NATO A escalada da tensão na região teve início quando o general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No mesmo ataque morreu também o ‘número dois’ da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas. O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente. O incidente obrigou os embaixadores dos 29 países da NATO a reunir ontem de forma extraordinária para discutir a crise entre o Irão e os Estados Unidos, disse um porta-voz da organização à agência de notícias AFP. “O secretário-geral [Jens Stoltenberg] decidiu organizar esta reunião de embaixadores da NATO depois de ter discutido com os aliados.” No sábado, a NATO anunciou que suspenderia as operações de treino no Iraque após a morte do general iraniano Qassem Soleimani durante um ataque norte-americano a Bagdad, no Iraque, na sexta-feira. A missão da NATO no Iraque, que tem algumas centenas de militares, treina as forças do país desde outubro de 2018, a pedido do Governo iraquiano, para impedir o retorno do Estado Islâmico (EI). A posição da China Entretanto as autoridades chinesas consideraram ontem que a “pressão máxima” exercida pelos Estados Unidos está na raiz das renovadas tensões com o Irão. O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang respondeu assim, em conferência de imprensa, a uma questão sobre a decisão de Teerão de abdicar das limitações impostas ao seu programa nuclear pelo acordo de 2015. Pequim apelou aos outros participantes do acordo – Rússia, França, Reino Unido e Alemanha – que “mantenham a calma e a razão”. Para a China, o acordo só poderá sobreviver através de uma solução “política e diplomática”, o fim de interferências externas e evitando “qualquer medida que possa complicar ainda mais a situação”. A Europa tentou tomar medidas para salvaguardar o acordo, mas o canal de pagamentos especiais, que visava contornar as sanções, ainda não foi lançado. Wang Jianwei, professor de ciência política da Universidade de Macau, declarou ao HM que “a China deverá manter uma posição forte durante um eventual conflito entre os EUA e o Irão”. “Em termos gerais, a China procura sempre evitar o uso de força. Um conflito na região entre os EUA e o Irão não interessa aos assuntos da China. Por isso acho que a posição da China será no sentido de apelar aos dois lados que tenham calma (…) para a tensão não escalar na região”, acrescentou o académico. Japão e companhia Outros países asiáticos também já manifestaram os seus receios sobre a escalada de violência, nomeadamente Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão. “Quero pedir às partes implicadas que se esforcem para evitar uma escalada destas tensões”, afirmou Shinzo Abe, na primeira conferência de imprensa do ano, durante uma visita à prefeitura de Mie, a sudoeste de Tóquio. O chefe do Governo japonês manifestou “profunda preocupação” com a actual situação e lembrou que o Japão importa a quase totalidade do petróleo que consome do Irão e de outros países do Médio Oriente. “Vamos desenvolver esforços diplomáticos para aliviar as tensões e para estabilizar a situação”, sublinhou Abe. O Japão e o Irão mantêm uma relação estreita, reiterada pelos dois Governos nos últimos meses. Por sua vez o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, ordenou que os militares preparassem as suas aeronaves e os seus navios para retirar, “a qualquer momento”, milhares de trabalhadores filipinos do Iraque e do Irão. Duterte realizou uma reunião de emergência com o seu secretário de Defesa e altos oficiais militares e policiais no domingo para discutir os planos de retirada dos seus nacionais naquela região. “O Presidente Duterte ordenou que as Forças Armadas das Filipinas estivessem preparadas para deslocar activos militares para repatriar filipinos no exterior, principalmente do Irão e do Iraque, a qualquer momento”, disse o senador Christopher Lawrence Go, um aliado próximo do Duterte que esteve na reunião. O chefe de gabinete militar de Duterte, tenente-general Felimon Santos Jr., disse que as forças filipinas identificaram possíveis rotas para a retirada dos seus nacionais não apenas do Iraque e do Irão, mas de outros pontos críticos, como Israel. “Existem estas probabilidades e estamos a melhorar os nossos planos para cobrir tudo, caso algo aconteça”, disse Santos aos jornalistas em Manila. Existem mais de 7.000 trabalhadores filipinos e dependentes no Iraque e no Irão, incluindo muitos que trabalham para os EUA e em outras instalações estrangeiras e estabelecimentos comerciais em Bagdad, disse o Departamento de Defesa Nacional. Outras nações asiáticas com grandes populações de mão-de-obra expatriada podem enfrentar decisões semelhantes perante a escalada da tensão entre os Estados Unidos e o Irão. O Governo sul-coreano já está a discutir o fortalecimento da protecção para os quase 1.900 sul-coreanos no Iraque e no Irão. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, Raveesh Kumar, disse que a Índia “ainda” não planeia retirar cidadãos daquela região. Os asiáticos representam 40 por cento dos migrantes do mundo e os países do Médio Oriente são um destino comum. Os migrantes africanos também são mão-de-obra comum no Médio Oriente, embora a possibilidade de seus países de origem organizarem uma retirada seja incerta. Os países árabes do Golfo abrigam mais de sete milhões de expatriados indianos que ajudam a impulsionar a economia da região e a manter as suas cidades repletas de médicos, engenheiros, professores, motoristas, trabalhadores da construção civil. Nos Emirados Árabes Unidos, os indianos superam os nacionais em três para um. As ameaças de Trump No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano. Entretanto, Donald Trump prometeu ontem “enormes represálias” caso ocorram ataques iranianos contra instalações norte-americanas no Médio Oriente. “Se eles fizerem alguma coisa, haverá enormes represálias”, declarou ontem Donald Trump a bordo do avião presidencial Air Force One, no regresso a Washington após duas semanas de férias na Florida. Trump deixou também a ameaça de atacar locais culturais iranianos. “Eles têm o direito de matar os nossos cidadãos (…) e não temos o direito de atingir os seus locais culturais? Isso não funciona assim”, declarou. Trump reagia assim à aprovação pelo parlamento iraquiano de uma resolução que pede o fim da presença das tropas norte-americanas no país, pondo fim ao acordo com os Estados Unidos, estabelecido em 2016.
Irão-EUA | As lágrimas no funeral de Qassem Soleimani e a urgente reunião da NATO Andreia Sofia Silva e Pedro Arede - 7 Jan 2020 Ali Khamenei, o líder supremo do Irão, chorou e rezou ontem no funeral do general Qassem Soleimani, em Teerão. A morte causada pelas tropas norte-americanas está a provocar uma verdadeira tensão a nível mundial, que obrigou a NATO a reunir ontem de emergência. A China pede “calma e razão” no que diz respeito ao acordo nuclear, que os EUA já abandonaram Com agências [dropcap]A[/dropcap] situação política no Médio Oriente está num limbo difícil de decifrar depois da morte do general Qassem Soleimani por parte de tropas norte-americanas. O líder supremo do Irão, ‘ayatollah’ Ali Khamenei, orou e chorou ontem próximo dos caixões do general Qassem Soleimani e de outros mortos no ataque norte-americano em Bagdad na sexta-feira, durante as cerimónias fúnebres em Teerão. O sucessor de Soleimani na força de elite iraniana Al-Quds, Esmail Ghaani, ficou ao lado de Ali Khamenei, assim como o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, e outros líderes da República Islâmica durante as cerimónias fúnebres. Centenas de milhares de pessoas presentes no acto fúnebre também choraram a morte do general iraniano. A filha de Qassem Soleimani, Zeinab, ameaçou directamente um ataque às forças armadas dos EUA no Médio Oriente enquanto falava diante de multidão em Teerão. “As famílias dos soldados norte-americanos no oeste da Ásia (…) passam o dia esperando a morte de seus filhos”, disse Zeinab. A TV estatal iraniana falou numa multidão de “milhões” de pessoas, embora esse número não possa ser verificado. O líder do grupo militante palestino Hamas, Ismail Haniyeh, está em Teerão e assistiu também às cerimónias fúnebres de Soleimani. Ismail Haniyeh, num discurso aos iranianos, descreveu o general Qassem Soleimani, como “o mártir de Jerusalém”. O responsável do Hamas prometeu que grupos militantes palestinianos – incluindo o seu grupo, que controla a Faixa de Gaza -, seguirão o caminho de Soleimani “para confrontar o projeto sionista e a influência norte-americana”. A reunião da NATO A escalada da tensão na região teve início quando o general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No mesmo ataque morreu também o ‘número dois’ da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas. O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente. O incidente obrigou os embaixadores dos 29 países da NATO a reunir ontem de forma extraordinária para discutir a crise entre o Irão e os Estados Unidos, disse um porta-voz da organização à agência de notícias AFP. “O secretário-geral [Jens Stoltenberg] decidiu organizar esta reunião de embaixadores da NATO depois de ter discutido com os aliados.” No sábado, a NATO anunciou que suspenderia as operações de treino no Iraque após a morte do general iraniano Qassem Soleimani durante um ataque norte-americano a Bagdad, no Iraque, na sexta-feira. A missão da NATO no Iraque, que tem algumas centenas de militares, treina as forças do país desde outubro de 2018, a pedido do Governo iraquiano, para impedir o retorno do Estado Islâmico (EI). A posição da China Entretanto as autoridades chinesas consideraram ontem que a “pressão máxima” exercida pelos Estados Unidos está na raiz das renovadas tensões com o Irão. O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang respondeu assim, em conferência de imprensa, a uma questão sobre a decisão de Teerão de abdicar das limitações impostas ao seu programa nuclear pelo acordo de 2015. Pequim apelou aos outros participantes do acordo – Rússia, França, Reino Unido e Alemanha – que “mantenham a calma e a razão”. Para a China, o acordo só poderá sobreviver através de uma solução “política e diplomática”, o fim de interferências externas e evitando “qualquer medida que possa complicar ainda mais a situação”. A Europa tentou tomar medidas para salvaguardar o acordo, mas o canal de pagamentos especiais, que visava contornar as sanções, ainda não foi lançado. Wang Jianwei, professor de ciência política da Universidade de Macau, declarou ao HM que “a China deverá manter uma posição forte durante um eventual conflito entre os EUA e o Irão”. “Em termos gerais, a China procura sempre evitar o uso de força. Um conflito na região entre os EUA e o Irão não interessa aos assuntos da China. Por isso acho que a posição da China será no sentido de apelar aos dois lados que tenham calma (…) para a tensão não escalar na região”, acrescentou o académico. Japão e companhia Outros países asiáticos também já manifestaram os seus receios sobre a escalada de violência, nomeadamente Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão. “Quero pedir às partes implicadas que se esforcem para evitar uma escalada destas tensões”, afirmou Shinzo Abe, na primeira conferência de imprensa do ano, durante uma visita à prefeitura de Mie, a sudoeste de Tóquio. O chefe do Governo japonês manifestou “profunda preocupação” com a actual situação e lembrou que o Japão importa a quase totalidade do petróleo que consome do Irão e de outros países do Médio Oriente. “Vamos desenvolver esforços diplomáticos para aliviar as tensões e para estabilizar a situação”, sublinhou Abe. O Japão e o Irão mantêm uma relação estreita, reiterada pelos dois Governos nos últimos meses. Por sua vez o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, ordenou que os militares preparassem as suas aeronaves e os seus navios para retirar, “a qualquer momento”, milhares de trabalhadores filipinos do Iraque e do Irão. Duterte realizou uma reunião de emergência com o seu secretário de Defesa e altos oficiais militares e policiais no domingo para discutir os planos de retirada dos seus nacionais naquela região. “O Presidente Duterte ordenou que as Forças Armadas das Filipinas estivessem preparadas para deslocar activos militares para repatriar filipinos no exterior, principalmente do Irão e do Iraque, a qualquer momento”, disse o senador Christopher Lawrence Go, um aliado próximo do Duterte que esteve na reunião. O chefe de gabinete militar de Duterte, tenente-general Felimon Santos Jr., disse que as forças filipinas identificaram possíveis rotas para a retirada dos seus nacionais não apenas do Iraque e do Irão, mas de outros pontos críticos, como Israel. “Existem estas probabilidades e estamos a melhorar os nossos planos para cobrir tudo, caso algo aconteça”, disse Santos aos jornalistas em Manila. Existem mais de 7.000 trabalhadores filipinos e dependentes no Iraque e no Irão, incluindo muitos que trabalham para os EUA e em outras instalações estrangeiras e estabelecimentos comerciais em Bagdad, disse o Departamento de Defesa Nacional. Outras nações asiáticas com grandes populações de mão-de-obra expatriada podem enfrentar decisões semelhantes perante a escalada da tensão entre os Estados Unidos e o Irão. O Governo sul-coreano já está a discutir o fortalecimento da protecção para os quase 1.900 sul-coreanos no Iraque e no Irão. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, Raveesh Kumar, disse que a Índia “ainda” não planeia retirar cidadãos daquela região. Os asiáticos representam 40 por cento dos migrantes do mundo e os países do Médio Oriente são um destino comum. Os migrantes africanos também são mão-de-obra comum no Médio Oriente, embora a possibilidade de seus países de origem organizarem uma retirada seja incerta. Os países árabes do Golfo abrigam mais de sete milhões de expatriados indianos que ajudam a impulsionar a economia da região e a manter as suas cidades repletas de médicos, engenheiros, professores, motoristas, trabalhadores da construção civil. Nos Emirados Árabes Unidos, os indianos superam os nacionais em três para um. As ameaças de Trump No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano. Entretanto, Donald Trump prometeu ontem “enormes represálias” caso ocorram ataques iranianos contra instalações norte-americanas no Médio Oriente. “Se eles fizerem alguma coisa, haverá enormes represálias”, declarou ontem Donald Trump a bordo do avião presidencial Air Force One, no regresso a Washington após duas semanas de férias na Florida. Trump deixou também a ameaça de atacar locais culturais iranianos. “Eles têm o direito de matar os nossos cidadãos (…) e não temos o direito de atingir os seus locais culturais? Isso não funciona assim”, declarou. Trump reagia assim à aprovação pelo parlamento iraquiano de uma resolução que pede o fim da presença das tropas norte-americanas no país, pondo fim ao acordo com os Estados Unidos, estabelecido em 2016.
O crente João Luz - 6 Jan 2020 [dropcap]N[/dropcap]ão precisa fazer sentido, aliás, apenas funciona sem cabimento, desprovida de razoabilidade. A fé continua a dominar os homens, nas suas instâncias mais primárias, nos recessos da condição humana, substituindo a luz nos recantos mais escuros onde nem um raio de razão brilha. Na ausência de resposta, o crente não se contenta com a digna e edificante ignorância, com o ponto de partida. O conhecimento virá de cima e de forma imediata, a rendição total é o preço a pagar. A ideologia funciona através de mecanismos semelhantes. Fundada em asserções sobre o indivíduo, o grupo social, o mundo e o além, a ideologia é um corpo musculado por doutrinas orientadoras. Tal como a sua mística irmã, a fé, os ideários políticos impõem-se de cima para baixo, numa verticalidade esmagadora da razão e do bom-senso, na aniquilação da máxima de Descartes “penso, logo existo”. Neste domínio, “sigo, logo existo” é a essência do crente e do ideólogo. A subjugação às palavras do líder funda a sua existência. Até o homem mais temperado, sob a influência alucinogénica da ideologia acredita nas mais bárbaras monstruosidades. Precisa delas, precisa do sentimento de pertença a algo maior que si. Precisa da redenção gnóstica dos crentes. Ambas as irmãs (fé e ideologia) actuam perversamente no mais belo e inexplorado enigma que a natureza nos ofereceu: a consciência. Algo que está muito para além da compreensão, que seduz os místicos, que confunde a ciência e que é um empecilho aos líderes espirituais e políticos. Só com fervoroso dogma se pode acreditar nas mais estapafúrdias teorias, um intoxicante tão poderoso ao ponto de mascarar a mais óbvia e assumida propaganda numa verdade inabalável. Hoje não quero sujar as mãos nesse lodaçal que é a política local/regional, mas apenas dirigir-me aos factores entorpecedores da razão que poluem os nossos dias. A polarização política chegou a um ponto tão extremo que as intenções e acções de grupos antagónicos se confundem em alianças magnéticas, como dois imãs esquizofrénicos que se abraçam repudiando-se ao mesmo tempo. Sem nuance de teatralização política, vemos teorias de neonazis que lutam por representação democrática, teses de comunistas que defendem com unhas e dentes cartelizações capitalistas rebentando recordes de pequena-burguesia, moderados a salivar por infinitas penas de morte por infrações de trânsito, pacifistas a encher os bolsos nos mercados do armamento pesado, vampiros a limpar o sangue dos queixos enquanto gritam slogans vegans. O mundo virou-se de pantanas e a crença voltou a predominar lançando-nos, outra vez, para uma idade de trevas. Nada de bom pode surgir daqui, apenas ganância desmedida, sangue e morte. Até chegarmos a um novo iluminismo, será feita farinha dos ossos esmagados dos mais pequenos. Nada sobreviverá à autofagia deste monstro místico de duas cabeças. Polos sul e norte magnéticos unidos num abraço homicida/suicida. Este é o fruto da era da ultra-ideologia, a atracção entre extremos e a asfixia de tudo o que está no meio. A minha postura hoje é de niilista contemplação. Que se esmaguem, “que esta quilha rompa e me engula o oceano”, que ateiem todos os fogos e nos sepultem em mil sarcófagos de estrelas. Sinceramente, não me interessa. Se não posso viver em verdade, viverei feliz em alucinação, livre de amarras, sem dogmas ou crenças a ditar sabedoria suprema ou pertença tribal. Se querem acreditar no que vos dizem, força nisso, fiem-se na supremacia da vossa verdade, na superioridade do dogma que habita debaixo da vossa pele, no mundo bipolar do irmão Karamazov caído em desgraça porque na ausência de Deus tudo é permitido. Vivam nesse sistema binário de 0s e 1s, preto e branco, norte e sul e multipliquem-se na demência de serem 0 e 1 ao mesmo tempo. Por mim, tudo bem. Mas façam-me um favor: poupem-me a evangelizações, projeções absurdas e limpezas encefálicas. Há muito que deixaram de ter piada.
Ai, o Irão! Carlos Morais José - 6 Jan 2020 [dropcap]A[/dropcap]i, o Irão. Tudo aflito com Hão Cão mas, afinal, quem está mal é o Irão. Até onde é que irão?, é a pergunta nas mentes e que faz tinir os dentes. E a Rússia, meu deus, e a China, gentil Confúcio, até onde é que eles irão? Dar-se-á uma explosão? Vem aí o apocalipse, pse, pse? Ou talvez não? É perguntar ao Irão, à capital Teerão e, porque não, a Hão Cão? E já agora ao vizinho, ao que chamam Paquistão, cujas armas são das boas e estão ali mesmo à mão. Isto é uma maravilha: nada se passa, tudo se enrodilha. A massa vai p’rá pandilha, a do costume, que das gentes faz curtume. E depois, perguntam os bois? E depois nada, a mesma e triste maçada, até me tocar na pele. Aí é dor a granel, ai que queima, ai que se vai o papel. Não era nada comigo, menos com o meu umbigo, esta guerra de alto-ar: américas vermelhuscos, iranianos patuscos, tudo de pernas pr’ó ar. Vem daí, anda brindar, é tempo de alvorecer. Que neste mundo aziago já só nos falta morrer. Então para espairecer que esteja o copo na mão. Bota acima e bota abaixo. Quero lá saber do Irão! Vou mas é para Hão Cão!