Políticas locais não ajudam a atrair talentos, dizem especialistas Hoje Macau - 9 Dez 20249 Dez 2024 Especialistas disseram à Lusa que o programa de captação de quadros qualificados de Macau tem critérios mais apertados do que outras jurisdições e oferece vistos demasiado curtos para atrair talentos necessários para diversificar a economia. O programa entrou em vigor em Julho de 2023 e procura captar para a região, nomeadamente com benefícios fiscais, quadros do sector financeiro e das áreas de investigação e desenvolvimento científico e tecnológico, entre eles Prémio Nobel. Mas “o Governo de Macau não fez um bom trabalho” ao elaborar regras “muito estranhas” para um programa “de uma qualidade terrível”, disse Leon Ieong Meng U à Lusa. “Nunca ouvi falar de outros programas em outros sítios que tenham a nota média do bacharelato como um dos critérios”, sublinhou o investigador da Universidade de Macau. Além disso, “os níveis de exigência são excessivamente elevados, mais altos do que em Hong Kong ou Singapura”, apontou Leon Ieong. O analista da consultora de jogo IGamix Ben Lee também apontou à Lusa a região de Hong Kong como um exemplo. “Eles têm um sistema de migração qualificada que aceita de braços abertos qualquer pessoa com experiência (…) que faça falta. Macau é o oposto”, lamentou o consultor. Um candidato ao programa de Macau “precisa de ser um medalhado de ouro olímpico ou laureado com o Prémio Nobel para obter um visto de mais de um ano”, sublinhou Ben Lee. Palavras de um Nobel O Prémio Nobel da Medicina em 1991, Erwin Neher, admitiu à Lusa que é difícil atrair para Macau mesmo “jovens investigadores que demonstraram ter potencial para se tornarem figuras de destaque”, porque não lhes é concedido o estatuto de residente. Muitos investigadores esperam quatro anos por um apartamento no campus ou para colocar os filhos num jardim de infância, lamentou o alemão de 80 anos, que lidera o Laboratório de Biofísica e Medicamentos Inovadores da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. “As pessoas quando vêm não querem a incerteza de um visto anual, que não sabem se será renovado ou não”, explicou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, Carlos Cid Álvares. “Eu não digo que querem ser residentes de Macau, mas se calhar terem o visto por três ou quatro anos, que é para trazerem as suas famílias”, defendeu o presidente do Banco Nacional Ultramarino. No final de Outubro, o secretário-geral da Comissão de Desenvolvimento de Talentos disse que Macau aprovou 464 das mais de mil candidaturas ao programa. Chao Chong Hang admitiu que a esmagadora maioria destes quadros vem da China continental (80%) ou de Hong Kong (10%), mas sublinhou que 47% tem “experiência de trabalho ou de estudo no estrangeiro”. Apesar do desemprego estar há cinco meses num mínimo histórico de 1,7%, mesmo a indústria dominante de Macau enfrenta dificuldades. “Temos executivos seniores no topo dos operadores de casinos a serem rejeitados e a não receber mais do que um ‘blue card’”, disse Ben Lee. Em Outubro, Chao Chong Hang prometeu “criar melhores condições para internacionalizar” a captação de quadros, mas não revelou quantas candidaturas tinham vindo dos países de língua portuguesa. A aposta nos serviços comerciais e financeiros entre a China e os mercados lusófonos consta do plano de diversificação da economia de Macau até 2028, “a mais importante missão” dada por Pequim, recordou Leon Ieong. O programa de captação de talentos é “uma peça complementar muito importante” para a diversificação, acrescentou o especialista em política da região. Mas “a diversificação não se faz de um dia para o outro, se calhar vai demorar 20 anos a acontecer e a base disto tudo são as pessoas”, alertou Carlos Cid Álvares.
Coreia do Sul | Líder da oposição convicto que destituição do Presidente é uma questão de tempo Hoje Macau - 6 Dez 2024 O líder da oposição sul-coreana, Lee Jae-myung, afirmou hoje estar convicto que Yoon Suk-yeol sairá da presidência do país no âmbito do processo de destituição iniciado no parlamento, restando, porém, a dúvida se acontecerá “amanhã ou no próximo mês”. A liderar o processo de destituição, o líder do Partido Democrático da Coreia admitiu que será difícil obter o apoio necessário para conseguir a saída de Yoon Suk-yeol já esta semana, mas destacou que se trata de “uma simples questão de tempo”, segundo as citações publicadas pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap. Depois de recuar na imposição da lei marcial, que declarou na terça-feira, Yoon Suk-yeol enfrenta agora o pedido de seis partidos para a sua destituição, cuja aprovação necessita do apoio de dois terços dos deputados, ou seja, 200 dos 300 parlamentares que compõem a assembleia sul-coreana. Para que a votação seja válida é necessária ainda a presença de mais da metade dos parlamentares. Atualmente, o partido conservador Poder Popular, a força política de Yoon Suk-yeol, tem 108 assentos em comparação com os 192 da oposição. “O problema é que alguns deputados do partido de Yoon estão dispostos a votar a favor (da saída), mas isso significaria quebrar a disciplina partidária e colocá-los-ia numa situação difícil”, reconheceu Lee Jae-myung. No entanto, o líder partidário está convicto que o Presidente “será destituído, seja em um dia, dois, uma semana, um mês ou três meses”. Na terça-feira, numa comunicação de surpresa ao país, o Presidente Yoon Suk-yeol justificou a imposição da lei marcial para “erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem constitucional”. Na mesma intervenção, Yoon acusou a oposição de atividades contra o Estado e de conspirar “para uma rebelião”. Horas depois, o Presidente da Coreia do Sul anunciou que ia suspender a lei marcial, que tinha sido entretanto revogada pelo parlamento.
Ciência | Esponja biodegradável purifica 99,8% dos microplásticos da água Hoje Macau - 6 Dez 2024 Um grupo de cientistas chineses desenvolveu uma esponja biodegradável capaz de remover até 99,8 por cento dos microplásticos presentes na água. O avanço, conseguido por uma equipa de investigação da Universidade de Wuhan, combina materiais de baixo custo e de fácil acesso, como ossos de lula e algodão, o que poderá facilitar a sua utilização em larga escala em ecossistemas aquáticos afectados pela poluição plástica. O professor Deng Hongbing, que liderou a equipa de especialistas, salientou que a esponja é feita com quitosano extraído de osso de lula e celulose de algodão e tem um design que permite absorver microplásticos de embalagens alimentares, têxteis e até de produtos industriais, noticiou o Global Times. Os especialistas publicaram as descobertas na revista científica Science Advances. Num primeiro ciclo de absorção, a esponja conseguiu eliminar quase todos os microplásticos, e manteve uma eficiência superior a 95 por cento após cinco ciclos consecutivos. Segundo a equipa, este nível de desempenho demonstra a sua durabilidade e viabilidade como ferramenta reutilizável. A produção da esponja é viável em maior escala, pois requer materiais simples e equipamentos comuns como liofilizadores e agitadores mecânicos.
Gaza | Amnistia Internacional garante provas de genocídio Hoje Macau - 6 Dez 2024 A Amnistia Internacional (AI) denunciou ontem ter encontrado provas suficientes para concluir que Israel cometeu e continua a cometer genocídio contra os palestinianos na Faixa de Gaza e condenou os ataques do Hamas, em Outubro de 2023. Numa investigação que levou ao relatório “Sente-se Como Se Fosse Sub-Humano: O Genocídio de Israel contra os Palestinianos em Gaza”, a AI documenta como, durante a ofensiva militar após os ataques do movimento islamita palestiniano em território israelita, “Israel desencadeou o inferno e a destruição contra os palestinianos de forma descarada, contínua e com total impunidade”. “O relatório da Amnistia Internacional demonstra que Israel levou a cabo actos proibidos pela Convenção sobre o Genocídio, com a intenção específica de destruir os palestinianos em Gaza. Estes actos incluem assassínios, actos com a intenção de causar lesões corporais ou mentais graves e infligir deliberadamente aos palestinianos em Gaza condições de vida calculadas para provocar a sua destruição física”, afirma a Amnistia, que apresentou as conclusões da investigação numa conferência de imprensa na sede do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia. Segundo Agnès Callamard, secretária-geral da organização de defesa e promoção dos direitos humanos, com sede em Londres, mês após mês, “Israel tem tratado os palestinianos em Gaza como um grupo sub-humano indigno dos direitos humanos e de dignidade, demonstrando a sua intenção de os destruir fisicamente”. “As nossas conclusões condenatórias devem servir de alerta para a comunidade internacional. Isto é genocídio. Tem de acabar já. Os Estados que continuam a transferir armas para Israel devem saber que estão a violar a sua obrigação de prevenir o genocídio e correm o risco de se tornarem cúmplices do genocídio”, defendeu a AI, que anunciou para breve um relatório sobre os crimes perpetrados pelo Hamas e por outros grupos armados durante o ataque a Israel. “Todos os Estados com influência sobre Israel, como os principais fornecedores de armas – Estados Unidos e a Alemanha, mas também mais Estados-Membros da União Europeia, o Reino Unido e outros – devem agir para pôr termo às atrocidades cometidas por Israel contra os palestinianos em Gaza”, prosseguiu Callamard, citada no relatório. “A nossa investigação revela que, durante meses, Israel persistiu em cometer actos genocidas, plenamente consciente dos danos irreparáveis que estava a infligir aos palestinianos. Continuou a fazê-lo, desafiando os inúmeros avisos sobre a situação humanitária catastrófica e as decisões juridicamente vinculativas do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) que ordenavam a Israel que tomasse medidas para permitir a prestação de assistência humanitária aos civis em Gaza”, frisou Callamard. Por outro lado, indicou a secretária-geral da AI, “Israel tem argumentado repetidamente que as suas acções em Gaza são legais e podem ser justificadas pelo seu objectivo militar de erradicar o Hamas”. Mas, salientou, “a intenção genocida pode coexistir com objectivos militares e não tem de ser a única intenção de Israel”. Sem precedentes No relatório é referido que os crimes e atrocidades cometidos a 07 de Outubro de 2023 pelo Hamas e outros grupos armados contra israelitas e vítimas de outras nacionalidades, incluindo assassínios em massa deliberados e tomada de reféns, “nunca podem justificar o genocídio de Israel contra os palestinianos em Gaza”. A Amnistia refere que as acções de Israel na retaliação aos ataques do Hamas tiveram uma escala e magnitude “sem precedentes”, numa “ofensiva brutal” que, segundo a organização, matou cerca de 42.000 palestinianos, incluindo mais de 13.300 crianças, e feriu mais de 97.000, até 07 de Outubro de 2024.
A inovação começa em cada um de nós Paul Chan Wai Chi - 6 Dez 2024 Sam Hou Fai, o sexto Chefe do Executivo de Macau, apresentou a sua equipa à imprensa e cada um dos membros do Governo proferiu um discurso. A julgar pela atitude e pelo conteúdo da dissertação de cada um deles, torna-se evidente que Sam Hou Fai irá arcar com a pesada responsabilidade pelo desenvolvimento da RAE de Macau. Sob o slogan “integração no desenvolvimento nacional”, é necessário encontrar maneira de enfrentar a concorrência homóloga na Área da Grande Baía e é também crucial entender os potenciais impactos do conflito comercial sino-americano no modo de vida dos residentes de Macau. Não é tão simples como contar uma história bonita sobre a cidade. Há pouco tempo, deparei-me com um artigo num jornal de Hong Kong que espelhava a situação actual. No artigo, mencionava-se como exemplo um debate financeiro que teve lugar durante a Dinastia Han, na China, e que mostrava que os reformistas defendiam o combate aos monopólios e a abertura dos mercados para proporcionar às pessoas oportunidades de melhorar as suas vidas e para resgatar o país de dificuldades financeiras. No entanto, os governantes colocaram três questões para refutar estas recomendações: 1) Como é que o país pode fazer face à suas enormes despesas sem as receitas provenientes dos impostos? 2) Como é que o país pode estar preparado para a guerra ou para desastres naturais sem reservas financeiras suficientes para lidar com essas calamidades? 3) Se o Governo central não tiver total controlo dos recursos económicos, como é que pode manter o total controlo da sociedade? O autor do artigo considera estas três questões absurdas, salientando que se pede sempre ao povo que se sacrifique pelo país, enquanto as verdadeiras despesas, o número de governantes e os seus salários permanecem intocáveis. O Secretário das Finanças de Hong Kong anunciou que o deficit orçamental do ano fiscal de 2024/25 tinha aumentado significativamente em relação aos 48 mil milhões de dólares de Hong Kong previstos e que se espera que venha a atingir os 100 mil milhões. E o que reserva o futuro para Macau? Quando tomou posse, o objectivo de Ho Iat Seng, o ainda Chefe do Executivo, era a racionalização da estrutura do funcionalismo público com a redução do quadro. No entanto, depois de vários anos, a situação não melhorou. Só no passado mês de Abril, quando os funcionários de três instituições do ensino superior de Macau deixaram de ser enquadrados no âmbito do controlo do número total de trabalhadores dos serviços públicos, o número total de funcionários públicos em Macau passou para cerca de 35.000, embora este número seja proporcionalmente muito elevado quando comparado com a Coreia do Sul, o Japão, Taiwan e Hong Kong. Foi publicado outro artigo num jornal de Hong Kong, mas desta vez escrito por um comentador cultural de Macau, que recorria a alguns números para ilustrar certas anormalidades desta cidade. Todos os anos, a distribuição de dinheiro pelos cidadãos de Macau através do Plano de Comparticipação Pecuniária no Desenvolvimento Económico tem o objectivo de satisfazer toda a gente, e uma vez que Macau tem o PIB mais elevado da Ásia, o nível de vida dos cidadãos de Macau deverá ser elevado. No entanto, em 2023, a taxa de suicídio em Macau foi de 13 casos em cada 100.000 pessoas, significativamente mais alta que a taxa média global de 9 casos em cada 100.000 habitantes, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A taxa de suicídio em Macau está a aproximar-se dos números registados em alguns países africanos mais pobres. E em 2024, quantos suicídios ocorreram em Macau? Excluindo casos em que os corpos não foram encontrados, o Governo de Macau reportou 44 suicídios de pessoas de todos os estratos sociais, incluindo jovens, na primeira metade do ano. Será que os residentes de Macau se sentem verdadeiramente e felizes e realizados? Como é que está a sua saúde física e mental? O número de casos de suicídio pode reflectir estas questões. Discursos vazios não só prejudicam o país como desencaminham Macau. Para construir uma sociedade estável, saudável e sustentável deve procurar-se a inovação e ela deve começar dentro de cada um de nós.
Motociclismo | Faye Ho aprova regresso à North West 200 Sérgio Fonseca - 6 Dez 2024 Após uma ausência de dois anos, a equipa FHO Racing BMW, de Faye Ho, irá competir na North West 200, uma das clássicas do motociclismo de estrada, em 2025. A empresária de Macau chegou a acordo com o organizador durante a 71.ª edição do Grande Prémio de Macau, revelou a organização da prova Irlanda do Norte esta semana “Após dois anos de ausência, tenho o prazer de anunciar que a FHO Racing estará presente no North West 200 de 2025 com a minha dupla de pilotos”, declarou Faye Ho, proprietária da equipa, em comunicado de imprensa. “Estou muito entusiasmada por regressar e proporcionar um grande espectáculo para todos. Será maravilhoso rever os fãs da equipa. Espero vê-los todos em 2025!” A equipa da neta de Stanley Ho irá competir nas corridas de Superbike e Superstock com as suas ultra-competitivas BMW M1000RR e com dois dos seus melhores pilotos: Peter Hickman e a sua nova contratação, Davey Todd – o vencedor do primeiro Grande Prémio de Motos de Macau que foi decidido com os tempos da sessão de qualificação. Mervyn Whyte, o Director de Corrida da North West 200 e que em Macau tem desempenhado um papel de ligação entre as equipas e os pilotos e a organização do Grande Prémio de Macau, revelou que fechou o acordo durante o evento da RAEM, no passado mês de Novembro. Este acordo assegura a presença de uma das principais equipas da especialidade e de dois dos mais destacados pilotos do Campeonato Britânico de Superbikes na grelha de partida da prova que decorrerá de 5 a 10 de Maio próximo. “O Davey Todd venceu o Campeonato Britânico de Superstock deste ano e vai subir à categoria Superbike em 2025, onde se junta a Peter Hickman”, comentou Whyte. “Tanto o Davey como o Peter são fortes candidatos nas provas de estrada e circuito, e as BMW da FHO Racing têm um historial comprovado de sucesso, pelo que esta é uma notícia extremamente entusiasmante para os fãs do North West 200.” Também este ano, em Macau, Mervyn Whyte garantiu a participação de Erno Kostamo, Laurent Hoffman e Luca Gottardi na sua prova. A contar para Novembro Apesar da distância, a prova do Reino Unido pesa bastante quando o tema é decidir a grelha de partida da única corrida de duas rodas do Grande Prémio de Macau. Apenas vinte pilotos foram convidados a participar na corrida de Macau este ano e os critérios de seleção foram alvo de críticas por parte de vários pilotos não selecionados na imprensa internacional. Entre os excluídos estavam o alemão David Datzer, que terminou no Circuito da Guia em segundo lugar em 2022 e em terceiro em 2023, os suíços Lukas Maurer e Olivier Lupberger, e, de forma algo surpreendente, o britânico Phillip Crowe. As vitórias à geral no International Road Racing Championship, ao que parece, não são consideradas um critério suficiente, sendo obrigatório apresentar resultados no North West 200 ou na Tourist Trophy. Lukas Maurer, em particular, fez declarações bastante críticas sobre a escolha de pilotos para o evento da RAEM à publicação alemã Speedweek: “Os organizadores de Macau realmente tratam os participantes muito mal. Promessas são feitas todos os anos e, posteriormente, não são cumpridas. No geral, na minha opinião, a comunicação é sempre muito condescendente, por isso não me surpreende que tenha terminado desta forma.”
Parlamento sul-coreano vota moção de destituição do Presidente do país no sábado Hoje Macau - 6 Dez 20246 Dez 2024 O parlamento da Coreia do Sul vai votar uma moção de destituição do Presidente Yoon Suk-yeol no sábado, noticiou ontem a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap. “O voto da moção de destituição do Presidente Yoon vai decorrer cerca das 19 horas de sábado”, declarou um deputado da oposição Jo Seoung-lae, citado pela Yonhap. Entretanto, a polícia sul-coreana anunciou a abertura de um inquérito por “rebelião” contra Yoon, na sequência da imposição da lei marcial no país, suspensa horas mais tarde. “O caso está em curso”, declarou o chefe de investigações da polícia, Woo Kong-suu, aos deputados. A última intervenção pública de Yoon ocorreu ao início da manhã de quarta-feira, quando suspendeu a lei marcial. Na terça-feira à noite, Yoon comunicou ao país a imposição da lei marcial para “erradicar as forças a favor da Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional” das actividades “anti-estatais”, tendo acusado o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD). Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de a Assembleia Nacional ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul. Poder menor Na quarta-feira, seis partidos da oposição na Coreia do Sul apresentaram uma moção para a destituição de Yoon. O PD e cinco outros partidos iniciaram assim o processo parlamentar que poderá levar ao afastamento do Presidente sul-coreano, cujo Partido do Poder Popular (PPD) governa em minoria. O chefe da bancada parlamentar do PPD garantiu já que todos os 108 deputados do partido vão rejeitar a moção apresentada pela oposição para destituir o chefe de Estado. Ainda assim, o líder do PPP exigiu que Yoon Suk-yeol abandone a formação política. Sete em 10 cidadãos apoiam moção Sete em cada dez sul-coreanos apoiam a moção parlamentar de destituição do Presidente Yoon Suk-yeol, apresentada pela oposição, depois de o dirigente ter decretado lei marcial, indica ontem uma sondagem do Realmeter. De acordo com a sondagem, 73,6 por cento da população sul-coreana apoia o processo parlamentar que poderá levar à suspensão do exercício do poder de Yoon, que, na terça-feira declarou a lei marcial para proteger a “ordem constitucional” contra actividades “anti-estatais” e “forças a favor da Coreia do Norte”. A lei marcial foi revogada no parlamento cerca de seis horas depois de ser anunciada. Em contrapartida, 24 por cento dos cidadãos rejeitam a moção, apresentada na quarta-feira por seis grupos parlamentares – incluindo o principal partido da oposição, o liberal Partido Democrático (PD) de Lee Jae-myung – que anularam o estado de emergência de Yoon e agora contra-atacaram, dando início ao processo de destituição do Presidente. Questionados sobre se as acções do Yoon podiam “constituir traição”, 70 por cento dos inquiridos responderam afirmativamente, contra 25 por cento que têm uma opinião contrária. A sondagem, com uma margem de erro de aproximadamente 4,4 por cento e um nível de confiança de 95 por cento, inquiriu 504 pessoas com mais de 18 anos. Os promotores da moção argumentaram que Yoon violou a Constituição e outras leis com a declaração de lei marcial.
Acidente | Treze desaparecidos em derrocada em construção de ferrovia Hoje Macau - 6 Dez 2024 Pelo menos 13 trabalhadores foram dados como desaparecidos, depois de o solo ter abatido num estaleiro de uma obra ferroviária em Shenzhen, no sul da China, anunciaram ontem as autoridades locais. O solo “cedeu subitamente” sob um troço da linha Shenzhen-Jiangmen na quarta-feira à noite, indicou, em comunicado, o Gabinete de Gestão de Emergências do Distrito de Bao’an. Até ao momento não foram encontradas vítimas, mas as buscas continuam. As autoridades também retiraram os residentes das zonas circundantes, acrescentou, na mesma nota. Foi iniciada uma investigação para determinar a causa da derrocada. Fotografias e vídeos partilhados nas redes sociais mostram uma grande cavidade no solo, rodeada de materiais de construção derrubados. As principais autoestradas perto do local foram fechadas ontem de manhã para facilitar as operações de resgate, disseram as autoridades locais. A construção do troço que liga Shenzhen a Jiangmen, na província de Guangdong, arrancou em 2022. O desmoronamento do solo nos estaleiros de construção ocorre quando o terreno já não consegue suportar o peso das estruturas e acontece frequentemente em zonas densamente povoadas, em terrenos frágeis ou durante projetos de grande escala. A instabilidade geológica, as técnicas de escavação inadequadas ou o incumprimento das normas de segurança são as principais causas.
Pequim anuncia sanções contra 13 empresas norte-americanas por venderem armas a Taiwan Hoje Macau - 6 Dez 2024 A China anunciou ontem um novo conjunto de sanções contra 13 empresas norte-americanas, por venderem armas a Taiwan, advertindo que a “independência” da ilha é “incompatível” com a paz entre os dois lados do Estreito. Numa conferência de imprensa, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, declarou que as repetidas vendas de armas a Taiwan pelos Estados Unidos constituem “uma grave violação do princípio de ‘Uma só China’” e uma “séria interferência nos assuntos internos” do país asiático. Lin Jian instou Washington a “honrar os seus compromissos de não apoiar a independência de Taiwan” e “deixar imediatamente de armar” a ilha. De acordo com um comunicado publicado pela diplomacia chinesa, as 13 empresas afectadas incluem entidades envolvidas no fabrico de veículos aéreos não tripulados, inteligência artificial ou comunicação militar. As empresas são a Teledyne Brown Engineering, BRINC Drones, Rapid Flight, Red Six Solutions, Shield AI, SYNEXXUS, Firestorm Labs, Kratos Unmanned Aerial Systems, HavocAI, Neros Technologies, Cyberlux Corporation, Domo Tactical Communications e Group W. Os activos destas empresas na China vão ser congelados e os indivíduos e organizações chinesas vão ser proibidos de cooperar com elas. As medidas afectam também os quadros superiores destas instituições, que ficaram igualmente sujeitos ao congelamento de bens na China e à recusa de vistos de entrada desde ontem. Déjà vu Em Outubro passado, a China já tinha sancionado três empresas de defesa norte-americanas, também por fornecerem armas a Taiwan. Esta nova vaga de sanções foi anunciada no mesmo dia em que o líder de Taiwan, William Lai, fez uma escala no território norte-americano de Guam, no âmbito da sua digressão pelo Pacífico Sul. A questão de Taiwan é um dos principais pontos de fricção entre Pequim e Washington, uma vez que os Estados Unidos são o principal fornecedor de armas a Taipé.
Comércio | Retirada de estatuto de Pequim abalaria alicerces Hoje Macau - 6 Dez 2024 O embaixador da China nos Estados Unidos afirmou ontem que a eventual revogação do estatuto de nação favorecida, a nível comercial, do país por Washington “abalaria as bases” do comércio mundial. Num discurso proferido na Câmara Geral de Comércio da China, em Chicago, Xie Feng afirmou que “qualquer tentativa de pôr termo” à designação da China como nação com “relações comerciais normais permanentes (PNTR) espezinharia as regras económicas e comerciais internacionais e abalaria os próprios alicerces do sistema comercial global”. As observações de Xie referem-se a um projecto de lei apresentado em Novembro pelo congressista republicano John Moolenaar para retirar aquele estatuto, de que China beneficia desde 2000, para “deixar de permitir que o Partido Comunista Chinês se aproveite dos Estados Unidos”, afirmando que as relações comerciais “corroeram” a indústria transformadora norte-americana e transferiram postos de trabalho para o “principal adversário”. O embaixador chinês afirmou que o estatuto PNTR “não é um favor unilateral dos Estados Unidos, mas uma obrigação de todos os membros da Organização Mundial do Comércio (OMC)”. A “dissociação” das cadeias de abastecimento da China equivaleria a “dar um tiro no pé” para os EUA, apontou o diplomata, acrescentando que a guerra comercial “tornou-se numa ‘espada de Dâmocles’ que paira sobre as empresas norte-americanas”. “Transformar as taxas alfandegárias numa arma não é uma panaceia e pode facilmente provocar um círculo vicioso de retaliação”, alertou o emissário chinês. Xie apelou para “uma nova visão” nas relações entre Pequim e Washington: “O que devemos escolher: ser amigos de 1,4 mil milhões de pessoas ou estar um contra o outro? A resposta é óbvia. Nesta encruzilhada, não podemos voltar atrás ou dar um passo em frente e dois passos atrás”. Laços em jogo O regresso à Casa Branca do republicano Donald Trump, que lançou a guerra comercial contra a China, em 2018, no primeiro mandato, ameaça agravar as fricções entre os dois países. A China beneficia do estatuto de economia em desenvolvimento, o que garante tratamento preferencial. Em causa estão benefícios em tratados internacionais em vigor, que visam apoiar os países mais pobres. As nações em desenvolvimento estão, por exemplo, sujeitas a menos restrições na luta contra as alterações climáticas e as exportações para os países ricos beneficiam de taxas aduaneiras baixas. Ao abrigo do estatuto de país em desenvolvimento, a China continua, também, a obter empréstimos com taxas preferenciais de organizações internacionais, como o Banco Mundial.
Vila da Taipa | Exposição de Crystal W. M. Chan para ver até Fevereiro Andreia Sofia Silva - 6 Dez 2024 A Associação Cultural da Vila da Taipa acolhe, até Fevereiro, uma nova exposição da artista local Crystal W. M. Chan, intitulada “Subtropical Romance”. Trata-se de uma mostra de pintura da artista que fez formação superior em Nova Iorque e que faz parte da nova geração de artistas de Macau. Ao HM, Crystal Chan confessou que grande parte dos quadros presentes na vila da Taipa foram pintados este ano por altura da sua gravidez. “A minha filha nasceu em Outubro, trouxe muita alegria à minha vida e isso influenciou-me a ver o mundo de forma diferente. [A minha gravidez] trouxe novas cores à minha vida e também à minha paleta de pinturas”, disse. Porém, mais do que quadros pintados num certo estado de graça, Crystal W. M. Chan aponta que estas pinturas são também “uma reflexão sobre viagens e turismo, pois depois da covid todos nós ficamos com vontade de viajar”. “Adoro ir a praias e ilhas, gosto do Verão, do sol e do mar. Penso que o clima tropical faz as pessoas felizes, no geral. Além disso, muitos turistas visitam Macau, uma cidade subtropical de onde sou natural e onde vivo. Comecei a pensar na relação que temos com o nosso local de origem e como tentamos fugir dele para outro paraíso imaginado. Como todos os frutos, árvores e plantas também migraram de um continente para outro e se tornaram símbolos tropicais exóticos.” Assim, no meio de tantas viagens e correlações entre lugares tropicais, a artista começou a pensar “na forma como lugares se transformam em desejos e realizam as nossas fantasias”. “Não me lembro de ter visto, enquanto crescia, todas estas palmeiras em Macau, mas agora tornaram-se parte do cenário deste paraíso manufacturado”, adiantou a artista, cujas obras também remetem para a ideia “do encontro do Oriente com o Ocidente como slogan turístico”. O regresso Há cinco anos que Crystal W. M. Chan não expunha em nome próprio em Macau. Agora, “Subtropical Romance” surge numa altura em que a pintura dá à artista “tempo para contemplar e reflectir num ambiente calmo, num ano com muitas mudanças”. O nome da exposição remete “para o sítio onde nos encontramos neste momento, que é Macau, e que vem tanto da situação climática real como a ideia de tropical, numa espécie de imaginação em relação a férias de lazer”. Em relação ao conceito de romance, pode ser pensado “como uma fantasia, uma história de amor, mas o romantismo é também um género dos séculos XVIII e XIX que foi muito significativo na história da arte”. “É um movimento em resposta à era do Iluminismo e à Revolução Industrial, quando as pessoas sentiram a necessidade de se exprimirem, de sentirem e de imaginarem. Tem a ver com paixão, intuição e emoção. Também tem a ver com a relação entre os seres humanos e o ambiente”, acrescentou. Crystam W. M. Chan tem feito projectos em parceria com o seu marido, o também artista Benjamin Kidder Hodges, estando “sintonizada” no ambiente em que se encontra, com preocupações sobre as grandes mudanças em Macau. “Desde que voltei para Macau por causa da covid que testemunhei o processo de construção das ilhas artificiais entre Macau e a Taipa e aprendi mais sobre o facto de a recuperação de terrenos fazer parte da história do desenvolvimento de Macau. Estes projectos também dizem respeito à forma como somos tão cegos ou tão impotentes perante as alterações ambientais. Penso que a arte sonora permite-me construir um ambiente que sintoniza os nossos ouvidos para ouvir o que nos rodeia.” A artista diz estar “feliz por manter a pintura como a principal prática artística”, pois é um género artístico que “requer mais conversação interna, como um monólogo”, querendo apostar também em arte sonora. A exposição pode ser vista na galeria da associação na Rua dos Clérigos.
Livro | Viagem do “Pátria” contada agora ao público infanto-juvenil Andreia Sofia Silva - 6 Dez 2024 Filipa Brito Pais, sobrinha-neta do aviador Brito Pais, que há 100 anos fez a primeira viagem aérea de Portugal a Macau com Sarmento de Beires e Manuel Gouveia, acaba de lançar o livro que conta essa história aos mais novos. “A aventurosa viagem do Pátria” tem prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República portuguesa A Edições Afrontamento acaba de lançar em Portugal mais uma obra que conta a viagem do “Pátria”, nome do avião que, há 100 anos, percorreu os céus desde Vila Nova de Mil-fontes até Macau, a primeira viagem do género a ser realizada. Lá dentro, iam os aviadores Brito Pais e Sarmento de Beires, bem como o mecânico Manuel Gouveia. Filipa Brito Pais, sobrinha neta do aviador Brito Pais, e professora do primeiro ciclo do ensino básico, é a autora de “A aventurosa viagem do Pátria”, destinado a um público infanto-juvenil, e com ilustrações de Leonor Almeida. O prefácio está a cargo do Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, que também dá apoio à edição do livro. Ao HM, a autora explicou que o livro se dirige a pequenos leitores a partir dos oito anos, mas “pode ser adaptado a adultos que queiram conhecer a história mais rapidamente e que gostem de banda desenhada”. Houve muitas aventuras a ficar de fora, embora haja muitas por contar. “Não retrata todas as etapas, porque seria impossível que o fizesse por ser para crianças. É um livro cuja história está bastante reduzida, até a pedido do meu editor, porque queria meter todas as peripécias e aventuras que eles viveram. A história de escreverem na tela do avião, na partida, foi uma das que não escrevi. O facto de Manuel Gouveia [o mecânico], dizer que era um homem do Norte, e que se fosse para morrer, morria-se. Outra do banho tomado a água fria que afinal era água a ferver.” São peripécias “demonstrativas de coragem e perseverança, capacidade de liderança”, sendo que este é um livro com uma mensagem forte, para que os jovens “não desistam dos seus sonhos”. Filipa Brito Pais cresceu a ouvir algumas histórias da grande aventura protagonizada pelo seu tio bisavô, e contada em livro pelo seu companheiro de viagem, Sarmento de Beires. Com as actividades de comemoração do centenário da viagem, Filipa percebeu que os mais jovens gostavam da história, mas não havia material de leitura para lhes transmitir a aventura. A ideia de fazer um livro começou a surgir a partir de 2017, quando, por ironia do destino, Filipa Brito Pais foi colocada numa escola em Colos, Odemira, a Escola Básica Aviador Brito Pais. Colos é a terra dos seus avós, e aí, com os colegas, Filipa começou a falar de uma história desconhecida. “Com a aproximação do centenário surgiram convites para eu ir à escola dar palestras, incluindo da Escola Portuguesa de Macau. Aí senti que, realmente, existia curiosidade e tanto as crianças como os jovens gostam da história, mas não havia literatura sobre o assunto. Então, nas palestras, levava comigo para a literatura adulta, nomeadamente o original de Sarmento de Beires com cerca de 100 anos. Face à mensagem que transmito nas minhas palestras, no sentido de os jovens não desistirem dos sonhos, para terem a coragem que os aviadores tiveram, comecei a adaptar para criar este livro”, contou. Carinho em Colos Filipa Brito Pais ainda conheceu “a tia Céu”, que foi a grande impulsionadora da angariação de fundos feita em todo o país para que a viagem pudesse acontecer, e que contou com apoios financeiros das famílias dos aviadores. Tal movimento chegou a aparecer nos jornais da época e a gerar bastante entusiasmo. “Lembro-me de ir a casa dela e ainda ouvir as histórias. Como criança as coisas iam surgindo, tínhamos os quadros e os livros. A minha avó falava muito dele, a minha bisavó também. A nossa casa era na Rua dos Aviadores, em Vila Nova de Mil-fontes, que acolhia os aviadores quando iam a Mil-fontes.” Filipa Brito Pais lamenta que a história esteja hoje “bastante esquecida em Portugal, ao contrário do que acontece em Macau”, por oposição à muito conhecida viagem de Gago Coutinho e Sacadura Cabral. “Foi uma estória apagada da história por questões políticas que hoje conhecemos, e em Colos percebi que havia um grande carinho por ela. Com o centenário começaram a haver maiores movimentações na família no sentido de honrar e continuar o legado deixado pelo meu tio bisavô. “A aventurosa viagem do Pátria” conta, assim, a “aventura épica” feita em 1924, quando estes três homens deixaram “o nome de Portugal na História da Aviação Mundial”. “Brito Pais e Sarmento de Beires sonharam em voar e em honrar a Pátria e Camões, escolhendo o destino de Macau, que nessa época era terra portuguesa. Sem apoios financeiros e com um avião velho e pesado, arriscaram e voaram por países que até então, nunca ninguém tinha ousado voar. Foram muitas as aventuras e poderiam ter desistido perante as adversidades que foram encontrando, mas não! Eles continuaram.” Na mesma descrição do livro, é apontado que a obra revela “não só a força portuguesa e o amor à Pátria destes três heróis nacionais, esquecidos na história, como também mostra que nunca devemos desistir dos nossos sonhos até alcançar o nosso objectivo”.
Febre de dengue | Registado mais um caso importado Hoje Macau - 6 Dez 2024 Os Serviços de Saúde (SS) registaram, esta quarta-feira, mais um caso importado de febre de dengue, sendo este o 38.º caso importado registado em Macau. Trata-se de uma mulher de 30 anos, residente, moradora do edifício Praia Park, bloco 10, na zona de Seac Pai Van, em Coloane. Entre os dias 23 e 25 de Novembro, a mulher deslocou-se às regiões de Zhongshan e Foshan com a família para visitar familiares, tendo começado a sentir os primeiros sintomas no dia 29, nomeadamente febre, dores musculares ou nas articulações, entre outras. Regressada a Macau, a mulher deslocou-se ao Hospital Kiang Wu para tratamento médico, nos dias 2 e 4 de Dezembro, tendo sido diagnosticada com febre da dengue apenas esta quarta-feira. Os SS denotam que o seu estado de saúde “é considerado estável”, e que os familiares com quem vive não apresentam sintomas de doença. Os SS detectaram também, na quarta-feira, um caso colectivo de gastroenterite numa turma da creche da Escola Kao Yip, na Rua Nova da Ilha Verde, tratando-se de cinco crianças que apresentaram, no dia 30 de Novembro, sintomas como vómitos e diarreia, tendo sido submetidos a tratamento médico. Três crianças foram internadas, sendo o estado clínico “considerado estável”. Os restantes doentes não sofreram de doenças graves ou outras complicações graves. Foi excluída a possibilidade de gastroenterite alimentar em conformidade com as horas de refeições de pacientes. “De acordo com as horas de ocorrência da doença, os sintomas, o período de incubação, é provável que o agente patogénico esteja relacionado com uma infecção viral”, descrevem os SS.
Burlas | Registados mais casos com falsos agentes Hoje Macau - 6 Dez 2024 Há mais casos de burla realizados por falsos agentes das Forças de Segurança de Macau (FSM). Segundo uma nota divulgada ontem pela Polícia Judiciária (PJ), foram recebidas “informações de várias empresas de Macau, de diversos sectores” sobre o facto de vários “indivíduos nas redes sociais se fazerem passar por agentes das FSM”. A burla é feita através do envio de mensagens nas redes sociais em que se pede às vítimas cotações de produtos. “Mais tarde é pedido aos comerciantes que encomendem produtos específicos a determinados fornecedores, tais como coroas de flores, vinho tinto ou colchões. Antes de procederem à encomenda, o burlão envia uma captura de ecrã falsa sobre a remessa bancária, alegando ter efectudo o pagamento integral da mercadoria, levando o comerciante a avançar com o pagamento ao falso fornecedor.” Porém, a PJ relata que alguns dos “comerciantes envolvidos reconheceram a tempo estarem perante uma situação de burla e evitaram ser enganados”, sendo que este esquema foi utilizado “em meados de Novembro, tendo causado prejuízos a várias lojas”. A mesma nota dá conta que “todos os sectores estão vulneráveis a esta prática de burla”.
Toi San | Incêndio provoca evacuação de 60 moradores João Luz e Nunu Wu - 6 Dez 2024 Um incêndio que deflagrou num edifício residencial na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa obrigou à evacuação de 60 moradores. Duas pessoas sentiram-se mal, uma delas foi reencaminhada para o hospital devido à inalação de fumo. O fogo começou num apartamento em remodelação devido a um curto-circuito e à presença de materiais inflamáveis Às 23h da noite de quarta-feira, um incêndio no Bloco 6 do edifício San Seng Si Fa Un, no bairro do Toi San, um apartamento que estava em remodelação incendiou-se, levando ao alarme dos moradores e à intervenção do Corpo de Bombeiros, que acorreram ao local na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa. As chamas obrigaram à evacuação de cerca de 60 moradores, muitos deles que se viram obrigados a sair para o exterior em pijama. Do interior de um apartamento no 7.º andar do prédio podiam ver-se chamas e ouviram-se estrondos de pequenas explosões. Os bombeiros chegaram ao local, extinguiram as chamas e socorreram duas pessoas. Um idoso de 77 anos sentiu-se mal e num estado de exaltação recusou tratamento médico. Porém, uma moradora de 33 anos teve de ser reencaminhada para o Centro Hospitalar Conde de São Januário devido à inalação de fumo. As autoridades acrescentaram que a mulher não perdeu os sentidos e que o seu quadro clínico não inspirava cuidados de maior. Ouro sobre azul Como é frequente nos incêndios urbanos que deflagram em Macau, mais uma vez uma avaria no equipamento eléctrico poderá ter estado na causa do incêndio. Segundo a avaliação preliminar das autoridades, foi encontrada no chão da cozinha uma lâmpada partida, que terá caído de um candeeiro de tecto. Os bombeiros acrescentam que a lâmpada poderá ter sobreaquecido e rebentado. Porém, ao cair no chão entrou em contacto com material inflamável, provavelmente diluente, de acordo com a investigação. Instrumentos e materiais de construção que estavam na cozinha pegaram fogo, e as paredes do apartamento ficam enegrecidas.
Macau Legend | Governo cabo-verdiano acusado de “acto ofensivo” Hoje Macau - 6 Dez 2024 A Macau Legend acusou o Governo cabo-verdiano de “acto ofensivo” por ter extinto, sem avisar, contratos e concessões do empreendimento de jogo e turismo previsto para a capital, Praia, que nunca chegou a concluir. O empreendimento de milhões de euros, anunciado há dez anos, deixou parte da marginal da cidade entaipada, bloqueando o que era antes a Praia da Gamboa, com um hotel-casino de oito andares que permanece vazio. O Governo diz que agiu para resolver a situação, mas a empresa contesta. “Estes actos administrativos de resolução de contratos e reversão dos bens para o Estado foram decretados sem que a Macau Legend Development (MLD) tivesse sido previamente notificada de qualquer decisão do procedimento administrativo em curso”, lê-se num comunicado publicado pela empresa no semanário Expresso das Ilhas. “A MLD lançará, de imediato, mão dos meios legais ao seu dispor para defesa dos seus direitos e confia que, enquanto as razões relativas a estes contratos não forem dirimidas, o Estado de Cabo Verde não praticará mais nenhum acto ofensivo dos seus direitos, enquanto investidora”, acrescentou. No âmbito do processo administrativo, a promotora diz que tem mantido o Governo a par de “negociações com investidores interessados” no empreendimento, pedindo “a definição dos elementos essenciais” para proteger “os interesses públicos de Cabo Verde”. A empresa queixa-se de o Governo ter ignorado os pedidos e de só a ter notificado da decisão de extinguir tudo e reverter os bens, por correio electrónico, um dia depois da publicação em Boletim Oficial.
Turismo | Cultura tailandesa e gastronomia animam fim-de-semana João Luz - 6 Dez 2024 Este fim-de-semana, realizam-se o Festival Cultural da Tailândia, o primeiro Carnaval Vegetariano de Macau, e arranca a Noite Luminescente na Travessa do Armazém Velho, iluminando a zona dos Ervanários. Os três eventos contam-se entre os mais de 40 financiados este ano pela DST, que até Novembro atraíram 660 mil pessoas A cidade vai estar em festa este fim-de-semana, com uma série eventos “para mostrar a inclusão diversificada de ofertas e o encanto nocturno de Macau aos residentes e visitantes da cidade”, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Amanhã e domingo, o Festival Cultural da Tailândia regressa à zona da Mitra, animando a Rua de Abreu Nunes onde vão estar instaladas cerca de duas dezenas de tendinhas de comida tailandesa. Como é hábito, além da cerveja Chang e pad thai, não vão faltar “danças tradicionais, e danças e cantares tailandeses, entre outros espectáculos de palco”. Turistas e moradores locais também vão poder relaxar com massagens tailandesas e testemunhar a tradicional bênção do arroz, uma cerimónia budista tradicional para abençoar as colheitas de arroz. Para quem prefere outras opções gastronómicas que não incluam cachaço de porco ou camarão, começa hoje a primeira edição do “Carnaval Vegetariano de Macau”, que decorre até à próxima terça-feira na Doca dos Pescadores, mostrando a “diversificação de Macau enquanto Cidade Criativa de Gastronomia”, salienta a DST. O evento que irá encher a Legend Boulevard com um autêntico festim para os sentidos, com 60 tendas de comida vegetariana e produtos culturais e criativos. “A actividade de cinco dias inclui ainda espectáculos culturais e artísticos, palestras culturais, venda de produtos, tendas de jogos, instalações para tirar fotografias e cerimónia de lanternas alusivas ao retorno de Macau à pátria”, acrescenta a DST. Luz urbana Amanhã, regressa à zona dos Ervanários “A Noite Luminescente na Travessa do Armazém Velho”, que vai iluminar o velho bairro do Porto Interior com “efeitos de luz, instalações luminosas, corredor de luz com caracteres chineses e decorações”. Até ao fim de Fevereiro, a iniciativa que é uma extensão do evento Iluminar Macau 2024, irá contar também com “jogos online e workshops presenciais para adicionar experiências diversificadas, promover o fluxo de pessoas na zona e estimular o consumo nocturno”. A DST salienta que estes três eventos que arrancam este fim-de-semana fazem parte de 41 actividades aprovadas para financiamento este ano. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes revelou ontem que, entre Janeiro e Novembro deste ano, foram organizados 31 projectos ao abrigo do programa de apoio financeiro da DST, incluindo visitas guiadas, feiras, oficinas artesanais, produção gastronómica ou passeios marítimos. A DST refere que até Novembro, os eventos apoiados atraíram mais de 660 mil participantes, e contaram com a participação directa de cerca de 1.600 estabelecimentos comerciais, “promovendo o consumo e o desenvolvimento do turismo nas zonas comunitárias”.
Rádio táxis | Inquérito revela procura alta e pouca oferta Andreia Sofia Silva e Nunu Wu - 6 Dez 2024 Lançado pela Aliança do Sustento e Economia de Macau, o inquérito sobre o serviço de rádio táxis revela que há muita procura, mas pouca oferta, com mais de metade dos inquiridos a queixarem-se da falta de veículos disponíveis. Mais de 90 por cento dos inquiridos disse preferir chamar um táxi desta forma Macau continua a sofrer com a falta de táxis. É o que revela um inquérito lançado pela associação Aliança do Sustento e Economia de Macau sobre os serviços de rádios táxis, que aponta continuar a haver muita procura para a pouca oferta existente. Se 90,79 por cento dos inquiridos demonstraram vontade de chamar este tipo de táxis para as suas deslocações, o que significa que o serviço tem bastante potencial, verifica-se a falta de oferta, os longos períodos de espera e a insatisfação com a qualidade dos serviços. Mais de metade dos inquiridos, 61,13 por cento, respondeu que não existem veículos suficientes para o serviço, enquanto 59,78 por cento dos utentes afirmou que o tempo de espera é demasiado longo ou simplesmente não conseguem pedir um condutor. Além disso, 41,94 por cento dos utentes criticam a qualidade dos serviços. A equipa responsável pelo inquérito aponta que estes dados mostram que há ainda problemas com o serviço de rádio táxis que precisam ser resolvidos para impulsionar o funcionamento e utilização deste meio de transporte. Como resolver? O inquérito questiona também os residentes sobre as políticas que devem ser adoptadas. Assim, 60,1 por cento dos entrevistados pedem a supervisão do Governo, enquanto 54,86 por cento dos entrevistados preferem que haja, simplesmente, mais oferta de veículos. Por sua vez, 48,21 por cento dos entrevistados pedem que a qualidade dos serviços seja melhorada, enquanto 38,36 por cento dos entrevistados querem uma maior oferta em termos de tarifas cobradas. A equipa responsável pelo inquérito conclui, assim, que cabe às autoridades assumir um papel activo na melhoria deste serviço, a fim de resolver os problemas e dificuldades sentidos por residentes e turistas. A mesma equipa também entende que são necessários mais táxis, para dar resposta ao futuro desenvolvimento da zona A dos novos aterros. Foram também colocadas questões sobre as razões para os entrevistados pedirem um rádio táxi, sendo que a maioria usa este serviço para sair de Macau em viagem, com 78,94 por cento dos residentes e 67,88 por cento dos turistas a optarem pelo serviço para deslocações ao aeroporto. Por sua vez, 50,78 por cento dos residentes e 49,09 dos turistas chamam um rádio táxi para deslocações aos terminais marítimos, enquanto que em relação aos postos fronteiriços, há 68,69 por cento de turistas a escolher um rádio táxi, número superior ao dos residentes, uma vez que apenas 60,9 por cento dos locais opta por pedir um táxi deste género. O inquérito realizou-se entre os dias 19 de Junho e 4 de Setembro deste ano, contando com um total de 1.564 respostas válidas, com a participação de 959 residentes de Macau, 61 trabalhadores não residentes, 495 turistas e 49 pessoas de fora destas categorias.
Português | Macau em grupo de reflexão sobre a língua Hoje Macau - 6 Dez 2024 Representantes de vários países falantes de português estão reunidos, pela primeira vez, numa sessão de dois dias que termina hoje, na Praia, Cabo Verde, para articular temas como a definição de novas palavras ou estratégias de ensino, entre outros. O Grupo Multilateral de Reflexão é uma ideia do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) e pretende “promover uma gestão mais multilateral” do Português, juntando entidades com um papel “na definição de políticas públicas para o uso, a promoção e difusão da língua portuguesa”, foi anunciado em comunicado. O IILP faz parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e neste encontro vão participar representantes de cinco Estados-membros: Cabo Verde, Angola, Brasil, Portugal e Timor-Leste, a par de uma delegação da Região Administrativa Especial de Macau, pela primeira vez envolvida a este nível em acções do IILP. A agenda prevê a partilha de informação sobre “o panorama do ensino do português em cada país” e análise de “possíveis mecanismos de articulação e de definição de critérios comuns” em matérias como “os processos de renovação do léxico”, ou seja, do conjunto de palavras da língua.
Idosos | IAS estende base de dados a outras instituições Hoje Macau - 6 Dez 2024 O Instituto de Acção Social (IAS) assegura que a base de dados sobre idosos que vivem sozinhos está a ser alargada a fim de abranger mais instituições de cariz social, lê-se na resposta a uma interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai. Assim, o IAS promete “optimizar os métodos de recolha de dados” da “Base de Dados dos Utentes dos Serviços para Idosos Isolados e Famílias com Casais de Idosos”, estando “a expandir gradualmente a cobertura para outras instituições de serviço social”. Além disso, o IAS irá continuar a desenvolver o projecto “Happy Elderly Home – Projecto Piloto de Serviços de Apoio aos Cidadãos Seniores Isolados”, que numa primeira fase irá funcionar na Residência do Governo para Idosos como teste. Depois, “os serviços serão expandidos para outras zonas de Macau”, além de que, no próximo ano e através deste projecto piloto, será criado “um serviço destinado à detecção dos idosos ocultos, por forma a identificar proactivamente esses idosos na comunidade”. “As informações dos utentes dos dois serviços acima mencionados serão registadas na base de dados, no intuito de alargar ainda mais a cobertura da mesma”, lê-se na mesma resposta.
Função pública | Deputado alerta para presença de portugueses e macaenses Hoje Macau - 6 Dez 2024 O deputado Leong Sun Iok defendeu, segundo a TDM Rádio Macau, que o novo estatuto dos funcionários públicos deve ter em conta a existência de trabalhadores portugueses e macaenses, visto que as alterações prevêem a obrigatoriedade de prestação de juramento, respeito pelas decisões da Assembleia Popular Nacional e proibição de contactos com figuras ou entidades consideradas “anti-China”. Para o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários, a proposta de lei inclui “conceitos pouco específicos” no tocante aos deveres dos trabalhadores em matéria de segurança nacional. Enquanto isso, Pang Kung Hou, presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Origem Chinesa, disse que o juramento não é a parte mais importante da revisão do Estatuto. “Todos aceitamos muito bem esta alteração na questão do juramento. Fidelidade à República Popular da China e à RAEM é essencial. Acho que é mais importante a parte de optimização do mecanismo de fiscalização de faltas devido a doença. Defendo que deve ser mais flexível”, rematou.
TUI | Song Man Lei toma hoje posse como presidente Hoje Macau - 6 Dez 2024 Song Man Lei toma hoje posse no cargo de Presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), por um período de três anos que começou a contar na passada segunda-feira, numa cerimónia que está marcada para as 15h30 na sala de audiência n.º 1 do Edifício dos Tribunais de Segunda e Última Instâncias. A magistrada toma assim oficialmente o lugar do Chefe do Executivo eleito, Sam Hou Fai, chegando ao topo da hierarquia judicial da RAEM, atingindo mais um marco depois de, em 2012, ter sido a primeira mulher a ser nomeada para o TUI. Em 1996, foi também a primeira mulher a exercer o cargo de delegada do Procurador do Ministério Público. Nascida em 1966, Song Man Lei completou a licenciatura e mestrado em Direito na Universidade de Pequim, tendo frequentado posteriormente um curso de língua portuguesa na Universidade de Coimbra. Este ano, foi a presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo, que organizou a selecção de Sam Hou Fai como líder do próximo Governo.
DSAT | Avenidas Norte do Hipódromo e da Ponte da Amizade alargadas João Luz - 6 Dez 2024 O reordenamento da zona ribeirinha no norte da península e as obras do Metro Ligeiro vão acrescentar terreno à cidade e permitir a ampliação da Avenida Norte do Hipódromo e da Avenida da Ponte da Amizade. O Governo espera que o alargamento das vias reduza o congestionamento na Rotunda da Amizade A Avenida Norte do Hipódromo e a Avenida da Ponte da Amizade vão ser ampliadas. As duas vias que contornam a parte norte da península, passando por pontos críticos de trânsito no acesso à Ponte da Amizade e à Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, como a Rotunda da Amizade, são essenciais para a ligação da península às ilhas e ao Interior e Hong Kong. A ampliação das avenidas será possível devido ao do ordenamento de mudflat (o terreno pantanoso da beira-rio) e da construção do Metro Ligeiro e instalações complementares. A intervenção na zona irá acrescentar uma zona de lazer arborizada e “uma área com mais de 20.000 metros quadrados” que reúne as “condições para a construção de infra-estruturas, incluindo a obra de ampliação da Avenida Norte do Hipódromo e da Avenida da Ponte da Amizade”. A intenção foi revelada pelo director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Lam Hin San, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U, divulgada ontem. Lam Hin San afirmou que a ampliação das avenidas irá melhorar o trânsito entre as Portas do Cerco e a Zona A, reduzindo o congestionamento na Rotunda da Amizade. Entre margens A zona da Rotunda da Amizade tem sido um dos pontos negros do trânsito de Macau, com recorrentes engarrafamentos que aumentaram desde que passou a ser possível conduzir até Zhuhai e Hong Kong através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Os acessos e o trânsito na Ponte da Amizade representam outro ponto negro, em particular na ligação entre as Portas do Cerco e as Ilhas, especialmente com o trânsito para o Cotai. Nesse aspecto, a quarta ponte entre a península e a Taipa, que abriu a 1 de Outubro, tinha entre os objectivos desviar pelo menos 10 por cento do tráfego que circula na Ponte da Amizade. O deputado Lei Chan U, da bancada parlamentar dos Operários, perguntou se o Governo está a estudar a regulamentação sobre a circulação na Ponte Macau quando o território é afectado por tufões. O director da DSAT não especificou se e como será condicionado o trânsito na Ponte Macau uma vez que a Lei do Trânsito Rodoviário ainda está a ser analisada na especialidade pelos deputados da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa.
COP29 – Outra vez a raposa no galinheiro Olavo Rasquinho - 5 Dez 20245 Dez 2024 Realizou-se em Baku, capital do Azerbaijão1, entre 11 e 22 de novembro, a 29.ª conferência da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (COP29). Estiveram representados cerca de 196 países, conjuntamente com cientistas, líderes empresariais, representantes de povos indígenas, membros da sociedade civil, etc., perfazendo um total de aproximadamente 30.000 pessoas Numa altura em que as emissões dos gases de efeito de estufa (GEE) continuam a aumentar e em que paira a ameaça de que os Estados Unidos da América, o segundo maior emissor e responsável por 12% a 15% do total das emissões à escala global, se poderão retirar pela segunda vez do Acordo de Paris, estiveram ausentes muitos dos líderes das maiores potências mundiais. Tal como os Emirados Árabes Unidos, onde se realizou a COP28, o Azerbaijão é provavelmente um dos países menos interessados em que se cumpram os compromissos anteriormente assumidos sobre as alterações climáticas, nomeadamente o Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris. Segundo o Banco Mundial, os combustíveis fósseis perfazem entre 80 e 90% das exportações do Azerbaijão, e constituem uma parte substancial das receitas do país, apesar dos esforços do governo para diversificar a economia. Talvez por razões financeiras, uma vez que o país anfitrião cobre parte das despesas inerentes à realização das COP, as Nações Unidas insistem em realizar estas cimeiras em países que, além de serem produtores de petróleo, são também conhecidos por desrespeitarem os direitos humanos. Segundo a Amnistia Internacional, o governo do Azerbaijão restringe frequentemente as liberdades fundamentais e não é rara a detenção arbitrária de jornalistas, ativistas e defensores dos direitos humanos. Há também relatos sobre o recurso a tortura a presos políticos. Entre os participantes contava-se um número elevadíssimo, mais de 1700, de representantes de lóbis relacionados com a exploração de combustíveis fósseis, o que levantou objeções por parte de algumas delegações. Durante a conferência decorreram manifestações de ativistas contra a ineficácia, segundo o seu ponto de vista, da luta contra as alterações climáticas. Numerosos participantes manifestaram, durante os trabalhos, frustração pela falta de avanços significativos na luta contra as alterações climáticas, nomeadamente no que se refere à redução dos combustíveis fósseis e aos compromissos financeiros para a compensação dos países mais afetados. Algumas delegações chegaram mesmo a abandonar temporariamente a conferência como protesto contra o montante inicialmente proposto para o Fundo de Perdas e Danos. Foi o caso das delegações dos países da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (Alliance of Small Island States) e dos Países Menos Desenvolvidos (Least Developed Countries). Talvez por influência destes protestos foram tomadas decisões no sentido de aumentar significativamente o estabelecido na COP27. A meta anterior de US$100 mil milhões passou para US$300 mil milhões anuais até 2035. Foram também garantidos esforços no sentido de aumentar o financiamento para US$1,3 biliões de dólares por ano até 2035. Pretende-se, com este fundo, que os países mais desenvolvidos compensem os mais vulneráveis pelas perdas e danos causados pelas alterações climáticas. Espera-se que na COP30, a realizar no Brasil em novembro de 2025, o Fundo de Perdas e Danos continue a ser discutido de modo que se estabeleçam metas mais concretas e progressivas e não se limite a custear perdas e danos, mas também se aplique à adaptação às alterações climáticas e à sua mitigação nos países mais vulneráveis. Apesar de a conferência ter tido um certo êxito, o facto de se ter realizado num país fortemente dependente da exploração de combustíveis fósseis fez com que alguns observadores recorressem à metáfora da “raposa no galinheiro”, tal como acontecera na COP28, nos Emirados Árabes Unidos. * Meteorologista Nota: O Azerbaijão está situado entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, numa região agitada no que se refere conflitos, em parte devido à existência de extensas jazidas de petróleo. Entre esses conflitos sobressai o problema do Nagorno Karabakh, que constituía uma região autónoma que fazia parte da República Socialista Soviética do Azerbaijão, apesar da maioria da população ser etnicamente arménia. Com a implosão da URSS, as tensões entre azeris e arménios aumentaram, o que deu origem a confrontos que por vezes se reacendem. A Federação Russa não apoia claramente nenhum dos países envolvidos no conflito, enquanto o Ocidente manifesta mais simpatia pela posição da Arménia, em termos diplomáticos e humanitários, mas mantém laços económicos com o Azerbaijão devido ao papel importante que este país desempenha na área da exploração petrolífera.