Macau Legend | Grupo vende casino no Laos a empresário japonês

A Macau Legend Development Ltd vai vender o Savan Legend casino resort no Laos a um empresário japonês por 45 milhões de dólares. A instabilidade, “restrições onerosas” impostas pelo Governo local e distribuição racional de recursos para focar o investimento em Macau foram elencados como razões para a venda

 

A Macau Legend Development Ltd tem um pré-acordo de venda do Savan Legend casino resort em Savannakhet no Laos. O negócio poderá render ao grupo um total de 45 milhões de dólares norte-americanos.

Numa carta de intenção endereçada à Bolsa de Valores de Hong Kong, assinada por Li Chu Kwan, que substituiu Melinda Chan como CEO da Macau Legend no início deste ano, o grupo identifica o comprador apenas como um residente do Japão chamado Shundo Yoshinari. A venda irá contemplar as operações de jogo, assim como o hotel e resort que o sustentam.

O negócio será concretizado através da venda da MLD Resorts Laos Ltd, uma subsidiária indirecta detida a 100 por cento pela Macau Legend, que é proprietária da Savan Legend Resorts Sole Co Ltd (empresa sediada no Laos) que controla o casino e resort em Savannakhet.

Na nota divulgada aos accionistas, a Macau Legend justifica a decisão de vender a propriedade afirmando que, “apesar de os negócios do jogo e hotelaria na República Democrática Popular do Laos terem sido lucrativos no ano financeiro de 2022, a performance financeira é instável e estas actividades têm sido alvo de crescentes restrições onerosas na República Democrática Popular do Laos, o que limita a rentabilidade no futuro”.

“A materializar-se a potencial alienação, o grupo pode realocar mais recursos financeiros para o negócio em Macau e para o desenvolvimento geral no futuro”, é acrescentado na nota.

Diabo nos detalhes

O grupo, que em tempos foi detido por David Chow, indicou ainda que para a potencial venda do Savan Legend as duas partes poderiam assinar um acordo formal “nos 14 dias úteis após a conclusão da análise completa do comprador à empresa e propriedade” em questão.

Segundo o calendário anunciado na nota enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong, o primeiro acordo formal pode ser assinado a meio de Agosto, o que implicará um depósito prévio de 10 milhões de dólares e um depósito adicional de 12,5 milhões de dólares com a assinatura do acordo.

Os restantes 22,5 milhões de dólares serão pagos com a venda final. De acordo com a Macau Legend, a transacção pode ficar concluída, se tudo correr dentro do normal, na segunda metade de Setembro.

Contudo, a Macau Legend enumerou um conjunto de condições para que o negócio possa avançar, nomeadamente um acordo entre o Governo do Laos e o comprador que estabeleça isenções fiscais e uma licença de concessão de jogo que dure 99 anos.

A Macau Legend acumulou um prejuízo de 607,2 milhões de dólares de Hong Kong em 2022, com as receitas a caírem 37,3 por cento em termos anuais.

14 Jun 2023

Cabo Verde | Macau Legend apresenta plano de retoma para resort

Anunciado há muito pelo empresário local David Chow, o hotel-casino previsto para Cabo Verde tarda a sair do papel. Surgem agora notícias de que a Macau Legend vai apresentar um plano de retoma para o projecto, numa altura em que o grupo enfrenta dificuldades em Macau

 

O presidente da Cabo Verde TradeInvest (CVI) disse ontem que a construção do hotel-casino do grupo Macau Legend, na Praia, teve “algumas dificuldades” devido às crises, mas informou que os promotores vão apresentar brevemente um plano de retoma.

“Esse projecto tem conhecido algumas dificuldades de retoma, nem todas as empresas conseguem recuperar da crise, é preciso não esquecer que nós continuamos em crise, o mundo inteiro, não é só Cabo Verde, há a pandemia que teve os seus efeitos, há a guerra na Ucrânia, e há projetos que estão a recuperar mais depressa do que outros”, começou por explicar José Almada Dias, em declarações à Lusa, na cidade da Praia.

O dirigente disse que a agência responsável pela tramitação dos projectos de investimentos no país tem estado em contacto com os promotores, que mostram essas dificuldades, mas afirmou que “alguma decisão terá que ser tomada”.

“Eles ficaram de apresentar um plano de retoma brevemente”, adiantou José Almada Dias, avançando que se mantém o interesse dos promotores em avançar com o projecto, em que alguns trabalhos já foram feitos, nomeadamente uma ponte para o ilhéu de Santa Maria.

“Mas, naturalmente, estamos a seguir muito atentamente o assunto, em estreito contacto com os promotores e também o próprio Governo está em cima do acontecimento e brevemente teremos que ter alguma decisão se o projecto avança rapidamente ou se terá que haver outras medidas”, insistiu.

Questionado se o projecto poderá ser alterado, Almada Dias respondeu que não há indicações nesse sentido, insistindo que foi apresentado um plano de retoma das obras.

“O projecto terá de avançar, com estes ou com outros promotores”, desafiou, sublinhando que, mesmo não sendo o caso, já aconteceu em outras latitudes em que um promotor tem dificuldade em avançar com um projecto e este pode mudar de mãos.

“Não sei se será o caso, pelo contrário, os promotores estão a mostrar vontade de apresentar um plano de retoma e estamos esperançados que assim seja, por ser muito mais fácil”, vincou o presidente da CVI.

Um longo projecto

O grupo Macau Legend, do empresário local David Chow, anunciou em Março de 2020 que previa inaugurar no final de 2021 o hotel-casino na cidade da Praia, depois de em 2019 ter previsto a conclusão da obra para final do ano seguinte. Em Agosto de 2020, o ministro do Turismo cabo-verdiano, Carlos Santos, admitiu que a pandemia de covid-19 deverá atrasar a conclusão das obras, mas disse acreditar que o investimento não estava em causa.

Em 2015, David Chow assinou com o Governo cabo-verdiano um acordo para a construção do empreendimento, tendo sido lançada a primeira pedra do projecto em Fevereiro de 2016. Trata-se do maior empreendimento turístico de Cabo Verde, com um investimento global previsto de 250 milhões de euros – cerca de 15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano – para a construção de uma estância turística no ilhéu de Santa Maria, que cobrirá uma área de 152.700 metros quadrados, inaugurando a indústria de jogo no arquipélago.

David Chow recebeu uma licença de 25 anos do Governo de Cabo Verde, 15 dos quais em regime de exclusividade na ilha de Santiago. Esta concessão de jogo custou à CV Entertaiment Co., subsidiária da Macau Legend, o equivalente a cerca de 1,2 milhões de euros. A promotora recebeu também uma licença especial para explorar, em exclusividade, jogo ‘online’ em todo o país e o mercado de apostas desportivas durante dez anos.

16 Dez 2022

Macau Legend | Praça ‘manuelina’ em Hengqin pronta no fim do ano

[dropcap]U[/dropcap]ma praça ao ‘estilo manuelino’ com cerca de 130.000 metros quadrados em Hengqin (Ilha da Montanha) vai estar pronta no último trimestre deste ano, assegurou sexta-feira a empresa que está à frente do projecto.

O projecto da Macau Legend, do empresário David Chow, com vários investimentos nos países lusófonos, engloba um centro comercial com lojas e restaurantes, complementados por 1.300 lugares de estacionamento, entre outros edifícios.

O novo espaço, com capacidade para acolher 10.000 pessoas na praça ‘manuelina’, não terá casinos – o jogo é proibido na China – e pretende ser um elemento de referência na arquitectura na região.

“Embora eu seja chinês, gosto da cultura portuguesa. Penso que esta é a melhor plataforma. É mesmo. Isto é uma porta de entrada para Macau. Ainda antes de [os turistas] virem para Macau irão sentir que existe cultura portuguesa em Macau [e] depois podem ir para a península, porque todo o património se encontra lá (…), em vez de irem só para o Cotai jogar”, disse David Chow, aquando do lançamento do projecto em 2014.

Segundo o empresário, a praça ao ‘estilo manuelino’ será como a Times Square de Hong Kong, de onde é natural, esperando ali reunir muita gente, nomeadamente na passagem de ano.

Cerca de nove milhões de pessoas visitaram em 2018 a ilha de 96 quilómetros pertencente à cidade de Zhuhai.

Grande promoção

O grupo acredita que através deste espaço o Governo de Macau pode promover “os festivais e actividades turísticas” do seu território.

“Nesse sentido, pode contribuir para diversificar os elementos turísticos de Hengqin, projectando Macau como Centro Mundial de Turismo e Lazer e promovendo o desenvolvimento do turismo da Grande Baía”, lê-se no comunicado.

Na mesma nota, o grupo acrescentou que o plano “consiste em usar o edifício principal como centro de exposições (…) para promover os produtos de qualidade da Grande Baía, tanto para exposição como para venda”, mas também de produtos lusófonos.

A Macau Legend prevê que este centro de exposições vai “facilitar o excesso de capacidade produtiva da Grande Baía”.

“De forma geral, 80% dos produtos fabricados nas nove cidades da Grande Baía são para consumo do mercado interno e apenas 20% são para exportação”, de acordo com o Grupo.

As empresas de Macau que se instalarem neste espaço terão benefícios fiscais e desta forma a empresa de David Chow pretende “contribuir para o desenvolvimento do sector de turismo, criando novos produtos turísticos e serviços no sentido de diversificar o conteúdo de Centro Mundial de Turismo e Lazer”.

4 Mar 2019

David Chow: “É importante permitir a entrada no mercado a investidores de Macau”

O empresário e CEO da Macau Legend apela ao Governo que acompanhe as investigações nos Estados Unidos ao empresário Steve Wynn e que actue para evitar danos para Macau. Chow questiona igualmente os contornos do negócio em que a Galaxy comprou parte da Wynn Macau

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]efendeu recentemente uma investigação do Governo ao negócio em que a operadora Galaxy adquiriu cerca de 3,5 por cento da Wynn Macau. Porque defende a investigação?
A lei permite que haja investimentos e compras das concessionárias. Se fossem outras pessoas a fazer o negócio, que não uma concessionária, não haveria problemas. Mas não é esse o caso. Honestamente, não compreendo o negócio. A Galaxy justificou a compra com o acesso à informação da Wynn numa perspectiva de aprendizagem. Só que eles são uma concessionária com um modelo muito diferente da Wynn e já têm um modelo de negócio que gera muitos lucros, mais do que a Wynn. É um negócio que carece de esclarecimento.

Considera que esta movimentação contribui para reduzir a concorrência no mercado local?
Sim, parece-me um negócio que segue uma direcção oposta à liberalização do jogo. Quando se liberalizou o mercado queria-se uma maior concorrência, mas com esta movimentação tenho dúvidas que esse espírito esteja a ser respeitado. O mercado tem de ser mais aberto. Assim há uma companhia a ir numa direcção que me parece oposta.

Julga, então, que as autoridades locais deviam analisar muito bem todos os contornos do negócio.
Acho que há a necessidade de haver mais esclarecimentos por parte das autoridades. Por outro lado, parece-me necessário uma posição sobre para onde se quer que a indústria caminhe. Estamos a falar de assuntos muito sérios, que devem ser muito bem esclarecidos, até pela importância da indústria para a cidade.

No seu entender, qual é a verdadeira razão por trás deste negócio?
Não sou eu que tenho de analisar o negócio, mas como simples cidadão tenho algumas preocupações e questiono-me. Há muitas perguntas que gostava de ver respondidas, por exemplo, a Galaxy vai comprar 100 por cento da Wynn no futuro? O Governo devia clarificar muito bem a sua posição. São dúvidas que devem ser tratadas atempadamente, até porque estamos a aproximar-nos dos próximos processos de atribuição de licenças de jogo.

Também se mostrou preocupado com os contornos do escândalo que envolve Steve Wynn. Porque está preocupado com o caso, mesmo depois do milionário se ter afastado da empresa?
Estamos a falar de um caso que pode causar danos enormes ao nível da imagem da indústria de Macau. Se virmos o que se está a passar nos Estados Unidos, onde há uma investigação não só a Wynn, mas também aos directores da empresa. Lá querem saber se houve intenção das pessoas que estão à frente da operadora de proteger e cobrir os actos de Wynn.

Espera uma investigação da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) semelhante à que se verifica nos Estados Unidos?
As pessoas de Macau têm de fazer alguma coisa face ao caso. É preciso ver como se vão desenrolar as investigações por lá e ponderar o futuro da empresa. Será que esta empresa tem mesmo capacidade para gerir uma concessão?

Estamos a falar de um grupo que assumiu as suas responsabilidades nos Estados Unidos…
As exigências em Macau, que tem um mercado com base em concessões, são muito superiores aos de um mercado aberto, como acontece em Las Vegas. O Governo de Macau precisa de ser mais rigoroso na forma como tem encarado toda este caso. No passado, dizia-se que Macau precisava de aprender com o que se passava na indústria de Las Vegas. Esta aprendizagem não implica também adoptar este tipo de investigações, como acontece nos Estados Unidos?

Como considera então que o Governo devia lidar com o caso?
Parece-me que há dois passos inevitáveis: por um lado é preciso investigar toda a direcção da empresa e ver quem são as actuais pessoas que estão à frente da Wynn. Que tipo de responsabilidade vão assumir? Será que quando ele se comprometeu com uma licença de jogo disse que tinha um passado limpo? Este tipo de coisas não devia ter sido declarado? E o resultado da atribuição de licenças de jogo teria sido diferente à luz destes dados? Há muitas dúvidas. Não se pode agir como se o caso fosse apenas a passagem do tufão. É preciso aprender com tudo e tirar lições. Todos precisam de perceber muito bem as suas responsabilidades como concessionárias.

E o segundo passo?
É preciso mudar o nome dos resorts em Macau porque o nome Wynn está ligado ao escândalo. É terrível para Macau estar ligado a este caso. Wynn pagou 7,5 milhões dólares americanos perante uma conduta sexual imprópria, sobre isso parece não haver dúvidas. O acordo foi feito. Queremos mesmo espaços de entretenimento ligados a estas condutas? Que implicações e mensagem é transmitida?

Entre 2020 e 2022 as licenças do jogo chegam ao fim. Existe a perspectiva de renovações anuais, com uma nova atribuição das licenças. Que pontos gostava de ver destacados nos novos concursos?
Criação de mais oportunidades de promoção para os locais que estão há vários anos na indústria a aprender. Mas tenho confiança que o Governo vai ser justo na atribuição das novas licenças do jogo e que vai criar oportunidades de investimento para os locais. Sejam seis, sete ou oito licenças de jogo, isso não é o mais relevante. O importante é que se permita a entrada no mercado dos especialistas e investidores de Macau, que permitem a promoção dos trabalhadores residentes.

O facto de nos últimos anos ter crescido o número de investidores de Macau a lançarem-se na indústria do jogo no exterior, mostra que há pessoas capazes de assumir um maior papel internamente?
Os locais estão a investir no estrangeiro porque não há uma política que lhes permita investir no jogo em Macau. Parece-me que o mais importante é pensar como se podem trazer novos mercados para Macau.

O que quer dizer com os novos mercados?
As pessoas na Ásia estão a ficar cada vez mais ricas e querem frequentar casinos. Mas porque é que vão para outros mercados como, por exemplo, Singapura? Elas poderiam vir a Macau… Não tem sido feito um bom trabalho por parte das concessionárias de atrair novos mercados. Elas só têm mostrado vontade de contar com os jogadores chineses, mas isso não ajuda verdadeiramente Macau. Não se diversifica a origem dos jogadores. Mas deixe-me dizer, todas as minhas questões e exigências têm um objectivo: aumentar o nível de Macau e catapultar a cidade internacionalmente. Se não alcançarmos um nível de excelência como podemos ajudar Macau a integrar-se na política Uma Faixa, Uma Rota e na Plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa?

Tem sido um dos investidores que mais tem acompanhado a política Plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa ao nível do turismo. Como está o projecto em Portugal?
Estamos na expectativa, à espera de instruções. Portugal é uma posição estratégica, tem uma política estável e as pessoas percebem o que querem e têm coragem, como se viu com a política dos Vistos Gold. Também são bons amigos da China e permitem uma ligação com facilidade a mercados na América Latina, América do Sul, África, no espírito da política nacional Uma Faixa, Uma Rota.

Esteve recentemente em Portugal e teve reunido com o presidente da República Portuguesa. Mas a verdade é que o projecto está a levar o seu tempo…
Temos de aguardar e respeitar o tradicionalismo português na forma como lidam com concursos públicos e questões ambientais. Temos e queremos cumprir com tudo. Mas sentimos que temos apoio para o projecto, tanto em Setúbal como em Tróia. Até o presidente mostrou o seu apoio, também o ex-Governador de Macau, Rocha Vieira… Quando nos derem indicações começamos as obras.

Além de Portugal e Cabo-Verde que outros investimentos podemos esperar nos Países de Língua Portuguesa?
Já temos as obras em curso em Cabo Verde e agora preciso das orientações de Portugal, para começar as obras. Estamos em contactos com Angola e Timor-Leste. Mas, neste momento, vemos Portugal como a melhor plataforma para Macau e a melhor área para investir. Estamos a ver surgirem muitas oportunidades de investimento dentro da política Uma Faixa, Uma Rota.

Nos últimos tempos o seu filho Donald Chow tem estado mais ligado ao grupo. Está a preparar a sucessão?
É o meu filho. Veio trabalhar connosco depois de se ter formado na universidade. Dei-lhe a oportunidade, mas ele começou do fundo, o primeiro salário que teve foram 12 mil patacas. Tem vindo a aprender e aprender. Mas por agora é a minha mulher, Melinda Chan, que está a gerir o negócio em Macau e no Interior da China. Eu estou mais focado nos investimentos lá fora.


“Temos uma amizade forte”

Durante a entrevista de ontem, David Chow abordou os rumores sobre um eventual despedimento do amigo Jorge Fão. O empresário desmentiu esse cenário e fez questão de realçar a grande amizade entre os dois: “Eu e o Jorge Fão somos grandes amigos e temos uma amizade forte. Há muita gente a falar sobre o que não sabe. Não faz qualquer sentido os rumores que circularam e não percebo a intenção. Somos amigos há muito tempo. Ele está reformado mas é uma pessoa que me tem ajudado muito”, afirmou.

5 Abr 2018

David Chow quer mais licenças de jogo para locais

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] empresário David Chow defende que o Governo devia aproveitar o processo da emissão das novas licenças do jogo para aumentar o número existente. As declarações do antigo deputado foram feitas em Pequim, à margem da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

“Para que haja progresso nos mercados é necessário competição. Se a situação continuar a ser a mesma, em que as concessionária mantêm a sua forma de operar, qualquer crescimento registado só vai beneficiar as operadoras existentes” afirmou David Chow, responsável pela empresa Macau Legend, que controla os casinos Babilónia e Macau Legend, em parceria com a concessionária Sociedade de Jogos de Macau.

“Se o mercado for suficientemente grande, não há problema se Macau tiver mais uma ou mesmo duas licenças”, defendeu. “Acredito que as pessoas de Macau deviam ter mais oportunidades de participar na indústria do jogo. Não estou a pressionar o governo, mas acredito que deviam ser disponibilizadas mais oportunidades”, sublinhou.

Ao mesmo tempo, o empresário desafiou a naturalidade dos verdadeiros beneficiados da indústria do jogo, dando a entender que o sector serve para alimentar as empresas estrangeiras: “Actualmente, a maioria da quota do mercado da indústria do jogo é controlada por empresas que não são locais… Quem é que acham que são os verdadeiros beneficiados? Será que existem hipóteses dos locais controlarem um casino em Macau”, questionou.

David Chow reconheceu ainda que caso haja um aumento no número de licenças de jogo concedidas pelo Governo que vai “à luta”.

13 Mar 2018

David Chow promete investir mais em Cabo Verde

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]avid Chow esteve em Cabo Verde, onde tem em construção o Complexo Turístico do Ilhéu de Santa Maria, o maior projecto de turismo actualmente naquele país da África Ocidental. O empresário local deixou a promessa de mais investimento e em diferentes áreas naquele território

Depois do lançamento do Complexo Turístico do Ilhéu de Santa Maria, um projecto avaliado em 250 milhões de euros, que representa quase 15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde, o empresário radicado em Macau promete continuar a investir no país em áreas como a banca, protecção ambiental e agricultura.

A abertura de um banco figura como o primeiro passo concreto, depois de ter revelado que submeteu, na sexta-feira, o pedido de autorização para o efeito junto do banco central cabo-verdiano. O pedido surge na sequência da assinatura, em Junho, de um memorando de entendimento com o Governo de Cabo Verde para a criação de uma instituição de crédito denominada Banco Sino-Atlântico.

O anúncio foi feito por David Chow à margem do lançamento da primeira pedra da ponte que vai ligar a praia da Gamboa ao ilhéu de Santa Maria, onde ficará instalado o casino, numa cerimónia que assinalou a introdução de algumas alterações ao projecto inicial.

 

Abertura prevista para 2019

A primeira pedra do Complexo Turístico do Ilhéu de Santa Maria, que inclui um ‘resort’, marina, centros de convenções e um casino, foi lançada em Fevereiro de 2016, estando a abertura prevista para o próximo ano. Apesar de atrasos nas obras, justificados com ajustamentos, o empresário prometeu acelerar o projecto de modo a cumprir o prazo de conclusão previamente definido. De acordo com a imprensa cabo-verdiana, a equipa de trabalho vai inclusive ser reforçada com técnicos especializados procedentes de Macau.

“Este projecto é estruturante para a ilha, para a cidade da Praia e para o nosso país. O senhor David Show está a dar um bom exemplo e a contribuir para que possamos crescer. O Governo está a trabalhar para que os investidores se sintam em casa no nosso país e que tenham sucessos nos seus negócios”, escreveu o ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, no Facebook.

O vereador do urbanismo da Câmara Municipal da Praia destacou, por seu turno, o impacto “importantíssimo” daquele “grande projecto” nomeadamente na criação de emprego. A expectativa preliminar é a de que venha a gerar 2100 postos de trabalho directos, à luz de dados anteriormente divulgados.

Segundo a agência de notícias Inforpress, David Chow garantiu estar determinado em investir em áreas diferentes que tenham impacto directo na economia e, sobretudo, na geração de emprego, deixando ainda a promessa de dotar o país de infra-estruturas de qualidade, capazes de o projectar no mundo dos negócios, segundo destaca o Governo de Cabo Verde no seu portal.

21 Fev 2018

Macau Legend com prejuízos no primeiro semestre

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo Macau Legend registou prejuízos de 228,6 milhões de dólares de Hong Kong nos primeiros seis meses do ano, indicou a empresa em comunicado.

As perdas foram justificadas com “o aumento dos custos operacionais e a depreciação gerada pela abertura de novos casinos e hotéis, e também custos financeiros”.

Nos primeiros seis meses, a Macau Legend arrecadou receitas no valor de 855,9 milhões de dólares de Hong Kong, mais 28,5 por cento que no mesmo período de 2016. As receitas de jogo subiram 34,3 por cento para 563,2 milhões de dólares de Hong Kong e as de não-jogo aumentaram 18,7 por cento para 292,7 milhões de dólares de Hong Kong.

O EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) foi de 100,5 milhões de dólares de Hong Kong, mais 115,4 por cento.

A Macau Legend opera três casinos em Macau sob a bandeira da Sociedade de Jogos de Macau (SJM). Um deles, o Legend Palace Hotel, abriu em Fevereiro deste ano e contribuiu com receitas de 37,8 milhões de dólares de Hong Kong.

“Apesar da ‘performance’ melhorada, a rentabilidade do grupo foi negativamente afectada por prejuízos de 228,6 milhões de dólares de Hong Kong durante o período [em causa] maioritariamente devido a aumentos nos custos operacionais e depreciação devido à abertura do Legend Palace Casino e Hotel e aumentos nos custos financeiros”, de acordo com o comunicado.

O director executivo da empresa, David Chow, explicou que os trabalhos de remodelação da Doca dos Pescadores vão continuar e mostram o apoio da empresa “aos esforços do Governo de Macau para construir um centro de turismo e lazer e promover turismo diversificado em Macau”.

“Vamos continuar a melhorar a experiência de compras, restauração ao ar livre e entretenimento na Doca dos Pescadores, agora que a cobertura está terminada”, afirmou.

Novo acordo

No mesmo comunicado, Chow deu conta do acordo com “uma terceira parte independente para se desfazer do hotel Landmark Macau”.

“Espera-se que o negócio esteja concluído antes do final deste ano (…) Vai permitir ao grupo reorganizar e desenvolver novas construções e instalações para corresponder e fundir os mercados em constante mudança”, disse Chow.

Saúde | Surto de gastroenterites controlado

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) emitiram ontem um comunicado onde apontam que o surto de casos de gastroenterites registados nos últimos dias está controlado. No total foram registados 247 casos até quinta-feira, 31 de Agosto. Após a passagem do tufão Hato só foram registados seis casos suspeitos de infecção colectiva devido a gastroenterite que “envolveram duas a cinco pessoas”, sendo que não existe “um aumento evidente em relação à situação habitual”. Uma das causas apontadas pelos SS prende-se com a limitação no abastecimento de água e com “condições de higiene pessoal limitadas”.

4 Set 2017

Doca dos Pescadores | Macau Legend continua a falar na abertura de dois novos casinos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Macau Legend continua a dizer que os seus novos hotéis na Doca dos Pescadores vão ter casinos, apesar da Direçcão de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) ter afirmado ao HM que nenhum tipo de licença foi ainda pedido. Num relatório interino da empresa, entregue ontem à Bolsa de Valores de Hong Kong, a Macau Legend assegura que tanto o Legendale, como o Legend Palace vão ter dois espaços de jogo no interior.
“As remodelações na Doca dos Pescadores incluem o acréscimo de novas instalações, como o (…) Legendale Hotel e o Legend Palace Hotel, dois casinos, infra-estruturas culturais e de entretenimento, uma área de restauração, uma marina de iates e lojas ao ar livre”, começa por indicar o relatório. Mais detalhadamente, a Macau Legend escreve que o Legendale Hotel – o terceiro – “será um hotel cinco estrelas, com 500 quartos e um casino novo” e que o Legend Palace, o segundo, tem 223 quartos e um casino no interior”.
No final de Maio, contudo, a DICJ assegurou não ter nem recebido, nem dado autorização para qualquer construção ligada ao Jogo. “Até agora, a DICJ não recebeu qualquer candidatura de nenhuma das concessionárias para a abertura de novos casinos na localização [da Doca dos Pescadores]”, frisou na resposta dada um mês antes deste relatório da Macau Legend.

Uma questão de altura

A empresa assegura também estar ainda à espera da resposta final do Governo face à altura do novo hotel que está ainda a construir na Doca, indicando que mantém a esperança na autorização para que a construção esteja completa no final de 2018.
“Pedimos ao Governo para aumentar a altura do Legendale e estamos ainda à espera da decisão. Assim que a licença para a altura do hotel for obtida, a construção do hotel vai começar com vista à conclusão completa no final de 2018”, pode ler-se no relatório.
Recentemente, David Chow falava em “injustiça”, caso seja obrigado a reduzir a altura do novo hotel de 90 para 60 metros. Se o Governo ceder à pressão popular que tem sido feita, o empresário diz que quem ganha é o “populismo irracional”. O Executivo, que desde o ano passado que ainda não tem uma decisão, disse este ano que o prédio vai “seguir a legislação”, mas não avança qualquer informação detalhada.
O limite ao hotel é pedido por deputados e activistas por causa da vista para o Farol da Guia, património mundial da UNESCO.
No relatório fica ainda a saber-se que a Macau Legend conseguiu receitas brutas 666 milhões de dólares de Hong Kong entre Janeiro e Junho deste ano, um decréscimo de 4,6% face ao mesmo período do ano passado.

27 Set 2016

Macau Legend ainda não vendeu Landmark. Receitas de 35,8 milhões este ano

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Macau Legend, de David Chow, ainda não vendeu o Hotel Landmark, na Avenida da Amizade. A informação foi confirmada ao HM pela porta-voz da empresa, no dia em que se soube que as receitas da Macau Legend ascenderam a 35,8 milhões de dólares de Hong Kong.
A venda do Landmark foi anunciada no final de Março, quando a empresa referiu que a quebra nas receitas deu o mote para a venda da propriedade. O dinheiro arrecadado já tinha objectivo traçado, sendo este a expansão na península, no Sudeste Asiático e nos PLP.
O Hotel, que viu quebras de 20,7% nas receitas no ano passado, ainda se mantém à venda, bem como o casino que lá dentro opera, sob licença da Sociedade de Jogos de Macau. O dinheiro ainda não chegou, mas os investimentos da Macau Legend prometidos já começaram: esta semana, a empresa anunciou ter comprado o Hotel Casino Savan Vegas no Laos por 326 milhões de dólares de Hong Kong.
Num comunicado enviado aos média, a empresa referia que o projecto – detido totalmente pelo Ministério das Finanças do Laos – tinha mesas de jogo e slot-machines, tendo um contrato exclusivo de 50 anos com adicional prorrogação possível até 49 anos. O hotel conta ainda com mais de 600 quartos.

Em queda

Ontem, o jornal Macau Business Daily dava conta que o valor pela qual foi feita a compra foi de apenas 16,8% do valor total estimado para o espaço. A Sanum Investment, parte do projecto antes de David Chow, diz que o negócio foi feito “à porta fechada” e que o anúncio do investimento da Macau Legend foi feito à Sanum ao mesmo tempo que foi feita aos média. Segundo a publicação inglesa, a empresa deverá tomar medidas por considerar que foram violados acordos.
A venda do Landmark acontece devido ao facto da performance de operação ter “decrescido”, como admitia a Macau Legend em Março. Ontem, a empresa deu a conhecer as receitas do primeiro trimestre deste ano, que ascenderam a 350,6 milhões de dólares de Hong Kong, menos 3,7% do que no mesmo período do ano passado. Os resultados com o EBITDA ajustado (resultados depois dos impostos, juros e amortizações) foram de 35,8 milhões de dólares de Hong Kong, uma descida de 52,2%.
O casino Pharaoh’s Palace, cuja compra chegou a ser ponderada por um accionista, rendeu 258 milhões, menos 15,5%.

19 Mai 2016