Bolsas asiáticas recuperam após perdas devido à guerra comercial

As bolsas asiáticas regressaram ontem aos ganhos, depois de fortes perdas na segunda-feira, marcadas por receios de uma guerra comercial desencadeada por Washington, e depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, prometer “acordos justos” com quem negociar tarifas.

Acompanhando a moderação de perdas registada por Wall Street, as principais praças asiáticas abriram com ganhos, lideradas por Tóquio, que subiu mais de 5 por cento na abertura, depois de registar perdas históricas no dia anterior.

O principal índice da Bolsa de Hong Kong, o Hang Seng, subia cerca de 1,58 por cento a meio da sessão de terça-feira, após a maior queda em quase trinta anos, na segunda-feira: 13,2 por cento.

Em Tóquio, o Nikkei subia 6,08 por cento a meio da sessão de negociação, depois de ter caído quase 8 por cento na segunda-feira, enquanto as bolsas de referência de Xangai e Shenzhen, que registaram quedas de 7,34 por cento e 9,66 por cento, respectivamente, na segunda-feira, estavam em terreno positivo ligeiro, 0,91 por cento e 0,42 por cento respectivamente.

Respostas prontas

O Presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou aplicar tarifas adicionais de 50 por cento à China, se Pequim não recuar com as taxas impostas aos produtos norte-americanos. Em resposta, o Ministério do Comércio do gigante asiático respondeu ontem que as contramedidas anunciadas na passada sexta-feira são “completamente legítimas”.

O fundo estatal chinês Central Huijin Investment fez ontem saber que tem capacidade suficiente para garantir a estabilidade dos mercados de capitais do país e reafirmou a decisão de aumentar novamente a participação em fundos negociados em bolsa, depois de o ter feito na segunda-feira, quando as bolsas de Hong Kong e da China continental caíram fortemente.

O mercado bolsista de Taiwan abriu no vermelho, com o Taiex a cair quase 3 por cento poucos minutos após a abertura e depois de ter registado a maior queda diária da história da ilha na segunda-feira, com uma descida de 9,7 por cento.

Na Indonésia, o principal índice de referência da bolsa, que não operava desde 28 de Março, caiu mais de 9 por cento nos primeiros minutos da sessão, o que levou a uma paragem de meia hora, ao abrigo de um novo regulamento introduzido no dia anterior.

Nos restantes mercados do Sudeste Asiático, as bolsas abriram, na sua maioria, com perdas, lideradas pelo Vietname (-5,04 por cento), Tailândia (-4,08 por cento) – ambas as bolsas estiveram encerradas na segunda-feira – e Singapura (-1,63 por cento). Já as bolsas das Filipinas (+2,04 por cento) e da Malásia (+0,3 por cento) despertaram com ganhos.

9 Abr 2025

Tarifas | Von der Leyen pede a Li Qiang para evitar uma escalada

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu ontem que se “evite uma escalada” na sequência das tarifas aduaneiras impostas pelos Estados Unidos, durante uma conversa telefónica com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.

Segundo um comunicado do executivo comunitário, durante o telefonema, “a presidente apelou a uma solução negociada para a situação actual, sublinhando a necessidade de evitar uma nova escalada. Von der Leyen apontou também a importância vital da estabilidade e da previsibilidade para a economia mundial.

Em resposta à perturbação generalizada causada pelos direitos aduaneiros dos Estados Unidos, a líder do executivo comunitário sublinhou a responsabilidade da Europa e da China, “enquanto dois dos maiores mercados mundiais”, de apoiar um sistema comercial sólido e reformado, livre, justo e assente em condições de concorrência equitativas.

Recordou igualmente a urgência de soluções estruturais para reequilibrar as relações comerciais bilaterais e garantir um melhor acesso das empresas, produtos e serviços europeus ao mercado chinês.

Por último, Ursula von der Leyen reafirmou junto do primeiro-ministro chinês o apoio firme da UE a uma paz justa e duradoura na Ucrânia, salientando que as condições de paz devem ser determinadas pela Ucrânia. Convidou a China a intensificar os seus esforços para contribuir de forma significativa para o processo de paz.

9 Abr 2025

EUA | Pequim critica observações de JD Vance sobre “camponeses chineses”

A China classificou como indelicados os comentários do vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que afirmou numa entrevista que Washington estava a pedir dinheiro emprestado aos “camponeses chineses” e depois a comprar-lhes os frutos do seu trabalho.

Em entrevista ao canal de televisão Fox News, Vance defendeu a ofensiva comercial do Presidente Donald Trump, que abalou a economia mundial com a introdução de taxas alfandegárias, em particular contra a China, apesar dos receios de repercussões globais e das críticas dentro do seu próprio partido.

“Pedimos dinheiro emprestado aos camponeses chineses para comprar o que os camponeses chineses produzem”, afirmou Vance.

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse ontem que “a posição da China sobre as relações económicas e comerciais sino-americanas foi claramente expressa”. “É surpreendente e triste ouvir palavras tão ignorantes e indelicadas por parte deste vice-presidente”, afirmou Lin Jian, em conferência de imprensa.

O vice-presidente dos Estados Unidos disse que via esta medida como um antídoto para a “economia globalista”, que, na sua opinião, não está a funcionar em benefício do povo norte-americano. “Este não é um método para a prosperidade económica. Não é um método para preços baixos, e não é um método para bons empregos nos Estados Unidos da América”, acrescentou o braço direito de Donald Trump.

9 Abr 2025

China sem nada a perder se taxas aumentarem mais 50 por cento, dizem economistas

Pequim está a aproximar-se de um ponto em que não tem “nada a perder” na guerra comercial com Washington, afirmaram economistas, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter ameaçado aumentar as taxas em mais 50 por cento sobre produtos chineses.

“A margem de lucro do sector exportador chinês é entre 30 por cento e 40 por cento”, escreveu Dan Wang, director para a China do grupo de reflexão (‘think tank’) Eurasia Group. “Se os Estados Unidos impuserem taxas alfandegárias superiores a 35 por cento, a maior parte dos seus lucros será eliminada. O facto de as taxas serem de 70 por cento ou mesmo de 1000 por cento não faz grande diferença, uma vez que impede a China de negociar directamente com os Estados Unidos”, argumentou.

Desde a sua tomada de posse, em Janeiro, Trump já aplicou uma sobretaxa adicional de 20 por cento sobre produtos chineses que entram nos Estados Unidos. Esta sobretaxa deverá aumentar para 54 por cento amanhã.

Em resposta, Pequim anunciou que vai impor taxas de 34 por cento sobre os produtos norte-americanos a partir de quinta-feira. O Presidente dos Estados Unidos ameaçou na segunda-feira aumentar as taxas em mais 50 por cento se Pequim mantiver a sua decisão.

No conjunto, as taxas iriam para cerca de 115 por cento, segundo Su Yue, economista principal para a China na Economist Intelligence Unit.

“Além disso, todas as conversações com a China sobre as reuniões que solicitaram connosco serão encerradas”, ameaçou Trump.

Wang explicou que, apesar de os exportadores chineses enfrentarem agora a nova realidade de um aumento permanente dos custos de exportação, isso não significa que as exportações vão parar. Pelo contrário, obriga os exportadores a encontrarem novos mercados e a reduzirem o envio de mercadorias directamente para os EUA.

Alicia Garcia-Herrero, economista-chefe para a região Ásia-Pacífico do banco de investimento francês Natixis, também minimizou a última ameaça de Trump.

“O mercado dos EUA já está fechado para os produtos chineses, pelo menos directamente da China para os EUA, pelo que [um aumento adicional de 50 por cento das tarifas] não é uma ameaça [eficaz]”, considerou. A decisão reflecte o facto de os EUA estarem a visar a China mais do que qualquer outro país, o que “já acontecia antes de a China retaliar”, frisou.

Erros e chantagens

A China ameaçou ontem “tomar resolutamente contramedidas para salvaguardar os seus próprios direitos e interesses”, em resposta à ameaça de Trump. Em comunicado, o Ministério do Comércio disse que a imposição pelos EUA das “chamadas ‘tarifas recíprocas’” à China é “completamente infundada e é uma prática típica de ‘bullying’ unilateral”.

“As contramedidas tomadas pela China têm como objectivo salvaguardar a sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento e manter a ordem normal do comércio internacional. São completamente legítimas”, lê-se no comunicado. “A ameaça dos EUA de aumentar as taxas sobre a China é um erro em cima de um erro e mais uma vez expõe a natureza chantagista dos EUA. A China nunca aceitará isso. Se os EUA insistirem nesse caminho, a China lutará até ao fim”, apontou.

9 Abr 2025

Visita | PM espanhol na China pela terceira vez em dois anos

Em plena guerra comercial, o líder do governo espanhol regressa à China para estabelecer acordos bilaterais com o gigante asiático

 

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, visita esta semana dois dos países mais afectados pelas novas taxas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos, o Vietname e a China, para promover o comércio e os investimentos bilaterais.

No caso da China, é a terceira vez em apenas dois anos que Sánchez visita Pequim e vai reunir-se de novo com o Presidente do país, Xi Jinping, como já aconteceu em Março de 2023 e Setembro de 2024.

Esta viagem à Ásia ocorre poucos dias depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado a intenção de impor e agravar taxas sobre produtos importados pelo país, com a China e o Vietname a serem alvo das maiores percentagens: 34 por cento e 46 por cento, respectivamente.

O Governo espanhol realçou nos últimos dias que as visitas de Sánchez ao Vietname e à China foram coordenadas com a União Europeia (UE) e já estavam previstas antes dos anúncios de Trump.

A ida de Sánchez ao Vietname e à China não é, assim, uma resposta à guerra comercial norte-americana nem “contra ninguém”, disseram as mesmas fontes, que reconheceram, porém, que a viagem adquiriu uma relevância nova no contexto dos últimos dias.

O objectivo de Espanha é diversificar mercados para exportação, assim como de destino e origem de investimentos, mas não substituir a relação comercial com os EUA, disse o Governo espanhol. Espanha tem com o Vietname e a China um enorme desequilíbrio comercial, que pretende reduzir.

Segundo dados oficiais, em 2024, Espanha importou do Vietname 5.200 milhões de euros e exportou 530 milhões. No caso da China, as importações ascenderam a 45 mil milhões de euros e as exportações a 7.400 milhões.

Chave da diversificação

Na semana passada, no dia seguinte ao anúncio das novas taxas comerciais dos EUA, Sánchez acusou Trump de ter iniciado uma guerra comercial “injusta e injustificada contra tudo e contra todos” e com um “ataque unilateral”.

O primeiro-ministro espanhol apelou a uma resposta da UE que passe pela negociação com os EUA e pela imposição de taxas recíprocas, mas também pela diversificação dos parceiros comerciais, em linha com o princípio da “autonomia estratégica da Europa” em que os dirigentes europeus têm insistido nos últimos anos, sobretudo após a guerra na Ucrânia iniciada pela Rússia.

A China “tem de ser um parceiro estratégico no futuro” e “independentemente da situação actual em relação aos Estados Unidos”, disse na segunda-feira o ministro espanhol da Economia, Carlos Cuerpo, no Luxemburgo, à chegada a uma reunião de ministros da UE com a pasta do comércio.

Cuerpo realçou que Espanha está “há vários anos a insistir no reforço desta relação” da UE com a China.

“Entre outras coisas porque nos ajuda a abrir um mercado importantíssimo e, além disso, é uma fonte potencial de investimentos no nosso continente, nos nossos países”, acrescentou o ministro, que afirmou que Espanha quer “estabelecer uma relação estratégica com a China”.

Plano de viagem

Sánchez inicia amanhã a primeira visita de um primeiro-ministro espanhol ao Vietname, que inclui encontros com os líderes políticos do país e com empresários. Chega à China na sexta-feira e tem na agenda encontros, em Pequim, com o Presidente chinês, Xi Jinping, o primeiro-ministro, Li Qiang, e com empresários chineses.

A visita anterior, em Setembro de 2024, coincidiu com um momento de tensão entre a União Europeia e a China, por causa da decisão de Bruxelas de avançar com novas taxas sobre a importação de carros eléctricos chineses e a ameaça de Pequim de retaliação em relação à carne de porco europeia, de que Espanha é um dos maiores produtores dentro do bloco comunitário.

Para além do comércio, Espanha atraiu nos últimos anos investimentos chineses significativos. Segundo dados oficiais das autoridades de Espanha, empresas chinesas têm investidos mais de 10 mil milhões de euros no país para a produção de carros eléctricos, a par de outros projetos na área das baterias ou dos eletrolisadores (usados na produção do designado hidrogénio verde).

9 Abr 2025

Jurista Cristina Ferreira apresenta hoje livro na FRC

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe hoje, a partir das 18h30, a apresentação do novo livro da jurista Cristina Ferreira, intitulado “Estatuto Jurídico do GAFI na Ordem Internacional”, editado pela Brill. O evento decorre no âmbito do ciclo de palestras “Reflexões ao Cair da Tarde”, e conta com a moderação de Paulo Cardinal, jurista e docente. Ambos dão aulas na Faculdade de Direito da Universidade de Macau.

O evento tem por objectivo dar a conhecer as premissas do livro “The Legal Status of the Financial Action Task Force in the International Legal System”, lançado em Janeiro, sendo que a conferência versa sobre a “evolução do estatuto jurídico do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) na cena internacional, com base no argumento ousado de que o GAFI evoluiu gradualmente para uma organização internacional, abordando este tema na perspectiva do direito internacional e do direito das organizações internacionais, combinando teoria e prática”, segundo a autora, citada por um comunicado da FRC.

O GAFI (FATF – Financial Action Task Force) é a organização a nível mundial responsável por fixar as políticas e padrões internacionais no combate ao branqueamento de capitais, ao financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição maciça, e à ocorrência de outras ameaças à integridade do sistema financeiro mundial.

Anos de análise

Como consultora jurídica em Direito Internacional, a autora testemunhou ao longo de duas décadas “a metamorfose gradual, do que começou por ser um organismo técnico especializado, para uma organização complexa e multifacetada, cuja legitimidade é prejudicada pela falta de clareza quanto à sua posição jurídica”.

O âmbito da organização, e o impacto de longo alcance das suas políticas e medidas, para responder às tendências e ameaças globais que representam um risco para o sistema financeiro internacional, bem como a forma como os membros, não membros, Organizações Internacionais e outros intervenientes, as aceitaram e implementaram, sem um exame minucioso (pesos e contrapesos) e sem questionar o seu estatuto legal, é a reflexão que se coloca.

O tema tem especial relevância para audiências nas áreas do Direito Internacional Público, Direito das Organizações Internacionais ou Direito Institucional Internacional, Direito Económico Internacional, Relações Internacionais, e para um público potencial de decisores políticos, académicos, profissionais do Direito, advogados, reguladores e estudantes.

9 Abr 2025

Comércio | Fornecedores pedem autonomia face a produtos americanos

Para evitar o impacto das tarifas dos Estados Unidos da América, a Associação da União dos Fornecedores de Macau defende uma maior autonomia gradual face aos produtos importados da América. A ideia veio do presidente da associação, Ip Sio Man, segundo o canal chinês da Rádio Macau.

De acordo com Ip, a dependência dos EUA é negativa porque as políticas tarifárias são imprevisíveis e estão constantemente a mudar. O responsável indicou que no ano passado, o valor de produtos que Macau exportou para os EUA foi de 300 milhões de patacas, enquanto o valor dos produtos importados dos EUA foi de 70 mil milhões de patacas. Por outro lado, Ip Sio Man antecipou que o Governo de Macau não está em condições de seguir o Interior na adopção de políticas de retaliação contra os EUA, pelo que deverá seguir um caminho alternativo.

Mas mesmo que Macau siga a política de retaliações, Ip desvalorizou o caso, ao considerar que não vai ter grande impacto, porque, nos últimos anos, Macau tem explorado activamente novos mercados e pode importar produtos de outras regiões para substituir os dos EUA.

9 Abr 2025

CAEAL | Pedida isenção a escolas durante acto eleitoral

A Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) organizou uma sessão com várias instituições de ensino para recordar a necessidade de as escolas respeitarem os “princípios de justiça, imparcialidade e integridade nas eleições”. A iniciativa decorreu a convite da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ).

Com várias escolas ligadas a associações financiadas pelo Governo que apresentam listas candidatas às eleições, os casos de campanha eleitoral através dos alunos, como acontece com a entrega de panfletos, não são incomuns. Por esse motivo, a CAEAL destacou a necessidade das direcções garantirem que as escolas se mantêm à margem do acto eleitoral.

O presidente da comissão, o juiz Seng Ioi Man, frisou na sessão que “as escolas públicas devem manter uma posição neutra, e que os seus funcionários devem igualmente manter uma posição neutra perante as diversas listas de candidatura, durante a execução das suas tarefas, não podendo proceder a propaganda eleitoral durante o horário ou no espaço de trabalho”.

Em relação às escolas privadas, o responsável defendeu que a “Lei Eleitoral não regula especificamente as escolas privadas em matéria de propaganda eleitoral”, mas que as orientações internas “devem ser decididas e aplicadas pelas próprias instituições de ensino privado, mas sempre em conformidade com a lei e realizadas dentro do período de propaganda eleitoral”.

9 Abr 2025

Emprego | Ella Lei pede mais ajudas a jovens e idosos

A deputada Ella Lei defende que o Governo precisa de lançar mais apoios ao emprego dos jovens e das pessoas mais velhas. Foi desta forma que a deputada ligada aos Operários fez a antevisão da apresentação das primeiras Linhas de Acção Governativa (LAG) do Governo de Sam Hou Fai, que decorrem na próxima segunda-feira.

Segundo o jornal Ou Mun, a deputada espera que o Governo possa lançar novos subsídios, cursos de formação e criar novas oportunidades de emprego para estes grupos.

Ella Lei recordou que Sam Hou Fai destacou a garantia dos direitos laborais dos residentes como uma das suas prioridades do mandato, deixando a esperança que o Governo faça uma revisão do número de autorizações de trabalho concedidas aos não residentes. Neste capítulo, Lei espera que haja maiores incentivos para os locais assumirem posições de chefia, principalmente nas grandes empresas.

Além disso, Ella Lei quer que o Governo reforce o combate contra os trabalhadores ilegais, citando as queixas dos residentes de que nos sectores de construção, restauração, ou motoristas é normal existirem trabalhadores ilegais e nos últimos anos ainda entram em outros sectores como convenções e exposições, turismo e filmagens.

9 Abr 2025

Economia | Bolsas asiáticas caem a pique após colapso de Wall Street

As acções asiáticas abriram ontem em forte queda, dando seguimento ao colapso de sexta-feira em Wall Street devido à imposição de tarifas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à reacção de Pequim.

Os mercados de futuros nos EUA também fecharam no vermelho, com o S&P 500 a perdeu 4,2 por cento, enquanto o Dow Jones Industrial Average caiu 3,5 por cento. O índice Nasdaq perdeu 5,3 por cento.

As negociações em Tóquio abriram em queda expressiva, com o Nikkei, o principal índice da bolsa nipónica, a perder quase 8 por cento, logo após a abertura do mercado. Uma hora mais tarde, estava a cair 7,1 por cento, para 31 375,71. O segundo índice nipónico, o Topix, também abriu a perder 8,64 por cento no início da sessão.

O Kospi da Coreia do Sul abriu a perder 5,5 por cento para 2.328,52, enquanto o S&P/ASX 200 da Austrália começou as negociações a cair 6,3 por cento para 7.184,70.

O índice de referência da Bolsa de Taipé, o Taiex, poucos minutos após a abertura, caiu 9,8 por cento, perdendo 2.054 pontos, para 19.243, com a empresa tecnológica Hon Hai (Foxconn), o maior fabricante mundial de produtos electrónicos, e a gigante taiwanesa TSMC, que domina o mercado mundial de fundição de chips, a registarem também perdas próximas dos 10 por cento.

De igual modo, os preços do petróleo continuaram em plano descendente, com o preço de referência do petróleo dos EUA a cair 4 por cento, ou 2,50 dólares, para 59,49 dólares por barril. O petróleo Brent, o padrão internacional, cedeu 2,25 dólares para 63,33 dólares por barril.

O mercado monetário também registou grandes movimentos, com o dólar americano a cair para 145,98 ienes japoneses, de 146,94 ienes, sendo que iene é muitas vezes visto como um porto seguro em tempos de turbulência. O euro subiu de 1,0962 dólares para 1,0967 dólares.

Recessão à vista

Na sexta-feira, no pior registo desde a Covid-19, Wall Street fechou com o S&P 500 a cair 6 por cento e o Dow 5,5 por cento. O Nasdaq composto caiu 5,8 por cento.

As perdas aceleraram depois de a China ter igualado o grande aumento dos direitos aduaneiros anunciado por Trump na quarta-feira da semana passada, fazendo subir a parada numa guerra comercial que poderá terminar com uma recessão da economia mundial.

Mesmo um relatório melhor do que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, divulgado na sexta-feira, que normalmente se assume como o destaque económico de cada mês, não foi suficiente para suster a queda dos mercados. Todas as acções das 500 empresas do índice S&P 500, excepto 14, caíram na sexta-feira.

A resposta da China às tarifas norte-americanas provocou uma aceleração imediata das perdas nos mercados mundiais. O Ministério do Comércio de Pequim anunciou que irá responder às tarifas de 34 por cento impostas pelos EUA sobre as importações da China com a sua própria tarifa de 34 por cento sobre as importações de todos os produtos norte-americanos a partir de 10 de abril, entre outras medidas.

Os Estados Unidos e a China são as duas maiores economias do mundo. Trump anunciou na quarta-feira que vai impor tarifas a países de todo o mundo. Sobre as taxas, o Presidente dos EUA disse que “vão trazer um crescimento como nunca se viu” e “mais rápido do que se pensa”.

No caso da UE, Trump referiu que a tarifa será de 20 por cento, uma vez que, segundo explicou, o bloco europeu tributa os produtos norte-americanos em 39 por cento, em média, enquanto a Coreia do Sul, por exemplo, os tributa em quase 50 por cento, em média. As tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos sul-coreanos serão de 26 por cento.

7 Abr 2025

Arquitectura | Proposta de Nuno Soares para praia de Hac-Sá vence prémio

“Park of Tides”, projecto liderado pelo arquitecto Nuno Soares, do atelier “Urban Pratice”, recebeu o Prémio de Prata na categoria “Landscape Design – Public Landscape” nos London Design Awards 2024.

A proposta, lançada em concurso público por convite pelo Instituto para os Assuntos Municipais de Macau no início de 2024, tinha como objectivo “criar um percurso pedestre acessível que ligasse as duas extremidades da praia, incorporando simultaneamente instalações de lazer”, descreve o comunicado.

“Park of Tides” inspira-se “no ritmo natural das marés”, tendo uma área de 12 mil metros quadrados, onde se reinterpreta “o percurso com uma expansão em forma de onda”. Prevê-se, nesta proposta, “um espaço moderno, verde e acessível à beira-mar, que valoriza a beleza natural e o valor recreativo da Praia de Hac Sá”.

Nuno Soares desenvolveu ainda três zonas, centradas no lazer e espaços interactivos, na exploração de materiais naturais e actividades ao ar livre e ainda outro local com “design e instalações contemporâneas”. Assim, em conjunto, estas três zonas “reimaginam a zona ribeirinha como um destino multifuncional e inclusivo para os visitantes se envolverem, explorarem e descontraírem”.

Citado pela mesma nota, Nuno Soares explicou que este projecto “adopta uma abordagem de impacto mínimo, onde estruturas permeáveis e materiais naturais se envolvem com o terreno”, além de representar um “compromisso” do atelier “com práticas arquitectónicas sustentáveis e inclusivas, assegurando a preservação ecológica ao mesmo tempo que aumenta o bem-estar da comunidade”.

Os London Design Awards, em conjunto com a International Awards Associate, reconhecem projectos que são excepcionais e de influência criativa propondo-se a promover trabalhos de designers envolvidos em vários campos, trazendo reconhecimento aqueles que superam a indústria.

7 Abr 2025

Imagens sobre a China povoam nova mostra da Halftone

A Halftone – Associação Fotográfica de Macau inaugura esta sexta-feira uma nova exposição dedicada à cultura e visões da China. “O Espírito da China” é o nome da mostra que pode ser vista no piso 3 do empreendimento The Parisian Macao, no Cotai, a partir das 18h30, estando patente até ao dia 11 de Maio.

Esta exposição coletiva reúne os trabalhos de 17 fotógrafos radicados em Macau, que exploram, através de narrativas visuais fortes, a evolução da identidade chinesa e o seu significado contemporâneo. Incluem-se nomes como João Palla, Sofia Mota, Sara Augusto ou Francisco Ricarte, entre outros. Alguns dedicam-se exclusivamente à fotografia, outros apenas fazem dela um passatempo. A ideia é revelar este cruzamento de formas de fotografar.

Segundo um comunicado da Halftone, que publica também uma revista de fotografia, “a mostra propõe uma reflexão sobre a forma como a urbanização rápida e o surgimento de megacidades coexistem com bairros históricos, como os rituais religiosos e festividades antigas dialogam com a cultura digital, e como as novas gerações estão a redefinir o que significa ser chinês no século XXI”.

“Com recurso à fotografia documental, contemporânea e conceptual, os trabalhos percorrem o tempo e o espaço — passado, presente e futuros imaginados — oferecendo visões profundas sobre património, marcos urbanos e novas formas de expressão visual”, acrescenta-se.

Uma dinâmica própria

A Halftone aponta ainda, na mesma nota, que “mais do que uma representação do legado chinês”, esta exposição “revela a identidade como uma força viva — constantemente moldada por mudanças sociais, dinâmicas da diáspora e interconectividade digital”. “O público é convidado a reflectir sobre a coexistência entre o antigo e o novo, e a envolver-se com o espírito de uma nação em transformação”, é ainda referido.

“O Espírito da China” mostra um país que “tem passado por uma transformação impressionante nas últimas décadas, reconfigurando não apenas os seus horizontes urbanos e paisagens arquitectónicas, mas também a própria essência da sua identidade cultural”. “Perante uma modernização acelerada e o avanço da tecnologia, uma nova geração tem vindo a construir um diálogo dinâmico entre tradição e inovação”, descreve a nota.

7 Abr 2025

Caligrafia | FRC acolhe nova mostra a partir de hoje

A galeria da Fundação Rui Cunha acolhe uma nova mostra de trabalhos de caligrafia. Trata-se de “Feelings Expressed in Ink”, da autoria da artista e docente Ao Wan U e de alunos do Centro I Chon da União Geral das Associações de Moradores de Macau, conhecidos também como Kaifong

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugura hoje, a partir das 18h30, a mostra colectiva de caligrafia com o nome “Feelings Expressed in Ink”, com trabalhos da artista e professora Ao Wan U e alunos séniores do Centro I Chon da União Geral das Associações dos Moradores de Macau. A entidade co-organiza este evento em conjunto com a Associação de Poesia dos Amigos do Jardim da Flora.

Esta mostra apresenta cerca de 60 obras de caligrafia a caneta e pincel, ricas em contexto e diversidade, executadas por 40 artistas amadores de idades compreendidas entre os 45 e os 88 anos de vida.

“A caligrafia, um aspecto essencial da cultura chinesa, transporta a sabedoria e as tradições estéticas desenvolvidas ao longo de milhares de anos. Não é apenas uma forma de arte, mas também um caminho para o crescimento espiritual”, refere Ao Wan U, citada por um comunicado da FRC.

A responsável acrescenta ainda que “além de despertar o potencial mental dos nossos participantes mais maduros, a prática da caligrafia serve para enriquecer a sua compreensão e apreciação desta forma de arte, através da aprendizagem colaborativa e da troca. Os participantes transmitem as suas histórias com tinta, expressando as suas emoções através das obras de arte. Este esforço reflecte com perfeição o princípio da “aprendizagem ao longo da vida”, revelou ainda.

A paixão da arte

Na apresentação da mostra, Ao Wan U, que foi tutora deste projecto, refere a sua dedicação ao universo da caligrafia, na ligação à docência.

“Como tutora deste projecto, possuo um mestrado em Educação e mais de 20 anos de experiência no ensino da caligrafia. Recebi vários prémios do Concurso de Caligrafia de Macau para Professores do Ensino Básico e Secundário, reflectindo o meu profundo empenho em nutrir uma paixão por esta forma de arte. A minha dedicação à excelência na educação valeu-me o reconhecimento como ‘Tutora de Excelência'”, explicou.

A responsável ensina também caligrafia não só em escolas de ensino formal, mas também em programas de educação contínua para alunos adultos. “Através destes programas, espero contribuir para aumentar a sua autoconfiança e auto-estima”, disse. A mostra vai estar patente na FRC por um curto período de tempo, terminando já este sábado, 12.

7 Abr 2025

Japão | Casal imperial de visita a Iwo Jima

A visita dos imperadores japoneses serve para assinalar o 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, num território que foi palco de uma das batalhas mais sangrentas do conflito

 

Os imperadores do Japão, Naruhito e Masako, chegaram ontem à ilha de Iwo Jima, cenário de uma das batalhas mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial, no âmbito das celebrações do 80.º aniversário do fim do conflito global.

É a primeira vez que o casal imperial visita a ilha remota, agora oficialmente designada Ioto, situada a cerca de 1.250 quilómetros a sul de Tóquio, onde irá prestar uma homenagem diante dos memoriais de guerra aí erguidos.

A Batalha de Iwo Jima é considerada uma das batalhas mais sangrentas da Campanha do Pacífico da Segunda Guerra Mundial. Durante as cinco semanas que durou, cerca de 7.000 soldados norte-americanos e quase 22.000 soldados japoneses foram mortos, entre 80.000 soldados que combateram nesta ilha de apenas 21 quilómetros quadrados.

A tomada da ilha, remota e fortemente fortificada, em 26 de Março de 1945, foi considerada um passo fundamental no avanço das forças aliadas no Pacífico, com vista a invadir o território principal do arquipélago japonês, embora a importância estratégica da batalha seja ainda debatida pelos especialistas.

A ilha foi devolvida à soberania japonesa em 1968 e oficialmente rebatizada Ioto em 2007, a pedido dos habitantes da zona, nome efectivamente utilizado pelos antigos habitantes. A ilha foi erradamente designada por Iwo Jima quando os habitantes foram retirados pouco antes da batalha.

Após a ocupação, os habitantes não foram autorizados a regressar e, durante a ocupação norte-americana, a ilha manteve esse nome, o que contribuiu para popularizar a legenda da fotografia histórica de Joe Roshental, em que os fuzileiros navais norte-americanos estão a hastear a bandeira dos EUA, uma imagem adaptada para o cinema por Clint Eastwood.

Outras visitas

Em 1994, os imperadores Akihito e Michiko visitaram a ilha para prestar homenagem, no âmbito do 50.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, assinalado um ano mais tarde.

A presença de Naruhito e Masako segue-se a uma homenagem anterior, em 29 de Março, protagonizada pelo primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e pelos ministros da Defesa do Japão e dos Estados Unidos, Gen Nakatani e Pete Hegseth.

A digressão dos imperadores, este ano, prossegue em Junho com uma passagem por Okinawa, a prefeitura da ilha mais a sul do Japão, onde teve lugar outra das batalhas mais emblemáticas desta guerra, a Batalha de Okinawa.

Nos próximos meses, o casal imperial visitará ainda Hiroshima e Nagasaki, na primeira viagem às cidades devastadas pelos bombardeamentos nucleares norte-americanos desde que ascenderam ao trono.

7 Abr 2025

China preparada para travar combate comercial com EUA

O jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC) admitiu ontem que as taxas impostas por Washington terão impacto na economia chinesa, mas ressalvou que a liderança em Pequim já vinha a preparar-se para este momento.

“Embora os mercados internacionais considerem, de modo geral, que os abusos tarifários dos Estados Unidos excederam as expectativas, o Comité Central do Partido [Comunista] já tinha previsto esta nova ronda de contenção e repressão económica e comercial contra a China, estimou plenamente o seu potencial impacto e preparou planos de resposta com tempo de antecipação e reservas suficientes”, afirmou o Diário do Povo.

Reconhecendo que a aplicação de taxas alfandegárias adicionais de 34 por cento sobre as importações oriundas da China, além das taxas de 20 por cento impostas anteriormente, resultará numa “redução do comércio bilateral com os EUA” e num “impacto negativo a curto prazo para as exportações”, o jornal lembrou que “muitos produtos dos EUA têm elevada dependência da China”.

“Os EUA dependem da China não só para muitos bens de consumo, mas também para investimento e produtos intermédios, com uma dependência superior a 50 por cento em várias categorias, o que torna difícil encontrar alternativas no mercado internacional a curto prazo”, lê-se no editorial.

A percentagem das exportações da China para os Estados Unidos, em relação ao total das suas vendas externas, caiu de 19,2 por cento, em 2018, para 14,7 por cento, em 2024. Parte desta queda deve-se ao ‘comércio triangular’, no qual os produtos são exportados quase concluídos da China para outros países, incluindo Vietname, Tailândia ou Camboja, onde é acrescentado um componente ou acabamento, visando alterar o local de fabrico, visando contornar as taxas.

O Diário do Povo lembrou que, nos últimos anos, “apesar das pressões internas e externas”, Pequim “tem persistido em fazer coisas difíceis, mas correctas”, incluindo desalavancar o sector imobiliário e reduzir o endividamento das administrações locais e das pequenas e médias instituições financeiras. “Estes três grandes riscos foram eficazmente controlados e contidos e estão a diminuir”, assegurou.

Em grande

Apontando a “grande dimensão” da economia chinesa, o jornal lembrou que a China dispõe de instrumentos de política monetária, como a redução do rácio de reservas obrigatórias e das taxas de juro, para estimular o consumo interno com uma “força extraordinária”, o que permitiria ao país asiático reduzir a sua dependência das exportações.

“O mercado interno tem uma ampla margem de manobra”, afirmou o jornal oficial do Partido Comunista Chinês. E sublinhou ainda a capacidade do país para transformar o efeito adverso das medidas dos EUA num “impulso” para acelerar a transformação económica e a “inovação industrial”.

“Estrangular, reprimir e restringir apenas forçará a China a acelerar os avanços tecnológicos fundamentais em áreas-chave”, avisou.

7 Abr 2025

Comércio | EUA acusados de unilateralismo, proteccionismo e intimidação

A guerra comercial imposta ao mundo por Donald Trump intensifica-se. Pequim responde com novas taxas e suspende importações de vários produtos norte-americanos, enquanto assegura que “o céu não vai cair”

 

A China acusou ontem os Estados Unidos de unilateralismo, proteccionismo e intimidação económica, face ao intensificar da guerra comercial entre Pequim e Washington.

“Colocar a ‘América em primeiro lugar’, acima das regras internacionais, é um acto típico de unilateralismo, proteccionismo e ‘bullying’ económico”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Lin Jian, em conferência de imprensa.

Na semana passada, Trump impôs uma taxa adicional de 34 por cento sobre produtos oriundos da China, como parte do “Dia da Libertação”, que se somou a duas rondas de taxas de 10 por cento já declaradas em Fevereiro e Março. A China retaliou rapidamente com a sua própria taxa de 34 por cento sobre produtos norte-americanos.

Pequim também suspendeu as importações de sorgo, aves de capoeira e farinha de ossos de algumas empresas norte-americanas. As últimas medidas de retaliação da China incluem mais controlos de exportação sobre minerais de terras raras, essenciais para várias tecnologias, e uma acção judicial na Organização Mundial do Comércio.

Lin afirmou que as taxas impostas por Trump prejudicam a estabilidade da produção global e das cadeias de abastecimento e afectam seriamente a recuperação económica mundial. “A pressão e as ameaças não são a melhor forma de lidar com a China,” disse Lin. “A China salvaguardará firmemente os seus direitos e interesses legítimos”, acrescentou.

Votos de confiança

Pequim transmitiu ontem confiança, com o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista, a assegurar que “o céu não vai cair”. “Perante os golpes indiscriminados das taxas americanas, sabemos o que estamos a fazer e temos instrumentos à nossa disposição”, acrescentou.

Não se sabe se o líder da China, Xi Jinping, se vai reunir com Trump para chegar a um acordo. Lin dirigiu as perguntas sobre uma possível reunião a outros departamentos. No domingo, funcionários do Governo chinês reuniram-se com representantes de empresas norte-americanas, incluindo a Tesla e a GE Healthcare.

“A raiz do problema das taxas alfandegárias está nos EUA”, disse Ling Ji, vice-ministro do Comércio, na reunião com 20 empresas norte-americanas, de acordo com um comunicado. “Esperamos que as empresas americanas possam resolver o problema pela raiz, emitir declarações razoáveis, tomar medidas concretas e trabalhar em conjunto para salvaguardar a estabilidade das cadeias de abastecimento global”, afirmou.

Ling, que é também o negociador comercial adjunto da China, garantiu que o país asiático protegerá os “direitos e interesses legítimos das empresas financiadas por estrangeiros de acordo com a lei” e “promoverá activamente a resolução dos seus problemas e exigências”

Protecção garantida

O vice-ministro chinês do Comércio, Ling Ji, disse ontem a representantes de empresas norte-americanas como a Tesla e a GE Healthcare que Pequim “sempre protegerá” os direitos das empresas com capital estrangeiro, face à guerra comercial desencadeada por Washington.

“A China tem sido, é e será um destino de investimento ideal, seguro e promissor para investidores estrangeiros”, disse Ling, durante uma mesa redonda com mais de 20 empresas de capital norte-americano, em Pequim, segundo um comunicado difundido pelo Ministério do Comércio chinês.

7 Abr 2025

Turismo | Quase 409 mil visitantes em três dias

Entre sexta-feira e domingo, 408.778 visitantes entraram em Macau, segundo dados divulgados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública.

O fim-de-semana prolongado pelo feriado Cheng Ming (dia dos finados) registou um número de entradas de visitantes progressivamente menor, ou seja, depois dos mais de 173 mil turistas que chegaram a Macau na sexta-feira, o número foi diminuindo até domingo.

Como manda a tradição, o posto fronteiriço das Portas do Cerco registou o maior fluxo de travessias, com 185.152 entradas de visitantes nos três dias, seguido pelo posto da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, com 81.464 entradas e o posto de Hengqin com 62.854. Com o registo durante o fim-de-semana prolongado, o número de entradas em Macau desde o início do ano ultrapassou os 10 milhões de visitantes.

7 Abr 2025

Obras viárias | Au Kam San critica funcionamento da Administração

O antigo deputado Au Kam San critica a burocracia do Grupo de Trabalho para a Optimização da Coordenação de Obras Viárias, lançado pelo Chefe do Executivo.

Numa publicação no Facebook, Au Kam San entende que a criação deste organismo público não vai resolver o problema das obras viárias, tendo descrito que, apesar deste novo grupo seja liderado pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, mantém as mesmas ideias do anterior Executivo.

Além disso, o ex-deputado lembrou a criação de uma outra entidade semelhante, o Grupo de Supervisão de Obras Viárias. “A piada que se pode associar a este sistema burocrático é que, se um grupo não conseguir fazer bem um trabalho, haverá outro. Se esse trabalho continuar a não ser feito, haverá sempre mais um grupo e serviço adicionado”, escreveu. Au Kam San concluiu que o problema das obras viárias existe desde o estabelecimento da RAEM, pelo que não acredita que possa ser resolvido através de “melhorias” e “coordenação” com grupos de trabalho.

Entretanto, realizou-se ontem a segunda reunião do ano do Grupo de Trabalho para a Optimização da Coordenação de Obras Viárias, tendo Raymond Tam dito, segundo uma nota oficial, que “o Governo irá exigir ao promotor do empreendimento a reserva prévia de espaços para a instalação de canalização durante a execução das obras, com vista a reduzir a possibilidade de escavações repetidas nas vias públicas”.

Foram dadas “instruções aos membros do Grupo de Trabalho e às empresas de canalização para reduzirem o prazo da execução de obras e aplicarem mais tecnologia, a fim de minimizar o impacto para residentes e lojistas”.

7 Abr 2025

Tabaco | Moradores querem clarificação de zonas para fumadores

A União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) defende que o Governo deve demarcar de forma mais visível as zonas para fumadores, afastando-as das áreas de maior afluência de turistas. A posição foi tomada por Che Mei Leng, vice-presidente da UGAMM, em declarações ao jornal Exmoo.

Em reacção aos planos do Governo para criar uma zona para fumar perto das Ruínas de São Paulo, Che indica que é necessário ter em conta que o fumo tende a espalhar-se e que por isso se deve evitar que afecte os outros turistas, moradores e comerciantes da zona. A responsável pede que a zona seja criada longe das grandes concentrações de visitantes.

Contudo, a vice dos Moradores também reconhece que é natural que os fumadores não queiram que a zona fique muito afastada das principais atracções. Por esta razão, Che Mei Leng considera que o Governo tem que encontrar um equilíbrio entre os benefícios para os moradores da zona e os interesses dos fumadores.

Che Mei Leng também sugeriu que seja implementado um período de transição, antes de serem aplicadas punições, para que os turistas possam estar bem informados sobre as consequências dos seus actos. Ao mesmo tempo, Che apelou ao Governo para promover a divulgação da medida nas redes sociais.

7 Abr 2025

Centro de Ciência | Subsídios cobrem perdas de 141 milhões

No ano passado, o Centro de Ciência de Macau apresentou perdas operacionais de 141 milhões de patacas, que tiveram de ser cobertas pelos subsídios do Governo. Os dados constam dos resultados mais recentes da demonstração de resultados da empresa gerida por Mok Ian Ian e detida a 100 por cento pela RAEM.

De acordo com os números apresentados, as operações do Centro de Ciências geraram perdas de 141,0 milhões de patacas. Este número indica perdas acima das registadas no ano anterior, que tinham sido de 121,8 milhões de patacas.

Em termos operacionais, o Centro de Ciência registou 16,1 milhões de patacas em receitas, ao qual se juntaram 1,4 milhões gerados com juros de capital, além de 3,2 milhões classificados como outras receitas.

Ao mesmo tempo, as despesas foram de 161,8 milhões patacas, mais 16 milhões do que 2023, quando tinham sido de 145,8 milhões de patacas. As principais despesas foram realizadas com os custos de pessoal, no valor de 64,5 milhões de patacas. Mok Ian Ian, como presidente da instituição, tem um salário anual de quase 1,6 milhões de patacas. A segunda maior despesa surge classificada como “depreciação e amortização” no valor de 50,5 milhões de patacas. O terceiro maior gasto deveu-se a publicidade, no valor de 9,2 milhões.

Por sua vez, o Governo entregou subsídios no valor de 141 milhões de patacas, entre subsídio de operações, no valor de 90,5 milhões de patacas, subsídio para aquisição de bens, de 39,2 milhões de patacas, e subsídio para projectos especiais, no valor de 11,3 milhões de patacas. Em 2023, o subido tinha sido de 121 milhões de patacas, uma diferença de 20 milhões de patacas.

7 Abr 2025

Capitais públicos | Membros das empresas ganham milhões

Com um salário anual de 2,8 milhões de patacas por ano, Simon Chan Weng Hong, presidente da Comissão Executiva da CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau, recebe o salário mais elevado nas empresas com capitais públicos.

A CAM é uma das empresas com salários mais elevados para os órgãos sociais, que variam entre as 120 mil patacas anuais e 1,7 milhões patacas, excluindo o presidente. Os dados constam do portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP) e foram citados pelo ontem jornal All About Macau.

O empresário Ma Iao Hang preside a Assembleia Geral da TDM e também a CAM, recebendo anualmente 140 mil e 249 mil patacas, respectivamente. Quanto à Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, o presidente do Conselho de Administração, Ho Cheong Kei, ganha anualmente 1,56 milhões de patacas. Os outros membros dos órgãos sociais ganham entre 60 mil patacas e 112 mil patacas.

A ex-presidente do Instituto Cultural (IC), Mok Ian Ian é presidente do Conselho de Administração do Centro de Ciência de Macau e tem uma remuneração anual de 1,56 milhões de patacas enquanto outros membros têm remunerações anuais de 56 mil patacas até 1,21 milhões de patacas. A actual presidente do IC, Deland Leong Wai Man, também preside a Sociedade Orquestra de Macau com uma remuneração anual de 112 mil patacas, devido a essas funções.

As empresas que divulgam estes dados são apenas aquelas em que o Governo tem pelo menos uma participação social de 50 por cento.

7 Abr 2025

Exposição de pintura em pigmentos minerais até fim do mês em Ka-Hó

A galeria do projecto Hold On to Hope, situada em Ka-Hó e gerida pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), apresenta até ao dia 27 deste mês uma exposição em parceria com o grupo “Questionmark Workshop”, intitulada “Academia de Artes da China – Exposição de Instrutores da Classe de Pesquisa e Criação em Pintura com Pigmentos Minerais”.

Segundo um comunicado da ARTM, esta exposição “tem como objectivo promover a forma de arte tradicional da pintura com pigmentos minerais, reunindo oito professores influentes da China e do Japão nesta área”. Apresentam-se “criações únicas na área da pintura a cores de rocha, demonstrando uma perfeita fusão desta técnica ancestral com a arte moderna”, acrescenta-se.

A pintura com pigmentos minerais é ainda descrita como “uma importante técnica expressiva na pintura tradicional chinesa, é conhecida pelas suas cores ricas e métodos únicos”. Assim, esta mostra “não apenas destaca os estilos individuais dos artistas, mas também reflecte a sua profunda compreensão e exploração inovadora das técnicas de cor de rocha”.

A ARTM considera que “cada obra dos artistas carrega uma narrativa e emoção únicas, visando provocar a reavaliação e contemplação do público sobre a cultura da cor de rocha”. Com esta exposição, o público poderá “vivenciar o encanto da pintura com pigmentos minerais, sentindo a beleza da arte que funde tradição com modernidade”.

Quem é quem

No tocante aos artistas participantes nesta mostra, destaque para a presença de trabalhos de Wang Xiong Fei, director do Rock Color Painting Institute na China Academy of Art [Academia de Artes da China], e ainda reitor e professor no Institute of Eastern Art na Hebei University of Fine Arts [Universidade de Belas Artes de Hebei]. Podem também ver-se obras de Yiqiwava Yasumiqi, professor honorário na Tama Art University, no Japão; e vice-presidente da Japan Art Academy.

Outro artista presente, é Yu Lv Kui, graduado pela antiga Zhejiang Academy of Fine Arts, actualmente Academia de Artes da China, e antigo aluno da Tokyo Gakugei University, no Japão. Zhang Lee, Wang Long, Li Han Ning, Sheng Xin Yi, Han Dian Liang são outros artistas que participam nesta mostra com as suas obras de arte.

7 Abr 2025

Sismo | Número de mortos em Myanmar aumenta para 3.471

O número de mortos do sismo de 28 de Março em Myanmar aumentou para 3.471, com mais de 4.600 feridos e 214 desaparecidos, avançou ontem a junta militar no poder no país.

As forças armadas divulgaram este novo balanço através do jornal oficial Global New Light de Myanmar, numa altura em que as equipas de resgate, incluindo algumas estrangeiras, continuam a remover escombros e a procurar os desaparecidos.

O anterior balanço, divulgado no sábado, apontava para 3.354 mortos, 4.850 feridos e 220 desaparecidos, tendo sido resgatadas pelas equipas de socorro 653 pessoas. O sismo de magnitude 7,7 atingiu uma grande área do país, causando danos significativos em seis regiões e estados, incluindo a capital Naypyitaw, deixando ainda muitas áreas sem energia e comunicações.

O abalo agravou também a crise humanitária desencadeada pela guerra civil do país, que deslocou internamente mais de três milhões de pessoas, de acordo com as Nações Unidas.

O líder do Governo militar, general Min Aung Hlaing, adiantou que o sismo foi o segundo mais forte da história do país, após o terramoto de magnitude 8 registado a leste de Mandalay, em Maio de 1912.

Ajudas globais

O regime explicou ainda que mais de 150 toneladas de ajuda humanitária — de países como a China, Estados Unidos, Singapura, Índia e Tailândia — entraram no país desde o sismo.

Uma estimativa menciona o colapso ou danos parciais em pelo menos 21.783 casas, 805 edifícios de escritórios, 1.690 pagodes, 1.041 escolas, 921 mosteiros e conventos, 312 edifícios religiosos, 48 hospitais e clínicas e 18 hectares de plantações. Min Aung Hlaing, confirmou — noutro artigo publicado ontem pelo jornal oficial — o plano de construir escolas temporárias para garantir que as crianças regressam às aulas o mais rapidamente possível.

As forças armadas voltaram ontem a acusar as guerrilhas étnicas e a oposição democrática de cometerem “actos terroristas”, referindo-se a alegados ataques contra instalações estatais e militares, em plena disputa territorial que se agravou desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021.

Os militares e vários grupos de resistência armada declararam um cessar-fogo temporário na quarta-feira, após o terramoto, para facilitar o fluxo de ajuda humanitária. Na quarta-feira, o Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusou a junta militar de não respeitar o cessar-fogo, tendo efectuado, pelo menos, 16 ataques desde a trégua e um total de 61 desde o terramoto.

Em 28 de Março, um sismo de magnitude 7,7 na escala de Richter, com epicentro em Myanmar (antiga Birmânia) foi sentido em vários países do Sudeste Asiático, incluindo a Tailândia, onde um total de 22 pessoas morreram na capital.

7 Abr 2025

Somos! | Moçambicano vence concurso fotográfico sobre religiões e crenças

Já são conhecidos os vencedores do concurso fotográfico da associação local Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa. Marcos Júnior, de Moçambique, sagrou-se vencedor de um concurso que tinha como tema “O Homem e o Divino”, apresentando a fotografia tirada numa igreja em Moçambique

 

O moçambicano Marcos Júnior foi o vencedor da sexta edição do concurso fotográfico da associação de Macau Somos – ACLP, dedicado ao tema “O Homem e o Divino”, foi ontem anunciado.

Num comunicado, a Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP) anunciou que Marcos Júnior venceu com uma fotografia tirada numa igreja em Moçambique que retrata o gesto de um padre a abençoar um crente, “reflectindo a intermediação entre o terreno e o celestial”.

O moçambicano vai receber um prémio no valor de dez mil patacas e uma viagem e estadia em Macau, para participar na cerimónia de inauguração da exposição do concurso e em ‘workshops’ organizados localmente.

A exposição será organizada, a partir de finais de Maio, no complexo do hotel-casino Parisian Macau, com as fotografias premiadas e cerca de outras 40 que foram seleccionadas pelo júri.

Os portugueses Adelino Meireles e João Carlos completam o trio de premiados, com fotografias da fé da comunidade ucraniana em Portugal e uma imagem inspirada na iconografia clássica da Madonna e o menino Jesus, respectivamente.

Os dois fotógrafos portugueses vão receber prémios no valor de sete mil patacas e cinco mil patacas. A Somos – ACLP sublinhou ter recebido “o maior número de sempre de participantes com cerca de três centenas de fotografias a concurso, com elevada qualidade”.

Mundo lusófono

A avaliação das obras candidatas coube a um júri presidido pelo fotojornalista português radicado em Macau Gonçalo Lobo Pinheiro e que conta ainda com António Leong (Macau), Samba M. Baldé (Guiné-Bissau) e José Sena Goulão, Reinaldo Rodrigues e Alexandre Coelho Lima (Portugal).

Lobo Pinheiro disse, citado no comunicado, que “o nível das obras submetidas surpreendeu o júri”, que recebeu “imagens vindas de diferentes cantos do mundo lusófono, revelando olhares diversos e narrativas visuais potentes”.

O júri atribuiu ainda três menções honrosas, a começar pela brasileira Ana Cláudia Talieri, graças a “Prece no relento”, o retrato de Lucas, homossexual e HIV positivo.

Bruno Taveira, com a fotografia “Cruz nas mãos, Fé no coração”, tirada num domingo de Páscoa, em Trás-os-Montes, e o também português Bruno Pedro, com “O Guardião do Tempo e da Tradição”, a imagem de um homem idoso parado à porta de uma mesquita, receberam as outras menções honrosas.

No arranque do concurso, em Fevereiro, a presidente da Somos – ACLP, Marta Pereira, disse à lusa que o objectivo é contribuir para uma “maior compreensão das diferentes ideologias e credos” entre as regiões onde se fala português.

O concurso, define o regulamento, destina-se “a todos os cidadãos dos países e regiões da Lusofonia ou residentes de Macau” com trabalhos realizados em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Goa, Damão e Diu.

7 Abr 2025