Shenzhen | Ponte com Zhongshan pode beneficiar Macau

O académico Samuel Tong defendeu, ao jornal Ou Mun, que a construção da ponte entre as cidades de Shenzhen e Zhongshan poderá trazer mais visitantes para Macau.

De referir que, após um período de sete anos, a ponte deverá abrir ao trânsito no final deste mês, aumentando, de acordo com Samuel Tong, a eficácia do sistema de transportes, apoiando a conexão de pessoas na região e os serviços de logística, com vista a acelerar a integração de Macau e restantes territórios na Grande Baía.

O também presidente do Instituto de Gestão de Macau apontou que Shenzhen é uma das cidades mais avançadas da China, com cidadãos que têm uma média de rendimentos elevada, sendo ainda uma importante cidade nos segmentos de alta tecnologia e economia no contexto da Grande Baía. A redução do tempo de transporte com a construção da nova ponte vai, assim, beneficiar a região, até porque os horários dos barcos não eram flexíveis face ao transporte terrestre.

Samuel Tong destaca que, com a nova ponte, podem vir a Macau mais empresários da área das convenções e exposições.

12 Jun 2024

Morreu o microbiologista japonês que descobriu as estatinas aos 90 anos

O microbiologista e bioquímico japonês Akira Endo, que descobriu as estatinas, que revolucionaram a prevenção e o tratamento de doenças cardiovasculares, morreu aos 90 anos, revelou um dos seus ex-colaboradores à Agência France Presse (AFP).

O cientista japonês morreu na quarta-feira passada, disse à AFP Keiji Hasumi, outro bioquímico japonês de quem Endo foi mentor e que com ele trabalhou. “Era uma pessoa dura e rigorosa, muito perspicaz. Conseguia ver a essência oculta das coisas”, afirmou Hasumi.

Nascido a 14 de Novembro de 1933, numa família de agricultores em Akita, no norte do Japão, Akira Endo desde muito jovem ficou fascinado pelos efeitos dos cogumelos e outros fungos nos seres vivos.

Essa paixão não o abandonou e, na universidade, leu uma biografia de Alexander Fleming, o médico e biólogo britânico que descobriu em 1928 o primeiro antibiótico, a penicilina, isolado de um fungo.

Em 1957, ingressou na empresa farmacêutica japonesa Sankyo como microbiologista e dedicou-se ao metabolismo lipídico e à biossíntese do colesterol.

De 1966 a 1968 realizou pesquisas no Albert Einstein College of Medicine, em Nova York. Surpreendido com o grande número de idosos e pessoas com sobrepeso nos Estados Unidos, percebeu a importância de desenvolver um medicamento para baixar o colesterol.

De volta a Sankyo, no Japão, Akira Endo retomou o estudo dos cogumelos e bolores, convencido de que abrigavam o segredo para bloquear enzimas que participam da biossíntese do colesterol.

O investigador passou dois anos a analisar os compostos químicos de 6.000 espécies de fungos para tentar confirmar a sua teoria, até à descoberta, em 1973, da mevastatina, o primeiro representante da classe das estatinas cuja capacidade era de reduzir o nível de LDL (colesterol mau) no sangue.

Só em 1987 é que o laboratório americano Merck & Co lançou a primeira estatina comercial – a lovastatina. Mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo tomam este tipo de medicamentos, cujo mercado vale cerca de 15 mil milhões de dólares.

Reacção excessiva

Na sequência da sua prescrição massiva, as controvérsias sobre os efeitos secundários nocivos ou ineficácia multiplicaram-se em muitos países, o que tem desencorajado muitos pacientes de tomar estes medicamentos.

Contudo, segundo uma meta-análise publicada em 2022 no European Heart Journal, tendo em conta 176 estudos sobre o tema e com base em dados de quatro milhões de pacientes, a intolerância às estatinas é sobrestimada e sobrediagnosticada.

Akira Endo recebeu várias distinções pelo seu trabalho pioneiro, incluindo o Prémio Albert Lasker para investigação médica e clínica, em 2008.

12 Jun 2024

FRC | Debate sobre “UNESCO – Cidades MIL” amanhã

Decorre amanhã, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC), uma conferência sobre o conceito de “Cidades MIL” da UNESCO com a presença de Felipe Chibas Ortiz, académico e co-líder, a nível internacional, do Grupo de Inovação da UNESCO Mil Alliance. A moderação da palestra estará a cargo do professor Adérito Fernandes Marcos, decano da Escola Doutoral da Universidade de São José, entidade parceira da FRC nesta iniciativa.

O programa “Cidades MIL”, ou “Paradigma da Literacia da Informação Mediática” foi criado pela UNESCO em 2018, sendo focado na evolução e sinergias criadas em torno de cidades inteligentes, criativas e educativas, sem esquecer o lado sustentável. Trata-se de uma iniciativa que tem por objectivo “integrar as tecnologias digitais emergentes de forma inovadora e ética com as necessidades dos municípios, bairros e organizações”, sem esquecer a sua diversidade.

A ideia é “aumentar literacia mediática e informacional da população, colocando o indivíduo no centro através da educação formal e não formal na compreensão desta nova realidade híbrida (física e digital) que está a ser construída de forma acelerada e algo caótica”, descreve um comunicado da FRC.

Assim, o programa “Cidades MIL” da UNESCO pretende “promover espaços urbanos mais humanos construídos a partir da gestão participativa dos seus líderes e cidadãos através da integração de dados e ciências sociais”, recorrendo a “indicadores e métricas que facilitam práticas transdisciplinares quotidianas que integram plataformas digitais e espaços urbanos de forma participativa”.

Desta forma, a palestra na FRC pretende abordar “os principais conceitos da abordagem da literacia dos media e da informação e a sua evolução para o paradigma das ‘Cidades MIL’, ao mesmo tempo que apresentará alguns casos concretos de ‘cenários MIL’ que estão a ser implementados em todo o mundo”.

12 Jun 2024

FRC | Académico José Manuel Simões lança romance “A Chave”

É hoje lançado na Fundação Rui Cunha o novo romance do académico José Manuel Simões, responsável pelo curso de comunicação na Universidade de São José. “A Chave”, com a chancela da editora Media XXI, traz personagens de outros livros do mesmo autor, com novas vivências, em que se abrem portas à literatura de viagens

 

José Manuel Simões, ex-jornalista e actual coordenador do curso de Comunicação e Media da Universidade de São José (USJ), lança hoje na Fundação Rui Cunha (FRC) o seu novo romance, intitulado “A Chave” e editado pela Media XXI. Trata-se, segundo um comunicado, de um romance que “mistura a realidade de lugares exóticos com romanceadas relações à distância e surpreendentes teias construídas de incisivos diálogos”. É uma obra descrita como “actual, vibrante e com uma arrebatadora linguagem”, que “abre fascinantes portas à literatura de viagens”.

A sessão de apresentação começa hoje às 19h e conta com a presença do editor, Paulo Faustino, Jerusa Antunes, relações públicas, e ainda João Francisco Pinto, jornalista.

“A Chave” vai buscar personagens ao último livro de José Manuel Simões, intitulado “O Sétimo Sentido”, que conta com Glória, médica, como protagonista da história. No novo livro, Glória chega mais cedo a casa, na cidade de Frankfurt, e encontra o companheiro com Mia.

No dia seguinte, a médica deixa um bilhete com a mensagem “Adeus, vou para a Índia”, partindo e deixando de comunicar com o companheiro. “Para aliviar a perda, Marcos Corte Real decide ir de férias para Marrocos. Durante o périplo magrebino até ao deserto do Saara, o professor de Belas-Artes, via redes sociais, envolve-se com quatro mulheres: Mia, sedutora; Babel, excêntrica artista sueca que mora em Rabat com o marido jornalista; a obsessiva Ana, anos antes colega de turma em Lisboa; e Isabela, carioca, sonhadora, esposa do seu melhor amigo que, com 33 anos, morre subitamente de covid”, destaca ainda o comunicado sobre a história do livro.

O “Sétimo Sentido” relata, por sua vez, a “fascinante viagem espiritual de uma médica em busca de um sentido para a sua vida pela Índia”, neste caso Glória.

Vida de escrita

Este é o 12.º livro de José Manuel Simões, que já escreveu, nos anos 90, as biografias de Cesária Évora, David Byrne, Delfins e Júlio Iglésias, assim como os livros “HC”. Nos anos mais recentes lançou o livro “Índios Potiguara – Memória, Asilo e Poder”, trabalho que resulta da sua tese de doutoramento que, metodologicamente, é uma típica investigação transdisciplinar em que as metódicas da História Cultural, da Antropologia e da Teoria da Comunicação se combinam num “tríplice itinerário transdisciplinar raro”.

José Manuel Simões lançou também “Ponto de Luz”, livro de viagens que percorre todas as capitais de estado do Brasil, relatando “as insólitas aventuras de Duarte Camões”.

“Deus Tupã”, outro livro do autor, desta vez dentro do género do romance histórico, é um livro que “penetra no seio das vivências da civilização aborígene”, enquanto “Jornalismo Multicultural em Português – Estudo de Caso em Macau” é já uma obra mais académica fruto do pós-doutoramento do autor.

Trata-se de uma obra focada “nos fenómenos da comunicação social, contribuindo para a complexificação do pensamento sobre o jornalismo e para uma sociedade mais participada, esclarecida e inclusiva”.

Destaque ainda para o lançamento, em parceria com o cartunista Rodrigo de Matos, de “IE – Na intimidade com as estrelas da música”, lançado em Macau, e uma obra onde o autor “expõe crónicas íntimas com músicos com quem privou ao longo de 17 anos enquanto jornalista de música”.

José Manuel Simões é pós-doutorado em Ciências da Comunicação na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, tendo já publicado diversos artigos académicos. Actualmente é coordenador de programas académicos e director do departamento de “Media, Art & Technology” na USJ. É licenciado em Jornalismo Jornalismo Internacional na Escola Superior de Jornalismo do Porto e foi jornalista em Portugal e Macau durante alguns anos.

12 Jun 2024

Crime | Polícia detém suspeito de ataque a quatro professores norte-americanos

Um suspeito foi detido na China na segunda-feira após o aparente esfaqueamento de quatro professores universitários norte-americanos, anunciou ontem a polícia chinesa, que considerou a situação “um caso isolado”.

“O suspeito, de nome Cui, foi detido no próprio dia” do ataque ocorrido na segunda-feira num parque de Jilin, informou a polícia desta cidade chinesa, num comunicado, acrescentando que o homem em questão tem 55 anos.

Os ataques a cidadãos estrangeiros, especialmente ocidentais, são raros na China, onde as ruas são geralmente muito seguras a qualquer hora do dia.

A Cornell College University, no estado de Iowa (centro dos Estados Unidos), disse na segunda-feira que estes quatro norte-americanos trabalhavam como professores num estabelecimento de ensino superior e participavam num intercâmbio académico na China, tendo ficado feridos durante um “incidente grave”.

Um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano falou mesmo de “um ataque com facas em Jilin”, uma cidade no nordeste da China, localizada na província com o mesmo nome.

Além dos quatro norte-americanos, um turista chinês, que tentou intervir, também ficou ferido. “A polícia considera que este é um caso isolado. Uma investigação está em curso”, disse Lin Jian, porta-voz da diplomacia chinesa.

Vídeos não verificados divulgados nas redes sociais estrangeiras desde segunda-feira mostram várias pessoas no terreno a receber tratamento, com manchas de sangue nas roupas e no chão.

“A China é geralmente reconhecida como um dos países mais seguros do mundo. Sempre tomou medidas eficazes e continuará a tomar medidas relevantes para proteger eficazmente a segurança de todos os estrangeiros na China”, assegurou Lin Jian.

12 Jun 2024

Wang Yi reúne com Lavrov sobre cooperação dos dois países e do BRICS

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, reuniu-se na segunda-feira em Nizhny Novgorod com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, sobre os laços bilaterais e a cooperação do BRICS.

Observando que a recente visita do Presidente russo Vladimir Putin à China foi um grande sucesso, Wang, disse, citado pela Xinhua, que os dois lados devem implementar plenamente o importante consenso alcançado pelos líderes dos dois países e intensificar a cooperação em vários campos sob a orientação estratégica dos chefes de Estado dos dois países.

O desenvolvimento das relações entre a China e a Rússia é uma escolha estratégica feita pelos dois lados com base nos seus respectivos interesses fundamentais, alinhando-se às tendências globais e à maré dos tempos, disse Wang, acrescentando que não visa a terceiros e não será perturbado por forças externas.

A China está disposta a trabalhar com a Rússia para manter o foco estratégico, explorar o potencial de cooperação, responder às pressões externas e promover o progresso sólido e sustentável das relações bilaterais, disse o responsável chinês.

Intitulando o grupo BRICS como uma plataforma importante para a unidade e a cooperação entre os mercados emergentes e os países em desenvolvimento, Wang assinalou que o mecanismo ampliado do BRICS desempenhará um papel crucial na criação de um sistema de governança global mais justo e razoável.

Wang enfatizou que a China está disposta a apoiar totalmente o trabalho da Rússia com a presidência do BRICS, trabalhar em conjunto para consolidar a parceria estratégica do BRICS, promover a unidade e o autoaperfeiçoamento do Sul Global, fazer uma voz mais poderosa para defender o multilateralismo e promover o desenvolvimento comum, de modo que a “cooperação do BRICS maior” possa ser bem iniciada.

Frutos da cooperação

Lavrov disse que, durante a visita do Presidente Putin à China, os chefes de Estado dos dois países definiram o curso para o desenvolvimento das relações Rússia-China e alcançaram novos frutos de cooperação estratégica.

A Rússia está disposta a trabalhar com a China para implementar o importante consenso alcançado pelos chefes de Estado dos dois países, intensificar os intercâmbios de alto nível, aprimorar a cooperação em vários campos e, em conjunto, tornar os Anos de Cultura Rússia-China um sucesso, disse Lavrov.

Os dois lados também trocaram opiniões sobre as atuais situações internacionais e regionais, incluindo a crise da Ucrânia.

12 Jun 2024

TSI | Motorista de autocarro culpado por morte de idosa

O Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu mesmo como provada a culpa de um motorista de autocarro no caso da morte de uma idosa de 80 anos que, em Janeiro do ano passado, foi atropelada por um veículo da carreira MT3.

O homem, acusado da prática de homicídio por negligência, recorreu da sentença do Tribunal Judicial de Base (TJB), mas terá mesmo de cumprir uma pena de prisão efectiva de um ano e nove meses. Segundo o acórdão do TSI, o motorista fica ainda proibido de conduzir por um período de dois anos, tendo de pagar uma indemnização de 109 mil patacas à neta da idosa falecida.

O TSI entendeu que a velocidade a que caminhava a idosa e a distância em relação ao autocarro dava tempo suficiente para o motorista parar a viatura, tendo em conta que as condições meteorológicas desse dia ajudavam à visibilidade do condutor.

O mesmo acórdão recorda que esta não foi a primeira vez que o motorista cometeu este tipo de crime, tendo já dois antecedentes criminais por atropelamento em 2018. Apesar do motorista ter confessado que estava distraído na altura do acidente, o que fez com que não tenha travado a tempo, o TSI concluiu que o motorista continuou a insistir no argumento de que a idosa apareceu na rua de forma repentina, o que não terá sido verdade.

11 Jun 2024

Habitação | Empréstimos subiram mais de 50% em Abril

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) revelou ontem que os novos empréstimos hipotecários para habitação cresceram 53,7 por cento em Abril, face ao mês anterior, atingindo um valor de 1,39 mil milhões de patacas. Destes empréstimos contraídos em Abril, 99 por cento foram pedidos por residentes, segmento que cresceu 52,4 por cento em termos mensais, totalizando 1,38 mil milhões de patacas. Os dados da AMCM indicam também que o componente não-residente cresceu para 13,39 milhões de patacas.

Entre Fevereiro e Abril deste ano, o número médio mensal de novos empréstimos hipotecários para habitação aprovados chegou a 993,4 milhões de patacas, montante que representa um aumento de 7 por cento face ao período anterior (de Janeiro a Março).

Também os empréstimos comerciais aprovados para actividades imobiliárias cresceram 73,5 por cento em Abril, face ao mês anterior, atingindo um total de 1,24 mil milhões de patacas. Entre os empréstimos comerciais aprovados, 53,4 por cento foram concedidos a residentes. Este segmento registou um aumento mensal de 4,4 por cento, totalizando 661 milhões de patacas, enquanto o componente não-residente cresceu para 576,8 milhões de patacas.

Os rácios das dívidas não pagas para empréstimos hipotecários para habitação e comércio mantiveram-se inalterados face ao mês anterior, fixando-se em 3,6 e 3,5 por cento, respectivamente. Porém, em termos anuais, a AMCM dá conta de um aumento anual do valor de crédito malparado nos empréstimos para habitação de 2,9 por cento e de 2 por cento nos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias.

11 Jun 2024

PJ | Quatro detidos por furto de 80 mil patacas

A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta segunda-feira, num hotel, quatro cidadãos chineses, oriundos da província de Guangxi, suspeitos de furtar uma pessoa no valor de 80 mil patacas na Zona de Aterros do Porto Exterior (ZAPE).

Segundo o jornal Ou Mun, a PJ declarou que os dois suspeitos entraram em Macau na sexta-feira e no sábado, sendo que, no sábado procuraram o alvo na zona do ZAPE, tendo descoberto a situação em que o idoso, residente, deu dinheiro a um funcionário que, de seguida, guardou o dinheiro no bolso das calças. Assim, os suspeitos decidiram furtar o dinheiro, tendo seguido o idoso e o funcionário. Depois de uma primeira tentativa de furto falhada, o idoso e o funcionário entraram num hotel e os suspeitos conseguiram tirar o dinheiro das calças da alegada vítima.

A PJ começou a investigação após queixa das vítimas, sendo que, aquando da detenção dos suspeitos, estes só tinham consigo 17 mil patacas, 1,9 mil renminbis e 1,1 mil dólares de Hong Kong, suspeitando-se que tenham gasto o restante dinheiro no jogo. O caso foi encaminhado para o Ministério Público, sendo os suspeitos da prática dos crimes de associação e furto qualificado.

11 Jun 2024

Justiça | Ho Iat Seng reuniu com ministra portuguesa

O Chefe do Executivo reuniu na segunda-feira com a Ministra da Justiça portuguesa, Rita Alarcão Júdice, que visitou Macau para participar nas celebrações do Dia de Portugal.

Segundo um comunicado emitido ontem pelo Gabinete de Comunicação Social, Ho Iat Seng vincou os “laços” e “amizade profunda” entre Macau e Portugal, e importância da matriz portuguesa no ordenamento jurídico local. “O sistema jurídico de Macau pertencente ao modelo do direito continental e a RAEM tem implementado estritamente o princípio «um País, dois sistemas» e a Lei Básica de Macau, desde o seu estabelecimento há 25 anos e procedido os trabalhos de produção legislativa com base nas leis originais de acordo com as necessidades”, indicou Ho Iat Seng.

O governante de Macau aproveitou a oportunidade para agradecer “ao Ministério da Justiça português o forte apoio no recrutamento de juízes e procuradores portugueses”.

Por sua vez, Rita Alarcão Júdice afirmou que “o Ministério da Justiça está empenhado em promover e a dar continuidade à cooperação judiciária entre Portugal e Macau” e “mostrou apreço pelo trabalho que tem sido desenvolvido pelos juízes, procuradores e juristas portugueses na RAEM”.

A ministra agradeceu ainda a Ho Iat Seng o trabalho de “promoção do ensino da língua portuguesa que serve para diminuir a distância bilateral”.

11 Jun 2024

Governo português pediu auditoria a escolas portuguesas no estrangeiro

O Governo pediu uma auditoria às contas das escolas portuguesas no estrangeiro como “forma de esclarecer a gestão financeira e administrativa” disse à Lusa o ministro da Educação em Luanda.

Fernando Alexandre, que falava à margem das comemorações do Dia de Portugal na Escola Portuguesa de Luanda explicou que a auditoria foi pedida ao Tribunal de Contas no dia 26 de Maio e abrange todas as escolas da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa): Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Díli (Timor Leste) e Macau.

“As escolas portuguesas no estrangeiro são muito importantes para o Governo português, são talvez o instrumento de cooperação mais importante do Governo português. A rede cresceu muito nos últimos anos e não cresceu da forma estruturada e organizada que, para a dimensão que já tem, deve ter”.

O ministro disse que, pelas informações que foi recebendo, considerou que a melhor forma de esclarecer a gestão financeira e administrativa destas escolas seria através de uma auditoria por uma entidade independente, sem avançar detalhes.

Questionado se havia suspeitas de má gestão, afirmou apenas que “não tem a garantia de que haja uma boa gestão”.

Quase uma década

A última auditoria realizada às contas da Escola Portuguesa de Macau a pedido do Governo português data do último ano do mandato do Executivo de Passos Coelho, quando Nuno Crato liderava a pasta da Educação.

Nessa altura, no meio de turbulência política que acabaria por derrubar o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas e conduzir António Costa a São Bento, os resultados da auditoria acabariam por ficar na gaveta durante algum tempo. Passados mais de dois anos e meio, o HM noticiou que os auditores teriam encontrado uma dívida de 21,4 milhões de patacas da Fundação Oriente à Fundação da Escola Portuguesa de Macau.

A Escola Portuguesa de Macau foi constituída em 1998 como herdeira de três instituições de ensino em língua portuguesa: a Escola Primária Oficial, a Escola Comercial e o Liceu de Macau. No mesmo ano foi criada a Fundação Escola Portuguesa de Macau, resultado da colaboração entre o Estado Português, a Fundação Oriente e a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses.

11 Jun 2024

Timor-Leste | Crianças trabalham para aumentar rendimentos da família

Em 2016, a UNICEF indicava que mais de 50 mil crianças trabalhavam em Timor-Leste. A situação ainda é bastante visível em todas as capitais de municípios do país, fazendo parte de uma tradição enraizada e sustentada pela pobreza. O Provedor da Justiça e dos Direitos Humanos, Virgílio Guterres, que também trabalhou durante a infância, pede acção ao Governo de Díli

 

João (nome fictício), de 16 anos, é um dos muitos jovens timorenses que trabalha para aumentar o rendimento para ajudar a família a conseguir comprar comida e combater a pobreza, que persiste em Timor-Leste Conduz em Liquiçá, a cerca de 31 quilómetros de Díli, um “tum-tum” (equivalente a um ‘tuk-tuk’ em Portugal), comprado pela tia, que lhe paga mensalmente 50 dólares por trabalhar várias horas por dia, às vezes das 06h até às 19h. “Trabalho para ajudar a minha mãe e para conseguir ir à escola”, disse à Lusa João, perante os olhares curiosos e o “gozo” dos seus colegas de profissão, também jovens, por estar a falar com um “malae” (estrangeiro, em tétum).

Em Díli, Mário (nome fictício), também com 16 anos, vende pacotinhos de amendoim para “levar dinheiro para casa”. Vai à escola, mas gosta mesmo é de futebol, da selecção de Portugal, do Ronaldo e do Messi, explicou à Lusa.

Na capital timorense, as crianças e jovens que trabalham são visíveis ao início da manhã ou ao final da tarde, trabalhadores-estudantes, que no seu tempo livre vendem vários alimentos, incluindo amendoins, ovos cozidos, pipocas, para engrossar o parco rendimento das famílias.

“É uma situação muito preocupante. Consideramos que o nosso país é democrático, onde o direito e as liberdades do cidadão são garantidas e onde a Constituição atribui uma obrigação ao Estado para garantir que os seus cidadãos, especialmente as crianças, gozem do seu direito de brincar, de desenvolver-se e o Estado tem obrigação de proibir o trabalho infantil”, afirmou o Provedor da Justiça e dos Direitos Humanos, Virgílio Guterres.

“Infelizmente, continuamos a viver nesta situação, muitas crianças na rua, muitas a envolverem-se no trabalho infantil”, lamentou o provedor timorense.

Segundo Virgílio Guterres, persiste também ainda a tradição de envolver os filhos e as filhas nas actividades para sustentar a família.

“Eu no passado também ajudei a minha família a fazer negócio, mas agora estamos noutra era, num novo regime, onde há garantias constitucionais e, como provedor, vejo com grande preocupação esta situação”, afirmou.
Para o Provedor da Justiça e dos Direitos Humanos, os sucessivos Governos do país falharam em desenvolver sectores como a educação, saúde e agricultura, principalmente desde que Timor-Leste começou a utilizar o dinheiro do Fundo Petrolífero.

À vista de todos

Em Timor-Leste, a maioridade atinge-se aos 17 anos e o código de trabalho prevê que a idade mínima de admissão ao trabalho é de 15 anos, mas os menores entre os 13-15 podem prestar “trabalho leve”.

Segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que cita dados recolhidos pelas autoridades timorenses em 2016, 16,1 por cento das crianças e jovens entre os cinco e os 17 anos estavam empregadas, sendo a prevalência maior em áreas rurais. Daquelas 16,1 por cento, 12,5 por cento, ou seja, cerca de 52.651 crianças, representavam trabalho infantil e 3,6 por cento (15.037 crianças) representavam formas permitidas de trabalho.

“Vendo a situação em Díli e em todas as capitais de municípios, simplesmente não podemos negar” os números, disse Virgílio Guterres, salientando que não se pode aceitar nem “50.000, nem cinco crianças” a trabalhar. O Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil assinala-se amanhã.

11 Jun 2024

Mar do Sul da China | Filipinas rejeitam notificar Pequim sobre operações

As Filipinas rejeitaram notificar Pequim sobre as operações nos postos filipinos no mar do Sul da China, uma exigência que Manila descreveu como “absurda, sem sentido e inaceitável”.

“Reafirmamos o nosso compromisso de defender os nossos direitos soberanos e a nossa jurisdição sobre o atol de Ayungin”, disse o conselheiro de Segurança Nacional filipino, Eduardo Año, referindo-se ao atol também conhecido como Ren’ai Jiao na China. O atol “está dentro da nossa Zona Económica Exclusiva (ZEE), conforme reconhecido pelo direito internacional e pela sentença arbitral de 2016”, acrescentou Año, num comunicado divulgado nas redes sociais no sábado à noite.

Em Julho de 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu a favor das Filipinas sobre a soberania no atol de Scarborough, que fica a menos de 321 quilómetros da ilha filipina de Luzon e estaria dentro da ZEE de Manila, de acordo com o direito internacional.

Pequim não acatou a decisão, alegando razões históricas para a reivindicação de soberania sobre a quase totalidade do mar do Sul da China, uma reivindicação que entra em conflito com as da Indonésia, Vietname, Malásia e Brunei.

Na quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China exigiu que as Filipinas notificassem Pequim, “com a antecedência relevante”, das operações no atol de Ayungin, para permitir a entrega de abastecimentos ao destacamento no Sierra Madre, um antigo navio militar encalhado desde 1999 para reivindicar a soberania de Manila.

“Não precisamos e nunca precisaremos da aprovação da China para nenhuma das nossas actividades” em Ayungin, defendeu Año, qualificando a proposta chinesa de “absurda, sem sentido e inaceitável”. “As nossas operações são realizadas dentro das nossas próprias águas territoriais e ZEE (…) Não seremos dissuadidos por interferências ou intimidações estrangeiras”, assegurou o dirigente filipino.

11 Jun 2024

Lacticínios | Empresas chinesas pedem investigação a subsídios europeus

Várias empresas estão “a preparar provas” para solicitar ao Governo da China a abertura de uma investigação aos subsídios da União Europeia a algumas exportações de laticínios

 

A imprensa oficial chinesa adiantou que algumas empresas nacionais vão entregar provas ao Governo Central para que sejam investigados os subsídios atribuídos pela União Europeia no que toca à exportação de produtos lacticínios.

Numa mensagem publicada, no sábado, na rede social X (antigo Twitter), que está bloqueada na China continental, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o Global Times, citou uma fonte não identificada “com conhecimento do sector”. A notícia surgiu num contexto de crescentes tensões comerciais entre a China e Bruxelas.

Em 26 de Maio, o Global Times publicou uma mensagem semelhante, citando também uma fonte não identificada “com conhecimento do sector”, que garantia que empresas chinesas iriam pedir uma investigação antidumping contra importações de carne de porco da UE.

Dias antes, a Câmara de Comércio da China na UE disse ter sido “informada por especialistas do sector” de que Pequim estaria a ponderar aumentar as taxas alfandegárias sobre veículos com motores de grande cilindrada, em preparação contra a possível decisão da UE de penalizar os eléctricos chineses.

Em Outubro, Bruxelas abriu uma investigação sobre os subsídios públicos que Pequim concede aos veículos eléctricos, por temer que o mercado esteja a ser inundado por veículos com preços “artificialmente baixos”. A decisão mereceu o protesto de Pequim, que a descreveu como um caso de “proteccionismo flagrante”.

Várias frentes

A UE deverá informar este mês os exportadores chineses se irão impor tarifas adicionais aos veículos eléctricos.
A imprensa estatal da China recordou que, em 22 de Maio, o Ministério do Comércio chinês anunciou uma investigação antidumping contra as importações de copolímero de polioximetileno, um material frequentemente utilizado pelo sector automóvel, proveniente dos EUA, da UE, do Japão e de Taiwan.

No mesmo dia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês garantiu que “o desenvolvimento e a abertura da China à Europa e ao mundo é uma oportunidade, não um risco”, e que o proteccionismo “não pode resolver os problemas da UE”. “A UE e a China devem resolver questões económicas e comerciais concretas através do diálogo e de consultas”, disse o porta-voz do ministério, Wang Wenbin.

11 Jun 2024

Brasil | Visita a Pequim resultou em mais de 4,2 mil milhões de euros em créditos

O Governo brasileiro anunciou que a missão oficial à China resultou em 24,6 mil milhões de reais (4,2 mil milhões de euros) em créditos, incluindo recursos destinados a obras de infra-estrutura

 

Segundo o comunicado emitido pelo Governo brasileiro, o vice-Presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, encontrou-se na sexta-feira com o Presidente da China, Xi Jinping, encerrando a visita oficial de quatro dias à China.

“Concluímos esta missão à China com resultados muito satisfatórios. Garantimos mais de 24,6 mil milhões de reais em financiamentos para projectos diversos no Brasil, com foco significativo na reconstrução do Rio Grande do Sul”, afirmou Alckmin.

Na sua passagem pelo país asiático, o vice-Presidente brasileiro reforçou o compromisso do país com o desenvolvimento sustentável e a preservação do ambiente, realçando que o Brasil é um país estável, com uma economia em expansão e que, recentemente, aprovou reformas como a tributária, que facilitam ainda mais os investimentos no país.

Ao receber Alckmin no Palácio do Povo, Xi Jinping destacou que “China e Brasil são parceiros e irmãos que avançam juntos com a mesma vontade e aspiração”, refere-se no comunicado. O Presidente chinês afirmou que “as relações China-Brasil transcendem o escopo bilateral e servem como paradigma para promover a união, cooperação dos países em desenvolvimento, e a paz e a estabilidade do mundo”.

Sobre os recursos anunciados, o Brasil destacou um memorando de entendimento assinado entre o Ministério das Finanças e o Banco Asiático de Investimentos e Infra-estrutura (AIIB), no valor de até 5 mil milhões de reais (877 milhões de euros), para apoio de emergência ao estado brasileiro Rio Grande do Sul, atingido por fortes chuvas e que deverá iniciar um amplo processo de reconstrução.

Outros 4 mil milhões de reais (702 milhões de reais) em crédito serão concedidos pelo Banco de Desenvolvimento da China (CDB) para o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) do país sul-americano, para projectos na área das infra-estruturas, incluindo relacionados com as mudanças do clima e a economia verde.

O CBD e BNDES acordaram também um crédito de 3,6 mil milhões de reais (632 milhões de euros) para acções de investimento do BNDES. Fechando a lista de novos investimentos, BNDES e AIIB assinaram uma carta de intenção para negociação de uma nova linha de crédito, no valor de 1,3 mil milhões de reais (228 milhões de euros).

Já o Banco de Exportação e Importação da China (Eximbank) e o Banco do Brasil assinaram um acordo de empréstimo de 2,5 mil milhões de reais (439 milhões de euros) para facilitar o comércio e a cooperação bilateral.

O Banco do Brasil assinou um acordo com o CDB para uma linha de crédito de 2,5 mil milhões de reais (439 milhões de euros), que deve permitir o aprofundamento da cooperação pragmática entre Brasil e China. Durante a missão brasileira à China, foi formalizado ainda um financiamento de 5,7 mil milhões de reais (mil milhões de euros) do New Development Bank (NDB), o banco do Brics, para a reconstrução do Rio Grande do Sul.

Relações seculares

O Governo brasileiro acrescentou que a missão liderada por Alckmin regressa ao país com um acordo para venda de 120 mil toneladas de café brasileiro, o equivalente a 500 milhões de dólares (463 milhões de euros), para a rede de cafés chinesa Luckin Coffee.

A Sinovac, fabricante de medicamentos que produziu a vacina Coronavac, deverá investir 500 milhões de reais (87,7 milhões de euros) para desenvolver, em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vacinas no país sul-americano.

Os dois países celebram este ano 200 anos de relações diplomáticas. De acordo com dados oficiais, a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2008.

O mercado chinês foi destino de 30 por cento das exportações brasileiras em 2023, atingindo 104 mil milhões de dólares (95,5 mil milhões de euros), sobretudo graças a produtos alimentares e matérias-primas. A China, por seu turno, mantém investimentos no Brasil que rondam os 40 mil milhões de dólares (36,8 mil milhões de euros), que nos últimos anos se têm centrado sobretudo na área energética.

11 Jun 2024

IC | Festival Internacional de Artes para Crianças traz grupo português

O Instituto Cultural apresentou na sexta-feira a primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças, evento que terá um orçamento de 30 milhões de patacas, suportado por três operadoras de jogo. O cartaz do festival irá contar com o grupo português WeTumTum

 

O grupo português WeTumTum vai participar na edição inaugural do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau, marcada para os dias entre 4 de Julho e 25 de Agosto, anunciou na sexta-feira o Instituto Cultural (IC).

O WeTumTum vai apresentar, entre 19 e 22 de Julho, o espectáculo de circo contemporâneo “Crassh_DuoCircus”, em que dois artistas criam música a partir de utensílios de cozinha comuns como baldes, panelas de aço inoxidável, copos, frigideiras, bolas e “uma maçã meio comida”.

O grupo, com sede em Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro, venceu o Prémio do Público do Teatro Castilla-Leon em 2013 e o Prémio de Melhor Espectáculo ao Vivo no Festival de Artes Ibéricas em 2020. O programa conta ainda com a participação de grupos locais e vindos de Espanha, Argentina, Estados Unidos, assim como de Hong Kong e da China continental, disse a presidente do IC, numa conferência de imprensa.

O festival inclui 55 actividades, entre actuações em palco, um festival com mais de 20 filmes, exposições, uma feira do livro, instalações ao ar livre, um acampamento artístico, workshops e o primeiro musical infantil criado pelo Museu do Palácio de Pequim.

Outro destaque do programa será “Annie, o Musical” que, segundo um comunicado do IC, é “um musical clássico da Broadway para famílias que reinterpreta as exaltantes aventuras de uma pequena e corajosa menina órfã, encenado ao som de músicas memoráveis como ‘Tomorrow’ e ‘It’s the Hard Knock Life'”.

O espectáculo de encerramento do festival será “O Primeiro Musical para Crianças do Museu do Palácio Lu Duan”, constituindo “uma viagem imersiva pelas relíquias históricas do Palácio Imperial através de uma integração inovadora e perfeita entre artes teatrais, cultura tradicional e tecnologia moderna”.

Mestres de marionetas

No caso do espectáculo oriundo de Espanha, “Laika”, produzido pela companhia Xirriquiteula Teatre, irá proporcionar ao público “uma experiência maravilhosa de estética visual cativante através de várias formas de expressão artística, como jogos de sombras, marionetas e montagem de filmes”.

Também de Espanha chega “A Lua numa Caçarola”, uma produção que combina música, dança, teatro e efeitos especiais, criada pela companhia La Petita Malumaluga. Trata-se de um espectáculo que “levará os mais pequenitos e seus acompanhantes adultos aos cantinhos emocionais de uma lua, convidando-os a passarem um bom bocado juntos”.

Da Argentina chega o espectáculo de marionetas não-verbais “Tic Tac: O Herói do Tempo”, da Companhia de Artes de Marionetas Omar Alvarez Titeres. Esta produção propõe “uma análise subtil dos sentimentos humanos com uma combinação de marionetas delicadas feitas a partir de objectos do quotidiano, incluindo projecções em stop-motion”.

O cartaz do festival irá também brindar o público com o concerto familiar “Sinfonia Mágica”, em que o “famoso apresentador de televisão para crianças de Hong Kong, Harry, irá juntar-se à Orquestra de Macau para transformar o auditório num alegre parque de diversões repleto de melodias mágicas”, descreve o IC.

O público infanto-juvenil poderá ainda desfrutar de uma ópera cantonense para adolescentes, intitulada “A Lanterna de Lótus Mágica”, com interpretação dos alunos da Escola de Teatro do Conservatório de Macau do Instituto Cultural.

Destaque também para o espectáculo “O Bosque dos Sonhos”, criado pela produtora local Chan Si Kei e pelas coreógrafas, também de Macau, Wendy Choi e Annette Ng. Esta iniciativa para bebés convida ao convívio com “cada criatura incrível que habita uma floresta mágica através do movimento físico”.

Eventos à parte

O primeiro Festival Internacional de Artes para Crianças traz ainda a exposição “Mundo Fantástico da Arte do Centro Pompidou”, situado em França. Apresentam-se “exposições e funções educativas que levarão as crianças a embrenharem-se na exploração e criação artísticas através de meios interactivos, permitindo-lhes assim desfrutar do prazer da criatividade e introduzindo-as à arte contemporânea”.

Serão ainda realizados 20 workshops temáticos em torno do mundo da arte, num total de 60 sessões, bem como acampamentos de artes “Misterioso Campo de Jogos – Acampamento Criativo para Crianças” e “Fantástico Portal Criativo – Acampamento Artístico Familiar”, que decorrem no Centro Cultural de Macau. Estas iniciativas são descritas pelo IC como workshops interactivos que irão proporcionar a experiência de “contar histórias num pequeno teatro e desfrutar do prazer da arte”.

O festival inclui ainda cinema, convidando “as crianças a explorar o mundo cinematográfico e vivenciar o calor da família a partir de histórias”. A sétima arte será representada no cartaz com o “Festival Internacional de Cinema para Crianças de Macau” uma selecção de 20 filmes distribuídos em quatro secções. Será feita a reposição de filmes como “Shrek” e “Eu Não Sou Estúpido”, ou ainda os filmes clássicos “Os Quatrocentos Golpes”, “O Espírito da Colmeia” e diversas curtas-metragens locais.

O programa inclui ainda a master class “Acampamento Musical” com a presença de Joshua Bell, violinista vencedor de um Grammy, e ainda vários músicos da Academy of St Martin in the Fields do Reino Unido. Desta forma, os participantes “terão a oportunidade de actuar com os mestres no palco”, além de que estes irão oferecer “orientações pessoalmente a alguns participantes”.

Palavra de presidente

Leong Wai Man, presidente do IC, disse que os eventos, pensados para crianças e jovens de diferentes faixas etárias, vão decorrer no Centro Cultural (CCM) e no vizinho Museu de Arte. Além de cultivar os interesses artísticos desde cedo e alargar os horizontes das crianças e dos jovens de Macau, o festival pretende ainda atrair mais visitantes, sublinhou a presidente do IC.

O evento, com um orçamento de 30 milhões de patacas, vai ser organizado pelo IC em conjunto com três operadoras de casinos. O cartaz não está ainda fechado, mas traz também uma livraria para crianças, em formato pop-up, aberta aos fins-de-semana, durante todo o mês de Julho, no espaço “DOT ART”, no primeiro andar do CCM. Haverá aí um parque de diversões e mais de 200 livros infanto-juvenis à venda. Haverá também dispositivos para fotografias e uma área de leitura para pais e filhos, onde pequenos e graúdos poderão desfrutar juntos da leitura.

Não faltará também o “Dia de Diversão MICAF – Artes em Festa”, que decorre na praça do CCM nas noites de 23 a 25 de Agosto, onde se irão realizar espectáculos de rua com dança urbana, palhaços ou teatro de marionetas.

Os bilhetes para o festival estão à venda deste domingo, e as inscrições para actividades complementares podem ser feitas na plataforma da Conta Única de Macau. Destaque para a parceria com a Cinemateca Paixão no que diz respeito à exibição dos filmes do festival de cinema.

10 Jun 2024

Take-away | Aliança do Povo quer comissões mais baratas

A vice-presidente da Aliança do Povo de Instituição de Macau, Chan Peng Peng, defende que o Governo deve prestar mais atenção às dificuldades das pequenas e médias empresas (PME) e convencer as plataformas de take-away a cobrar comissões mais baixas.

Segundo o jornal Ou Mun, a responsável recordou que os pedidos de take-away são cada vez mais populares e que muitos comerciantes aderiram às plataformas para expandir vendas. No entanto, Chan Peng Peng citou queixas de comerciantes devido às comissões cobradas, que são consideradas demasiado altas. Chan indica que por cada transacção é cobrada uma comissão de cerca de 20 por cento.

A este peso no preço, sublinha a responsável, juntam-se muitas despesas adicionais, como o custo para comercializar na plataforma, distribuição, publicidade, cupões e actividades promocionais. Feitas as contas, a vice-presidente da associação indica que os proprietários dos restaurantes e lojas de takeaway podem pagar até 40 por cento em comissões.

Além disso, Chan Peng Peng apontou que as plataformas de take-away lançam frequentemente actividades promocionais, com preços mais reduzidos para os consumidores. Porém, o custo das promoções é suportado pelos comerciantes.

Dado que no contexto actual, é considerado inevitável a participação em promoções para os diferentes negócios, Chan Peng Peng indicou que a competição é cada vez mais feroz. A responsável recordou ainda os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), que apontavam para uma quebra do volume de negócios na restauração de 17,2 por cento em comparação com Fevereiro.

10 Jun 2024

Empreendedorismo | Competição quer atrair ‘startups’ lusófonas

A 4.ª edição da competição 929 Challenge foi apresentada na sexta-feira e os organizadores esperam atrair para Macau mais startups chinesas e dos países de língua portuguesa

 

A quarta edição da competição 929 Challenge quer atrair ’startups’, chinesas e dos países de língua portuguesa, “com maior qualidade e preparadas para lançar um negócio em Macau”, anunciou a organização na sexta-feira. José Alves, co-fundador da 929 Challenge, defendeu que “o sucesso” da competição lançada em 2021, em plena pandemia de covid-19, deve ser cada vez mais medido pelo número de projectos que chegam ao mercado.

A última edição registou um novo máximo, com mais de 1.500 participantes em mais de 280 equipas de todos os nove países lusófonos e da China. Mas o outro co-fundador da 929 Challenge recusou-se a fixar uma meta para este ano.

“Estamos mais preocupados com a qualidade do que com a quantidade. Queremos projectos que sejam depois aplicados comercialmente”, sublinhou, numa conferência de imprensa, Marco Duarte Rizzolio.

O também professor da Universidade Cidade de Macau recordou que a competição tem novos parceiros, incluindo o Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas de Angola e o Centro de Incubação de Jovens Empreendedores de Macau. “Estes parceiros têm-nos trazido melhores ‘startups’ e projectos”, acrescentou José Alves.

A organização acredita ainda que poderá atrair “projectos mais fortes” graças à subida dos prémios monetários para os três melhores: 300 mil patacas e quatro mil dólares em serviços e ferramentas da gigante tecnológica chinesa Alibaba.

As inscrições estão abertas até 29 de Setembro, tanto para empresas como para equipas de alunos universitários.
As equipas irão participar num ‘bootcamp’ ‘online’, com uma rede com mais de 60 mentores, nas duas primeiras semanas de Outubro, durante o qual deverão criar planos de negócios a pensar na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, disse Rizzolio.

Os melhores 16 planos – oito de empresas e oito de universitários – terão 10 minutos para convencer o júri da 929 Challenge e potenciais investidores na final, a 9 de Novembro.

Apoios para a Baía

De seguida, haverá “um programa de apoio às empresas que se queiram estabelecer aqui em Macau e na Grande Baía”, que inclui, durante duas semanas, visitas a incubadoras e encontros com fundos de capital de risco, disse Rizzolio.

Este ano, pela primeira vez, haverá ainda um programa de ‘soft landing’ (aterragem leve), com um máximo de três meses, para projectos que queiram mesmo abrir um negócio em Macau, acrescentou José Alves. Para as ‘startups’ que precisem de capital, disse Marco Duarte Rizzolio, a competição tem acordos com possíveis investidores, incluindo a chinesa Da Heng Qin Macao Corp e a Portugal Ventures, sociedade de capital de risco do grupo estatal Banco Português de Fomento.

O concurso é co-organizado pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) e por várias instituições RAEM, incluindo todas as universidades.

10 Jun 2024

José Cesário afirma que consulado em Macau causa preocupação

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, indicou à Lusa que o posto consular de Macau é um dos que gera preocupação às autoridades portuguesas, devido a desafios na organização e falta de profissionais.

“Os [postos] prioritários são aqueles em temos mais dificuldades. E são os maiores, de um modo geral. (…) Toronto claramente, claramente São Paulo, claramente Rio de Janeiro, claramente Joanesburgo, claramente Londres. O Luxemburgo, embora tenha melhorado, também precisa que possamos continuar a dar-lhe muita atenção. Buenos Aires é outro local em que temos muitas preocupações, Macau é outro posto também”, afirmou José Cesário.

O secretário da Estado para as Comunidades Portugueses explicou também que este tipo de prioridades prende-se especialmente com a “falta de funcionários” ou pela necessidade de “melhor organização”. “Prende-se com várias coisas. Prende-se com o facto de que nuns locais faltarem funcionários, noutros locais é preciso melhorar a organização, noutros locais tem a ver efectivamente com a apropriação por parte de certas redes das vagas para os agendamentos”, admitiu.

Problemas mais graves

Entre os consulados prioritários, determinado pelo recente Plano de Acção para as Migrações, estão igualmente outros postos onde se reconhece que há redes ligadas ao crime a interferir.

“Estou a lembrar-me de um outro caso que é preciso ser trabalhado com muita atenção, que é Goa. A área dos vistos, toda ela é muito importante, seja em Luanda, a cidade da Praia, Bissau…são situações que nós vamos ter de ir olhando com muita atenção”, acrescentou. Em Novembro passado, a Polícia Judiciária portuguesa (PJ) participou em buscas em Portugal e no Brasil, num caso que investiga suspeitas de corrupção no Consulado-Geral de Portugal no Rio de Janeiro e envolve um esquema de legalização ilícita de documentos para obtenção de nacionalidade portuguesa.

A PJ explicou que os inquéritos investigam suspeitas dos crimes de corrupção passiva e activa, participação económica em negócio, peculato, acesso ilegítimo, usurpação de funções, abuso de poder, concussão, falsificação de documentos e abuso de poder.

10 Jun 2024

Ensino | Ho Iat Seng recebeu reitor da Universidade de Coimbra

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, e o Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, discutiram a saúde dos mais velhos e a possibilidade de futuros projectos de cooperação entra a instituição portuguesa e o Instituto Politécnico de Macau. A informação sobre o encontro de sexta-feira foi divulgada pelo Gabinete de Comunicação Social.

De acordo com o Governo da RAEM, Ho Iat Seng afirmou a Amílcar Falcão “esperar que a Universidade de Coimbra trabalhe com as instituições do ensino superior da RAEM, aproveitando as suas experiências e técnicas na área da investigação científica como uma alavanca para dar apoio na promoção da indústria de Big Health”. Esta cooperação, indicou o Chefe do Executivo, pode “ajudar o Governo na elaboração de uma política gerontológica mais científica e sistemática, que lide melhor com a questão do envelhecimento da população no território”.

Segundo a nota de imprensa, o Chefe do Executivo considerou que a relação entre a UC e a UPM é boa e que tem sido composta por “uma comunicação estreita” com o “desenvolvimento de vários planos de cooperação”. Ho disse também a Amílcar Falcão que a instituição que este dirige pretende “iniciar um projecto conjunto [com a UPM] na área da gerontologia, sobre o estudo e resposta do envelhecimento social”.

Por sua vez, Amílcar Falcão terá elogiado o Governo de Macau, que avaliou com nota positiva. Segundo o Governo da RAEM, o reitor “realçou o forte empenho do Governo da RAEM na optimização da estrutura industrial através da construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin […] e demonstrou ter ficado muito impressionado considerando que será ampla a perspectiva de futuro desenvolvimento”.

10 Jun 2024

Clube Militar | Festival de gastronomia e vinhos de Portugal arranca hoje

O Clube Militar de Macau vai receber, entre hoje e o dia 16 de junho, dois chefs portugueses para o Festival de Gastronomia e Vinhos de Portugal – “Primavera-2024”, integrado no programa do mês de Portugal. “Sentimo-nos muito honrados e felizes de organizar este festival (…), já com uma tradição de mais de duas décadas”, disse ontem, num comunicado, o presidente da direcção do clube, Ambrose So Shu Fai.

Tal como acontece desde 2015, o festival faz parte do programa Junho – Mês de Portugal na RAEM, um mês de comemorações do dia 10 de junho no território.

O festival, que se prolonga durante dez dias, está também integrado nas celebrações do 154.º aniversário do Clube Militar, “uma das mais antigas associações sociais de Macau”, sublinhou Ambrose So.

A gastronomia portuguesa estará representada pelo chef alentejano José Júlio Vintém e por António Loureiro, o chef do A Cozinha, um restaurante de Guimarães com uma estrela Michelin e o primeiro restaurante europeu certificado como zero resíduos.

O programa Junho – Mês de Portugal na RAEM inclui ainda o segundo roteiro gastronómico, a decorrer durante todo o mês, que reúne 28 restaurantes portugueses em Macau, mais do dobro da primeira edição, em 2023.

Este ano, o programa vai ficar marcado pelas comemorações do centenário da primeira viagem aérea entre Portugal e Macau, efectuada por Sarmento de Beires, Brito Pais e Manuel Gouveia, que partiram de Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira, a 7 de Abril de 1924.

O consulado-geral de Portugal vai receber a 20 de Junho uma exposição e uma conferência sobre a viagem, com o director do Museu do Ar da Força Aérea Portuguesa, Carlos Mouta Raposo, e o presidente da Câmara Municipal de Odemira, Hélder Guerreiro.

7 Jun 2024

Coimbra e Macau lançam doutoramento em tecnologias de informação

A Universidade de Coimbra (UC) e a Universidade Politécnica de Macau (UPM) lançaram um duplo doutoramento em tecnologias de informação, disse ontem o reitor da instituição portuguesa, durante uma visita a Macau.

O doutoramento nasceu este ano lectivo, de um acordo assinado em Agosto, e “está a começar a dar os primeiros resultados”, com 18 estudantes, “divididos entre portugueses e chineses”, disse Amílcar Falcão.

O responsável sublinhou que a UC quer, “no futuro, continuar a ter essa capacidade de mobilizar” estudantes dos dois lados, porque a instituição quer “aumentar o número de formações avançadas” em cooperação com Macau.

Falcão disse que a UC “vai avançar”, já no próximo ano lectivo de 2024/2025, com um programa de estudos avançados em Relações Económicas Internacionais, com a Universidade da Cidade de Macau, em língua inglesa. “[A visita a Macau serviu para] consolidar as parcerias que nós temos e perspectivar outras parcerias que estão em aberto e estamos em negociações”, referiu o reitor, dando como exemplo a área do envelhecimento.

Em Outubro, a UC criou um laboratório conjunto, com a Universidade de Macau (UM), para estudar o envelhecimento cognitivo e responder às necessidades geradas pelo aumento da esperança de vida.
Também ontem, Amílcar Falcão esteve nas instalações da UM na vizinha Hengqin (ilha da Montanha). “Levamos connosco elementos para estudar e para apresentar um projecto a breve prazo às autoridades para podermos ter o apoio necessário”, disse o reitor da UC, sem revelar mais detalhes.

Falcão revelou que a UC quer também reforçar a parceria com a UPM na área da inteligência artificial, ligada ao laboratório conjunto de tecnologia avançada para cidades inteligentes, criado pelas duas instituições em 2022.

Relação de longa data

A UPM vai atribuir hoje um doutoramento ‘honoris causa’ ao reitor da UC, durante a cerimónia de graduação do ano académico de 2023/2024. Falcão disse acreditar que é um reconhecimento da relação de longa data com a China, incluindo a criação, em 2016, de uma delegação do Instituto Confúcio, que promove o ensino do mandarim e a cultura chinesa no estrangeiro.

Antes de visitar Macau, o dirigente passou por Xangai, no leste da China continental, e por Shenzhen, a cidade vizinha de Hong Kong, para “consolidar relações também de há muitos anos”, num “país estratégico” para a Universidade de Coimbra.

Em Maio de 2019, a UC e a Universidade de Fudan, em Xangai, assinaram acordos que permitiam aos alunos da instituição chinesa frequentar cursos intensivos de Verão de português em Coimbra.

Um mês antes, a UC e a Universidade de Estudos Internacionais de Pequim formalizaram a criação do Centro de Estudos sobre a China e os Países de Língua Portuguesa. A universidade portuguesa criou em 2018 a Academia Sino-Lusófona e o Centro de Estudos Chineses, em parceria com a Academia Chinesa de Ciências Sociais.

7 Jun 2024

Pelo menos seis mortos após explosão num barco de pesca nas Filipinas

Pelo menos seis tripulantes filipinos morreram e seis foram resgatados com vida após uma explosão que atingiu o barco de pesca em que trabalhavam no mar, próximo da província filipina de Cebu, disseram ontem autoridades da guarda costeira.

Os tripulantes sobreviventes, incluindo o capitão do navio filipino F/B King Bryan, ainda estavam a ser tratados no hospital ou traumatizados demais para relatar aos investigadores o que desencadeou a explosão e o incêndio a bordo do navio na noite de quarta-feira, a cerca de oito quilómetros da cidade de Naga, na província de Cebu, disseram autoridades da guarda costeira filipina.

Um dos tripulantes feridos estava em estado crítico num hospital em Cebu, referiu ainda a guarda costeira.

Vídeos e fotos divulgados pela guarda costeira mostraram chamas e fumo a sair do barco de pesca, enquanto as equipas de socorro examinavam as águas na escuridão. Os tripulantes com queimaduras foram transportados para um local seguro pelo pessoal da guarda costeira.

O barco, de casco de madeira e que tinha estabilizadores de bambu, aparentemente apresentou problemas no motor antes da explosão e do incêndio tomarem o navio, ferindo vários tripulantes e forçando outros a saltar para o mar em pânico.

Um rebocador que passava no local ajudou a apagar o incêndio e uma operação de busca e resgate da guarda costeira foi lançada, disseram autoridades filipinas.

Cenas recorrentes

O barco de pesca estava no mar desde domingo, tendo passado pelas zonas costeiras de Gilotongan, Cawayanan, Masbate em busca de pescado. Os acidentes marítimos são comuns no arquipélago filipino devido a tempestades frequentes, barcos mal conservados, sobrelotação e a falta de cumprimento dos regulamentos de segurança.

Em Dezembro de 1987, um ‘ferry’ sobrelotado, o Dona Paz, afundou após colidir com um navio-tanque carregado de combustível, matando mais de 4.300 pessoas, o incidente marítimo que provocou mais mortos a nível global, excluindo em cenários de conflito armado, ficando o Dona Paz conhecido como o Titanic asiático.

7 Jun 2024

Timor-Leste | Xanana apela a jovens para deixarem as “ditas” artes marciais

O primeiro-ministro de Timor-Leste pediu ontem aos jovens timorenses, residentes no país e na diáspora, para deixarem de praticar as “ditas” artes marciais e rituais. O apelo de Xanana Gusmão surgiu na sequência de uma rixa entre dois grupos rivais em Fátima, que resultou num morto. A Conferência Episcopal Timorense também condenou a violência

 

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, está preocupado com a influência que as artes marciais e rituais têm nos jovens timorenses, tanto em solo nacional como no estrangeiro. “Este apelo que estamos a fazer é para deixarem as tais ditas artes marciais”, afirmou Xanana Gusmão, que lembrou ter ocorrido uma redução da violência desde que as artes marciais e rituais foram suspensas no país.

O primeiro-ministro falava aos jornalistas na Presidência timorense, no final de um encontro com o chefe de Estado, José Ramos-Horta, durante o qual foram discutidos os incidentes registados, no domingo, em Fátima (Portugal), que envolveram jovens timorenses e que provocaram um morto e quatro feridos.

Em Novembro passado, o Governo timorense tinha suspendido a aprendizagem e a prática das artes marciais, devido aos graves incidentes registados no território, tendo renovado a suspensão em Abril.

Xanana Gusmão condenou os acontecimentos em Fátima, nos quais estiveram alegadamente envolvidos dois grupos de artes marciais (o 22 e o 77). O incidente envolveu cerca de 40 jovens, provenientes de vários locais de Portugal, incluindo Lisboa, Setúbal e Leiria, e deveu-se a “diferenças entre os dois grupos”, acrescentou.

“Ontem [quarta-feira] decidimos, se a família assim o requerer, trasladar o cadáver para Timor”, disse também o primeiro-ministro timorense. Nos confrontos morreu um jovem timorense do município de Aileu.

O primeiro-ministro disse também que a Polícia Judiciária portuguesa está a investigar e que todos os envolvidos devem ser expulsos e regressar a Timor-Leste para “incutir em toda a sociedade timorense que é preciso deixar de vez” as artes marciais.

Absolvição divina

A Conferência Episcopal Timorense lamentou ontem e censurou os confrontos entre timorenses registados no domingo em Fátima, que provocaram um morto, e apelaram aos jovens para “fazer o bem em qualquer país onde estejam”.

“Nós, os bispos de Timor, manifestamos a nossa mais firme censura a qualquer forma de violência, que não pode ter lugar na sociedade em que vivemos e muito em particular no Santuário de Fátima”, refere, em comunicado, a Conferência Episcopal Timorense.

Em causa estão os incidentes registados domingo em Fátima, que envolveram timorenses de dois alegados grupos de artes marciais, que provocaram um morto e quatro feridos.

“Queremos realizar, com este gesto público, um pedido de desculpas ao povo português, à Conferência Episcopal Portuguesa, em particular à Diocese de Leiria e aos seus fiéis, aos moradores e peregrinos do Santuário de Fátima pelos actos daqueles jovens, que perturbaram o sossego e a sacralidade do Santuário de Fátima”, pode ler-se no comunicado.

Os bispos de Timor-Leste apelaram também aos jovens timorenses para que “rompam com as ondas e a espiral de violência. Que os jovens, em geral, vivam a sua fé cristã, se respeitem e amem uns aos outros e unam esforços para fazer o bem em qualquer país onde estejam”.

O Presidente timorense, José Ramos-Horta, condenou também, quarta-feira, numa declaração feita no enclave de Oecússi, os incidentes em Fátima e aconselhou as autoridades portuguesas a expulsarem os cidadãos timorenses envolvidos, segundo a imprensa timorense. Segundo José Ramos-Horta, grupos ou elementos das artes marciais já tinham criado problemas em Inglaterra e na Irlanda do Norte.

7 Jun 2024