Hoje Macau China / ÁsiaHK | Droga apreendida no aeroporto mais que triplicou em 2024 O Aeroporto Internacional de Hong Kong confiscou um total de 874 quilogramas de estupefacientes em 2024, o que representa um aumento de 244 por cento face a 2019, antes da pandemia de covid-19, foi ontem anunciado. Os dados citados pelo South China Morning Post indicam que as substâncias interceptadas foram avaliadas em 349 milhões de dólares de Hong Kong. As drogas foram detectadas em 111 voos internacionais, algo atribuído a uma intensificação dos controlos, especialmente durante as épocas festivas, quando os traficantes tentam tirar partido do aumento das viagens aéreas. Só em meados de Dezembro de 2022 é que a metrópole abandonou a política chinesa de ‘zero covid’, com a restrição das entradas no território, aposta em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas. De acordo com fontes da polícia, citadas pelo jornal, os suspeitos recebiam até 1 por cento do valor da droga transportada, nomeadamente no interior do corpo, uma táctica comum entre as ‘mulas’ vindas de África. As mesmas fontes disseram que a cocaína vem da América do Sul, enquanto os produtos de canábis vêm geralmente da América do Norte e de países asiáticos e a metanfetamina em cristal vem da Europa e do México. No final de dezembro de 2023, a polícia de Hong Kong deteve dois passageiros que voaram de Moçambique para a região chinesa com 33,5 quilos de metanfetamina, no valor de 1,9 milhões de euros. A Alfândega de Hong Kong detectou um homem de 29 anos e uma mulher de 27 anos que chegaram ao aeroporto do território vindo de Moçambique através de Doha, no Qatar. Os agentes encontraram, no interior das malas de porão dos dois viajantes, 10 pinturas a óleo e 54 peças de artesanato, usadas para esconder um total de 33,5 quilos de metanfetamina, no valor de 16,5 milhões de dólares de Hong Kong. O crime de tráfico de droga é punido na região chinesa com uma multa de até 5 milhões de dólares de Hong Kong e uma pena de prisão que pode ser perpétua.
Hoje Macau EventosSérie japonesa “Shogun” conquista Globos de Ouro A série japonesa “Shōgun”, que inclui personagens portuguesas, conquistou os maiores prémios de televisão da 82.ª cerimónia dos Globos de Ouro, entregues no domingo, em Los Angeles. A série da FX dominou a categoria de drama e levou quatro estatuetas para casa: Melhor Série, Melhor Actriz para Anna Sawai, Melhor Actor para Hiroyuki Sanada e Melhor Actor Secundário para Tadanobu Asano. “Nada desta série foi algo esperado”, confessou o co-criador Justin Marks, ao aceitar a estatueta de Melhor Série dramática do ano. “Foi construída em cima das costas de muitos ‘sins’ destemidos que recebemos ao longo dos anos”, continuou. “É uma série a que vocês nunca deviam ter dito sim”, gracejou, dirigindo-se aos patrões da Disney. “É um milagre que toda a gente ainda tenha um emprego”. Retrato ficcional sobre o Japão do século XVI, “Shōgun” tem no elenco o português Joaquim de Almeida e o luso-canadiano Louis Ferreira. Já tinha triunfado nos Emmys em Setembro. “Estou tão feliz por estar aqui com estes grandes nomeados”, exclamou o actor Hiroyuki Sanada, que usou o discurso de agradecimento para deixar uma mensagem inspiradora. “Aos jovens actores e criadores no mundo, sejam vocês mesmos, acreditem em vós próprios e nunca desistam”. Abusos e outras histórias Outra vencedora da noite foi a série “Baby Reindeer”, da Netflix, considerada a Melhor Minissérie do ano. “Isto é de loucos”, disse Richard Gadd, que escreveu e protagonizou a série com base em factos verídicos que lhe aconteceram. “A forma como vocês abraçaram esta série significa tudo para mim”. Gadd deixou uma mensagem para os executivos da televisão, considerando que muitas vezes histórias sombrias e difíceis são rejeitadas porque há um equívoco sobre o que a audiência quer. “Há algum tempo que há esta crença na televisão que histórias sombrias não vendem”, afirmou. “Nós precisamos de histórias que se liguem à natureza complicada dos nossos tempos”, continuou. “Lembrem-se de guardar algum dinheiro para que o pequeno criador conte a sua história”. “Baby Reindeer” também deu a Jessica Gunning o globo de Melhor Actriz Secundária em televisão. A britânica contou uma história de infância para ilustrar quão surreal o último ano tem sido devido ao sucesso do trabalho na Netflix. “Não consigo acreditar que isto está a acontecer-me”, exclamou. “Baby Reindeer mudou a minha vida”. Ainda em minissérie, foi Jodie Foster que levou o galardão de Melhor Actriz, pela interpretação da detective Liz Denvers em “True Detective: Night Country”. A veterana agradeceu ao povo indígena Iñupiaq, que habita as terras do Alasca há milhares de anos, por ter partilhado as suas histórias com ela. Nessa categoria, Colin Farrel agarrou a estatueta de Melhor Actor, pela interpretação na série da HBO Max “The Penguin”. Fernanda Torres faz história Fernanda Torres fez história ontem à noite ao ser a primeira brasileira a vencer o Globo de Ouro de Melhor Actriz na categoria mais cobiçada, a de filme dramático, ultrapassando veteranas como Nicole Kidman, Angelina Jolie e Kate Winslet. “Não preparei nada”, confessou a actriz brasileira, mostrando-se muito surpreendida pela distinção entregue na 82.ª cerimónia dos Globos de Ouro, que decorreu em Los Angeles. “Este foi um ano tão incrível em desempenhos femininos”, continuou. A actriz dedicou a vitória à mãe, Fernanda Montenegro, que foi a primeira brasileira nomeada, por “Central do Brasil”, em 1999, mas não ganhou. “Isto é a prova de que a arte pode perdurar pela vida, mesmo em momentos difíceis como este da incrível Eunice Paiva que eu interpreto”, afirmou a actriz. “A mesma coisa está a acontecer agora no mundo, com tanto medo, e este é um filme que nos ajuda a pensar como sobreviver em tempos difíceis como este”, acrescentou. “Ainda Estou Aqui”, filme realizado por Walter Salles, baseia-se na história verídica de Eunice Paiva, que durante 40 anos lutou para descobrir o que aconteceu ao seu marido Rubens Paiva, um ex-deputado que foi levado pela polícia durante a ditadura militar no Brasil. Pouco depois do anúncio, o Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva deu os parabéns a Fernanda Torres, que descreveu na rede social X como o “orgulho do Brasil”. As outras nomeadas eram Angelina Jolie em “Maria”, Kate Winslet em “Lee”, Pamela Anderson em “The Last Showgirl”, Tilda Swinton em “The Room Next Door” e Nicole Kidman em “Babygirl”.
Hoje Macau EventosFRC | Pinturas sobre Igreja de São Paulo para ver a partir de hoje O novo ano arranca na Fundação Rui Cunha com uma exposição de pintura. Trata-se de “Ritmos da Tinta Chinesa na Igreja de São Paulo”, da autoria de Tsang Tseng Tseng, artista e docente universitária. Eis a oportunidade para ver a zona das Ruínas de São Paulo pintada a tinta-da-china, sob inúmeras perspectivas A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugura hoje, a partir das 18h30, uma nova exposição, intitulada “Ritmos da Tinta Chinesa na Igreja de São Paulo”, de Tsang Tseng Tseng, artista de Macau que explora os domínios artísticos da pintura tradicional chinesa através das paisagens como tema para expressar as suas emoções. A curadoria é de Jun Zilan. A mostra, segundo um comunicado, é organizada em parceria com a Associação de Arte Juvenil de Macau e Macau Artists Society. Podem, assim, ver-se 40 pinturas feitas a tinta-da-china, em vários tamanhos, desde obras de maior dimensão a pequenas composições de cuidado detalhe. O estilo de Tsang Tseng Tseng é descrito como sendo “espontâneo e natural, misturando elementos da tradição antiga com uma sensibilidade moderna”. Citado pela mesma nota, Lok Hei, presidente da Macau Artists Society, revelou que a artista estudou em Jiangnan, “uma região com um rico património cultural, pelo que as suas criações artísticas estão profundamente integradas com os valores culturais tradicionais”. “Entre os muitos jovens artistas de Macau, Tsang Tseng Tseng destaca-se pela sua dedicação à arte. Enquanto estudava para o seu doutoramento na Academia de Arte da China, centrou-se na exploração de pinturas das dinastias Song e Yuan e conduziu uma extensa pesquisa sobre Wu Li, um artista importante do final da dinastia Ming ao início da dinastia Qing, que teve importantes ligações culturais e artísticas com Macau”, afirmou ainda. Da tradição para a modernidade Lok Hei adiantou também que as pinturas da artista “baseiam-se na tradição, ao mesmo tempo que incorporam elementos de inovação, integrando a elegância clássica com um toque contemporâneo”. “Ao enfatizar o pincel e a tinta, ela procura expressar a paz e a liberdade no meio do caos do mundo moderno”, refere ainda Lok Hei. Há cerca de 20 anos que Tsang Tseng Tseng pinta com recurso à tinta-da-china, tendo vencido, em 2008, o “Prémio Novos Talentos” na 24ª Exposição Colectiva de Artistas de Macau, galardão atribuído pelo Instituto para os Assuntos Municipais de Macau. Após a formação académica, em 2014 foi uma das duas alunas admitidas no programa da Academia de Artes da China de pós-graduação do professor Lin Hai Zhong, reconhecido em toda a Ásia como a referência máxima da pintura da academia tradicional. Desde 2022, a artista é docente na Universidade Cidade de Macau. A exposição na FRC pode ser vista até ao dia 18 de Janeiro.
Hoje Macau China / ÁsiaAviação | Guangdong vai construir novo aeroporto internacional O Conselho de Estado (Executivo) chinês aprovou ontem a construção de um novo aeroporto internacional na província de Guangdong, que faz fronteira com Macau, para descongestionar o tráfego aéreo e tornar a região “num centro internacional de carga”. A nova instalação vai servir as cidades a oeste de Cantão, a capital da província, desviando os voos de três outros aeroportos da China continental, numa área de 55.800 quilómetros quadrados no Delta do Rio das Pérolas, que inclui também o centro tecnológico de Shenzhen. Este novo aeroporto deve entrar em funcionamento em 2028, prevendo-se que acrescente 30 milhões de viagens anuais, até 2035, e duplique esse fluxo até 2050, segundo um comunicado do governo da província. A capacidade de carga do aeroporto deve aumentar para 500 mil toneladas até 2030 e 2,2 milhões de toneladas até 2050, acrescentou o portal financeiro Cailianshe. Em comparação, o Aeroporto Internacional de Guangzhou Baiyun, o principal aeroporto de Guangdong, registou 76 milhões de viagens em 2024, um novo recorde, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua. Em 2023 passaram 40 milhões de passageiros pelo Aeroporto Internacional de Hong Kong – parte do projecto da Área da Grande Baía da China. A infraestrutura foi também classificada como a instalação de carga aérea mais movimentada do mundo, com 4,5 milhões de toneladas de material processado. O novo projecto faz parte de um plano nacional quinquenal para o desenvolvimento da aviação civil, de acordo com a imprensa local.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Exportações para países lusófonos atingem novo recorde As exportações chinesas para os países de língua portuguesa aumentaram 17,4 por cento nos primeiros 11 meses de 2024, em comparação com igual período do ano anterior, e atingiram um novo recorde, indicam dados oficiais. De acordo com dados dos Serviços de Alfândega da China, as mercadorias vendidas para os mercados lusófonos até novembro atingiram 78,7 mil milhões de dólares. Este é o valor mais elevado desde que o Fórum de Macau começou a apresentar estes dados, em 2013. O anterior recorde anual, de 73,4 mil milhões de dólares, foi fixado em 2023. Os dados divulgados na quinta-feira revelam que o Brasil foi o maior comprador no bloco lusófono, com importações vindas da China a atingirem 66,5 mil milhões de dólares, uma subida de 23,5 por cento em termos anuais. Em segundo na lista vem Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 5,54 mil milhões de dólares, mais 3,6 por cento do que nos primeiros 11 meses de 2023. Na direcção oposta, as exportações lusófonas para a China caíram 2,3 por cento até Novembro, para 129,9 mil milhões de dólares (125,5 mil milhões de euros). Os dados mostram que a descida se deveu sobretudo ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas caíram 2,2 por cento para 108,3 mil milhões de dólares. Além disso, também o segundo maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, Angola, viu as exportações decrescerem 4,5 por cento para 16,2 mil milhões de dólares nos primeiros 11 meses de 2024. Outro lado Pelo contrário, as vendas de mercadorias de Portugal para a China aumentaram 11,2 por cento para 2,88 mil milhões de dólares, enquanto as exportações de Moçambique subiram 6,6 por cento para 1,62 mil milhões de dólares. Já as exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram 13,8 por cento, para 972,9 milhões de dólares, enquanto as vendas de Timor-Leste (menos 99,1 por cento), Cabo Verde (menos 81,9 por cento) e São Tomé e Príncipe (menos 70,7 por cento) também caíram em comparação com o período entre Janeiro e Novembro de 2023. As exportações da Guiné-Bissau para a China mantiveram-se inalteradas nos primeiros 11 meses de 2024, embora o país não tenha vendido mais de mil dólares em mercadorias. Apesar do novo recorde das exportações chinesas e da queda no lado dos países de língua portuguesa, a China registou um défice comercial de 51,2 mil milhões de dólares (com o bloco lusófono no período entre Janeiro e Novembro. Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 208,6 mil milhões de dólares entre Janeiro e Novembro, mais 4,3 por cento do que em igual período de 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaTibete | Descobertas mais de 20 milhões de toneladas de cobre As autoridades da China anunciaram ontem a recente descoberta de 20 milhões de toneladas de cobre no planalto tibetano, o que pode tornar a região numa fonte crucial daquele minério. Quatro grandes bases de recursos de cobre, identificadas como Yulong, Duolong, Julong-Jiama e Xiongcun-Zhuno, foram identificadas pelo Ministério dos Recursos Naturais e pelo Gabinete Geológico da China no planalto, conhecido como “tecto do mundo” e localizado no extremo oeste do país. Citados pela televisão estatal chinesa CCTV, os peritos do ministério afirmaram que a quantidade potencial total de cobre na área pode atingir 150 milhões de toneladas, posicionando a região como um futuro centro global de recursos de cobre. Boas energias Tang Juxing, membro da Academia Chinesa de Engenharia, sublinhou a importância estratégica do cobre como um metal chave no desenvolvimento e utilização de energia verde. “A procura por cobre é crucial para tecnologias como a energia solar e a energia eólica ‘onshore’ e ‘offshore’, bem como para o fabrico de veículos eléctricos”, explicou o especialista. Tang sublinhou ainda que o aumento das reservas chinesas deste recurso reforça a cadeia de abastecimento e assegura a sustentabilidade do sector do cobre no país asiático. As autoridades anunciaram que vão continuar a intensificar os esforços de exploração através da utilização de tecnologias avançadas e de projectos estratégicos. O planalto Qinghai-Tibete, também conhecido como “Terceiro Polo e 30 vezes maior do que Portugal continental, tem vindo a adquirir uma importância económica crescente, devido às suas vastas reservas minerais e recursos energéticos. No ano passado, a China aprovou uma lei para a protecção ambiental do planalto, o maior do mundo, em que certas actividades de construção e exploração mineira serão limitadas e, em alguns casos, proibidas. A água congelada armazenada no planalto alimenta rios como o Ganges, o Indo, o Mekong, o Yangtze e o Amarelo e fornece a centenas de milhões de pessoas no continente asiático recursos hídricos para irrigação, consumo e energia.
Hoje Macau SociedadeCotai | Inscrições abertas para visitas ao mangal Começam hoje as inscrições para as visitas guiadas às Zonas Ecológicas do Cotai I e II, organizadas pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). Uma das actividades organizada este mês é o “Dia Aberto ao Público”, que decorre nos dias 11 e 25, às 10h e 15h, existindo 120 vagas. A visita, orientada por guias, terá a duração de duas horas, e inclui idas à Zona Ecológica I, parcialmente aberta ao público, e a Zona Ecológica II, com gestão aberta e onde se pode ver plantas e aves. No dia 11 de Janeiro, também às 10h e 15h, será realizado o workshop “Actividade educativa sobre a Natureza”, destinado a pais e crianças, com 12 vagas para cada sessão. A época das aves migratórias já começou e desde o final de Outubro que é possível observar o primeiro grupo de aves, da espécie colhereiros-de-cara-preta, nos mangais da Taipa, que irão passar o Inverno em Macau. Até Abril, serão realizados todos os meses os passeios para a observação de aves. O passeio para observar as aves está agendado para dia 25, às 9h30 e 14h30, com 50 vagas disponíveis. A visita, de 2h30, permite aos participantes observar pássaros através de telescópios fornecidos pela DSPA e ouvir explicações profissionais.
Hoje Macau PolíticaUrbanismo | Pedida construção de túnel em vez de viaduto O urbanista Lam Iek Chit e o deputado Ron Lam defendem que o Governo deve apostar na construção de um túnel para fazer a ligação entre a Zona A e a Zona B dos Novos Aterros, em vez de um viaduto. As opiniões foram deixadas em declarações ao Jornal Ou Mun, numa altura em que foi terminada a fase de concepção do projecto e iniciada a construção da empreitada. Ouvido pelo jornal Ou Mun, o urbanista defende que o viaduto vai ter um grande impacto visual ma paisagem costeira. Além disso, o também membro do Conselho do Património Cultural apontou que o processo da construção também pode obrigar o Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior a ser encerrado durante um longo prazo. Lam Iek Chit previu que depois de o viaduto ser construído, a navegação para o Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior vai ficar mais dificultada, porque os barcos vão ter de atravessar os pilares da Ponte Macau, Ponte da Amizade e do viaduto. Por isso, Lam deixou a esperança de que o Governo recue, a exemplo do que aconteceu com a Nova Biblioteca Central, que estava planeada para o Edifício do Antigo Tribunal, mas vai afinal ser construída na praça do Tap Seac, no local onde estava o Hotel Estoril. Por sua vez, o deputado Ron Lam considerou que não é aceitável contornar a lei com a justificação de que a construção em altura de um viaduto naquela zona não enfrenta limites legais, ao contrário do que acontece com os edifícios. Segundo Lam, este tipo de justificação contribuiu para a população perder a fé na capacidade de o Governo proteger o património mundial de Macau.
Hoje Macau PolíticaDSEDT | Yau Yun Wah visitou associações comerciais Nos últimos dias o director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), Yau Yun Wah, visitou as associações comerciais para se pôr a par da situação económica. As deslocações foram divulgadas ontem, através de um comunicado de imprensa da DSEDT. De acordo com o comunicado oficial, os encontros tiveram como objectivo permitir a Yau Yun Wah “inteirar-se do ambiente operacional, bem como auscultar opiniões sobre o melhoramento do ambiente operacional comunitário, a promoção do ciclo de consumo nos bairros comunitários” ou “o desenvolvimento sustentável das Pequenas e Médias Empresas”. O representante do Governo garantiu aos dirigentes associativos que a “a DSEDT está a preparar activamente vários planos com o objectivo de mostrar as características dos diferentes bairros comunitários, de modo a impulsionar o fluxo de pessoas e o ambiente operacional nos bairros, bem como promover o desenvolvimento da economia comunitária”. Yau Yun Wah recordou ainda que o Governo Central passou a permitir um maior número de visitas dos residentes de Zhuhai e Macau, pelo que agora compete aos comerciais locais aproveitarem as “oportunidades para alcançar o desenvolvimento qualitativo, a fim de fornecer produtos e serviços de qualidade aos consumidores”. Os encontros foram realizados com a Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau, Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos, Federação Industrial e Comercial das Ilhas de Macau e Associação Industrial e Comercial de Macau.
Hoje Macau DesportoTenista Nuno Borges vence na estreia no torneio de Auckland O tenista português Nuno Borges, sétimo cabeça de série, venceu hoje o italiano Luciano Darderi na primeira ronda do torneio ATP250 de Auckland, na Nova Zelândia. Nuno Borges, 36.º classificado no ranking mundial, perdeu o primeiro parcial por 7-5 face ao jovem italiano de 22 anos, que ocupa a 44.ª posição na hierarquia da ATP. “Foi importante para mim manter-me positivo depois daquele difícil primeiro ‘set'”, disse o melhor tenista português da atualidade, numa entrevista depois do final da partida. Borges conseguiu virar o encontro ao vencer os dois parciais seguintes por 3-6 e 5-7, fechando a partida em duas horas e três minutos e avançando para a segunda eliminatória. “Continuei a acreditar e consegui dar a volta”, explicou o tenista maiato de 27 anos, que apontou ainda o forte vento que se fazia sentir em Auckland como uma dificuldade extra. Borges recordou que já tinha defrontado e batido Darderi em 2022, num torneio ‘challenger’ que o português venceu em Itália. “Sabia que ia ser uma grande luta”, disse o maiato. O próximo adversário de Borges sairá do encontro de terça-feira entre o argentino Mariano Navone (47.º), que o derrotou nos Jogos Olímpicos, e o norte-americano Reilly Opelka (293.º e ex-17.º), que na sexta-feira surpreendeu Novak Djokovic em Brisbane. O ATP 250 de Auckland é o segundo e último torneio de preparação do número um nacional e único tenista português no top-100 mundial para o Open da Austrália, o primeiro torneio do Grand Slam da temporada. Na quinta-feira, Nuno Borges foi eliminado na segunda ronda do torneio ATP250 de Hong Kong, ao perder em dois ‘sets’ com o espanhol Jaume Munar, que ocupava a 62.ª posição na hierarquia da ATP.
Hoje Macau Direito de Resposta VozesA minha passagem pela Escola Portuguesa de Macau Por Gonçalo Alvim Vivemos num tempo de informações instantâneas, de produção de notícias em ritmo acelerado e por vezes de impaciência em as propagar, mesmo antes de serem confirmadas. No meio deste frenesim, por vezes pessoas ou instituições são atingidas, e o contraditório, que acaba por só poder ser feito a posteriori, lança a dúvida, sedimenta a suspeita e fomenta a criação de cenários tantas vezes desconexos da realidade. Vem isto a propósito da Escola Portuguesa de Macau (EPM) e da contratação – e “despedimento” – de um professor de Físico-química (FQ) e Matemática. Não sei bem a relevância do assunto em si, mas a notícia deste jornal, e da TDM, dizem-me respeito, porque o visado sou eu, e obriga-me a dar explicações e reparos. O caso terá uma importância relativamente pequena, mesmo no panorama local, mas gostava de repor a verdade, pelo menos expondo-a como a vejo e a vivi. Em inícios de outubro deste ano, através de uma amiga, soube que os alunos do 9.º ano da EPM estavam sem professor de FQ no 9.º ano e, tendo eu tido esta disciplina – e Matemática – até ao 1.º ano da Faculdade, propus-me colmatar a falha. É verdade, na minha atividade profissional de Arquiteto Paisagista nem sempre abundam projetos, sobretudo em Macau, e na altura tinha a disponibilidade que entendi necessária. Por outro lado, ser professor é uma atividade que já considerava exercer e, apenas por uma falha de prazo, não me tinha inscrito na pós-graduação em Educação ministrada na USJ, e exigida pela DSEDJ para professores dos ensinos primário ao secundário. Seria uma experiência, porventura a curto-prazo, mas considerei-a importante para mim, se fosse aceite. Tendo recebido a minha disponibilidade e o meu CV, o Diretor da EPM chamou-me e tivemos uma reunião. Nela, para além da disciplina de FQ, propôs-me que eu desse também Matemática, uma vez que havia necessidades urgentes nessa disciplina, com professores sobrecarregados de aulas e turmas a colmatarem a falha. Esta lecionação que me foi proposta seria temporária, até chegarem os professores que estariam para vir, e estava naturalmente dependente da aceitação da argumentação a fazer pela escola à DSEDJ. Servia-me, e eu aceitei. Com o tempo, fui percebendo que o trabalho de Professor é muitíssimo exigente, agravando-se este facto em disciplinas com grau de dificuldade elevado e que requerem dos alunos uma boa preparação de base e um trabalho de casa regular. Desde logo, deparei-me com todo um manancial de informações a recolher e absorver, regulamentos a respeitar, procedimentos a seguir, sistemas a utilizar e, para além disso, todo o trabalho de preparação das aulas e de elaboração e correção de exames. Acresceu a isto a dificuldade de manter a atenção e a disciplina nas salas de aula, condição indispensável para o ensino e a aprendizagem. Somem-se os vários casos dos alunos designados “inclusivos” em cada turma, ou seja, a quem são diagnosticadas diferentes dificuldades cognitivas ou de socialização a atender e trabalhar, e pode-se ter uma perspetiva das dificuldades que senti. A todo este enquadramento, que tive de tentar adaptar-me para conseguir fazer um trabalho de acordo com as exigências, deve ainda acrescentar-se o conhecimento implícito que fui tendo de diretrizes subjacentes ao ensino nos dias de hoje, e que apontam às dificuldades em que incorre o professor quando dá negativas ou chumba alunos – seja porque o sistema aponta para o seu “sucesso”, seja porque a generalidade dos pais não gosta que os seus filhos as tenham, e revoltam-se, possivelmente depois das explicações dos filhos descontentes com a nota. Juntem a estas dificuldades um ambiente hostil em relação à Direção da EPM, que se vive atualmente, e têm todos os ingredientes com que se faz um fogo-de-artifício caseiro, espelhada depois pela comunicação social. Para quem comece a lecionar a meio de um período letivo, sem as reuniões de esclarecimento iniciais, sem experiência de escolas de Ensino Básico Geral, sem os apoios que seriam necessários a quem começa, não é propriamente fácil encontrar sustentação. Acresce o facto de Macau ser um meio pequeno, onde pequenos casos tomam proporções de destaque nos meios de comunicação social em português. Neste caso, pouco depois de eu ter começado a lecionar, saía na TDM a notícia de a EPM ter contratado um Arquiteto Paisagista “sem habilitações” para lecionar FQ e Matemática. Não foi explicado em que consistia essa falta de habilitações nem porque era relevante indicar que se tratava de um Arquiteto Paisagista. Mais recentemente saiu a “notícia” que o professor dessas disciplinas tinha sido “despedido”, embora desta vez não se referindo que se tratava do tal Arquiteto Paisagista que não tinha as habilitações necessárias. Não importou, não se esperou por confirmações ou desmentidos, saiu cá para fora. Era mais um professor despedido, faz parte do fogo-de-artifício. De uma forma geral, a minha experiência na EPM foi boa, a relação com a Direção foi cordata e gostei da relação que desenvolvi com alguns dos professores da escola. Conhecia já alguns dos pais dos alunos que tive e devo dizer que, dos que falaram comigo, sempre recebi todo o apoio e manifestações de agradecimento, que se justificavam face às necessidades de aulas que os filhos tinham. Mostraram qualidades que valorizo muito nos pais e, pelo meu lado, estou-lhes grato também. Quanto aos alunos, guardo boas recordações da generalidade e espero que não tenham desgostado de mim. É certo, as aulas nem sempre foram fáceis, a ordem e disciplina foi muitas vezes difícil de conseguir e houve discrepâncias de aprendizagem entre os alunos. No ensino deve haver um bom equilíbrio entre diferentes fatores, como bases sólidas de conhecimentos de anos anteriores, disciplina na sala de aula, experiência e conhecimentos do professor e atenção e empenho dos alunos. Os alunos que tive não foram mal-educados ou desrespeitosos, mas, na generalidade, distraiam-se facilmente, conversavam muito, trabalhavam pouco e nem sempre levavam a sério a aprendizagem e a sua importância. Como me disse um professor da EPM, os pais deviam dar aulas durante uma semana para perceberem a dificuldade dos professores. Os alunos de uma turma chegaram a dizer-me numa aula, de forma unânime, que vão às aulas porque os pais lhes exigem, o que revela, para além de um desinteresse geral em aprenderem, uma excessiva dependência da vontade e opinião dos pais. Note o leitor isto, que sublinho: o grande centro da vida de um aluno são os seus pais e o que estes lhes manifestam, e um professor, quer queira quer não, está altamente dependente disso. Há estratégias que devia ter adotado, como fichas intercalares para aferir e corrigir conhecimentos, ou trabalhos de casa regulares para garantir um esforço continuado, mas nem tudo consegui ou foi possível fazer, seja pelas limitações de tempo que tinha, seja pelos intermináveis testes, fichas e trabalhos a que os alunos eram sujeitos semanalmente, fruto do excesso de tempos de aulas e das inúmeras disciplinas do programa. Para os perceber melhor, cheguei a contar os tempos de aulas que têm semanalmente e concluí que é semelhante ao horário, por exemplo, de um funcionário público, tendo para além disso de fazer os trabalhos de casa e estudar tudo o que se lhes exige nas 12 ou 13 disciplinas que têm. É imenso para adolescentes, o programa devia ser revisto. Por outro lado, uma coisa ficou clara para mim: apesar das dificuldades, um aluno que se empenhe consegue obter bons resultados, independentemente das condições da escola ou dos professores que tenha. Mas, para que isto aconteça, tem de haver dos pais um apoio à escola e aos professores – não porque o mereçam sempre, mas para não criarem nos filhos as justificações que precisam para não se esforçarem mais do que querem. Tal como me dizia o meu instrutor na equitação, para eu não me justificar com o cavalo que me escolhiam, “a culpa nunca é do cavalo, é do cavaleiro!” Alguns pais não pensam da mesma forma, surgiram críticas e até houve queixas apresentadas na DSEDJ. Por mim, não estava totalmente satisfeito com o trabalho que tinha conseguido desenvolver, percebi que não tinha todo o apoio que precisava dos pais e, ainda, que seria difícil manter a dedicação a tempo inteiro – incluindo fins-de-semana, feriados e tudo mais – que me seria exigido no 2.º e 3.º trimestres. E, por isso, não assinei o contrato que me foi dado para assinar e falei com o coordenador das disciplinas que ministrava, explicando-lhe a minha indisponibilidade para continuar para além do 1.º trimestre. Foi solidário, compreendeu, falou com o Diretor e terá começado a tratar das substituições. Cerca de um mês depois dessa conversa, no dia da última reunião de turma que tive para lançamento de notas, consegui falar com o Diretor, que se mostrou solidário e me informou de algo que eu desconhecia: tinham recebido da DSEDJ o indeferimento da minha aceitação como professor por razões relacionadas com as habilitações que exigiam aos professores, a que juntaram algumas queixas de pais insatisfeitos e preocupados com o exame nacional de Matemática que os filhos irão ter no final do ano. Portanto, e quero frisar isto, a minha não-continuação como professor não teve a ver com nenhum despedimento da Direção, como foi referido erradamente neste jornal e na TDM. Partiu, de mim, antes de mais, e foi selada por um despacho da DSEDJ. Quanto a outros casos da EPM, não sei, não têm a ver com o meu. Rematando, da experiência que tive, percebi em primeira mão o trabalho difícil e exigente que os professores têm. Merecem todo o apoio possível, não só da escola, mas também dos pais, que devem orientar devidamente os seus filhos no respeito e empenho que devem ter. Mais do que a aprenderem, os jovens estão a crescer na escola, e o que lhes é dito pelos pais pode-lhes ser mais benéfico para a sua vida que os conhecimentos que adquiram. Merecem os professores ser devidamente recompensados, seja através da valorização da carreira, em ordenados, compensações ou de outra forma? Absolutamente! Uma escola de qualidade começa nos professores, e estes devem ser acolhidos e valorizados de forma a conseguirem dar o seu melhor e terem os resultados que procuram. Em jeito de oráculo, e para terminar, vejo no futuro das escolas uma de duas situações, a primeira bem mais provável do que a segunda: escolas que queiram valorizar-se a irem buscar os melhores professores, dando-lhes boas condições e apoio; ou então a Inteligência Artificial a substituir os professores que deixaram de haver, se conseguir o empenho dos alunos.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Mulher mais velha do mundo morre aos 116 anos A pessoa mais velha do mundo, a japonesa Tomiko Itooka, morreu aos 116 anos, anunciou no sábado o presidente da câmara de Ashiya, cidade onde vivia num lar de idosos. Tomiko Itooka, que tinha quatro filhos e cinco netos, morreu em 29 de Dezembro no lar de idosos onde vivia desde 2019, informou o presidente da câmara de Ashiya, na província de Hyogo, no centro do Japão. O funeral foi realizado na presença de familiares e amigos. Nascida em 23 de Maio de 1908 em Osaka, a japonesa foi considerada pelo Guinness a pessoa mais velha do mundo depois de em Agosto do ano passado a espanhola Maria Branyas Morera morrer com 117 anos. “A sra. Itooka deu-nos coragem e esperança durante toda a sua longa vida”, salientou o presidente da Câmara de Ashiya, Ryosuke Takashima. Nascida no seio de uma família de três filhos e jogadora de voleibol na juventude, Itooka viveu guerras, pandemias e revoluções tecnológicas. Casou-se aos 20 anos e teve duas filhas e dois filhos, segundo o Guinness. Durante a Segunda Guerra Mundial, Itooka geriu o escritório da fábrica de têxteis do marido e viveu sozinha em Nara após a sua morte, em 1979. Segundo o Grupo de Investigação em Gerontologia, a pessoa mais velha do mundo é agora a freira brasileira Inah Canabarro Lucas, de 116 anos, que nasceu 16 dias depois de Itooka.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Primeira-ministra declara fortuna de 400 milhões de euros A primeira-ministra tailandesa, Paetongtarn Shinawatra, tem uma fortuna pessoal de quase 400 milhões de euros, de acordo com uma declaração publicada na sexta-feira. Tendo tomado posse em Agosto, a dirigente é obrigada a declarar à Comissão Nacional Anticorrupção (NACC) os bens, que ascendem a 13,8 mil milhões de baht, de acordo com um documento partilhado pelos meios de comunicação social. Os vários investimentos e participações de Paetongtarn Shinawatra valem 11 mil milhões de baht (310 milhões de euros). A primeira-ministra tailandesa tem ainda mil milhões de baht (mais de 28 milhões de euros) em dinheiro, indica o documento. Outros bens incluem 75 relógios de luxo no valor de 162 milhões de baht (4,57 milhões de euros), 217 malas de mão de marca no valor de 76 milhões de baht (2,14 milhões de euros) e propriedades no Reino Unido e no Japão. Paetongtarn Shinawatra declarou igualmente um passivo de quase cinco mil milhões de baht (141 milhões de euros), de acordo com o documento da NACC, o que lhe confere um património líquido de 8,9 mil milhões de baht (251 milhões de euros). O pai, Thaksin Shinawatra, comprou o clube de futebol Manchester City em 2007, depois de ter sido primeiro-ministro da Tailândia, e tem actualmente uma fortuna de 2,1 mil milhões de dólares (2,04 mil milhões de euros), de acordo com a Forbes, o que faz do antigo dirigente a décima pessoa mais rica da Tailândia. Thaksin Shinawatra utilizou a riqueza gerada pelo império de telecomunicações Shin Corp para entrar na política. A família continuou a ser influente mesmo durante os anos de exílio que se seguiram à destituição de Thaksin na sequência do golpe de Estado de Setembro de 2006.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Yoon quer testemunhar no Tribunal Constitucional O Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, tenciona testemunhar perante o Tribunal Constitucional (TC) sobre a decisão do parlamento de o destituir por ter declarado a lei marcial em Dezembro, anunciou ontem um dos seus advogados “O Presidente tenciona comparecer numa data apropriada e explicar a sua posição”, disse o advogado Yun Gap-geun aos meios de comunicação social, citado pela agência espanhola EFE. O Tribunal Constitucional (TC) fixou as datas para a realização de cinco audiências no âmbito do processo de destituição de Yoon até ao início de Fevereiro, estando a primeira agendada para 14 de Janeiro. As outras quatro sessões estão previstas para 16, 21 e 23 de Janeiro, e 4 de Fevereiro. A declaração do advogado sugere que Yoon poderá estar presente na primeira audição, segundo a agência sul-coreana Yonhap. Se não comparecer numa das datas fixadas para as cinco sessões ordinárias, a audiência para ser ouvido poderá ser transferida para outro dia. O Presidente não foi obrigado a comparecer nas duas audiências preparatórias do julgamento, embora a lei sul-coreana exija que esteja presente nas audiências regulares. Caso não compareça uma segunda vez, o tribunal fica então habilitado a prosseguir o processo sem a presença do Presidente. Yoon recusou-se a cooperar com as autoridades na investigação criminal em curso de que é alvo por ter declarado a lei marcial em 3 de Dezembro e não compareceu a qualquer convocação para testemunhar. Em consequência, o gabinete anticorrupção obteve um mandado de detenção temporária para o levar a depor. Visita em boa hora O Serviço de Segurança Presidencial (PSS) impediu na sexta-feira o acesso dos investigadores à residência de Yoon em Seul, após várias horas de impasse. Os advogados de Yoon solicitaram a anulação judicial do mandado, argumentando que só o Ministério Público, e não o gabinete anticorrupção, pode pedir uma detenção por um alegado crime de insurreição. Trata-se do único crime a que um presidente sul-coreano não está imune. A Coreia do Sul pune os líderes de um movimento de insurreição com prisão perpétua ou com a pena de morte, em relação à qual existe uma moratória no país há quase 40 anos. Se conseguirem deter Yoon, os investigadores têm 48 horas para o interrogar e até solicitar um mandado para prolongar a detenção, se o considerarem necessário. Yoon, que foi proibido de sair do país, foi destituído pelo parlamento em 14 de Dezembro e aguarda uma decisão definitiva do TC sobre o processo. Milhares de apoiantes e detratores de Yoon voltaram a manifestar-se ontem em Seul, apesar da neve, segundo a agência francesa AFP. À porta da residência de Yoon, os apoiantes do Presidente compareceram em grande número para apelar à anulação da destituição pelo parlamento. Já os opositores de Yoon exigem que seja detido, depois de a guarda presidencial ter impedido uma primeira tentativa na sexta-feira. No meio da crise, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, é esperado hoje no país asiático. Blinken vai reunir-se com o homólogo Cho Tae-yul e “reafirmar a aliança inabalável” entre Washington e Seul, segundo o Departamento de Estado norte-americano. As discussões centrar-se-ão igualmente na actual crise política e na ameaça que a vizinha Coreia do Norte representa para a segurança.
Hoje Macau China / ÁsiaCooperação | MNE visita Namíbia, República do Congo, Chade e Nigéria O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, vai visitar a Namíbia, República do Congo, Chade e Nigéria, entre ontem e 11 de janeiro, anunciou na sexta-feira a porta-voz da diplomacia chinesa, em conferência de imprensa. Há mais de três décadas que o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês começa sempre o ano com uma viagem ao continente africano. “É uma excelente tradição”, que visa “aprofundar a cooperação prática em vários domínios e promover o desenvolvimento sustentado e profundo das relações China – África”, frisou a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning. A responsável disse que a Namíbia, a República do Congo, o Chade e a Nigéria são “parceiros de cooperação amigável da China” e que Wang tem como objectivo “promover a implementação” dos resultados do último Fórum de Cooperação China – África, realizado em Setembro passado na capital chinesa. O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu então 360 mil milhões de yuan para financiar o desenvolvimento de África nos próximos três anos. Xi anunciou igualmente investimentos no continente no valor de 70 mil milhões de yuan. O Presidente anunciou também 30 projectos de infra-estruturas e renovou a sua promessa de aumentar as importações agrícolas do continente, uma intenção que já tinha declarado na edição de 2021 do fórum, em Dakar. A China é desde há 15 anos o maior parceiro comercial de África, com o volume das trocas comerciais a atingir um recorde de 282,1 mil milhões de dólares (quase 280 mil milhões de euros), em 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Acções da Xiaomi batem recorde graças a vendas e apoios As acções da empresa tecnológica chinesa Xiaomi atingiram na sexta-feira máximos históricos, graças ao seu sucesso no sector dos veículos eléctricos e aos apoios concedidos pelas autoridades do país para a compra de produtos electrónicos. Por volta das 11h30, as acções da empresa na Bolsa de Valores de Hong Kong subiram 5,88 por cento, para 36 dólares de Hong Kong por unidade, ultrapassando o anterior máximo de 33,2 dólares de Hong Kong, fixado no final de 2020. O optimismo dos investidores disparou depois de o número dois da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o principal órgão de planeamento económico da China, ter avançado com “subsídios para os consumidores” que queiram comprar telemóveis, portáteis e outros dispositivos. Esta iniciativa faz parte do “plano de renovação”, inicialmente avaliado em cerca de 700 mil milhões de dólares (680 mil milhões de euros), que Pequim anunciou em meados de Março do ano passado para incentivar a renovação de maquinaria industrial ou a entrega de bens de consumo – por exemplo, electrodomésticos – abatendo no pagamento de modelos novos. O impulso estendeu-se a outras empresas que também podem beneficiar deste programa, como o maior fabricante mundial de portáteis, a Lenovo (+1,43 por cento), o grupo de componentes acústicos AAC Technologies (+6,21 por cento) e o produtor de lentes Sunny Optical (+4,33 por cento). As acções da Xiaomi têm tido uma tendência ascendente nos últimos meses devido ao sucesso do seu primeiro veículo eléctrico, o sedan SU7, que superou as previsões internas ao vender 135.000 unidades em 2024. Com o lançamento do SUV eléctrico YU7 – um possível rival do Tesla Model Y – previsto para meados deste ano, o fundador e CEO do grupo, Lei Jun, publicou nas redes sociais que o objectivo é vender 300.000 veículos até 2025.
Hoje Macau China / ÁsiaVeículos eléctricos | Fabricante BYD regista recorde de vendas em 2024 A chinesa BYD vendeu 4,3 milhões de veículos eléctricos e híbridos em todo o mundo, no ano passado, um número recorde no segmento, apesar da forte concorrência no seu mercado doméstico As vendas da maior rival da norte-americana Tesla ficaram muito acima do objectivo de 3,6 milhões de unidades que estabeleceu anteriormente, segundo os dados divulgados pela empresa. “O campeão da China, o campeão do mundo”, escreveu a BYD, numa publicação difundida nas redes sociais na sexta-feira. Se forem contabilizados apenas carros 100 por cento eléctricos, a BYD vendeu 1,76 milhões de unidades, ficando aquém da Tesla. A empresa norte-americana disse na quinta-feira que entregou 1,79 milhões de carros, no ano passado. As chinesas Li Auto, Leapmotor e Xiaomi também ultrapassaram os objectivos traçados, vendendo 500.000, 290.000 e 135.000 veículos eléctricos, respectivamente, durante 2024. Analistas do sector preveem que as vendas de veículos eléctricos ultrapassem as dos automóveis com motores de combustão interna na China, pela primeira vez, em 2025, num novo marco para o segmento. Os fabricantes de automóveis chineses estão a ser apoiados pela atribuição aos compradores de 20.000 yuan na substituição de carros antigos a gasolina por eléctricos. No entanto, uma intensa concorrência e feroz guerra de preços colocaram dezenas de fabricantes sob pressão. Dezenas de empresas como a Xpeng e a Nio ficaram aquém dos objectivos de vendas, apesar de terem registado um crescimento. Ajustes no mercado A consolidação já está a remodelar o maior mercado de veículos eléctricos do mundo. No ano passado, empresas em fase de arranque, como a HiPhi e a Jidu, apoiada pelo Baidu, entraram em colapso. O conglomerado automóvel Geely combinou as suas submarcas Zeekr e Lynk & Co em Novembro para “racionalizar as operações”. O Presidente chinês, Xi Jinping, reconheceu o sucesso da indústria no discurso de Ano Novo. “O volume de produção anual [da China] de veículos de energia nova ultrapassou pela primeira vez os 10 milhões de unidades”, afirmou Xi, num discurso transmitido pela televisão na terça-feira da semana passada.
Hoje Macau Via do MeioLin Huiying e a nova poesia Texto e tradução de António Izidro O descontentamento pelo clima político e social do país sob o domínio estrangeiro agravou-se a partir de 1915. Exigia-se, por um lado, resposta mais contundente e eficaz das autoridades governativas, enquanto circulava no seio dos intelectuais e nas universidades a necessidade de um novo conceito de cultura e novos pensamentos para a nação fragmentada. Era necessário romper as obsoletas mentes clássicas. Em França decorria a Conferência de Paz de Versalhes de 1919 que, entre outras deliberações, propor-se-á a manutenção da ocupação japonesa em territórios chineses, não obstante os protestos, em vão, da delegação de Pequim. A notícia da derrota da diplomacia chinesa chegou à capital no dia 2 de Maio e no dia seguinte as universidades reuniram-se para tomar uma acção – a manifestação no dia 4 Maio. Cerca de três mil estudantes concentraram-se na Praça de Tiananmen em protesto contra o regime, contra a cultura, a tradição, vistos como responsáveis pelo desastre nacional de uma nação amarrada por filosofias e conceitos obsoletos. Em pouco tempo, a manifestação estender-se-ia por quase todo o país. Empresários, operários e camponeses uniram-se em greve, seguiram-se as repressões, prisões de estudantes, que agravaram ainda mais o caos. Sem outros meios para travar o descontentamento nacional, o governo republicano caiu no dia 13 de Junho. Terminaram as repressões, os estudantes foram libertados e detidos os traidores da pátria. Uma nova indicação foi dada à delegação chinesa em Paris: “Não se assina o tratado de Versalhes.” Um movimento estudantil a acordar a nação inteira e a provocar a queda de um governo, bem ao jeito do ditado popular da autoria de Mao Zedong que diz que para incendiar um bosque basta uma centelha. A história da China é repleta de manifestações, motins e outros fenómenos de insurreição, cujos desfechos são lições que reis, imperadores e governantes não prescindem. O movimento estudantil de 4 de Maio de 1919 alcançou os objectivos, não porém com efeitos imediatos, mas permitiu lançar o conceito de nova cultura, da limpeza semântica. A semente começou a germinar ao nível das liberdades, dos direitos da mulher na educação, nas artes, na literatura. Defendia-se o abandono da escrita clássica, dos velhos conceitos morais e filosóficos de inspiração confuciana que impediram a monarquia de sacudir o jugo estrangeiro, enfim, a criação de um novo ambiente social, cultural e político e uma nova forma de poetizar. Foi neste clima renovado que Lin Huiying (1904-1955), escritora, a primeira mulher arquitecta chinesa, foi estudar belas-artes nos Estados Unidos da América, destacando-se como professional na restauração e conservação do património cultural chinês. Contrastando o seu reconhecido mérito em projectos, designs e trabalhos de arte, como escritora, Lin Huiying, autora de uma vasta obra literária, revela o lado lírico da sua personalidade, as emoções, e sobretudo o profundo enamoramento pelos sentimentos, pela saudade. Em «Não desfaças» (escrito em chinês moderno) publicado na colectânea de 1936, depreende-se que há por parte da autora a conservação de uma realidade que não está mais presente, mas por ela perseguida; a interrupção, mas para ela atemporal, do afecto pelo amigo que faleceu, o sujeito passivo neste discurso directo, a quem pede para não desfazer o afecto e a amizade que uniram os dois. Afinal, tudo continua igual, a fluir, no mesmo luar, nas mesmas estrelas, no mesmo eco que soa no vale da montanha. 别丢掉 这一把过往的热情 现在流水似的 轻轻 在幽冷的山泉底 在黑夜,在松林 叹息似的渺茫 你仍要保存着那真 一样是明月 一样是隔山灯火 满天的星, 只有人不见 梦似的挂起 你向黑夜要回 那一句话 你仍得相信 山谷中留着 有那回音. Lin Huiying Não desfaças Aquele afecto ardente do pretérito que de mansinho flui como água no remanso da fonte sob a montanha no escuro da noite, no pinheiral, por entre suspiros indistintos. Conserva aquela mesma realidade tua, na lua do mesmo luar, na mesma intangível chama, nas estrelas onde pendurámos sonhos, cobrindo o céu. Juntos não as veremos de novo. Assomes na escuridão da noite por creres que as mesmas palavras se conservam naquele mesmo eco e ressoam naquele mesmo vale, daquela mesma montanha. «Tu és o abril na terra» é uma tentativa de esculpir a imagem da filha recém-nascida, com elementos audíveis e visíveis da natureza, concretos e abstractos: brisa, névoa, solenidade, inocência, estrelas, flores… num cenário conjugado com a época de abril. 你是人間的四月天 我説 你是人間的四月天 笑響點亮了四面風 輕靈在春的光豔中交舞着變 你是四月早天裏的雲煙 黃昏吹着風的軟, 星子在無意中閃, 細雨點灑在花前 那輕,那娉婷, 你是 鮮妍 百花的冠冕 你戴着 你是天真,莊嚴你是夜夜的月圓 雪化後那片鵝黃, 你像 新鮮初放芽的綠 你是, 柔嫩喜悦,水光浮動着你夢期待中白蓮 你是一樹一樹的花開 是燕在梁間呢喃你是愛,是暖 是希望 你是人間的四月天. Tu és o Abril na terra Digo, tu és Abril na terra, sorriso luminoso dos quatro ventos, a bailarina em metamorfose, leve no brilho da primavera. Tu és a névoa das manhãs de abril, a brisa suave do crepúsculo. As estrelas faíscam ao acaso, a chuva borrifa gotas diante das flores. Levezinha, elegante formosura, és tu corola de branca flor cingida à cabeça. Tu és inocência, solenidade, tu és a lua cheia das noites da amarelada neve derretida. Tu és a frescura verde dos rebentos a tenra alegria, o lótus branco do teu sonho, flutuando em águas luzidias. Tu és a flor desabrochando em cada árvore o grinfar das andorinhas por entre as vigas. Tu és amor, és brandura, és a esperança. Tu és o Abril na terra. 笑 笑的是她的眼睛,口唇 和唇邊渾圓的漩渦。 艷麗如同露珠 朵朵的笑向 貝齒的閃光里躲。 那是笑 神的笑,美的笑 水的映影,風的輕歌 笑的是她惺松的鬈髮 散亂的挨著她耳朵 輕軟如同花影 痒痒的甜蜜 湧進了你的心窩 那是笑 詩的笑,畫的笑 雲的留痕,浪的柔波 Sorriso (exaltação do sorriso feminino) São seus olhos, são seus lábios, rodopio de remoinhos junto aos beiços a competir com a beleza do orvalho. No brilho de cada dente escondido brota a flor de um sorriso, aquele sorriso, sorriso divino e belo, reflectido nas águas e cantado pelos ventos. Sorrisos são cachos adormecidos do seu cabelo esparsos, aconchegados aos ouvidos, leves como sombras floridas prurido açucarado invadindo os corações É aquele sorriso, sorriso poético, pitoresco, como vestígios de nuvens esvaídas, como mansas ondas encristadas. 深夜裏聽到樂聲 這一定又是你的手指 輕弹着 在這深夜,稠密的悲思。 我不禁颊邊泛上了红 静聽着 這深夜里弦子的生動。 一聲聽從我心底穿過 忒凄凉 我懂得,但我怎能應和? 生命早描定她的式楊 太薄弱 是人們的美丽的想象。 除非在梦里有這麼一天 你和我 同來攀動那根希望的弦。 Escuto melodia em alta noite Tenho a certeza: são os teus dedos uma vez mais, dedilhando suave nessa noite imersa em densa mágoa. Sem me poder conter, o rubor sobe-me pelas faces Serenamente, escuto as cordas vibrando noite adentro. Os sons trespassam a minha alma, tão desolada. Entendi, mas como hei-de corresponder? O destino já me entregou a sina, tão frágil. Como é belo imaginar esse dia que só o sonho pode trazer tu e eu trepando por uma corda de esperança
Hoje Macau EventosEça de Queiroz homenageado antes de trasladação para o Panteão Nacional A Fundação Eça de Queiroz promoveu este fim-de-semana uma série de eventos dedicados ao autor de “Os Maias”, antecipando a cerimónia de concessão de honras de Panteão Nacional ao escritor, que terá lugar em Lisboa na próxima quarta-feira. Os eventos decorreram na Casa de Tormes, em Santa Cruz do Douro, Baião, local que inspirou o romance “A Cidade e as Serras”. O programa incluiu sessões evocativas da vida e obra de Eça, uma oficina de escrita de ficção conduzida por Filipa Melo, o anúncio dos vencedores das bolsas de Residência Literária, visitas guiadas gratuitas com exibição de manuscritos e desenhos raros, e um jantar-tertúlia com o escritor Mário Cláudio. A urna contendo os restos mortais do escritor esteve ontem em câmara-ardente no átrio principal da Casa de Tormes, junto a objectos pessoais, como a secretária onde escrevia. A Fundação considera este momento “simbólico e solene”, marcando a despedida do escritor antes da sua partida para Lisboa. O Movimento de Cidadãos Baionenses, que se opõe à trasladação, realizou uma concentração em frente à Casa de Tormes. Entre terras A decisão de trasladar os restos mortais de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional foi aprovada pelo Parlamento em 2021, reconhecendo o impacto da sua obra na literatura portuguesa. O processo enfrentou resistência de um grupo de bisnetos do autor, mas, após várias decisões judiciais, o Supremo Tribunal Administrativo autorizou a trasladação em Janeiro de 2024. Eça de Queiroz nasceu na Póvoa de Varzim em 1845 e faleceu em 1900. Inicialmente sepultado em Lisboa, os seus restos mortais foram trasladados em 1989 para um jazigo de família em Baião. A sua vasta obra, que inclui títulos como “O Primo Basílio”, “O Crime do Padre Amaro” e “A Relíquia”, é amplamente reconhecida como um marco na literatura portuguesa.
Hoje Macau EventosCreative Macau | Xiao Xin apresenta pinturas em “Amor e Cura” Susanne Leong Kin In, que assina trabalhos artísticos como Xiao Xin, está de regresso à Creative Macau com uma nova exposição de pintura. Esta quinta-feira será inaugurada a mostra “Love and Healing”, onde a artista apresenta trabalhos que resultam de um processo de cura e transformação pessoal A Creative Macau começa um novo ano dando destaque à pintura e ao trabalho de Xiao Xin, pseudónimo da artista Susanne Leong Kin In. “Love and Healing” [Amor e Cura] é o nome da exposição que abre ao público esta quinta-feira e que fica patente até ao dia 5 de Fevereiro. A mostra constitui, segundo um comunicado da Creative Macau, a expressão de inúmeros trabalhos da artista feitos para ultrapassar “momentos difíceis que deixam cicatrizes”, com foco nos animais e no poder de cura que podem transmitir aos donos ou cuidadores. Nas palavras da artista, “estar com cães e pintar dá amor e cura”. “Lembra-se da doçura de conhecer o seu cão pela primeira vez, da coragem e do empenho em cuidar dele para toda a vida, da frustração quando ele destruía a casa, das lágrimas quando adoecia pela primeira vez? O tempo voa e, lentamente, os cães envelhecem e adoecem, alterando a sua rotina diária para cuidar deles dia e noite, rezando todos os dias para ter mais tempo para estar com eles”, descreve Susanne Leong Kin In. A artista recorda, na mesma nota, a fase em que começou a dedicar-se à pintura, e que o seu primeiro quadro foi sobre o cão falecido de uma amiga. “A transformação da sua expressão quando recebeu o quadro deixou-me profundamente impressionada. Do sorriso ao pensamento profundo, às lágrimas e, por fim, agradeceu-me como se eu lhe tivesse trazido o seu cãozinho de volta, curando-lhe a dor da perda. Fiquei impressionada com as suas emoções e isso deu um novo significado às minhas pinturas de animais, que são também a força que me faz continuar”, disse. Susanne Leong Kin In espera que o seu trabalho “permita a todos sentirem-se amados e curados”, além de chamar a atenção para a importância da defesa dos direitos dos animais. Apoio a associações Susanne Leong Kin In é natural de Macau e desde 2019 que se dedica à pintura, focando-se no apoio a associações locais de defesa dos animais, sobretudo os que vivem na rua. Durante cinco anos consecutivos, autofinanciou e imprimiu calendários de secretária com as suas obras de arte de animais, angariando aproximadamente 40.000 patacas para oito organizações, dinheiro que foi doado no ano passado. A artista assume-se uma apaixonada pelo uso do pastel na pintura e por recorrer a esse tipo de material para retratar animais num estilo realista. O que começou por ser um gosto pessoal passou a ser uma forma de apoiar instituições de Macau que cuidam dos animais. Segundo a mesma nota, “as suas obras eram de estilo realista, mas graças à Creative Macau, foi-lhe dada a oportunidade de criar, pela primeira vez, ilustrações conceptuais para uma exposição temática”. “Quando as pessoas olham para as pinturas dos seus queridos animais de estimação, as reacções emocionais inspiram-na a retribuir à comunidade. Susanne considera verdadeiramente gratificante usar o seu talento artístico para angariar fundos para organizações de proteção animal”, é ainda descrito.
Hoje Macau EventosFestival de Artes | Contabilizados 70 mil participantes O Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa contou com 70 mil participantes nos diversos eventos organizados, que incluíram concertos, exposições e ainda o Festival da Lusofonia. Só este evento, que decorreu nas Casas-museu da Taipa, em dois fins-de-semana consecutivos, atraiu 38 mil pessoas. Segundo o Instituto Cultural (IC), esta edição do festival “foi realizada com sucesso, evidenciando o encanto da fusão harmoniosa entre Oriente e Ocidente em Macau”. Entre os meses de Outubro e Dezembro decorreram, no âmbito do festival, 70 espectáculos e actividades paralelas em que participaram mais de 700 artistas. Uma das actividades foi a Exposição de Livros Ilustrados em Chinês e Português, com o tema “Festival na Floresta”, que mostrou ao público mais de 500 livros na Casa da Nostalgia, situada na Taipa, incluindo obras editadas pela Porto Editora e Beijing Cheerful Century Co. Ltd., editora de livros infantis de Pequim. Neste evento, registaram-se 2.800 visitantes. No que diz respeito ao Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, foram exibidos 30 filmes da China, Macau e dos países de língua portuguesa, onde se destaca o premiado “Grand Tour”, do cineasta português Miguel Gomes. No âmbito deste festival pode ainda ser vista, até ao dia 9 de Fevereiro, a mostra “Memórias ∙ Legados ∙ Mutações – Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, e que trouxe a Macau trabalhos de mais de 20 artistas da China e outras regiões e países onde se fala português. Patente na Galeria de Exposições das Casas da Taipa e no Museu de Arte de Macau, podem ainda ser vistas mais de 130 obras ou conjuntos nas áreas da pintura, vídeo e instalações multimédia.
Hoje Macau PolíticaIAS | Cerca de 5.500 famílias receberam subsídio de inclusão O Instituto de Acção Social (IAS) concedeu, no ano passado, subsídios a 5.499 famílias carenciadas no âmbito do “Programa de inclusão e harmonia na comunidade”. Desse grupo, 1.389 famílias já beneficiavam de subsídios regulares concedidos pelo IAS, enquanto 4.110 famílias não dispunham de quaisquer subsídios. No total, estas famílias foram apoiadas em mais de 42 milhões de patacas. Entretanto, o IAS aceita, entre quarta-feira e o dia 18 de Fevereiro, candidaturas a uma nova fase do programa de subsídios, para os primeiros pedidos de concessão. O IAS vai depois fazer duas concessões de subsídios especiais em Maio e Outubro deste ano. O “Programa de inclusão e harmonia na comunidade” destina-se a três tipos de famílias em situação vulnerável, nomeadamente famílias monoparentais ou as que têm familiares portadores de deficiência ou com doenças crónicas. Estas famílias já recebem apoios regulares do IAS, mas o seu rendimento continua abaixo do valor do risco social.
Hoje Macau SociedadeIAM | Encerrado restaurante por infestação de ratos Um restaurante na Rua Entre-Campos foi encerrado pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), devido a infestação de ratos. A informação foi divulgada ontem, através de um comunicado, depois de na sexta-feira terem sido encerrados três supermercados da cadeia Royal. O restaurante serve comida cantonesa e tem como nome Shin Sun Hong, que é a tradução fonética dos caracteres 孫尚香. De acordo com o IAM, continuam em curso as inspecções iniciadas nos últimos dias e numa dessas visitas foi verificado o caso relatado ontem. Como consequência, além do encerramento temporário, o IAM ordenou que toda a comida no restaurante fosse destruída e foi pedido às aplicações de venda de comida online que bloqueassem as vendas deste restaurante, o que foi explicado com a necessidade de prevenir riscos para os clientes. Segundo o IAM, as condições de higiene no local onde estavam armazenados os alimentos foram consideradas más e as medidas de prevenção e controlo de infestações insuficientes. Os sinais de infestação estavam presentes não só na arrecadação, mas também na zona onde as refeições são servidas. “O IAM apela à restauração e ao comércio a retalho que assumam as suas responsabilidades sociais, façam um bom trabalho na prevenção e controlo de pragas e mantenham a colaboração com o Governo na manutenção de boas condições sanitárias”, foi pedido.
Hoje Macau Manchete PolíticaFim de ano | IC explica porque não houve fogo-de-artifício À excepção de 2023, o Instituto Cultural reiterou em comunicado que nunca organizou espectáculos de fogo-de-artifício para celebrar a passagem de ano. Apesar desta ser uma tradição um pouco por todo o mundo, o IC rejeita que o mesmo aconteça em Macau. “Desde o retorno de Macau à pátria, há 25 anos, o Instituto Cultural nunca organizou espectáculos de fogo-de-artifício no local dos Concertos de Passagem de Ano passados, para além de ter produzido no topo da Torre de Macau no ano 2023 os efeitos pirotécnicos correspondentes à actuação em palco”, foi indicado em comunicado. “Considerando que os efeitos pirotécnicos em 2023 não atingiram as expectativas, não foi organizado nenhum efeito pirotécnico no ‘Concerto de Passagem de Ano – Macau 2024’”, foi acrescentado. A posição foi tomada depois de na passagem de ano várias pessoas se terem deslocado à zona dos Lagos de Nam Van e Sai Van para assistir a um espectáculo pirotécnico que nunca aconteceu, porque não esteva agendado. Nas imagens, é possível ver várias pessoas a fazerem a contagem decrescente, sem que nada aconteça quando se chega à meia-noite. Segundo o IC, o fogo-de-artifício de 2023 apenas foi organizado no âmbito dos concertos que se realizavam na Torre de Macau, e como a experiência não foi considerada satisfatória, optou-se por não se repetir. “No futuro, o IC irá continuar a estudar as opiniões dos residentes e de todos os sectores da sociedade, apresentando ao público uma bela atmosfera de passagem de ano e divulgando de forma mais abrangente as informações sobre os eventos futuros”, foi ainda acrescentado.