Hoje Macau China / ÁsiaChina apresenta queixa ao Japão por “ataques” a Pequim durante cimeira do G7 O Governo chinês apresentou, no domingo, um protesto ao embaixador do Japão em Pequim, Tarumi Hideo, pelas “difamações e ataques” realizados contra a China, durante a recente reunião do G7, na cidade japonesa de Hiroxima. Numa nota de protesto contra as “especulações” sobre a China, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Sun Weidong, disse que o grupo das sete democracias mais desenvolvidas “está fixado numa mentalidade de confrontação e num pensamento da Guerra Fria” e que as suas acções “são contrárias à tendência histórica, aos factos objectivos e à moral internacional”. O Japão, na qualidade de anfitrião, “interferiu nos assuntos internos da China”, adoptando um comportamento que Sun definiu como “contrário aos princípios básicos do direito internacional”, lê-se no comunicado, divulgado no portal do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Contra interferências A declaração conjunta do G7, que reúne França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Japão, Estados Unidos e Canadá, enviou várias mensagens à China. O texto destacou a necessidade de manter relações construtivas em matéria económica com o país asiático e pediu a Pequim para usar a influência junto da Rússia para pôr fim à guerra na Ucrânia. O documento apelou ainda a Pequim para que abdique de reivindicações territoriais “injustificadas” e resolva pacificamente a questão de Taiwan. Reiterando que Taiwan é parte do território chinês, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou que a resolução da “questão de Taiwan é uma questão que cabe aos próprios chineses decidirem” e que Pequim “não vai permitir que forças externas interfiram” nas questões de Xinjiang, Hong Kong ou Tibete. Sun afirmou ainda que são os Estados Unidos “quem mais põe em perigo as regras da ordem internacional e perturba o funcionamento da economia mundial”. “O período em que os países ocidentais interferiam nos assuntos internos de outros países e manipulavam os assuntos mundiais acabou”, disse o diplomata, que exortou o grupo a “parar de provocar divisão e confronto”. O diplomata pediu a Tóquio que “corrija a sua percepção da China”, “entenda a autonomia estratégica” de Pequim e “promova realmente o desenvolvimento estável das relações entre os dois países de maneira construtiva”.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Biden pondera levantar sanções contra ministro da Defesa chinês O desanuviamento das relações entre os Estados Unidos e a China está mais perto de ser uma realidade após o anúncio de Joe Biden na cimeira do G7. O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, revelou domingo, no âmbito da cimeira do G7, em Hiroxima, no Japão, que está a considerar levantar as sanções impostas ao ministro da Defesa da China, o general Li Shangfu. “Está em discussão”, disse Joe Biden, após ser questionado numa conferência de imprensa sobre se admite levantar as sanções. Nomeado ministro da Defesa da China no passado mês de Março, Li Shangfu foi sancionado em 2018 pelos Estados Unidos por ser acusado de comprar armamento à empresa estatal russa Rosoboronexport. O secretário de Defesa dos Estados Unidos da América (EUA), Lloyd Austin, solicitou uma reunião com Li, mas Pequim rejeitou o encontro, considerando que as sanções são um obstáculo para que essas conversas ocorram entre os ministros da Defesa dos dois países. Na mesma conferência de imprensa, realizada em Hiroxima, no final da cimeira do G7, Biden expressou confiança de que as relações entre Washington e Pequim “experimentarão um degelo muito em breve”. E tudo o balão levou As relações entre as duas potências voltaram a um ponto de tensão depois de o Governo de Biden ter derrubado um suposto balão “espião” chinês que sobrevoou os Estados Unidos no final de Janeiro e caiu sobre as águas do Atlântico a 4 de Fevereiro. Biden referiu-se ontem a esse incidente e disse que “tudo mudou” nas relações entre Washington e Pequim desde que “aquele balão idiota que carregava equipamento de espionagem equivalente a dois vagões de carga sobrevoou os Estados Unidos”. O incidente fez com que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelasse uma viagem que tinha previsto fazer nessa altura para a China, mas Washington expressou o desejo de retomar a visita num futuro próximo. Num sinal de reaproximação, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, viajou a Viena para se encontrar com o chefe da diplomacia da China, Wang Yi. China e Estados Unidos viveram uma época de grandes tensões durante o Governo de Donald Trump (2017-2021), quando ambas as nações se envolveram numa guerra comercial com imposição mútua de tarifas. No entanto, houve uma reaproximação quando Biden e o Presidente da China, Xi Jinping, se encontraram em Novembro de 2022 à margem do G20, em Bali, na Indonésia. Ambos concordaram em melhorar os seus canais de diálogo para evitar que a competição entre China e Estados Unidos leve a um conflito aberto, mas as relações voltaram a complicar-se com o incidente do balão.
Hoje Macau InternacionalTimor-Leste/Eleições | Ramos-Horta exige auditoria internacional a falhas na divulgação de resultados As falhas na contagem dos votos motivaram o desagrado de Presidente timorense que vai promover uma auditoria internacional para apurar o que se passou. O Presidente timorense vai exigir uma auditoria internacional para investigar as falhas na divulgação dos resultados das eleições legislativas de domingo, disse ontem o chefe de Estado à Lusa. José Ramos-Horta acusou ainda o Governo de ter partidarizado o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) nos últimos dois anos, retirando pessoas com experiência e capacidade da entidade que está a ser visada pelas falhas na divulgação dos resultados. “Não compreendo porquê, já estamos no segundo dia, e não há actualização permanente da tabulação, não está sendo feita. O STAE apresenta a desculpa falaciosa de que o problema é da internet, [mas] não é problema da internet”, afirmou o chefe de Estado, após uma reunião com o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Timor-Leste. “O problema é que ao longo destes dois anos partidarizaram o STAE, retiraram todo o pessoal com experiência durante muitos anos, e que foram objecto de elogios de todos, que trabalharam na Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e República Centro Africana. Retiraram e puseram pessoas que são políticos”, acusou. Por uma questão “de transparência”, Ramos-Horta quer explicações, que entende só poderem ser garantidas através de uma auditoria internacional: “Eu vou exigir primeiro uma auditoria, [uma] auditoria aprofundada. E não vai ser uma auditoria nacional. Vai ser uma auditoria internacional, com gente competente, com capacidade de investigação criminal para ver o que se passou”, prometeu. A culpa é da internet O STAE admitiu algumas falhas, devido a problemas técnicos e de internet, que estão a atrasar a divulgação dos resultados. O director-geral, Acilino Manuel Branco, disse à Lusa que tem havido problemas nas comunicações por internet dos municípios para Díli, para que a tabulação dos resultados possa ser inserida. Quase 19 horas depois do fecho das urnas, no domingo, o STAE ainda só tinha divulgado dados correspondentes a cerca de 48 por cento dos centros de votação, o que equivale a cerca de 258 mil votantes, num universo de mais de 890 mil eleitores recenseados. As únicas formas de conhecer a contagem progressiva do resultado é visitar o próprio STAE, em Díli, e consultar duas televisões disponibilizadas no local ou, em alternativa, acompanhar o quadro da contagem, que é retransmitido pela Rádio Televisão de Timor-Leste (RTTL). Ainda assim, o sinal para a RTTL não é sempre em tempo real e, em vários momentos há um atraso significativo. Não há qualquer site ‘online’ para consulta, e o STAE optou, este ano, e ao contrário do que fez nas eleições anteriores, de só divulgar os dados da contagem nacional, sem publicar os quadros com as contagens nos municípios e na diáspora, apesar de já estarem fechadas em alguns locais. Os dados dessa votação nos municípios passam num longo rodapé nos ecrãs, não sendo possível conhecer os votos de cada partido, nem outros dados sobre a votação, como participação, indicando-se apenas as percentagens obtidas pelas forças políticas. Apesar das falhas na contagem, o STAE tem sido aplaudido, incluindo pelo próprio José Ramos-Horta, pelo trabalho eleitoral realizado no terreno, com mais de 20 mil pessoas destacadas em todo o país.
Hoje Macau InternacionalDesastres climáticos causaram perdas de quase 4.000M€ nos últimos 50 anos Os eventos climáticos extremos causaram perdas de quase 4.300 milhões de dólares na economia global nos últimos 50 anos, segundo dados actualizados ontem pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). A OMM, com sede em Genebra, informou que os 11.788 desastres climáticos e hidrológicos ocorridos no último meio século causaram a morte de pelo menos dois milhões de pessoas em todo o mundo. “Infelizmente, as comunidades mais vulneráveis suportam o peso dos riscos climáticos”, lamentou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, em comunicado. Segundo dados da organização, 90 por cento das mortes ocorreram em países em desenvolvimento. No entanto, mais de 60 por cento das perdas económicas registadas – e em grande parte cobertas por seguros – afectaram as economias mais desenvolvidas do planeta, com destaque para os Estados Unidos, que perderam 1,7 mil milhões de euros devido a catástrofes climáticas nos últimos 50 anos. No entanto, para os países com as economias mais fortes, quase nenhuma catástrofe por si só causou perdas económicas superiores a 0,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Liderança asiática Por continentes, a Ásia foi o que sofreu o maior número de mortes associadas a eventos climáticos extremos, com 984.263 óbitos (47por cento do total) no período analisado. Na maioria das vezes, as mortes foram causadas por ciclones tropicais, como o Nargis, que matou mais de 130.000 pessoas no Bangladesh, em 2008. Em África, os eventos climáticos mataram 733.585 pessoas, na Europa 166.492, principalmente devido às temperaturas extremas, e na América do Norte e Central e no Caribe causaram 77.454 mortes. No sudoeste do Pacífico, o número de mortos devido a desastres meteorológicos entre 1970 e 2021 atingiu os 66.951. O ranking por continentes fecha com a América do Sul, onde 58.484 pessoas morreram e mais de 115.200 milhões de dólares de prejuízos foram registados em 943 desastres, principalmente enchentes de rios. Apesar destes dados, a OMM reconhece que o número de mortes registadas por desastres meteorológicos tem vindo a diminuir década após década e atribui estes resultados à melhoria dos protocolos de alerta precoce.
Hoje Macau Grande PlanoHistória da Primeira Entrada do Cristianismo na China Artigo por Richtie Chan Três episódios consecutivos deram conta da história da entrada do Cristianismo na China, mas isso foi apenas uma gota no oceano. O último episódio fala brevemente sobre o sucesso e o fracasso das três visitas do Cristianismo à China. Este tem sido objecto de pesquisa e exploração por muitos estudiosos ao longo da história, por isso não faltam informações a esse respeito em livros e periódicos e na Internet. O Cristianismo chegou à China nas quatro dinastias chinesas, Han, Tang, Yuan e no final da dinastia Ming, deixando um rasto profundo na história da religião. A seita Nestoriana do Cristianismo (Nestorianismo) entrou na China duas vezes e na primeira vez ganhou o apoio de muitos imperadores da Dinastia Tang, incluindo Tang Taizong Li Shimin, Gaozong Lizhi, Xuanzong Li Longji, Suzong Liheng, Daizong Liyu e Dezong Li Shi etc. O Nestorianismo continuou a prosperar nas Planícies Centrais da China durante cerca de 150 anos, e o “Monumento do Nestorianismo do Grande Qin na China” foi gravado em reconhecimento ao apoio e assistência do imperador da Dinastia Tang ao Nestorianismo. O Nestorianismo entrou na China pela segunda vez durante a dinastia Yuan, devido ao bom relacionamento entre o Nestorianismo e os mongóis. Quando os mongóis expandiram o seu território para a China, os nestorianos que estavam originalmente na Mongólia e a tribo uigur nas regiões ocidentais entraram nas planícies centrais e nas áreas costeiras da China com o exército mongol. Vale a pena ressaltar que o catolicismo romano também começou a aparecer na China nessa época, pois “o exército mongol realizou quatro expedições ocidentais, e alguns europeus foram capturados como prisioneiros de guerra, como as tribos Chincha, Aso e Orosi (Originalmente grego ortodoxo, mais tarde convertido ao catolicismo), contribuiu para o facto de que os católicos europeus vieram para o Oriente de diversas maneiras naquela época. Nestorianismo e catolicismo romano são chamados colectivamente de “Ye Li Ke Wen” ou “Ye Li Qiao”, que é uma transliteração mongol (crkegun, pessoa poderosa), que significa “pessoas abençoadas” ou “pessoas que servem ao Evangelho”. O termo “Ye Li Ke Wen” primeiro referia-se apenas ao Cristianismo Nestoriano, e a expedição ocidental da Mongólia também usou esse termo para se referir à Igreja Católica Romana. No mesmo período, na mesma área e em áreas com origens culturais diferentes, surgiram duas denominações cristãs muito distantes na história, o que é único na história do Cristianismo.” (Nota 1) Nestorianismo desaparece num instante Os dias gloriosos do Nestorianismo nas dinastias Tang e Yuan foram como um deslumbrante fogo de artifício, mas desapareceram num instante no longo rio da história. Para obter a aprovação da corte imperial, o nestorianismo minimizou os ensinamentos ortodoxos, e o seu modelo religioso foi tendencioso para o taoísmo e o budismo creditados pelo povo chinês, afastando-se gradualmente do Cristianismo ortodoxo e tornando-se uma heresia religiosa. Apesar do apoio e aquiescência do imperador Tang e dos nobres literatos, o Nestorianismo construiu muitos templos na China (Figura 1). No entanto, os crentes dessa religião dependiam apenas da classe alta e dos bárbaros, faltando a conversão das classes média e baixa, o que fez com que o Nestorianismo abrisse caminho para sua extinção na China. As razões para o rápido desaparecimento do Nestorianismo nas dinastias Tang e Yuan são aproximadamente as seguintes: quando o imperador Wuzong da dinastia Tang subiu ao trono, imediatamente implementou uma política de eliminação do budismo e de outras religiões estrangeiras. Além disso, o fim da dinastia Yuan fez com que essa religião, ligada à classe dominante, desaparecesse juntamente com o fim do governante. De acordo com “Manchetes Diárias”: Embora o Nestorianismo tenha construído templos e traduzido as escrituras em vários lugares, sua influência foi principalmente nos templos e entre os bárbaros nas regiões ocidentais, e o número de pessoas Han que se converteram ao Nestorianismo foi muito pequeno. De acordo com registos históricos, muitas pessoas da Dinastia Han que se converteram ao Nestorianismo naquela época eram na sua maioria pobres de baixo nível e não tinham um entendimento profundo do Nestorianismo porque recebiam as actividades de caridade do Nestorianismo. Mas por causa de sua influência social limitada, essas pessoas comuns não podiam dar o apoio correspondente aos nestorianos. … O Nestorianismo teve uma influência muito limitada na classe burocrata erudita e não conseguiu desenvolver crentes entre essa classe. Portanto, em grande parte, o fracasso do Nestorianismo deve-se a isso. “(Nota 2) Jesuítas criam raízes na China Durante a Dinastia Ming, o Cristianismo chegou à China pela terceira vez. Desta vez, os jesuítas “absolutamente leais à Igreja Católica e ao Papa,” visavam “subjugar todas as ‘heresias'” (Nota 3). Depois de muitas voltas e reviravoltas, muitos missionários chegaram às áreas costeiras do sul da China por mar. O missionário espanhol São Francisco Xavier tentou várias vezes entrar na China, mas não conseguiu, acabando por morrer na ilha de Shangchuan, em Guangdong, em 1552 (Figura 2). Até 1557, o imperador Jiajing da Dinastia Ming permitiu que empresários portugueses arrendassem Macau, e também missionários estacionados em Macau, mas o seu pedido de entrada na China para fins missionários foi rejeitado pela corte da dinastia Ming. Até que o missionário italiano Matteo Ricci chegou a Macau em 1582, ele e Michele Ruggieri foram autorizados a entrar em Zhaoqing, Guangdong no ano seguinte. A partir desta altura, os missionários da Europa chegaram a Macau um após o outro, utilizando este local para entrar na China. Durante a Idade Média, a península de Macau tornou-se um ponto de passagem para a introdução do Cristianismo na China, e Macau desempenhou um papel muito importante como uma ponte para entrar na China. No entanto, os jesuítas conseguiram firmar-se em Macau e entraram com sucesso na China devido aos seguintes factores: Os jesuítas têm um rigoroso e perfeito sistema de educação e plano de estudos, e avaliação rigorosa dos conhecimentos dos missionários, de modo que serão de grande ajuda para promover o trabalho missionário com o seu rico conhecimento. Com o apoio da Santa Sé e do estado português, foi criada uma agência de gestão (escritório episcopal) liderada pelo bispo para melhor gerir o trabalho de cada paróquia ou outras áreas, para que os trabalhos possam ser realizados sistematicamente e efectivamente divulgar a obra do catolicismo. O Bispado de Macau não está apenas empenhado na construção de igrejas, mas também coopera e apoia o planeamento da construção urbana do governo. De acordo com o livro português “A Diocese de Macau no Século XX” editado pelo ex-bispo de Macau, Domingos Lam Ka-tseung, há uma passagem no mesmo, “As autoridades administrativas do governo português de Macau, com o apoio de toda a sociedade e a Igreja Católica não poupam esforços para construir uma nova cidade, para que Macau possa orgulhar-se e avançar com confiança para o terceiro milénio”. Ao mesmo tempo, “a Diocese de Macau aceitou o desafio de construir uma nova igreja a cada trinta anos” (Nota 4). Desde a construção de uma nova igreja no local da catedral em 1850 (Figura 3) até à construção da Igreja de S. José Operário em Iao Hon no ano de 1997 (Figura 4), onze igrejas foram construídas durante 147 anos. Além de se envolver em trabalho social e caridade para salvar os pobres, a maior característica é a criação de escolas. Primeiro criaram muitas universidades e escolas secundárias na Europa e são uma das maiores organizações de gestão escolar do mundo. (Nota 5) Esta situação também é comum em Macau. Protecção e construção de Macau Os Jesuítas desempenharam um grande papel no desenvolvimento de Macau, tal como diz uma passagem de “Uma Breve História de Macau”. escrita por Luís Gonzaga Gomes, um sinólogo local, historiador e escritor em Macau. “Os padres Jesuítas tiveram grande influência em Macau, intervindo muitas vezes em complexos casos administrativos e graves crises políticas, salvando a precária existência de Macau em vários momentos muito perigosos, pois quase todos os marinheiros e mercadores que aqui viviam eram pessoas sem instrução, não é de estranhar que essas pessoas procurem conselho de pessoas conhecedoras e atenciosas quando encontram problemas. ” (Nota 6). A guerra luso-holandesa estourou em Macau em 1622, reflectindo o que Luís Gonzaga Gomes disse. Naquela época, o exército português era relativamente fraco em número, mas com a forte ajuda dos jesuítas e dos residentes de Macau, repeliu com sucesso o exército holandês no dia 24 de Junho. Wikipedia menciona em “Batalha Luso-Holandesa de Macau, “No dia 24 de Junho, um padre jesuíta disparou um canhão do forte que ainda estava em um simples quartel, e o projéctil atingiu o barril de munição do exército holandês. Os projécteis de artilharia atingiram os barris de munição do exército holandês, e o exército holandês estava num caos. Os defensores de Macau aproveitaram a oportunidade para contra-atacar e derrotaram o exército holandês. Uma vez que a Igreja Católica designou o dia 24 de Junho, dia de São João Batista como o Dia da Cidade, a vitória portuguesa sobre a frota holandesa foi considerada um milagre com a ajuda de São João Batista padroeiro de Macau. O seu retrato está também gravado no lintel da entrada da Fortaleza do Monte em comemoração” (Figura 5). Após esta batalha, a posição dos jesuítas em Macau tornou-se mais estável. Com a simples comparação acima, podemos obter uma compreensão preliminar dos factores de sucesso e fracasso das três entradas do Cristianismo na China e sua história. Devido ao ambiente social da época, diferentes seitas religiosas entraram na China de maneiras distintas, e os métodos que cada uma delas usava afetariam o ritmo de entrada na China. Pelo facto de o Nestorianismo não ter entrado na China duas vezes e pelo facto de os jesuítas terem-se desenvolvido constantemente em Macau na Idade Média e usado Macau como um centro, os feitos bem-sucedidos dos padres jesuítas que entraram na China podem provar essa afirmação. Notas: “Comparando as semelhanças e diferenças entre o nestorianismo e o catolicismo na dinastia Yuan”, Zong Yiyun, “Religions of the World” Edição 05, 2011, página 131, parágrafo 2. O Dr. Zong Yiyun é pesquisador associado do Centro de Documentação Histórica da Biblioteca de Xangai. “Nestorianismo: a primeira seita cristã introduzida na China”, “Manchetes Diárias “, 4 de Dezembro de 2019. O site onde o artigo original está localizado: https://kknews.cc/history/954ex55.html. “A Companhia de Jesus”, Wikipédia. URL original: https://zh.m.wikipedia.org/zh-hant/Jesus Society. “A Diocese de Macau: Durante os Anos de 1967 a 1997” “A Diocese de Macau no Século XX”, compilado pelo Bispo Domingos Lam Ka-tseung, publicado pelo Palácio Episcopal de Macau, 2000, segunda edição. “Companhia de Jesus”, Wikipedia, URL original: https://zh.m.wikipedia.org/zh-hant/Jesuits. Revista Cultural “História de Macau” Revista Cultural, Instituto Cultural de Macau, edição Chinesa Números 27 e 28, Verão e Outono de 1996. Página 5, parágrafo 4.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Lançada investigação sobre antigos naufrágios Foi lançada no sábado uma investigação arqueológica sobre dois antigos naufrágios descobertos no Mar do Sul da China, abrindo um novo capítulo na arqueologia do mar profundo da China, de acordo com uma conferência de imprensa realizada no domingo em Sanya, Província de Hainan. Durante a pesquisa arqueológica sobre o primeiro naufrágio, localizado perto do talude continental noroeste do Mar do Sul da China, os investigadores estabeleceram com sucesso uma fundação permanente de mapeamento subaquático no canto sudoeste do local do naufrágio. A busca e a investigação preliminar, bem como o registo de imagens, foram realizados, de acordo com a Administração Nacional do Património Cultural (NCHA, na sigla em inglês), informa a agência Xinhua. Em Outubro de 2022, dois antigos naufrágios foram descobertos a uma profundidade subaquática de cerca de 1.500 metros perto da costa continental noroeste do Mar do Sul da China. Um deles consiste principalmente em relíquias de porcelana, estima-se que contenha mais de 100 mil peças que remontam ao reinado do imperador Zhengde da dinastia Ming (1506-1521). O outro naufrágio contém principalmente um grande número de troncos de madeira. Através de um estudo preliminar, foi determinado que o navio em questão estava carregado de carga e tinha navegado do exterior para a China antiga. Remonta ao reinado do imperador Hongzhi da dinastia Ming (1488-1505). Com a aprovação da NCHA, esforços conjuntos entre institutos de pesquisa e um museu local serão feitos para realizar novas investigações arqueológicas envolvendo os dois naufrágios em três fases durante cerca de um ano.
Hoje Macau China / ÁsiaG7 | Pequim expressa “forte insatisfação” com países do grupo Pequim acusa o G7 de continuar a distorcer factos e a atacar a China, tendo apresentado um protesto formal ao Japão que acolhe a cimeira dos sete países mais industrailizados O Governo chinês expressou no sábado “forte insatisfação” para com os sete países mais industrializados (G7) que, reunidos no Japão, emitiram um comunicado com críticas à China e à conduta do país em matérias como os direitos humanos. “O G7 persiste em manipular questões relacionadas com a China, desacreditando e atacando a China”, disse um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Citado pela agência de notícias francesa AFP, o mesmo responsável expressou a “firme oposição” de Pequim às posições do grupo de países do G7. “A China expressa sua forte insatisfação e firme oposição e apresentou um protesto formal ao Japão, país anfitrião da cimeira, bem como a outras partes relevantes”, acrescentou. Sobre Taiwan, o ministério criticou os países do G7 por apenas apontarem o dedo a Pequim e por não mostrarem oposição clara ao movimento de independência taiwanês. “O G7 diz que pretende avançar para um mundo pacífico, estável e próspero. Mas, na realidade, impede a paz mundial, prejudica a estabilidade regional e inibe o desenvolvimento de outros países”, afirmou a porta-voz chinês, segundo o qual “esta abordagem não tem qualquer credibilidade internacional”. A embaixada da China em Londres, num comunicado publicado na rede social chinesa WeChat, também já tinha reagido às posições do G7, acusando o grupo de semear a discórdia contra Pequim. “Alguns membros do G7 ignoram os princípios da economia de mercado e da concorrência leal, e reprimem injustificadamente as empresas chinesas. A China está fortemente insatisfeita e opõe-se firmemente a isso”, disse a embaixada, citada pela agência espanhola EFE. Reunião em Hiroxima Reunidos entre sexta-feira e domingo na cidade japonesa de Hiroxima, os membros do G7 defenderam no sábado a necessidade de reduzir a “dependência excessiva” da China e divulgaram uma declaração sobre a questão de Taiwan. Os líderes do bloco que junta Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia (UE), também criticaram o uso da “coerção económica” como arma política, numa alusão à China. Os signatários destacam “a importância da paz e estabilidade no estreito de Taiwan” e dizem estar “gravemente preocupados” com a situação no Mar da China Meridional, acusando indirectamente a China de “coerção”. Sobre a guerra na Ucrânia, o G7 também desafia Pequim, parceiro económico e diplomático próximo de Moscovo, que até agora manteve uma posição de neutralidade, a “pressionar a Rússia para que ponha fim à agressão”.
Hoje Macau InternacionalBakhmut | Zelensky nega conquista e compara destruição à de Hiroxima O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reafirmou ontem que Bakhmut não está ocupada pela Rússia e comparou o nível de destruição da cidade do leste da Ucrânia ao provocado pelo bombardeamento atómico de Hiroxima, em 1945. Bakhmut “não está ocupada pela Rússia a partir de hoje (ontem)”, disse Zelensky durante uma conferência de imprensa no Parque da Paz em Hiroxima, no final da cimeira do G7. Zelensky disse que não podia partilhar informações exactas devido a tácticas militares e que o mais grave seria as tropas ucranianas serem cercadas “se houvesse um erro táctico em Bakhmut”. Reafirmou que a Ucrânia tem tropas de apoio em Bakhmut e que testemunhas asseguram que a cidade “não está ocupada pela Federação Russa”. “Não há várias formas de interpretar isto”, respondeu, citado pela agência espanhola EFE, quando questionado sobre a confusão causada por comentários que tinha feito anteriormente em Hiroxima. No final de um encontro com o homólogo norte-americano, Joe Biden, Zelensky respondeu de uma forma ambígua à pergunta sobre se as tropas de Kiev ainda estavam a lutar em Bakhmut ou se a cidade tinha sido conquistada pela Rússia. “Para já, Bakhmut existe apenas nos nossos corações”, disse também, na altura. A conquista total de Bakhmut foi anunciada, no sábado, pelo chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin. A informação foi confirmada posteriormente pelo Ministério da Defesa da Rússia e saudada pelo Presidente Vladimir Putin. Zelensky insistiu, na conferência de imprensa, que Bakhmut está totalmente destruída após oito meses de combates, naquela que é considerada a batalha mais longa e sangrenta da guerra russa contra a Ucrânia. “Posso dizer honestamente que as imagens de Hiroxima destruída me fazem lembrar Bakhmut. Não resta absolutamente nada vivo, todos os edifícios estão destruídos (…), destruição absoluta e total”, disse Zelensky, citado pela agência francesa AFP.
Hoje Macau InternacionalAlemanha |Suspeitas de envenenamento de russos no exílio A polícia alemã informou ontem que abriu uma investigação por suspeitas de envenenamento após problemas de saúde mencionados por um jornalista e activista russo no exílio. “Foi aberta uma investigação. O caso está em andamento”, disse um porta-voz da polícia de Berlim à agência de notícias AFP, confirmando informações do diário Die Welt publicadas na noite de sábado. O responsável não deu mais pormenores sobre a investigação em curso. A publicação russa Agentstvo publicou esta semana uma reportagem na qual relata os problemas de saúde reportados por dois participantes numa reunião de dissidentes russos, nos dias 29 e 30 de Abril. Um participante, que é descrito como um jornalista que tinha deixado a Rússia recentemente, apresentou sintomas não especificados durante o evento e disse que pode ter começado antes. Segundo a Agentstvo, o jornalista terá ido ao hospital Berlin Charité, onde havia sido tratado o russo Alexei Navalny, vítima de envenenamento em Agosto de 2020. A segunda participante é Natalia Arno, directora da Organização Não-Governamental Free Russia Foundation, nos Estados Unidos, onde vive há 10 anos depois de ter deixado a Rússia. Ainda de acordo com a reportagem, Arno esteve em Berlim no final de Abril, de onde viajou para Praga. Foi lá, relata a Agentstvo, que apresentou sintomas e também descobriu que o seu quarto de hotel tinha sido aberto. Arno publicou uma mensagem na rede social Facebook esta semana, onde mencionou os problemas que sentia, nomeadamente “dor aguda” e “dormência”, dizendo que os primeiros “sintomas estranhos” apareceram antes de chegar a Praga. Nos últimos anos, vários ataques com veneno foram realizados no exterior e na Rússia contra opositores russos. Moscovo nega qualquer responsabilidade dos seus serviços secretos.
Hoje Macau InternacionalONU | Lula critica divisão sobre Conselho de Segurança O Presidente do Brasil, Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva, criticou sábado a divisão dos países em “dois blocos antagónicos” a propósito da reforma do Conselho de Segurança da ONU. Para Lula, a solução para as actuais ameaças sistémicas “não passa pela formação de blocos antagónicos ou por respostas que contemplem um pequeno número de países”. O chefe de Estado brasileiro fez estas declarações durante o seu primeiro discurso em Hiroxima, onde decorre a cimeira dos países do G7, num evento sobre cooperação internacional para enfrentar crises globais, segundo a imprensa brasileira. O líder brasileiro referiu-se a um retrocesso na Organização Mundial do Comércio (OMC), embora sem citar expressamente os Estados Unidos. “Não faz sentido chamar os (países) emergentes para resolver as crises mundiais sem responder às suas preocupações” e “sem estarem adequadamente representados nos principais órgãos de governação global”, frisou Lula da Silva. O Presidente do Brasil defendeu, assim, uma reforma profunda de organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Conselho de Segurança da ONU. Para isso, deu como exemplo a Argentina. “A dívida externa que afectou o Brasil no passado está agora a destruir a Argentina e a causar desigualdade. O FMI deve considerar as consequências sociais de suas políticas de ajuste”, apontou. Cumprir promessas A segunda intervenção de Lula foi numa sessão de trabalho sobre sustentabilidade, na qual atacou os países desenvolvidos pelas suas promessas não cumpridas. Para o chefe de Estados brasileiro, o Protocolo de Quioto contra as alterações climáticas “é uma referência à falta de acção colectiva”. “Os países ricos têm de cumprir a promessa de atribuir 100 mil milhões por ano à acção climática”, exigiu, referindo-se ao compromisso assumido na cimeira de Copenhaga, na Dinamarca. O Presidente da Comissão Europeia apresentou o Brasil como um líder em questões ambientais. “As credenciais do Brasil são sólidas”, frisou, lembrando que a matriz energética brasileira está “entre as mais limpas do planeta”. “Queremos liderar o processo que nos permitirá salvar o planeta”, afirmou.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Volume de visitantes atenua quebra de gastos Apesar de os dados da Direcção dos Serviços de Estatística mostrarem que a despesa per capita dos visitantes caiu 13,9 em termos anuais no primeiro trimestre de 2023, o presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro, Lei Cheok Kuan, indicou que a quebra nas despesas foi equilibrada pelo elevado número de turistas. Gastaram menos individualmente, mas vieram mais, sustentou o responsável, em declarações citadas pelo jornal Ou Mun. Lei Cheok Kuan argumentou que a economia chinesa ainda se encontra em recuperação, e que neste momento os rendimentos dos chineses são inferiores aos que se verificavam antes da pandemia, enquanto os preços aumentaram. Esta conjugação de factores resulta na diminuição do consumo. O responsável estima que actualmente a despesa per capita de um turista chinês seja de perto de um terço da despendida antes da pandemia. Outro factor decisivo para a facturação das empresas locais, prende-se com a natureza do turismo massificado de excursões, que devido à extrema economia de tempo para visitar o máximo de lugares possíveis força os excursionistas a um calendário apertado, incompatível com gastos em negócios comunitários.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Mais de 2 milhões de entradas em Abril O território recebeu 2.274.050 visitantes em Abril, o que representa aumentos de 274,7 por cento, em termos anuais e de 16,2 por cento, em termos mensais, de acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os números de turistas (1.176.456), que viajam com vistos individuais, e de excursionistas (1.097.594) subiram 550,2 por cento e 157,7 por cento, respectivamente, em termos anuais. Há um ano, o território ainda estava abrangido por fortes medidas de circulação, relacionadas com a política de zero casos de covid-19. O período médio de permanência dos visitantes foi de 1,2 dias, mais 0,2 dias, face a Abril do ano passado. O período médio de permanência dos excursionistas (0,3 dias) aumentou 0,2 dias e o dos turistas (2,2 dias) baixou 1,4 dias. Quanto às origens de visitantes, os do Interior da China fixaram-se em 1.386.944 (mais 159,3 por cento, em termos anuais), dos quais 817.730 tinham visto individual, crescendo substancialmente 589,5 por cento. Os números de visitantes de Hong Kong (745.282) e de Taiwan (33.295) subiram notavelmente 1.039,3 por cento e 419,0 por cento, respectivamente, em termos anuais. Em relação aos primeiros quatro meses do ano, chegaram a Macau 7.222.408 visitantes, mais 190,8 por cento, face ao período homólogo do ano transacto. Os números de turistas (3.815.209) e de excursionistas (3.407.199) subiram 342,8 por cento e 110,1 por cento, respectivamente. O período médio de permanência dos visitantes foi de 1,3 dias, mais 0,1 dias, em relação ao idêntico período de 2022.
Hoje Macau PolíticaCartão de consumo | Lo Choi In pede mais uma ronda A deputada Lo Choi In apelou ao lançamento de mais uma ronda do cartão de consumo, uma vez que as dificuldades financeiras persistem em alguns segmentos sociais e continuam a afectar pequenos e médias empresas, apesar do regresso do turismo. “Por trás do grande número de turistas, persistem os velhos problemas da concentração excessiva do consumo turístico em certas zonas e também da distribuição dos visitantes, para que o negócio nas zonas antigas seja beneficiado. Muitos estabelecimentos comerciais, depois de terem sofrido o impacto da epidemia nos últimos três anos, ainda não conseguem usufruir do bónus das receitas trazido pelos sucessivos ‘booms’ de visitantes”, apontou a deputada. “Solicito mais uma vez ao Governo e ao secretário para a Economia e Finanças que considerem uma nova ronda de cupões electrónicos de consumo, para acelerar a recuperação económica dos bairros comunitários e estabilizar a actual tendência de recuperação económica”, pediu.
Hoje Macau Grande Plano MancheteCimeira | China recebe presidentes da Ásia Central Presidentes de cinco países da Ásia Central chegaram sucessivamente a Xi’an, na China, desde quarta-feira, para participar na Cimeira China-Ásia Central, agendada para ontem e hoje, sexta-feira. A cimeira, que tem lugar na capital da província de Shaanxi, representa “um novo capítulo de cooperação entre a China e os países da Ásia Central, sobretudo nas áreas da energia, produtos de base e comércio digital” que, segundo os observadores, “serão provavelmente o foco da cooperação comercial durante a cimeira”. No evento estão presentes o presidente Kassym-Jomart Tokayev do Cazaquistão, o presidente Sadyr Japarov do Quirguizistão, o presidente Emomali Rahmon do Tajiquistão, o presidente Serdar Berdimuhamedov do Turquemenistão e o presidente Shavkat Mirziyoyev do Uzbequistão, juntamente com outros altos funcionários dos cinco países. Tokayev foi o primeiro dirigente da Ásia Central a chegar a Xi’an, tendo sido recebido pelo presidente chinês, Xi Jinping. Xi expressou “o seu prazer em receber” Tokayev em Xi’an e, desejou-lhe um feliz aniversário, uma vez que completou 70 anos no mesmo dia. Xi salientou que a visita do Presidente Tokayev à China nesta ocasião especial é “reveladora da força dos laços bilaterais e atesta mais uma vez a sua ligação única com a China”. Segundo Xi, as relações entre a China e o Cazaquistão entraram nas próximas “três décadas de ouro”. “As duas partes devem levar avante com vigor a amizade tradicional, apoiar-se mutuamente com firmeza, aprofundar a cooperação mutuamente benéfica, prosseguir o desenvolvimento e o rejuvenescimento e construir uma comunidade China-Cazaquistão com um futuro partilhado, caracterizado por uma amizade eterna, uma forte confiança mútua e solidariedade”, afirmou. O presidente do Quirguistão, Sadyr Japarov, e o presidente do Tajiquistão, Emomali Rahmon, também chegaram a Xi’an na quarta-feira, segundo a Xinhua. Yu Jun, director-geral adjunto do Departamento de Assuntos Europeus e da Ásia Central do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, disse numa conferência de imprensa na terça-feira que, na cimeira, “os líderes trocarão opiniões sobre o estabelecimento de um mecanismo de cooperação e sobre questões internacionais e regionais de interesse. Espera-se que os líderes dos seis países assinem uma série de documentos políticos importantes sobre comércio, conectividade e cooperação económica”. Os números da cooperação “A energia tradicional e as novas energias, as matérias-primas e o comércio digital serão provavelmente os principais tópicos de discussão na cimeira”, disse Qian Feng, director do departamento de investigação do Instituto de Estratégia Nacional da Universidade de Tsinghua. “No meio da complicada crise política e energética que o mundo está a enfrentar, a cooperação entre a China e os países da Ásia Central nessas áreas pode ajudar os dois lados a aproveitar a força um do outro”, concluiu. “Parte da cooperação da China com a Ásia Central centra-se na segurança energética para fazer face às influências do mercado internacional e às mudanças geopolíticas”, disse Zhang Hong, investigador associado do Instituto de Estudos Russos, da Europa de Leste e da Ásia Central da Academia Chinesa de Ciências Sociais. “Tanto a China como os países da Ásia Central estão a procurar a diversificação energética e a reforçar a cooperação em iniciativas de baixo carbono e uma transição de energia verde para garantir o fornecimento de energia e as exportações no novo ambiente internacional”, explicou. A Administração Geral das Alfândegas da China publicou dados na quarta-feira, dizendo que o volume de importação e exportação da China com os países da Ásia Central ascendeu a 173,05 mil milhões de yuans nos primeiros quatro meses, um aumento de 37,3 por cento em comparação com o mesmo período do ano passado. Foi sublinhado o facto do volume de exportações e importações da China com os cinco países da Ásia Central ter atingido um total de 50,27 mil milhões de yuan só em Abril, ultrapassando pela primeira vez os 50 mil milhões de yuan, marcando uma nova etapa no volume comercial. Nos primeiros quatro meses, a China importou produtos energéticos, tais como carvão, petróleo bruto e gás natural, no valor de 32,45 mil milhões de yuan dos cinco países da Ásia Central, representando 55 por cento do volume total. As autoridades chinesas disseram numa conferência de imprensa na quarta-feira que a cooperação energética é um elemento-chave na cooperação China-Ásia Central, mas não será o único foco, uma vez que “há um vasto espaço para ambas as partes darem as mãos”. Mais e melhor O Ministro dos Investimentos, Indústria e Comércio do Uzbequistão, Laziz Kudratov, disse numa conferência de quarta-feira em Xi’an que a China é um dos parceiros comerciais mais importantes do Uzbequistão, mas que o Uzbequistão não está satisfeito com o actual volume de cooperação comercial e acredita que ainda há muito espaço para melhorias. A China é o maior parceiro comercial e um grande investidor no Uzbequistão. Em 2022, o comércio bilateral cresceu 20% em relação ao ano anterior, disse o ministro, esperando que o objectivo de 10 mil milhões de dólares em comércio anual estabelecido pelos dois chefes de Estado possa ser alcançado em breve. Kudratov também expressou o forte interesse do Uzbequistão em cooperar com a China em veículos elétricos, nova indústria de energia e cooperação digital, enfatizando que o Uzbequistão está disposto a cooperar com a China em todos os campos. É provável que a segurança seja outro dos principais temas da cimeira. Numa entrevista aos meios de comunicação social chineses, o embaixador do Turquemenistão na China, Parahat Durdyev, afirmou esperar que “a cimeira possa constituir um novo ponto de partida para a resolução de questões regionais e internacionais importantes. No meio de uma atmosfera internacional complicada, a cimeira demonstrará a determinação e o esforço da China e dos países da Ásia Central no reforço da segurança regional e internacional e na promoção da prosperidade regional”. Questionado sobre se o conflito entre a Rússia e a Ucrânia será discutido na cimeira, Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, afirmou que os líderes dos seis países trocarão opiniões sobre as principais questões internacionais e regionais e que a China publicará informações atempadamente. Qual o papel da China? A Deutsche Welle publicou um artigo na terça-feira, afirmando que a China está a desempenhar um papel mais importante na segurança da Ásia Central. Outros meios de comunicação social também afirmaram que a China pretende um envolvimento mais profundo com os países da Ásia Central, uma vez que “a influência da Rússia está a diminuir na região”. “A cooperação da China com a Ásia Central não visa terceiros e o mecanismo de cooperação China-Ásia Central não tem como objectivo competir com outros mecanismos”, afirmou Yu. “A China apoia tudo o que seja verdadeiramente benéfico para o desenvolvimento da região e que contribua para a prosperidade comum da região”, salientou Yu. Li Yongquan, director da Investigação sobre o Desenvolvimento Social Eurasiático no Centro de Investigação sobre o Desenvolvimento do Conselho de Estado, disse ao Global Times que “durante 30 anos, a Ásia Central tem estado situada numa atmosfera geopolítica complicada. Uma das razões pelas quais os países da região podem prosperar apesar dos múltiplos factores de instabilidade é porque a China e a Rússia têm cooperado na manutenção da segurança e da estabilidade na região. A China e a Rússia têm um interesse comum nesta questão”, afirmou Li. Um de cada vez Entretanto, ontem, o presidente chinês reuniu-se separadamente com os seus homólogos do Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. Durante as reuniões, Xi Jinping enfatizou aos seus homólogos que a cooperação deve servir para “alcançar novos progressos” e que a China busca “fortalecer a confiança e o apoio mútuo” com os “respectivos interesses de desenvolvimento” destes países. O chefe de Estado chinês também disse que pretende avançar com “a cooperação pragmática em áreas como o comércio e a agricultura, assim como melhorar a conectividade” e adicionar mais projetos no âmbito do programa Novas Rotas da Seda – uma das principais iniciativas internacionais da China que pretende tecer uma rede comercial internacional e globalizar a sua influência. Na sua reunião com o Presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, Xi defendeu que “um Cazaquistão independente, estável e próspero atende aos interesses comuns dos chineses e do povo cazaque”, observando que “a China apoia firmemente o Cazaquistão na salvaguarda da sua independência, soberania e integridade territorial”. Espera-se que Xi se encontre em conjunto com os Presidentes dos cinco países da Ásia Central entre hoje e sexta-feira. Energia e conectividade continuam a ser os principais activos chineses para aprofundar os laços, embora a cimeira deva impulsionar “o comércio electrónico, a economia digital e novas formas de negócios”, disse a agência de notícias estatal Xinhua nesta semana. Voos aumentados na Ásia Central em período de competição por influência na região A China anunciou ontem que vai aumentar o número de ligações aéreas com a Ásia Central, numa altura em que vários países tentam reforçar a sua influência numa região historicamente sob a órbita de Moscovo. A Administração da Aviação Civil da China adiantou que a cidade de Xi’an, no centro do país, vai inaugurar uma ligação aérea a Duchambé, a capital do Tajiquistão, com frequência de um voo por semana. Esta nova ligação soma-se à que foi inaugurada na semana passada entre Xi’an e a capital do Turcomenistão, Achgabad, também com frequência de um voo por semana. Ambos os voos são operados pela China Southern Airlines. Xi’an, que outrora serviu como ponto de partida da antiga Rota da Seda – a rede de rotas comerciais que ligava o Extremo Oriente à Europa -, passa assim a ter ligações a todos os países da Ásia Central: Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão. A cidade recebeu ontem a Cimeira China–Ásia Central, que decorre até sexta-feira e que contou com a participação do Presidente chinês, Xi Jinping, e os homólogos dos cinco estados que compõem a região. (ver texto principal). Citado pelo jornal oficial Global Times, o vice-presidente da Administração da Aviação Civil da China, Sun Wensheng, disse que aquele organismo e os países da Ásia Central vão assinar um memorando de entendimento para desenvolver uma “Rota da Seda aérea”. Sun acrescentou que a China vai “continuar a reforçar a comunicação e a cooperação com os cinco países da Ásia Central, visando aprimorar o acesso ao espaço aéreo” e lembrou que existem já acordos bilaterais de transporte aéreo com todas as nações da região. A cimeira que arrancou ontem foi a primeira reunião presencial conjunta entre Xi e os homólogos da Ásia Central desde que há 31 anos Pequim estabeleceu relações diplomáticas com os diferentes estados da região, após a desintegração da União Soviética. Como segundo maior consumidor de energia do mundo, a China investiu milhares de milhões de dólares na Ásia Central visando aceder às reservas de gás natural da região. O Gasoduto China-Ásia Central, inaugurado em 2020, forneceu 43,2 mil milhões de metros cúbicos de gás natural à China, no ano passado, segundo dados citados pela agência noticiosa oficial Xinhua. A ganhar terreno A Ásia Central ocupa também espaço central nas ligações ferroviárias entre Europa e China, uma parte importante da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, um gigantesco projecto internacional de infra-estruturas lançado pela China, que prevê a abertura de novas vias comerciais na Eurásia. A China construiu alguns dos maiores portos secos do mundo naqueles países, capazes de descarregar um comboio de contentores em menos de 50 minutos. O papel da região no fornecimento de energia e no comércio internacional ganhou maior proeminência face às sanções impostas pelo Ocidente à Rússia. A Rússia, que desde meados do século XIX é a principal potência na Ásia Central, vê também assim o seu papel ameaçado, com os seus tradicionais aliados regionais a serem cobiçados não só pela China, mas também pela Turquia e países ocidentais. Nos últimos meses, além de Xi Jinping, os presidentes da Rússia e da Turquia, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, respectivamente, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, visitaram a Ásia Central.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | Mais de 1200 transacções de Janeiro a Março No primeiro trimestre do ano foram transaccionadas 1.207 fracções autónomas e lugares de estacionamento pelo valor de 6,93 mil milhões de patacas, de acordo com os dados revelados ontem pelos Serviços de Estatística e Censos. Em comparação com o último trimestre do ano passado, as transacções de fracções autónomas registaram um crescimento de 14,8 por cento. Foram transaccionadas 848 fracções autónomas habitacionais (mais 199) pelo valor de 5,59 mil milhões de patacas (mais 33,8 por cento), das quais 843 eram fracções autónomas habitacionais de edifícios construídos (mais 33,8 por cento), com os negócios a serem fechados por um valor total de 5,57 mil milhões de patacas (mais 37,2 por cento). Foram ainda vendidas 5 fracções autónomas habitacionais de edifícios em construção (menos 73,7 por cento), cujo valor de venda foi de 27 milhões de patacas (menos 78,2 por cento). O preço médio por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas habitacionais globais (93.351 patacas) aumentou 2,6 por cento, em termos trimestrais. O preço médio por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas industriais (50.198 patacas) subiu 5,9 por cento, em termos trimestrais, contudo, o das fracções autónomas destinadas a escritórios (85.499 patacas) baixou 15,7 por cento. Em termos de transacções de estacionamento, no primeiro trimestre de um ano houve um aumento de 17,5 por cento das transacções, face ao trimestre entre Outubro e Dezembro.
Hoje Macau EventosSalman Rushdie alerta que a liberdade de expressão está gravemente ameaçada O escritor Salman Rushdie avisou que a liberdade de expressão no Ocidente está sob a maior ameaça que já assistiu em toda a sua vida, naquele que foi o seu primeiro discurso público após ter sido atacado. O escritor britânico enviou uma mensagem em vídeo para o British Book Awards, que lhe atribuiu, na segunda-feira à noite, o prémio Freedom to Publish, que “reconhece a determinação de autores, editores e livreiros que se posicionam contra a intolerância, apesar das ameaças que enfrentam”, noticia a AP. “Vivemos num momento em que a liberdade de expressão e a liberdade de publicação nunca estiveram, em todo o meu tempo de vida, tão ameaçadas nos países ocidentais”, disse. “Agora que estou aqui sentado nos Estados Unidos, tenho de olhar para o extraordinário ataque às bibliotecas e aos livros para crianças nas escolas. O ataque à ideia das próprias bibliotecas. É extremamente alarmante e temos de estar muito atentos e lutar muito contra isso”, acrescentou. Durante o seu discurso, Salman Rushdie criticou também os editores que alteram livros com décadas de existência para adaptá-los às sensibilidades modernas, como aconteceu com os cortes e as reedições em grande escala feitos nas obras do autor infantil Roald Dahl e do criador de James Bond, Ian Fleming. Os editores devem permitir que os livros “cheguem até nós do seu tempo e sejam do seu tempo. E se isso for difícil de aceitar, não o leiam, leiam outro livro”, considerou o autor. Prémios e ataques Salman Rushdie, de 75 anos, apareceu no vídeo visivelmente mais magro do que antes do ataque e usava óculos com uma lente colorida. O escritor ficou cego do olho direito e sofreu danos nos nervos da mão, na sequência de um esfaqueamento por um homem de 24 anos, quando iniciava uma palestra em Chautauqua, Nova Iorque, em agosto do ano passado. O alegado agressor, Hadi Matar, declarou-se inocente das acusações de agressão e tentativa de homicídio. Salman Rushdie passou anos escondido e com proteção policial, depois de o fundador da República Islâmica, ayatollah Rouhollah Khomeini, ter emitido uma ‘fatwa’ (decreto religioso) em 1989, apelando à sua morte devido ao que considerava blasfémia, do romance “Os Versículos Satânicos”. O escritor regressou gradualmente à vida pública depois de, em 1998, o governo iraniano se ter distanciado da ordem, afirmando que não apoiaria alguma tentativa de o matar, embora a ‘fatwa’ nunca tenha sido oficialmente revogada. Salman Rushdie ganhou o Prémio Booker em 1981 pelo seu romance “Os filhos da meia-noite” e, em 2008, foi eleito o melhor vencedor de sempre daquele prestigiado prémio literário. O seu romance mais recente, “Victory City”, concluído um mês antes do atentado, foi lançado internacionalmente em Fevereiro deste ano, pela Penguin Random House, e chegará a Portugal no final do ano, editado pela Dom Quixote.
Hoje Macau EventosFestival tem um filme de Pedro Costa na selecção oficial O Festival de Cinema de Cannes, que começou esta terça-feira no sul de França, conta com um filme de Pedro Costa na selecção oficial e outros filmes portugueses em programações paralelas. Numa edição em que vão estrear-se filmes de Martin Scorsese, Wes Anderson, Pedro Almodóvar, Ken Loach ou Nanni Moretti, Cannes contará com sete realizadoras em competição – um número recorde -, com Alice Rohrwacher, Jessica Hausner, Kaouther Ben Hania, Justine Triet, Catherine Breillat, Ramata-Toulaye Sy e Catherine Corsini. Fora de competição, Pedro Costa fará a estreia do filme “As Filhas do Fogo”, sendo a quinta vez que o realizador português marca presença em Cannes. Segundo a produtora Clarão Companhia, “As filhas do fogo” é uma curta-metragem interpretada pelas cantoras Elizabeth Pinard, Alice Costa e Karyna Gomes, com Os Músicos do Tejo, dirigidos pelo maestro e cravista Marcos Magalhães. Também fora de competição, Cannes vai exibir “Eureka”, do argentino Lisandro Alonso, coproduzido pela Rosa Filmes. A 76.ª edição do Festival de Cannes abre com “Jeanne du Barry”, da realizadora francesa Maiwenn, com o actor Johnny Depp no papel de Luís XV. Na secção “Un Certain Regard” vai estar o filme “A Flor do Buriti”, da realizadora brasileira Renée Nader Messora e do português João Salaviza, que voltaram a filmar com o povo indígena Krahô, do Brasil, depois de “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”. Na Quinzena de Cineastas, Filipa Reis e João Miller Guerra vão estrear a segunda longa-metragem de ficção de ambos, “Légua”, e vai assinalar-se os trinta anos da estreia de “Vale Abraão”, de Manoel de Oliveira, com as presenças da actriz Leonor Silveira e do produtor Paulo Branco. Curtas e carreiras Também nesta programação, na iniciativa “La Factory des Cinéastes”, estarão em foco quatro curtas-metragens, coproduzidas pela Bando à Parte com jovens estruturas, técnicos e realizadores do norte de Portugal. “Corpos Cintilantes”, uma primeira obra da realizadora Inês Teixeira, sobre a adolescência, está integrada na competição de curtas-metragens da Semana da Crítica. O júri da competição oficial é presidido pelo realizador sueco Ruben Ostlund. O actor Michael Douglas receberá um prémio de carreira e o actor Harrison Ford será homenageado com a estreia de “Indiana Jones e o Marcador do Destino”, dirigido por James Mangold. O festival de Cannes termina no dia 27.
Hoje Macau EventosDia da Criança | Arraiais, prendas e visitas ao Museu do Exército animam mais novos A partir de domingo, até ao final de Junho, Macau vai-se desdobrar em actividades para assinalar o Dia da Criança. Passeios em família, oferta de prendas a crianças hospitalizadas, jogos sobre direitos das crianças e visitas ao Museu do Exército do Quartel Militar da Taipa, para aprofundar o sentimento patriótico de alunos do ensino primário, são algumas das actividades programadas Durante mais de um mês, o Governo, com a colaboração de algumas associações tradicionais, vai organizar uma panóplia de actividades para celebrar o Dia da Criança, que se assinala a 1 de Junho. O cartaz de celebrações arranca já no próximo domingo, 21 de Maio, com o Concurso de Passeio na Comunidade, organizado pela Federação das Associações dos Operários de Macau para animar a pequenada, incentivar a interacção entre pais e filhos e “construir em conjunto uma relação positiva e saudável entre familiares e um estado físico e mental saudável”, anunciou ontem o Instituto de Acção Social (IAS). O passeio tem início nas Ruínas de São Paulo, às 13h30 e termina às 18h no Centro de Actividades Juvenis da Federação das Associações dos Operários de Macau. Como não poderia deixar de ser, uma das actividades em destaque que promete alimentar a imaginação das crianças é a visita ao Museu do Exército do Quartel Militar da Taipa da Guarnição do Exército de Libertação do Povo Chinês estacionado em Macau. A visita, marcada para o dia 27 de Maio, irá levar cerca de 300 estudantes do ensino primário a assistir a uma apresentação feita por militares com o intuito de “aprofundar o conhecimento dos estudantes sobre o Exército de Libertação do Povo Chinês estacionado em Macau e o sentimento patriótico”. Jogos e prendas Grande parte das actividades programadas para celebrar o Dia da Criança são de cariz pedagógico. Uma das principais é a exposição itinerante de placards que explicam os direitos das crianças, nomeadamente os consagrados em convenções internacionais, e a evolução dos mesmos. A mostra irá percorrer várias escolas de Macau, assim como centros da FAOM. No dia 1 de Junho serão distribuídas prendas a 199 crianças internadas no Centro Hospitalar Conde de São Januário e no Hospital Kiang Wu, “como forma de lhes transmitir as saudações festivas e votos de felicidades apresentados pelo Governo da RAEM e pelos diversos sectores da sociedade”. As prendas são patrocinadas pela Comissão Organizadora do Dia Mundial das Crianças (que reúne um leque variado de instituições públicas, órgãos do Governo e associações tradicionais) e pela Obra das Mães. O Governo acrescenta ainda que a Federação das Associações dos Operários de Macau, a União Geral das Associações dos Moradores de Macau, a Cáritas de Macau e a Associação Geral das Mulheres de Macau, vão realizar vários arraiais, sem que sejam especificadas as actividades que vão acontecer. Ao longo do mês de Junho será ainda organizado o sorteio de jogos online sobre a Convenção sobre os Direitos da Criança.
Hoje Macau China / ÁsiaNaufrágio | Tripulação de 39 pescadores desaparecida Um barco de pesca chinês a operar no Oceano Índico afundou e todos os 39 tripulantes a bordo estão desaparecidos, avançou ontem a imprensa estatal. A cadeia televisiva CCTV noticiou que o naufrágio aconteceu por volta das 03:00 de terça-feira. A tripulação era constituída por chineses, indonésios e filipinos, segundo a mesma fonte. O Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, ordenaram que os diplomatas chineses no exterior, assim como os ministérios da Agricultura e dos Transporte, apoiem os trabalhos de busca e resgate. A CCTV não identificou o local exacto do naufrágio, mas apenas que ocorreu no centro do vasto Oceano Índico, que se estende do sul da Ásia e da Península Arábica até ao leste da África e ao oeste da Austrália. O Centro de Comando da Guarda Costeira das Filipinas disse ontem que está a monitorar a situação e a coordenar com a embaixada da China em Manila e as equipas de busca e resgate que estão a operar perto do último local conhecido da embarcação. O barco Lupenglaiyuanyu Número 8 estava baseado na província costeira oriental de Shandong e era operado pela empresa Penglaiyingyu, de acordo com a imprensa chinesa. Também foi identificado pelos números de casco 18 e 028. Acredita-se que a China opere a maior frota pesqueira do mundo. Muitas embarcações permanecem no mar durante meses ou mesmo anos seguidos, apoiados por agências estatais de segurança marítima chinesas e uma extensa rede de embarcações de apoio. Não há informações sobre a causa do naufrágio.
Hoje Macau China / ÁsiaApple | Ex-funcionário chinês acusado de roubar tecnologia A justiça dos Estados Unidos acusou ontem um antigo funcionário da Apple de roubar tecnologia para veículos autónomos desenvolvida pelo grupo tecnológico, para vender a uma empresa chinesa. O Departamento de Justiça anunciou o indiciamento de Wang Weibao, de 35 anos, por roubo e tentativa de roubo de segredos comerciais, parte de um esquema para aceder e usurpar tecnologia da Apple utilizada em sistemas de veículos autónomos. De acordo com o documento judicial, Wang trabalhou como engenheiro informático na empresa, que tem sede na Califórnia, entre 2016 e 2018. Durante esse período, teve acesso a bancos de dados acessíveis apenas a 2.700 funcionários em toda a empresa, que tem mais de 130.000 trabalhadores. Os investigadores reviram o histórico de acessos de Wang nos arquivos da Apple um dia depois de ter deixado a empresa e descobriram que ele acedeu a “grande quantidade” de informação confidencial nos “dias anteriores à sua saída”. “Infelizmente, vai sempre haver quem engana o sistema, roubando e lucrando com o fruto do trabalho dos outros. A acusação de Wang é apenas um exemplo”, disse o procurador Ismail Ramsey, num comunicado emitido pelo Departamento de Justiça. Se for considerado culpado, Wang pode ser punido com pena máxima de 10 anos de prisão e uma multa de até 250.000 dólares, por cada acusação de roubo ou tentativa de roubo, lê-se na mesma nota.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Treinador e 11 futebolistas detidos por corrupção O treinador e 11 futebolistas de uma equipa da primeira divisão de futebol de Hong Kong estão entre os 23 detidos num caso de corrupção por manipulação de resultados, disse na terça-feira o órgão anticorrupção do território. “Esta operação é a mais importante realizada nos últimos anos pela Comissão Independente Contra a Corrupção (ICAC) no combate à manipulação de resultados. É também a que resultou no maior número de detenções”, especificou a chefe de investigação do ICAC, Kate Cheuk. Cerca de 100 agentes da polícia estiveram implicados na operação em que os suspeitos são acusados de corrupção, manipulação de resultados e de participar também em apostas ilegais. O nome do clube em causa não foi divulgado, contudo a imprensa local sugere que o visado seja o histórico Happy Valley, com vários títulos de campeão em mais de 70 anos de existência. Os corruptores pagariam a cada atleta cerca de 1.200 euros por jogo. “A questão não era se eles jogavam bem, mas se eram bons a fingir [o seu desempenho] ou se podiam ajudar a manipular os resultados”, disse Cheuk. A responsável recordou que os resultados improváveis são mais bem recompensados nas apostas, que alguns visados também faziam, através de testas-de-ferro. Os valores envolvidos na manipulação não foram revelados, até porque a investigação continua em curso.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Enviado mostra esforços da China para tornar-se potência internacional, dizem analistas O diplomata chinês Li Hui continua no seu périplo europeu, que inclui visitas a Kiev e Moscovo, além de Berlim e Paris, com vista a alcançar uma rota para a paz A chegada de um enviado chinês a Kiev esta semana sintetiza os esforços de Pequim para afirmar a sua liderança nos assuntos internacionais, visando contrariar a ordem estabelecida por Washington, que considera hostil aos seus interesses, apontam analistas. O enviado chinês Li Hui está em Kiev desde terça-feira e deverá também visitar a França, a Alemanha e a Rússia, com vista a “uma resolução política da crise ucraniana”, segundo Pequim. Li, o representante especial para os assuntos euro-asiáticos encarregado de discutir a resolução da guerra russa contra a Ucrânia, deverá ainda visitar Varsóvia na sexta-feira para discutir a situação na Ucrânia, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco. Desde Março passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu em Pequim os líderes do Brasil, Espanha, Singapura, Malásia, França e União Europeia, enquanto altos funcionários chineses viajaram para a Europa, Ásia Central ou sudeste asiático. Durante o mesmo período, Irão e a Arábia Saudita anunciaram, em Pequim, um acordo para restabelecerem as relações diplomáticas. A China expressou ainda a disponibilidade para mediar as negociações para um acordo de paz entre Israel e Palestina. Na Ucrânia, Pequim diz querer negociar um acordo político que ponha fim à guerra, que dura há 15 meses. “A China está a entrar no oceano”, disse metaforicamente o coronel reformado chinês Zhou Bo, numa entrevista à revista Time. “Não há como voltar atrás”, apontou. Este esforço surge numa altura em que o país está a emergir de três anos de isolamento, imposto pela estratégia ‘zero covid’, para um ambiente externo mais hostil, à medida que os Estados Unidos solidificaram as suas alianças de segurança na região da Ásia Pacífico e Europa. “É óbvio: A China quer contrariar a pressão de Washington para isolar o país”, escreveu Tianyi Wu, especialista da Universidade de Oxford nas relações entre China e Estados Unidos. Em causa, estão também considerações económicas, à medida que fricções geopolíticas motivaram os principais parceiros comerciais da China a procurar alternativas para reduzir as vulnerabilidades nas cadeias de fornecimento. Wu frisou, no entanto, uma visão mais ampla por detrás dos esforços da diplomacia chinesa: promover uma ordem mundial multipolar, que afrouxe o domínio norte-americano estabelecido após a II Guerra Mundial. Caminho seguro Nos últimos anos, Pequim avançou com fóruns e organizações multilaterais próprias, incluindo a Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas ou a Iniciativa de Segurança Global, que visa construir uma “arquitectura global e regional de segurança equilibrada, eficaz e sustentável”, ao “abandonar as teorias de segurança geopolíticas ocidentais”. A China vai “promover uma nova forma de relações internacionais”, proclamou Xi Jinping. “Ao avançar no seu processo de modernização, a China não vai trilhar o caminho antigo da colonização e pilhagem, nem o caminho sinuoso escolhido por alguns países para alcançar a hegemonia”, assegurou o líder chinês, no mês passado, na apresentação de mais uma iniciativa, designada Civilização Global. O líder chinês advertiu ainda outros países para se “absterem de impor os seus próprios valores ou modelos aos outros”, numa referência à ordem democrática liberal liderada por Washington.
Hoje Macau Via do MeioTrês ensaios de prosa chinesa Tradução de André Bueno Inscrição de uma humilde morada As montanhas não obtêm fama por sua altura, mas porque nelas vivem algum imortal. Os rios não adquirem seu renome por sua correntes, mas sim porque algum dragão torna mágicas as suas águas. Esta humilde morada só tem o perfume da minha virtude. O musgo esmeralda cobre seus alpendres, e o verdor da erva invade suas cortinas. Mas aqui, são os grandes letrados que conversam e riem, não vem nenhuma pessoa que não tenha alguma importância. Podemos tocar a sensível cítara, podemos estudar os valiosos sutras. Não há orquestra alguma que estrague o ouvido, nem documentos oficiais que importunem a nós. Confúcio disse: que há de mal nisso? Liu Yuxi (772-842) Elogio da virtude do vinho Há um homem superior que considera a eternidade como uma manhã, dez mil anos como um abrir e fechar de olhos; o sol e a lua como suas janelas, os oito confins do mundo como seu pátio e ruas. Caminha sem seguir rotas nem deixa pegadas; vive sem casa e sem abrigo; o céu o serve de tenda, a terra o serve de esteira; onde quer que vá, seu desejo é seu guia. Quando pára, pega um copo e uma garrafa; quando se vai, leva uma jarra e um vaso. Só se ocupa de vinho, não conhece outra coisa. Um jovem nobre e um letrado de renome ouviram falar de sua maneira de viver e o criticaram. Agitaram suas mangas, balançaram suas túnicas, rangeram os dentes e ficaram de olhos injetados. Falaram longamente dos ritos e das leis, e o bem e o mal povoam seus discursos como um enxame de abelhas. Enquanto isso, o mestre dispôs uma bandeja e sustentava um jarro de vinho com as duas mãos. Levou a bandeja para a boca e derramou todo o vinho pela garganta. Despojou-se, e sentou cruzando as pernas. Sua cabeça descansava na terra, seu corpo jazia no pó. Já não tinha mais pensamentos nem sentimentos, sua felicidade era infinita. Assim permaneceu, ébrio e privado de sensações, até que recobrou por si mesmo os sentidos. Por mais que escutasse, não ouvia o fragor da conversa; por mais que buscasse, não via as montanhas. Não sentia nem frio nem calor atacar seu corpo. Não o incomodava nem a alegria nem o desejo. Contemplava o mundo das alturas, como uma tumultuada confusão de seres, como algas boiando ao sabor da correnteza de um rio. Os dois homens que falavam com ele eram como abelhas, ou parasitas de uma amoreira. Liu Ling (século 3 d.C.) Prefácio da Antologia do Pavilhão das Orquídeas Instalamo-nos junto ao um canto do arroio para lavar nossos copos, e todos nos sentamos em ordem. Nos faltava o deleite de uma orquestra, mas um copo de vinho e uma canção eram suficientes para dar rédea solta aos nossos sentimentos poéticos. O céu era luminoso e o ar puro; uma suave brisa soprava leve. Acima contemplávamos a imensidão do céu, abaixo examinávamos a riqueza da natureza. O espetáculo que se abria ante nossos olhos causava sensações bastantes para levar ao extremo a alegria de ver e ouvir. Era, na verdade, prazeroso. Quando os homens debatem acerca do tempo, alguns expressam o que trazem consigo e falam de sua casa; outros seguindo suas peregrinações, discorrem livremente sobre os acontecimentos externos. Mas, ainda que ambas as atitudes sejam opostas, ainda que alguns se agitem e outros permaneçam tranqüilos, todos se alegram em reencontrar-se e durante alguns instantes ficamos em paz, felizes, e esquecemos que a velhice nos acerca. Uma vez que conseguimos o que buscamos, nos cansamos dele; os sentimentos mudam de acordo com os acontecimentos; então vem a decepção. O que nos atraía num instante se converte em vestígio do passado; no entanto, não podemos impedir que nos assalte a emoção de pensar nisso por um momento. O que dura e o que é breve, tudo muda e tudo chega ao fim no nada. Os antigos diziam: a vida e a morte são grandes questões. Isso não é triste? Cada vez que penso nas causas que comoveram os homens de antigamente, encontro exatamente as mesmas que as nossas. Nunca li uma obra antiga sem suspirar com pesar, sem entender esta profunda emoção. No fundo, sei que a igualdade da vida e da morte, da longevidade ou da morte prematura, não são mais do que discursos mentirosos. E a posteridade considerará nosso tempo como nós consideramos os tempos passados! Que desgraça! Por isso ordenei que as obras de meus contemporâneos fossem copiadas. Ainda que variem as épocas e condições, as coisas que suscitam a emoção humana são as mesmas sempre. E sei que os leitores dos séculos que virão sentirão ante estes escritos estas mesmas emoções. Wang Xizhi (312 – 379)
Hoje Macau Manchete SociedadeCarros de aluguer | Sector optimista com reconhecimento de cartas O reconhecimento mútuo de cartas de condução poderá trazer um novo alento ao sector do aluguer de automóveis de Macau. Apesar de os primeiros dias de entrada em vigor da medida não terem trazido novas reservas, as previsões apontam para o crescimento do negócio Responsáveis pelo sector de aluguer automóvel em Macau prevêem um crescimento de 10 a 20 por cento do negócio, graças ao acordo de reconhecimento das cartas de condução com o Interior da China, que entrou em vigor na terça-feira. “Estamos optimistas com este mercado e acreditamos que vai crescer mais do que antes. Com o reconhecimento mútuo das cartas de condução entre o Interior da China e Macau deverá haver mais turistas [chineses] a alugar carros”, começou por dizer à Lusa Rain Lin, administrador do Burgeon Car Rental Service. Os detentores de cartas de condução da China continental podem conduzir desde ontem em Macau. Por outro lado, também os residentes permanentes de Macau, incluindo de nacionalidade estrangeira, vão poder conduzir do outro lado da fronteira. O reconhecimento das cartas de condução pode “beneficiar directamente pessoas que viajam e que visitam familiares”, apontou na segunda-feira, em comunicado, o Ministério da Segurança Pública chinês. “O negócio de aluguer de veículos sem motorista normalmente representa 20 por cento dos nossos negócios e esperamos que cresça em torno do mesmo número”, acrescentou Lin. Do lado certo Já a Vang Iek Rent-A-Car Service, fundada em 1935, espera um aumento “no máximo de 10 por cento”. “Não chegarão muitos turistas do continente chinês a Macau para conduzir”, admitiu à Lusa o responsável da empresa, Alan Peng. Apesar de entenderem que o reconhecimento dos títulos de condução pode aumentar a carteira de clientes, tanto a Burgeon Car como a Vang Iek admitem não terem recebido reservas até à data. Por outro lado, caso a procura registe um crescimento significativo, a Burgeon admitiu a possibilidade de importar veículos com volante à esquerda, à semelhança do Interior da China onde a condução é feita à direita. Em Macau, conduz-se à esquerda. De acordo com dados facultados pela PSP à Lusa, no primeiro dia em que a medida entrou em vigor 67 pessoas do Interior da China receberam permissão para conduzir na região administrativa especial. Por sua vez Zhuhai, a cidade vizinha de Macau, disponibiliza 280 quotas diárias, que, de acordo com o jornal ‘online’ Guan Hai Rong, estão esgotadas até sexta-feira.