Hoje Macau SociedadeMercado do Patane | Mulher infectada com bactéria mortal Uma mulher foi infectada com a bactéria Vibrio Vulnificus, que pode ser mortal, quando se picou na barbatana de um peixe que estava à venda Mercado Municipal do Patane, no sábado. O caso foi anunciado ontem pelos Serviços de Saúde, em comunicado. “No dia 11 de Novembro, pelas 10 horas da manhã, quando estava a comprar peixe no Mercado Municipal do Patane, picou-se acidentalmente numa barbatana de peixe na falanginha do dedo mindinho da palma da mão direita, sendo que apresentou um inchaço, por volta das 23 horas do mesmo dia”, foi revelado. Depois de detectar os sintomas, a mulher deslocou-se ao Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde foi diagnosticada com uma infecção na mão direita, tendo ficado internada. Na terça-feira, após análise laboratorial, foi confirmada a existência de Vibrio Vulnificus nas secreções da ferida. “Após o diagnóstico e tratamento médico, o inchaço na mão direita da doente desapareceu, encontrando-se em estado clínico estável”, foi revelado. Segundo os SS, a Vibrio Vulnificus é uma bactéria que existe de forma natural em mar de águas quentes, mas que em caso de infecção, apesar de normalmente produzir sintomas mais ligeiros, pode resultar na amputação de membros ou na morte dos infectados. Desde Setembro que Macau tem acumulado casos de Vibrio Vulnificus, embora nas situações anteriores estas tivessem resultado de pessoas que passeavam nas praias, e se picaram, ou de pessoas que estavam a pescar. Esta é a primeira infecção registada, este ano, num mercado local.
Hoje Macau SociedadeHabitação | Rendas sobem ligeiramente No terceiro trimestre do ano, a renda média por metro quadrado de habitações em Macau atingiu 130 patacas, um aumento trimestral de 0,8 por cento, de acordo com os Serviços de Estatística e Censos. O aumento é anunciado, dias depois de o Governo ter anunciado mais medidas para incentivar o mercado de habitação, no que poderá levar a novos aumentos das rendas. Segundo a DSEC, os maiores aumentos das rendas registaram-se na Areia Preta, onde cresceram 4,8 por cento, para 153 patacas por metro quadrado, Rua da Barca, com um aumento de 2,7 por cento para 116 patacas por metro quadrado, e ainda na Baía da Praia Grande, onde se registou um crescimento da renda de 1,6 por cento, para 131 patacas por metro quadrado. Em termos de área útil, as rendas médias das habitações com 150 metros, ou mais, são de 120 patacas por metro quadrado, ou seja, de pelo menos 18 mil patacas por mês, no que significa um aumento de 2,6 por cento face ao trimestre anterior. Nas habitações com menos de 50 metros atingem as 160 patacas por metro quadrados, um valor que fica abaixo das 8 mil patacas por mês, tendo havido um aumento de 1,3 por cento. Finalmente, no escalão das casas com 50 metros quadrados e até 99,9 metros quadrados o valor por metro quadrado registado foi de 129 patacas, um crescimento de 0,8 por cento. Este é um escalão no qual as rendas variam entre 6.450 patacas e 12.888 patacas por mês.
Hoje Macau PolíticaDSAJ | Fong Peng Kit nomeado director Fong Peng Kit foi nomeado em comissão de serviço director dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial. A decisão entrou em vigor na segunda-feira, sendo que o cargo não é estranho para Fong, que o ocupava, como substituto, desde Maio deste ano, de acordo com o documento que oficializou a decisão. A nível do percurso académico, Fong é licenciado em Direito em Língua Chinesa na Universidade de Macau. É ainda detentor do grau de Mestre em Administração Pública, num curso que terá sido ministrado pela Academia Chinesa de Governação, instituição estatal, com sede em Pequim, e responsável pela formação de vários quadros do partido. O responsável entrou na Administração Pública em 1991, como oficial administrativo da Direcção dos Serviços de Identificação, onde ficou até Setembro de 2006. Quando deixou a DSI, desempenhava as funções de adjunto-técnico. Em 2006, entrou no Gabinete para a Reforma Jurídica, onde permaneceu até 2009, seguindo-se uma passagem pelos Serviços de Economia, intercalada com um período no Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais, até chegar, em 2015, à Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça. Na DSAJ, desempenhou as funções de técnico superior, chefe da 2.ª Divisão de Produção Legislativa e chefe do Departamento de Produção Legislativa da Direcção dos Serviços, antes de alcançar a actual promoção.
Hoje Macau PolíticaSegurança | Aumentam ataques informáticos Entre Janeiro e Setembro deste ano registaram-se 5.800 ataques cibernéticos por dia, o que significa quatro ataques por minuto. Os dados foram revelados pelo gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, numa mensagem deixada ontem no portal do secretário e têm por base a informação do Centro de Alerta e Resposta a Incidentes de Cibersegurança. Em 2020, é destacado, o número de ataques diário era de 1.850, o que significava 1,3 ataques por minuto. O aumento foi classificado pelas autoridades como drástico. Contudo, o número de ataques aos operadores de comunicação teve uma redução, de 40 por cento, passando de 20 casos em 2021 para um total de 12 casos no ano transacto. A tendência também se verificou nos primeiros nove meses do ano, com uma redução para sete casos. Wong Sio Chak defende que o sistema de cibersegurança de Macau tem tido um bom nível de funcionamento, com maiores capacidades técnicas do que as apresentadas no passado. No entanto, alerta que Macau enfrenta “grandes desafios”, e exemplificou que a maioria das empresas privadas e associações não é objecto de regulamentação pela Lei da cibersegurança, apesar de também ter sido alvo de crimes cibernéticos. Esta realidade pode ser alterada pelo Governo com poder para apresentar propostas de lei.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | ONU indica que há 200 mil deslocados no sul Os combates entre as tropas israelitas e as forças do Hamas no norte da Faixa de Gaza provocaram a fuga de mais 200 mil pessoas para o sul do enclave nos últimos 10 dias, informou ontem o gabinete humanitário da ONU. O gabinete humanitário das Nações Unidas (OCHA), disse ainda que só um hospital no norte do território tem capacidade para tratar doentes. Alguns dos combates ocorrem em torno dos hospitais, onde os doentes, os recém-nascidos e os médicos ficam retidos, sem electricidade e com poucas provisões. Ontem, a aviação israelita destruiu cerca de 200 “alvos terroristas” enquanto a as forças navais atacaram um campo militar utilizado pela unidade naval do Hamas para “treino e armazenamento de armas”, informou o Exército. Israel reiterou a acusação contra o Hamas pela alegada utilização de hospitais como cobertura para os combatentes, alegando que o principal centro de comando está instalado no hospital de Shifa. Tanto o Hamas como os médicos do hospital Shifa negam as alegações israelitas. Por outro lado, a zona sul de Gaza mantém-se insegura porque Israel efectua frequentes ataques aéreos contra alvos que diz serem militantes mas que muitas vezes atingem civis, incluindo crianças. A cidade de Gaza, a maior área urbana do território, é o centro da campanha militar de Israel contra o Hamas, na sequência da incursão do grupo no sul de Israel, a 07 de Outubro e que desencadeou a guerra. Mais de 1.200 pessoas morreram em Israel, a maioria das quais durante o ataque do Hamas, e cerca de 240 reféns foram levados de Israel para Gaza pelas forças do movimento que governa o enclave. Mais de 11.000 palestinianos, dois terços dos quais mulheres e menores, foram mortos desde o início da guerra, segundo o Ministério da Saúde de Gaza e 2.700 pessoas estão dadas como desaparecidas.
Hoje Macau China / ÁsiaNepal proíbe TikTok por “perturbar a harmonia social” O Governo do Nepal anunciou na segunda-feira a proibição da rede social TikTok por “perturbar a harmonia social”, juntando-se à lista de países que proibiram a plataforma, como a sua vizinha Índia. “Apesar da liberdade de expressão ser um direito básico, o Governo decidiu proibir o TikTok pois há uma tendência crescente na perturbação da harmonia social”, disse o porta-voz do Governo nepalês, Rekha Sharma, numa conferência de imprensa. A data exacta da entrada em vigor da proibição ainda não foi anunciada. A medida foi recebida com várias críticas, inclusive na coligação frágil governamental do país, liderada pelo Partido Centro Maoísta (CPN-Maoísta), do primeiro-ministro Pushpa Kamal Dahal. “Parece que a intenção do Governo é sufocar a liberdade de expressão e a individualidade. O Governo deve recuar”, declarou Gagan Thapa, deputado e secretário-geral do partido do Congresso do Nepal, que faz parte da coligação no poder. A proibição suscitou ainda queixas entre alguns profissionais da imprensa asiática. “Considero esta decisão caprichosa e prevejo que não irá durar muito tempo, dada a ausência de dados substanciais ou de investigação para apoiar a proibição”, afirmou o jornalista Krishna Acharya. Nova lei A medida surge dias após o Conselho de Ministros do Nepal ter aprovado um conjunto de regras para regular as redes sociais. O porta-voz do Ministério das Comunicações e Tecnologias de Informação, Netra Prasad Subedi, informou que as autoridades irão implementar a decisão do gabinete a nível técnico. As regras incluem, entre outros, a proibição dos utilizadores de criarem perfis falsos ou de publicarem conteúdos relacionados com o trabalho e exploração infantil ou tráfico humano. Redes sociais como o Facebook, o X ou o Youtube terão que abrir gabinetes de ligação no Nepal, sob ameaça de verem o seu acesso bloqueado pelas autoridades, caso não cumpram com a exigência. Este anúncio assemelha-se às decisões tomadas por outros países, como a vizinha Índia, embora por razões diferentes. Nova Deli proibiu o TikTok em 2020, juntamente com dezenas de outras aplicações desenvolvidas pela China. A proibição aconteceu após uma crise diplomática com Pequim, na sequência de um confronto fronteiriço entre as forças de segurança dos dois países nos Himalaias ocidentais, que causou a morte de pelo menos 20 soldados indianos e mais de 70 feridos.
Hoje Macau EventosExposição de Yaya Vai inaugurada na Fundação Rui Cunha Foi ontem inaugurada, na Fundação Rui Cunha (FRC) a exposição “Healing Garden” [Jardim da Regeneração], da artista local Yaya Vai. No total, são apresentadas 30 pinturas “de diversos estilos”, que vão “do realista ao abstracto”, revelando ainda “todas as variações do tema da cura e do relaxamento”, explica um comunicado da FRC. Para retratar todos estes elementos, Yaya Vai optou por pintar “flores e cores na composição de bonitos jardins”, tendo-se inspirado “nas histórias das fadas das flores quando era criança”. “O ‘Jardim da Regeneração’ não é necessariamente um jardim físico, pode ser um espaço no seu coração, uma boa lembrança. Nas sociedades modernas, muitas vezes ficamos sobrecarregados com o ritmo acelerado da vida e muitas vezes sentimo-nos tensos e cansados. No entanto, as pessoas começaram a perceber a importância da saúde física e mental e a buscar diversas formas de aliviar o stress e de relaxar. Entre elas, pintar é uma forma de aliviar o stress, pelo menos para mim”, disse a artista, citada pelo mesmo comunicado. Nesta exposição Yaya Vai pretende “trazer tranquilidade ao público, livrando-se temporariamente da preocupação e da pressão do dia a dia, mergulhando no belo mundo dos jardins”. “A ideia é sentir a harmonia e conectar com a natureza para recuperar energias”, adiantou. A artista nasceu em Macau e tem um mestrado em Administração de Empresas. Inicialmente, Yaya Vai começou a aprender desenho a lápis e pintura a óleo e, posteriormente, obteve um certificado em Marketing e Gestão de Artes Visuais. As suas obras foram seleccionadas e exibidas em diversas exposições colectivas em Macau. “Gostando de flores, a sua inspiração preferida são os temas florais e femininos. Para ela, a arte é uma forma de reduzir o stress e espera que o seu trabalho possa estimular a preocupação com a saúde emocional das mulheres”, explica a FRC.
Hoje Macau China / ÁsiaDeputada timorense denuncia detenção de jovens por exibirem bandeira palestiniana A deputada da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) denunciou ontem no Parlamento timorense a detenção de dois jovens pela polícia, no domingo, por circularem com a bandeira palestiniana. “No dia em que celebramos 32 anos [do massacre de Santa Cruz], dois jovens timorenses foram detidos por estarem a circular com bandeiras do Estado da Palestina, em solidariedade” com o povo palestiniano de Gaza, disse Nurima Ribeiro Alkatiri. “Segundo o que circula na ‘media’ social, esta detenção foi feita por percepção de poderem ser terroristas”, denunciou. Numa declaração, lida na sessão parlamentar, a deputada lembrou que Timor-Leste apoia a “solução de reconhecimento de dois Estados” e sempre defendeu a “independência do Estado palestino, bem como a liberdade do povo palestino”. “Acredito que muitos de nós ao ouvir as palavras ‘opressão’, ‘violência’, ‘tortura’, lembramo-nos do nosso recente passado sob a ocupação ilegal de um regime autoritário. Hoje, conseguimos viver como nação soberana, livre e independente, depois de uma luta de resistência longa e dura, porque conseguimos também apoio e solidariedade de outras nações e outros povos”, afirmou Nurima Ribeiro Alkatiri. “Como não nos juntamos aos que exigem o cessar-fogo e fim destas mortes? Por que razão tentamos calar e intimidar aqueles que, por iniciativa própria, procuram demonstrar solidariedade com quem sofre? Já esquecemos que bem recentemente era a nossa população em situação semelhante? Já esquecemos que bem recentemente éramos nós os que muitos tentavam fazer que fossem esquecidos como povo e Estado?”, questionou a deputada da Fretilin. Afirmando que não se vai calar e continuar a exigir um cessar-fogo em Gaza, a deputada apelou a todos os timorenses para se “juntarem aos que querem construir a paz na Palestina e oporem-se ao ódio e perseguição que em nada contribuirá para a construção de um clima de entendimento e de uma relação sã e sustentável entre os povos, entre as civilizações, entre as nações”. Apanhados de surpresa Os dois jovens detidos fazem parte da Frente Maubere da Solidariedade Internacional, que, na segunda-feira, também denunciou, em comunicado, a detenção, que considerou “ilegal e uma violação dos direitos humanos”. “Os jovens caminhavam pacificamente e exibiam as bandeiras para expressar solidariedade e não cometeram crimes, não perturbaram a situação, apenas ouviram música e seguraram as bandeiras”, refere a Frente Maubere da Solidariedade Internacional. A organização não-governamental referiu também que vai apresentar uma queixa ao Provedor de Direitos Humanos e ao Ministério Público. A 7 de Outubro, o movimento islamita Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns. Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e electricidade. Os bombardeamentos israelitas por ar, terra e mar causaram pelo menos 11.240 vítimas, na maioria civis, na Faixa de Gaza, indicou o Ministério da Saúde do Hamas.
Hoje Macau China / ÁsiaAviação | Air China retoma ligação aérea Pequim – Washington A companhia aérea estatal chinesa Air China anunciou na segunda-feira a retoma dos voos directos entre Pequim e Washington a partir de 21 de Novembro, um gesto simbólico nas vésperas de os líderes dos dois países se reunirem. A companhia aérea vai operar dois voos semanais de ida e volta entre as capitais das duas maiores economias do mundo, no âmbito da retoma das ligações aéreas entre os dois países, suspensas desde o início da pandemia da covid-19, que coincidiu com o deteriorar das relações entre Pequim e Washington. A Air China informou ainda, em comunicado, que vai retomar a ligação directa entre Pequim e Los Angeles, com frequência de três voos por semana, a partir de 30 de Novembro. No mês passado, China e Estados Unidos acordaram em aumentar de 48 para 70 o número de voos directos semanais de passageiros entre os dois países. Os responsáveis norte-americanos manifestaram então o desejo de prosseguir um “diálogo produtivo” com as autoridades chinesas, para facilitar uma reabertura gradual e mais alargada das ligações aéreas. O reduzido número de voos entre os dois países desde 2020 e a lenta retoma das rotas fizeram com que os preços dos bilhetes entre as maiores economias do mundo se mantivessem invulgarmente elevados. O encontro entre o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o homólogo chinês, Xi Jinping, decorre esta semana à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC).
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Pequim retirou todos os seus cidadãos de Gaza O Governo chinês anunciou ontem que retirou com sucesso todos os seus cidadãos da Faixa de Gaza, onde prossegue a incursão terrestre do Exército israelita. A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que as autoridades chinesas “prestaram grande atenção” à segurança dos seus cidadãos na zona de conflito. Segundo Mao, várias missões diplomáticas chinesas no estrangeiro “têm estado em contacto com os cidadãos chineses” no território, desde o início da escalada do conflito israelo-palestiniano. “Graças aos esforços de várias partes, todos os cidadãos chineses deixaram Gaza em segurança há alguns dias”, disse, sem especificar o número de pessoas retiradas. Na segunda-feira, a China apelou a uma “cessação imediata das hostilidades” em Gaza para “proteger os civis” e aumentar a ajuda face à “situação humanitária extremamente grave” no enclave palestiniano. Mao instou a comunidade internacional a “tomar medidas concretas” e a “envidar mais esforços para aliviar a crise humanitária” em Gaza, onde mais de 11 mil pessoas morreram e 27.000 ficaram feridas na sequência do ataque do Hamas em solo israelita, a 7 de Outubro, que causou 1.200 mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Biden e Xi vão “falar sobre paz e desenvolvimento” Um ano depois do encontro na Indonésia, os Presidentes das duas maiores economias mundiais voltam a trocar argumentos sobre as grandes questões globais da actualidade Os líderes dos Estados Unidos e China, Joe Biden e Xi Jinping, vão discutir a “paz e desenvolvimento” no mundo, disse na segunda-feira Pequim, nas vésperas de um encontro em São Francisco. Os dois dirigentes vão reunir-se hoje pela primeira vez em quase um ano à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia – Pacífico (APEC), em São Francisco, que acolhe desde sábado mais de 20 países da região e que se prolonga até sexta-feira. “Os dois chefes de Estado vão manter um diálogo aprofundado sobre questões estratégicas, gerais e direccionais, relativas às relações entre China e Estados Unidos, bem como sobre questões fundamentais relativas à paz e ao desenvolvimento no mundo”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning. A responsável pediu aos EUA que “respeitem sinceramente as preocupações razoáveis da China e os seus direitos legítimos ao desenvolvimento, em vez de se concentrarem apenas nas suas próprias preocupações, prejudicando os interesses da China”. Biden e Xi vão discutir questões bilaterais, regionais e globais, bem como formas de “gerir a concorrência de forma responsável”, de acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. Segundo um alto funcionário dos EUA, o objectivo da reunião é “estabilizar” as relações bilaterais. Espera-se que a reunião aborde um vasto leque de divergências, incluindo sobre Taiwan, onde as próximas eleições, dentro de dois meses, podem desencadear novas tensões com Pequim. Jogo político A cimeira Biden – Xi ocorre após várias reuniões nos últimos meses entre altos funcionários dos dois países. Este é o primeiro encontro entre os chefes de Estado desde Novembro de 2022, em Bali. A APEC foi criada há 30 anos, quando os políticos norte-americanos acreditavam que um comércio vigoroso aproximaria os países banhados pelo Oceano Pacífico. Esta visão é hoje repudiada em Washington, por preocupações com direitos laborais e segurança nacional. “Como os tempos mudaram”, afirmou Nicholas Szechenyi, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um grupo de reflexão (‘think tank’). “Os parceiros querem ter acesso ao mercado e querem a liberalização do comércio. Mas os EUA já não estão para aí virados”. Ambos os países apelam a uma maior estabilidade nas suas relações económicas e políticas, mas como uma visita a Washington é politicamente inviável, a APEC oferece a Xi uma oportunidade única de ver o seu homólogo em solo norte-americano. Enquanto utilizam recursos diplomáticos consideráveis para se reaproximarem da China, os Estados Unidos estão a tentar isolar a Rússia, que também é membro da APEC, devido à invasão da Ucrânia. Moscovo vai ser representada pelo vice-primeiro-ministro Alexei Overtchouk. É o visitante russo de mais alto nível a visitar os Estados Unidos desde o início da guerra. Em termos de diplomacia, Biden, ao contrário do seu antecessor e rival Donald Trump, tem feito questão de enfatizar as alianças, em particular através de novos formatos, como o pacto militar tripartido com a Austrália e o Reino Unido. Os aliados dos EUA na APEC incluem o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, que visitou Washington e Pequim no mês passado, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol. Antes de viajar para São Francisco, Biden recebeu na Casa Branca o Presidente cessante da Indonésia, Joko Widodo. Os Estados Unidos cobiçam as vastas reservas de níquel do arquipélago, que são essenciais para produzir baterias para veículos eléctricos, mas a China domina a produção local. É improvável que a cimeira ofereça uma pausa na questão diplomática que tem dominado a atenção de Biden no último mês: a guerra entre Israel e o Hamas. Os membros da APEC incluem não só a Indonésia, o maior país de maioria muçulmana do mundo, mas também a vizinha Malásia. O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, desloca-se a São Francisco apesar dos apelos da oposição a um boicote, devido ao apoio dos EUA a Israel.
Hoje Macau SociedadeCotai | Polícia detém duas prostitutas A Polícia Judiciária anunciou ter detido duas prostitutas num hotel no Cotai, na segunda-feira, de acordo com o jornal Ou Mun. Segundo as explicações avançadas, os agentes foram enviados para o Cotai, para “prevenir o crime” e “manter um bom ambiente” em Macau, durante o fim-de-semana do Grande Prémio. Durante estas operações, foram interceptadas duas mulheres do Interior, que as autoridades suspeitam estar envolvidas em actividades sexuais a troco de dinheiro. Também no quarto onde estavam alojadas, foram encontrados materiais para a prática de serviços sexuais. Por sua vez, as detidas confessaram terem vindo a Macau para se prostituírem. A prostituição não é crime, mas as mulheres foram enviadas para os Serviços de Migração, uma vez que as actividades saem do escopo do visto de turismo, com que tinham entrado na RAEM.
Hoje Macau Manchete SociedadeKong Chi | Relatadas promessas de proximidade ao MP A primeira sessão desta semana do julgamento do caso de ex-procurador Kong Chi arrancou com a inquirição de testemunhas que confirmaram que a empresária Choi Sao Ieng terá oferecido ajuda para resolver casos judiciais através de ligações que teria ao Ministério Público. No entanto, as testemunhas afirmaram não conhecer Kong Chi O arranque de mais uma semana de sessões do julgamento do caso do ex-procurador do Ministério Público (MP) Kong Chi pegou onde as últimas sessões tinham terminado. A Acusação continuou a inquirir testemunhas que terão recorrido aos serviços de intermediação da arguida e empresária Choi Sao Ieng para se livrarem de problemas com a justiça. O Tribunal de Segunda Instância (TSI) tem mais de meia centena de casos para analisar que o MP alega serem o ponto fulcral da actividade da “associação criminosa” constituída pelos arguidos. Nas últimas sessões, a maioria das testemunhas ouvidas negaram conhecer Kong Chi e os restantes arguidos, excepto a empresária Choi Sao Ieng, que a acusação entende ter prometido a dissolução de casos e bons resultados na sequência ligações privilegiadas ao MP. Segundo o canal Macau da TDM, uma das testemunhas ouvidas na segunda-feira referiu que a empresária Choi Sao Ieng lhe terá prometido ajuda para resolver um caso de furto em que o seu filho era suspeito. A testemunha, mãe do jovem em apuros, revelou em tribunal que o seu filho é autista e terá furtado bens de várias lojas. Para solucionar esta situação, a arguida terá pedido 20.000 patacas de comissão, que a testemunha não pagou, para resolver o caso com ajuda dos conhecimentos que tinha no MP e do seu escritório de advogados. A testemunha negou ainda conhecer o ex-procurador Kong Chi. Tudo normal A narrativa da ponte de ligação de Choi Sao Ieng ao MP, capaz de fazer desaparecer investigações e processos, tem sido repetida ao longo do desfile de várias testemunhas no TSI. Além de afirmarem não conhecer o ex-procurador Kong Chi e a advogada Kuan Hoi Lon, outra constante nos depoimentos das testemunhas foi acreditarem que os pagamentos feitos à empresária serviriam para pagar honorários à advogada conhecida de Choi. A ligação entre os arguidos foi defendida na semana passada com duas testemunhas a afirmarem que conseguiram os contactos da empresária Choi Sao Ieng e de Kuan Hoi Lon através de pessoas no MP, uma das testemunhas terá mesmo identificado Kong Chi como a pessoa que lhe deu esses contactos.
Hoje Macau SociedadeGrande Baía | IFT promove visita de estudantes a Jiangmen O Instituto de Formação Turística (IFT) organizou uma visita de estudo de dois dias à cidade de Jiangmen, na província vizinha de Guangdong, de forma a proporcionar aos alunos uma experiência que lhes permita compreender o desenvolvimento do projecto de integração da Grande Baía. A deslocação destinou-se a estudantes do quarto ano do curso de Gestão de Marketing e Comércio no Turismo. A visita é um dos pontos fulcrais do projecto de uma disciplina de design e marketing, em que foi proposto aos alunos analisarem a forma como a cidade de Jiangmen encontrou maneira de revitalizar a zona rural e desenvolver produtos com base nas famosas cascas de tangerinas da zona. Além da ida a instalações industriais de empresas dedicadas ao tratamento de cascas de tangerinas, os estudantes conheceram a história e a herança cultural das comunidades rurais da zona. O professor Fernando Lourenço, que liderou a comitiva de estudantes, sublinhou a importância da visita enquanto oportunidade única para os alunos perceberem a riqueza de recursos da herança cultural das cidades da Grande Baía. “Encorajamos sempre os nossos estudantes a arriscarem e aventurarem-se fora de Macau, a explorarem outros horizontes para benefício do seu desenvolvimento pessoal”, acrescentou o académico.
Hoje Macau PolíticaComércio | Encontro sino-lusófono de empresários regressa em 2024 O Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa vai regressar em 2024, após quatro anos de interregno devido à pandemia, foi ontem revelado. Dirigentes de Macau irão “aos países de língua portuguesa para participação nos eventos relacionados” com o encontro empresarial sino-lusófono, de acordo com as Linhas de Acção Governativa (LAG) da região chinesa para 2024. O documento, revelado ontem, acrescentou que o objectivo da participação no encontro é “promover o novo modelo de desenvolvimento sinérgico entre as indústrias de Macau e de Hengqin” (Ilha da Montanha). Ontem, durante a apresentação das LAG aos deputados da Assembleia Legislativa (AL), o chefe do Governo de Macau, Ho Iat Seng, prometeu “atrair mais empresas dos países de língua portuguesa para se estabelecerem na Zona de Cooperação Aprofundada”, não foi revelado, no entanto, o local e datas para a realização daquele que será o 15.º Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Ho Iat Seng garantiu ainda que se irá realizar, também em 2024, a sexta conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), adiada desde 2019. O secretariado permanente do Fórum, com sede em Macau, integra nove delegados dos países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O chefe do executivo da região chinesa prometeu ainda organizar a sétima reunião da Comissão Mista Macau-Portugal e “reforçar a cooperação pragmática” com os países lusófonos em áreas como “energia, infraestruturas financeiras e economia digital”. Ho referiu que o território vai reforçar a cooperação com as regiões vizinhas na China continental para organizar delegações empresariais aos países de língua portuguesa, “para a atracção de investimento e intercâmbio especializado”.
Hoje Macau China / ÁsiaEquipas continuam a tentar resgatar 40 trabalhadores soterrados em túnel na Índia As equipas de socorro continuam hoje os trabalhos de remoção de destroços para tentar resgatar os 40 trabalhadores que ficaram soterrados no domingo após o colapso de um túnel em construção no norte da Índia. “Um tubo de aço será empurrado através de uma abertura criada (…) para retirar com segurança os trabalhadores retidos”, disseram as autoridades, que esperam poder libertá-los nas próximas 24 horas. Cerca de 200 equipas de resgate de agências federais e estaduais de ajuda humanitária estão a usar equipamentos de perfuração e escavadoras para chegar aos trabalhadores. Na segunda-feira, um responsável dos serviços de socorro anunciou que os 40 trabalhadores que ficaram soterrados quando um túnel rodoviário em construção no norte da Índia se desmoronou, no domingo, estão vivos. “Todos os 40 trabalhadores presos dentro do túnel estão vivos”, disse, em comunicado, o comandante da Força de Resposta a Desastres indiana, Karamveer Singh Bhandari, acrescentando que está a ser enviada água e comida. As equipas de resgate conseguiram entrar em contacto com os sobreviventes, primeiro através de uma mensagem num pedaço de papel, e, mais tarde, conseguiram estabelecer comunicação por meio de aparelhos de rádio. Um responsável dos serviços de socorro do estado de Uttarakhand disse que as autoridades estão a bombear oxigénio e a enviar “alguns pequenos pacotes de alimentos” para o interior do túnel, através de uma conduta. A parte do túnel, que desabou, com 4,5 quilómetros de comprimentos fica a cerca de 200 metros da entrada, disseram as autoridades à agência de notícias Press Trust of India. A derrocada ocorreu na madrugada de domingo, na região dos Himalaias, quando um grupo de trabalhadores abandonava o estaleiro e chegava uma equipa de substituição. O túnel faz parte da autoestrada Chardham, um projeto emblemático do governo federal da Índia em construção entre Silkyara e Dandalgaon para ligar os dois importantes santuários hindus de Uttarkashi e Yamnotri, em Uttarakhand, um estado montanhoso que atrai muitos peregrinos e turistas. Em janeiro, as autoridades de Uttarakhand transferiram centenas de pessoas para abrigos temporários depois de um templo ter desabado e terem surgido fissuras em mais de 600 casas devido ao afundamento de terrenos na cidade de Joshimath e arredores.
Hoje Macau EventosSemana cultural | “Mosaicos Sino-Lusófonos” para ver até Dezembro A exposição “Mosaicos Sino-Lusófonos”, inserida na 15.ª Semana Cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa, foi inaugurada na sexta-feira podendo ser visitada no edifício do Fórum Macau até ao dia 3 de Dezembro. Esta actividade é organizada pelo Fórum Macau e conta com 26 trabalhos fotográficos de nove artistas de oito países de língua portuguesa e de Macau, nomeadamente Edson Lima, de Angola; Gui Martinez, do Brasil; Evandro Semedo, de Cabo Verde; Samba Muhamad Baldé, da Guiné-Bissau; Jesús Domingo Williams Idjabe, da Guiné Equatorial; Yassmin Forte, de Moçambique; Tânia Dinis, de Portugal; Valdemira Bastos Lima, de São Tomé e Príncipe e António Leong, natural de Macau. Segundo um comunicado oficial sobre a mostra, os trabalhos fotográficos apresentam “estilos diversificados”, sendo que o seu conteúdo expressa “emoções sinceras”. “Através das imagens visuais, os artistas escolheram narrar uma história, reflectir a realidade, apresentar paisagens, focar em personagens e na amizade sino-lusófona”, descreve-se. A organização entende que as técnicas criativas usadas pelos fotógrafos “são inovadoras, como o contraste de luz e sombra, [a apresentação de] contornos nítidos, imagens realistas, alto grau de imaginação, mostrando-se uma atmosfera optimista e divertida, bem como o amor pela paz, verdade, bondade e beleza”. No seu discurso, o secretário-geral do Fórum Macau, Ji Xianzheng, disse que esta exposição é a concretização de um “feliz casamento de imagens da China e dos países de língua portuguesa, consubstanciando um verdadeiro festival multicultural”. Além disso, entende o responsável, esta mostra “expressa a diversidade das culturas edificando as fraternidades culturais que se entrelaçam por Macau e que celebram a amizade entre os povos da China e dos países de língua portuguesa”.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão pede libertação de espião O Japão pediu ontem a libertação de um cidadão, cuja sentença de 12 anos de prisão na China por espionagem foi recentemente confirmada em recurso, num novo episódio das difíceis relações entre os dois países vizinhos. “Estamos cientes de que, em 3 de novembro, foi confirmado em recurso um veredicto de 12 anos de prisão contra um cidadão japonês na casa dos 50 anos que está detido [na China] desde julho de 2019”, disse o porta-voz do Governo japonês, Hirozaku Matsuno, em conferência de imprensa. “No que diz respeito à detenção de cidadãos japoneses na China, estamos a trabalhar com [as autoridades locais] para obter o rápido regresso ao nosso país e para assegurar a transparência do sistema judicial [chinês] a vários níveis e por vários meios”, acrescentou. Pelo menos 17 japoneses foram detidos na China desde que Pequim agravou a legislação antiespionagem em 2015, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês. No mês passado, a embaixada do Japão em Pequim confirmou a detenção oficial na China de outro japonês, um executivo do grupo farmacêutico nipónico Astellas detido no país desde março por suspeita de espionagem. Vários meios de comunicação social japoneses noticiaram recentemente que estava a ser preparada uma reunião bilateral entre o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o Presidente chinês, Xi Jinping, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), em que os dois chefes de Estado devem participar esta semana, em São Francisco (costa oeste dos Estados Unidos). De acordo com a agência de notícias japonesa Jiji, que citou fontes governamentais nipónicas, se o encontro bilateral se confirmar, Kishida deverá levantar a questão dos japoneses detidos na China. Kishida deverá também discutir a suspensão das importações chinesas de produtos do mar do Japão desde a libertação de água tratada da central nuclear de Fukushima, no nordeste do país, para o oceano Pacífico, no final de agosto.
Hoje Macau China / ÁsiaAPEC | Analistas ocidentais consideram “crucial” estabilidade na relação China-EUA Analistas ouvidos pela Lusa consideram a estabilização dos laços entre China e Estados Unidos crucial para os países da Ásia-Pacífico, quando tensões geopolíticas, inflação alta e transformações demográficas ameaçam abrandar o acelerado crescimento da região. “Os aliados e parceiros dos EUA na região estão a enviar sinais de exigência silenciosos, mas claros, que querem ver estabilizadas as relações” com Pequim, afirmou Jude Blanchette, presidente do Departamento para Estudos da China no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um grupo de reflexão (‘think tank’) com sede em Washington, à Lusa. “Os efeitos da competição entre grandes potências afetam todos, desde o Japão ou Indonésia às Filipinas ou Singapura”, realçou. A China é o maior parceiro comercial da maioria dos países da Ásia-Pacífico, que, ao mesmo tempo, consideram a parceria com Washington fundamental. Estimativas apontam que, no conjunto, os 21 países que participam no fórum de Cooperação Económica Ásia – Pacífico (APEC, na sigla em inglês), que se realiza esta semana em São Francisco, vão crescer 3,3%, este ano. No entanto, as projecções para os três anos seguintes revelam um atraso em relação a outras economias mundiais. “Há sinais promissores, mas a APEC está a caminhar na corda bamba entre diferentes riscos”, observou Carlos Kuriyama, diretor do Departamento de Investigação da APEC, com sede em Singapura, num relatório. Embora o analista tenha identificado alguns pontos positivos para os países da região, incluindo o turismo ou consumo interno, estes estão a ser ofuscados por outros factores, como a inflação, aumento da dívida, alterações climáticas, proteccionismo comercial e a rivalidade entre EUA e China, afirmou. “Uma relação estável entre EUA e China é vantajoso para todos”, frisou. “São as duas maiores economias do mundo. Faz todo o sentido que trabalhem juntas”, disse. Os líderes dos EUA e China, Joe Biden e Xi Jinping, vão reunir na quarta-feira, à margem da cimeira da APEC. “As expectativas são baixas”, reconheceu Jude Blanchette. “O ambiente continua muito pesado”, notou.
Hoje Macau China / ÁsiaA China “não procura mudar os Estados Unidos”, diz MNE A China afirmou ontem que “não teme a concorrência” com os Estados Unidos, mas que se opõe a que a esta defina a relação bilateral, nas vésperas de os líderes dos dois países se reunirem em São Francisco. Em conferência de imprensa, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, criticou Washington por “enquadrar a relação com a China na perspectiva da competição entre grandes potências”, acrescentando que isto “não se adequa à tendência dos tempos”, nem “resolve os problemas dos Estados Unidos” ou os “desafios que o mundo enfrenta”. “A China sempre encarou e tratou as relações sino-americanas de acordo com os princípios do respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação mutuamente benéfica”, disse. De acordo com a porta-voz, os EUA “devem respeitar as legítimas preocupações e os legítimos direitos de desenvolvimento da China”, em vez de “enfatizarem apenas as suas próprias preocupações e prejudicarem os interesses chineses”. Mao sublinhou que a China “não procura mudar os Estados Unidos” e que os EUA “também não devem procurar moldar ou mudar” o país asiático. A porta-voz manifestou esperanças de que Washington honre o seu compromisso de não procurar uma “nova Guerra Fria” e que “trabalhe em conjunto” com Pequim para que as relações sino-americanas regressem ao “caminho do desenvolvimento saudável e estável”. O encontro entre Xi e Biden vai decorrer na quarta-feira, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia – Pacífico (APEC) e é mais um passo na tentativa de estabilizar a relação bilateral.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Campanha de compras “Duplo 11” bate recordes. Apoio ao consumo eficaz Depois de o festival anual de compras “Duplo 11”, considerado o maior do mundo, ter terminado à meia-noite de sábado, os Correios da China e alguns gigantes chineses do comércio electrónico comunicaram “números recorde”, enquanto outros comunicaram um “crescimento positivo”, sublinhando o forte poder de compra dos consumidores chineses. No seu 15.º ano, o festival de compras “Duplo 11”, também conhecido como Dia dos Solteiros, tornou-se um barómetro fiável do sentimento dos consumidores. Embora o balanço final das vendas do festival de compras “Duplo 11″não tenha sido divulgado de imediato e o entusiasmo dos consumidores pareça relativamente baixo em comparação com os anos anteriores, vários destaques, incluindo a ascensão das marcas nacionais, sublinham as tendências de mudança no consumo chinês. De qualquer modo, as vendas totais, que deverão registar um crescimento de dois dígitos, sublinham a recuperação do consumo na China. Embora muitas plataformas de comércio electrónico tenham deixado de comunicar o valor bruto das mercadorias (GMV) para as vendas do “Duplo 11” desde o ano passado, apresentaram vários destaques das actividades de vendas nas suas plataformas no domingo. A JD.com, um gigante chinês do comércio electrónico, registou novos recordes em vários indicadores. “O volume de transacções, o volume de encomendas e o número de utilizadores do 11.11 da JD.com atingiram novos máximos”, afirmou a empresa num relatório. No entanto, não forneceu números específicos. Noutro indicador importante, o Departamento Estatal dos Correios da China disse no domingo que a China estabeleceu um novo recorde ao processar 639 milhões de encomendas no “Duplo 11” no sábado, 1,87 vezes o volume em dias normais e 15,76 por cento mais do que no mesmo dia do ano passado. Entre 1 de Novembro e sábado, o volume aumentou 23,22% em termos anuais. Entretanto, o Grupo Alibaba, a quem se atribui o lançamento do festival de compras há 15 anos, afirmou no domingo que as suas plataformas, Taobao e Tmall, registaram um “crescimento positivo” durante o festival. “Durante todo o período da campanha, o Taobao e o Tmall registaram um crescimento anual positivo em termos de GMV, número de encomendas e comerciantes participantes, em comparação com o mesmo período do ano passado”, afirmou a empresa num comunicado. Várias outras plataformas online chinesas, incluindo sítios de transmissão em direto como o Kuaishou e o Douyin, também registaram fortes números de vendas. Douyin, o aplicativo irmão do TikTok na China, disse que seu GMV médio diário e o volume de pedidos aumentaram em mais de 50%, embora não tenha oferecido números específicos de vendas. A importância do consumo Normalmente, não é possível obter uma contagem total das vendas em todas as plataformas de comércio eletrónico chinesas, mas várias consultoras mundiais divulgam frequentemente estimativas após a conclusão do festival de compras. As vendas do “Duplo 11” do ano passado atingiram 1,15 biliões de yuans (157,97 mil milhões de dólares), de acordo com um relatório recente da empresa de consultoria norte-americana Bain. Este valor é mais de quatro vezes superior aos 35,3 mil milhões de dólares que os compradores norte-americanos gastaram durante a Cyber Week – da Black Friday à Cyber Monday, segundo a Reuters. Para as vendas do “Duplo 11” deste ano, algumas consultoras globais previram um crescimento total do GMV entre 14% e 18%, o que significaria um regresso do crescimento das vendas a dois dígitos pela primeira vez desde a pandemia da COVID-19. Na China, as discussões sobre o “Double 11”, tanto online como offline, parecem ter diminuído um pouco em comparação com anos anteriores, e muitos optaram por não participar devido ao aumento de outros festivais de compras e plataformas que oferecem descontos durante todo o ano. No entanto, alguns consumidores continuaram a gastar muito no “Duplo 11”, tanto por necessidade como por grandes descontos. “Gastei cerca de 40 000 yuan este ano, sobretudo em artigos de grande valor, como mobiliário e electrodomésticos”, disse um residente de Pequim, de apelido Li. Trata-se de um grande aumento em relação aos “vários milhares de yuans” que gastou no ano passado. Li disse que os descontos são relativamente grandes, especialmente em artigos de pequena dimensão. Este ano, os responsáveis políticos chineses tomaram uma série de medidas para impulsionar o consumo, uma vez que este se tornou o maior motor do crescimento económico da China. Em Julho, as autoridades emitiram 20 medidas para impulsionar o consumo interno, incluindo as despesas das famílias em tudo, desde casas a electrodomésticos. Graças a vários factores, incluindo o apoio político, o consumo da China tem vindo a recuperar de forma constante. Nos primeiros nove meses, as vendas a retalho totais da China cresceram 6,8% em termos anuais, com as vendas online a aumentarem 11,6%, de acordo com dados oficiais. Para além de fornecerem sinais para o mercado de consumo global da China, as vendas do “Double 11” também oferecem indicadores cruciais para a mudança de tendências entre os compradores chineses. Por exemplo, o reconhecimento da marca torna-se cada vez mais crucial para os consumidores chineses. A Alibaba afirmou que um total de 402 marcas viram o seu GMV ultrapassar os 100 milhões de yuan, das quais 243 são marcas chinesas. Entretanto, 38.000 marcas alcançaram um crescimento anual superior a 100 por cento no GMV, afirmou a empresa. O livestreaming está também a tornar-se um local importante para as vendas online. A JD.com afirmou que o total de espectadores dos seus serviços de livestream ultrapassou os 380 milhões.
Hoje Macau PolíticaTrânsito | Ron Lam pergunta por acessos a quarta ponte O deputado Ron Lam quer saber como estão a progredir as obras de construção da quarta ligação entre Macau e a Taipa, que é feita através da Zona A dos Novos Aterros. A questão foi colocada através de uma interpelação escrita, citada pelo jornal Ou Mun. Segundo o legislador, inicialmente estava previsto que a obra ficasse concluída no próximo mês de Março. No entanto, em Julho deste ano, houve um problema com uma grua, que terá ficado mal instalada, e como consequência os trabalhos sofreram atrasos. Ron Lam pergunta se os atrasos se confirmam e o que pode ser feito para evitar que se prolonguem. O deputado questiona ainda quais foram os motivos do acidente: “Será que houve erro humano ou negligência? E quais foram as medidas adoptadas para evitar problemas do género no futuro?”, pergunta o legislador. Ao mesmo tempo, Ron Lam indica que a ponte vai ter quatro vias de acesso, duas em cada lado da ponte. Contudo, apenas uma deverá ficar pronto a tempo da abertura da nova ponte. Por isso, o legislador questiona como está o andamento das ligações, e quais os impactos para o trânsito. O deputado questiona também sobre a hipótese de se acelerar as obras das ligações à ponte, para garantir que todas as vias para a ponte estarão prontas para a abertura da infra-estrutura. No caso de tal não ser possível, o legislador quer saber quais são os planos para garantir que o trânsito vai fluir normalmente, sem congestionamentos.
Hoje Macau Manchete PolíticaPortuguês | Macau quer atrair tradutores e professores Macau anunciou ontem um programa para captar “quadros altamente qualificados” e “profissionais de nível avançado” em áreas como a tradução chinês-português e o ensino em língua portuguesa O programa, que vai entrar hoje em vigor, tem como objectivo atrair especialistas para desempenhar “funções especializadas que correspondem às profissões com escassez de recursos humanos” na RAEM, de acordo com um despacho do Chefe do Executivo, publicado no Boletim Oficial de Macau. Estes especialistas incluem pessoal docente do ensino não superior em língua veicular portuguesa, do ensino infantil e especial até ao secundário, além de tradutores e intérpretes da área jurídica em chinês-português e especialistas em tradução e interpretação tradutores e intérpretes entre chinês ou português e línguas como espanhol, mongol, árabe, vietnamita, indonésio, birmanês, tailandês ou coreano, indica a nota. No despacho, Ho Iat Seng defendeu que estes especialistas são “necessários à diversificação adequada da economia” da região administrativa especial chinesa, altamente dependente do turismo e dos casinos. O programa aponta para o desenvolvimento de áreas como a gestão culinária, o restauro de construções históricas, a conservação digital do património cultural, a formação desportiva e o lançamento de “projectos internacionais em matéria cultural, desportiva e recreativa”. Está tudo ligado Os candidatos ao programa têm de possuir, pelo menos, uma licenciatura, nomeadamente em tradução e interpretação ou em português, 21 anos ou mais e obter pelo menos 200 pontos numa lista de critérios que inclui a experiência profissional e as competências linguísticas. Mesmo um candidato numa outra área pode obter até 10 pontos se “possuir boa capacidade de expressão em qualquer das línguas chinesa, portuguesa ou inglesa”, de acordo com os critérios do programa. Este programa surge no âmbito de uma lei, que entrou em vigor a 1 de Julho, e que procura captar para Macau quadros qualificados, entre eles prémios Nobel, nomeadamente através da atribuição de benefícios fiscais. Os quadros qualificados poderão gozar de isenção do imposto do selo sobre a transmissão de bens ou sobre aquisição de bens imóveis destinado ao exercício de actividade própria, assim como isenção da contribuição predial urbana. Além disso, terão isenção do pagamento do imposto complementar de rendimentos, assim como benefícios para efeitos do imposto profissional, caso sejam contratados por empresas locais. Os primeiros programas a serem implementados no âmbito desta lei pretendiam captar peritos no sector financeiro ou em tecnologia de ponta.
Hoje Macau China / ÁsiaTrabalhadores soterrados em túnel no norte da Índia estão vivos, confirmam socorristas Os 40 trabalhadores que ficaram soterrados quando um túnel rodoviário em construção no norte da Índia se desmoronou, no domingo, estão vivos, anunciou hoje um responsável dos serviços de socorro. “Todos os 40 trabalhadores presos dentro do túnel estão vivos”, disse, em comunicado, o comandante da Força de Resposta a Desastres indiana, Karamveer Singh Bhandari, acrescentando que está a ser enviada água e comida. As equipas de resgate conseguiram entrar em contacto com os sobreviventes, primeiro através de uma mensagem num pedaço de papel, e, mais tarde, conseguiram estabelecer comunicação por meio de aparelhos de rádio. Um responsável dos serviços de socorro do estado de Uttarakhand disse que as autoridades estão a bombear oxigénio e a enviar “alguns pequenos pacotes de alimentos” para o interior do túnel, através de uma conduta. Durgesh Rathodi acrescentou que as equipas de resgate usaram escavadoras para remover cerca de 20 metros de escombros, estando atualmente a 40 metros dos trabalhadores. Um agente da polícia, Prashant Kumar, disse que mais de 150 socorristas usaram também equipamentos de perfuração para remover escombros durante toda a noite. A parte desabada do túnel com 4,5 quilómetros de comprimentos fica a cerca de 200 metros da entrada, disseram as autoridades à agência de notícias Press Trust of India. O primeiro-ministro de Uttarakhand, Pushkar Singh Dhami, que visitou já o local do acidente, escreveu na rede social X (antigo Twitter) que a remoção dos escombros continua “sem parar” para retirar os trabalhadores “com segurança”. “O lado positivo é que os trabalhadores não estão uns em cima dos outros e têm um espaço tampão de cerca de 400 metros para caminhar e respirar”, assegurou um outro responsável dos serviços de socorro, Devendra Patwal, ao jornal Indian Express. A derrocada ocorreu na madrugada de domingo, na região dos Himalaias, quando um grupo de trabalhadores abandonava o estaleiro e chegava uma equipa de substituição. O túnel faz parte da autoestrada Chardham, um projeto emblemático do governo federal da Índia em construção entre Silkyara e Dandalgaon para ligar os dois importantes santuários hindus de Uttarkashi e Yamnotri, em Uttarakhand, um estado montanhoso que atrai muitos peregrinos e turistas. Em janeiro, as autoridades de Uttarakhand transferiram centenas de pessoas para abrigos temporários depois de um templo ter desabado e terem surgido fissuras em mais de 600 casas devido ao afundamento de terrenos na cidade de Joshimath e arredores.