Jogo | Qualidade do serviço bate níveis máximos históricos

Um inquérito realizado pela Associação de Investigação do Jogo de Macau conclui que o nível de serviços prestados pela indústria dos casinos bateu níveis recorde. Segundo os dados citados pelo portal Macau News Agency, o Índice Geral de Serviços de Jogo subiu para 145 no último trimestre do ano passado, depois de uma queda registada em 2019.

Esse valor foi seis pontos mais alto do que o nível 139, considerado o mais alto até à data e registado no segundo trimestre de 2017. O valor base foi fixado em 100 no ano de 2013, quando começaram a ser realizados inquéritos a 12 casinos. Verifica-se também que o referido índice tem vindo a aumentar gradualmente desde o último trimestre de 2019.

A associação que realizou este inquérito recorreu também aos chamados “compradores mistério”, que descreveram os trabalhadores dos casinos como sendo “proactivos”, “tolerantes” e “sorridentes”. Desta forma, o indicador simpatia dos trabalhadores também atingiu máximos históricos, com o nível 171, enquanto o indicador de proactividade chegou ao nível 203. Quanto às críticas negativas, alguns dos inquiridos foram considerados passivos, sem sorrisos e sem estabelecerem interação com os hóspedes.

24 Jan 2024

Construção civil | Governo diz estar atento aos recursos humanos

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) assegura estar atenta à evolução dos recursos humanos no sector da construção civil. A informação consta numa resposta à interpelação escrita do deputado Leong Hong Sai assinada por José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

“Dada a realização de vários projectos de construção de obras públicas nos últimos anos, a DSAL tem estado atenta à evolução dos recursos humanos no sector da construção.”

Neste sentido, é referido, terem sido recolhidos “dados sobre a procura de mão-de-obra para vários tipos de trabalho junto dos empreiteiros de obras públicas”, além de que têm tido lugar testes de técnicas para trabalhadores residentes que necessitem de trabalho. Na mesma resposta, é referido que a DSAL “vai continuar atenta à evolução do mercado de trabalho de Macau, ajustando atempadamente os diversos serviços de apoio ao emprego e medidas de formação profissional e empenhando-se na coordenação do equilíbrio entre a procura e a oferta do mercado de trabalho”.

Além disso, a DSAL lançou, no ano passado, diversos cursos de formação “com vista a formar a reservar quadros qualificados para o sector”.

24 Jan 2024

Borrell lamenta situação em Gaza e rejeita paz “por meios militares”

O chefe da diplomacia europeia disse ontem que a situação humanitária na Faixa de Gaza “não podia ser pior”, rejeitando paz imposta por Israel “apenas por meios militares” e que deve antes assentar numa solução de dois Estados.

“Vamos ter hoje (ontem) um Conselho de Negócios Estrangeiros excepcional [já que] nunca antes tivemos um Conselho com tantos convidados nestas circunstâncias dramáticas” e o objectivo é envolver as partes “afectadas pela situação em Gaza […], que não podia ser pior”, declarou ontem o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.

À entrada para a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que ontem receberam em Bruxelas os seus homólogos palestiniano e israelita para discutir o conflito no Médio Oriente, o chefe da diplomacia comunitária recordou que “todos os dias há um balanço de milhares de pessoas mortas”. “Muitos ministros têm dito que são demasiados [mortos]. Agora a questão é o que significa demasiados”, acrescentou.

Dar voz ao ódio

Josep Borrell apontou que “a forma como [Israel] está a tentar destruir o Hamas […] está a fomentar o ódio por várias gerações” e, por isso, “a paz e a estabilidade não podem ser construídas apenas por meios militares e não desta forma específica de usar meios militares”.

Para o Alto Representante da UE, urge “deixar de falar do processo de paz e começar a falar mais concretamente sobre o processo de solução de dois Estados porque a paz pode ser muitas peças diferentes”.

“É importante que, a partir de agora, eu não fale sobre o processo de paz, mas sobre o processo de solução de dois Estados e estou a falar a sério sobre isso. Temos de estudar as causas subjacentes que impedem que a solução seja implementada e o Hamas é certamente uma delas”, apontou o responsável à imprensa.

23 Jan 2024

Análistas | Wang Yi em África e América Latina frisa aposta no Sul Global

O périplo do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês pelo continente africano e pela América Latina é visto por vários analistas como um forte sinal de apoio ao desenvolvimento do Sul Global e à construção de uma nova ordem global

 

Analistas chinesas defendem que a recente deslocação do chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, a África e à América Latina, incluindo Brasil, sublinha a crescente aposta da China na relação com os países em desenvolvimento. Citados pela imprensa oficial de Pequim, os analistas sustentam que uma coordenação próxima com estas nações do Sul Global (uma referência ao conjunto de países em desenvolvimento) visa criar um cenário global “mais equilibrado e sustentável”, face às “crescentes incertezas e turbulências” que se avizinham.

No Brasil, onde reuniu com o Presidente brasileiro, Lula da Silva, na sexta-feira, Wang Yi co-presidiu, juntamente com o homólogo brasileiro, Mauro Vieira, ao quarto Diálogo Estratégico Abrangente China – Brasil.

Observando que Brasil e China estão de acordo em muitas questões importantes, Lula disse que quer trabalhar com a China para melhorar a governação global e aumentar a força e a voz dos países em desenvolvimento nos assuntos internacionais.

Wang e Vieira prometeram explorar as sinergias entre a Iniciativa ‘Faixa e Rota’, o gigantesco projecto de infraestruturas internacional lançado por Pequim, e o Programa de Reindustrialização do Brasil, segundo a diplomacia do país asiático.

Os dois países assinaram ainda um acordo para facilitação mútua de vistos de turismo e negócios. Durante um encontro com Celso Amorim, conselheiro do Presidente brasileiro, Wang Yi destacou o “aumento da incerteza e da instabilidade” no mundo.

Como potências emergentes independentes, China e Brasil devem, em primeiro lugar, gerir bem os seus próprios assuntos, reforçando simultaneamente a unidade e a cooperação, ancorando objectivos comuns para demonstrarem as suas responsabilidades como países importantes para se tornarem forças estabilizadoras cruciais num sistema multipolar, sublinhou o diplomata chinês.

“O fortalecimento da cooperação com os países em desenvolvimento sempre foi uma prioridade para a diplomacia chinesa e a China procura coordenar melhor a cooperação com esses países para alcançar um cenário diplomático global sustentável, saudável e equilibrado”, afirmou Jiang Shixue, professor do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Xangai, citado pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

Segundo a diplomacia chinesa, todos os líderes que receberam Wang enfatizaram o respeito pelo princípio ‘Uma só China’, visto por Pequim como garantia de que Taiwan é parte do seu território.

“Tomando a questão de Taiwan como exemplo, a maioria dos países em desenvolvimento mantém uma postura clara e firme no princípio ‘Uma só China’, enquanto alguns países, dispostos a servir como vassalos dos EUA, procuram sempre provocar confrontos com a China sobre esta questão”, disse o professor da Universidade de Negócios Estrangeiros da China Li Haidong, citado pela imprensa oficial.

Outras paragens

A Jamaica foi a última paragem do périplo de Wang Yi. Antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês esteve no Egipto, Tunísia, Togo, Costa do Marfim e Brasil. A influência da China nos países em desenvolvimento é vista por analistas como crucial para Pequim projectar poder e interesses além-fronteiras e assegurar acesso a mercados em rápido crescimento, à medida que tenta transfigurar a ordem mundial.

Programas como a Iniciativa de Desenvolvimento Global (GDI, na sigla em inglês) ou a ‘Faixa e Rota’ são apresentados por Pequim como iniciativas multilaterais que visam “promover o desenvolvimento” e “aliviar a pobreza” nos países em desenvolvimento.

Estas iniciativas, no entanto, são acompanhadas pela fundação de instituições que rivalizam com agências estabelecidas, como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional. O maior relacionamento entre Pequim e os países envolvidos abarca também um aumento da cooperação no ciberespaço, meios académicos, imprensa, regras de comércio ou acordos financeiros, visando elevar o papel internacional da moeda chinesa, o yuan.

23 Jan 2024

APEC | MNE peruano diz que Xi Jinping vai visitar Peru para cimeira

O Presidente chinês, Xi Jinping, vai visitar o Peru para participar na cimeira de líderes do fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), disse o ministro dos Negócios Estrangeiros peruano, Javier González-Olaechea. “A participação do Presidente chinês foi confirmada e, além da inauguração [do porto de Chancay], que é um grande evento, vai participar na cimeira APEC Peru 2024″, disse González-Olaechea, no domingo, em declarações à emissora Radio Nacional.

O porto peruano de Chancay, localizado na costa central do Peru, a cerca de 80 quilómetros de Lima, pretende tornar-se a principal ligação comercial da China na América do Sul. Este porto, que está a ser construído pela empresa chinesa Cosco Shipping, aspira a ser “o primeiro porto privado de uso público” que, devido à profundidade de mais de 16 metros, poderá receber navios com uma capacidade para 18 mil contentores.

Gonzalez-Olaechea também destacou que, durante a participação no Fórum Económico Mundial em Davos (Suíça), promoveu o porto de Corio, na região sul de Arequipa, cuja capacidade é “sete vezes superior à” de Chancay.

“O Peru está cheio de potencialidades e cabe ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, ao Ministério do Comércio Exterior e Turismo e à ProInversion [agência de promoção de investimentos] percorrer o mundo para trabalhar incansavelmente, visando dar a conhecer essas possibilidades reais”, disse.

A agenda da APEC no Peru em 2024 vai ser concluída com a Semana dos Líderes Económicos do fórum, entre 10 e 16 de Novembro, em Lima, com a presença dos mais altos representantes das economias que integram o fórum de cooperação económica.

23 Jan 2024

Cabo Verde está hoje sob a atenção dos EUA e da China

Cabo Verde está hoje sob a atenção dos Estados Unidos da América (EUA) e da China, ao acolher uma visita da administração norte-americana e outra de uma delegação chinesa ligada a um fundo de capitais. Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, inicia em Cabo Verde um périplo por África que o vai ocupar até sexta-feira, passando também pela Costa do Marfim, Nigéria e Angola.

“Ao longo da viagem, o secretário irá destacar como os Estados Unidos aceleraram a parceria desde a Cimeira de Líderes EUA-África, incluindo em áreas como clima, alimentação e segurança sanitária”, anunciou o Departamento de Estado norte-americano, em comunicado.

Por seu lado, “Cabo Verde espera aprofundar os laços históricos de amizade com os Estados Unidos da América e delinear novas formas de parceria em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável”, referiu Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro cabo-verdiano.

Ulisses Correia e Silva assinalou o “grande compromisso” dos dois países com “valores universais”, assumindo ambos o papel de estados de direito democrático, respeitando os Direitos Humanos.

Entre dois gigantes

A visita de Blinken acontece um mês depois de Cabo Verde ter sido considerado elegível para um terceiro programa de financiamento do Millennium Challenge Corporation, agência governamental independente dos EUA – um apoio de ajuda pública ao desenvolvimento, com valores por definir, destinado à integração económica regional.

A deslocação coincide com a visita ao arquipélago de uma delegação do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China – Países de Língua Portuguesa (CPD Fund), que vai decorrer de segunda a quarta-feira, com o objectivo de “fortalecer a cooperação entre a China e Cabo Verde em matéria de investimento e identificação de oportunidades de negócios nos sectores estratégicos do país”.

Durante a estadia em Cabo Verde, a comitiva chinesa vai reunir-se com diversos departamentos e entidades governamentais. O Governo de Cabo Verde reiterou, na quarta-feira, o compromisso com o princípio de “uma só China”, após as eleições de dia 12, em Taiwan, que levaram à William Lai à liderança da ilha.

23 Jan 2024

Hong Kong | Polícia detém 219 pessoas em operação contra fraude e burla

Entre 8 e 21 deste mês, as autoridades lançaram um forte ataque contra actividades fraudulentas e de branqueamento de capitais que afectam o território da RAEHK

 

A polícia de Hong Kong anunciou ontem uma operação que levou à detenção de 219 pessoas acusadas de lançarem vários esquemas fraudulentos na região semiautónoma chinesa. O inspector-chefe da Unidade Regional de Delinquência, Lam Ka-ching, disse que a operação, que ocorreu entre 8 e 21 de Janeiro, revelou uma “preocupante proliferação de práticas enganosas que afectam cidadãos incautos”.

De acordo com a imprensa local, Lam destacou a “natureza alarmante” deste tipo de actividade e sublinhou que a fraude representa actualmente quase 45 por cento de todos os crimes cometidos em Hong Kong. A operação identificou 146 alegados casos de fraude e branqueamento de capitais, abrangendo uma ampla gama de métodos de fraude, incluindo fraudes em compras ‘online’, fraudes em investimentos, roubo de identidade, fraudes telefónicas ou falsas ofertas de emprego.

Lam adiantou que a operação, que contou com a colaboração de quatro distritos policiais, evidenciou o “carácter indiscriminado” das fraudes, de que têm sido vítimas cidadãos de diversas profissões, desde contabilistas e auditores a juristas, estudantes e donas de casa.

Entre as vítimas está um engenheiro informático de 36 anos que perdeu um total de 19 milhões de dólares de Hong Kong num alegado esquema de investimento ‘online’.

Outro caso notável, foi o de um vendedor de legumes que perdeu todas as suas poupanças, 12 milhões de dólares de Hong Kong, para um suposto funcionário público da China continental que o coagiu, ameaçando a família do homem de 70 anos.

Cuidado com simulações

O inspector-chefe do Gabinete Regional de Prevenção do Crime de Hong Kong, Woo Man-yee, instou o público a permanecer alerta perante chamadas não solicitadas e a verificar pedidos de dinheiro através dos canais oficiais. Além disso, a operação também sublinhou o papel das chamadas “contas mulas”, pessoas que permitem o uso de contas bancárias em seu nome, em troca de quantias insignificantes.

De acordo com as autoridades, os titulares destas contas, que em muitos casos acabam por ser acusados em processos criminais, são cruciais para que os burlões possam levar a cabo os seus planos. Num dos casos, uma “mula” recebeu dois mil dólares de Hong Kong em troca do controlo de uma conta bancária, mas acabou por ser condenada a mais de dois anos de prisão por branqueamento de capitais, enquanto os autores da fraude continuam em liberdade.

O branqueamento de capitais na antiga colónia britânica é punível com uma pena de prisão até 14 anos e uma multa de cinco milhões de dólares de Hong Kong. Em Novembro, a polícia da região deteve 232 pessoas numa outra operação, lançada após 265 queixas de 328 vítimas, com idades compreendidas entre os 19 e os 80 anos, que sofreram perdas de mais de 180 milhões de dólares de Hong Kong.

23 Jan 2024

FRC apresenta exposição de Justin Chiang sobre os direitos dos animais

É hoje inaugurada, a partir das 18h30, a exposição “We Are Not Food” [Nós Não Somos Alimento] de Justin Chiang, que, desta forma, volta a reunir os trabalhos numa só mostra a título individual depois da sua primeira exposição, também apresentada na FRC em 2014.

O tema desta mostra revela, segundo um comunicado da FRC, “uma evolução na obra de Justin Chiang relacionada com a preservação da natureza e o respeito pelos direitos dos animais”. Apresenta-se, assim, um conjunto de 18 quadros em pintura acrílica, representando-se “diversas espécies de fauna comestível, como as vacas, porcos ou peixes, e também não comestível, como abelhas, borboletas, tubarões, aforrecas, tigres ou elefantes”.

Segundo o artista, “We Are Not Food” é “uma exposição de arte muito pessoal, focada no objectivo de reduzir o sofrimento dos animais”, sendo que, “através do poder da arte, esta mostra pretende apresentar ao público as minhas preocupações e reflexões sobre este tema”. Com a pintura, o artista disse esperar conseguir “evocar empatia pelos animais e inspirar os espectadores a procurarem formas de coexistência mais compassivas e sustentáveis”.

Poder ilimitado

Justin Chiang disse ainda acreditar “no poder ilimitado da arte para inspirar e transformar o pensamento das pessoas”. “Com esta exposição espero sensibilizar os espectadores a lutarem colectivamente para minimizar os danos aos animais, forjando um futuro mais harmonioso na nossa relação com eles”, disse o artista, que espera também que o seu trabalho “sirva como um catalisador para a mudança, levando-nos a reavaliar o tratamento dos animais como meras mercadorias”.

Justin Chiang diz-se um apaixonado pelo mundo artístico, tendo já explorado diversas formas, estilos e materiais. Formado pela Faculdade de Artes e Design da Universidade Politécnica de Macau, esta exposição marca a sua nona apresentação individual e é um marco significativo na sua carreira, que contabiliza diversos trabalhos expostos local e internacionalmente, tanto em Macau como na China, Taiwan, Portugal ou França.

23 Jan 2024

Exposição | “Arte Progressista do Japão” patente no Humarish Club

Em parceria com a Galeria Kogure, o Humarish Club, galeria patente no Lisboeta Macau, apresenta uma nova exposição que proporciona a 14 artistas japoneses a sua estreia absoluta no território. “Arte Progressista do Japão” é o nome dado à mostra que apresenta pintura e peças de escultura e cerâmica, bem representativas da cultura tradicional do país

 

A cultura japonesa volta a estar patente na galeria Humarish Club, no Lisboeta Macau, no Cotai, com uma nova exposição organizada em parceria com a galeria Kogure. Trata-se de “Arte Progressista do Japão”, uma mostra de arte contemporânea com pintura, escultura e cerâmica que, ao mesmo tempo, revela traços da cultura tradicional japonesa.

Apresenta-se assim, pela primeira vez em Macau, o trabalho de 14 jovens artistas considerados emergentes na cena artística japonesa, revelando-se “uma fusão única de perspectivas culturais tradicionais japonesas”, aponta um comunicado do Humarish Club.

Naquela que é a exposição inaugural de um novo ano, a galeria de arte do Lisboeta Macau oferece ao público a oportunidade de “testemunhar diversas expressões da arte oriental contemporânea, mergulhando num mundo artístico vibrante e rico, enquanto explora o encanto da arte japonesa contemporânea e tradicional”.

Inaugurada no último sábado, e patente até ao dia 25 de Fevereiro, esta exposição apresenta o trabalho de nomes como Baba Takashi, que trabalha na área da cerâmica. Segundo o mesmo comunicado, a viagem de Baba Takashi por esta área começou cedo, pois já na infância brincava na oficina do pai, tendo decidido ser oleiro quando já frequentava a escola primária.

Depois no ensino universitário chegou a vez de estudar escultura em vez de cerâmica, mas em Quioto nunca deixou de estudar mais sobre cerâmica, tendo começado a trabalhar em torno da louça Bizen, oriunda desta zona japonesa, a partir de 2007.

No caso de Ichimiya Tadayoshi, que é também realizador de cinema, a escultura faz-se por intermédio do material Sofvi, que não é mais do que vinil macio ou PVC. Com este material maleável criam-se “personagens baseadas em motivos de monstros, duendes, extraterrestres e outras criaturas deformadas, da mesma forma que muitos artistas utilizam a escultura em madeira, gesso, vidro e outros materiais para criar as suas obras”.

Outro artista que apresenta o seu trabalho nesta exposição é Isayamax, nascido em Fukuoaka e que começou a mostrar a sua arte muito recentemente, a partir de 2021. Este “expressa uma atmosfera contemporânea através da moda”, misturando técnicas de design gráfico com pequenos quadrados típicos dos anos 70 com rostos femininos, em que se observam bonecas desenhadas num estilo mais contemporâneo, com roupas casual e cabelo comprido, sem esquecer os adereços tradicionais usados pelas mulheres japonesas. Este trabalho interliga-se com o estilo “Shojo Manga”, que não é mais do que uma categoria editorial de quadrinhos japoneses destinado a um público feminino adolescente e adulto, e também a ilustração.

Lugar de três dimensões

A presença da pintura nesta exposição demonstra-se, por exemplo, com o trabalho de Kashiwada Tadashi, bastante influenciado pelas grandes pinturas ocidentais, sobretudo ligadas ao realismo dos finais do século XIX e início do século XX. Destaque ainda para a influência no trabalho de Tadashi das correntes surrealista, expressionista e abstraccionismo que marcaram o mundo ocidental da arte já no século XX.

Kashiwada Tadashi é apresentado como alguém que tem “uma certa visão da arte moderna e contemporânea, que difere dos manuais escolares”, tendo mesmo uma leitura negativa “de certas obras de arte contemporânea”.

Assim, este artista japonês diz que sempre se descreveu como um “pintor figurativo contemporâneo” e não como “artista contemporâneo”. Apresentando estilos diferentes nos seus quadros, “Kashiwada foi atraído por temas perturbadores, inquietantes e perturbadores desde a juventude”, podendo-se descrever o seu estilo de pintura como estando relacionado “com a contemporaneidade ou algo mais universal e fundamental”.

Ainda na área da escultura apresenta-se o trabalho de Kato Daisuke, que recorrendo a uma impressora de três dimensões produz esculturas digitais criadas com um software próprio para o efeito, aplicando depois camadas de resina e laca à base de água na superfície de cada peça, utilizando a sua própria técnica.

A inspiração para o trabalho de Kato reside na técnica de laca seca que já se usava no período Tenpyo, entre os anos 729 e 749 d.c.

Ainda na área da escultura, é de referir o trabalho de Omori Kishi patente nesta exposição. Trata-se de peças que “captam a essência da escala que rodeia o artista e a escala do mundo”. Omori recolhe “materiais industriais e peças individuais de modelos de plástico para criar moldes que destroem a forma original destas peças, já fora de uso, dando-lhes uma nova vida”.

O artista deposita uma “atenção meticulosa aos pormenores, proporcionando uma abordagem enérgica e marcante da relação entre a arte, o artista e o mundo”. O público poderá ver trabalhos de bronze que, à partida, “parecem ser esculturas maravilhosamente trabalhadas com formas perfeitas”, notando-se posteriormente que “a escala das diversas partes, justapostas umas às outras, varia significativamente”.

A mostra no Humarish Club complementa-se ainda com trabalhos de artistas como Sakuma Asuka, Takagi Tomohiro, Zhang Yuanyuan ou Wakasa Shinichi, entre outros.

23 Jan 2024

Turismo | Recebidos 28,2 milhões de visitantes em 2023

Macau recebeu em 2023 mais de 28,2 milhões de visitantes, cinco vezes mais do que no ano anterior e um valor que representa 71,6 por cento do registado antes do início da pandemia de covid-19, foi ontem anunciado. Quase metade dos visitantes (perto de 14 milhões) chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia na região chinesa, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Os dados oficiais mostram ainda que 93 por cento dos turistas que entraram em Macau vieram da China ou Hong Kong, enquanto o território recebeu 1,5 milhões de visitantes internacionais – categoria que não inclui Taiwan –, menos de metade do registado em 2019.

Macau recebeu só em Dezembro 2,9 milhões de visitantes, sete vezes mais do que em igual mês de 2022 e 4,5 por cento menos do que em Dezembro de 2019. O território recebeu quase 679.600 turistas na época de Natal, entre o aniversário da transição, a 20 de Dezembro, e 26 de Dezembro, dez vezes mais do que em igual período de 2022, de acordo com a Polícia de Segurança Pública (PSP).

No dia 31 de Dezembro a RAEM recebeu quase 175 mil visitantes, o valor diário mais elevado desde que há registos, também segundo dados oficiais da PSP. O anterior recorde diário, quase 161.200 visitantes, tinha sido fixado antes do início da pandemia, em 2 de Outubro de 2019, durante a chamada ‘semana dourada’ do Dia Nacional da China.

23 Jan 2024

Helicópteros | Retomadas viagens com HK e Shenzhen

A East Asia Arlines, em colaboração com as empresas Sky Shuttle e TurboJet, vai retomar as viagens de helicóptero entre Macau, Hong Kong e Shenzhen a partir de sexta-feira, sendo que já é possível a compra antecipada de bilhetes.

Segundo um comunicado oficial, serão realizados dois voos de ida e volta entre Hong Kong e Macau e um voo de ida e volta entre Macau e Shenzhen, entre quinta e segunda-feira. Cada viagem deverá durar cerca de 15 minutos. Na rota Macau-Hong Kong, os voos realizam-se às 10h e 16h30, enquanto o regresso, de Hong Kong para Macau, se faz às 10h30 e 17h. No caso da rota de Macau para Shenzhen haverá um voo às 13h e às 13h30 de Shenzhen para Macau.

A East Asia Arlines diz pretender este ano “expandir ainda mais a sua rede de negócios, fornecendo serviços de helicóptero entre Macau, Hong Kong, Shenzhen e toda a província de Guangdong”. Na visão da empresa, esta expansão “irá solidificar a sua posição como um elemento único e integral no sector de transporte de alta qualidade do mercado da Grande Baía”.

Com a parceria com a TurboJet e Sky Shuttle, a empresa diz pretender “alavancar a vantagem da rede e a experiência de ambas as partes, elevando a experiência de viagem na zona da Grande Baía a novos patamares”.

23 Jan 2024

Novos aterros | Exigidos avanços nas obras da zona B

O deputado Si Ka Lon interpelou o Governo quanto à necessidade de se avançar com maior celeridade na construção de infra-estruturas na zona B dos novos aterros, tendo em conta que o Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) do corrente ano não contempla uma fatia orçamental para a realização de obras no local.

O deputado que, em Macau, representa a comunidade da província de Fujian, descreveu que o estudo da zona B abrange mais serviços públicos, o que exige mais tempo. Além disso, depois da realização de diversos estudos quanto às alterações exigidas para a parte leste da zona B, e após a publicação das directivas para o planeamento urbanístico lançadas em 2022, não há ainda uma calendarização da construção dos projectos de infra-estruturas.

Desta forma, e tendo em conta a maior necessidade de diálogo entre departamentos públicos, Si Ka Lon defende maior celeridade nos processos de comunicação e construção de infra-estruturas.

23 Jan 2024

Turismo | Macau recebeu 28,2 milhões de visitantes em 2023

Macau recebeu em 2023 mais de 28,2 milhões de visitantes, cinco vezes mais do que no ano anterior e um valor que representa 71,6 por cento do registado antes do início da pandemia de covid-19, foi ontem anunciado. Quase metade dos visitantes (perto de 14 milhões) chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia na região chinesa, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Os dados oficiais mostram ainda que 93 por cento dos turistas que entraram em Macau vieram da China ou Hong Kong, enquanto o território recebeu 1,5 milhões de visitantes internacionais – categoria que não inclui Taiwan –, menos de metade do registado em 2019.

Macau recebeu só em Dezembro 2,9 milhões de visitantes, sete vezes mais do que em igual mês de 2022 e 4,5 por cento menos do que em Dezembro de 2019. O território recebeu quase 679.600 turistas na época de Natal, entre o aniversário da transição, a 20 de Dezembro, e 26 de Dezembro, dez vezes mais do que em igual período de 2022, de acordo com a Polícia de Segurança Pública (PSP).

No dia 31 de Dezembro o território recebeu quase 175 mil visitantes, o valor diário mais elevado desde que há registos, também segundo dados oficiais da PSP. O anterior recorde diário, quase 161.200 visitantes, tinha sido fixado antes do início da pandemia, em 2 de Outubro de 2019, durante a chamada ‘semana dourada’ do Dia Nacional da China.

22 Jan 2024

Fadista portuguesa Carminho perspectiva “um ano rico” no cinema, em estúdio e na estrada

A fadista Carminho entra em 2024 a planear uma nova digressão internacional, a pensar já num novo álbum e a colher os frutos de experiências imprevistas, como entrar no filme “Pobres Criaturas”, de Yorgos Lanthimos. Carminho tem uma breve participação neste filme, a interpretar à guitarra portuguesa o fado “O quarto”, numa cena com a actriz Emma Stone, num cenário de uma Lisboa imaginária, de tempo indefinido, mas onde não faltam azulejos, ruelas antigas e muitos pastéis de nata.

Nas vésperas da estreia portuguesa de “Pobres Criaturas”, marcada para quinta-feira, Carminho recordou à agência Lusa que participou na rodagem em 2021, num estúdio em Budapeste, numa altura em que estava a preparar o álbum “Portuguesa”.

Carminho conta que o realizador, bem informado sobre fado, queria para o filme uma certa “ligação entre o tradicional e a imagem contemporânea” e pediu-lhe ainda que tocasse guitarra portuguesa, o que para a fadista foi uma estreia e é uma experiência ainda rara entre as mulheres.

“O filme fala muito sobre feminismo e desconstrói posições mais ortodoxas entre homens e mulheres e o fado foi moldado durante muitos anos por posições muito definidas: a mulher canta, os homens gerem a casa de fados, tocam, fazem os poemas. Ele [o realizador] quer desconstruir essas construções mais calcificadas. Eu também sinto que esse é o meu papel”, explicou a cantora.

Para Carminho, que cresceu neste meio, que se estreou em palco com 12 anos e editou o primeiro disco há 15 anos, precisamente intitulado “Fado” (2009), o fado é uma linguagem. “O fado é a minha tradição, foi no fado que aprendi a ler música, a interpretar. O fado é a linguagem, mas o discurso não tem de ser o de há cem anos, nem de há cinco anos, tem de ser um discurso que me represente, que fala comigo”, sublinhou.

O álbum “Portuguesa”, que abre com o fado “O quarto”, foi publicado em março de 2023, enquanto o filme “Pobres Criaturas” teve uma estreia mundial, premiada, em setembro de 2023 no festival de Veneza.

Carminho teve um ano intenso, com quase 80 concertos em Portugal, noutros palcos europeus, no Brasil, em Moçambique e nos Estados Unidos, onde em dezembro participou ainda na antestreia comercial ao lado do realizador e do elenco e teve direito a uma interpretação surpresa do fado que canta no filme.

“Pobres Criaturas” tem somado vários prémios e é dada como certa a presença entre os nomeados para os Óscares, incluindo na categoria de Banda Sonora Original, assinada pelo músico inglês Jerskin Fendrix, e da qual faz parte também o fado interpretado por Carminho.

Tudo isto acontece num momento em que Carminho vai continuar este ano na estrada a mostrar o álbum “Portuguesa”, mas está já em pré-produção de músicas novas, “a gravar, a ouvir, a experimentar”. “Para mim é sempre o momento mais apaixonante de todos, ver as coisas a acontecer, mas também é o que faz sofrer mais”, admitiu.

Para a cantora, 2024 “adivinha-se um ano rico” e a participação em “Pobres Criaturas” surge na sequência de uma aposta, nos últimos anos, em chegar a mais territórios, seja na Europa, seja no universo da língua portuguesa, seja na América do Norte, “o grande mercado que decide o que é que existe no mundo de forma “mainstream”.

Essa é a estratégia, “entusiasmante, mas dura”, de “trabalhar território, de ir, de insistir”. “Podia ser mais confortável ficar [só por Portugal]? Podia, mas os frutos são incríveis e talvez nunca estivesse neste filme do Yorgos se eu não tivesse chegado até ele por alguma via e isso tem a ver com a internacionalização”, defendeu. E rematou: “É um privilégio estar presente neste momento deste filme, mas depois este filme vai sair de cartaz e nós continuamos”.

22 Jan 2024

Iémen | Huthis garantem “passagem segura” a navios russos e chineses

Os rebeldes Huthis do Iémen, que têm atacado transportes comerciais no golfo de Aden e no mar Vermelho, garantiram “passagem segura” aos navios da China e da Rússia, disse um jornal russo na sexta-feira. O grupo atacou dezenas de navios mercantes, que considerou “ligados a Israel”, nesta rota estratégica, em solidariedade com o movimento islamita palestiniano Hamas, que desde 7 de Outubro está em guerra com Israel na Faixa de Gaza.

Em resposta, os Estados Unidos e o Reino Unido têm vindo a bombardear, desde 12 de Janeiro, posições dos rebeldes Huthis no Iémen, algo que levou o grupo a declarar que “todos os interesses norte-americanos e britânicos se tornaram alvos legítimos”.

“A loucura e a idiotice dos Estados Unidos e do Reino Unido jogaram contra eles: a partir de agora nenhum dos seus navios poderá cruzar uma das principais rotas comerciais do mundo”, disse um membro da liderança política dos Huthis.

“As perdas para os países agressores são maiores do que as perdas para o Iémen”, acrescentou Mohammed al-Bukhaiti, citado pelo diário russo Izvestia. Os ataques a navios mercantes obrigaram muitos armadores a suspender a passagem das frotas pelo mar Vermelho, por onde, de acordo com a Câmara Internacional de Navegação, passa 12 por cento do comércio global.

“Para outros países, incluindo a China e a Rússia, o transporte marítimo na região não está ameaçado. Além disso, estamos até prontos para garantir a passagem segura dos seus navios no mar Vermelho”, acrescentou Al-Bukhaiti.

“Mas os navios israelitas, ou aqueles com uma ligação mesmo que ténue com Israel, não terão a menor hipótese de cruzar o mar Vermelho”, sublinhou o responsável dos Huthis. Al-Bukhaiti sublinhou que o “objectivo é aumentar o custo económico para o Estado judeu, a fim de parar a carnificina em Gaza”.

Mundo repartido

Entre mais de 25 ataques contra a marinha mercante, os rebeldes do Iémen sequestraram em Novembro o Galaxy Leader, um navio propriedade de uma empresa britânica controlada por um empresário israelita, e fizeram reféns os 25 tripulantes. Os reféns “estão bem”, garantiu Al-Bukhaiti, especificando que o grupo está a preparar-se para diferentes cenários, incluindo até uma operação terrestre norte-americana no Iémen, avançou o Izvestia.

Na quarta-feira, os Estados Unidos voltaram a colocar os Huthis numa lista de “organizações terroristas”. O Presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que os ataques contra os rebeldes vão continuar, enquanto os Huthis perturbarem o comércio marítimo internacional ao largo do Iémen.

22 Jan 2024

Justiça ordena que Governo da Tailândia tome medidas contra poluição

Um tribunal da Tailândia deu na sexta-feira 90 dias ao Governo do país para elaborar um plano de emergência contra a poluição atmosférica, que deverá atingir níveis elevados nos próximos meses.

O tribunal administrativo de Chiang Mai, no norte da Tailândia, exigiu ao órgão governamental responsável pelo ambiente que apresente “medidas preventivas para combater a poluição tanto a curto como a longo prazo”, de acordo com o veredicto. Os juízes consideraram também que o Governo anterior, liderado pelo antigo general Prayut Chan-O-Cha, que tomou o poder num golpe de Estado em 2014, “negligenciou o dever e agiu demasiado lentamente” face à deterioração da situação.

Um grupo de residentes de Chiang Mai, que inclui académicos e activistas, apresentou uma queixa no ano passado, na sequência de um grave episódio de poluição atmosférica na Tailândia.

Tanto Chiang Mai como Banguecoque estavam, na altura, entre as cidades mais poluídas do mundo, devido ao fumo causado por incêndios florestais e ao período de queima de restolho agrícola, proibida por lei, mas permitida pelas autoridades, bem como às emissões produzidas por veículos e pela indústria.

A poluição atmosférica foi um dos temas recorrentes da actual campanha para as eleições gerais de maio, com diferentes propostas ambientais a serem apresentadas por quase todos os partidos.

Isto depois do Ministério da Saúde Pública tailandês admitir que, só nos primeiros três meses do ano passado, quase dois milhões de pessoas necessitaram de tratamento hospitalar para doenças respiratórias causadas pela poluição do ar.

O novo primeiro-ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, que tomou posse em Agosto, prometeu colocar a luta contra a poluição atmosférica entre as prioridades. O Governo apresentou um projecto de lei, no início de Janeiro, que prevê o pagamento de multas por parte dos indivíduos, empresas ou instituições que sejam responsáveis por poluição acima de determinados limites.

No top

Na manhã de sexta-feira, Banguecoque era a 10.ª cidade mais poluída do mundo numa classificação liderada por Nova Deli, de acordo com uma lista divulgada pela empresa suíça de monitorização da qualidade do ar IQAir. Mas os picos de poluição devem continuar pelo menos até Abril, mês em que termina a estação seca na Tailândia.

Em Abril de 2023, o governador da província de Chiang Mai pediu a funcionários e a empresas privadas para trabalharem a partir de casa para evitar o perigoso nível de poluição atmosférica na região.

Na altura, os níveis de partículas PM 2.5 – as mais perigosas e tão pequenas que podem entrar directamente na corrente sanguínea – estavam mais de 69 vezes superiores às directrizes anuais da Organização Mundial de Saúde, de acordo com o portal Air Visual, que mede a poluição atmosférica em todo o mundo.

22 Jan 2024

Espaço | Japão pousa sonda na Lua, mas futuro da nave é incerto

O país do sol nascente é o quinto a conseguir chegar à Lua, mas complicações nos painéis solares da sonda estão a pôr em causa o sucesso total da missão

 

O Japão entrou no passado sábado no pequeno grupo de países que conseguiram pousar as suas naves espaciais na Lua, mas o futuro da sonda SLIM é incerto, devido a problemas identificados nos seus painéis solares. A agência aeroespacial japonesa (Jaxa) confirmou o seu pouso na Lua, mas o aparelho está a apresentar problemas com as suas células solares, que não estão a gerar electricidade.

O CEO da Jaxa, Hitoshi Kuninaka, explicou, em conferência de imprensa, que no estado actual a bateria do aparelho vai durar várias horas. O SLIM (Smart Lander for Investigating Moon) pousou na superfície lunar às 00:20 de sábado no Japão, após uma descida de 20 minutos.

Kuninaka detalhou ainda que os veículos LEV-1 e LEV-2 acoplados ao módulo foram devidamente separados do conjunto durante a descida, e as imagens que capturaram da superfície lunar estavam a ser transmitidas.

O resultado tem um sabor agridoce para o Japão, que já tinha feito diversas tentativas fracassadas de pouso na Lua, e que procura ampliar a sua presença e competitividade no panorama aeroespacial global. Até agora, apenas Estados Unidos, Rússia, China e Índia conseguiram pousar com sucesso no satélite terrestre, embora apenas um país, os Estados Unidos, tenha conseguido levar astronautas à Lua.

Maratona lunática

Durante décadas tornou-se o principal objectivo da corrida espacial entre os Estados Unidos e a então União Soviética. Embora naves de outros países e agências espaciais (Israel, Japão, Emirados Árabes Unidos ou União Europeia) também tenham viajado para lá, estas não pousaram na Lua, quer porque não tinham esse objectivo, ou porque falharam.

Embora a União Soviética tenha sido a primeira a chegar às suas proximidades com uma nave espacial, os primeiros astronautas a pisar na Lua foram os norte-americanos Neil Armstrong e Edwin Eugene Aldring em 1969, e desde então outros dez, todos da NASA, regressaram ao satélite natural da Terra nas sucessivas missões “Apollo”, que duraram até 1972.

Além disso, os EUA realizaram um total de 17 missões não tripuladas à Lua. Em 16 de Novembro de 2022, regressou com a missão não tripulada Artemis I para testar e medir as capacidades tecnológicas da NASA para retomar a exploração lunar e o posterior envio de astronautas.

Desde que a União Soviética conseguiu orbitar o satélite com a sua sonda Luna-1 em 1959, este país (mais tarde a Rússia) enviou cerca de sessenta missões, algumas destas tripuladas (as do projecto Soyuz) e outras não tripuladas (as dos programas Luna e Zond). As sondas lunares russas chegaram em diversas ocasiões, a última em Janeiro de 1973 com a nave Luna-21, que conseguiu colocar o veículo Lunokhod em solo lunar. Em 1976, a nave Luna-24 encerrou a série de explorações lunares não tripuladas.

Embora no ano passado o Presidente russo Vladimir Putin tenha anunciado a sua intenção de retomar o programa, a sua nave espacial Luna-25 falhou na missão de explorar o Pólo Sul lunar, quando se despenhou na superfície.

A China juntou-se a esta corrida em 2007, quando lançou o “Chang’e I”, em homenagem à deusa chinesa da Lua. A 3 de Março de 2009, e após um ano em órbita lunar, a sua missão terminou ao atingir a superfície lunar. A 14 de Dezembro de 2013, a Chang’e-3 conseguiu um pouso controlado e foi a primeira missão chinesa a chegar à Lua. Em 2019, Chang’e-4 conseguiu pousar no outro lado do satélite.

Essa missão, que foi um marco, também conseguiu fazer brotar pela primeira vez uma semente no satélite terrestre, numa das suas experiências. Em Janeiro de 2020 a China lançou com sucesso o Chang’e-5 com a missão de colectar amostras do lado visível do satélite e regressou à Terra a 17 de Dezembro de 2020 com rocha lunar tornando-se o terceiro país a conseguir isso, depois dos Estados Unidos e Rússia. No ano passado, a Índia foi o quarto país a chegar e o primeiro a fazê-lo ao inexplorado Polo Sul lunar, com o Chandrayaan-3.

22 Jan 2024

Regulador financeiro de HK denuncia vídeo falso que promove investimento

Hong Kong denunciou a circulação de um vídeo falso que usa tecnologia de inteligência artificial (IA) para colocar o regulador financeiro da região chinesa a promover um suposto investimento.

A Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA, na sigla em inglês) instou o público “a permanecer vigilante” em relação a um vídeo, que “supostamente seria uma entrevista à imprensa” com o presidente da instituição, Eddie Yue Wai-man, de acordo com um comunicado divulgado na quinta-feira à noite.

O regulador financeiro do território sublinhou que “o conteúdo e os comentários” do vídeo “são todos falsos”. A HKMA acrescentou que “o público deve ignorar qualquer informação divulgada em sites suspeitos ou páginas de redes sociais”. O comunicado referiu ainda que o caso foi comunicado à polícia de Hong Kong.

Tempos modernos

No final de Dezembro, também o chefe do Governo de Singapura denunciou a circulação de vídeos falsos que usam tecnologia de IA para colocar Lee Hsien Loong a promover supostas plataformas de investimento em criptomoedas.

“Esta é a época dos embustes! Recentemente, têm surgido vários vídeos e áudios ultra-falsos ‘deepfake’ [de grande sofisticação] de mim a fingir que estou a promover esquemas de criptomoedas”, denunciou o primeiro-ministro, na rede social Facebook.

“O vice-primeiro-ministro Lawrence Wong também tem sido alvo destas fraudes, que utilizam tecnologia de IA para replicar as nossas vozes e imagens, transformando conteúdos reais obtidos em eventos oficiais em vídeos totalmente falsos, mas muito convincentes, fingindo que dizemos coisas que nunca dissemos”, acrescentou Lee.

O líder da cidade-Estado anexou ao comentário um dos vídeos, que usa como base uma entrevista dada em Março ao CGTN, o canal internacional da televisão estatal chinesa CCTV.

O vídeo replica a voz de Lee, que parece dizer “os algoritmos que utilizam a tecnologia da mecânica quântica analisam as tendências do mercado, tomam decisões estratégicas de investimento (…). É essencialmente um comércio passivo de criptomoedas com uma taxa de sucesso impressionante”.

De acordo com a televisão de Singapura Channel News Asia, o vídeo alega que a suposta plataforma de investimento é autorizada pelas autoridades do país e inclui uma ligação para os potenciais utilizadores. Lawrence Wong também tinha denunciado, a 11 de Dezembro, um vídeo falso em que alegadamente promovia produtos de investimento. “Há conteúdos ‘deepfake’ em que eu apoio produtos comerciais”, lamentou o vice-primeiro-ministro.

22 Jan 2024

China e Brasil prometem fortalecer estratégias de desenvolvimento

Wang Yi, e Mauro Vieira, co-presidiram na sexta-feira ao quarto Diálogo Estratégico Abrangente China-Brasil dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, prometendo fortalecer a sinergia das estratégias de desenvolvimento e expandir a cooperação em campos emergentes

 

As relações China-Brasil resistiram ao teste de um cenário internacional em constante evolução, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, também membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da China, indicou o Diário do Povo.

Desde que a China e o Brasil lançaram o diálogo estratégico abrangente, há 10 anos, a confiança mútua tornou-se mais forte, a comunicação entre os dois lados foi mais profunda e a cooperação bilateral em vários campos mostrou perspectivas mais amplas, disse Wang.

Os dois lados entendem-se e apoiam-se em questões que envolvem os seus respectivos interesses centrais e as suas principais preocupações, o que fornece uma garantia para o crescimento sólido e constante das relações China-Brasil, disse o governante.

A China sempre deu prioridade às suas relações com o Brasil na sua diplomacia geral e na sua diplomacia com a América Latina e apoia o Brasil na promoção do desenvolvimento e da revitalização nacionais, disse Wang.

A China está pronta para trabalhar com o Brasil para aproveitar o 50.º aniversário das suas relações diplomáticas como uma oportunidade para fortalecer a sinergia das estratégias de desenvolvimento, abrir novas áreas e explorar novos potenciais de cooperação, de modo a injectar novo impulso e abrir novas perspectivas para a parceria estratégica abrangente China-Brasil, acrescentou.

Em português

Vieira, por sua vez, disse que as relações Brasil-China obtiveram grande progresso, graças à sólida confiança mútua e à orientação estratégica dos dois chefes de Estado.

Descrevendo a cooperação bilateral como mutuamente benéfica, em grande escala, de alta qualidade, de rápido crescimento e abrangente, o responsável brasileiro disse que ela forneceu apoio vital para o desenvolvimento de ambos os países e trouxe benefícios tangíveis para os dois povos, indicou a publicação estatal.

O Brasil preza as suas relações com a China, permanece comprometido com o princípio de Uma Só China e espera aprofundar a cooperação em vários campos, de modo a elevar as relações Brasil-China a novos patamares, disse Vieira. As duas partes tiveram uma comunicação aprofundada e chegaram a um amplo consenso sobre cooperação prática, situação internacional, coordenação multilateral e questões de pontos críticos, entre outros.

Ambas as partes comprometeram-se a fortalecer os intercâmbios de alto nível, a desempenhar plenamente o papel da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação, do Diálogo Estratégico Abrangente China-Brasil dos Ministros dos Negócios Estrangeiros e de outros mecanismos e a retomar os mecanismos de consulta bilateral em vários campos em uma data breve.

Os ministros prometeram ainda apoiar-se mutuamente na tomada de seu próprio caminho de modernização que se adapte às suas respectivas condições nacionais, explorar a sinergia estratégica entre a cooperação do programa Uma Faixa, Uma e Rota e reindustrialização e o Novo Programa de Aceleração do Crescimento do Brasil, aprofundar a cooperação em áreas tradicionais como agricultura, minerais energéticos, infraestrutura e aeroespaço, e expandir a cooperação em campos emergentes, como interconectividade, saúde, desenvolvimento verde, economia digital, energias limpas e inteligência artificial.

Ambos os lados se comprometeram a tornar um sucesso uma série de celebrações pelo 50.º aniversário das relações diplomáticas, a procurar a restauração total dos intercâmbios entre pessoas e a consolidar o apoio público à amizade China-Brasil.

Pelos vistos

Os governantes assinaram um acordo sobre a facilitação mútua de vistos para expandir ainda mais o intercâmbio de pessoal entre os dois países.

Reconhecendo a crescente influência global da relação China-Brasil, que vai muito além do âmbito bilateral, ambos os lados expressaram sua disposição de fortalecer a coordenação estratégica nos âmbitos das Nações Unidas, do Grupo dos 20 (G20), do BRICS e da Organização Mundial do Comércio, melhorar a voz e a representação dos países em desenvolvimento e salvaguardar os interesses comuns dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento.

A China expressou seu apoio ao Brasil para sediar a Cimeira de Líderes do G20 no Rio de Janeiro e expressou sua disposição de manter a direcção certa da governança global e trabalhar com o Brasil para um mundo multipolar igual e ordenado, bem como uma globalização económica inclusiva que beneficie a todos.

Ambos os lados se comprometeram a procurar soluções políticas para questões de pontos críticos e contribuir para promover o desenvolvimento pacífico.

Concordando que a cooperação China-América Latina serve os interesses comuns da China e da América Latina e abraça a tendência de desenvolvimento dos tempos, as duas partes expressaram a disposição de activar ainda mais a cooperação China-América Latina, de modo a ajudar os países regionais a fortalecerem-se através da unidade e acelerarem o desenvolvimento e a revitalização.

22 Jan 2024

Escolas de português na Austrália estão a fechar

Várias escolas certificadas de ensino da língua portuguesa na Austrália estão a fechar devido à diminuição de alunos inscritos, disse à agência Lusa Mónica Marques, uma explicadora de português na Austrália. “Uma das coisas que ultimamente tenho vindo a sentir, e que me deixa um bocadinho triste, é que não existem muitos apoios, nomeadamente aqui na Austrália”, referiu Mónica Marques.

Segundo a explicadora, existem escolas portuguesas que só funcionam ao sábado de manhã e, por isso, os pais acabam por retirar as crianças de lá porque consideram que esse “é um dia para se estar em família e não querem estar a obrigar os filhos a ter aulas de português ao sábado de manhã”.

Mónica Marques, que começou a dar explicações de língua portuguesa na Austrália em 2022, referiu que tem dado aulas, em formato ‘online’, precisamente também a crianças que saem destas escolas. “As escolas estão a começar a fechar, aliás, fechou uma agora muito recentemente em Camberra [a capital] e inclusive tenho alguns alunos que também vieram dessa escola”, declarou.

De acordo com a explicadora, isto tem que ver com a falta de apoio e suporte do Governo português às escolas portuguesas na Austrália, e aos explicadores – que na Austrália se chamam tutores – da língua.

“Deveria haver um suporte, não só para as escolas, mas também para nós que queremos promover a língua noutro país. Isso deveria ser um orgulho para o Governo em Portugal, mas infelizmente não temos o suporte de que precisávamos e temos que fazer as coisas um bocadinho por nós”, referiu.

Camões ajuda

Se bem que possam recorrer à Escola Virtual da Porto Editora e aos programas curriculares, na maioria das vezes são os próprios que têm de desenvolver os recursos. Ainda assim, apesar da distância e da falta de apoio governamental, não estão de todo esquecidos e vão surgindo iniciativas, tais como uma recente, em que se entregaram ‘tablets’, que têm acesso a recursos da escola virtual, em escolas portuguesas certificadas.

“Penso que os apoios não se deveriam cingir apenas às escolas certificadas, que, se forem a ver, estão a fechar por falta de alunos. Portanto, isso deveria ser alargado a outro tipo de pessoas que também possam promover o ensino do português aqui”, salientou. Todavia, Mónica referiu que estão bem representados pelo Instituto Camões.

Mónica Marques nasceu em Sydney, na Austrália, filha de emigrantes portugueses. Aos três anos foi viver para Setúbal, em Portugal. Em 2021, devido à conjuntura económica do país, decidiu, juntamente com o seu marido e filho, regressar à Austrália à procura de uma vida melhor. É licenciada em terapia ocupacional, mas é no ensino que se sente realizada. O Ministério dos Negócios Estrangeiros foi questionado pela agência Lusa, mas, até ao momento, não respondeu.

22 Jan 2024

AMAGAO | Pintura de Nissa Kauppila no Artyzen Grand Lapa

É inaugurada esta sexta-feira uma nova exposição de pintura no Artyzen Grand Lapa Macau, na galeria AMAGAO. Trata-se da exposição individual de pintura da artista americana Nissa Kauppila, que pode ser visitada até Março

 

A galeria AMAGAO apresenta esta semana, a partir de sexta-feira, 26, uma nova exposição de pintura, desta vez da artista americana, residente em Hong Kong, Nissa Kauppila.

A mostra, patente até ao dia 24 de Março na galeria AMAGAO, no lobby do empreendimento hoteleiro Artyzen Grand Lapa Macau, revela o trabalho da artista que nasceu na pequena cidade rural de Monkton, Vermont, nos EUA, e que se formou em Belas Artes na Escola de Design Rhode Island. Nissa Kauppila é ainda mestre na mesma área pela Universidade de Vermont.

Segundo um comunicado da galeria, a artista recorre à pintura para “expandir o seu senso de curiosidade”, além de “explorar o inquietante e o concreto”. Nissa Kauppila “descobriu que pintar a natureza do voo e da vida é um exercício gratificante de redescoberta”, recorrendo a técnicas e materiais usados na pintura tradicional chinesa.

Esta ligação ao lado oriental das artes despertou na artista americana “uma sensação de detalhe e fragilidade”, pelo que o seu trabalho explora também “o uso de linhas e cores como gavinhas de tensão, incorporando um sentimento de admiração pelo mundo natural”.

Segundo a AMAGAO, Kauppila “vai além da percepção e desintegra os seus temas de formas quase irreais em trabalhos executados em aguarela e tinta tradicional chinesa sobre papel de arroz tradicional”.

Viagens e inspiração

Esta exposição inclui pinturas inspiradas na primeira viagem de Kauppila a Portugal, tratando-se de “uma experiência festiva de cor, história, cor e vida selvagem”. Contudo, a artista também encontrou inspiração em lugares como Hong Kong, China Continental ou Sudeste Asiático.

“Cada pintura é intitulada usando coordenadas geográficas do próprio local em que a vida selvagem foi observada ou onde Kauppila estava a pintar na altura. Este esforço consciente em intitular cada obra desta forma permite que a pintura fale em termos de localização e observação”, pelo que “o espectador pode criar sua própria relação emocional com o tema sem influência ou sugestão inicial”, descreve o mesmo comunicado.

Nesta mostra, que tem apenas o nome da artista, todas as obras são originais sobre papel de arroz chinês, montadas no estilo tradicional chinês. O público interessado poderá encomendar impressões de edição limitada.

As pinturas de Kauppila já foram exibidas internacionalmente em Hong Kong, Nova Iorque, Atlanta, Londres, Singapura, Xangai, Guangzhou, Shenzhen, Hamburgo, Taipei e Seul. A artista tem ainda exposições e representações actuais em Vermont, Hong Kong e Singapura.

22 Jan 2024

Morreu Júlio Pereira, antigo alto-comissário adjunto do CCAC

O ex-secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) Júlio Pereira faleceu na última sexta-feira aos 71 anos, confirmaram à agência Lusa dois dos seus amigos e uma colega de trabalho. Júlio Pereira esteve 12 anos à frente do SIRP, entre 2005 e 2017, e chegou a integrar o Governo como secretário de Estado da Defesa Nacional do primeiro Governo socialista liderado por António Guterres.

Magistrado do Ministério Público, Júlio Alberto Carneiro Pereira trabalhou também em Macau durante 10 anos, os primeiros seis no tribunal e os últimos quatro no Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), onde foi alto-comissário adjunto. O antigo chefe das “secretas” foi director operacional do Serviço de Informações de Segurança (SIS), entre 1997 e 2000, antes de ascender ao topo do SIRP.

Domínio do mandarim

Nascido em Montalegre, no distrito de Vila Real, Júlio Pereira licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra e estudou na capital chinesa, Pequim, onde frequentou um curso intensivo de Língua e Cultura. Tinha um mestrado em estudos chineses e falava mandarim.

Quando deixou a chefia dos serviços de informações, Júlio Pereira regressou ao Supremo Tribunal de Justiça como procurador-geral adjunto.

Foi também director do extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) entre 2001 e 2003. Júlio Pereira era um defensor do acesso das “secretas” aos metadados das comunicações e da capacidade para fazerem escutas no âmbito do combate ao terrorismo. Numa entrevista que deu ao Expresso em 2018, quando questionado se fazia parte da Maçonaria, respondeu que já o tinham tentado “levar em visita”, mas a organização não o mobilizava.

O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte de Júlio Pereira, numa nota em que destaca a sua “dedicação à causa nacional”. Marcelo Rebelo de Sousa destacou a sua “longa e intensa carreira, assinalada pelo incansável labor, cuidadoso e empenhado sentido institucional e dedicação à causa nacional”.

O chefe de Estado lembra que a carreira de Júlio Pereira “foi reconhecida pelo Presidente da República quando o condecorou, a 5 de Dezembro de 2017, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique”

O Presidente da República recordou também o desempenho de funções no SIRP, de director adjunto do Serviço de Informações de Segurança e director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, mas também na política externa, durante o Governo de Macau, “onde se destacou enquanto assessor diplomático do Governador, mas também, durante toda a sua vida, pelas competências que lhe eram reconhecidas no domínio da língua e estudos chineses”.

22 Jan 2024

Passaportes | Rita Santos revela queixas sobre renovações

A presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia das Comunidades, Rita Santos, partilhou uma publicação nas redes sociais em que aponta ter recebido várias queixas dos “portadores de passaporte português” sobre o agendamento de uma hora para tratarem da renovação dos cartões de cidadão e bilhetes de identidade.

“Nestes últimos meses, não temos mãos para medir na ajuda aos portadores de passaporte português residentes em Macau e Hong Kong que lutam com enormes dificuldades de toda natureza nomeadamente em fazer marcação electrónica no Consulado Geral de Portugal em Macau para efeitos de renovação dos cartões de cidadão e passaporte”, escreveu a conselheira.

Rita Santos acusa também o consulado de se esquecer de que as pessoas precisam de trabalhar e que não podem ficar sempre à frente do computador à espera de uma oportunidade para fazerem uma marcação. “Os portugueses de Macau e Hong Kong têm de ficar colados 24 horas por dia para adivinhar quando é possível entrar nas marcações electrónicas. Este Consulado esqueceu-se de que as pessoas precisam de trabalhar para sustentar os familiares, muitos com idosos e crianças, e que não podem ficar ‘pregados’ ao computador o dia inteiro para fazer uma marcação”, atirou.

Segundo Rita Santos, a “diminuição da qualidade de serviço do Consulado” está a “afectar os portugueses e os pensionistas” da Caixa Geral de Aposentações que “não conseguem receber logo as pensões devido ao atraso das marcações”. A conselheira pede assim aos “portadores de passaporte português” que entrem em contacto com ela para encontrar uma solução para os problemas.

22 Jan 2024

Hovione distinguida por práticas na gestão de pessoas

A farmacêutica portuguesa Hovione anunciou na quinta-feira que se tornou a primeira empresa em Macau a ser reconhecida como ‘Top Employer’, uma certificação atribuída pela excelência das práticas de gestão de pessoas.

O director de recursos humanos da Hovione Macau, Douglas Lau, disse que esta distinção “é uma verdadeira conquista” e que “demonstra que as empresas em Macau podem oferecer o mesmo ambiente de trabalho de alta qualidade que em qualquer outro lugar do mundo”.

A certificação é “também mais uma demonstração de como a Hovione cria empregos que têm valor real tanto para os membros da nossa equipa como para a sociedade em geral”, acrescentou, em comunicado.

A Hovione, que se estabeleceu em Macau em 1986, recebeu na sexta-feira a medalha de Mérito Industrial e Comercial, atribuída pelo Governo local, nos 24 anos da Região Administrativa Especial chinesa. Em Dezembro, o director-geral da empresa em Macau, Eddy Leong, disse à Lusa que a medalha concedida pelo Governo de Macau é “uma grande honra” e reflecte a “longa e bem-sucedida” história da Hovione no território.

Força de grupo

Ao destacar a “equipa forte” dedicada “à investigação e à qualidade”, com “diversos êxitos” obtidos, o chefe do Governo de Macau, Ho Iat Seng, referiu que a expansão do negócio da Hovione “no mercado asiático está já a aproveitar as oportunidades proporcionadas pelo desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau”, contribuindo para o desenvolvimento da indústria de ‘big health’ de Macau e a diversificação da economia, de acordo com uma nota oficial, divulgada em Dezembro.

Fundada em 1959, a Hovione sublinhou ter recebido a certificação ‘Top Employer’ pelo segundo ano consecutivo, nas outras três fábricas e laboratórios que opera em Portugal, na Irlanda e nos Estados Unidos.

A farmacêutica foi uma das 49 empresas em Portugal a obter esta certificação do Top Employers Institute, uma entidade internacional que distingue e certifica, a nível global, as condições que as empresas criam para os seus trabalhadores.

22 Jan 2024