Mar do Sul | China e Filipinas concordam em reduzir tensões

China e Filipinas concordaram em trabalhar para reduzir as tensões no Mar do Sul da China, que suscitaram preocupações sobre a possibilidade de um conflito armado na região.

O ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse ontem que os dois lados concordaram em continuar a melhorar a comunicação e usar negociações amigáveis para gerir as suas diferenças no mar, “especialmente para gerir bem a situação no recife Ren’Ai”, o local de múltiplos confrontos entre os navios dos dois países asiáticos nos últimos meses.

China e Filipinas disseram que concordaram em limitar as tensões numa reunião em Xangai, a oitava de uma série de encontros que começou em 2017. “Os dois lados tiveram discussões francas e produtivas para diminuir a tensão no Mar do Sul da China e ambos concordaram em lidar calmamente com incidentes através da diplomacia”, disse o Departamento dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, em comunicado.

19 Jan 2024

Irlanda quer “relação forte e construtiva” com China

O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, afirmou ontem, na recepção ao seu homologo chinês, Li Qiang, que a Irlanda deseja uma “relação forte e construtiva” com a China, apesar de falta de unanimidade em algumas questões.

Após o encontro bilateral, Varadkar indicou a vontade de uma relação bilateral “baseada na confiança e no respeito” e que foram levantadas preocupações com direitos humanos, enquanto Li notou o “enorme potencial” de cooperação entre as partes. “Queremos ter uma relação muito forte e construtiva com a China (…) baseada na confiança e no respeito”, assim como respeitando valores e o sistema multilateral, afirmou Varadkar, notando que não se chegará a acordo “acerca de tudo”.

“Mas espero que falemos sempre com honestidade e respeito uns com os outros, e com franqueza, como fizemos hoje (ontem)”, acrescentou o chefe de Governo da Irlanda, que também referiu o papel global “indispensável” da China na resposta a desafios, que se estendem a alterações climáticas e a questões de segurança, incluindo os conflitos na Ucrânia, no Médio Oriente e em Myanmar.

Leo Varadkar referiu ainda que as autoridades irlandesas manifestaram preocupações com direitos humanos relativamente a Xinjiang, Tibete, Hong Kong, Macau e com o julgamento de Jimmy Lai, magnata de media de Hong Kong. O europeu afirmou que o seu homólogo estava satisfeito em discutir este tema, acrescentando “ser justo dizer” que do outro lado possa haver “uma visão muito diferente dos factos” e o contestar sobre o que é noticiado.

Indicando que o comércio entre a Irlanda e a China triplicou nos últimos cinco anos e o claro desejo de ambos manterem o investimento, Varadkar informou que a China concordou em abrir imediatamente o seu mercado à carne irlandesa. As exportações foram suspensas em Novembro, depois de as autoridades veterinárias irlandesas terem descoberto um caso de encefalopatia espongiforme bovina atípica (doença das vacas loucas).

Primeiros passos

Esta é a primeira visita de um alto líder chinês à Irlanda desde a do anterior primeiro-ministro chinês Li Keqiang, em 2015. Li chegou ao país do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, onde apresentou a China como uma oportunidade de investimento, apesar da desaceleração da sua economia.

A Irlanda foi o terceiro país europeu visitado por Li desde que foi nomeado como principal responsável económico da China em Março passado. O Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros enquadrou as deslocações à Suíça e à Irlanda como o “início” de “intercâmbios de alto nível entre a China e a Europa em 2024”.

19 Jan 2024

BYD | Investimento de 13 mil ME em veículos inteligentes

A maior fabricante de veículos eléctricos do mundo, a BYD, vai investir o equivalente a cerca de 13 mil milhões de euros no desenvolvimento de carros inteligentes, informou o portal de notícias de negócios Yicai.

A notícia foi revelada esta semana pelo fundador e CEO do fabricante chinês de automóveis, Wang Chuanfu, que não referiu um prazo ou outros detalhes sobre o investimento, mas disse que, depois da electrificação, os sistemas inteligentes vão ser o próximo campo de batalha para a indústria.

Entre os 90.000 funcionários da empresa, cerca de 4.000 estão dedicados à condução inteligente, dos quais três quartos são programadores e os restantes são engenheiros de equipamento e algoritmos.

Durante um evento corporativo na terça-feira, Wang apresentou o sistema de condução inteligente da BYD, o Xuanji, que integra tecnologias relacionadas com a inteligência artificial, redes de quinta geração (5G) ou funções de painel de instrumentos inteligentes, permitindo que o veículo perceba mudanças no ambiente interior e exterior e faça ajustes em tempo real para melhorar a segurança e o conforto.

Uma das razões pelas quais as marcas chinesas estão a ganhar tracção no mercado dos eléctricos é devido ao foco em sistemas inteligentes e painéis digitais, prestando atenção a recursos como controlos de voz, reconhecimento facial, estacionamento automático e compatibilidade com telemóveis.

“A BYD, conhecida pelas suas baterias de alta qualidade, está a tentar recuperar o atraso [neste domínio] em relação a rivais nacionais como a Nio e a Xpeng. Por isso, está a investir fortemente em [sistemas] inteligentes para manter o ritmo de crescimento das vendas”, afirmou Cao Hua, parceiro da Unity Asset Management, citado pelo South China Morning Post, um jornal de Hong Kong.

No início deste mês foi anunciado que a BYD ultrapassou a Tesla como o maior vendedor mundial de carros eléctricos no quarto trimestre de 2023.

19 Jan 2024

Brasília | Ministros da China e do Brasil reúnem-se

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Mauro Vieira, estão reunidos desde ontem, em Brasília, para tratar da agenda bilateral e questões de governança global. Durante a visita serão tratados temas bilaterais, multilaterais e regionais, além da presidência brasileira do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo.

A reunião entre o ministro chinês e o brasileiro também trata de temas ligados à reforma da governança global e a cooperação bilateral em comércio, investimentos e ciência, tecnologia e inovação.

Segundo o jornal China Daily, “espera-se que a visita dê continuidade ao impulso positivo do desenvolvimento da parceria estratégica abrangente China-Brasil que foi efectivamente consolidada pela visita de estado do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, à China em Abril do ano passado.”

O Governo brasileiro também destacou, no comunicado, que 2024 marca o 50.º aniversário da fundação das relações diplomáticas entre os dois países.

“Os últimos 50 anos não só viram a China e o Brasil tornarem-se os maiores países em desenvolvimento nos hemisférios Oriental e Ocidental, respectivamente, mas também os testemunharam tornarem-se actores importantes na cena mundial”, avaliou o jornal chinês sobre o mesmo tema.

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. No ano passado, as transações com a China foram responsáveis por cerca de 52 por cento do excedente comercial total brasileiro. O Brasil e a China estabeleceram uma Parceria Estratégica em 1993, elevada a Parceria Estratégica Global em 2012.

19 Jan 2024

Pequim quer aplicar “medidas enérgicas” em disputas comerciais com o Ocidente

O ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, afirmou ontem que a China vai tomar “medidas resolutas para proteger firmemente os seus interesses” face a “sanções e retaliações despropositadas”, após meses de crescentes tensões comerciais com outras potências.

Em entrevista ao Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, Wang afirmou que a China vai “alargar o seu leque de contramedidas” e “tomar medidas legais, tais como interpor acções junto da Organização Mundial do Comércio” para “proteger os seus direitos e interesses legítimos”.

O ministro explicou ainda que Pequim vai “fazer bom uso” da Lista de Entidades Não Confiáveis, que entrou em vigor na China em 2022 e sanciona determinadas instituições.

“A China vai impulsionar o comércio de qualidade e quantidade em cinco áreas, incluindo o comércio de bens, o comércio de serviços, o comércio digital, a cooperação internacional e a segurança comercial, como parte do seu objectivo de se tornar uma potência comercial global”, disse Wang.

No entanto, o responsável também reconheceu os “desafios e riscos” que o comércio chinês enfrenta num contexto de “turbulência e transformação global”, com “factores económicos e não económicos interligados” e um “número de eventos imprevisíveis que podem aumentar”.

Entre os desafios, mencionou a “fraqueza da economia global”, o “aumento do proteccionismo e do unilateralismo”, a “concorrência para atrair investimentos”, os “conflitos geopolíticos que afetam as cadeias de abastecimento globais” e as “alterações climáticas e catástrofes naturais”.

Para enfrentar estes desafios, o ministro disse que a pasta que dirige vai aproveitar as plataformas existentes, como os mecanismos de comunicação e diálogo com os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão, para “reduzir as diferenças e alargar as áreas de cooperação”.

Mundos divergentes

Nos últimos anos, as disputas comerciais entre a China e os países ocidentais têm-se agravado. O departamento de Comércio dos Estados Unidos incluiu várias empresas chinesas na sua lista negra de exportações, acusando-as de fornecerem apoio técnico à invasão russa da Ucrânia, e a Casa Branca proibiu as empresas de capital de risco norte-americanas de investirem em três sectores-chave da economia chinesa: semicondutores, computação quântica e inteligência artificial.

Em retaliação, Pequim anunciou recentemente restrições à exportação de gálio e germânio – metais fundamentais para o fabrico de semicondutores e dos quais a China é o maior produtor – ou de grafite, argumentando em ambos os casos que estava a tomar estas decisões por razões de “segurança nacional”.

O Fundo Monetário Internacional alertou no ano passado para os danos causados à economia global pelas restrições ao comércio e ao investimento entre os EUA e a China.

19 Jan 2024

Espaço | China envia microrganismo para estudar possibilidade de vida em Marte

O programa espacial chinês deu ontem mais um passo significativo com o envio de um microrganismo terrestre para o espaço com o objectivo de explorar a possível existência de vida noutros planetas

 

A China enviou ontem para o espaço um microrganismo terrestre primitivo para estudar a sua capacidade de sobrevivência em condições semelhantes às de Marte e ajudar a resolver o mistério da possível existência de vida extraterrestre.

O microrganismo, que pertence ao grupo das arqueobactérias e se encontra em ambientes pobres em oxigénio, como os fundos marinhos, os arrozais e os estômagos dos ruminantes, foi transportado nas últimas horas pela nave de carga Tianzhou-7 para a estação espacial chinesa, onde vai ser submetido a uma experiência que o exporá a radiações cósmicas, microgravidade e temperaturas extremas.

O professor Liu Zhu, do Departamento de Ciências do Sistema Terrestre da Universidade de Tsinghua, explicou que a experiência tem como objectivo testar se este microrganismo, uma das formas de vida mais antigas da Terra e grande produtor de metano na atmosfera, pode viver num ambiente semelhante ao de Marte, noticiou ontem a televisão estatal CCTV.

De acordo com o especialista, esta experiência pode fornecer uma nova perspectiva para explorar a possível existência de vida noutros planetas, especialmente em Marte, onde a sonda norte-americana Curiosity detectou várias vezes sinais de metano de origem desconhecida.

Os cientistas especularam que este metano poderia ser o resultado do metabolismo de algum tipo de organismo extraterrestre, e que a arqueobactéria produtora de metano poderia ser uma das potenciais formas de vida em Marte ou na lua Titã de Saturno.

No entanto, as técnicas actuais não permitem a detecção de sinais de vida extraterrestre em Marte ou noutros planetas, devido ao seu elevado custo e baixa precisão. Liu propôs uma experiência de verificação inversa, ou seja, enviar o microrganismo para o espaço e testar se consegue adaptar-se e produzir metano.

“Se conseguir sobreviver e crescer num tal ambiente, então poderá provar que a vida primitiva na Terra pode existir e prosperar num ambiente extraterrestre. Isto também nos daria uma grande pista de que o metano encontrado em Marte poderia ter uma origem biológica e que essa vida poderia ser homóloga à vida na Terra”, disse.

Última sobrevivente

A estação espacial de Tiangong, que vai funcionar durante cerca de dez anos, tornar-se-á provavelmente a única estação espacial do mundo a partir de 2024, se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está impedida de aceder devido aos laços militares do seu programa espacial, for retirada, como previsto, este ano.

A China investiu fortemente no seu programa espacial e alcançou êxitos como a aterragem da sonda Chang’e 4 no lado mais distante da Lua – a primeira vez que tal foi conseguido – e a colocação de uma sonda em Marte, tornando-se o terceiro país a fazê-lo, depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética.

19 Jan 2024

Revista de Cultura | Henrique de Senna Fernandes em destaque

A mais recente edição da Revista de Cultura, uma publicação académica editada pelo Instituto Cultural (IC), dedica-se à obra e vida do escritor macaense Henrique de Senna Fernandes, tendo em conta que no ano passado se celebrou o centenário do nascimento do escritor, falecido em 2010. Segundo um comunicado do IC, o número 73 da revista fala daquele que é considerado um dos maiores escritores macaenses, autor de romances e contos, nomeadamente “Amor e Dedinhos de Pé” e “A Trança Feiticeira”. Estas obras foram adaptadas para cinema nos anos 90 pelos realizadores Luís Filipe Rocha e Cai Yuan Yuan, respectivamente.

No entanto, Henrique de Senna Fernandes foi também docente e advogado, tendo deixado a sua marca pessoal na comunidade macaense. Este número da Revista de Cultura contou com a colaboração do filho do escritor, o advogado Miguel de Senna Fernandes, sendo uma publicação que “contribui para a preservação deste importante legado literário que reflecte, genuinamente, a história de Macau”.

A publicação conta com a participação de vários autores que escreveram 11 artigos dedicados ao escritor macaense, traçando-se “um percurso pelo género literário, produção estética, perspectiva sociológica, a representação feminina na sua literatura e pela adaptação cinematográfica da obra deste famoso escritor de Macau”.

19 Jan 2024

DST | Esperada entrada de 33 milhões de turistas

Até ao final do ano, o território deverá receber cerca de 33 milhões de turistas, de acordo com as previsões da Direcção dos Serviços de Turismo. A estimativa foi apresentada ontem por Maria Helena de Senna Fernandes, directora dos serviços, à margem da conferência de imprensa para apresentar a parada de celebração do Ano Novo Lunar, de acordo com o jornal Ou Mun.

Segundo a responsável, no ano passado o número foi de 28 milhões de turistas, o que representa uma recuperação para 72 por cento face a 2019, o último ano antes da pandemia. Porém, como nos primeiros dias do ano corrente a média diária de turistas tem rondado os 80 mil visitantes, e ficado acima de 100 mil visitantes diários ao fim-de-semana, a responsável acredita que se pode chegar à fasquia dos 33 milhões de turistas.

Com a recuperação do mercado do turismo em curso, Maria Helena de Senna Fernandes reconhece que é necessária uma nova abordagem, com o objectivo de atrair um turismo com maior qualidade, que passa pela vontade de atrair mais turistas internacionais. Neste sentido, o Governo vai financiar parte dos bilhetes dos turistas, ao pagar às companhias aéreas.

Além disso, até Junho, a DST vai organizar eventos para promover o território junto de países do sudeste asiático, como na Tailândia ou Malásia. Ao mesmo tempo, vai haver uma maior aposta da promoção em Hong Kong, cidade através do qual chegam vários visitantes internacionais a Macau. Finalmente, na segunda metade do ano a aposta para a promoção voltar a ser o Interior.

19 Jan 2024

Ano Novo Lunar | Marcha da Madragoa vai participar na parada

A parada de Ano Novo Lunar vai realizar-se pela primeira vez desde 2020 com o orçamento a crescer mais de 30 por cento, para assinalar o 25.º aniversário da transferência de soberania

 

A Marcha da Madragoa vai participar na parada do Ano Novo Lunar em Macau, em 12 e 17 de Fevereiro, que terá grupos estrangeiros pela primeira vez desde 2019, anunciaram ontem as autoridades.

A directora dos Serviços de Turismo (DST) da cidade, Maria Helena de Senna Fernandes, afirmou que a participação do grupo português foi sugerida pela organização das Marchas Populares de Lisboa. “Há muitos anos tivemos uma cooperação com as Marchas de Lisboa”, disse a responsável, em conferência de imprensa, lembrando que a parada do Ano Novo Lunar de Macau contou com grupos da capital portuguesa em 2014, 2015 e 2020.

A directora da DST, que integrou uma delegação do território que visitou Portugal em Abril do ano passado, afirmou que a ligação com as Marchas de Lisboa foi reatada durante uma campanha turística realizada na capital portuguesa. “Mais de 60 membros” da Marcha da Madragoa vão viajar para actuar em Macau, sublinhou Senna Fernandes, que expressou “grande satisfação” com o regresso de grupos portugueses.

A parada, no terceiro dia do Ano Novo do Dragão, vai incluir a actuação de 30 grupos convidados, entre formações locais, da vizinha Hong Kong, Interior e de países como Alemanha, Indonésia, Coreia do Sul e França. O grupo Marcha da Madragoa ficou em sétimo lugar e conquistou o prémio de Melhor Figurino na 89.ª edição das Marchas Populares de Lisboa.

14 carros alegóricos

Além da Marcha da Madragoa, a parada vai incluir 15 carros alegóricos e espectáculos de grupos locais de matriz lusófona, como a Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’ e pela Casa de Portugal em Macau. Os espectáculos vão decorrer num palco na praça do Lago Vai San e a parada vai terminar na Doca dos Pescadores. No início, e ao longo do percurso, haverá bancadas com lugar para mais de 2.500 espectadores.

A parada conta com um orçamento de pelo menos 37 milhões de patacas, disse a directora da DST, ou mais 30,7 por cento do que na última edição, a de 2020, antes do início da pandemia da covid-19. Senna Fernandes sublinhou que, além da chegada do Ano Novo do Dragão, a parada vai assinalar o arranque das celebrações dos 25 anos da transferência da administração de Macau, de Portugal para a China, a 20 de Dezembro de 1999.

A dirigente disse ainda à imprensa local que a DST vai participar na Bolsa de Turismo de Lisboa, entre 28 de Fevereiro e 3 de Março, numa tentativa de atrair mais visitantes internacionais. Senna Fernandes afirmou estar a trabalhar para lançar, em conjunto com companhias aéreas e agências de viagens, uma campanha que vai subsidiar pacotes para turistas estrangeiros que incluem bilhetes de avião, alojamento hoteleiro e bilhetes para espectáculos.

19 Jan 2024

Tabaco | Mais de três mil infracções em 2023

O Gabinete para a Prevenção e o Controlo do Tabagismo e do Alcoolismo dos Serviços de Saúde de Macau (SSM) detectou, no ano passado, um total de 3.147 infracções à lei do tabaco, tendo sido realizadas 285.339 inspecções a estabelecimentos, o que perfaz uma média de 781 inspecções por dia.

Das infracções, 3.101 casos dizem respeito a pessoas que estavam a fumar em locais proibidos, enquanto 18 casos referem-se à venda de produtos de tabaco em que os requisitos de rotulagem não estavam em conformidade. Já 24 casos, têm que ver com o transporte de cigarros electrónicos nas entradas e saídas de Macau.

Os restaurantes lideram os espaços com mais infracções, 558 casos, ou seja, 17,7 por cento, seguindo-se o Aeroporto Internacional de Macau com 322 casos, representando 10,2 por cento. Por sua vez, os casinos surgem em terceiro lugar com 261 casos, 8,3 por cento. No ano passado tanto os SSM como a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos realizaram 540 inspecções aos casinos.

No que diz respeito ao consumo de álcool, foram detectados dois casos de violação da lei entre 5 de Novembro e 31 de Dezembro. Foram ainda dadas 1.156 indicações ou advertências em prol da melhoria do cumprimento da lei a 760 estabelecimentos.

19 Jan 2024

Hengqin | Ho Iat Seng recomenda estudo das opiniões das autoridades centrais

O Chefe do Executivo espera que o Conselho para o Desenvolvimento Económico contribua para a promoção da economia, através do estudo das opiniões emitidas pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e pelo Ministério do Comércio para reduzir as restrições de acesso à Zona de Cooperação Aprofundada. A recomendação de Ho Iat Seng para os vogais foi deixada ontem, no primeiro encontro do ano da comissão.

Segundo o Chefe do Executivo, as opiniões das autoridades centrais “contemplam uma série de políticas abertas e inovadoras assentes no desenvolvimento integrado entre Macau e Hengqin” e são encaradas como “particularmente importantes para a promoção do desenvolvimento da diversificação” da economia da RAEM.

Ho explicou também aos membros do conselho que as opiniões permitiram definir os “limiares de acesso a indústrias e actividades económicas, em termos de requisitos de acesso ao mercado” à Ilha da Montanha, mas também a nível das “sinergias industriais” e de “integração da vida das pessoas”.

No mesmo encontro, Ho pretende que “todos os sectores sociais” “estudem seriamente e compreendam” as opiniões, porque estas “estão relacionadas com o desenvolvimento a longo prazo de Macau em vários domínios”.

Por outro lado, o líder da RAEM também garantiu que “está a tomar a iniciativa de esclarecer as políticas e de realizar debates específicos” para vários sectores e recolher opiniões e sugestões de várias indústrias, para aproveitar “esta nova e importante oportunidade de desenvolvimento”.

19 Jan 2024

Macau Pass | AMCM alerta para eventuais burlas

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) emitiu ontem um alerta para o público tendo em conta o aviso da Macau Pass SA sobre pedidos de falsas informações que estão a ser feitos em nome da empresa. A ideia é que os residentes não transmitam dados a burlões que se fazem passar por funcionários de bancos para “evitar situações de burla e prejuízos inesperados”, aponta a nota da AMCM.

“A AMCM alerta o público para as situações em que se verifique o pedido de fornecimento de informações pessoais, informações ou palavras-passe de cartões e contas bancárias através de links suspeitos de pertencerem a falsas instituições financeiras”, lê-se ainda no mesmo comunicado, apelando-se ao contacto imediato com as autoridades policiais. No comunicado da Macau Pass, emitido esta quarta-feira, refere-se que estão a ser enviados emails com links de phishing em nome da empresa, ou com falsos números da plataforma MPay, a pedir o envio de informações pessoais e financeiras.

O falso número de MPay envia uma mensagem com um falso link remetendo para uma alegada expiração dos pontos de bónus do cartão da Macau Pass. Ocorrem ainda casos de contactos a potenciais vítimas através de uma falsa conta de Facebook da Macau Pass.

19 Jan 2024

Seul | Líder da oposição volta ao trabalho 15 dias após ser esfaqueado

O líder da oposição sul-coreana, Lee Jae-myung, regressou ontem ao trabalho, 15 dias após ter sido esfaqueado no pescoço e ter feito uma cirurgia para reconstruir a veia jugular, informou a agência de notícias Yonhap. “Penso que o que vivi é trivial em comparação com a dor que as pessoas em todo o mundo sentem devido a dificuldades reais”, disse Lee, em declarações divulgadas pela agência sul-coreana, pouco antes de entrar na Assembleia Nacional (parlamento) do país.

Lee, de 60 anos, líder do Partido Democrático, de orientação liberal, deixou um agradecimento à polícia, aos trabalhadores de emergência e ao pessoal médico que intervieram quando foi atacado a 02 de Janeiro. “Farei tudo o que estiver ao meu alcance para cumprir as responsabilidades que me foram atribuídas. Consegui regressar ao trabalho graças a todas as pessoas que me ajudaram. Muito obrigado”, acrescentou.

No dia do ataque, um homem de 67 anos, de apelido Kim, feriu Lee durante um evento em Busan, cidade a 350 quilómetros a sudeste de Seul, atingindo-o com uma faca no lado esquerdo do pescoço. Lee foi inicialmente atendido de urgência em Busan e posteriormente transportado de helicóptero para Seul, onde foi submetido a uma cirurgia para reconstruir a veia jugular.

Kim, que possui uma empresa imobiliária em Asan, a 80 quilómetros a sul de Seul, foi detido no local e admitiu à polícia ter atacado o político com intenção de matar. A polícia disse que o homem afirmou estar ressentido com a classe política sul-coreana.

18 Jan 2024

Mar Vermelho | Transportadoras japonesas evitam rota

Três das principais transportadoras marítimas do Japão confirmaram ontem à agência de notícias AFP que suspenderam o trânsito de todas as suas cargas através do Mar Vermelho, devido ao forte aumento das tensões nesta região.

A Nippon Yusen tomou esta decisão para “garantir a segurança das tripulações”, explicou à AFP um porta-voz do grupo. As companhias marítimas Mitsui OSK Lines e Kawasaki Kisen também confirmaram a decisão de evitar completamente a área.

Desde Novembro passado, os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão e que controlam grande parte do Iémen, aumentaram os ataques no Mar Vermelho contra navios que suspeitam estarem ligados a Israel. Os Huthis afirmam que estão a atacar em solidariedade aos palestinianos, que estão a sofrer com a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza desde 07 de Outubro.

As tensões no Mar Vermelho, uma estreita passagem marítima pela qual passa cerca de 12 por cento do comércio mundial, aumentaram ainda mais desde o final da semana passada com os ataques do Reino Unido e dos Estados Unidos contra os Huthis no Iémen, que responderam rapidamente às acções dos dois países ocidentais.

No último incidente, um navio grego com bandeira maltesa que transportava cereais foi atingido na terça-feira por um míssil lançado pelos Huthi na costa do Iémen, sem causar feridos, segundo uma fonte do Ministério da Marinha da Grécia.

18 Jan 2024

População chinesa diminui pelo segundo ano consecutivo

Com o número de nascimentos a diminuir, e a subida da taxa de mortalidade, após o fim da pandemia de covid-19, a população chinesa entra pelo segundo ano consecutivo numa rota descendente

 

A população chinesa diminuiu em dois milhões de pessoas em 2023, a segunda queda anual consecutiva, face à descida dos nascimentos e aumento das mortes, após o fim da estratégia ‘zero casos’ de covid-19, foi ontem anunciado. O número marca, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatística (GNE), o segundo ano consecutivo de contracção, depois de a população ter caído 850.000 em 2022, quando se deu o primeiro declínio desde 1961.

A China terminou 2023 com 1.409,67 milhões de habitantes, contra 1.411,75 milhões no final do ano anterior. A diminuição de 2,08 milhões de pessoas representa uma queda homóloga de 0,14 por cento e confirma a tendência demográfica negativa que começou em 2022 e para a qual as autoridades chinesas têm vindo a alertar há anos.

O país asiático registou 9,02 milhões de nascimentos no ano passado, em contraste com os 9,5 milhões registados em 2022 e apesar dos esforços das autoridades nacionais e locais para aumentar a taxa de natalidade.

Especialistas chineses previram em Novembro passado que o número de nascimentos na China continuaria a diminuir em 2023 pelo sétimo ano consecutivo, devido a uma queda no número de casamentos nos últimos anos e a um atraso na idade de casamento entre os jovens chineses.

Segundo dados oficiais, o número de homens ultrapassou o de mulheres, com um rácio de 104,49 homens por cada 100 mulheres: o número de homens situou-se em 720,3 milhões, enquanto o número de mulheres foi de 689,4 milhões. Os dados reflectem também um aumento do número de mortes, que passou de 10,41 milhões para 11,1 milhões.

Esforços em vão

Desde que abandonou a política do filho único, a China tem procurado encorajar as famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com pouco sucesso.

O maior custo de vida com a saúde e educação das crianças e uma mudança nas atitudes culturais que privilegia famílias menores estão entre os motivos citados para o declínio nos nascimentos. Durante o 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, em 2022, o partido no poder sublinhou que o país precisa de um sistema que “aumente as taxas de natalidade e reduza os custos da gravidez, do parto, da escolaridade e da educação dos filhos”.

Lin Caiyi, vice-presidente do Instituto de Investigação do Fórum de Economistas da China, alertou para o facto de uma população cada vez menor significar uma força de trabalho cada vez menor, o que “trará inevitavelmente um crescimento económico mais lento”.

O especialista, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, disse que a pressão sobre as despesas da segurança social “aumenta de ano para ano à medida que a população envelhece”.

Peng Xizhe, professor do Centro de Estudos sobre População e Política de Desenvolvimento da Universidade de Fudan, previu que a população da China “vai continuar a diminuir” nos próximos anos. Estima-se que, em 2035, haverá 400 milhões de pessoas com mais de 60 anos na China, o que representa mais de 30 por cento da população chinesa. Segundo projecções da ONU, a Índia ultrapassou a China no ano passado como o país mais populoso do mundo.

18 Jan 2024

China | Economia acelera e cresce 5,2 por cento em 2023

A economia chinesa acelerou no trimestre Outubro-Dezembro e fixou a taxa anual de crescimento em 5,2 por cento, correspondendo ao objectivo estabelecido pelo Governo chinês, segundo dados oficiais ontem divulgados. A aceleração reflecte também o efeito base de comparação face à paralisia da actividade económica no ano anterior, suscitada pela política de ‘zero casos’ de covid-19.

O PIB da China cresceu 3 por cento em 2022, uma das taxas mais baixas dos últimos 40 anos. No quarto trimestre do ano passado, a economia chinesa também cresceu 5,2 por cento, em comparação com o período homólogo. Numa base trimestral, a economia cresceu 1 por cento no quarto trimestre, abrandando em relação à expansão de 1,3 por cento registada entre Julho e Setembro.

Os funcionários do Gabinete Nacional de Estatística da China afirmaram que as medidas, incluindo “o reforço da regulação macroeconómica e os esforços redobrados para expandir a procura interna, optimizar a estrutura, aumentar a confiança e prevenir e neutralizar os riscos”, ajudaram a melhorar a dinâmica da recuperação, da oferta e da procura.

A produção industrial, que mede a actividade nos sectores indústria transformadora, minas e serviços públicos, aumentou 4,6 por cento, em 2023, em comparação com o ano anterior, enquanto as vendas a retalho de bens de consumo cresceram 7,2 por cento.

O investimento em activos fixos – despesas com equipamento industrial, construção e outros projectos de infra-estruturas para impulsionar o crescimento – subiu 3 por cento, em termos anuais, em 2023.

No entanto, os indicadores apontam para uma recuperação desigual na China. Os dados comerciais de Dezembro, divulgados no início deste mês, revelaram um ligeiro crescimento das exportações pelo segundo mês consecutivo, bem como um ligeiro aumento das importações. No entanto, os preços ao consumidor caíram pelo terceiro mês consecutivo, sinalizando a persistência de pressões deflacionistas.

Sem problemas

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, afirmou no Fórum Económico Mundial em Davos (Suíça), na terça-feira, que a China alcançou o seu objectivo económico sem recorrer a “estímulos maciços”. Li Qiang afirmou que o país tem “fundamentos bons e sólidos no seu desenvolvimento a longo prazo” e que, apesar de alguns contratempos, a tendência positiva da economia mantém-se.

O abrandamento reflecte também os esforços de Pequim para desalavancar a economia, visando reduzir riscos financeiros e construir um modelo assente na produção de bens com valor acrescentado e alocação eficiente de recursos.

18 Jan 2024

Natalidade | Membro dos Kaifong criticado por desconhecimento da realidade

Andy Loi Man Keong, subdirector do Centro de Política de Sabedoria Colectiva, ligado à União Geral das Associações de Moradores de Macau (Kaifong), foi criticado por um ouvinte do programa matinal Fórum Macau, transmitido no canal chinês da Rádio Macau, por não saber os custos reais de ter um filho no território. O ouvinte, de apelido Chan, ligou para o programa questionando se Andy conhece de facto os preços do leite em pó para bebés ou outros produtos, acusando-se de desconhecer a realidade.

No programa, Andy Loi disse que ter um filho em Macau custa menos a uma família em comparação com Hong Kong e o Interior da China, afirmando que “o pensamento dos nossos jovens está mais virado para o divertimento e menor responsabilidade em ter filhos”.

Andy Loi disse ainda que a actual licença de maternidade de 70 dias, no sector privado, é suficiente, não sendo necessário um ajustamento aos 90 dias gozados pelas funcionárias públicas. “A economia orienta-se pelo mercado, e em termos gerais esta política beneficia as mulheres, mas é preciso pensar que estas medidas também se tornam numa concorrência para elas relativamente ao trabalho e empregadores”, defendeu o representante dos Kaifong.

18 Jan 2024

Burla | Falsas autoridades sacam um milhão

A Polícia Judiciária (PJ) recebeu duas denúncias relativas a dois casos de burla no valor de um milhão de patacas levadas a cabo por pessoas que se fizeram passar por falsos agentes. Segundo o jornal Ou Mun, a primeira vítima de burla é de meia idade e contou ter recebido uma chamada telefónica no dia 7 de um homem que disse pertencer ao departamento de imigração de Macau.

O falso responsável afirmou que o número da vítima estava envolvido em esquemas de burlas do interior da China e que precisava de colaborar com a investigação, tendo de pagar para isso. Desta forma, a vítima transferiu, no dia 12, 540 mil dólares de Hong Kong para verificação de dados, tendo sido pedida a transferência, três dias depois, de uma caução de dois milhões de dólares de Hong Kong. Foi aí que a vítima percebeu a burla e denunciou a situação à PJ.

O segundo caso diz respeito a um estudante do interior da China que recebeu uma falsa chamada de um funcionário do Gabinete de Ligação do Governo Central, afirmando que o aluno estava a ser acusado de cometer crimes na China e estaria a ser procurado pelas autoridades.

O jovem falou com um falso agente policial que lhe disse ser necessário transferir 800 mil renminbis para verificação de dados. Uma vez que o cartão bancário do jovem tinha um limite máximo de transferências, este transferiu apenas 500 mil renminbis, tendo sido informado pelas verdadeiras autoridades de que a sua transferência era suspeita. Foi aí que o estudante percebeu que tinha sido burlado.

18 Jan 2024

DSEC | Vong Sin Man tomou posse como director

Vong Sin Man e Lai Ka Chon tomaram ontem posse como director e vice-director da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), numa cerimónia presidida por Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças.

Durante o seu discurso, Lei Wai Nong indicou que os nomeados têm “uma vasta experiência de trabalho e capacidade profissional” e deixou como tarefas a união do pessoal da DSEC, o cumprimento das políticas das linhas de acção governativa e a realização de esforços para o desenvolvimento sustentável da RAEM.

Por outro lado, o secretário deixou o aviso de que a “DSEC, como serviço responsável pela produção estatística, necessita de se adaptar à tendência de desenvolvimento socioeconómico, adoptando métodos científicos e objectivos avançados para optimizar continuamente os serviços estatísticos e realizar devidamente as acções de divulgação e promoção”.

Por sua vez, Vong Sin Man “agradeceu a confiança” e prometeu “empenhar-se no desempenho das funções da direcção e colaborar estreitamente com a equipa dos serviços, no sentido de promover trabalhos estatísticos ainda mais precisos, oportunos e aplicáveis”. Vong definiu também como prioridade elaborar “indicadores complementares, em articulação com o Plano de Desenvolvimento da Diversificação Adequada da Economia”.

Vong Sin Man foi vogal executivo do Conselho de Administração do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, membro do Conselho de Administração da Autoridade Monetária de Macau, técnico agregado e assessor do Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, e chefe da Divisão de Promoção e Difusão de Informação da DSEC.

18 Jan 2024

Jockey Club | Cavalos podem ter de ficar até 2025

O Governo pode ser obrigado a disponibilizar as instalações do Macau Jockey Club à Companhia de Corridas de Cavalos de Macau além 31 de Março do próximo ano, data limite para a empresa se desfazer de todos os cavalos. A informação consta de parte do contrato de rescisão assinado entre o Governo e a empresa, que foi publicada ontem no Boletim Oficial.

Segundo uma das cláusulas, “se os cavalos não puderem ser transportados para fora de Macau,” e o Governo “aceitar a justificação apresentada”, então tem de “permitir” que a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau continue a utilizar as instalações, sem a aplicação de qualquer multa.

No caso da companhia não se conseguir desfazer dos cavalos até 31 de Março do próximo ano, tem de pagar uma multa de 1.000 patacas por dia e por cada cavalo. Na segunda-feira, encontravam-se no Jockey Club 289 cavalos, de acordo com os dados fornecidos durante a conferência de imprensa do Governo sobre este assunto.

Segundo o mesmo contrato, o Governo tem de disponibilizar para a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau as instalações necessárias para assegurar que os cavalos podem ser transportados para o exterior. Contudo, os custos com a disponibilização das instalações têm de ser assumidos pela Companhia de Corridas de Cavalos de Macau.

18 Jan 2024

Activos Públicos | Sónia Chan na Direcção de Supervisão e Gestão

Sónia Chan, antiga secretária para a Administração e Justiça, vai a ser a primeira directora da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos, a partir do próximo mês.

A nomeação do Chefe do Executivo foi publicada ontem no Boletim Oficial e prende-se com o facto de o actual Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos ir ser transformado em direcção de serviço, uma alteração que entra em vigor a partir do próximo mês.

Como consequência, a actual coordenadora acompanha a mudança e vai dirigir a direcção de serviço. O mesmo acontece com Lio Chi Hon, actual coordenador-adjunto que foi nomeado como subdirector, também a partir do próximo mês.

18 Jan 2024

Fundador do grupo Fosun diz que dias de crescimento desenfreado da China acabaram

O presidente do grupo Fosun, Guo Guangchang, que detém várias empresas em Portugal, disse ontem que os “dias de crescimento desenfreado [da China] já lá vão”, apontando para altos níveis de endividamento no sector privado.

“A recuperação económica, no ano passado, não foi tão rápida como se esperava. As empresas privadas ainda enfrentam enorme pressão”, descreveu Guo, fundador do Fosun Group, que detém em Portugal a seguradora Fidelidade, uma participação de quase 30 por cento no banco Millennium BCP e mais de 5 por cento da REN – Redes Energéticas Nacionais.

O Governo chinês deve publicar esta quarta-feira os dados relativos ao crescimento económico no ano passado. Os analistas esperam uma taxa de 5,2 por cento (ver página 10). Embora o valor exceda ligeiramente o objectivo oficial de 5 por cento, os economistas afirmam que 2024 será um ano mais difícil, prevendo que o crescimento abrandará para 4,6 por cento.

Guo Guangchang, de 56 anos, tem um património líquido calculado pela Forbes em 4 mil milhões de dólares, cerca de metade do valor que tinha há cinco anos, como resultado de uma queda no preço dos activos na China, incluindo acções e imobiliário.

“No entanto, o pior já passou. Só aqueles que conseguirem sobreviver vão poder colher mais oportunidades”, argumentou, durante uma reunião anual da Câmara de Comércio de Zhejiang, em Xangai.

O investimento privado caiu 0,5 por cento na China, em termos homólogos, nos primeiros 11 meses do ano passado. Uma crise de liquidez no sector imobiliário, que concentra cerca de 70 por cento da riqueza das famílias chinesas, segundo diferentes estimativas, afectou a confiança dos consumidores e pesou sobre a economia.

Guo atribuiu as dificuldades sofridas por muitas empresas privadas a estratégias baseadas em altos níveis de endividamento e acumulação de grandes volumes de activos. Este modelo é particularmente vulnerável numa altura em que Pequim tenta desalavancar a economia, visando reduzir riscos financeiros e construir um modelo assente na produção de bens com valor acrescentado e alocação eficiente de recursos.

Época de vendas

Nos últimos anos, o grupo Fosun acelerou a venda de activos para reforçar a liquidez e apostar em sectores estratégicos, incluindo a biociência, produtos farmacêuticos e o turismo, numa altura de pressão no mercado obrigacionista.

O conglomerado soma uma dívida de 40 mil milhões de dólares, mas a emissão de títulos tornou-se mais cara, após várias empresas chinesas terem entrado em incumprimento, incluindo a Evergrande, a segunda maior construtora da China.

Entre os activos vendidos nos últimos anos pela Fosun constam uma posição no valor de 500 milhões de euros na Tsingtao Brewery, a principal marca de cervejas da China, 5 por cento do grupo chinês Taihe Technology, no valor de 43 milhões de euros, ou 6 por cento do capital da empresa Zhongshan, por 100 milhões de euros.

No ano passado, o grupo vendeu também uma participação de 60 por cento na Nanjing Iron and Steel, depois de a ter detido durante 20 anos. “Os dias de crescimento desenfreado já lá vão. A rentabilidade no futuro só pode ser extraída a partir de indústrias com alto valor agregado, tecnologia e boa gestão”, afirmou Guo.

Guo também encorajou mais empresas chinesas a expandirem-se além-fronteiras. “Quando se consegue sobreviver no mercado doméstico, ferozmente competitivo, é provável que se consiga prosperar em quase todo o lado”, acrescentou.

17 Jan 2024

Sobre o fim das corridas de cavalos em Macau

Jorge Godinho*

A indústria do jogo é rica e diversificada e, sobretudo, muito dinâmica. Alguns jogos crescem e atraem muita procura, como o bacará ou as apostas desportivas. Outras tipologias de jogo, pelo contrário, perdem terreno e vão sendo aos poucos abandonadas pelo público apostador. É o caso, olhando para a realidade de Macau, das apostas em corridas de cavalos, ou, olhando para Portugal, do totobola ou do bingo. As preferências e modas mudam, as várias gerações têm diferentes prioridades, a tecnologia evolui e potencia novos formatos de jogo. Deste modo, mudam os interesses dos jogadores; e o comportamento dos jogadores nunca é totalmente previsível.

Falamos muito dos jogos que têm grande sucesso e pouco dos que vão perdendo popularidade, procura e receita. Coloca-se aqui uma questão de fundo: quando uma tipologia de jogo começa a ter cada vez menos procura, o que deve o regulador fazer? Deve fechar ou deve tentar “salvar” a operação?

Por vezes tenta-se “salvar” uma certa tipologia de jogo moribunda através da atribuição à empresa que a explora de mais ou novas espécies de jogo, como slot machines. Nos Estados Unidos fala-se a este propósito de “racinos” (horse racing+casino), ou seja, operações de corridas de cavalos onde também existem máquinas de jogo para ajudar a financiar a operação e de a tornar sustentável.

Esta opção foi adoptada em Macau perante o falhanço financeiro das lotarias instantâneas (as chamadas “raspadinhas”), que nunca se implantaram, e existem hoje apenas de forma puramente nominal. A exploração começou em Dezembro de 1984, mas nunca teve grande sucesso. Como forma de “salvar” a operação, a concessionária respectiva foi autorizada em 1998 a operar igualmente apostas desportivas à cota. As lotarias instantâneas continuam a existir, mas têm uma receita bruta mínima, muito próxima do zero. A ligação com as apostas desportivas parece ser a única explicação para sua continuidade. Com efeito, perante a ausência de procura, o que se fez em 1998, ainda durante a administração portuguesa, foi atribuir à concessionária da exploração das lotarias instantâneas o direito de operar uma nova e completamente diferente tipologia de jogo: as apostas desportivas (que foram denominadas de “lotarias desportivas”). Esta forma de “salvar” um segmento da indústria do jogo não nos parece correcta. Desde logo porque na prática não é uma “salvação”, mas sim uma transformação.

Na verdade, o regulador acaba quase sempre por andar a correr atrás do mercado e não há muito que possa fazer. Se não existe uma procura sustentada, nomeadamente porque uma tipologia de jogo passou de moda ou perdeu o interesse do público, ou só é procurada por uma população envelhecida que joga cada vez menos, é difícil ou impossível ressuscitar uma procura que não existe.

Em Portugal, em relação ao totobola (que está moribundo e irremediavelmente ferido de morte) não se coloca a necessidade de o “salvar” visto que gravita no universo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que oferece uma vasta gama de tipologias de jogo. Nomeadamente, foi recentemente lançada pela Santa Casa uma nova lotaria transnacional denominada «EuroDreams».

Este problema ocorre hoje nos bingos em Portugal, que sucessivos Governos tentam sem sucesso “salvar” da extinção. Perante a cada vez mais reduzida procura desta tipologia de jogo, os operadores dos bingos oferecem uma solução: segundo notícias vindas a público, pretendem operar “bingo electrónico” ou mesmo apostas desportivas; passando assim, na prática, a operar tipologias de jogo muito diversas. Na nossa opinião, tal não deve acontecer.

Quando a procura não existe ou é insuficiente, e a operação de uma certa tipologia de jogo não é sustentável, só resta encarar a realidade de frente e encerrar a actividade. Assim, cabe reconhecer que a decisão do Governo de Macau, anunciada em 15 de Janeiro de 2024, de rescindir o contrato de concessão das apostas em corridas de cavalos, era a única possível.

* Professor de direito do jogo

jg.macau@gmail.com

17 Jan 2024

Seul vai retaliar “cem vezes mais” em caso de ataque de Pyongyang

O Presidente sul-coreano advertiu ontem Pyongyang que vai retaliar “cem vezes mais” em caso de ataque, num discurso em resposta ao líder norte-coreano que pediu que se qualifique o Sul como inimigo do país na Constituição. “Se a Coreia do Norte nos provocar, retaliaremos cem vezes mais”, disse Yoon Suk-yeol, durante uma reunião com o executivo em Seul, de acordo com o gabinete presidencial.

Algumas horas antes, os meios de comunicação norte-coreanos fizeram eco de um discurso do dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, numa sessão parlamentar de segunda-feira, em que defendeu uma revisão da Constituição para definir a Coreia do Sul como “país hostil número um”. Kim realçou ainda a necessidade de “ocupar, reprimir e reclamar” território sul-coreano em caso de guerra.

Entretanto, o dirigente da Coreia do Norte disse ontem de manhã que a mínima violação de território norte-coreano é uma “provocação de guerra”. “Se a República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul] violar 0,001 mm do nosso território, espaço aéreo ou mar, será considerado uma provocação de guerra”, disse Kim.

Tensão contínua

O discurso do líder norte-coreano não é apenas uma nova demonstração de hostilidade que o regime tem vindo a intensificar nas últimas semanas. É, na opinião de especialistas citados pela agência de notícias EFE, mais um marco na mudança estratégica e diplomática que Pyongyang parece ter adoptado desde o fracasso, em 2019, das negociações para a desnuclearização da península com os Estados Unidos.

Desde então, o regime tem modernizado o exército e rejeitado ofertas de diálogo, aproximando-se de Pequim e Moscovo. Por outro lado, Seul e Washington têm reforçado os mecanismos de dissuasão e cooperação militar, o que levou a península a novos níveis históricos de tensão.

17 Jan 2024