Macaense assume-se hoje como fruto de mistura e não “como um português”

A antropóloga Marisa Gaspar defende que o macaense se assume hoje como fruto de uma mistura étnica e “não como um português”, como antes da transição de Macau, e que Pequim tem dado sinais de valorizar a comunidade.

“O que acontece depois da transição de Macau para a China [em 1999] é que os macaenses começam a assumir-se como tal, não como um português, como acontecia antes, ainda que português de Macau, que não é igual ao português de Portugal, mas começam a assumir este modelo de crioulidade, de mistura étnica”, nota a académica do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, que se encontra no território a fazer trabalho de investigação.

A estudar a comunidade há mais de uma década, Marisa Gaspar assume em entrevista à Lusa a dificuldade em caracterizar em poucas palavras esta comunidade euro-asiática, composta sobretudo por luso-descendentes com raízes em Macau. Fala, sim, de uma definição “tão fluida e tão maleável”.

A antropóloga começa por dizer que “é muito mais do que o binómio entre português e chinês”, como várias vezes tem sido descrita, tratando-se de “uma mistura rica de muitas pessoas, ao longo dos séculos”.

“Inicialmente, as famílias chegaram a Macau quando Macau foi estabelecido, sendo famílias que já vinham de Goa, de Malaca, de entrepostos comerciais, e que quando chegaram, estes mercadores traziam as próprias famílias, já elas misturadas”, refere, indicando que esta é a teoria que se admite ser a mais correcta.

Autora da obra “No tempo do bambu: Identidade e ambivalência entre macaenses” (2015), adaptação para livro da tese de doutoramento, em que explora como mudanças pós-transição se reproduziram em termos de alterações identitárias, Marisa Gaspar deixou no título pistas para representar a comunidade. O bambu é “algo que é flexível, que se pode vergar, erguer, que se adapta”, considera.

E mais: “Uma identidade fluida, pouco definida, pouco clara, que se pode adaptar da forma como se quer e que dá mais vantagens em determinado momento. E eu falo disso como uma estratégia (…) mas num sentido positivo, não como algo depreciativo. Tens essas características e podes ir-te movendo nestes mundos”, salienta.

Laboratório social

Vantagens para uma comunidade que vive a actualidade de um “quase laboratório social”, como a antropóloga classifica Macau, que, após um período de três anos fechada ao mundo devido à covid-19, testa “novas políticas públicas”.

Estas políticas, para áreas como o turismo e o património, com vista a diversificar a economia do território, fortemente dependente do sector do jogo, são temas que a especialista está a trabalhar para o pós-doutoramento, em que aborda igualmente o turismo gastronómico.

Macau foi classificada em 2017 cidade criativa em gastronomia pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), e, quatro anos mais tarde, a cozinha macaense entrou, em conjunto com o teatro em patuá (crioulo de Macau), para a lista do património cultural intangível da China.

“É um marco a China reconhecer um património que de facto é estrangeiro e tem uma base portuguesa clara como um património nacional seu. E isto acho que também é demonstrativo de que quer integrar a comunidade macaense como uma comunidade da China”, refere.

29 Jan 2024

Desemprego | Nível estabilizado em 2,3 por cento

Entre Outubro e Dezembro do ano passado, a taxa de desemprego (2,3 por cento), a taxa de desemprego dos residentes (2,9 por cento) e a taxa de subemprego (1,4 por cento) mantiveram-se “idênticas” às taxas registas no período entre Setembro a Novembro. Os dados foram revelados na sexta-feira pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

No período entre Outubro e Dezembro a população activa totalizou 379.700 pessoas e a taxa de actividade foi de 68 por cento. A população empregada fixou-se em 371.100 pessoas e o número de residentes empregados correspondeu a 286.100 pessoas, menos 900 e 1.700, respectivamente, em comparação com o período precedente.

A população desempregada era composta por 8.600 pessoas, e entre os desempregados à procura de novo emprego, a maioria tinha tido anteriormente empregos ligados ao jogo, além de posições em hotéis, restaurantes ou comércio a retalho.

O número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 12,2 por cento do total da população desempregada, tendo baixado 2,1 pontos percentuais, face ao período precedente. A população subempregada fixou-se em 5.200 pessoas, menos 200, em relação ao período anterior. A maior parte da população subempregada pertencia aos ramos de actividades da construção, transportes e armazenagem.

29 Jan 2024

Exportações lusófonas para a China atingem novo recorde em 2023

As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para a China atingiram 147,5 mil milhões de dólares no ano passado, num novo recorde histórico, de acordo com dados oficiais. Este é o valor mais elevado desde que o Fórum Permanente para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau) começou a apresentar este tipo de dados dos Serviços de Alfândega da China, em 2013.

As exportações aumentaram 6,2 por cento em comparação com 2022, sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas subiram 11,9 por cento, para 122,4 mil milhões de dólares, um novo máximo histórico.

Pelo contrário, as exportações de Angola caíram 18,7 por cento para 18,9 mil milhões de dólares, e as vendas de mercadorias de Portugal para a China decresceram 4,1 por cento para 2,91 mil milhões de dólares. A maioria dos países de língua portuguesa exportou menos para o mercado chinês, incluindo a Guiné Equatorial (menos 9,4 por cento), Timor-Leste (menos 48,7 por cento), São Tomé e Príncipe (menos 53,8 por cento) e Guiné-Bissau (menos 40,2 por cento).

Cenários distintos

Além do Brasil, só Moçambique e Cabo Verde conseguiram vender mais à China. As exportações moçambicanas aumentaram 33,9 por cento para 1,79 mil milhões de dólares, também um novo recorde máximo, enquanto as vendas cabo-verdianas mais que triplicaram, embora apenas para um valor de 72 mil dólares.

Na direcção oposta, os países lusófonos importaram mercadorias no valor de 73,4 mil milhões de dólares da China, menos 3,5 por cento do que em 2022. O Brasil foi o maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, com importações a atingirem 59,1 mil milhões de dólares, seguido de Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 5,79 mil milhões de dólares.

Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 220,9 mil milhões de dólares em 2023, mais 2,8 por cento do que no ano anterior. A China registou um défice comercial de 74,1 mil milhões de dólares com o bloco lusófono no ano passado, também um novo recorde histórico.

29 Jan 2024

Inflação | Taxa desacelera para 0,94 por cento em 2023

No ano passado, o Índice de Preços no Consumidor aumentou 0,94 por cento em 2023, porém desacelerou face ao ano anterior, o que se deveu em grande parte a um abrandamento do pagamento das hipotecas imobiliárias

 

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Macau aumentou 0,94 por cento em 2023, menos 0,10 pontos percentuais do que no ano anterior, de acordo com dados oficiais divulgados na sexta-feira. A desaceleração deveu-se, sobretudo, a uma queda de 1,7 por cento no custo dos pagamentos das hipotecas imobiliárias, indicou em comunicado a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Isto, apesar de a Autoridade Monetária de Macau ter aprovado em Maio um aumento de 0,25 pontos percentuais da principal taxa de juro de referência, a décima subida desde Março de 2022, seguindo a Reserva Federal norte-americana. Além disso, houve uma diminuição de 14,1 por cento no preço dos bilhetes de avião, depois de Macau ter reaberto as fronteiras em 8 de Janeiro de 2023, após quase três anos de rigorosas restrições devido à política ‘zero covid’ durante a pandemia.

Pelo contrário, o preço das refeições adquiridas fora de casa subiu 2,9 por cento, o custo do vestuário e calçado aumentou 3,9 por cento e os gastos das famílias do território com propinas do ensino superior cresceram 13,4 por cento.

Subida do salário mínimo

Além disso, com o levantamento da quarentena obrigatória à chegada a Macau, o custo de excursões e quartos de hotel no exterior aumentou 10,1 por cento, enquanto os salários dos empregados domésticos cresceram 3,4 por cento. De acordo com dados oficiais, a cidade tinha no final de Novembro mais de 25.700 trabalhadores domésticos, que estão excluídos do salário mínimo.

O primeiro aumento do salário mínimo, para 7.072 patacas por mês ou 34 patacas por hora, entrou em vigor no passado dia 1 de Janeiro. Em Dezembro, o IPC em Macau aumentou 1,4 por cento em termos homólogos, o valor mais elevado desde Abril de 2020. A inflação foi 0,26 pontos percentuais mais elevada do que em Novembro, tendo acelerado pelo terceiro mês consecutivo.

Em Macau vive-se um cenário que contrasta com o Interior, o maior parceiro comercial de Macau, que registou em Dezembro o terceiro mês consecutivo de deflação, ou seja, uma descida do IPC.

O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Em Dezembro, o IPC em Macau aumentou 1,4 por cento em termos homólogos, o valor mais elevado desde Abril de 2020.

29 Jan 2024

Hengqin | Ho Iat Seng reúne com ministro da administração nacional

O Chefe do Executivo acredita que a Zona de Cooperação Aprofundada “representa um campo experimental da China na construção de um novo sistema económico com um nível de abertura maior”. As declarações foram prestadas pelo Chefe do Executivo durante o encontro com o ministro da administração nacional de regulação financeira, Li Yunze.

Segundo o líder do Governo, a experiência vai contribuir para “explorar as potencialidades de inovação da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

O responsável indicou que o Governo da RAEM irá igualmente “aprofundar e inovar as políticas financeiras transfronteiriças, promover novas áreas de actividades financeiras, continuar a aperfeiçoar a legislação relacionada e o regime de fiscalização, bem como, a base do desenvolvimento do mercado obrigacionista de Macau”.

Por sua vez, Li Yunze, considerou que o “ambiente de mercado do sector financeiro de Macau encontra-se estável e saudável, e a RAEM deve aproveitar de melhor forma as vantagens da dupla circulação económica para enriquecer os elementos financeiros modernos”. Li indicou igualmente que a “administração nacional de regulação financeira pretende continuar a reforçar com o Governo da RAEM o mecanismo de comunicação e coordenação, com o objectivo de aprofundar a interligação dos mercados financeiros entre o Interior, Macau e Hong Kong”.

29 Jan 2024

Habitação Pública | Ngan Iek Hang satisfeito com adesão a concurso

Os resultados dos recentes concursos públicos para arrendamento de lojas em edifícios de habitação pública deixaram o deputado Ngan Iek Hang satisfeito. Ainda assim, o legislador ligado à União Geral das Associações dos Moradores de Macau, defende que o Governo deveria estudar as razões que levaram à ausência de propostas para o arrendamento de algumas lojas e actualizar a legislação aplicável.

Recentemente, o Instituto de Habitação anunciou o resultado do concurso público para o arrendamento de lojas em edifícios de habitação pública nos bairros de Seac Pai Van e no Fai Chi Kei, para o qual foram apresentadas 61 propostas para os 22 imóveis para uso comercial. Apesar de argumentar que a taxa de adjudicação no concurso público aproximou-se 73 por cento, Ngan Iek Hang salientou num artigo publicado no Jornal do Cidadão que oito destas lojas não receberam propostas, situação que reflecte “o actual ambiente económico, dado que muitas empresas pequenas e médias se queixam de dificuldades operativas”.

O deputado realça também que os valores de base de licitação para este concurso foram inferiores ao concurso público anterior.

29 Jan 2024

Hong Kong | Tribunal repõe condenação de activista

Um tribunal de Hong Kong restabeleceu ontem a condenação de uma activista detida, na sequência de uma vigília proibida em homenagem às vítimas dos acontecimentos de Tiananmen, em 1989, em Pequim.

Chow Hang-tung, antiga líder da Aliança de Hong Kong de Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos da China, grupo entretanto dissolvido, foi condenada a 15 meses em Janeiro de 2022 por incitar outros a participarem na vigília proibida pela polícia, que alegou razões de saúde pública durante a pandemia da covid-19 em 2021.

Em Dezembro de 2022, Chow ganhou o recurso contra a condenação, com a juíza Judianna Barnes a decidir que as reuniões públicas não deviam ser proibidas se a polícia tivesse criado condições para reduzir o risco de propagação da covid-19. O Governo regional recorreu da decisão e o Tribunal de Última Instância restabeleceu a condenação de Chow. No acordão, o juiz Roberto Ribeiro, de origem portuguesa, afirmou que a proibição da polícia foi “claramente uma medida proporcional e legítima”.

26 Jan 2024

Nobel da Paz faz nova greve de fome para denunciar execuções no Irão

A Prémio Nobel da Paz Narges Mohammadi e 60 outras mulheres iranianas detidas no Irão iniciaram ontem uma greve de fome em protesto contra a execução de Mohamed Ghobadlou, enforcado por alegados crimes cometidos nas manifestações anti-governamentais de 2023.

“As prisioneiras políticas [na prisão] de Evin iniciarão juntas uma greve de fome de um dia em protesto contra as recentes execuções e pela suspensão das execuções”, disse Mohammadi num comunicado distribuído pela família na rede social Instagram.

A vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2023 afirmou que o enforcamento de um jovem iraniano, numa referência a Mohamed Ghobadlou, provocou “uma onda de raiva e protesto na sociedade”.

A activista, que cumpre uma pena de 10 anos na prisão de Evin em Teerão desde Novembro de 2021 e que já fez outras greves de fome, apelou a outros cidadãos para que se juntassem ao protesto, pedido que foi acolhido por outras figuras que se opõem à República Islâmica.

Entre as várias dezenas de mulheres que se juntaram à greve de fome de um dia constam a iraniano-britânica Nazanin Zaghari-Ratcliffe, que passou vários anos presa em Evin, e a activista Atena Daemi, segundo indicou o mesmo comunicado.

“Junto-me às 61 mulheres presas políticas que estão dispostas a entrar em greve de fome para protestar contra a execução de Mohamed Ghobadlou e de outros manifestantes no Irão”, declarou, por sua vez, na rede social X (antigo Twitter) a activista Masih Alinejad, que é muito crítica da teocracia iraniana e fundou vários movimentos contra o uso obrigatório do véu islâmico para as mulheres no Irão.

Sem dó

Ghobadadlou, de 23 anos, foi executado na terça-feira por alegadamente ter matado um polícia e ferido outros cinco durante os protestos contra a morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini em Setembro de 2022, que estava sob custódia policial por alegado uso indevido do ‘hijab’ (véu islâmico).

A Amnistia Internacional disse que o jovem sofria de “deficiência mental de longa duração” e denunciou que foi condenado num “julgamento falso, marcado por confissões extraídas sob tortura”.

A morte de Mahsa Amini desencadeou fortes protestos que, durante meses, apelaram ao fim do regime de Teerão e que só abrandaram após uma repressão que provocou 500 mortos e a detenção de pelo menos 22.000 pessoas.

Em 2022, o Irão foi o país que mais aplicou a pena de morte, com 576 execuções, um aumento substancial em relação às 314 do ano anterior, segundo a Amnistia Internacional. Grupos de defesa dos direitos humanos denunciaram a execução de até 800 pessoas no país em 2023, a maioria das quais por crimes relacionados com o tráfico e a posse de droga.

26 Jan 2024

Autor de incêndio que matou 36 pessoas em estúdio no Japão condenado à morte

O responsável por um incêndio que matou 36 pessoas em 2019 num estúdio de animação em Quioto, centro do Japão, foi ontem condenado à morte, informaram ‘media’ locais.

O tribunal considerou Shinji Aoba culpado pelo incêndio, um dos crimes com mais vítimas no arquipélago nas últimas décadas e que desencadeou uma onda de indignação no Japão e no estrangeiro. Os procuradores pediram a pena de morte no mês passado para o homem de 45 anos, em cinco acusações, incluindo homicídio, tentativa de homicídio e fogo posto.

As vítimas mortais eram na maioria jovens empregados do estúdio KyoAni. Mais de 30 pessoas ficaram feridas. “Não pensei que morressem tantas pessoas e agora acho que fui longe demais”, disse o arguido no primeiro dia do julgamento, em Setembro.

“Tenho de pagar o meu crime com [esta pena]”, afirmou numa outra audiência, em Dezembro, quando foi questionado sobre o desejo das famílias das vítimas de o verem condenado à morte. De acordo com várias testemunhas, Shinji Aoba entrou no estúdio, deitou gasolina e ateou fogo ao gritar: “vocês vão morrer”. Os bombeiros disseram que a extinção das chamas e socorro às vítimas foram “extremamente difíceis”.

De acordo com a agência de notícias France Presse (AFP), Shinji Aoba queria vingar-se da KyoAni porque estava convencido que a empresa lhe tinha roubado uma ideia para um guião. A alegação foi rejeitada pelo estúdio e descrita pelos procuradores como um delírio. O próprio incendiário, que compareceu no julgamento em cadeira de rodas, ficou gravemente queimado e precisou de várias cirurgias.

Certo e errado

Os advogados de defesa argumentaram que o homem não tinha “a capacidade de distinguir entre o certo e o errado” devido a perturbações psiquiátricas. No entanto, para o Ministério Público, o acusado tinha “premeditado o acto com forte intenção assassina e estava perfeitamente consciente dos perigos envolvidos” ao utilizar gasolina.

À semelhança dos Estados Unidos, o Japão é um dos poucos países democráticos a aplicar a pena de morte, executada por enforcamento. A opinião pública japonesa continua a ser maioritariamente a favor da pena capital, apesar das críticas da comunidade internacional. A última execução no país, onde mais de 100 condenados se encontram no corredor da morte, data de 2022.

26 Jan 2024

China | População de pandas gigantes em estado selvagem sobe 1.900

A população de ursos panda gigantes que vivem em estado selvagem na China ronda actualmente os 1.900 exemplares, um aumento “significativo” desde a década de 1980, quando eram cerca de 1.100, anunciaram ontem as autoridades do país.

O aumento deve-se em grande parte aos “esforços intensivos de protecção” desta espécie no país, disse Zhang Yue, vice-director do Departamento de Conservação da Vida Selvagem da Administração Nacional das Florestas, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

Com base no novo censo, a União Internacional para a Conservação da Natureza actualizou o estatuto do panda gigante de “em perigo” para “vulnerável”. O Parque Nacional do Panda Gigante começou a funcionar em Outubro de 2021 e estende-se por quase 22.000 quilómetros quadrados, proporcionando um habitat protegido para 72 por cento dos animais de vida livre da China, disse Zhang.

A reserva abrange o território das províncias de Sichuan, Shaanxi e Gansu, no centro-oeste da China. De acordo com dados da Administração das Florestas, as áreas protegidas relacionadas com os pandas gigantes aumentaram de 1,39 milhões de hectares para 2,58 milhões de hectares desde 2012, o que teve um impacto no desenvolvimento sustentável da população de pandas gigantes.

Para além dos pandas em liberdade, os 728 pandas que vivem em cativeiro também aumentaram em número, tendo sido registados 46 nascimentos no ano passado. Zhang destacou ainda o aumento da “diversidade genética” dos pandas, uma espécie endémica da China, que o país considera um “tesouro nacional”.

26 Jan 2024

Vistos | Isenção entre China e Singapura a partir de 9 de Fevereiro

China e Singapura formalizaram ontem uma isenção mútua de vistos para estadias não superiores a 30 dias, uma medida que entrará em vigor a 9 de Fevereiro, véspera do Ano Novo Lunar. A isenção, acordada por representantes dos dois países, aplica-se tanto a viagens turísticas como a viagens com objectivos familiares ou de negócios, mas não para fins profissionais ou jornalísticos, informou a televisão estatal CCTV.

A iniciativa já tinha sido avançada em Dezembro passado pelo vice-primeiro-ministro de Singapura, Lawrence Wong, durante um fórum bilateral na cidade de Tianjin, no nordeste da China, embora sem especificar a data em que começaria a ser aplicada. Anteriormente, os cidadãos chineses necessitavam de visto para entrar em Singapura, enquanto os cidadãos de Singapura estavam isentos de visto pela China para viagens até 15 dias, desde Julho passado.

A Malásia e a Tailândia, outros destinos populares para os turistas chineses, também aplicaram medidas semelhantes nos últimos meses para atrair os viajantes do país asiático. O director-geral dos Assuntos Consulares do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wu Xi, disse à CCTV que o acordo demonstra “a determinação da China em continuar a promover uma reabertura de alto nível ao mundo”.

“Damos as boas-vindas aos amigos de todo o mundo que vêm à China para viajar, fazer negócios, investir e estudar”, afirmou. Em Setembro, a China aprovou novas medidas para simplificar os pedidos de visto e facilitar o acesso dos estrangeiros aos sistemas de pagamento electrónico do país.

Dois meses mais tarde, o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês anunciou que os cidadãos de Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Malásia não precisarão de vistos para entrar no país este ano para estadias até 15 dias.

26 Jan 2024

UE / China | Riscos no relacionamento após anúncio de novas medidas

Pequim deixa o apelo para que a União Europeia não tome medidas “anti-globalização” que afectem a imagem do velho continente junto das autoridades chinesas

 

A imagem da União Europeia “está em jogo”, afirmou ontem Pequim, depois de Bruxelas ter revelado no dia anterior uma série de iniciativas para proteger os seus interesses económicos, nomeadamente as tecnologias sensíveis.

“A imagem da UE no comércio internacional e economia está em jogo”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, apelando a Bruxelas para que não tome medidas “anti-globalização”. Na quarta-feira, os comissários europeus apresentaram um pacote de cinco iniciativas, incluindo o reforço do mecanismo de controlo do investimento estrangeiro na Europa, que entrou em vigor no final de 2020.

A UE quer responder aos riscos para a segurança económica da Europa e evitar que as suas tecnologias e infra-estruturas sensíveis caiam nas mãos de rivais geopolíticos. “A comunidade internacional está muito preocupada com o unilateralismo proteccionista da UE nos sectores económico e comercial”, afirmou Wang, quando questionado sobre as novas regras.

“As tendências actuais só intensificam estas preocupações”, alertou. “Esperamos que a UE respeite o comércio livre, a livre concorrência e a cooperação aberta, que são normas fundamentais de uma economia de mercado”. As medidas, que incluem uma proposta legislativa para controlar investimentos estrangeiros que possam representar riscos para a segurança, visam reforçar a segurança económica da UE.

A máquina europeia

Em Dezembro, o Tribunal de Contas Europeu indicou que Portugal, entre outros Estados-membros, não comunicou relevantes investimentos estrangeiros, entre 2020 e 2022, destacando a necessidade de submeter os mesmos para análise, após a criação do mecanismo de controlo do investimento estrangeiro na Europa.

A Comissão Europeia pediu ainda maior coordenação europeia nos controlos de exportação, identificação de riscos em investimentos estrangeiros em tecnologias específicas e medidas para reforçar a segurança da pesquisa e desenvolvimento a nível nacional e sectorial.

Em 2021, a UE registou cerca de 117 mil milhões de euros em entradas de Investimento Direito Estrangeiro, representando 8 por cento do total mundial. Estas acções visam em parte reduzir os riscos na relação económica com a China, que é vista em Bruxelas cada vez mais como um rival sistémico, apesar dos fortes laços comerciais.

26 Jan 2024

Yunnan | Sobe para 34 número de mortos em aluimento de terras

O número de mortos provocado por um aluimento de terras na província de Yunnan, no sudoeste da China, subiu para 34, informou ontem a imprensa local.

A catástrofe ocorreu na madrugada de segunda-feira na aldeia de Liangshui, na parte nordeste da província de Yunnan. Mais de 1.000 soldados e bombeiros foram destacados para as operações de resgate, que prosseguem apesar das temperaturas negativas e da neve. Ao todo, 44 pessoas ficaram soterradas, indicaram as autoridades.

De acordo com uma investigação preliminar, citada pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, a massa de terra que desabou tinha cerca de 100 metros de largura, 60 metros de altura e uma espessura média de seis metros. A agência não explicou o que causou o desmoronamento inicial.

Fotografias aéreas mostram que a encosta de uma montanha com muitos socalcos se abateu sobre várias casas da aldeia. Mais de 900 habitantes foram deslocados. As equipas de socorro tiveram de enfrentar a neve, estradas geladas e temperaturas negativas que se prevê que se mantenham nos próximos dias.

O incidente ocorreu às 05:51 de segunda-feira na vila de Zhenxiong, situada no norte da região, e afectou cerca de 18 casas na zona baixa entre duas montanhas. “Estávamos a dormir nessa altura, era de manhã cedo e ainda estava escuro. De repente, ouviu-se um ruído forte e o chão tremeu. Parecia um grande terramoto”, disse um residente local, citado pelo jornal local Jimu News.

No total, as catástrofes naturais na China causaram a morte e o desaparecimento de 691 pessoas no ano passado, e perdas económicas directas de cerca de 345 mil milhões de yuan, disseram a Comissão para a Redução de Catástrofes e o Ministério da Gestão de Emergências chineses.

26 Jan 2024

Imobiliário | Construtoras chinesas com acesso ao crédito alargado para atenuar crise

A crise no sector imobiliário continua a ser um obstáculo no crescimento económico do país. As autoridades lançam agora novas medidas para facilitar o crédito das construtoras e mitigar os danos

 

A China adoptou ontem novas regras destinadas a alargar o acesso das construtoras de imóveis a empréstimos bancários comerciais, numa altura em que Pequim redobra esforços para pôr termo a uma crise prolongada no sector. As políticas vão permitir que as empresas imobiliárias utilizem empréstimos bancários garantidos por imóveis comerciais, como escritórios e centros comerciais, para reembolsar outros empréstimos e obrigações e para cobrir despesas de funcionamento.

As medidas foram anunciadas pelo Banco Popular da China (banco central), pela Administração de Regulação Financeira e pelo Ministério das Finanças chineses.

Esta semana, Pequim tentou estabilizar os mercados financeiros em dificuldades e impulsionar a economia, libertando mais dinheiro para empréstimos, incluindo através da redução das reservas bancárias obrigatórias.

A vaga de novas medidas e as declarações de altos responsáveis do Partido Comunista Chinês sobre a necessidade de estabilizar os mercados financeiros e de reforçar a confiança na economia, a segunda maior do mundo, parecem reflectir uma determinação renovada em relançar o crescimento.

Dezenas de construtoras imobiliárias entraram em incumprimento, depois de o governo ter travado os empréstimos excessivos, visando desalavancar o sector.

O colapso da Evergrande é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas, ou cerca de 70 por cento, de acordo com diferentes estimativas.

A China Evergrande, ainda está a tentar resolver mais de 300 mil milhões de dólares em dívidas e um tribunal de Hong Kong deve realizar uma audiência sobre os planos de reestruturação na próxima semana.

As últimas políticas não constituem uma inversão total dos esforços para controlar a dívida e os riscos no sector imobiliário. Mediante as novas regras, os empréstimos bancários não podem ser utilizados para comprar imóveis comerciais ou habitações para arrendamento, nem para iniciar novas construções ou comprar terrenos.

Os empréstimos não podem exceder 70 por cento do valor de avaliação do imóvel utilizado como garantia e devem, em geral, ter uma duração máxima de 10 anos, com um limite absoluto de 15 anos.

Os bancos são obrigados a efectuar todas as diligências necessárias antes e depois da concessão dos empréstimos, para reduzir e minimizar os riscos. Não é claro qual o impacto que as novas regras poderão ter na crise que afecta o mercado imobiliário.

Quarto decrescente

A venda de terrenos tem sido, desde há muito, uma importante fonte de receitas para as autarquias locais, que agora se debatem com dívidas crescentes. Ao mesmo tempo, a paralisação da construção de novas casas afectou os empreiteiros e os fornecedores de materiais de construção e de mobiliário para casa.

Num relatório, economistas do banco suíço UBS afirmaram que “o ritmo e a dimensão potencial desses empréstimos permanecem incertos, uma vez que os bancos vão provavelmente observar a viabilidade comercial e os riscos desses empréstimos”, acrescentando que a medida constitui um “passo significativo” para aumentar o apoio prestado às construtoras.

As vendas de casas novas e os preços da habitação têm vindo a cair, o que se reflecte na debilidade do consumo das famílias, face à queda da confiança.

O sector representa, no conjunto, cerca de um quarto da actividade económica na China. “Para que o financiamento dos construtores imobiliários melhore de forma fundamental e sustentável, as vendas de imóveis têm de parar de cair e começar a recuperar, o que poderá exigir mais esforços políticos para estabilizar o mercado imobiliário”, lê-se no relatório da UBS.

26 Jan 2024

Exposição | Zhuang Hong-Yi revela “Shades of Blossoms”

A partir de 2 de Fevereiro, na galeria Artelli, no empreendimento City of Dreams, pode ser vista a primeira exposição individual de Zhuang Hong-Yi em Macau. O artista chinês reconhecido internacionalmente apresenta “Shades of Blossoms”, uma mostra que revela “uma fusão da estética oriental e ocidental”

 

A galeria Artelli, situada no City of Dreams, no Cotai, apresenta entre os dias 2 e 29 de Fevereiro a exposição “Shades of Blossoms”, do conceituado artista chinês Zhuang Hong Yi, que pela primeira vez expõe no território. Trata-se, segundo um comunicado da galeria, de uma exposição que revela “uma fusão da estética oriental e ocidental”, com uma “colecção única de obras de arte transculturais, apresentadas em paletas de cores arrojadas e motivos florais intrincados”.

Os responsáveis da exposição descrevem-na como um conjunto de “obras-primas vivas”, em que “cada pétala é criada meticulosamente para exalar uma profunda sensação de vitalidade e prosperidade”. Trata-se de quadros que representam “a beleza da natureza e da sua eterna elegância”, com “telas vibrantes que se assemelham a um canteiro de flores graciosamente arranjado quando admirado à distância”. De perto, os amantes de arte podem ver “uma tapeçaria de texturas de pétalas e um rico espectro de cores”.

Em “Shades of Blossoms”, são expostas obras em que Zhuang Hong-Yi mostra “os seus famosos canteiros de flores em camadas”, apresentando-se “uma linguagem visual de esperança e novos começos”, evocando-se também “sentimentos de felicidade, realização e rejuvenescimento”.

O artista explora, nos quadros, “narrativas e perspectivas pessoais em contos visuais, utilizando uma paleta de cores harmoniosa e emotiva que torna a sua arte simultaneamente surpreendente e intrigante”.

Desta forma, destaca a Artelli, a exposição “Shades of Blossoms” explora “o renascimento da primavera e o desabrochar das flores, formando um imaginário elegante com a interação da luz e da sombra”.

Experiência holandesa

Depois da licenciatura na Faculdade de Belas Artes de Sichuan, na China, Zhuang Hong-Yi teve a oportunidade de estudar no estrangeiro, prosseguindo os estudos em arte nos Países Baixos nos anos 90. Foi aí que o artista ligou “efectivamente as suas raízes chinesas às influências europeias”, tendo vindo a criar, ao longo da carreira, obras que “giram em torno de temas como a alegria, espiritualidade e fascínio”, reconectando “o público com a tranquilidade da natureza, ao mesmo tempo que exalam uma sensação de felicidade”.

As obras deste artista chinês pautam-se sempre por motivos florais, como símbolo de “entusiasmo, amor e busca pela vida”. As criações de Zhuang são sobretudo reconhecidas pelos canteiros de flores coleccionáveis que mudam de cor, sendo estas pinturas “uma marca distintiva” do seu trabalho.

Zhuang Hong-Yi é descrito como “um dos artistas mais influentes da China”, que “combina as suas experiências de vida na China e na Europa para moldar a sua linguagem artística distinta actual”.

As suas obras “reflectem temas, formas, cores e a utilização de materiais inspirados na cultura oriental”, misturando-se “com conceitos abstractos ocidentais”, tratando-se de uma exploração da transculturalidade por parte de Zhuang Hong-Yi.

As flores são, para o artista, uma linguagem universal, sendo pintadas de formas que divergem das normas tradicionais, uma vez que Zhuang Hong-Yi recorre a materiais como o clássico papel chinês, juntando-lhe acrílico. Desta forma, “aumenta-se a durabilidade [dos quadros]”, em que “cada peça é uma obra-prima única, impossível de replicar”.

Até à data as criações de Zhuang foram apresentadas em mais de 140 exposições individuais, bem como mais de 60 grandes feiras de arte em 18 regiões do mundo, tendo já conquistado “a admiração de coleccionadores de arte internacionais”.

26 Jan 2024

Saúde | Governo organiza sessões sobre nova lei de fertilização

A lei que regula as técnicas de procriação medicamente assistida, que ajudam mulheres com dificuldades em engravidar, entra em vigor a 11 de Fevereiro e, nesse sentido, serão organizadas diversas sessões de esclarecimento, cujas inscrições começaram ontem.

Segundo um comunicado dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), a primeira sessão decorre dia 6 de Fevereiro no terceiro andar do centro de saúde da Areia Preta, entre as 18h e as 20h, decorrendo apenas em chinês. Segue-se a segunda sessão, já com tradução para português, no dia seguinte, no mesmo horário e local.

A legislação em causa determina que as técnicas de procriação medicamente assistida só podem ser realizadas em hospitais públicos ou em unidades autorizadas para essas práticas médicas, nomeadamente fertilização in vitro ou inseminação artificial. Além disso, é obrigatório que os hospitais tenham instalações e equipamentos de emergência e de ginecologia. O diploma prevê que estas técnicas só possam ser usadas em situações específicas, em casais unidos pelo casamento ou união de facto, afastando solteiros ou relações entre pessoas do mesmo sexo.

As técnicas podem ainda ser usadas no caso de se registarem doenças graves dos filhos ou em que haja risco de transmissão de doenças graves de origem genética. Além disso, só pode haver um diagnóstico por parte de médicos que exerçam em hospitais públicos ou em unidades de procriação medicamente assistida.

26 Jan 2024

Mercados | Deputado preocupado com bancas vazias

Ngan Iek Hang quer saber como é que o Governo vai resolver o problema das bancas vazias nos mercados do território. O assunto foi abordado numa interpelação escrita divulgada ontem pelo gabinete do deputado ligado aos Moradores de Macau.

“Em Outubro do ano passado, as autoridades anunciaram que havia 273 bancas de venda vazias nos mercados, a maioria da qual para o comércio de vegetais. Qual é a situação actual?”, perguntou o deputado. “Qual é o mercado mais afectado pelas bancas vazias? E quando é que vão fazer novos concursos de atribuição de bancas?”, acrescentou.

Ngan Iek Hang questiona também se poderá haver um levantamento das restrições dos produtos que são vendidos nas bancas, para haver uma oferta mais variada.

Por outro lado, o legislador quer saber se há planos do Executivo para fazer com que os mercados sigam as novas tendências e utilizem meios electrónicos. Ngan Iek Hang defende que o Governo pode instalar meios para divulgar o número de clientes que entram no mercado e para tentar perceber quais são os produtos mais procurados.

Por outro lado, o deputado quer saber se há planos para inovar a nível do “desenho interior” dos mercados e aproveitar melhor as vantagens de vender alimentos frescos. Ngan Iek Hang procura ainda saber se pode haver uma maior cooperação entre o vendedores das bancas, de forma a criar mercados com “características locais” e novas experiências para os residentes, o que no seu entender pode aumentar o número de clientes.

26 Jan 2024

Nova biografia do escritor Luís de Camões deverá sair em Junho

Uma biografia de Luís de Camões vai ser publicada em Junho, nos 500 anos do poeta, mostrando o homem por detrás do mito, num trabalho de cinco anos de Isabel Rio Novo, que lhe trouxe “muitas surpresas”.

Este é o segundo volume da colecção de “Biografias de Grandes Figuras da História de Portugal”, que arrancou em 2020 com a biografia do Marquês de Pombal, e que conta com o apoio do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e da Fundação Oriente.

Para a editora, o quinto centenário do nascimento de Camões proporcionava uma oportunidade singular para reflectir sobre o legado de um poeta amplamente presente tanto na literatura quanto na identidade portuguesa.
Por isso, para Isabel Rio Novo, não se tratava apenas da biografia de mais um grande vulto, mas de “toda essa carga de sentido que atribuímos a Camões”.

O trabalho, que se iniciou em 2019 e está em fase de conclusão, obrigou a autora a mergulhar a fundo em todas as biografias antigas e recentes, na pesquisa de fontes conhecidas e na reunião de informação que estava dispersa.

Contactos em Goa

Foi então à distância, devido à pandemia, que contactou com pessoas que lhe deram informações, que lhe enviaram documentos e de quem recebeu pistas de investigação. Já sem restrições de viagem a autora foi à “velha Goa que resta dos tempos de Camões”, e à ilha de Moçambique, “onde Camões viveu dois anos, na altura em que queria regressar a Portugal.”

A viagem a Goa revelou-se mais frutífera do que esperava, pois encontrou um grupo de investigadores do Laboratório Hércules, da Universidade de Évora, que lá se encontrava no âmbito de um trabalho de análise de retratos dos diversos vice-reis da Índia, e que a ajudaram numa descoberta que acabara de fazer.

“Descobri o paradeiro de um retrato [de Luís de Camões] revelado em 1972 e que andava extraviado. Graças à minha obstinação, encontrei esse retrato, de que se tinha perdido o paradeiro, num coleccionador privado”, contou. Com a ajuda do grupo Hércules, esse retrato foi analisado, e foi atestada a sua veracidade.

Para escrever a biografia de Luís de Camões, a escritora estudou muito bem a época, porque “em biografias históricas, a época não é apenas um pano de fundo, os indivíduos são a sua época. Há conceitos que no século XVI têm sentidos que se foram perdendo ao longo dos séculos.”

Para Isabel Rio Novo, o difícil neste tipo de biografias é reconstituir a época com o máximo rigor possível, mas, por outro lado, o facto de esta biografia ser recente “beneficia de todos os contributos prévios que foram sendo feitos ao longo do tempo.”

Por isso, a obra biográfica que agora vai ser publicada é acompanhada por uma “enorme quantidade de notas de rodapé”, explicou. A autora promete que “o resultado final vai trazer muitas surpresas”, embora reservando-as para a publicação do livro.

Além disso, dará ao leitor “a percepção de homem que existiu antes de ser um mito” e “dá um avanço decisivo no conhecimento” que se tem hoje em dia. “As cartas em prosa são um bom exemplo de informação conhecida, mas que, por o seu conteúdo ser avesso ao discurso oficial sobre o poeta, foi quase sempre descurada do ponto de vista biográfico.”

Segundo a investigadora, o retrato que sai desta biografia “não é o que ensinam na escola, a ideia de que grandes escritores nascem quase figuras consagradas.”

“Fui-me divertindo raspando a patine do busto e descobri o homem que existe por baixo dessas camadas de sentido que lhe fomos acrescentando”, disse, afirmando: “Camões foi um indivíduo do seu tempo, genial do ponto de vista do talento e da capacidade de reflectir sobre a vicissitude da sua existência, mas enquadrado no seu tempo.”

25 Jan 2024

Músico português Sérgio Godinho lança terceiro romance

O músico Sérgio Godinho vai lançar no dia 8 de Fevereiro um novo romance, desta vez ambientado em Guimarães e no norte de França, uma história de encontros e desencontros que atravessa várias gerações e línguas, anunciou a editora Quetzal.

“Vida e morte nas cidades geminadas” é o regresso de Sérgio Godinho ao romance, depois de se ter aventurado pela primeira vez neste género literário em 2017, aos 71 anos, com “Coração mais que perfeito”, a que se seguiu, em 2019, o ‘thriller’ “Estocolmo”, todos editados pela Quetzal.

Neste novo romance, o escritor transporta o leitor até Guimarães e ao norte de França, em Compiègne, ao encontro da portuguesa Amália, que canta fados em ré e tem o apelido Rodrigues, e do francês Cédric, que trabalha na morgue local.

Tudo começa com um diálogo insólito, e já um pouco alcoolizado, do qual resulta a geminação daquelas duas cidades, uma em França e outra em Portugal, descreve a editora. Esta geminação traz para a história outras personagens, que vivem em redor de Amália e Cédric, e que completam a ligação entre aqueles dois mundos que, antigamente, conheciam os trânsitos da emigração e da pobreza.

A escrita em várias formas

Apesar de ser conhecido sobretudo pelos discos, que edita desde a década de 1970, Sérgio Godinho tem canalizado a escrita criativa para outros géneros, como teatro, argumento para cinema, ficção para crianças, poesia e contos.

Antes dos romances, o autor já se tinha estreado na ficção com um conjunto de contos intitulado “VidaDupla” (2014), tendo também publicados já dois livros de poesia “O sangue por um fio” (2009) e “Palavras são imagens são palavras” (2021).

Sérgio Godinho nasceu no Porto, onde viveu até aos 20 anos, altura em que saiu de Portugal. Estudou Psicologia em Genebra durante dois anos, foi ator de teatro e começou a exercitar a escrita de canções nos finais dos anos 1960, sendo de 1971 o seu primeiro álbum, “Os Sobreviventes”, a que se seguiram mais 30 editados até aos dias de hoje.

Da escrita de música passou para a escrita de outros géneros, como guiões de cinema (“Kilas, o Mau da Fita”), peças de teatro (“Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles!”), séries de televisão, histórias infantojuvenis (“O Pequeno Livro dos Medos”), crónicas (“Caríssimas Quarenta Canções”), entre outras.

25 Jan 2024

Mar Amarelo | Coreia do Norte dispara mísseis de cruzeiro

As tensões entre as duas Coreias mantêm a rota ascendente, à medida que o Norte continua a disparar mísseis na região
A Coreia do Norte disparou ontem vários mísseis de cruzeiro para o mar Amarelo, de acordo com o exército sul-coreano, numa altura em que a tensão entre Seul e Pyongyang tem vindo a aumentar.

“O nosso exército detectou vários mísseis de cruzeiro lançados pela Coreia do Norte em direcção ao mar Amarelo” por volta das 07:00, declarou, em comunicado, o Estado-maior sul-coreano.

“As especificações detalhadas estão a ser analisadas de perto pelos serviços secretos sul-coreanos e norte-americanos”, acrescentou. Os testes de mísseis de cruzeiro não são abrangidos pelas sanções impostas pela ONU à Coreia do Norte, ao contrário de mísseis balísticos e de armas nucleares.

Os lançamentos ocorrem numa altura em que a Coreia do Sul realiza, até hoje, um exercício das forças especiais, ao largo da costa oriental do país, “à luz dos graves problemas de segurança” com o Norte, de acordo com a marinha sul-coreana.

“Vamos cumprir a nossa missão de nos infiltrarmos profundamente em território inimigo e neutralizá-lo completamente, sejam quais forem as circunstâncias”, afirmaram as autoridades militares, em comunicado. As tensões entre as duas Coreias aumentaram nos últimos meses, quando os dois vizinhos riscaram acordos alcançados em 2018 para evitar incidentes armados, aumentaram os recursos militares na fronteira e realizaram exercícios de artilharia com munições reais perto do território um do outro, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).

Pólos rivais

Na semana passada, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, declarou o Sul como “principal inimigo” do país. Dissolveu, além disso, as agências governamentais dedicadas à reunificação e aos contactos com o Sul e ameaçou com guerra se Seul invadir território norte-coreano, “nem que fosse 0,001 mm”.

Kim pediu ainda alterações constitucionais para permitir ao Norte ocupar Seul em caso de guerra, de acordo com a agência de notícias oficial da Coreia do Norte.

No final de Dezembro, o dirigente ordenou a aceleração dos preparativos militares para uma guerra que podia “ser lançada a qualquer momento” e denunciou uma “situação de crise persistente e incontrolável”, iniciada por Seul e Washington com exercícios militares conjuntos na região, disse.

O discurso também subiu de tom na Coreia do Sul, com o Presidente Yoon Suk-yeol a avisar que Seul vai retaliar “várias vezes” em caso de provocação e a salientar as “capacidades de resposta esmagadoras” do exército do país. Nos últimos meses, a Coreia do Norte intensificou os testes de armas proibidas pela ONU.

No início de Janeiro, Pyongyang lançou um míssil hipersónico, de combustível sólido, além de ter disparado munições reais perto da fronteira marítima com o Sul, provocando ordens de evacuação em várias ilhas sul-coreanas próximas da costa norte-coreana. Seul retaliou com exercícios na mesma região, na costa oeste da península.

Na sexta-feira, Pyongyang anunciou ter testado um “sistema de armas nucleares submarinas” em resposta às manobras navais efectuadas pela Coreia do Sul, pelos Estados Unidos e pelo Japão nas águas a sul da península. A Coreia do Norte também conseguiu colocar em órbita um satélite de reconhecimento militar no final de 2023, após ter recebido ajuda tecnológica da Rússia em troca do fornecimento de armas para a guerra na Ucrânia, acusou Seul.

25 Jan 2024

China | Reservas obrigatórias dos bancos reduzidas para impulsionar a economia

O Banco Popular da China anunciou ontem que vai reduzir o rácio de reservas que os bancos devem manter, com o objectivo de impulsionar a economia em desaceleração. O anúncio provocou um aumento dos preços das acções nos mercados chineses, com o índice de referência de Hong Kong a subir 3,6 por cento.

As praças financeiras chinesas definharam nos últimos meses, com os investidores a retirarem dinheiro, desencorajados por uma recuperação vacilante após o país abdicar da política de ‘zero casos’ de covid-19.

No início da semana, surgiram informações não confirmadas de que o Governo tencionava fazer com que as empresas públicas de investimento canalizassem fundos ‘offshore’ para os mercados, a fim de ajudar a estancar as perdas. As medidas do banco central parecem fazer parte de um esforço concertado para estabilizar os mercados e incutir maior confiança nas perspectivas da segunda maior economia do mundo.

O governador do banco central, Pan Gongsheng, disse que as reservas obrigatórias de depósito seriam reduzidas em 0,5 por cento a partir de 5 de Fevereiro, adiantando que a medida injectaria cerca de 1 bilião de yuan na economia.

Em conferência de imprensa, o responsável afirmou que o banco central também planeia emitir em breve um plano de empréstimos para empresas de construção, visando apoiar a indústria, que enfrenta uma grave crise de liquidez. A economia da China está a recuperar e isto permite uma ampla margem de manobra para as políticas.

“Actualmente, os riscos financeiros do nosso país são geralmente controláveis, as operações globais das instituições financeiras são sólidas e os mercados financeiros estão a funcionar sem problemas”, afirmou.

Ressalto financeiro

A economia chinesa acelerou no último trimestre de 2023 e fixou a taxa anual de crescimento em 5,2 por cento, correspondendo ao objectivo estabelecido pelo Governo chinês, segundo dados oficiais divulgados este mês. Esta aceleração reflecte o efeito base de comparação face à paralisia da actividade económica no ano anterior, suscitada pela política de ‘zero casos’ de covid-19.

O PIB da China cresceu 3 por cento em 2022, uma das taxas mais baixas dos últimos 40 anos. Numa base trimestral, a economia cresceu 1 por cento no quarto trimestre, abrandando em relação à expansão de 1,3 por cento registada entre Julho e Setembro do ano passado.

25 Jan 2024

Fãs de Ronaldo invadem hotel do Al Nassr após adiamento da digressão na China

Adeptos chineses desiludidos com a decisão do Al Nassr de cancelar jogos particulares na China, devido a lesão de Cristiano Ronaldo, invadiram na terça-feira o hotel onde a equipa estava hospedada, para tentar ver o português. Ronaldo é a principal atracção para os adeptos chineses e, sem ele, foi decidido que o melhor seria adiar as partidas frente ao Shanghai Shenhua e ao Zhejiang, para data a anunciar.

“Como sabem, no futebol há coisas que não se podem controlar”, afirmou o português, em conferência de imprensa, na cidade de Shenzhen, no sudeste da China. “Vamos voltar para fazer o povo chinês feliz, é esse o meu objectivo. Quero jogar para vocês. Não fiquem tristes porque eu estou triste e espero que compreendam as circunstâncias de um jogador de futebol”, vincou.

Milhares de adeptos, que viajaram de toda a China para assistir aos jogos, acorreram então ao hotel, o Mandarin Oriental. Os funcionários não conseguiram resistir aos avanços e algumas dezenas conseguiram entrar no átrio, segundo vídeos difundidos nas redes sociais.

Outro vídeo mostra os adeptos no exterior do hotel a gritarem repetidamente o nome de Ronaldo. A polícia acabou por ser chamada e conseguiu restabelecer a ordem, de acordo com a imprensa local. Na rede social chinesa Weibo, o pedido de desculpas de Ronaldo foi o tema mais comentado na terça-feira, com mais de 19 milhões de visualizações.

Os bilhetes para os dois jogos esgotaram-se poucas horas depois de terem sido postos à venda no início de janeiro. Os organizadores declararam que seria criado um “canal de reembolso incondicional o mais rapidamente possível”.

Apesar do adiamento das partidas, o Al Nassr viajou para a China, incluindo Ronaldo, e ontem emitiu um comunicado manifestando a disponibilidade para continuar em solo chinês em estágio, enquanto se encontram novas datas.

“C Luo”, Cristiano Ronaldo em chinês, é o português mais conhecido na China, onde o futebol tem tido renovado interesse, à medida que o Governo chinês almeja colocar a seleção do país entre as melhores do mundo. A selecção chinesa falhou na segunda-feira a qualificação para os oitavos de final da Taça Asiática, após dois empates em três jogos na fase de grupos, em que não marcou qualquer golo.

A Associação Chinesa de Futebol (CFA, na sigla em inglês), o organismo estatal que funciona como uma federação, está envolvida em vários casos de corrupção. Cerca de dez responsáveis da CFA, incluindo o antigo presidente Chen Xuyuan, foram afastados em 2022, por suspeitas de corrupção.

Chen admitiu ter recebido grandes quantidades de dinheiro de jogadores do mundo do futebol que queriam cair nas suas boas graças. Também o ex-treinador da selecção chinesa de futebol Li Tie confessou recentemente ter pago o equivalente a cerca de 400 mil euros para garantir a sua contratação, em Janeiro de 2020.

25 Jan 2024

Xinjiang | Milhares forçados a abandonar as casas após terramoto de 7,1

O forte terramoto de terça-feira, ao qual se seguiram várias réplicas, obrigou à deslocação de milhares de pessoas numa altura em que uma vaga de frio afecta a região

 

As réplicas que sucederam a um terramoto ocorrido na terça-feira continuaram ontem a abalar o oeste da China, enquanto mais de 12.000 pessoas permanecem em tendas e outros abrigos, acendendo fogueiras para se protegerem do tempo gelado. No dia anterior, um terramoto de magnitude 7,1 numa zona remota da região chinesa de Xinjiang matou três pessoas e deixou cinco feridos, tendo danificado centenas de edifícios.

O terramoto causou danos significativos no meio de temperaturas geladas, mas o número de mortos e feridos foi relativamente baixo, devido à escassa população em torno do epicentro, na vila de Uchturpan, perto da fronteira com o Cazaquistão. As imagens exibidas pela televisão estatal CCTV mostram pessoas a comerem massa instantânea em tendas, com fogueiras a aquecer.

Jian Gewa, um estudante de 16 anos de Uchturpan, disse que estava na casa de banho quando o tremor começou. O edifício inteiro tremeu violentamente. “Só pensei que tinha de me pôr em segurança o mais depressa possível”, disse Jian, citado pela Associated Press.

Este jovem foi retirado para uma escola, juntando-se a cerca de 200 outras pessoas. As autoridades locais disseram que planeavam verificar a estabilidade das casas antes de as pessoas poderem regressar. O terramoto atingiu uma zona escassamente povoada, com aglomerados de cidades e aldeias espalhadas por uma paisagem invernal árida.

Uma autoestrada de duas faixas vai da cidade de Aksu, a cerca de 125 quilómetros, até à zona, atravessando planícies de um lado e afloramentos escarpados do outro. As linhas eléctricas e uma fábrica de cimento ocasional são praticamente os únicos sinais da presença humana.

Impacto do sismo

Na prefeitura de Kizilsu Kirgiz, o terramoto causou danos em 851 edifícios, fazendo ruir 93 estruturas perto do epicentro e matando 910 animais, de acordo com o vice-secretário do Partido Comunista da prefeitura, Wurouziali Haxihaerbayi.

A prefeitura enviou mais de 2.300 socorristas e a vila de Akqi evacuou 7.338 habitantes. No total, foram evacuadas 12.426 pessoas. As equipas de salvamento vasculharam os escombros enquanto equipamento de sobrevivência de emergência, incluindo casacos e tendas, foram enviados para ajudar os milhares de pessoas que fugiram das suas casas.

“Este terramoto de magnitude 7,1 é muito forte, mas a situação dos mortos e feridos não é grave”, declarou Zhang Yongjiu, chefe da Administração de Terramotos de Xinjiang, em conferência de imprensa. O epicentro do terramoto foi numa área montanhosa a cerca de 3.000 metros acima do nível do mar, disse Zhang.

Na aldeia de Yamansu, cerca de 115 pessoas estavam alojadas numa sala de reuniões do Partido Comunista, com as suas roupas de cama cuidadosamente enroladas na manhã de ondem, em cima de cinco longas filas de camas de metal. O pessoal médico estava à disposição para examinar os residentes mais idosos. A CCTV disse que 1.104 tremores secundários, incluindo cinco de magnitude superior a 5,0 foram registados até às 08:00 da manhã de quarta-feira. O maior registou uma magnitude de 5,7.

Entre os edifícios danificados, 47 casas ruíram, segundo publicou o governo da Região Autónoma de Xinjiang Uygur na sua conta oficial da rede social Weibo na terça-feira.

25 Jan 2024

Herança | Mulher e cúmplices detidos por falsa declaração

Uma mulher de 70 anos, residente, preencheu uma falsa declaração sobre os bens do irmão falecido para se tornar na única herdeira, tendo sido detida juntamente com mais três cúmplices. Segundo o jornal Ou Mun, o irmão da detida morreu em 2016, altura em que esta tratou das burocracias inerentes ao funeral na casa dele, tendo descoberto o cartão de um dos cúmplices da falsificação, de apelido Lok.

A mulher contactou Lok para dar apoio aos assuntos relacionados com o falecido, tendo sido informada de que este detinha em Macau três imóveis, tendo proposto o pagamento de um milhão de patacas a Lok para a ajudar a preencher uma falsa declaração. Lok arranjou então mais três cúmplices para que, juntos, assinassem um documento no cartório que confirmava a mulher como única herdeira.

O falecido tinha, contudo, um sobrinho que era o herdeiro legal, que só descobriu a existência de uma herança no ano passado. Suspeitando estar a ser prejudicado, o homem denunciou a situação às autoridades. O caso já foi encaminhado para o Ministério Público, sendo a mulher e os restantes cúmplices suspeitos da prática de crime de burla com valor elevado e falsificação de documentos. A PJ está ainda em busca de um suspeito em fuga, o terceiro cúmplice que se juntou a Lok.

25 Jan 2024