CGA | Jorge Fão pede processos rápidos para evitar tributação

O presidente da Assembleia Geral da Associação dos Aposentados de Macau (APOMAC), Jorge Fão, defende a necessidade de agilizar o processo de emissão da declaração de residência em Macau, que permite evitar o pagamento de impostos em Portugal, por parte dos aposentados que recebem pensão através da Caixa Geral de Aposentações (CGA).

Em declarações à Rádio Macau, Jorge Fão desvalorizou o facto de os aposentados terem de passar metade do ano em Macau para obter a declaração do não pagamento de impostos em Portugal, como decorre do Código Fiscal.

Segundo as explicações do dirigente da APOMAC, a alteração acaba por não ser relevante porque existe um acordo entre Portugal e Macau que já prevê o não pagamento de impostos e a emissão da declaração necessária.

No entanto, o dirigente indicou a necessidade de acelerar os procedimentos na emissão da declaração, dado que, de acordo com os procedimentos actuais, o director dos Serviços de Finanças tem de assinar à mão cerca de 1.800 declarações.

As declarações só podem ser apresentadas à DSF em Janeiro e têm de ser enviadas para Portugal até 10 de Janeiro, para evitar a tributação. O tempo é considerado curto, e o procedimento desadequado, o que levou Jorge Fão a pedir alternativas mais rápidas e convenientes.

18 Dez 2024

RAEM 25 anos | John Lee vem a Macau na sexta-feira

O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, irá chefiar uma delegação de governantes que se desloca a Macau na sexta-feira por ocasião da cerimónia de celebração do 25º aniversário da RAEM e da tomada de posse do VI Governo da RAEM, liderado por Sam Hou Fai.

Numa nota do Governo da região vizinha, foi referido que a delegação da RAEHK chega a Macau amanhã, partindo logo na sexta-feira. Além de John Lee, o Executivo de Hong Kong será representado pelo secretário das Finanças Paul Chan, o secretário da Justiça Paul Lam, o secretário para os Assuntos Constitucionais e do Interior Erick Tsang Kwok-wai e a directora do Gabinete do Chefe do Executivo Carol Yip.

Na sua ausência, John Lee será substituído pelo Secretário-Chefe da Administração, Chan Kwok-ki. Na mesma nota, John Lee declarou que vem a Macau “felicitar Sam Hou Fai”, tendo descrito a relação de Macau e Hong Kong como “de irmãos, com um frequente intercâmbio” e prometido uma comunicação próxima nos próximos anos.

John Lee disse ainda esperar dialogar com o novo Chefe do Executivo de Macau sobre as possibilidades de cooperação em várias áreas no futuro, tendo em conta que ambos os territórios fazem parte do projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

A confirmação da vinda de uma delegação governamental de Hong Kong a Macau foi feita ontem numa sessão com jornalistas antes de uma reunião do Conselho Executivo.

18 Dez 2024

Área da Grande Baía: Integração transforma fronteiras em pontes de oportunidades

A Área da Grande Baía (AGB) Guangdong-Hong Kong-Macau é mais do que uma visão para a cooperação económica – é uma realidade próspera que demonstra o poder transformador da integração. Embora o termo “AGB” seja relativamente recente, os princípios que lhe estão subjacentes – combinar inovação, recursos e culturas além fronteiras – têm vindo a moldar a região há décadas.

 

Inovação de alta tecnologia: Materiais para o futuro

A parceria entre Macau e a ilha de Hengqin está a impulsionar avanços tecnológicos. Lei Zhen, fundador da Nanometals Technology, está na vanguarda com o seu “fio de prata nanométrico”, um material revolucionário para ecrãs tácteis e ecrãs dobráveis. “A inteligência artificial é o futuro, onde a interação homem-máquina em dispositivos inteligentes será generalizada. O fio de prata nanométrico é o material fundamental para esse futuro”, explica Lei.

Os amplos recursos, o espaço e o próspero ecossistema industrial de Hengqin proporcionam o que a paisagem urbana compacta de Macau não consegue, enquanto a reputação de Macau como centro de investigação e porta de entrada global atrai talento e financiamento internacionais.

Desde 2015, esta parceria tem transformado as ideias de ponta de Lei em sucessos comerciais. “A substituição de materiais estrangeiros permite às empresas controlar as cadeias de abastecimento, reduzir os custos e aumentar o desempenho dos produtos”, acrescenta Lei.

Esta colaboração realça a força da AGB: combinar os conhecimentos de investigação de Macau com o poder de fabrico de Guangdong. Trata-se de uma fórmula que mantém o talento local no terreno e atrai inovadores globais. O Centro de Incubação de Jovens Empreendedores de Macau é um excelente exemplo – mais de 600 empresas iniciantes floresceram desde 2015, com um número crescente de empreendimentos de alta tecnologia.

Reformas financeiras: Dar poder aos sonhos das empresas

A AGB está também a redefinir os serviços financeiros, proporcionando novas oportunidades tanto para as empresas como para os residentes. Os programas financeiros inovadores da Hengqin são uma tábua de salvação para os empresários de Macau. Amy Wat, uma empresária de Macau que transferiu o seu restaurante para Hengqin, elogia o apoio: “Confiaram-me um empréstimo, apesar de eu nunca ter trabalhado aqui. A ajuda tem sido incrível”.

Ao sincronizar os registos de crédito com os sistemas financeiros de Macau, a sucursal de Hengqin do Banco da China oferece agora empréstimos a empresas em fase de arranque até 30 milhões de yuans (cerca de 4 milhões de dólares) sem exigir activos no continente. “Sob a orientação do Banco Popular da China, lançámos também a liquidação de hipotecas transfronteiriças e empréstimos digitais em RMB”, diz Liu Xianghong, Governador da sucursal. “Estas medidas estão a ajudar os residentes de Macau a integrarem-se na economia do continente.”

Até à data, foi aprovado um total de 460 milhões de yuans (cerca de 73 milhões de dólares) em empréstimos ao abrigo do regime, beneficiando mais de 100 empresas.

As comodidades quotidianas também melhoraram. Os sistemas de pagamento em duas moedas permitem agora aos residentes de Macau fazer compras na sua moeda local, a Pataca de Macau, nos supermercados, cafés e lojas de Hengqin.

O poder das estrelas: Os concertos impulsionam o boom económico de Macau

A integração regional também reforçou o estatuto de Macau como “Cidade das Artes do Espetáculo”. Só no ano passado, a cidade acolheu mais de 240 concertos de música pop, atraindo multidões que bateram recordes. As novas ligações de transporte e a alfândega aberta 24 horas por dia na fronteira de Hengqin conduziram a um afluxo de visitantes do continente.

Jeffrey Jiang, Vice-Presidente Sénior dos Serviços de Entretenimento da Galaxy Entertainment, realça o impacto económico surpreendente destes eventos: “Cada concerto atrai mais de 10.000 participantes, com cada visitante a gastar uma média de 5.600 patacas – a mais elevada entre todos os segmentos de visitantes”, explica Jiang.

A arena coberta Galaxy, com 16.000 lugares, pode ser a joia da coroa de Macau, mas a cidade já está de olho em prémios maiores. Os convites para a construção de recintos maiores, com capacidade para 50 000 espectadores, prometem atrair super-estrelas mundiais e audiências internacionais de maior dimensão. Os concertos provaram ser um investimento lucrativo, impulsionando as reservas de hotéis, restaurantes, comércio e desenvolvimento de infra-estruturas no âmbito da Área da Grande Baía (AGB).

Reforma e resiliência: Um modelo para o futuro

A Área da Grande Baía (AGB) é mais do que uma estratégia regional – incorpora o compromisso inabalável da China com a reforma e a abertura económica em tempos de incerteza. Durante décadas, as empresas de Macau e Guangdong colaboraram naturalmente, capitalizando os pontos fortes únicos de cada região. “O conceito de AGB não é novo – já o fazemos há anos”, diz Charles Choy, presidente da Câmara de Comércio Americana em Macau e copresidente da Macao Beer.

Desde os anos 90, a Macao Beer evoluiu de uma pequena fábrica de cerveja de garagem na Ilha de Coloane para umas instalações de ponta e uma joint-venture internacional em Zhuhai. Ao importar lúpulo de cerveja dos Estados Unidos através de um sistema de aprovisionamento internacional resiliente, a empresa tem conseguido ultrapassar as perturbações tarifárias.

O papel de Zhuhai como pioneira na reforma económica da China, com a sua mão de obra qualificada, recursos abundantes e políticas favoráveis aos investidores, complementou o espírito empresarial de Macau. Choy acrescenta que a cerveja de Macau, enquanto “produto de destino”, beneficia diretamente do boom turístico da AGB.

As parcerias transfronteiriças permitiram às empresas expandir as suas operações, mantendo as suas identidades distintas. Numa altura em que Macau se encontra numa encruzilhada histórica, a AGB demonstra o poder transformador da integração – uma convergência dinâmica de recursos, talento e inovação que promove o crescimento sustentável.

Desde as descobertas de alta tecnologia até aos avanços culturais e financeiros, esta sinergia também constitui um exemplo global de como a cooperação regional pode impulsionar a resiliência, a inovação e a prosperidade num mundo interligado.

Por Huang Fei, CGTN

18 Dez 2024

Um milhão de palestinianos enfrenta Inverno sem refúgio em Gaza

Cerca de um milhão de palestinianos enfrenta o Inverno na Faixa de Gaza sem abrigo adequado, devido à destruição provocada pela ofensiva militar do exército israelita, alertou ontem o Conselho Norueguês para os Refugiados (CNR). Segundo a organização não-governamental (ONG) norueguesa, na Faixa de Gaza, alvo dos ataques israelitas depois de Israel ter sido atingida a 7 de Outubro de 2023 por um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas, apenas 23 por cento das necessidades de abrigo foram cobertas no Outono.

A ONG afirmou que, em Setembro, eram necessários 2.000 camiões de tendas ou 200 camiões de ‘kits’ de impermeabilização para fornecer protecção básica de Inverno a 1,13 milhões de palestinianos, mas até ao final de Novembro apenas 285.000 pessoas tinham recebido estes materiais.

O CNR sublinhou também que, desde o início de Outubro, a “ofensiva e o cerco” do exército israelita no norte de Gaza deslocou mais 100.000 palestinianos, deixando um total de 945.000 a necessitar de assistência e de abrigos, sublinhando que a entrega destes materiais diminuiu, uma vez que foi dada prioridade à entrega de farinha devido ao risco de fome.

“Recebemos apenas uma fracção da ajuda necessária para resolver a crise dos abrigos”, afirmou Jeroen Quanjer, presidente do Grupo Refúgio para a Palestina.

A ONG criticou as restrições de Israel à entrada de materiais essenciais face às novas vagas de deslocados no norte da Faixa de Gaza “Centenas de milhares de famílias deslocadas estão a suportar o frio e a chuva do inverno sem uma protecção significativa. A repetida recusa das autoridades israelitas em fornecer materiais de abrigo essenciais está a impedir-nos de aumentar a nossa resposta para construir abrigos de emergência que possam resistir às condições de Inverno em Gaza”, afirmou.

A este respeito, a organização recordou que a tempestade do final de Novembro inundou vários campos de deslocados internos, destruindo tendas e abrigos e obrigando muitas famílias a deslocarem-se novamente. Segundo Quanjer, pelo menos 101 locais de deslocados internos no sul de Wadi Gaza, onde vivem mais de 450.000 palestinianos, são propensos a inundações.

Em movimento

Mahmud, um palestiniano deslocado na cidade de Deir al-Bala’a (centro), disse que durante a tempestade de Novembro se levantou porque a água estava a inundar as tendas. “Os nossos filhos estavam a dormir quando a água os atingiu. Os nossos cobertores e roupas ficaram estragados. Agora não resta nada, apenas um lago. Estou a tentar salvar o que resta, mas sinto-me abandonado. Ninguém parece importar-se, nem o mundo árabe, nem os decisores políticos. Fomos deixados sozinhos”, afirmou.

As repetidas deslocações provocadas pela ofensiva israelita obrigaram as famílias a deixar para trás materiais de abrigo essenciais, fugindo muitas vezes apenas com o que conseguiram transportar, segundo o NRC, que observou que muitas tendas e provisões entregues ao longo do último ano por organizações de ajuda humanitária estão inutilizáveis devido ao desgaste, não chegando provisões suficientes para as substituir.

17 Dez 2024

CURB | Conhecidos vencedores de concurso de urbanismo

O CURB – Centro de Arquitetura e Urbanismo anunciou ontem os vencedores do concurso “Placeable City | Placemaking no Porto Interior de Macau 2024”, destinado a apresentar soluções de renovação nas áreas de arquitectura e urbanismo para três zonas comunitárias no Porto Interior: a Travessa do Bazar Novo e Travessa do Auto Novo, o Largo do Aquino e Escada do Quebra-Costas até à Travessa do Abreu, junto ao Pátio das Seis Casas.

Em primeiro lugar, ficou o projecto para a Travessa do Bazar Novo e Travessa do Auto Novo da autoria de Sun Ruipu, Xie Borui e Chen Zhiyu. Em segundo lugar, foi distinguido o trabalho “Ephemeral Dreams”, de Chan Hoi Wang, proposta feita para a mesma localização do projecto anterior.

Em terceiro lugar ficou o projecto desenvolvido pelo arquitecto Sérgio Proença em parceria com Guoliang Chen, com o nome “Camadas da Vida Comunitária”, pensado para a Escada do Quebra-Costas à Travessa do Abreu. Foram ainda atribuídas algumas menções honrosas.

Os vencedores foram escolhidos de um total de 24 propostas apresentadas por indivíduos e grupos, que foram avaliados “por um painel de juízes experientes que selecionaram os melhores para o tema do concurso, tendo em conta a sua qualidade artística e técnica e a originalidade da sua visão”, destaca uma nota de imprensa do CURB.

A exposição com os projectos a concurso estará patente no espaço do CURB, na Ponte 9 – Plataforma Criativa, situada no Porto Interior, a partir das 18h de quinta-feira.

17 Dez 2024

Teatro MGM apresenta “Macau 2049”, de Zhang Yimou até Fevereiro

Pode ser visto até 2 de Fevereiro o espectáculo “Macau 2049”, realizado por Zhang Yimou, que nasce de uma parceria com a MGM. O espectáculo, que estreou no domingo, sobe aos palcos em várias datas no Teatro MGM.

Este é o primeiro espectáculo no formato residência a surgir no sétimo aniversário de existência do Teatro MGM, e logo para celebrar os 25 anos da RAEM, com o cunho do famoso realizador chinês Zhang Yimou.

O “Macau 2049” tem 80 minutos de duração e é composto por oito partes: “Drumming-Shadows”, “Khoomei-Ethereal”, “Miao Songs-Transcendent”, “The Crossroads Inn-Masks”, “Yangge – Robots”, “Yi Song-Ocean”, “Lion Dance-Radiance” e “Storytelling-Origin”.

O espectáculo funde, segundo uma nota de imprensa da MGM, “tecnologias avançadas de 20 países e regiões, trazendo novas interpretações do património cultural intangível chinês, nomeadamente Hua’er, Khoomei, Canção e Dança do Povo Miao, Ópera de Pequim, Yangge, Canção Yi, Dança do Leão e Narração de Histórias no Norte de Shaanxi”.

Uma espécie de fusão

Para a MGM, “a fusão dá forma a uma expressão ideológica profunda e sem precedentes em palco”, permitindo que o público “aprecie e compreenda melhor as culturas tradicionais chinesas”, graças à interpretação em oito idiomas.

“Se virmos a progresso da civilização através de uma lente linear, uma extremidade representa os 5.000 anos da civilização antiga, enquanto a outra significa um futuro impulsionado pelo rápido avanço tecnológico. ‘Macau 2049’ junta as duas extremidades do tempo e do espaço neste momento, convergindo os horizontes do Oriente e do Ocidente neste local. Procuramos a harmonia sem uniformidade, celebrando assim a diversidade das civilizações de todo o mundo. Espero que este espectáculo em Macau crie uma performance inigualável para todos”, disse, citado pela mesma nota, Zhang Yimou.

O espectáculo apresenta-se como uma “produção pioneira que redefine a expressão artística ao fundir a arte tradicional com a tecnologia moderna, criando uma linguagem de palco inovadora”. Com a produção, explora-se “a rica herança cultural de diversos grupos étnicos, incorporando esses tesouros numa narrativa artística unificada, e mostrando o apelo distintivo de Macau como um centro cultural global”.

17 Dez 2024

Coreia do Sul | Presidente destituído rejeita convocatórias da Justiça

O Presidente deposto da Coreia do Sul rejeitou citações judiciais para o interrogar sobre a breve imposição da lei marcial, enquanto o Tribunal Constitucional começou a examinar a moção de destituição aprovada pelo parlamento. China espera relação estável após destituição de Yoon Suk-yeol

 

Suspenso desde a votação parlamentar de sábado à noite, Yoon Suk-yeol é objecto de dois inquéritos por rebelião, além do processo aberto na manhã de ontem pelo Tribunal Constitucional. A 3 de Dezembro, Yoon surpreendeu o país ao declarar a lei marcial e enviar o exército para o parlamento, antes de ter de recuar pouco antes do amanhecer, sob pressão da Assembleia Nacional e dos manifestantes.

O antigo procurador, de 63 anos, tal como os aliados que também estiveram envolvidos no golpe de Estado, enfrenta a prisão perpétua e, teoricamente, a pena de morte se for considerado culpado de rebelião. Está proibido de sair do país. O Ministério Público, que dirige uma das duas investigações, voltou a enviar uma nova convocatória, depois de Yoon se “ter recusado” a comparecer no dia anterior.

A equipa da segunda investigação também pediu autorização para interrogar Yoon, mas o pedido foi rejeitado pelo gabinete presidencial, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap. Se Yoon continuar a recusar, os investigadores poderão solicitar aos tribunais a emissão de um mandado de captura contra o Presidente destituído.

O Tribunal Constitucional deverá pronunciar-se sobre a validade da moção de destituição dentro de cerca de seis meses. Se o Tribunal der provimento à moção, Yoon será deposto e terá de se realizar uma eleição presidencial no prazo de dois meses. O vencedor tomará posse no dia seguinte ao resultado, sem o período de transição habitual.

Durante este período, que poderá ir até oito meses, o primeiro-ministro sul-coreano, Han Duck-soo, vai assumir as funções presidenciais interinamente e garantir “uma governação estável”.

Estabilidade chinesa

O Tribunal agendou uma audiência preliminar para 27 de Dezembro, à qual Yoon não será obrigado a comparecer, disse aos jornalistas a porta-voz Lee Jean. “Este caso será considerado de alta prioridade”, assegurou Lee Jean aos jornalistas.

De acordo com a maioria dos peritos, existem poucas dúvidas quanto ao resultado do processo, tendo em conta as violações flagrantes da Constituição e da lei de que Yoon Suk-yeol é acusado.

Desde o golpe de Estado, têm-se multiplicado as manifestações em grande escala contra Yoon Suk-yeol, bem como as manifestações mais pequenas de apoio, com manifestantes de ambos os lados a afirmar que vão continuar a protestar até que o Tribunal dê o veredicto.

Em resposta à turbulência política no país, a China disse ontem que espera manter uma relação estável com a Coreia do Sul. “Promover o desenvolvimento saudável e estável das relações entre a China e a Coreia do Sul é do interesse comum de ambas as partes”, afirmou Lin Jian, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa, em Pequim.

“A Coreia do Sul é um vizinho próximo e um parceiro de cooperação importante e amigável para a China. A promoção de um desenvolvimento saudável e estável das relações sino – sul-coreanas é do interesse comum de ambas as partes”, afirmou Lin Jean.

“A política da China em relação à Coreia do Sul é coerente e estável”, disse o porta-voz, acrescentando que a “manutenção da paz e da estabilidade na península coreana é do interesse de todas as partes e exige esforços activos de todos”. No entanto, quando questionado directamente sobre a demissão do Presidente Yoon, o porta-voz recusou-se a comentar, dizendo que se tratava de “um assunto interno da Coreia do Sul”.

17 Dez 2024

China | Produção industrial cresce 5,4% em Novembro

A produção industrial na China cresceu 5,4 por cento, em Novembro, em termos homólogos, um valor 0,1 por cento acima da marca registada no mês anterior, indicam dados oficiais divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE).

O valor do penúltimo mês do ano é também ligeiramente superior ao esperado pelos analistas, que previam que se mantivesse nos mesmos 5,3 por cento de Outubro. Os dados mostram ainda que a produção industrial acumulou um crescimento de 5,8 por cento até agora em 2024.

Entre os três grandes sectores em que o GNE dividiu este indicador, o que mais aumentou a produção em Outubro foi a indústria transformadora (+6 por cento), superando a indústria extractiva (+4,2 por cento) e a produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água (+1,6 por cento). A instituição destacou ainda o aumento da produção de bens específicos, como veículos eléctricos (+51,1 por cento), robôs industriais (+29,3 por cento) e semicondutores (+8,7 por cento).

O GNE também divulgou outros dados estatísticos, como as vendas a retalho, cujo ritmo de crescimento abrandou fortemente de 4,8 por cento em Outubro para 3 por cento em Novembro, enquanto os especialistas previam um ligeiro abrandamento para 4,6 por cento.

A taxa oficial de desemprego nas zonas urbanas manteve-se ao mesmo nível do mês anterior, em 5 por cento, e está a caminho de terminar o ano dentro do limite oficial de 5,5 por cento, fixado para este ano por Pequim.

O crescimento do investimento em activos fixos caiu para 3,3 por cento no acumulado até Novembro, menos 0,1 por cento do que nos primeiros dez meses do ano, apesar das expectativas dos analistas de que não sofreria tal queda.

Na análise por sector, o investimento na indústria transformadora cresceu 9,3 por cento e nas infra-estruturas 4,2 por cento.

17 Dez 2024

Anhui | Cinco detidos por envolvimento em rede de barrigas de aluguer

As autoridades da província de Anhui, no leste da China, detiveram cinco pessoas, este fim-de-semana, depois de terem desmantelado uma rede de gestação de substituição, prática conhecida como barrigas de aluguer e ilegal no país.

Os investigadores detectaram o envolvimento de uma empresa de tecnologia médica em actividades ilegais de gestação de substituição, entre outras irregularidades, na sequência de uma queixa apresentada por um utilizador nas redes sociais, informou o jornal estatal Global Times.

O cidadão denunciou a existência de uma agência de gestação de substituição na cidade de Hefei que, alegadamente, colaborava ilegalmente com pessoal médico e funcionários locais para efectuar recuperações clandestinas de óvulos e falsificar certidões de nascimento.

Na sequência da denúncia, foi formada uma equipa de investigação composta pelos departamentos de segurança pública, saúde, inspecção disciplinar, supervisão e regulação do mercado, para dar início às investigações. As autoridades estão também a investigar possíveis violações disciplinares ou actividades ilegais por parte dos funcionários, acrescentou o jornal.

A gestação de substituição é proibida na China, tal como o acesso de mulheres solteiras a tecnologias de reprodução assistida, como o congelamento de óvulos, devido aos “riscos para a saúde”, à “falta de provas que apoiem a prática da tecnologia de congelamento de óvulos para adiar a fertilidade” e ao potencial “abuso da tecnologia para fins lucrativos”, tinha afirmado, em 2020, a Comissão Nacional de Saúde do país.

Em 2023, a China registou 1.409 milhões de habitantes, menos 0,14 por cento do que em 2022, ano em que a população já tinha diminuído em 850.000, marcando o primeiro declínio desde 1961, quando o Grande Salto em Frente resultou em fome em grande escala.

17 Dez 2024

Imobiliário | Preços de casas novas caem pelo 18º mês consecutivo

Os preços das casas novas na China caíram pelo 18º mês consecutivo, em Novembro, embora a queda ocorra a um ritmo mais lento do que no mês anterior, face às medidas governamentais de apoio ao sector

 

Os preços em 70 cidades selecionadas caíram 0,2 por cento em relação ao mês anterior, de acordo com os cálculos feitos com base nos números divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) chinês, que reflectiram uma contracção de 0,51 por cento em Outubro.

Entre as localidades mencionadas, 49 registaram reduções nos preços das casas, em comparação com 63 em Outubro, e 17 – incluindo algumas grandes cidades como Xangai e Shenzhen – registaram aumentos, um salto significativo em relação ao mês anterior (sete).

Os cálculos feitos com base nos dados do GNE também reflectem uma redução de 0,35 por cento no preço das casas em segunda mão em Novembro, depois de terem caído 0,48 por cento no mês anterior. No caso deste tipo de imóveis, 58 das 70 cidades registaram descidas, dois mantiveram-se ao mesmo nível de Outubro e 10 registaram subidas.

A instituição estatística também anunciou os dados sobre o investimento em promoção imobiliária entre Janeiro e Novembro, que mostram uma queda de 10,4 por cento, uma descida 0,1 por ceto, mais profunda do que a registada até Outubro.

O GNE indicou que as vendas de propriedades comerciais medidas pela área útil caíram 14,3 por cento entre Janeiro e Novembro. Embora se trate ainda de uma queda significativa, reflecte também novamente uma tendência de recuperação relativa: as duas leituras anteriores tinham sido de 17,1 e 15,8 por cento.

Mangas arregaçadas

Nas últimas semanas, as autoridades chinesas continuaram a anunciar medidas para travar a queda do mercado imobiliário, uma questão que preocupa Pequim devido às implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas. Em Novembro, o Governo anunciou novas políticas fiscais para estabilizar o mercado imobiliário, e as principais cidades, como Pequim e Xangai, tomaram a iniciativa de anunciar reduções de impostos sobre as habitações de luxo para impulsionar o mercado.

Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é a crise do sector imobiliário, cujo peso no produto interno bruto (PIB) chinês, somando os factores indirectos, foi estimado em cerca de 30 por cento, segundo alguns analistas.

17 Dez 2024

Pode um historiador prever o futuro?

Uma leitura sobre a vidência em Sima Qian

Por André Bueno

No Shiji de Sima Qian, há uma passagem que adoro citar. É retirada da biografia de Zhang Liang [Shiji, 55], um dos grandes heróis que lutou contra Qinshi Huangdi e ajudou a fundar a dinastia Han. Ela nos conta que Zhang era um espécie de ‘predestinado’ a ajudar na elevação de Liu Bang [primeiro imperador de Han] ao poder, e a revelação de seu potencial se dá em um encontro de contornos místicos, que reproduzo nessa longa passagem adaptada:

“Um jovem nobre decadente, chamado Zhang Liang, andava perdido pela China, pensando num meio de acabar com o imperador Qinshi Huangdi. Ele já havia realizado uma tentativa anterior, inteiramente fracassada, e estava totalmente desolado. Qinshi parecia ser inexpugnável, e nada indicava que a situação pudesse mudar. Foi então que, num belo dia, depois de muito vagar, Zhang Liang foi atravessar uma ponte, e deparou-se com um velho, que havia deixado cair seu sapato no rio. Zhang, educadamente, prontificou-se a buscá- lo. Quando trouxe o sapato, o velho chutou-o pra longe e pediu novamente Zhang para pegar. Zhang ficou irritado, mas controlou-se e foi atrás do sapato de novo. Quando o trouxe, o velho simplesmente fez voar o calçado para ainda mais longe, e insistiu que Zhang fosse atrás do dito. Numa história normal, Zhang, ou qualquer outra pessoa, achariam que aquele senhor estava fazendo uma brincadeira de mau gosto ou debochando de sua cara. Mas, como Zhang era um predestinado, de características especiais – e contra a lógica usual destas situações – ele foi atrás do sapato do velhinho, pegou-o e o trouxe de volta. Ele estava de cabeça quente, mas controlado; foi o que permitiu que ele reparasse que o velho estava com uma aura estranha de autoridade, um brilho incomum, e de pronto modificou sua atitude. O ancião agradeceu a gentileza, e disse a Zhang que ele era uma pessoa especial. Pediu que dali a cinco dias o encontrasse num lugar convencionado, para dar-lhe um presente. Zhang ficou atiçado e curioso, e foi ao encontro do senhor dias depois. Quando lá chegou, o velho o esperava e gritou com ele: “Porque se atrasou tanto? Você é um grosseiro mal educado. Deixou um velho esperando! Volte daqui a cinco dias!” Zhang quase saiu do esquadro de novo, mas segurou-se. Voltou cinco dias depois, bem mais cedo do que antes, e encontrou o velho lá apenas para apanhar outra bronca e ouvir: “volte daqui a cinco dias!”. Devem ser nestes momentos que os heróis mostram sua obstinação. Talvez por curiosidade, ou por que não tinha nada melhor, Zhang decidiu fazer diferente. Foi quase um dia antes no lugar marcado e ficou esperando. O velho chegou, sorriu-lhe e disse: “paciência e disciplina, agora sim. Este é o caminho”. Deu-lhe um livro e continuou: “Você será o mestre do novo imperador daqui a dez anos. Daqui a treze anos, nos encontraremos de novo perto da margem norte do rio Chi. No pé do monte Guqian haverá uma pedra amarela: serei eu”, e desapareceu. Ele nunca mais foi visto. Quando terminou este encontro estranhíssimo, Zhang Liang olhou o livro que havia ganhado, e percebeu que se tratava de um tratado militar desconhecido. O livro parecia ser simples, e aparentemente combinava os textos de Taigong com os de Sunzi e de outros autores. Ele dividia-se em três partes apenas: as estratégias superiores, medianas e inferiores. Por causa disso, ele acabaria sendo chamado de ‘As três estratégias’, e para evitar confusões, a tradição chinesa o salvou como As três estratégias do duque da pedra amarela” [Bueno, 2011: 111-113].

No melhor estilo Ariano Suassuna – “não sei como foi, só sei que foi assim” – Sima Qian nos conta toda essa história sem enfatizar qualquer crença especial em sua veracidade. Como historiador, ele reproduzia uma narrativa conhecida; afinal, Zhang foi um personagem real, e se não foi ele a difundir essa lorota, não fez nada para desmenti-la. Mas ao mesmo tempo, Sima precisava defender – até certo ponto – que os especialistas no passado conseguiam, de alguma maneira, explicar o presente e determinar o futuro por meio do seu conhecimento. Isso implicava dizer que os historiadores tinham que lidar com a ideia de que algumas pessoas eram especiais, dotadas de uma tendência, propensão ou destino que lhes garantiria um papel especial na história. Ao mesmo tempo, os especialistas em história deveriam saber ler essas tendências e inferir o desfecho de certos acontecimentos. Não é preciso muito para entender que sustentar essa ideia sempre foi um problema. Como explicar, por exemplo, que Qinshi Huangdi era uma pessoa especial, se seu governo foi marcado pela crueldade? E como ainda explicar que a natureza [Tian, o Céu] o entronizou? Do mesmo modo, Liu Bang, o futuro fundador de Han, se destacava por qualidades bastante peculiares. Ele olhava torto, era displicente com a aparência, andava mal ajambrado, mas tinha uma barba bonita, nariz a testa grande, e setenta e duas verrugas na perna. Dava esmolas e tinha a mente aberta. Quando ia pra taverna, ela enchia de gente, todos ficavam felizes e pararam de cobrar fiado dele. Depois que casou, durante um ano inteiro, todos os dias, ele procurava sua esposa, e a fazia ter orgasmos antes de sair pra beber. Essas eram algumas de suas qualidades notáveis. Sim, isso tudo está na biografia de Liu Bang [Shiji, 8] descrita por Sima Qian. Seguem-se uma série de sinais auspiciosos como voos de dragão, emanações de energia, entre outras coisas fantásticas. Como inferir que Liu Bang era um predestinado, senão por sinais celestes misteriosos, que só seriam compreendidos depois?

Obviamente, isso é a reprodução de uma narrativa do passado. Contudo, como dissemos, os historiadores chineses antigos tinham que opinar sobre as tendências do mundo, sobre os acontecimentos e as questões de governança. Ainda que essas descrições fossem esvaziadas de uma carga de realidade [algo como ‘acredite se quiser’], por outro lado, elas serviam de escopo para comprovar a autoridade daqueles que alcançaram o poder [quer dizer, às vezes seria preciso acreditar nelas…]. Zhang Huawei [2017], em um instigante ensaio sobre a visão de destino em Sima Qian, mostra como esse conceito tornou-se objeto de uma complexa discussão acerca do papel previdente do historiador. Em retrospectiva, a ideia de ‘destino’ [Tianming 天命, empregada aqui de forma sinonímica com a nomeação imperial cosmoecológica dos soberanos chineses antigos] foi eventualmente usada para justificar as impressões do passado, bem como de seus personagens. Isso poderia significar que haveria algum tipo de justiça deontológica, uma ordenação natural das coisas ou ainda, uma fundamentação moral para a existência de uma trajetória de vida previamente definida.

Os chineses, no entanto, sempre buscaram escapar de uma visão pré-fixada das coisas. Existiam três razões para supor isso:

A primeira estava fundamentada no ciclo da mutação, apresentada no Yijing [o Tratado das Mutações], o primeiro livro de ciências da história chinesa. O Yijing explicava simbolicamente o ciclo perene da natureza e suas tendências, e por essa razão, tornou-se também [no imaginário chinês] um oráculo capaz de predizer, sugerir ou aconselhar sobre o desfecho das coisas. Mas – e justamente por isso – os chineses acreditavam que se o livro podia oferecer explicações sobre o curso de determinados acontecimentos, então, eles não seriam fatais, e consequentemente, poderiam ser modificados. A predição do Yijing indicava se algo era favorável ou não; então, o consulente poderia mudar de opinião e investir em uma atitude ou conduta diferente, alterando o curso da situação. De forma paradigmática o Yijing, portanto, tornou-se o primeiro oráculo do mundo que apenas aconselhava, mas que também deixava claro que o desfecho do futuro cabia ao indivíduo [Bueno, 2015]. Veremos que isso será crucial na interpretação de Sima Qian.

O segundo aspecto é a genealogia da cultura, proposta por Confúcio desde o Lunyu [Diálogos]. Em uma de suas passagens, ele afirma que ‘Shang sucedeu Xia, assim como Zhou sucedeu Shang. Sabemos o que se perdeu e o que foi acrescido. Quem suceder Zhou fará o mesmo, já sabemos como será’. A partir desse ponto de vista, o movimento de sucessão das coisas na mutação seria gerido por regras éticas e históricas, ligadas a reprodução e transformação da cultura. Visto assim, haveria algo que se preserva [essencial] e o que se transforma diante das necessidades do tempo [Bueno, 2011b].

É aqui que Sima Qian insere um terceiro elemento, a razão ecológica. Em sua visão, os movimentos sociais e políticos acompanhavam a ciclo da mutação em suas variações e movimentos naturais – como anteriormente apregoado pelo Yijing e por Confúcio – mas reinterpretado pela teoria dos cinco elementos, associação essa defendida por seu mestre Dong Zhongshu. Assim, ‘Xia foi madeira; Shang foi metal; Zhou foi fogo; Qin foi água; Han é terra’. As transformações do mundo seguiriam o movimento Wuxing, e por conseguinte, poderiam ser previstas em escala macrocósmica. Isso atendia ao seu propósito de ‘estudar a relação entre o céu e o homem, e compreender as mudanças nos tempos antigos e modernos’ [Shiji 130]. Assim, os movimentos da natureza – e de forma correlata, da humanidade – poderiam ser previstos e determinados em suas tendências fundamentais.

A articulação desses elementos na formulação de uma teoria de presciência revela o quão problemática era a tarefa de Sima Qian. A redação do Shiji estava envolta em compromissos políticos e ideológicos, com os quais ele teve que lidar amargamente ao longo da vida. Embora estivesse claro que sua proposta era valorizar a trajetória histórica de sua civilização, Sima era obrigado também a lidar com as tensões da escrita que envolvia as disputas de poder e as vaidades da corte [Jiang, 2018]. Nesse sentido, é possível que os personagens notáveis do passado possam ter sido moldados, na escrita das narrativas, para serem figuras prescientes; mas admitir isso significava, igualmente, reconhecer a possibilidade da previsão histórica no presente.

Isso deslizava para outro problema: a relação entre os tempos antigos e hodiernos. Li Bo [2014] analisa como Sima Qian estava plenamente ciente de que era um autor do presente falando sobre o passado, e reinterpretando-o dentro das possibilidades das fontes e das orientações ideológicas de sua época. Segundo Li, Sima fazia história do tempo presente, mas desejava entender e reconstruir as camadas da civilização chinesa em uma genealogia, fundando sua cultura no passado. Neste sentido, a presciência seria uma faculdade inviável de ser realizada, já que só poderia ser inferida a posteriori.

Após listar uma série de exemplos pinçados do Shiji, Zhang Huawei, afirma que ‘Resumindo, os pensamentos de Sima Qian sobre o destino incluem tanto a sua crença no destino como as suas dúvidas sobre a justiça do destino. Sima Qian duvidou da justiça do destino, mas não negou a sua existência. Quanto aos acontecimentos que podem ser explicados pela ação pessoal, Sima Qian também atribuiu grande importância ao papel do pessoal e opôs-se a confundir destino com pessoal. Estes estão de acordo com a intenção criativa de Sima Qian de “estudar a relação entre o céu e o homem” sob diferentes aspectos e refletem a sua crença no destino’. Essa conclusão aponta opiniões, mas parece ficar em cima do muro. Ou seja; Sima Qian não deixara de acreditar que poderia haver predestinados ou prescientes; e por tabela, não desejava abrir mão da faculdade de poder ‘inferir o futuro’ por meio dos estudos eruditos, mas precisava lidar com os perigos de errar as predições e conselhos. Melhor seria deixar isso nas mãos dos oráculos; mas esses mesmos oráculos, assim como as pessoas, podiam mudar de opinião!

Uma leitura que pode nos ajudar a compreender as intrincadas reflexões sobre esse problema é o seminal texto de François Jullien sobre ‘situação e tendência na história’ [Jullien, 2017]. Na interpretação de Jullien – alicerçada por comentaristas chineses – a questão central é como a situação ou contexto de uma narrativa são determinadas por suas ‘tendências’, ou seja, pelas forças que atuam para o andamento do episódio em questão. Isso significa que a predição sobre um acontecimento pode ser aferida, em um complexo jogo de espelhos teóricos, a partir de ressignificação de um evento histórico, de acordo com alguma das grades de leitura filosóficas defendidas pelo historiador. Posto de outro modo: um confucionista pode defender que um dado episódio foi bem sucedido pela presença de agentes morais que conduziram as coisas á um desfecho adequado – e nesse caso, a presciência invoca o uso da tradição como guia para afastar-se dos erros. Já um legalista poderia arguir que o mesmo episódio não teria sido bem sucedido, já que uma decisão calcada no passado pode simplesmente não ser adequada para os dias de hoje. Teremos um então uma infindável diatribe de exemplos e contraexemplos que irão colocar em julgamento se alguém era predestinado ou não, e se o historiador foi capaz de perceber isso ou não. A história, assim, não é conclusiva.

Talvez por isso Sima Qian tomasse cuidado em defender a vidência histórica como uma condição sine qua non do historiador. Perturbados constantemente pelas ingerências de figuras do poder, e agenciados com fundos imperiais, os historiadores chineses viviam na delicada corda bamba entre falar a verdade, aconselhar com juízo, e correr o risco de perderem suas cabeças se não atendessem as vontades de seus financiadores. Visto assim, a escolha de personagens especiais do passado poderia ser tão arbitrária [e seus atributos tão fantasiosos] quanto às inferências sobre o futuro poderiam ser carregadas de erros estratégicos quando o historiador estava cerceado de sua liberdade de pensamento. Esse conflito iria fazer com que uma rica tradição de histórias privadas [ou, histórias alternativas aos discursos estabelecidos pela agência imperial] surgisse, provendo a China de uma valiosíssima e diversa tradição historiográfica [Richter, 1987; Beja,1997]. Quanto aos historiadores chineses, esses aprenderiam a duras penas [depois de observarem a indigna condenação de Sima Qian] que se eles podiam prever algo, deviam primeiro observar a própria sorte, antes de emitirem juízos sobre o passado, o presente e inferir algo sobre o futuro.

Referências

Os textos do Lunyu e Shiji foram retirados do livro Textos da China Antiga. Rio de Janeiro: Projeto Orientalismo/UERJ, 2023. Essas fontes estão disponíveis em: https://chines-classico.blogspot.com/p/biblioteca-textos-da-china- antiga.html

Beja, Flora B. ‘El precio de la rectitud. El intelectual como crítico en la China tradicional’ in Los intelectuales y el poder en China / Taciana Fisac (comp.), Madrid: Trotta, 1997: 27-44.

Bueno, André. A arte da guerra chinesa. Projeto Orientalismo, 2011a:111-113.Bueno, André. ‘Não invento, apenas transmito’: Re-interpretando a escrita historiográfica de Confúcio. In: X Semana de História Política da UERJ. Rio de Janeiro: UERJ, 2015. v. 1. p. 251-261.

Bueno, André. ‘O tempo das dinastias’ in Ensaios de Oito Partes. Projeto Orientalismo, 2011b:23-25.

Jiang Tianyue 姜天越. 《司马迁政治思想探究》. 神州·中旬刊, n.12, 2018.

Jullien, François. A propensão das coisas: por uma história da eficácia na China. São Paulo: UNESP, 2017: 223-281.

Li Bo李波. 《司马迁的古今观》. 渭南师范学院学报n.6, 2014.

Richter, Ursula. ‘La tradition de l’antitraditionalisme dans l’historiographie chinoise’. In: Extrême-Orient, Extrême-Occident, 1987, n°9. La référence à l’histoire. pp. 55-89.

Zhang Huawei张华伟. 《浅议司马迁的天命观》. 青年文学家 n.9, 2017.

André Bueno é Prof. Ass. História Oriental da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Este artigo saiu na revista Oriente 24 – Estudos Chineses

17 Dez 2024

Liu Jun, reitor da Universidade Cidade de Macau: “Paisagem cultural diversificada de Macau pode dotar os estudantes de valiosas competências”

O Reitor da CityU de Macau, Liu Jun, considera que a RAEM tem um “futuro brilhante para o ensino superior”, aproveitando o quadro “um país, dois sistemas”, a diversificação económica adequada e tornando a cidade um local favorável para os estudos superiores dos estudantes. Aqui se fará, segundo o reitor, a “universidade do futuro”

Aproveitando os pontos fortes do princípio “um país, dois sistemas”, Macau está preparado para se tornar um centro de intercâmbio de talentos de classe mundial, com o ensino superior como uma marca brilhante. É esta a opinião de Liu Jun, professor e académico de renome internacional, reitor da Universidade da Cidade de Macau, numa altura em que a região administrativa especial se prepara para comemorar o 25º aniversário do regresso da cidade à pátria.

Liu diz que vê a RAEM a tornar-se uma base de talentos glamorosa dentro de um quarto de século – um local que não só forma profissionais, mas também serve de plataforma para o intercâmbio e colaboração de talentos internacionais. Nessa altura, prevê Liu, terá sido estabelecido um novo modelo de ensino – uma “universidade do futuro” – que dará aos estudantes uma liberdade sem paralelo para escolherem os seus cursos e áreas, orientados por especialistas globais e capacitados por tecnologia avançada, para perseguirem o conhecimento e os seus sonhos.

Para concretizar esta visão, para além de maximizar os pontos fortes inerentes a Macau, “o sector da educação deve utilizar plenamente as suas ligações com as cidades vizinhas do continente chinês, aproveitar as oportunidades criadas pela diversificação económica da RAEM e abraçar activamente a tecnologia e a colaboração interdisciplinar”, afirma.

Aproveitar a Grande Baía e Hengqin

Chamando ao espaço limitado da cidade um constrangimento fundamental para o desenvolvimento de instituições de ensino superior, Liu diz que há uma necessidade premente de aproveitar as opções oferecidas pelo progresso integrado das nove cidades do continente na Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, especialmente o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin.

O reitor diz esperar que todas as universidades de Macau possam criar uma instituição conjunta em Hengqin que permita aos licenciados do ensino secundário do continente frequentar cursos de educação geral que abranjam estudos liberais como línguas, cultura, humanidades e inteligência artificial durante os primeiros dois anos.

No terceiro e quarto anos, com base nos seus pontos fortes e preferências, os estudantes podem ingressar numa das 10 universidades de Macau para prosseguirem os seus estudos. Neste contexto, Hengqin poderá tornar-se mais dinâmica com o aumento das actividades educativas e o sector educativo da cidade poderá também acolher mais estudantes, criando uma base sólida para o desenvolvimento futuro.

A presença de estudantes estrangeiros

Além disso, existe uma vasta rede de comunicação entre a nação e os países envolvidos na Iniciativa Faixa e Rota, especialmente os 10 estados membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, que constituem um recurso crucial para o desenvolvimento educacional de Macau.

Na opinião de Liu, há uma procura crescente entre os estudantes destas nações para estudar no estrangeiro. Na CityU Macau, são concedidas bolsas de estudo completas a estudantes excepcionais destes países para prosseguirem os seus estudos na cidade, incluindo 30 estudantes do ensino secundário da Malásia que se vão inscrever no próximo ano.

Além disso, Macau pode ser uma opção atractiva para estudantes de países de língua portuguesa como o Brasil e Timor-Leste. O reitor acredita que, para além dos estudantes que frequentam os tradicionais cursos de quatro anos, os intercâmbios, mesmo que breves, permitirão que estes levem as suas experiências em Macau para os seus países de origem, gerando mais interesse em Macau entre os estudantes. “Com o apoio inabalável da nação, Macau está a avançar vigorosamente para a diversificação económica, o que criará um novo impulso para o ensino superior”, diz Liu.

Confiança no futuro

Para além da sua indústria tradicional de jogo, Macau está a promover o crescimento em áreas emergentes com um vigor sem precedentes, incluindo a tecnologia, as finanças, a biomedicina e as exposições. A mudança não só atribuirá mais recursos à educação, como também estimulará o aumento dos intercâmbios académicos, apresentando uma oportunidade vital para os estudantes que pretendem seguir carreiras nestas indústrias em evolução.

Liu acredita que o governo da RAEM poderia adoptar políticas em matéria de vistos e outros aspectos para ajudar os licenciados excepcionais a permanecer e a trabalhar na cidade, dando um impulso significativo à educação.

Com esta multiplicidade de condições externas favoráveis, Liu está confiante no desenvolvimento futuro da educação, especialmente tendo em conta as vantagens inerentes a Macau – o seu ambiente multicultural e as fortes ligações internacionais ao abrigo da política “um país, dois sistemas”.

Como centro de convergência de académicos e de informação de todo o mundo, Liu acredita que a paisagem cultural diversificada de Macau pode dotar os estudantes de valiosas competências interpessoais e alargar as suas perspectivas, tornando-a uma alternativa atraente e rentável para mais estudantes.

Em três anos, a população estudantil da CityU Macau cresceu de 7.000, durante a pandemia da COVID-19, para 12.000. A rede de intercâmbio internacional da instituição tem continuado a expandir-se através de intercâmbios nacionais e internacionais, com o número de estudantes e académicos estrangeiros a continuar a aumentar.

Liu sublinha que a chave para manter este desempenho é proporcionar aos estudantes um ensino de elevada qualidade e um percurso educativo mais rico para garantir que possam alcançar um verdadeiro sucesso. Isto aplica-se não só à CityU Macau, mas também a todo o sector da educação.

Para a CityU Macau, a promoção de indivíduos com conhecimentos interdisciplinares através da integração de disciplinas é a sua principal prioridade.

Universidade na era da IA

Liu aponta para a infusão contínua da escola de IA e de grandes volumes de dados noutras disciplinas. Entre as suas 10 faculdades, a Faculdade de Ciências de Dados não só cumpriu os seus deveres académicos, como também contribuiu para o desenvolvimento de outras disciplinas no campus, com a integração da IA a remodelar todos os campos de estudo. Atualmente, os cursos na grande indústria da saúde abrangem os cuidados de saúde inteligentes e os serviços de vida sénior, e os estudantes que frequentam cursos de finanças são obrigados a explorar também a tecnologia financeira.

Na era da IA, os rápidos avanços tecnológicos estão a revelar as limitações das disciplinas tradicionais, diz Liu, acrescentando que o sector da educação deve adotar uma abordagem mais orientada para o futuro na conceção das disciplinas, equipando melhor os estudantes para as exigências da sociedade e do mercado de trabalho.

Além disso, as disciplinas nucleares tradicionais de Macau, como a língua portuguesa e o turismo, devem também adoptar conhecimentos interdisciplinares. Com uma vasta experiência no ensino de línguas, Liu afirma que a língua é apenas um instrumento de comunicação. A CityU Macau incentiva os estudantes de língua portuguesa a seguirem diversos cursos de dupla especialização, como marketing, análise, operações logísticas e ciências informáticas.

Salientando a importância do inglês na promoção do turismo, Liu observa que, à medida que Macau se esforça por se tornar um centro mundial de turismo e lazer, muitos gestores de nível médio a superior no sector do turismo são proficientes em inglês, facilitando as interações com turistas de todas as partes do mundo. Esta proficiência é também um requisito que estabelece para os seus alunos.

Para ajudar a geração mais jovem de Macau a contar as boas histórias da China ao mundo, Liu diz que cabe ao sector da educação equipar os jovens com uma ampla visão internacional para além das fronteiras.

A educação de Macau está a desenvolver rapidamente um grupo crescente de talentos versáteis com competências práticas e uma perspectiva global e, quando a RAEM celebrar o seu jubileu de ouro, os seus futuros líderes serão os pilares e os facilitadores do desenvolvimento nacional.

Entrevista por Wu Kunling, China Daily

17 Dez 2024

BNU | Cobradas taxas de manutenção a contas inactivas

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) vai começar a cobrar taxas de manutenção de contas que estão inactivas, ou seja, se durante um ano não for feita qualquer transacção.

A nova regra entra em vigor a partir do dia 17 de Fevereiro, e implica a cobrança de 100 patacas por cada semestre, para contas que estejam há quatro anos, ou mais, sem transacções e movimentos.

17 Dez 2024

Burla | Croupier e jogador trocavam dinheiro por fichas de maior valor

Uma funcionária de um casino com função de croupier e um jogador, residente, foram detidos por burlarem um casino várias vezes no valor total de 200 mil dólares de Hong Kong.

Segundo o jornal Ou Mun, na passada quinta-feira a Polícia Judiciária (PJ) recebeu uma denúncia do casino sobre um jogador que trocava dinheiro por fichas sempre que a croupier estava a trabalhar na mesa de apostas. As autoridades alegam que o homem, de 72 anos, deu dez notas de mil dólares de Hong Kong, mas a suspeita apenas lhe deu sete fichas, sendo que o valor de cada uma era de dez mil dólares de Hong Kong.

A transacção foi descoberta pelo casino, que denunciou a operação, alegando ter perdido 202 mil dólares de Hong Kong, no mínimo.

A PJ suspeita que o esquema terá começado em Novembro, com troca de dinheiro por fichas de valor superior nos dias 1, 9 e 10 de Dezembro. No decurso da investigação, a PJ descobriu 12 mil dólares de Hong Kong no armário de trabalho da croupier, 10,5 mil patacas e 4 mil dólares de Hong Kong em sua casa, bem como moedas no valor global de 74 mil dólares de Hong Kong e fichas de 350 dólares de Hong Kong nas roupas do jogador.

Foram ainda descobertos 175 mil dólares de Hong Kong na casa do idoso que as autoridades suspeitam de term sido obtidos ilegalmente. O caso foi encaminhado ao Ministério Público, com os suspeitos a poderem ser indiciados pelo crime de burla de valor consideravelmente elevado.

17 Dez 2024

Transportes | Viagens gratuitas na sexta-feira

Na próxima sexta-feira as viagens no Metro Ligeiro e nos autocarros públicos serão grátis, em jeito de comemoração do 25º aniversário do estabelecimento da RAEM e transição da administração portuguesa de Macau para a China.

Segundo um comunicado da empresa que gere o Metro Ligeiro, nesse dia “os passageiros não necessitam de comprar bilhete, bastando-lhes, quando chegarem à estação do Metro Ligeiro, seguir as instruções dos trabalhadores no local ao entrar e sair dos canais de acesso”.

Tendo em conta que se espera “um grande fluxo de pessoas naquele dia, os passageiros são aconselhados a prestar atenção aos anúncios das estações, seguir as sinalizações nas estações e as instruções dos trabalhadores das estações e embarcar no Metro Ligeiro de forma ordenada”, é referido. Um despacho assinado pelo Chefe do Executivo, publicado ontem no Boletim Oficial também isentou o pagamento de tarifas nas carreiras do serviço público de transportes colectivos rodoviários de passageiros.

17 Dez 2024

RAEM 25 Anos | Embaixador da transição fala em relação “correcta”

Pedro Catarino defende que a relação entre Portugal e China “tem sido correcta”, mesmo que o contexto nem sempre tenha sido o mais fácil. Além disso, pede às autoridades portuguesas maior autonomia para aproveitar a relação, com a principal aposta em Macau

 

Pedro Catarino, embaixador em Pequim quando a administração de Macau foi entregue à China em 20 Dezembro de 1999, considera que a relação de Portugal com a China “tem sido correcta”, apesar de “difícil, complexa e delicada”.

Celebra-se na próxima sexta-feira, dia 20, metade do período de 50 anos convencionado no tratado em que a China se comprometeu com Portugal, junto das Nações Unidas, a não aplicar o “sistema e as políticas socialistas” e a manter “inalterados os [então] actuais sistemas social e económico, bem como a respectiva maneira de viver”, quando os portugueses administravam o território.

Na opinião de Pedro Catarino, representante da República para a Região Autónoma dos Açores desde 2011, pauta-se pela “correcção” a relação entre a China e Portugal nos primeiros 25 anos de vigência da denominada Declaração Conjunta sobre a Questão de Macau, assinada em 1987. Mas a actual liderança chinesa coloca desafios ao próximo quarto de século que o tratado ainda tem pela frente.

“A nossa relação com a China tem sido correta. É uma relação difícil, complexa e delicada, porque a China teve uma inflexão num sentido divergente da visão de Deng Xiaoping” e dos seus primeiros sucessores, que era de “abertura”, em que “o socialismo coexistia com o capitalismo, e o Partido [Comunista Chinês, PCC] desempenhava um papel importante, agregador da sociedade, assegurando uma estabilidade e gradualismo que era importante que não fossem perturbados”, sublinhou o diplomata.

“Com o Presidente, Xi Jinping, houve uma inflexão enorme na política chinesa”, acrescentou Catarino, prevendo que “os próximos 25 anos vão ser muito importantes na consolidação de uma singularidade e de uma diversidade”, a primeira relativa à natureza política, social e cultural do território, a segunda respeitante à relação histórica e única de 500 anos de Portugal com a China.

Apostar nas vantagens

Na perspectiva de Pedro Catarino, Portugal “deve estar atento, juntamente com os seus aliados, com os seus parceiros da União Europeia, [às decisões de Pequim] mas, por outro lado, não faz sentido que não utilize as suas vantagens competitivas numa relação histórica de cinco séculos”.

“Sou diplomata reformado e, portanto, afastado das chancelarias, mas vejo que, na generalidade dos casos, somos um pouco submissos a uma disciplina criada por terceiros, pela União Europeia, que cria regras e impõe um tipo de actuação que nós seguimos”, lamentou.

“Devíamos ser mais assertivos, procurando fazer valer as nossas vantagens competitivas em relação aos chineses. Não faz sentido que estejamos a retrair-nos quando temos vantagens na relação com eles. Temos de procurar que haja uma relação saudável, que nos possa trazer benefícios protegendo os nossos interesses”, defendeu Catarino, referindo-se aos próximos 25 anos.

Os dois cenários onde essas vantagens competitivas decorrentes da relação histórica sino-portuguesa se podem manifestar com maior exuberância, na perspectiva do embaixador, são os países africanos de língua portuguesa e a própria China.

Em 2002, ano em que Pedro Catarino deixou a China, o diplomata estava em Lisboa quando Portugal recebeu a visita de Li Lanqing, vice-primeiro-ministro chinês, responsável pelas Relações Económicas Externas e do Comércio, que tinha sido um dos homens fortes de Deng Xiaoping.

Segundo o embaixador, Li veio dar conta da eleição de África como prioridade da política externa e económica de Pequim e que a China iria avançar na criação de uma teia de negócios no continente, para a qual tinha reunido os meios, e entendia que Portugal, “com a sua experiência, podia ter um papel relevante numa aliança de esforços de base empresarial – nem sequer era de ajuda ao desenvolvimento – para conseguirem lucros”.

Aproveitar Macau

A resposta de Portugal, ainda segundo o diplomata, “foi zero”. “Não houve qualquer passo na designação de um membro do Governo que pudesse ocupar-se disso, um secretário de Estado”, por exemplo, e “o que se notou foi que havia um receio por parte dos empresários portugueses, que os chineses quisessem retirar negócio às empresas portuguesas, sobretudo na construção, que estavam baseadas em Angola”.

Logo a seguir, Pequim anunciou a abertura de um crédito de vários biliões de dólares e entrou em África “em grande estilo”, na expressão de Catarino.

“A nossa resposta foi sempre tíbia, nunca foi assertiva. Na altura, defendi que podíamos ter com a China uma relação benéfica, porque os chineses, na maior parte dos projectos em África, não têm sensibilidade para os aspectos sociais e nós podíamos exactamente dar essa dimensão social aos projectos chineses e adaptá-los às aspirações e à mentalidade e maneira de ser dos locais”, recordou.

Mas também Macau, segundo Pedro Catarino, continua a poder servir de ponte às empresas portuguesas para entrarem na China: “Nós temos vantagens competitivas que podemos aproveitar, temos uma massa crítica de juristas, que fazem lá [em Macau] uma advocacia de negócios e dão-nos uma vantagem tremenda”. “Mas para isso é preciso unhas, é preciso vontade política e vontade empresarial” acrescentou.

17 Dez 2024

Idosos | Song Pek Kei pede aumento de pensão

A deputada Song Pek Kei pediu ao Governo para actualizar o montante da pensão de idosos, que considerou insuficiente para garantir a subsistência dos mais velhos.

Segundo cenário traçado pela legisladora, entre as 120 mil pessoas que recebem pensão de idosos, apenas 30 mil recebe o valor total, o que “demonstra que o valor recebido pelos idosos com idades entre os 60 e os 65 anos mais o valor do subsídio para idosos ainda é muito inferior ao índice mínimo de subsistência”.

“Portanto, face ao constante aumento dos preços dos produtos, é difícil garantir uma vida condigna para os idosos”. “O Governo dever rever, quanto antes, o nível da protecção básica na velhice, elevar o montante da pensão para idosos e elaborar, o mais rapidamente possível, o índice de preços no consumidor para os idosos’, com vista a clarificar as suas necessidades reais e a permitir que a pensão para idosos seja ajustada de forma razoável e de acordo com a realidade”, pediu.

17 Dez 2024

Azulejos | Ron Lam exige novas negociações com moradores

Ron Lam exige que o Governo volte a negociar com moradores de 9 dos 10 blocos do Edifício Ip Heng e do Edifício do Lago devido ao problema da queda dos azulejos das zonas comuns dos prédios que continua por resolver.

Numa interpelação escrita, o deputado, que lidera a Associação da Sinergia de Macau, recordou que o Governo terá dito na Assembleia Legislativa que 9 dos 10 blocos do Edifício Ip Heng concordaram com a proposta de reparação apresentada, sendo que um bloco não precisa de ser reparado.

Quanto ao Edifício do Lago, também de habitação pública, a proposta não foi aceite pelos condóminos de seis blocos habitacionais, pelo que o Executivo arquivou o assunto e disse não continuar a acompanhar o problema.

Para o Edifício do Lago, o Governo propôs construir, nos corredores das zonas comuns, uma parede de mosaicos com altura de 1,5 metros pintada na parte de cima. O deputado salienta que as autoridades apresentaram uma proposta, e que os moradores apenas podiam escolher as tintas e mosaicos. “Apesar de os condóminos concluírem que outras opções seriam mais eficientes, com preços mais baixos, o Governo rejeitou todas as alternativas aceites pela maioria dos proprietários”, apontou.

Ron Lam lembrou que a proposta do Executivo não corresponde ao sugerido no relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) sobre a investigação da queda de azulejos em 2022, quanto à necessidade de o Governo “responder activamente às necessidades dos cidadãos e procurar, em conjunto com os moradores, uma solução eficaz, a fim de resolver definitivamente o problema da queda de azulejos”. Desta forma, Ron Lam pede que sejam feitos novos contactos com o condomínio do Edifício do Lago para reatar as negociações.

17 Dez 2024

PCC | Chan Hou Seng quer que jovens defendam o partido

O deputado Chan Hou Seng defendeu ontem a necessidade do Governo local formar uma geração de jovens focada na defesa da liderança do Partido Comunista Chinês (PCC). O apelo foi feito na Assembleia Legislativa, numa intervenção antes da ordem do dia do legislador nomeado pelo Chefe do Executivo.

Num discurso em que considerou a Guerra do Ópio o início do declínio da China, Chan elogiou os feitos alcançados pelo partido, desde 1949, e pediu a continuidade no futuro, apesar dos vários desafios internacionais.

“Sob a nova jornada da nova era, não obstante as mudanças conjunturais internacionais, a plena construção de uma grande potência moderna, a concretização da meta do segundo centenário e a promoção do grande renascimento da nação chinesa através da modernização ao estilo chinês são, sem dúvida, desejos e responsabilidades comuns de todos os chineses”, afirmou.

“A RAEM deve ter como objectivo a formação de uma nova geração com sentido de missão e responsabilidade, e orientar os jovens, através do percurso dos 25 anos após o retorno de Macau à pátria, para verem o sucesso da construção do país ao longo dos 75 anos, conhecerem correctamente o desenvolvimento do país, e defenderem conscientemente a liderança do PCC e o sistema fundamental do país”, acrescentou.

Neste caminho, Chan Hou Seng defendeu ainda que os jovens devem estar prontos para contribuir para o sucesso do país, sem procurarem o sucesso pessoal. “Com o espírito de ‘o sucesso não tem de ser por minha causa, mas deve contar com a minha participação’, interpreta-se o significado e a essência do amor pela pátria e por Macau através de acções concretas”, atirou.

17 Dez 2024

Dirigentes recomendam Hengqin e Grande Baía a empresários lusófonos

Dirigentes empresariais disseram à Lusa que a crescente integração de Macau com a vizinha Hengqin (ilha da Montanha) e com o sul da China é “uma grande oportunidade” para companhias lusófonas entrarem no mercado chinês.

A liderança da zona especial económica de Hengqin “quer mesmo” atrair companhias lusófonas, em parte porque inclui pessoas “lá colocadas pelo governo de Macau que estão a par das vantagens deste sabor português que Macau tem”, explicou o presidente da Câmara de Comércio Europeia em Macau (MECC, na sigla em inglês).

Rui Pedro Cunha recordou que, ainda na pandemia de covid-19, a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau já estava a estudar as leis dos países de língua portuguesa “para permitir que um contrato comercial feito em Hengqin possa especificar qual é o direito que se aplica”.

O dirigente sublinhou que as mercadorias estrangeiras transformadas em Hengqin, com um valor acrescentado de pelo menos 30 por cento, podem depois aceder livremente ao resto da China continental.
De acordo com a Organização Mundial do Comércio, desde 2020 que os bens de consumo estrangeiros pagam uma tarifa alfandegária média de 6,9 por cento, além de um Imposto de Valor Acrescentado (IVA) de 13 por cento.

“Pode ser uma extraordinária vantagem em comparação com produzir em Portugal, transportar para a China e depois ainda pagar direitos à entrada”, defendeu Cunha. O presidente da MECC disse que as empresas portuguesas teriam “muito a ganhar em começar por Hengqin, até numa perspectiva de escala”, porque a China “é um território gigantesco”, com 1,4 mil milhões de pessoas.

Sem passar por Macau

Cunha apontou a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau como a região “com maior probabilidade de sucesso”, uma vez que já concentra mais de 11 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês.

Os empresários portugueses devem olhar para Macau, “não como 600 mil habitantes”, mas sim como parte de uma região “com um PIB 10 vezes o de Portugal e com perspectiva de crescimento acelerado”, disse o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa.

Uma vez que “a China pode assustar, porque é um país gigante”, Carlos Cid Álvares defendeu que as empresas lusófonas podem “apostar em Macau para fazer essa triangulação com negócios na Grande Baía”.
No caso do Brasil, acrescenta Carlos Cid Álvares, “85 por cento dos negócios têm tal dimensão que passam directamente por Pequim e não precisam de Macau”.

Ainda assim, Carlos Cid Álvares, também presidente do Banco Nacional Ultramarino, acredita que há estados brasileiros mais periféricos “para os quais poderia ser utilíssimo Macau e Hengqin como plataforma”.

16 Dez 2024

Creative | Exposição sobre os 25 anos da RAEM até 4 de Janeiro

A Creative Macau acolhe uma nova exposição sobre os 25 anos da RAEM, intitulada “Caminho Colectivo – Exposição de Membros de Celebração do Duplo Aniversário”, com 25 artistas e 100 obras.

Para a mostra os artistas foram convidados “a reflectirem, através das suas obras, sobre os anos que passaram em Macau, a personificarem o seu progresso pessoal ou o de Macau através de arte, bem como a contribuírem para esta grande celebração através dos menores pormenores da sua vida quotidiana”.

Segundo a Creative Macau, “a soma dos 25 anos da transição de Macau e dos 75 anos da implantação da República Popular da China é igual a cem, e esta é uma promessa de que, inequivocamente, o futuro da China e de Macau ultrapassará esta realização de cem por cento”. Colaboram na mostra artistas como Justin Chiang, Margarida Cheung Vieira, Maria João Das, Celeste C. da Luz, Elisa Vilaça ou João Jorge Magalhães.

“Enquanto promotor da indústria criativa de Macau, o Creative Macau tem testemunhado o desenvolvimento cultural sem precedentes de Macau ao longo do último quarto de século, desde a sua criação há vinte anos, e compreende profundamente que todas as realizações actuais de Macau não teriam sido possíveis sem o rápido desenvolvimento e apoio da nossa pátria ao longo dos últimos três quartos de século.”

A Creative Macau – Centro para as Indústrias Criativas, foi fundada pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau em 2003. Tem como objectivo apoiar e melhorar o perfil de 12 áreas das chamadas indústrias criativas, como cinema, vídeo, publicidade, arquitectura ou design. “O seu objectivo é ajudar estas indústrias a atingir todo o seu potencial económico, acrescentando valor e promovendo o reconhecimento na sociedade”, é descrito.

16 Dez 2024

BABEL | Obra do historiador de arte Terry Smith apresentada hoje na FRC

A edição em português do livro de Terry Smith, “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta” será apresentada hoje na Fundação Rui Cunha, a partir das 18h30. A obra é um longo ensaio sobre curadoria contemporânea que, pela primeira vez, ganha esta tradução com o cunho da BABEL – Organização Cultural

 

A obra “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta”, do historiador de arte Terry Smith, será apresentada hoje, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC), sendo também lançada a primeira edição em português desta obra, uma iniciativa da BABEL – Organização Cultural em parceria com a editora Circo de Ideias.

O evento de hoje terá a participação online de Terry Smith e a presença de Margarida Saraiva, fundadora da BABEL. “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta” é um livro que oferece aos leitores, segundo uma nota de imprensa da organização do evento, “uma visão do pensamento do autor, crítico, historiador e teórico de arte e curadoria”. A obra de Terry Smith é encarada como “fundamental nos campos da arte, arquitectura e contemporaneidade”.

Destaque para o facto de a versão portuguesa do livro ter um ensaio intitulado “Entre línguas, territórios e paradigmas”, da autoria de Margarida Saraiva.

Na obra, Terry Smith actualiza o conceito de “complexo expositivo”, originalmente definido por Tony Bennett em “The Birth of the Museum – History, Theory, Politics” (1995). Em “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta”, Smith questiona: Existe um complexo expositivo contemporâneo em formação? Se sim, o que caracteriza a curadoria nesse novo contexto?”.

Vidas em torno da arte

Terry Smith é autor de mais de uma dezena de livros sobre história da arte e da arquitectura, entre os quais “Making the Modern: Industry, Art, and Design in America”, lançado em 1993, ou “Transformations in Australian Art”, editado em 2002. O mais recente é “Iconomy: Toward a Political Economy of Images”, de 2022.
Terry Smith também editou obras como “Antinomies of Art and Culture: Modernity, Postmodernity and Contemporaneity”, lançado em 2008, em co-autoria com Nancy Condee e Okwui Enwezor.

Terry Smith é professor emérito de história de arte na Universidade de Sydney, professor emérito Andrew W. Mellon de história e teoria de arte contemporânea na Universidade de Pittsburgh e professor do Departamento de Arte, Filosofia e Pensamento Crítico da European Graduate School (Suíça/Malta).

Na área da curadoria, destacam-se as suas obras “Thinking Curating Contemporary Curating”, de 2012, onde explora o pensamento curatorial contemporâneo em cinco ensaios, e “Talking Contemporary Curating”, de 2015, que apresenta diálogos com curadores, como Carolyn Christov-Bakargiev, Claire Bishop e Okwui Enwezor. “Esses diálogos oferecem uma reflexão sobre as exigências práticas da curadoria e os contextos das exposições”, é referido.
Margarida Saraiva é investigadora, curadora e educadora, tendo fundado, em 2013, a BABEL, que actualmente funciona entre Macau e Alcobaça. A BABEL desenvolveu projectos como “Influxus”, “New Visions” ou “MAP – Macau Architecture Promenade”.

Margarida Saraiva é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Mestre em European Cultural Planning and Policies pela De Montfort University, em Leicester, no Reino Unido. Frequentou também um curso de pós-graduação em Museologia e completou o curso de Curating the Contemporary pela Goldsmiths, University of London, realizado na British School of Rome, na Itália. Actualmente, é candidata a doutoramento em Filosofia, Arte e Pensamento Crítico pela European Graduate School, na Suíça e Malta.

16 Dez 2024

Futebol | Equipa de Pequim vence Torneio da Soberania

A equipa de Pequim venceu ontem o Torneio da Soberania de futebol, organizado pela Associação dos Veteranos de Futebol de Macau, no Canídromo. Na final, frente à equipa de Macau, Pequim venceu por 6-5, no desempate por grandes penalidades, após um empate 2-2 no fim do tempo regulamentar.

Antes da final, foi disputado o jogo de atribuição do terceiro e quarto lugares, com a formação do Sporting a derrotar a equipa de Fujian por 8-0.

Pedro Queijeira foi o autor de 6 golos, e os restantes foram marcados por Paulo Letras e Nuno Rosário. No sábado, o Sporting havia sido derrotado pela formação de Pequim, por 15-14, nas grandes penalidades, enquanto Macau venceu a formação de Fujian por 4-0.

16 Dez 2024

Federação Internacional do Automóvel reúne no Cotai em Junho

Pela primeira vez na sua história, em 2025, Macau vai acolher as Assembleias Gerais Extraordinárias e Conferência da Federação Internacional do Automóvel (FIA). Este evento, anunciado na passada sexta-feira em Kigali, no Ruanda, terá lugar no Galaxy International Convention Centre, de 10 a 13 de Junho.

Organizado em parceria com a Associação Geral do Automóvel de Macau-China (AAMC), a associação desportiva do território filiada na FIA, e com o Galaxy Entertainment Group, este evento espera reunir na RAEM mais de 500 delegados séniores da FIA provenientes de 147 países.

O Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, afirmou que “Macau é uma região entusiasmante e multicultural, o cenário perfeito para a FIA reunir os nossos Clubes Membros de todo o mundo. Agradeço à AAMC e ao Galaxy Entertainment Group por nos acolherem e estou ansioso por uma conferência e Assembleias Gerais Extraordinárias bem-sucedidas.”

O facto de o Grande Prémio de Macau continuar a ser, nos dias de hoje, um dos principais eventos sob a chancela da FIA terá certamente influenciado esta decisão. No entanto, não é nas assembleias gerais que se decide o futuro do automobilismo, uma vez que estas são, sobretudo, dedicadas à aprovação das contas anuais.

AAMC e Galaxy apoiam a escolha

Chong Coc Veng, Presidente do Conselho da AAMC, congratulou-se com a escolha da federação internacional. “Estamos satisfeitos por a Conferência da FIA de 2025 se realizar em Macau. Macau é um destino único que preserva um património multicultural, ao mesmo tempo que oferece uma rica gastronomia e eventos culturais e desportivos, incluindo o prestigiado evento de automobilismo do ano – o Grande Prémio de Macau, com as Taças do Mundo da FIA”, disse Chong Coc Veng, em comunicado.

O ex-piloto e responsável máximo da AAMC há mais de duas décadas, referiu ainda que “Junho é a época perfeita para visitar Macau, saborear os sabores distintos de várias cozinhas e conhecer os locais do Património Mundial com a mistura da cultura chinesa e portuguesa.”

Inaugurado em 2023, o Galaxy International Convention Centre está situado no Galaxy Macau Integrated Resort, na zona de Cotai, e regularmente recebe eventos desportivos e conferências de classe mundial, assim como exposições internacionais.

“Acreditamos que o Galaxy Macau é o local perfeito para a Conferência e as Assembleias Gerais da FIA”, acrescentou Francis Lui, Presidente do Galaxy Entertainment Group.

“A localização geográfica única de Macau, no coração da Ásia, a sua acessibilidade global, o património cultural internacional e a sua profunda apreciação pelo automobilismo, adquirida ao longo de 71 anos do Grande Prémio de Macau, juntamente com os nossos premiados hotéis de classe mundial, garantirão uma recepção calorosa para os delegados de todo o mundo.”

16 Dez 2024