Grande Prémio | Pun Weng Kun recusa perda de prestígio

O coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau recusou encarar a substituição da prova de Fórmula 3 pela prova de Fórmula Regional como uma despromoção. As declarações de Pun Weng Kun foram divulgadas ontem pelo jornal Ou Mun.

De acordo com o relato partilhado, Pun foi questionado sobre o facto de o evento perder parte da sua atracção, tendo em conta que fica sem uma prova que era organizada desde 1983. Contudo, o coordenador afirmou que não vê o assunto dessa forma e não concorda com essas opiniões.

Na perspectiva de Pun, apesar das alterações às provas, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) continua a mostrar admiração pelo traçado da Guia e por isso vai escolher diferentes provas para competirem no território. Esta escolha é feita, indicou Pun, de acordo com o desenvolvimento do automobilismo e esse foi o motivo que levou a Taça Mundial de F3 a ser substituída pela Taça Mundial da Fórmula Regional, que tem carros mais lentos.

O coordenador da organização afirmou também que o circuito da Guia continua a ser encarado como um desafio a nível mundial e por isso vai ter sempre capacidade para atrair a elite dos pilotos mais jovens, assim como as principais equipas dos escalões de formação.

4 Jun 2024

Protestos | Au Kam San recorda “sabedoria política” de Edmund Ho

O ex-deputado Au Kam San destacou na rede social Facebook a “sabedoria política” de Edmund Ho, primeiro Chefe do Executivo da RAEM.

Na publicação, o antigo deputado referiu que nos primeiros anos da RAEM chegou a haver manifestações devido à elevada taxa de desemprego, mas o então Chefe do Executivo lançou de imediato programas de formação e subsídios para dar resposta à situação dos trabalhadores. Au Kam San defende que, ao atribuir dinheiro em troca de paz, Edmund Ho revelou ter sabedoria política, ganhando louvores do Governo Central.

“Para o Governo liderado por Edmund Ho bastou pagar algumas centenas milhões de patacas em troca de paz [política] por alguns anos, pois as oportunidades de emprego para as massas chegariam com a abertura do sector do jogo. Assim, os problemas ficariam resolvidos”, pode ler-se.

O ex-deputado acrescentou que, apesar dos desempregados da época saberem que as formações não bastariam para o regresso ao emprego, participar nos cursos seria uma possibilidade de obter alguns ganhos numa fase sem rendimentos. Foi isso que levou os trabalhadores a desistir de protestar nas ruas, referiu no texto.

4 Jun 2024

Zelensky acusa Pequim de tentar boicotar cimeira da paz na Suíça

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou ontem a China de tentar impedir países de participaram na cimeira de paz na Ucrânia, que se realiza a 15 e 16 de Junho, na Suíça.

“Infelizmente, a China está agora a tentar impedir os países de participarem na cimeira de paz”, disse Zelensky aos jornalistas, à margem de um fórum de segurança em Singapura, citado pela agência francesa AFP. Zelensky referiu que Pequim não pode dizer que aceita a soberania e a integridade territorial da Ucrânia “e, ao mesmo tempo, ser aliado de um país que viola os princípios da Carta das Nações Unidas”, referindo-se à Rússia.

Segundo Zelensky, a China está a fazer “tudo o que está ao seu alcance” para obstruir a cimeira, através de um esforço diplomático para convencer outros países asiáticos e do chamado “sul global” a absterem-se de participar. “A Ásia precisa de saber o que está a acontecer na Ucrânia. Precisamos do apoio dos países asiáticos. Precisamos muito do apoio dos países asiáticos”, afirmou, em declarações divulgadas pela agência Bloomberg.

Zelensky disse que a cimeira na Suíça contará com a presença de mais de 100 países e 75 chefes de Estado e de Governo, segundo a agência espanhola Europa Press.

Devo ir ou ficar

A China disse na sexta-feira que seria difícil participar na cimeira se a Rússia não fosse convidada, uma declaração aprovada por Moscovo.

“Existe uma clara discrepância entre os preparativos para a conferência, por um lado, e as exigências da China e as expectativas gerais da comunidade internacional, por outro, o que torna difícil a participação da China”, afirmou a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning.

“Caso contrário, será difícil para a conferência desempenhar um papel substancial no restabelecimento da paz”, acrescentou Mao numa conferência de imprensa em Pequim na sexta-feira passada.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também ainda não confirmou a presença na cimeira. “Estamos desapontados com o facto de alguns líderes mundiais ainda não terem confirmado a sua participação na Cimeira da Paz”, comentou Zelensky em Singapura, sem mencionar o nome da China ou dos Estados Unidos.

Portugal irá participar na cimeira da paz com uma delegação liderada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e que inclui o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. A cimeira da paz na Suíça será antecedida por uma conferência sobre a reconstrução da Ucrânia, nos dias 11 e 12 de Junho, em Berlim.

3 Jun 2024

“Hold On To Hope” acolhe “Traçando Raízes Portuguesas”

Foi ontem inaugurada na galeria “Hold On To Hope”, na vila de Ka-Hó, em Coloane, a exposição “Traçando Raízes Portuguesas”, mostra integrada no cartaz das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. A galeria, que é um projecto da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), conta com a apresentação de trabalhos artísticos variados, da autoria de António Monteiro, Catarina Cottinelli da Costa, Cristina Vinhas, Francisco Ricarte, Gonçalo Lobo Pinheiro, Isabela Loba, Lúcia Lemos, Luísa Petiz, Raul Martins, Ricardo Meireles e Tchusca Songo.

“Traçando Raízes Portuguesas” é “uma exposição extraordinária que apresenta artistas de ascendência portuguesa ou indivíduos que residem na vibrante cidade de Macau”, descreve uma nota sobre a exposição.

Assim, quem visita a exposição é convidado a “embarcar numa jornada de exploração cultural, onde cada artista revelará a sua própria e única obra de arte que reflecte intimamente a sua identidade”. Trata-se ainda de um incentivo a “mergulhar na tapeçaria cultural que entrelaça a ascendência portuguesa e o espírito vibrante desse canto único do mundo”, nomeadamente Macau.

Variedade artística

O território é descrito como “uma mescla cativante de influências chinesas e portuguesas, serve como cenário perfeito para esta colecção diversificada”.

Os artistas convidados a participar, arquitectos, fotógrafos ou artistas plásticos, “abraçaram a sua herança portuguesa partilhada e criaram obras de arte requintadas que falam das suas experiências pessoais, tradições e da fusão dinâmica de culturas que se encontraram”.

A mostra está patente até ao dia 30 deste mês. Revela-se nela “uma variedade de expressões artísticas, cada uma infundida com a voz e o estilo criativo distintos dos artistas”. Em “Traçando Raízes Portuguesas”, “cada obra de arte ressoa com um profundo sentido de pertença e celebra a herança partilhada”.

“Esta não é apenas uma exposição, mas sim um testemunho da conexão duradoura entre o povo português e a encantadora cidade de Macau”, destaca a mesma nota.

3 Jun 2024

Taiwan e presença de Zelensky marcam fórum de defesa de Singapura

A autonomia de Taiwan, que divide China e Estados Unidos, e a presença do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, marcaram ontem o último dia do principal fórum de defesa da Ásia, em Singapura.

O ministro da Defesa chinês, almirante Dong Jun, afirmou que as suas tropas estão preparadas para travar “pela força” tentativas de independência de Taiwan e acusou forças estrangeiras de interferência, referindo-se aos Estados Unidos, segundo um balanço da agência EFE.

“O Exército de Libertação do Povo chinês sempre foi uma força indestrutível e poderosa na defesa da unificação da pátria e actuará sempre com determinação e força para impedir a independência de Taiwan”, proclamou Dong em Singapura. Dong reafirmou o empenho da China numa reunificação pacífica com Taiwan.

“Mas a situação está a ser constantemente corroída pelos separatistas e pelas forças estrangeiras”, afirmou no encontro na cidade-Estado do Sudeste Asiático.

O Diálogo Sangri-La, entre sexta-feira e domingo, realizou-se uma semana depois de a China ter efectuado exercícios militares em redor de Taiwan, na sequência da posse do líder William Lai, que Pequim descreve como secessionista.

À margem do fórum, o ministro chinês reuniu-se na sexta-feira durante 45 minutos com o homólogo norte-americano, Lloyd Austin, o primeiro encontro deste tipo desde há um ano e meio.

Austin advertiu Dong para que a China não utilize a transição política de Taiwan, decorrente de eleições democráticas, “como cobertura para medidas coercivas”. Tanto Austin como Dong concordaram, nos respectivos discursos, em manter o diálogo como instrumento para reduzir as tensões e evitar “mal-entendidos e erros de cálculo”.

Ponto de equilíbrio

Além da situação sobre a antiga Formosa, os pontos de vista de Washington e Pequim também entram em conflito sobre o Mar do Sul da China, uma região-chave para o comércio mundial.

Os Estados Unidos defendem a liberdade de navegação e as reivindicações territoriais de países aliados, como as Filipinas, enquanto o gigante asiático reclama a soberania sobre praticamente toda a área.

Perante as inúmeras tensões entre as duas potências, o ministro da Defesa de Singapura, Ng Eng Hen, anfitrião da reunião, tentou encontrar um ponto de equilíbrio.

“Devemos evitar a todo o custo um conflito armado na Ásia. (…) O mundo não pode permitir a abertura de uma terceira frente”, observou Ng, aludindo às guerras na Ucrânia e em Gaza.

Sobre Taiwan, Ng advogou que o ‘status quo’ é a melhor solução para uma questão que disse ser complexa. “Nem independência, nem reunificação”, resumiu.

Anunciado em cima da hora, Volodymyr Zelensky participou no fórum com um apelo à diplomacia como mecanismo para forçar a Rússia a negociar a paz com Kiev. “É muito importante para nós iniciar o processo de estabelecimento de uma paz justa”, afirmou no sábado, após um encontro com o Presidente de Timor-Leste e Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta.

“A Rússia não quer acabar com a guerra. Por isso, temos de trabalhar em conjunto com todo o mundo para aproximar a paz”, acrescentou. No discurso de ontem, Zelensky convidou os líderes da Ásia-Pacífico a participarem na cimeira de paz de 15 e16 de Junho, na Suíça.

“A Ucrânia propõe-se alcançar a paz através da diplomacia. (…) Convido a vossa região, os vossos líderes e países a participarem, para que os vossos povos se envolvam nos assuntos mundiais”, afirmou.

3 Jun 2024

MTC | Lançadas na China medidas para apoiar reabilitação

A China divulgou medidas de apoio para aproveitar ao máximo o papel da medicina tradicional chinesa (MTC) nos serviços de reabilitação do país, com o objectivo de atender à crescente procura da população por melhores serviços médicos, indicou o Diário do Povo, na sexta-feira.

Um conjunto de directrizes divulgadas pela administração nacional da MTC na quinta-feira apresentou oito medidas para fortalecer a criação de departamentos de reabilitação nos hospitais de MTC. De acordo com as directrizes, mais de 70 por cento dos hospitais MTC de segundo nível na China terão departamentos de medicina de reabilitação até 2025.

Como a MTC tem uma vantagem exclusiva em prevenção, tratamento e reabilitação de doenças, as directrizes exigem que os hospitais aproveitem totalmente a MTC na melhoria e restauração da função física em casos de doenças agudas, bem como na prevenção de doenças crónicas, acrescenta a publicação estatal.

O documento também incentiva os hospitais a integrarem as terapias de reabilitação da MTC com a medicina ocidental e solicita esforços para expandir o acesso aos serviços de reabilitação da MTC nas áreas rurais, permitindo que os necessitados recebam os serviços relacionados mais perto de casa.

As autoridades chinesas emitiram um plano para melhorar os serviços de reabilitação da MTC no período do 14.º Plano Quinquenal (2021-2025), com o objectivo de dar à MTC um papel completo no campo da reabilitação e aprimorar os serviços relacionados.

3 Jun 2024

Espaço | Sonda chinesa pousou no lado distante da Lua

O programa espacial chinês continua a desenvolver-se com sucesso. A sonda Chang’e 6 deverá trazer amostras lunares para a terra pela segunda vez

 

Uma sonda espacial chinesa pousou ontem no lado distante da Lua para recolher amostras de rochas, anunciou a Administração Espacial da China.

A sonda Chang’e 6, lançada no início de Maio do Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na ilha tropical chinesa de Hainan, pousou como planeado na imensa bacia Aitken, no Pólo Sul lunar, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no sistema solar, afirmou a Administração Espacial chinesa, citada pela agência oficial de notícias Xinhua.

Esta missão é a sexta do programa chinês de exploração da lua Chang’e, nomeado em homenagem à deusa chinesa da Lua, e será a segunda a trazer amostras lunares de volta à Terra, após uma primeira no lado próximo do corpo celeste, em 2020.

Na nova missão, o módulo irá usar um braço mecânico e um perfurador para recolher até 2 quilos de material de superfície e subterrâneo, a enviar de volta à Terra numa cápsula que está actualmente a orbitar a Lua.

Um projéctil no topo do módulo levará as amostras até à nave em órbita num recipiente de vácuo de metal, que será transferido para uma cápsula de reentrada que deve regressar à Terra nos desertos da região da Mongólia Interior da China, por volta de 25 de Junho. As missões para o lado distante da Lua são consideradas mais difíceis porque exigem um satélite de retransmissão para manter as comunicações.

Corrida espacial

Entre as recentes conquistas espaciais da China estão a exploração de Marte e a construção da sua própria estação espacial, Tiangong, para onde regularmente envia tripulações. A ambição espacial da China continua a crescer, com a possibilidade de Tiangong se tornar na única estação espacial em funcionamento, caso a Estação Espacial Internacional, tal como previsto, seja retirada.

O programa lunar faz parte de uma crescente rivalidade com os Estados Unidos e outros países, incluindo o Japão e a Índia, para explorar o espaço. A China tem como objectivo colocar uma pessoa na Lua antes de 2030, o que a tornaria a segunda nação a fazê-lo depois dos Estados Unidos.

A agência espacial norte-americana NASA planeia colocar astronautas na Lua novamente — pela primeira vez em mais de 50 anos — embora no início deste ano tenha adiado para 2026 a data-alvo.

3 Jun 2024

Centro Histórico | Plano de Salvaguarda em vigor desde sábado

Entrou oficialmente em vigor, no sábado, o “Plano de Salvaguarda e Gestão do «Centro Histórico de Macau”, publicado em regulamento administrativo a 15 de Janeiro deste ano. O referido Plano surge no contexto da implementação da Lei da Salvaguarda do Património Cultural, em 2013, sendo resultado de duas consultas públicas realizadas em 2014 e 2018.

Segundo um comunicado, o Plano estabelece “medidas e procedimentos adequados para uma salvaguarda e gestão mais abrangentes e sistemáticas” no contexto do “Centro Histórico de Macau”, tendo sido estabelecidos 11 corredores visuais de protecção, enquanto 19 ruas foram classificadas de “pitorescas” e 24 zonas como sendo de “tecido urbano”. Foram ainda definidos princípios em prol da futura construção que venha a salvaguardar o património já edificado. Existem ainda critérios criados para 22 edifícios históricos.

O Instituto Cultural considera que a entrada em vigor deste Plano “constitui mais um avanço importante no âmbito da Lei de Salvaguarda do Património Cultural, proporcionando garantias jurídicas mais abrangentes e detalhadas de apoio à salvaguarda e gestão do ‘Centro Histórico de Macau'”.

3 Jun 2024

PJ | Bombeiro detido por furtar 100 mil à ex-namorada

Um bombeiro, de 46 anos de idade, foi detido por alegadamente ter furtado 100 mil dólares de Hong Kong da ex-namorada, para jogar num casino. A informação foi revelada na sexta-feira pela Polícia Judiciária (PJ) e o caso foi condenado pelo Corpo de Bombeiros (CB).

De acordo com a informação partilhada, o homem entrou na residência da ex-namorada, no dia 26 de Maio, com a chave da vítima para levar o dinheiro. Contudo, a vítima alertou a PJ, que deteve o suspeito na sua residência. Às autoridades, o detido confessou que tinha perdido todo o dinheiro a jogar no casino.

Após a revelação do caso, o CB emitiu um comunicado a condenar a conduta do homem e a anunciar a abertura de um processo disciplinar: “O Corpo de Bombeiros confere muita atenção quando o seu pessoal é suspeito de violação da lei, lamentando profundamente e reiterando que tem dado sempre grande importância à disciplina e à ética do pessoal”, foi indicado.

“No que toca ao respectivo evento, o CB já instaurou de imediato o processo de averiguações e aplicou a medida da suspensão preventiva de funções ao bombeiro. Caso se venha a confirmar a infracção disciplinar, será efectivada a responsabilidade disciplinar do infractor nos termos da lei”, foi acrescentado.

3 Jun 2024

DSAL | Abertas inscrições para planos de estágios

Abriram hoje as inscrições para o “Plano de estágio para criar melhores perspectivas de trabalho”, destinado a graduados do ensino superior, que irá disponibilizar 1.065 estágios, repartidos por 54 empresas, com mais de 50 por cento das vagas sem “restrições quanto à área de estudo”, indicou ontem a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). As inscrições vão estar abertas até ao dia 28 de Junho, e têm como destinatários “residentes de Macau que tenham concluído o curso do ensino superior e graduado em 2022 ou em data posterior”.

Há cinco anos consecutivos que a DSAL organiza este plano, que tem como objectivo “apoiar os graduados do ensino superior na integração no mercado de trabalho”, e permitir “acumulação de experiências profissionais durante o estágio de três meses”.

Desta feita, entre as 54 empresas que participam no plano, os nove sectores principais são “lazer, financeiro, serviços sociais, comércio a retalho, construção, utilidades públicas, tecnológico, big health e transporte aéreo”.

A DSAL salienta que as “vagas de estágio que exigem uma área de estudo correspondente, abrangem as áreas funcionais de tecnologias da informação, marketing, administrativo/pessoal e engenharia.

O estágio tem a duração de três meses, não sendo considerada uma relação de trabalho mantida entre as empresas de estágio e os estagiários durante esse período. As empresas irão atribuir a cada estagiário um subsídio de estágio de 8.000 patacas por mês ou 50 patacas por hora e adquirir uma apólice de seguro.

3 Jun 2024

FM | Abertas candidaturas para apoios a associações

Arrancou hoje o prazo para apresentação de candidaturas ao “Plano de Apoio Financeiro para Despesas de Funcionamento de Associações” da Fundação Macau (FM) para o ano de 2025, terminando no dia 12 de Julho.

Num comunicado divulgado ontem pela FM, são indicados dois prazos de submissão de candidaturas. Recorrendo ao sistema online, as associações interessadas que reúnam as condições de elegibilidade podem candidatar-se entre hoje e 5 de Julho, enquanto a entrega pessoal da candidatura, com a devida documentação necessária, pode ser submetida entre 8 e 12 de Julho.

As entidades candidatas devem ser associações sem fins lucrativos constituídas na RAEM antes de 31 de Dezembro de 2010, ter um local fixo de serviço ou atendimento, empregar pessoas e ser beneficiárias do apoio financeiro da FM ou de outros serviços ou entidades públicas da RAEM para promover as suas actividades ou de apoio às despesas de funcionamento do ano de 2024.

“Para assegurar a utilização razoável dos fundos públicos, a atribuição do apoio financeiro é precedida de avaliação e selecção”, assegurou a FM, acrescentando que “nem todas as despesas de funcionamento elegíveis no âmbito do presente plano podem obter apoio financeiro”.

3 Jun 2024

Desemprego | Taxa cai para níveis anteriores à pandemia

A taxa de desemprego em Macau caiu 0,2 pontos percentuais para 1,9 por cento entre Fevereiro e Abril, o nível mais baixo desde o início da pandemia. O desemprego de jovens com formação académica desceu consecutivamente desde Agosto

 

Entre Fevereiro e Abril, a taxa de desemprego desceu 0,2 por cento para o nível mais baixo desde que a pandemia da covid-19 começou, fixando-se em 1,9 por cento.

A última vez que a taxa de desemprego ficou abaixo de 2 por cento foi no período entre Dezembro de 2019 e Fevereiro de 2020, de acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Um valor ainda assim aquém do mínimo histórico de 1,7 por cento atingido antes do início da pandemia de covid-19.

Num comunicado, a DSEC sublinhou ainda que a taxa de desemprego das pessoas com estatuto de residente foi de 2,5 por cento, menos 0,2 pontos percentuais do que no período anterior, entre Janeiro e Março. Cerca de 1.200 pessoas, incluindo 400 residentes, encontraram emprego entre Fevereiro e Abril, elevando para cerca de 372.300 o número de pessoas a trabalhar em Macau.

Pelo contrário, o número de pessoas a trabalhar a tempo parcial por não conseguir encontrar um emprego a tempo inteiro diminuiu em 200, para 5.400, representando 1,4 por cento da população, menos 0,1 pontos percentuais. A DSEC indicou que a recuperação se deve sobretudo às actividades financeiras, assim como à construção civil e restauração, dois sectores que contrataram no total cerca de duas mil pessoas entre Fevereiro e Abril.

Espaço para todos

A DSEC sublinha ainda que “o número de desempregados do grupo etário dos 16 aos 34 anos registou uma descida constante, nomeadamente, o número de desempregados com habilitações académicas do ensino superior diminuiu em seis períodos consecutivos”, ou seja, desde o período entre Agosto e Outubro do ano passado.

Outra área onde se registaram quebras foram os desempregados à procura do primeiro emprego, que totalizaram no período em análise 6 por cento de todos os desempregados, baixando 0,7 pontos percentuais, face ao período precedente.

O desemprego caiu apesar de as empresas de Macau terem contratado quase 28 mil trabalhadores sem estatuto de residente desde que Macau voltou a abrir as fronteiras a estrangeiros, em Janeiro de 2023.

De acordo com dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública divulgados na sexta-feira, Macau tinha 179.768 trabalhadores não-residentes no final de Abril, mais 27.890 do que em Janeiro de 2023. Nessa altura, a mão-de-obra vinda do exterior, incluindo da China continental, tinha caído para menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014. A cidade tinha perdido quase 45 mil não-residentes (11,3 por cento da população activa) desde o pico máximo de 196.538, atingido em Dezembro de 2019, no início da pandemia.

As estatísticas, divulgadas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, revelam que o número de trabalhadores não-residentes tem vindo a aumentar há 15 meses seguidos, atingindo o valor mais elevado desde o final de 2020.

A área da hotelaria e da restauração foi a que mais contratou desde Janeiro de 2023, ganhando 13.819 trabalhadores não-residentes. Este sector tinha sido precisamente o mais atingido pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, despedindo mais de 17.600 funcionários vindos do exterior.

A economia de Macau ainda está a recuperar da crise económica criada pela pandemia, que levou a taxa de desemprego a atingir 4 por cento no terceiro trimestre de 2022, o valor mais alto desde 2006.

3 Jun 2024

Funerais | Transporte de corpos gera polémica

O deputado Ron Lam questiona o Governo sobre o verdadeiro custo do transporte de cadáveres em Macau. O assunto é abordado numa interpelação escrita e resulta de, nas últimas semanas, a empresa com o monopólio do transporte de cadáveres ter aumentado o preço do serviço quase 50 por cento cento, de 1.500 patacas para 2.200 patacas.

Segundo a empresa, o aumento prende-se com o facto do lugar onde os corpos eram guardados ter sido mudado do Hospital Conde São Januário para o Hospital das Ilhas.

Contudo, este aspecto nunca foi confirmado publicamente, nem alvo de comunicação do Governo. Face a este desenvolvimento, Ron Lam considera que o Governo deve explicações à população, porque os preços relacionados com a morte e o funeral são demasiado caros, sem que haja qualquer tipo de explicação ou transparência sobre as despesas reais das empresas monopolistas.

3 Jun 2024

Hong Kong | Pequim adverte comunidade internacional para deixar de interferir

A China advertiu ontem os críticos internacionais da lei de segurança nacional de Hong Kong de que devem deixar de interferir, depois da detenção de sete pessoas por apelos à desobediência nas redes sociais.

“Aconselhamos os países e os líderes políticos (…) a deixarem imediatamente de interferir nos assuntos de Hong Kong e nos assuntos internos da China”, afirmou um porta-voz do comissário da diplomacia chinesa no território, citado pela agência francesa AFP.

Segundo a polícia de Hong Kong, os actos contrários à nova lei de segurança nacional começaram em Abril, e os suspeitos tinham como alvo uma “data sensível”. A lei de segurança nacional foi imposta pelo Partido Comunista Chinês a Hong Kong em 2020.

Ao abrigo da lei de segurança nacional, um tribunal de Hong Kong declarou ontem 14 activistas pró-democracia culpados de subversão por terem realizado primárias não oficiais em 2020 para seleccionar candidatos da oposição ao parlamento local. A sentença está prevista para o final do ano e os arguidos incorrem em penas que podem chegar a prisão perpétua.

Os três juízes nomeados pelo governo de Hong Kong para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional absolveram dois ex-conselheiros distritais da acusação de “conspiração para subverter o poder do Estado”.

A acusação anunciou que vai recorrer da decisão. O tribunal terá ainda de decidir sobre outros 31 acusados no mesmo processo, no maior julgamento realizado em Hong Kong ao abrigo da lei de segurança nacional.

31 Mai 2024

Taiwan | Pequim diz que independência equivale a declaração de guerra

A China advertiu ontem que uma eventual independência de Taiwan seria equivalente a uma declaração de guerra e que não haverá paz em caso de secessão. O exército chinês “assume a missão sagrada de proteger a soberania e a integridade territorial do país”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Wu Qian, numa conferência de imprensa em Pequim, citado pelo jornal oficial Diário do Povo.

Wu afirmou que as forças chinesas “sempre estiveram alerta para derrotar todas as tentativas de secessão” na ilha e atentas para “impedir a interferência de todas as forças externas”. “A reunificação da pátria é uma tendência histórica imparável”, afirmou, segundo a agência espanhola EFE.

A advertência de Wu surge no meio de uma tensão crescente na sequência da tomada de posse, a 20 de Maio, do líder da ilha, William Lai. O Ministério da Defesa da China avisou recentemente que voltará a “tomar contramedidas” se as “forças secessionistas que procuram a independência continuarem a provocar”. Esta política será mantida “até que a reunificação completa do país seja alcançada”, disse o ministério.

31 Mai 2024

Médio Oriente | Xi pede conferência de paz “credível e eficaz”

O Presidente chinês discursou no Fórum de Cooperação China-Estados Árabes, que juntou em Pequim líderes do Egipto, dos EAU, do Bahrein, e da Tunísia

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ontem uma conferência internacional de paz “credível e eficaz” para resolver o conflito israelo-palestiniano e reiterou o apoio à criação do Estado da Palestina. “A justiça não pode estar sempre ausente e a solução de dois Estados não pode ser arbitrariamente contornada”, disse Xi, que defende a coexistência pacífica de Israel e da Palestina.

Num discurso no Fórum de Cooperação China-Estados Árabes, em Pequim, citado pela agência espanhola Europa Press, Xi prometeu 500 milhões de yuan de ajuda humanitária a Gaza. Prometeu também doar três milhões de dólares à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA).

A agência, criticada pelas autoridades israelitas, presta assistência e socorro aos refugiados da guerra entre Israel e o Hamas. A China há muito que apoia os palestinianos e denuncia Israel pelos colonatos nos territórios ocupados, embora mantenha laços económicos crescentes com o Estado israelita.

Xi defendeu o reforço das relações bilaterais com os países árabes, porque a guerra “não pode durar indefinidamente”. “O Médio Oriente tem grandes perspectivas de desenvolvimento”, afirmou o Presidente da República Popular China aos líderes da Tunísia, Egipto, Bahrein e Emirados Árabes Unidos (EAU) presentes no fórum.

Xi disse também que a China vai impulsionar a cooperação estratégica com os países árabes em domínios como o da energia e apelou para a celebração de acordos regionais de comércio livre. “Estamos dispostos a construir estas relações de forma a manter a paz e a estabilidade a nível global”, afirmou, segundo a agência noticiosa chinesa Xinhua.

Xi anunciou ainda que a China vai acolher a segunda cimeira China-Árabe, que descreveu como uma “pedra angular” das relações bilaterais, em 2026. Participam no fórum os líderes do Egipto, Abdel Fattah al-Sisi, dos EAU, Mohamed bin Zayed al Nahyan, do Bahrein, Hamad bin Salman Al Khalifa, e da Tunísia, Kais Saied.

Posição elogiada

O Presidente egípcio, que discursou na cerimónia de abertura, elogiou a China por apoiar um cessar-fogo imediato em Gaza e a criação de um Estado palestiniano independente. “Apelo a todos os actores activos da comunidade internacional para que assumam as suas responsabilidades morais e legais para pôr termo à ultrajante guerra israelita”, afirmou al-Sissi, citado pela agência norte-americana AP.

Pediu também “medidas imediatas e decisivas” para a entrega de ajuda humanitária em Gaza, “a fim de romper o cerco israelita e contrariar quaisquer tentativas de deslocar à força os palestinianos das suas terras”. A ofensiva israelita em curso na Faixa de Gaza já causou mais de 36.000 mortos, segundo o governo do Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.

31 Mai 2024

Sinal n.º 1 emitido com tempestade a caminho de Macau

O primeiro sinal de tempestade tropical do ano foi emitido ontem, às 17h30, pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), que prevêem que o tempo em Macau, entre hoje e amanhã, seja instável, com aguaceiros, trovoadas e vento muito forte.

“As nuvens associadas a um vasto vale depressionário na parte central do Mar do Sul da China desenvolveram uma área de baixa pressão, prevendo-se que nos próximos dias se aproxime da costa meridional da China. Não se exclui a possibilidade de se intensificar ainda mais para uma tempestade tropical num curto período de tempo”, alertou o organismo de manhã, antes de emitir o sinal de tempestade tropical n.º1.

No início do dia, as autoridades sublinhavam a existência de divergências entre os diferentes modelos de previsão sobre o desenvolvimento da intensidade da área de baixa pressão, em relação à “possibilidade de emitir o sinal de tempestade tropical”. Essas divergências foram colocadas de lado com a emissão do sinal.

Os SMG declararam que de acordo com as previsões numéricas, “prevê-se que a área de baixa pressão se aproxime da costa meridional chinesa e até da foz do Rio das Pérolas”, entre hoje e amanhã.

Hong Kong em sintonia

Face ao exposto, os SMG apelam à população que preste atenção às informações meteorológicas actualizadas e tome medidas de prevenção em tempo oportuno. No entanto, prevê-se que na próxima semana, sob a influência gradual de uma corrente de ar de leste, os aguaceiros e as trovoadas enfraqueçam.

Na região vizinha, o Observatório de Hong Kong emitiu também o sinal n.º1 de tempestade tropical 10 minutos após Macau o ter feito. Recorde-se que os SMG estimaram que este ano passem por Macau entre quatro a sete tufões. No início de Abril, as autoridades previam que a época de tufões pudesse começar na segunda quinzena de Junho.

31 Mai 2024

Mercado Vermelho | Portas abertas após dois anos de obras

Com cada vez menos clientes portugueses e com maiores dificuldades no comércio local, os vendedores regressaram ontem às bancas do mercado mais icónico do território

 

No Mercado Vermelho, o mais icónico de Macau, que reabriu ontem ao público depois de dois anos encerrado para obras de remodelação, ainda há quem recorra ao português para atrair clientes.

Duas horas depois da cerimónia de inauguração das novas instalações, centenas de pessoas já percorriam os corredores do mercado, um dos mais antigos de Macau e o único classificado como património cultural. Para muitos clientes regulares o dia foi de reencontro com os vendedores que regressaram às 118 bancas já hoje em funcionamento. Mas o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) admitiu que 31 bancas continuam vazias.

Alguns dos vendedores não resistiram à quebra no volume de negócios, devido à mudança para instalações temporárias na zona de Lam Mau e outras bancas mudaram de mãos. No caso de Leong Yau Chan, a banca de peixe que estreou ontem era do pai, Leong Chi Pong, que chegou há mais de quatro décadas, com apenas 26 anos, de Zhongshan, uma cidade a 40 quilómetros de Macau.

“Há muito tempo que estávamos a tentar convencê-lo a reformar-se, porque já tinha quase 70 anos”, disse à Lusa. Leong Yau Chan recorda-se bem do pai a tentar falar “um pouquinho de português” com qualquer rosto ocidental que subia ao andar de cima do Mercado Vermelho: “Amigo, quer salmão?” arrisca agora o filho.

Menos portugueses

Mas nos últimos anos, antes do encerramento, os clientes portugueses habituais da banca já não eram tantos como antes. “Muitos foram embora durante a pandemia, enquanto estivemos para aqui fechados”, lamentou Leong Yau Chan, de 38 anos. Durante quase três anos, Macau proibiu a entrada de pessoas sem estatuto de residente e impôs quarentenas, que chegaram a ser de 28 dias, à chegada à região semiautónoma, no âmbito da política ‘zero covid’, que também vigorou na China continental.

No andar de baixo, Ana Wong também lamenta que houvesse menos portugueses a visitar o Mercado Vermelho do que quando começou o negócio, há mais de 40 anos. “Batata, tomate, cebola, alface, agrião, brócolos, couve-flor”, enumera a vendedora de 66 anos, enquanto aponta, um a um, os legumes na banca.

O português de Ana Wong, que não vai muito além dos nomes dos legumes e dos preços, aprendeu em aulas nocturnas, que frequentou antes da transferência da administração de Macau para a China. “Sabe porque é que até prefiro os clientes portugueses?” questionou a vendedora. “Porque não conseguem regatear”, acrescentou com uma risada, referindo-se ao facto da maioria dos portugueses radicados em Macau não falar cantonês, a língua dominante na cidade.

Mas Ana Wong ainda acrescentou que, ao contrário do que acontecia no passado, já começam a surgir “alguns portugueses que pedem os legumes em chinês”. “Aqueles casados com macaenses”, explicou, utilizando a expressão em cantonês ‘tou san’ (filhos da terra), que se refere à comunidade euro-asiática, composta sobretudo por luso-descendentes, com raízes no território.

Construído em 1936, o Mercado Vermelho é um edifício de influência arquitectónica portuguesa e foi projectado pelo macaense Júlio Alberto Basto.

31 Mai 2024

Comércio | Exportações lusófonas para Macau caem em Abril

As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau caíram 25,7 por cento em Abril, em comparação com o mesmo mês de 2023, para 102 milhões de patacas, foi ontem anunciado. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) de Macau, a maioria do comércio com os mercados lusófonos veio do Brasil, no valor de 73,7 milhões de patacas, menos 35,6 por cento em termos anuais, sendo composta sobretudo por carne, peixe e marisco.

Pelo contrário, o valor da mercadoria comprada por Macau a Portugal subiu 21 por cento para 27,1 milhões de patacas, sendo composta sobretudo por vestuário e acessórios, bebidas alcoólicas e produtos farmacêuticos. O bloco de países de língua portuguesa comprou a Macau mercadorias no valor de 258 mil patacas em Abril.

No mesmo período de 2023, as importações dos mercados lusófonos não passaram de 40 mil patacas. No total dos quatro primeiros meses do ano, as exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau caíram 17 por cento para 422,7 mil milhões de patacas.

As exportações de mercadorias por Macau foram de 1,22 milhões de patacas em Abril, uma subida de 42 por cento, enquanto o valor importado de mercadorias foi de 11,1 mil milhões de patacas, ou seja, menos 4,3 por cento, em termos anuais, indicou a DSEC. O défice da balança comercial de Macau fixou-se em 9,9 mil milhões de patacas, menos 8,4 por cento relativamente ao mesmo mês de 2023.

31 Mai 2024

Fronteiras | Circulação automóvel aumenta quase 35%

A circulação nos postos fronteiriços de Macau foi, nos primeiros quatro meses deste ano, de 2.792.162 viaturas, o que constitui um aumento de 34,7 por cento face ao mesmo período do ano passado. Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) mostram ainda que, só no mês de Abril, circularam nas diversas fronteiras 712.421 veículos, mais 23,6 por cento em termos anuais. Deste grupo, 662.523 eram viaturas de passageiros, o que constitui um aumento de 23 por cento em termos anuais.

Um total de 119 milhares de entradas e saídas, em Abril, foram de carros que circularam ao abrigo da política “Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong” com matrícula única de Macau em destino a Hengqin. Além disso, 20 milhares de entradas e saídas eram de automóveis de Macau que circularam entre Macau e Hong Kong.

Destaque para o aumento de 2,4 por cento, em termos anuais, de novos carros em Macau nos primeiros quatro meses deste ano, que atingiram a fasquia dos 4.022. Só no mês de Abril havia, no território, 250.167 veículos, mais 0,4 por cento face a Abril de 2023. Em relação a acidentes de viação, as estatísticas apontam para 5.005 ocorrências nos primeiros quatro meses do ano, tendo causado duas vítimas mortais e 1.817 feridos.

31 Mai 2024

Crime | Suspeito de lavar dinheiro de burla em prisão preventiva

Um residente de Hong Kong suspeito de estar envolvido num caso de branqueamento de capitais relacionado com burlas no valor de 2,16 milhões de patacas vai aguardar julgamento em prisão preventiva. A medida de coacção foi anunciada ontem pelo Ministério Público (MP), através de um comunicado.

De acordo com o MP, o homem “terá colaborado com outros indivíduos e utilizado repetidamente, em meados de Maio deste ano, cartões bancários e documentos de identificação dos diferentes indivíduos para comprar, com dinheiro obtido por burla no Interior da China, uma grande quantidade de jóias de ouro em duas ourivesarias de Macau no sentido de ‘lavar’ o produto de crime”.

Este crime envolve mais suspeitos, que as autoridades policiais ainda estão a tentar encontrar. O detido arrisca uma pena de prisão que pode chegar a 12 anos, uma vez que está indiciado pelo crime de branqueamento de capitais. Além disso, foi indiciado ainda pela prática do crime de uso de documento de identificação alheio, que pode ser punida com pena de prisão até três anos.

Num outro caso que também envolve branqueamento de capitais relacionado com burlas, no valor 9,6 milhões de dólares de Hong Kong, os dois detidos ficam proibidos de se ausentarem de Macau e sujeito a apresentações periódicas às autoridades.

Os suspeitos são acusados de utilizarem empresas em Macau para movimentar o dinheiro das burlas e estão indiciados pelo crime de crime de branqueamento de capitais.

31 Mai 2024

Trabalho | Associação pede salário mínimo mais próximo de Hong Kong

A Associação Poder do Povo entregou uma carta a Ho Iat Seng a defender um mecanismo de revisão anual do salário mínimo. A associação liderada por Lam Weng Ioi considera que Macau deve seguir o exemplo de Hong Kong e estabelecer um mecanismo automático de revisão anual do salário, ao mesmo tempo que garante que o salário mínimo só poderá ser aumentado e nunca reduzido.

“O mecanismo de aumento deve estar ligado ao crescimento do Produto Interno Bruto e ser avaliado em conjunto com o aumento do índice de preços, para garantir que a população pode ter acesso aos frutos do desenvolvimento social”, é argumentado. No início do ano registou-se um aumento do salário mínimo para 34 patacas por hora. Porém, Lam Weng Ioi argumenta que o valor está longe de ser suficiente “para cobrir as despesas gerais das famílias” e que ainda está muito longe dos que se pratica em Hong Kong.

Entre as pretensões da associação presidida por Lam Weng Ioi consta igualmente a criação de um mecanismo para controlar o preço dos apelidados serviços públicos, como a distribuição de água, electricidade e combustíveis. Além disso, a associação espera que sejam tomadas medidas para controlar o número de trabalhadores-não residentes, por considerar que há demasiada lojas sem qualquer trabalhador local. Apesar desta medida, a associação recusa que a medida tenha natureza discriminatória, argumentado que se deve antes ao facto de ser necessário assegurar o acesso dos residentes ao emprego.

31 Mai 2024

J. Rentes de Carvalho gosta de cinema, mas livros permitiram-no sobreviver

O cinema era a ambição do escritor J. Rentes de Carvalho, mas o dinheiro não chegava para pagar as aulas que frequentou em França, então teve de “seguir a literatura”, como confessou em entrevista à agência Lusa

 

Perdeu-se um cineasta, ganhou-se um escritor. José Rentes de Carvalho, 94 anos, de ascendência transmontana, com raízes na aldeia de Estevais, concelho de Mogadouro, distrito de Bragança, vai ser alvo de um conjunto de homenagens em Portugal, com início na sexta-feira, promovidas pelo município de origem de seus pais, e que irão culminar em Julho durante a realização do Festival Terra Transmontana.

“Tudo isto é muito simpático”, confessou o escritor à Lusa, que diz ter sempre presente nos seus livros “um pensamento triste de quem gostaria de ter um país melhor e vai morrer sem o ver”. No seu percurso, porém, factor determinante é o cinema.

“O cinema foi durante muitos anos da minha vida tão importante ou mais que a literatura. Aprendi muito a escrever com os filmes que vi, durante os anos 40, 50 e 60 [do século passado]”, recordou o autor português, que assegurou ter transposto para sua obra literária muita da técnica apreendida com a sétima arte.

Em França, para frequentar as aulas, “tinha de pagar [a frequência de] um instituto de cinema e fotografia, mas o dinheiro não chegava e tinha de ganhar o pão nosso de cada dia”, o que obrigou “a dedicar-se à escrita”.

A entrevista de J. Rentes de Carvalho à Lusa realizou-se na aldeia dos Estevais, localidade onde o escritor passa metade do ano, alternado com Amesterdão, nos Países Baixos. É aqui, no concelho do Mogadouro, que as homenagens a Rentes de Carvalho vão ter início, promovidas pelo município. Das iniciativas fazem parte a colocação de um conjunto escultórico dedicado ao escritor, na sede do concelho, a realização de palestras, a atribuição do seu nome à Casa da Cultura.

Em Julho, o Festival Terra Transmontana, agendado para os dias 27 a 28, terá como tema “J. Rentes de Carvalho – Retratos da Nossa Gente”. Questionado sobre esta homenagem, Rentes de Carvalho disse que “há sentimentos que não são fáceis de exprimir”. “Trata de uma homenagem agradável. Tudo isto é muito simpático “, vincou.

O início na Holanda

No decurso da entrevista, o escritor falou sobre o seu percurso académico nos Países Baixos, onde durante quase de 30 anos, a partir de 1964, foi professor de Literatura Portuguesa e Brasileira, na Universidade de Amesterdão.

Enquanto professor universitário, percebeu que o interesse por parte dos estudantes neerlandeses e belgas em relação à literatura portuguesa se prendia em particular com a ditadura portuguesa, sobretudo durante a Guerra Colonial (1961-1974).
“Os alunos tinham interesse em aprender a língua e a leitura portuguesa, especialmente neste período da História de Portugal. Tratava-se de jovens ávidos de conhecimento, principalmente sobre a guerra colonial”.

Contudo, Rentes de Carvalho sublinha que além do interesse sobre o país da ditadura, a evolução da economia brasileira era à data o assunto chave, até porque sempre interessou aos neerlandeses.

O antigo professor universitário disse ainda que Fernando Pessoa (1888-1935) é uma referência para a poesia flamenga, a par do romancista Eça de Queirós (1845-1900), a par de vários autores brasileiros.

Raízes do norte

Filho de pais transmontanos da aldeia de Estevais, e neto de um avô sapateiro e de um avô guarda-fiscal, José Rentes de Carvalho nasceu em 15 de maio de 1930 em Vila Nova de Gaia. Frequentou o Liceu Alexandre Herculano, no Porto, e prosseguiu os estudos em Viana do Castelo e Vila Real. Foi na Faculdade de Letras e na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa que traçou o seu percurso académico, estudando Línguas Românicas e Direito.

Obrigado a abandonar o país por motivos políticos durante a ditadura do Estado Novo, viveu primeiro no Brasil, onde trabalhou como jornalista nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo e posteriormente em Nova Iorque e Paris. Escreveu para títulos como O Estado de São Paulo, Globo, Expresso, entre muitos outros.

O escritor acabou por se radicar nos Países Baixos em 1956, concretamente em Amesterdão, trabalhando na embaixada brasileira e licenciando-se na Universidade de Amesterdão, com uma tese dedicada a Raul Brandão.

A ascendência transmontana nunca foi negada pelo escritor, que passa largos períodos de tempo em Estevais, uma provação encaixada entre a serra do Reboredo e os rios Sabor e Douro.

A escrita depois do ensino

Depois do ensino, Rentes de Carvalho passou a dedicar-se exclusivamente à escrita para jornais e revistas literárias portugueses, brasileiros, belgas e neerlandeses.

A sua bibliografia soma livros como “Cravos e Ferraduras”, “Ernestina”, “A Amante Holandesa”, “Meças”, “Pó e Cinza e Recordações”, “Portugal à Flor da Foice”, “Mentiras e Diamantes”, “Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia”, “Com os Holandeses”, “La Coca” entre outros, atravessando géneros que vão da crónica ao diário, da opinião à pura ficção.

Estreou-se no romance em 1968 com “Montedor”, a história de um rapaz sem futuro, “com um passado apenas de sonhos, arrastando-se num presente que é uma verdadeira morte lenta”, num lugar perdido do Portugal da ditadura.

Sobre o livro, José Saramago garantiu que o autor oferece “o quase esquecido prazer de uma linguagem em que a simplicidade vai de par com a riqueza (…), uma linguagem que decide sugerir e propor, em vez de explicar e impor.”

Em 2011, Rentes de Carvalho recebeu o Grande Prémio de Literatura Biográfica da Associação Portuguesa de Escritores (APE), pelo livro “Tempo Contado” e, em 2013, o Grande Prémio de Crónica APE, por “Mazagran”. No ano passado, foi distinguido com o Prémio Personalidade do Norte, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR-N).

O novo livro

“Cravos e Ferraduras”, o seu mais recente livro, lançado há cerca de um mês, reúne um conjunto de crónicas publicadas em vários jornais portugueses e neerlandeses, num retrato dos últimos anos da vida nacional, através de personagens “escolhidas a dedo”. “Este livro é o resultado de uma compilação de textos escritos desde há quatro anos para cá”, concretizou. Questionado pela Lusa de que forma as vendas estavam a correr, o autor disse que “não fazia a mínima ideia”.

“Os meus livros falam um pouco dos mesmos problemas de sempre e das mesmas situações, não havendo um específico que trate de Portugal. Há um pensamento triste de quem gostaria de ter um país melhor e vai morrer sem o ver”, afirmou.
Rentes de Carvalho disse que não era homem de escrever depressa, que o livro mais rápido levou sete a oito anos a ganhar forma. E dá o exemplo de “Ernestina”, romance que levou mais de uma dezena de anos a ser concluído, tendo sido publicado pela primeira vez nos Países Baixos, em 1985.

Segundo o autor, o livro que mais vendeu foi um “Guia de Portugal”, apenas publicado no país que o acolheu e que vendeu mais de 300 mil exemplares, com mais de 300 páginas, somando algumas dezenas de edições.

Na sequência deste trabalho, Rentes de Carvalho foi agraciado pelo Presidente da República Mário Soares com a Comenda do Infante D. Henrique. “Devido a este livro, centenas de milhares de holandeses visitaram Portugal”, concluiu com orgulho, Rentes de Carvalho.

30 Mai 2024

Nova Deli | Registada temperatura recorde de 49,9°C

A capital da Índia registou uma temperatura recorde de 49,9 graus Celsius na terça-feira, anunciaram ontem os serviços meteorológicas do país. Ao assinalar “fortes ondas de calor”, as autoridades registaram o recorde em duas estações, Narela e Mungeshpur, nos arredores de Nova Deli.

Em Maio de 2022, os termómetros tinham marcado 49,2°C em certos bairros da capital, noticiaram ‘media’ indianos na altura. As temperaturas muito altas são comuns na Índia durante o Verão, mas, de acordo com especialistas, as alterações climáticas estão a provocar ondas de calor ainda mais longas, mais frequentes e mais intensas.

As autoridades de Nova Deli também alertaram para o risco de escassez de água, tendo sido registados cortes no abastecimento em algumas zonas. O ministro da Água, Atishi Marlena, apelou para a “responsabilidade colectiva” dos habitantes para pôr termo ao desperdício, noticiou ontem o jornal Times of India.

“Para resolver o problema da escassez de água, tomámos uma série de medidas como a redução do abastecimento de água de duas vezes por dia para uma vez por dia em muitas áreas”, notou Atishi, segundo o Indian Express. Os serviços meteorológicos indianos alertaram para as consequências do calor para a saúde, nomeadamente para crianças, idosos e doentes crónicos.

Entretanto, os estados de Bengala Ocidental e Mizoram, no nordeste do país, foram atingidos por violentos ventos e chuvas torrenciais com a passagem do ciclone Remal, que devastou a Índia e o Bangladesh no domingo, matando mais de 38 pessoas. O departamento meteorológico do Bangladesh declarou que o ciclone foi um dos mais longos que o país já viu e culpou as alterações climáticas pela duração excepcional.

30 Mai 2024